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Aula 05 Empresarial IV 2017.2

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DIREITO EMPRESARIAL III
Professor: Rivalino Cardoso
rivalino@outlook.com
 
____________________________________AULA-05 
EMENTA: RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS. 3.1. Recuperação Extrajudicial: Conceito, pressupostos e processamento
3.1. Recuperação Extrajudicial
“A recuperação extrajudicial é uma alternativa prévia à recuperação judicial, pois pressupõe uma situação financeira e econômica compatível com uma renegociação parcial, envolvendo credores selecionados, aos quais o devedor propõe novas condições de pagamento.” Luis Filipe Salomão e Paulo Penalva Santos (Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falências: Teoria e Prática)
Finalidade
Preservação da empresas ECONOMICAMENTE VIÁVEL
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 
5. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
Legitimidade
Só cabe ao Empresário Individual ou Sociedade Empresária ou EIRELI, ou seja, só pode pedir recuperação quem também pode sofrer falência, pois pode haver a convolação da Recuperação em Falência.
Juízo Competente
Mesma regra da falência (art. 3ª da lei 11.101/05) ou seja, juízo local do principal estabelecimento. Se a sede for fora do Brasil, será no local da filial.
5. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
REQUISITOS:
Exerça atividade há mais de 02 anos;
Não ter sido decretada sua falência e se o foi, as obrigações decorrentes da falência terem sido extintas por sentença transitada em julgado;
Não ter se beneficiando pela Recuperação Judicial nos últimos 05 anos ou 08 anos no plano especial (EPP ou ME)
Não ter sido condenado por Crime Falimentar
Não ter em andamento uma recuperação judicial;
Não ter, nos últimos 02 anos, homologação de um outro plano de recuperação extrajudicial.
5. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial: 
§ 3o O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos.
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente:
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;*
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;       
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
5. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
5. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
Suspensão das ações (?):
A homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará a suspensão de direitos, ações ou execuções, e nem impedirá a decretação da falência dos credores não subordinados ao plano.
Art. 161 (...) § 4o O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade do pedido de decretação de falência pelos credores não sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial.
Desistência (?):
§ 5o Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não poderão desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais signatários.
5. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
ABRANGÊNCIA:
Art. 162. O devedor poderá requerer a homologação em juízo do plano de recuperação extrajudicial, juntando sua justificativa e o documento que contenha seus termos e condições, com as assinaturas dos credores que a ele aderiram.
Art. 163. O devedor poderá, também, requerer a homologação de plano de recuperação extrajudicial que obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde que assinado por credores que representem mais de 3/5 (três quintos) de todos os créditos de cada espécie (“classe”) por ele abrangidos.
CREDORES EXCLUÍDOS:
O plano de recuperação extrajudicial não atingirá as obrigações de:
Credor tributário
Credor proprietário
Adiantamento de crédito cambial
Credor trabalhista 
Credor proveniente de acidente de trabalho
5. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
MEIOS DE APROVAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO:
Concluído o plano, ele deve ser submetido à homologação judicial se houve a concordância de 3/5 de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos, mas se todos os credores atingidos concordaram com a recuperação, a homologação é apenas facultativa (art. 162 e art. 162 da lei 11.101/05)
- Publicação em edital (art. 164)
30 dias para os credores impugnarem (art. 164, §2º)
Limitação da matéria veiculável na impugnação: art. 164, §3º 
Da sentença cabe apelação sem efeito suspensivo (art. 164, § 7o )
5. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
CASO CONCRETO:
A sociedade empresaria Telefonia do Sul S/A, constituída há mais de 5 anos e nunca beneficiada dos Institutos da Lei 11.101/2005, vem enfrentando dificuldades financeiras oriundas da crise econômica o que fez com que seu faturamento anual caísse em 40%, acarretando o não pagamento de dívidas tributarias e principalmente trabalhistas. 
O Diretor Financeiro da empresa procura seu escritório para detalhamento de eventual pedido de Recuperação Extrajudicial sob o argumento de ser procedimento menos oneroso e mais rápido do que o processo judicial. Oriente seu cliente de acordo com a legislação falimentar vigente. 
5. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
EXAME DE ORDEM UNIFICADO - FGV)
Passa Sete Serviços Médicos S/A apresentou a seus credores plano de recuperação extrajudicial, que obteve a aprovação de mais de quatro quintos dos créditos de todas as classes por ele abrangidas. O plano estabeleceu a produção de efeitos anteriores à homologação judicial, exclusivamente, em relação à forma de pagamento dos credores signatários que a ele aderiram, alterando o valor dos créditos com deságio de 30% (trinta por cento). A companhia consultou seu advogado, que se pronunciou corretamente sobre o caso, da seguinte forma:
o plano não pode estabelecer a produção de efeitos anteriores à homologação, devendo o juiz indeferir sua homologação, permitindo, contudo, novo pedido, desde que sanada a irregularidade. 
(B) o plano não pode estabelecer a produção de efeitos anteriores à homologação, devendo o juiz negar liminarmente sua homologação e decretar a falência.
(C) é lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários.
(D) é lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à supressão da garantia ou sua substituição de bem objeto de garantia real.

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