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INTRODUÇÃO Olá amigos estudantes. Neste fascículo, iremos demonstrar a evolução dos Estados Nacionais à partir da Baixa Idade Média, observando sua estruturação política e as práticas econômicas que adotaram à partir de então. Faremos uma análise da história dos estados europeus e seus processos de industrialização, que levou a disputas que findaram nas duas grandes guerras que marcaram a história do século XX. Esperamos oferecer-lhes uma boa compreensão dos assuntos abordados, oferecendo subsídios para uma adequada preparação para o ENEM. OBJETO DO CONHECIMENTO Estados Nacionais – Atuação histórica Na Baixa Idade Média começaram a se formar os Estados nacionais ou Estados modernos à partir do processo de centralização do poder político nas mãos do rei ou monarca, que começava a impor sua autoridade aos poderes e autoridades locais tipicamente feudais. O Estado moderno que se formava se caracterizava por um território defi nido onde a autoridade real centralizada se impunha, um idioma nacional, moeda e exército, que garantia a manutenção da ordem interna, a defesa das fronteiras e o cumprimento dos desejos reais. CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 1 Fascículo ENEM EM FASCÍCULOS - 2013 Este material didático, elaborado pelos professores da Organização Educacional Farias Brito, e estruturado em 16 fascículos, segundo as Matrizes de Referência do Enem, segue o seu principal eixo norteador, que é aproximar os conteúdos teóricos de sua aplicação em nosso cotidiano.Aqui você encontrará uma breve revisão teórica dos principais Objetos de Conhecimento trabalhados nesse exame em cada Área do Conhecimento, além da interação com outros importantes recursos pedagógicos, como a apresentação de questões comentadas e de diferentes tipos de exercícios, que serão resolvidos pela equipe de professores da Organização Educacional Farias Brito e disponibilizados na FBTV. Tudo isso é parte integrante de um projeto maior, pensado para apoiar e garantir o seu ingresso na Universidade. Com a evolução dos processos seletivos, mais do que nunca, faz-se necessário ir muito além da aquisição de informações. É preciso apropriar-se delas, saber com clareza quando, como e para que fi nalidade elas servirão e reconhecê-las nas mais simples situações do nosso dia a dia, ou seja, transformá-las em conhecimento. Para apoiar esse processo, as Competências e Habilidades referentes a essas Áreas do Conhecimento também foram consideradas na construção de cada fascículo e serão apresentadas de forma integrada, no material, de maneira a facilitar o seu estudo. Neste primeiro fascículo trabalharemos com a área de Ciências Humanas e suas Tecnologias, buscando abordar diferentes assuntos que tratam do aspecto humano do homem, relacionados aos Estados Nacionais, às conferências e principais acordos ambientais e à fi losofi a moral. Venha aprender conosco! CARO ALUNO, O processo de centralização política deu ao rei uma autoridade ilimitada dentro das fronteiras de seu país, materializando o regime absolutista, marcado ainda pelo controle estatal das atividades econômicas nacionais através das práticas mercantilistas. O Estado absolutista assumiu postura dúbia ao conceder privilégios políticos e jurídicos a classes aristocráticas tradicionais – nobreza e clero, ao mesmo tempo que concedia privilégios econômicos à burguesia, que se estruturava nos momentos iniciais do capitalismo, através das práticas mercantilistas. A verdade é que o Estado absolutista se beneficiava do conflito entre burguesia e aristocracia, fortalecendo-se ainda mais e colocando-se acima de todos os grupos sociais. A fundamentação ideológica para o poder absolutista fi cou a cargo de vários autores, como Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes e Jacques Bossuet. O florentino Maquiavel (Niccolò di Bernardo dei Machiavelli – 1469-1527) escreveu obras como A Arte da Guerra e Discurso sobre a primeira década de Tito Lívio. Todavia, sua mais importante obra foi O Príncipe, considerado por muitos o grande manual para os políticos modernos, sendo também um fundamento para o poder absolutista. Em sua obra, expõe uma visão contrária à ética cristã medieval, para a qual as atitudes dos governantes estavam subordinadas a Deus e a ações humanas destinavam-se à salvação da alma e à glória de Deus. Assim, as ações do Estado deviam priorizar a manutenção da ordem interna e o bem do Estado, sendo válidas quaisquer ações por parte do monarca para preservar sua autoridade e manter a ordem interna. Thomas Hobbes (1588-1679) foi um fi lósofo inglês que escreveu a obra O Leviatã, na qual expôe um ponto de vista sobre a natureza humana, que considera que o homem em seu estado natural é mau, egoísta e mesquinho. Estas características levaram a confl itos que poderiam ocasionar a extinção da espécie humana. Enem em fascículos 2013 2 Ciências Humanas e suas Tecnologias Assim, para garantir sua sobrevivência, os homens se organizaram sob a tutela do Estado, através de um contrato social, abrindo mão de seu estado de natureza e aceitando se submeter à autoridade do Estado, que deveria ser muito forte – absolutista – para preservar a ordem e garantir a paz interna. O bispo e teólogo francês Jacques Bossuet (1627-1704) escreveu a obra A política segundo a sagrada escritura, na qual defendeu a concepção de um poder real de origem divina, segundo a qual Deus delegava poderes ao rei e concedia-lhe autoridade ilimitada e incontestável. O século XVIII foi marcado por um pleno desenvolvimento capitalista, que pode ser exemplificado com a Revolução Industrial iniciada na Inglaterra, além é claro da ampliação das relações comerciais entre países e metrópoles e colônias. A consolidação do capitalismo fez da burguesia uma classe desenvolvida, economicamente estável, madura e consciente da necessidade de grandes mudanças econômicas, sociais e políticas que permitissem maior desenvolvimento de suas atividades, bem como sua ascensão em termos políticos. Neste contexto, surgiram as ideias iluministas que representavam os interesses burgueses de superação dos entraves do Antigo Regime. Foram contestados o poder absolutista e seu caráter ilimitado e incontestável; os privilégios políticos, jurídicos e fi scais de nobreza e clero; a intolerância e o dogmatismo religioso. Os iluministas defendiam as liberdades individuais, políticas e econômicas; o fi m dos privilégios e a igualdade jurídica; a tolerância religiosa e fi losófi ca; e a razão como fonte única e infalível de conhecimento. Estes princípios eram expostos nas obras de John Locke, Voltaire, Rousseau e Montesquieu. Este último, por sinal, autor da concepção de divisão de poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário, tão presentes na realidade da maioria dos países atuais. As ideias iluministas serviram de fundamento para importantes movimentos revolucionários de rompimento com as estruturas do Antigo Regime, como a Independência dos EUA (1776), primeiro exemplo de rompimento dos laços coloniais europeus na América; e a Revolução Francesa (1789-1799), marco do fi m do absolutismo na França e que exerceu grande infl uência na história ocidental. http://www.brasilescola.com/upload/e/Francesa%20Eugene%20-%20 EDUCADOR.jpg. Acesso: 17 jun. 2013. Entre os princípios iluministas, merece destaque o liberalismo, amplamente difundido no século XIX e que serviu de base para importantes movimentos na Europa, como as revoluções Liberais de 1820, 1830 e 1848, responsáveis pela derrota de resquícios que ainda restavam do Antigo Regime em vários países do velho mundo com a ascensão defi nitiva da burguesia em termos sociais e políticos; e na América, onde ocorreram movimentos de independência das colônias europeias, como o Brasil, observando o rompimeto do pacto colonial, apesarda manutenção de estruturas arcaicas, como a economia agroexportadora, a dependência externa, a escravidão e a exclusão da maioria da população de direitos civis e políticos. A ascensão burguesa em vários países da Europa ao longo do século XIX foi um importante fator de estímulo ao capitalismo industrial e à expansão da industrialização, o que abriu espaço para disputas imperial istas por mercados consumidores para os produtos industrializados e matérias-primas vitais para sua produção, bem como áreas de investimentos de capitais excedentes e que pudessem receber o excedente populacional que não era aproveitado pelo setor fabril. A imigração europeia foi intensa no século XIX, especialmente em direção aos EUA, que puderam assim viabilizar a expansão de seu território em direção ao oeste; e para o Brasil, onde foram amplamente utilizados nas lavouras em substituição à mão de obra escrava, notadamente nos cafezais da região sudeste. Estes imigrantes seriam utilizados ainda no processo de industrialização brasileira no início do século XX. Ainda no século XIX, houve casos de aliança da burguesia com a aristocracia na região da península Itálica e dos Estados germânicos viabilizando as unifi cações de Itália e Alemanha em 1871. As unifi cações contribuíram para romper defi nitivamente o já frágil equilíbrio europeu em virtude do acirramento das disputas imperialistas, visto que os novos países exigiram uma nova divisão das colônias africanas e asiáticas. As disputas imperialistas associadas a questões nacionalistas motivaram tensões internacionais, corrida armamentista e a formação de alianças que desencadiariam na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Ao fi nal da mesma, além de mortes e destruição, a Europa viu e conviveu com a barbárie das trincheiras, que anunciaram o fi m da Belle Époque. Grandes impérios como o alemão, o turco e o austro-húngaro ruíram e na Rússia, a Revolução de Outubro de 1917 signifi cou a vitória do bolchevismo e do socialismo. A destruição e o declínio da Europa contrastavam com a ascensão dos EUA, que passaram a uma situação hegemônica e a viver anos de prosperidade que seriam interrompidos pela crise de 1929. O combate aos efeitos da crise signifi cou a crise do liberalismo econômico com a introdução de práticas intervencionistas, bem como o início de políticas de bem-estar social decorrentes do New Deal. Na Europa, a crise econômica e o medo do crescimento político dos partidos comunistas e socilalistas levaram a uma mobilização de setores burgueses, conservadores, aristocráticos e militares que favoreceram a ascensão de regimes totalitários em países como Alemanha, Itália, Polônia, Aústria, Portugal e Espanha. Até o Brasil teve sua versão de regime fascista com o Estado Novo. Modelos políticos parlamentares e liberais não eram mais vistos com frequência, sendo mantidos em países como Inglaterra e França. A manutenção de disputas imperialistas associada a revanchismos, bem como o fracasso da diplomacia europeia na Liga das Nações, associadas ao totalitarismo nazifascista foram os principais responsáveis pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Enem em fascículos 2013 3Ciências Humanas e suas Tecnologias A Segunda Guerra Mundial trouxe várias consequências para o mundo, especialmente a criação da Organização das Nações Unidas – ONU, que seria uma instituição permanente de luta pela paz e cooperação entre as nações, além de ser responsável por estimular, através de vários órgãos, a educação, a cultura e o combate a problemas da humanidade como a miséria, a fome e o subdesenvolvimento. A geopolítica mundial passou a ser marcada pela disputa bipolar pela hegemonia do mundo entre EUA e URSS – a Guerra Fria – que deixou o mundo em permanente estado de tensão motivada pelo medo de uma guerra nuclear. http://2.bp.blogspot.com/-Lr4FslGxZYI/TjrUv5G5GwI/AAAAAAAAAF0/ akaKGD6hhZ4/s400/CHARGE%257E2.JPG. Acesso: 17 jun. 2013. Ainda em consequência da Segunda Guerra Mundial teve início o processo de descolonização afro-asiática, favorecido pela decadência econômica e militar das metrópoles europeias e pelo apoio dos EUA e URSS, que pretendiam aumentar suas áreas de influência. Outro importante apoio à descolonização foi dado pela ONU, que defendia o princípio da autodeterminação dos povos. A descolonização produziu rupturas políticas e abriu espaço para grandes lideranças como Gandhi, ou para iniciativas interessantes como a formação do bloco dos países não alinhados, estruturado na Conferência de Bandung, mas que não signifi cou avanços sociais ou econômicos. Ao contrário, os vários confl itos étnicos, especialmente na África, só serviram para aumentar os problemas de fome e subdesenvolvimento no continente, que passou a conviver com o drama de refugiados em enormes campos mantidos por ações fi lantrópicas internacionais, além da falta de controle de doenças como a AIDS. Vale frisar a luta de Nelson Mandela contra o apartheid na África do Sul, que lhe rendeu inicialmente uma condenação à prisão perpétua na década de 1960, mas que no início dos anos 1990 lhe rendeu o reconhecimento internacional com o agraciamento em 1993 com o prêmio Nobel da Paz e a grande vitória obtida com o fi m do regime, em 1994, quando o mesmo foi eleito presidente do país e deu início a um processo de luta pela redução das desigualdades internas. O século XX no Brasil foi marcado por avanços e retrocessos, especialmente em termos políticos e sociais. Uma primeira grande mudança foi favorecida pela Primeira Guerra Mundial, pois no período o País pôde iniciar seu processo de industrialização, o que levou à formação ou fortalecimento de novos atores sociais, como a burguesia, o operariado e as camadas médias urbanas, que passaram a contestar as estruturas oligárquicas vigentes a apoiaram o rompimento representado pela Revolução de 1930. No poder, Getúlio Vargas imprimiu uma marca personalista ao governo que teve muitas facetas: nacionalista, incentivador da industrialização, trabalhista, modernizante, defensor dos pobres, mas também autoritário e repressor, especialmente no período do Estado Novo. Após a Segunda Guerra Mundial, a volta da democracia no Brasil foi repleta de percalços: cassação do Partido Comunista; disputas entre nacionalistas e defensores de maior abertura ao capital estrangeiro; suicídio de Vargas; ameaça de golpe contra a posse de Juscelino Kubistchek; renúncia de Jânio Quadros; impedimento da posse de João Goulart seguida pela implantação do Parlamentarismo por meio de emenda constitucional em 1961; plebiscito em 1963 e volta do presidencialismo; e deposição de Jango através de um golpe militar em 1964. Depois do longo período militar (1964-1985), o Brasil viu renascer uma democracia que se buscou solidifi car com a promulgação da Constituição de 1988, que ampliou os limites da cidadania e da participação política, bem como a garantia das liberdades individuais e políticas. Apesar de graves problemas econômicos e escândalos políticos, a jovem democracia brasileira tem demonstrado evoluções, que vão do impeachment do presidente Fernando Collor Mello, em 1992, às discussões acerca da forma e sistema de governo mais adequados, que levaram à vitória do regime republicano e presidencialista no plebiscito realizado em 1993, previsto pela própria Constituição de 1988. A normalidade dos processos eleitorais e a opção da nação pelas reeleições dos presidentes Fernando Henrique e Lula, bem como a eleição da primeira mulher – Dilma Rousseff – para o cargo de mandatário máximo do país também devem ser ressaltados. Merecem destaque ainda a estabilidade econômica resultante do Plano Real implantado àpartir de 1994, no governo de Itamar Franco e mantido nos governos subsequentes, que permitiram a redução do número de miseráveis no Brasil e têm garantido a ascensão social. Enem em fascículos 2013 4 Ciências Humanas e suas Tecnologias v QUESTÃO COMENTADA Compreendendo a Habilidade – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. C-5 H -23 • (UFMS/2010-Adaptada) “Class i f i car, de l inear, dividir, sistematizar, criar um mapa-múndi do saber. Esta era a ideia dos iluministas Diderot e D’Alembert: ordenar o mundo em categorias em uma enciclopédia com 17 volumes de texto. O projeto enciclopedista talvez seja a infl uência mais visível do Iluminismo em nosso cotidiano. A escola, a divisão do conhecimento em disciplinas específicas, os livros didáticos, os telejornais revelam claramente essa busca classifi catória. A Enciclopédia iniciava com um quadro esquemático do conhecimento humano, uma permanência que perpassa desde organogramas de empresas até as classifi cações da biologia.” DARNTON, Robert – O Grande Massacre de Gatos. RJ: Graal, 1986, p. 272-273. Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre o assunto, assinale (V) verdadeiro ou (F) falso nas afi rmativas a respeito do Iluminismo e depois assinale a opção que apresenta a sequência correta. ( ) O impulso renovador das ideias i luministas provocou, na Europa, um grande interesse pelos problemas da vida em sociedade, possibilitando o surgimento de novas ideias e de teorias econômicas. ( ) Em seu conjunto, os iluministas sustentavam a tese de que só um Estado ditatorial, controlado pela classe trabalhadora, seria capaz de eliminar a resistência burguesa e abolir as desigualdades entre as classes sociais. ( ) O espírito renovador, presente no Iluminismo, conduziu a um profundo estudo das ciências, campo onde ocorreu um grande avanço. ( ) Originado na Inglaterra, difundido pela França, o Iluminismo pregava a razão, a liberdade do espírito, a livre crítica e a tolerância religiosa, contrapondo-se, assim, ao peso da tradição, do dogmatismo religioso e fi losófi co e ao absolutismo monárquico. ( ) O Iluminismo, em seu conjunto, fazia uma incisiva crítica ao mundo civilizado e propunha um retorno às formas de vida da sociedade primitiva. a) V – F – V – V – F d) F – V – F – F – F b) V – V – F – V – V e) V – V – F – F – V c) F – F – V – F – V Comentário A ideologia iluminista traz os fundamentos seguintes: defesa do direito à liberdade e a igualdade de direitos; a razão é o principal caminho para o conhecimento; oposição ao dogmatismo e a intolerância religiosa e fi losófi ca; crítica ao mercantilismo e defesa das liberdades econômicas. A ideologia iluminista se contrapunha ao Antigo Regime e estabeleceu as bases teóricas para as revoluções que levariam ao estabelecimento de governos representativos, com destaque para a Independência dos EUA e a Revolução Francesa, além de contribuir signifi cativamente para o avanço das ciências, em virtude de sua ênfase no racionalismo. Resposta correta: A EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Compreendendo a Habilidade – Comparar o signifi cado histórico-geográfi co das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial. C-2 H-9 01. Documento I: Funcionamento do parlamentarismo no período monárquico introduzido a partir de 1847. http://www.google.com.br/imgres?q=parlamentarismo+no+brasil&um=1& hl=pt-BR&sa=N&rlz=1T4RNRN_pt-BRBR436BR437&tbm=isch&tbnid=POVzj cCnYBzu0M:&imgrefurl=http://ricafonte.com/historia/textos/Historia_Brasil/ Imp%2525C3%2525A9rio/Brasil%252520Imp%2525C3%2525A9rio%2525 20exe.htm&docid=6sJMjbbVAhcTjM&w=380&h=215&ei=qT03To2FDIGWtwfM 5f3mAg&zoom=1&iact=hc&vpx=892&vpy=105&dur=5913&hovh=169&hovw =299&tx=98&ty=116&page=1&tbnh=100&tbnw=176&start=0&ndsp=19&ved =1t:429,r:17,s:0&biw=1280&bih=543 Documento II: Renúncia de Jânio e cartaz da campanha do Plebiscito (referendo) de 1963. http://3.bp.blogspot.com/_0IOS5PczAMA/ TJn3gpj11wI/AAAAAAAAC9M/f4JyL6eGoIM/ s1600/plebiscito+jornal+de+04.01.63.jpg http://www.politicaparapoliticos.com.br/ interna.php?pagina=2&t=756642 Documento III: Alguns fatos que marcaram o ano de 1993 no Brasil. • 21 de abril – Realização no Brasil do Plebiscito de 1993 sobre a forma e sistema de governo em que funcionaria o Estado brasileiro. O plebiscito indicou que o Brasil continuaria a ser uma República Presidencialista. • 19 de maio – Elizeu Resende deixa o Ministério da Fazenda e Fernando Henrique Cardoso assume o cargo. • 23 de julho – Chacina da Candelária, no Rio de Janeiro, deixa 7 pessoas mortas. • 1º de agosto – A moeda brasileira passa a Cruzeiro Real (1000 cruzeiros = 1 cruzeiro real) • 20 de agosto – Seiscentos garimpeiros brasileiros matam 30 índios ianomanis, incluindo dez crianças. • 29 de agosto – Chacina de Vigário Geral, no Rio de Janeiro, deixa 21 pessoas mortas. • 7 de dezembro – O Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, anuncia o programa de estabilização econômica. O chamado Plano FHC cria a URV (Unidade Real de Valor), indexador que será base para a nova moeda, o Real. http://pt.wikipedia.org/wiki/1993. Acesso em 02/08/2011. Enem em fascículos 2013 5Ciências Humanas e suas Tecnologias Sobre as experiências parlamentaristas no Brasil, assinale a opção correta. a) A primeira experiência parlamentarista no Brasil ocorreu durante o I Reinado com outorga da Constituição de 1824 e foi mantido até a proclamação da República em 1889. Seguia o modelo inglês e foi fator de estabilidade durante todo o período monárquico. b) A adoção do parlamentarismo no período republicano foi uma iniciativa popular que através de um plebiscito buscava uma solução para a crise institucional resultante da renúncia de Jânio Quadros que poderia ter levado o país a uma guerra civil. c) Embora não sendo uma prática constante na história do Brasil republicano, a realização de plebiscitos despertou forte interesse popular devido ao momento de estabilidade e prosperidade em que foram realizadas tais consultas. d) Os momentos em que o parlamentarismo vigorou no Brasil foi expressamente referendado pela vontade popular através de consultas plebiscitárias, conseguindo empolgar a maioria da população, constatados pelos baixos índices de abstenções, de votos brancos e nulos. e) No período republicano foram realizadas duas consultas populares sobre forma e sistema de governo, sendo a primeira em 1963, no governo João Goulart, e a segunda em 1993, como parte das propostas de revisão da Constituição de 1988. contruCompreendendo a Habilidade – Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder. – Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.. C-3 C-5 H-13 H-22 02. A África do Sul, que foi palco da última Copa do Mundo de futebol, teve a sua história marcada pela segregação racial. Desde a colonização, iniciada no século XVII por europeus de origem holandesa e posteriormente de origem inglesa, existe a segregação racial e a exclusão dos negros. Após a independência, em 1948, foi oficialmente implantado o regime de apartheid, imposto pela elite branca que detinha o poder no novo país. O regime fundamentava-se na ideia da existência separada de duas nações no interior do Estado sul-africano, compondo-se de uma segregação que se caracteriza por ser a) geográfi ca, pois os negros deveriam ocupar somente áreas reservadas a eles, conhecidas como Bantustões; e política, sendo vedados aos negros quaisquer direitos no Estado. b) educacional, pois somente negros de algumas etnias podiam frequentar escolas e universidades;e política, pois uma minoria da população negra tinha acesso aos cargos públicos. c) cultural, sendo impostos valores europeus à maioria negra da população que tinha seus valores culturais desrespeitados; e ideológica, sendo vedados aos negros o acesso à fi losofi a. d) política, sendo os negros proibidos de exercer cargos eletivos, mas com acesso a empregos públicos; e econômica, com a proibição dos negros movimentarem contas bancárias. e) religiosa, com a proibição das práticas de magia e rituais considerados macabros; e educacional, sendo vedados aos negros o acesso a escolas e universidades públicas. DE OLHO NO ENEM O GIGANTE ACORDOU O mês de junho de 2013 se tornou marcante para o Brasil, não pela realização da Copa das Confederações – evento teste para o mundial de 2014 – e muito menos pelos tão propagados legados que eventos como a Copa do Mundo de Futebol ou Olimpíadas podem deixar para a população do país, em especial das cidades sede. Facebook. É exatamente o contrário. Se existe ou vai existir um legado, questiona-se o custo e a corrupção para que se chegue a ele. Na verdade se questiona tanta coisa, que não sabemos por onde começar. Facebook. Os meios de comunicação são unânimes em colocar que São Paulo foi o epicentro das manifestações, onde o movimento Passe Livre questionava o aumento das passagens do transporte público em vinte centavos. http://img2.ne10.uol.com.br/ repositorio/noticia/6bba9e73a91e0b6210bd3d31ee5b8fac.jpg, Acesso: 28 jun. 2013. Enem em fascículos 2013 6 Ciências Humanas e suas Tecnologias Dali em diante viu-se uma avalanche de manifestações e demonstrações de cidadania pelo país: o povo brasileiro saiu às ruas em todas as capitais e diversas cidade do interior de vários estados, foi aos estádios para se manifestar: O gigante acordou! Essa frase foi muito dita em conversas e reproduzida em cartazes nas manifestações e em postagens em redes sociais. Foi marcante quando o povo de Brasília ocupou um espaço construído para que os interesses coletivos fossem defendidos e que se tornou símbolo da corrupção no país: o Congresso Nacional. http://i0.wp.com/jornaldachapada.com.br/ wp-content/uploads/2013/06/Congresso-Nacional-Valter-Campanato-ABr. jpg?resize=630%2C416. Acesso: 28 jun. 2013. A verdade é que na história brasileira prevaleceram o desrespeito ao povo, a corrupção, os desmandos políticos, os desvios, os arranjos, conchavos, promessas não cumpridas, ... Político só aparecendo em época de eleição, prometendo saúde, educação, moradia, empregos, honestidade na administração, blá, blá, blá, ... Passadas as eleições, pouco ou quase nada, até as próximas eleições com os mesmos discursos. Na maioria das vezes, “o povo assistia a tudo bestializado”, tornando verdadeira outra famosa frase: “o Brasil não tem povo, tem público”. Claro que houve reações. Desde os índios que lutaram contra os conquistadores a negros que resistiram à escravidão lutando em Palmares, passando pelos baianos Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens, mineiros inconfi dentes, seguidores do Beato Conselheiro, Ligas Camponesas e MST questionaram e questionam os latifúndios. Revolta de Quebra Quilos, Revolta do Vintém... Contra os maus-tratos se levantaram os Marinheiros e João Cândido. Contra os desmandos coronelísticos, a Coluna percorreu o Brasil. No Araguaia formaram-se focos que lutavam pelo socialismo. Foram muitas lutas até que a anistia chegasse e as “Diretas Já!” acontecessem. A Constituição é “Cidadã”, mas, na maioria das vezes, o povo não. Por falta de informação, falta de educação, descaso ou desgosto, na maioria das vezes o povo simplesmente não reagia e isso favorecia os desmandos e a corrupção. O gigante passava a maior parte do tempo adormecido. Na nossa história recente, três grandes mobilizações sacudiram o país e a esperança em melhorias concretas prevaleceu. Infelizmente, nos dois primeiros casos, houve arrefecimento – “o negócio esfriou” – e os desmandos dos políticos se mantiveram. Espero que isso não aconteça novamente. Os dois primeiros casos a que me refi ro foram as Diretas Já! e o movimento pelo impeachment do presidente Collor. http://wp.clicrbs.com.br/diariosdebrasilia /fi les/2010/04/diretas-ja-brasalia.jpg, acesso 28 jun. 2013. O povo foi às ruas, pressionou e os políticos cederam. O voto é livre, direto e secreto. Mas os políticos são os mesmos... A esperança de que tudo mudaria realmente e de que a corrupção acabaria de fato foi muito intensa no movimento dos “Caras Pintadas” ou “Fora Collor”. http://4.bp.blogspot.com/-3t3pyT3Wpek/UGcN5LL7N9I/AAAAAAAAMgc/ FKFz_TFALwc/s1600/pol%C3%ADtica+-+collor_impeachment.jpg, acesso 28 jun 2013. Hoje, Fernando Collor é senador... Novamente, em 2013, o povo ocupou as ruas – e os estádios. Ocupou as redes sociais e os noticiários internacionais. Saltam aos olhos algumas características: Apartidário, o movimento excluía bandeiras, bem como militantes de partidos políticos não foram aceitos e chegaram a ser hostilizados. Não há uma liderança. Entidades como a CUT, que assumiram papel importante nos dois movimentos citados anteriormente, também não foram aceitas pelos manifestantes, face ao descrédito geral. A insatisfação é contra a classe política. Contra a corrupção. Os desvios de verbas e os superfaturamentos. Contra a PEC 37 e a não punição dos “mensaleiros”. Contra a violência e a impunidade. O gigante acordou incomodado com altos impostos e péssimas condições de transporte, saúde, educação. Paga-se demais e os benefícios são mínimos. Facebook. Nas redes sociais encontramos os grandes responsáveis pelas mobilizações e difusão das ideias: os “posts”: Facebook. Enem em fascículos 2013 7Ciências Humanas e suas Tecnologias No facebook, twitter ou instagran, as notícias caminham com rapidez sem igual, as manifestações eram e são marcadas e rapidamente divulgadas. Quem vai, posta fotos e informações. Quem não vai, fica na frente do computador, tablet ou smartphone publicando, republicando, postando... ameaçando. Se minha cidade está descuidada, a Saúde doente e a Educação triste, por que tenho que votar nos mesmos governantes? Facebook. A classe política tremeu. Os governantes ficaram atordoados e rápidas respostas foram dadas: As passagens foram reduzidas. Os deputados trabalham como nunca. A PEC 37 foi derrubada por 431 votos a 9 (nas redes sociais foram denunciados os que votaram contra). Os royalties do petróleo vão para saúde e Educação. A presidenta convocou um grande pacto por melhorias nos transportes e serviços públicos. Está claro que o gigante tem poder e acordado pode muito. Espero que não volte a dormir e que a memória curta dos brasileiros seja uma característica que entre em desuso. Não podemos esquecer dois detalhes das atuais manifestações: o vandalismo de uma minoria, que nos reservamos ao direito de ignorar; e o bom humor, tipicamente brasileiro, que não podia faltar. Zilfran Varela Fontenele. Historiador – Professor da Organização Educacional Farias Brito. INTRODUÇÃO Dando continuidade aos nossos estudos na área de Ciências Humanas e suas Tecnologias, nessa seção trataremos das principais conferências sobre os acordos ambientais, desde Estocolmo 72 até a Rio+20. OBJETO DO CONHECIMENTO Conferências e principais acordos ambientais No início da década de 1970, as principais correntes de pensamento sobre as causas da degradação ambiental culpavam a busca incessante do crescimento econômico e a “explosão demográfi ca” pelo aumento da exploração dos recursos naturais, pela poluição e pelo desmatamento. Em 1971 foi publicado um estudo chamado Limites do crescimento, realizado por um grupo de cientistas de vários países, que se reuniam com a intençãode estudar os problemas mundiais e fi cou conhecido como Clube de Roma. Esse estudo analisou cinco variáveis: tecnologia, população, nutrição, recursos naturais e meio ambiente, concluindo que o planeta entraria em colapso até o ano 2000 caso fossem mantidas as tendências de produção e consumo vigentes. Para evitar o colapso, sugeriam a redução tanto do crescimento populacional quanto do crescimento econômico, política que fi cou conhecida como “crescimento zero”. ESTOCOLMO – 72 Estocolmo 72 Estocolmo 1972 A Conferência contou com representantes de 113 países, 250 organizações não governamentais e dos organismos da ONU. A Conferência produziu a Declaração sobre o Meio Ambiente Humano, uma declaração de princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam governar as decisões concernentes a questões ambientais. Essa Conferência foi marcada pelo confronto entre as perspectivas dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento. Os países desenvolvidos estavam preocupados com os efeitos da devastação ambiental sobre a Terra, propondo um programa internacional voltado para a conservação dos recursos naturais e genéticos do planeta, pregando que medidas preventivas teriam que ser encontradas imediatamente, para que se evitasse um grande desastre. Por outro lado, os países em desenvolvimento argumentavam que se encontravam assolados pela miséria, com graves problemas de moradia, saneamento básico, atacados por doenças infecciosas e que necessitavam desenvolver-se economicamente, e rapidamente. A política do “crescimento zero” propunha o controle da natalidade e o congelamento do crescimento econômico como única solução para evitar que o aumento dos impactos ambientais levasse a uma tragédia ecológica mundial. Essa era uma péssima solução para os países em desenvolvimento, os que mais necessitavam de crescimento econômico para promover as melhorias da qualidade de vida da população. A Declaração de Estocolmo, documento elaborado no fi nal do encontro, composto por uma lista de 26 princípios, estipulou ações para que os países buscassem resolver os confl itos inerentes entre as práticas de preservação ambiental e o crescimento econômico. Ficou estabelecido o respeito à soberania das nações, isto é, a liberdade de os países em desenvolvimento buscarem o crescimento econômico e a justiça social explorando de forma sustentável seus recursos naturais. Enem em fascículos 2013 8 Ciências Humanas e suas Tecnologias Outras decisões importantes desse encontro foram a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a instituição do dia 5 de junho, data do seu início, como o Dia Internacional do Meio Ambiente. O desenvolvimento sustenvável Em 1983, a Assembleia Geral da ONU indicou a então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para presidir uma comissão encarregada de estudar o tema ambiental . Em 1987 foi publicada pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento da ONU um estudo denominado Nosso futuro comum, mais conhecido como Relatório Brundtland. Esse estudo, que defendia o desenvolvimento para todos, buscava um equilíbrio entre as posições antagônicas surgidas na Estocolmo-72 e criou a noção de desenvolvimento sustentável, aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades. Já as sociedades sustentáveis estariam baseadas em igualdade econômica, justiça social, preservação da diversidade cultural, da autodeterminação dos povos e da integridade ecológica. Isso obrigaria pessoas e países a mudanças, não apenas econômicas, mas sociais, morais e éticas. Protocolo de Montreal O Protocolo de Montreal sobre substâncias que empobrecem a camada de ozônio é um tratado internacional em que os países signatários se comprometem a substituir as substâncias que se demonstrou estarem reagindo com o ozônio (O 3 ) na parte superior da estratosfera (conhecida como ozonosfera). O tratado esteve aberto para adesões a partir de 16 de setembro de 1987 e entrou em vigor em 1º de janeiro de 1989. Ele teve adesão de 150 países e foi revisado em 1990, 1992, 1995, 1997 e 1999. Devido à essa grande adesão mundial, Kofi Annan disse sobre ele: “Talvez seja o mais bem-sucedido acordo internacional de todos os tempos…” Rio-92 A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Cúpula da Terra, Rio-92 ou Eco-92, foi realizada em 1992 no Rio de Janeiro e reuniu representantes de 178 países, além de milhares de membros de organizações não governamentais (ONGs), numa conferência paralela. Esse encontro, que na fase preparatória teve como subsídio o Relatório Brundtland, defi niu uma série de resoluções, visando alterar o atual modelo consumista de desenvolvimento para outro, ecologicamente mais sustentável. O objetivo fundamental era tentar minimizar os impactos ambientais do planeta, garantindo, assim, o futuro das próximas gerações. Na busca do desenvolvimento sustentável, foram elaboradas duas convenções, uma sobre biodiversidade, outra sobre mudanças climáticas; uma declaração de princípios relativos às fl orestas e um plano de ação. A Convenção sobre Biodiversidade e a Convenção sobre Mudanças Climáticas têm como agente fi nanciador um organismo denominado Fundo Global para o Meio Ambiente – GEF (do inglês, Global Environment Facility). Criado em 1990, o GEF é dirigido pelo Banco Mundial e recebe apoio técnico e científi co dos Programas das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e para o Meio Ambiente (Pnuma). A Convenção sobre Biodiversidade traçou uma série de medidas para a preservação da vida no planeta. Em vigor desde 1993, essa convenção tenta frear a destruição da fauna e da fl ora, concentradas principalmente nas fl orestas tropicais, as mais ricas em biodiversidade. Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Trata-se de uma carta contendo 27 princípios que visa estabelecer um novo estilo de vida, um novo tipo de presença do homem na Terra, através da proteção dos recursos naturais e da busca do desenvolvimento sustentável e de melhores condições de vida para todos os povos. A Convenção sobre Mudanças Climáticas, em vigor desde 1994, estabeleceu várias medidas para diminuir a emissão de poluentes pelas indústrias, automóveis e outras fontes poluidoras, com o objetivo de atenuar o agravamento do efeito estufa, o avanço da desertifi cação etc. Nessa convenção, foi assinado o Protocolo de Kyoto (Japão, 1997), visando à redução da emissão de poluentes na atmosfera. A Declaração de Princípios Relativos às Florestas é uma série de indicações sobre manejo, uso sustentável e outras práticas voltadas à preservação desses biomas. Agenda 21 é um ambicioso programa para a implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável em todo o mundo durante o século XXI. Esse objetivo, entretanto, requer vo lumosos recur sos e os pa í ses desenvolvidos comprometeram-se em canalizar 0,7% de seus PIBs para essa fi nalidade. Com o objetivo básico de fi scalizar a aplicação da Agenda 21, foi criada a Comissão de Desenvolvimento Sustentável. O órgão, sediado em Nova York e vinculado à ONU, agrega 53 países-membros, entre os quais o Brasil. Muitos países, contudo, não estão cumprindo o compromisso, com raras exceções, como os países nórdicos. Enem em fascículos 2013 9Ciências Humanas e suas Tecnologias Protocolo de Kyoto O que é o Protocolo de Kyoto GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL • PARATODOS O Protocolo de Kyoto foi assinado em 1997 por 180 países membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática reunidos no Japão. lei por pelo menos 55 países, que respondam por55% das emissões do anexo 1. Ele divide o mundo em países industrializados ( o chamado anexo 1) e países em desenvolvimento (não anexo 1) e prevê que os primeiros devem cortar em 5,2% suas emissões de gases de efeito estufa em relação aos níveis de 1990, entre 2008 e 2012. Até agora, 126 países já ratificaram o acordo, 34 deles membros do anexo 1, com 61,6% da emissões. Os EUA, que respondem sozinhos por 36% das emissões de dióxido de carbono do anexo 1, desistiram do protocolo em março de 2001. Para entrar em vigor, o protocolo precisava ser ratificado, ou seja, confirmado domesticamente como ENTRADA EM VIGOR: O Protocolo de Kyoto deve passar a vigorar em fevereiro do ano que vem, após ajustes finais no texto a serem feitos em dezembro, em Buenos Aires. O Protocolo de Kyoto é um instrumento internacional, ratifi cado em 15 de março de 1998, que visa reduzir as emissões de gases poluentes. Estes, são responsáveis pelo efeito estufa e o aquecimento global. O Protocolo de Kyoto entrou ofi cialmente em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, após ter sido discutido e negociado em 1997, na cidade de Kyoto (Japão). No documento, há um cronograma em que os países são obrigados a reduzir, em 5,2%, a emissão de gases poluentes, entre os anos de 2008 e 2012 (primeira fase do acordo). Os gases citados no acordo são: dióxido de carbono, gás metano, óxido nitroso, hidrocarbonetos fl uorados, hidrocarbonetos perfl uorados e hexafl uoreto de enxofre. Estes últimos três são eliminados principalmente por indústrias. A emissão desses poluentes deve ocorrer em vários setores econômicos e ambientais. Os países devem colaborar entre si para atingirem as metas. O protocolo sugere ações comuns, como, por exemplo: – aumento no uso de fontes de energias l impas (biocombustíveis, energia eólica, biomassa e solar); – proteção de fl orestas e outras áreas verdes; – otimização de sistemas de energia e transporte, visando o consumo racional; – diminuição das emissões de metano, presentes em sistemas de depósito de lixo orgânico; – defi nição de regras para a emissão dos créditos de carbono (certifi cados emitidos quando há a redução da emissão de gases poluentes). Os especialistas em clima e meio ambiente esperam que o sucesso do Protocolo de Kyoto possa diminuir a temperatura global entre 1,5 e 5,8 ºC até o fi nal do século XXI. Dessa forma, o ser humano poderá evitar as catástrofes climáticas de alta intensidade que estão previstas para o futuro. Rio+10 A Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+10, fo i real izada em Johanesburgo, África do Sul, entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro de 2002, reunindo delegações de 191 países. O principal objetivo do encontro foi realizar um balanço dos resultados práticos obtidos depois da Rio-92. Nesse encontro foram discutidos basicamente quatro temas, escolhidos como mais importantes para a busca do desenvolvimento sustentável: • erradicação da pobreza; • mudanças no padrão de produção e consumo; • utilização sustentável dos recursos naturais; • possibilidades de se compatibilizar os efeitos da globalização com a busca do desenvolvimento sustentável. Desde o início das discussões fi cou acordado entre os participantes que na ocasião não seriam discutidos os temas das duas Convenções assinadas na Rio-92 (Biodiversidade e Mudanças Climáticas), mas sim os mecanismos que possibil itassem ampliar sua implantação na prática. Essa intenção fi cou descrita na documentação fi nal do encontro: Plano de Implementação da Agenda 21, no qual se propõem alterações no padrão de produção e consumo, com utilização racional dos recursos naturais e busca de modelos sustentáveis que utilizem menor quantidade de energia e produzam menos resíduos. Porém, o Plano de Implementação da Agenda 21 acabou se restringindo a um conjunto de diretrizes que cada país signatário pode ou não realizar na prática. Como não há nenhum órgão internacional de controle, os acordos realizados nas conferências da ONU constituem o consenso mínimo atingido sobre os temas abordados, conquistado após as nações presentes apresentarem suas posições. Rio+20 A C o n f e r ê n c i a d a s N a ç õ e s U n i d a s s o b re Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foi realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 foi assim conhecida porque marcou os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. O objetivo da Conferência foi a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes. • Principais temas que foram debatidos: – Balanço do que foi feito nos últimos 20 anos em relação ao meio ambiente; – A importância e os processos da Economia Verde; – Ações para garantir o desenvolvimento sustentável do planeta; – Maneiras de eliminar a pobreza; – A governança in te rnac iona l no campo do desenvolvimento sustentável. Enem em fascículos 2013 10 Ciências Humanas e suas Tecnologias Resultados da Rio+20 Infelizmente o resultado da Rio+20 não foi o esperado. Os impasses, principalmente entre os interesses dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, acabaram por frustrar as expectativas para o desenvolvimento sustentável do planeta. O documento fi nal apresenta várias intenções e joga para os próximos anos a defi nição de medidas práticas para garantir a proteção do meio ambiente. Muitos analistas disseram que a crise econômica mundial, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, prejudicou as negociações e tomadas de decisões práticas. QUESTÃO COMENTADA Compreendendo a Habilidade – Relacionar o uso das tecnologias com os impactos socioambientais em diferentes contextos histórico-geográfi cos. C-6 H-8 • Em junho de 2012, foi realizada na Cidade do Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O objetivo desse encontro foi a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, que apresenta como uma de suas propostas a) evitar o uso de recursos naturais e de matérias-primas na indústrias para não comprometer o meio ambiente. b) investir em pesquisas sobre alimentos geneticamente modifi cados com a fi nalidade de acabar com a fome no mundo. c) desenvolver economicamente todas as nações para que estas possam ter o mesmo padrão de consumo dos Estados Unidos. d) atender às necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações em prover suas próprias necessidades. e) incentivar os países desenvolvidos a ampliar o setor agroindustrial para garantir que não faltem alimentos para os países subsenvolvidos. Comentário O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, signifi ca possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. Relatório Brundtland. Resposta correta: E EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Compreendendo a Habilidade – Identifi car em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida human com a paisagem. C-6 H-26 03. www.politicalcartoons.com Um problema ambiental e seu efeito sobrea Terra, diretamente relacionados à charge, estão corretamente apresentados na opção: a) A destruição da camada de ozônio pelo despejo de resíduos de CFC nos mares, rios e lagos promove a contaminação das águas, a perda da biodiversidade e alterações na dinâmica das massas de ar. b) O acúmulo de enxofre e metano pela fertilização dos solos e a expansão das queimadas contaminam os lençóis freáticos, provocando a alteração do ecossistema de rios, lagos e mares e a destruição de fl orestas. c) A intensifi cação do efeito estufa, decorrente da queima de combustíveis fósseis pelas indústrias, resulta em efeitos sobre a dinâmica das chuvas e dos ventos, além de alterar os níveis dos oceanos e extinguir espécies. d) A formação de ilhas de calor, como decorrência do acúmulo de energia nas superfícies impermeabilizadas, reduz os efeitos da radiação solar sobre a superfície terrestre e aumenta gradativamente a umidade relativa do ar. e) O aumento no uso de produtos químicos destinados a melhorar a produtividade da agricultura resulta na contaminação do solo, poluição dos mananciais de água e alteração da cadeia alimentar de pragas e predadores. Enem em fascículos 2013 11Ciências Humanas e suas Tecnologias Compreendendo a Habilidade – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e/ou geográfi cos. C-6 H-27 04. Foram necessários bilhões de anos, com uma complexidade e uma evolução irrepetíveis, para construir o patrimônio biológico de uma única espécie; nos próximos decênios, a intervenção do homem será responsável pelo desaparecimento de uma espécie viva a cada quarto de hora. Mas a cultura ecológica permanece à margem da política e da cultura ofi cial. No máximo toma-se posição, no discurso, a favor do meio ambiente, mas quando os problemas ambientais opõem-se às vantagens econômicas e à manutenção do emprego dentro da estrutura social existente, a tendência sempre é de minimizar a gravidade das consequências que recairão sobre as vidas futuras. O principal ponto a discutir hoje é o crescimento material sem limites nem objetivos. Para isso, é preciso rediscutir as relações de produção e trabalho, mas também o quê, como, onde, quando produzir etc. TIEZZI, Enzo. Tempos históricos, tempos biológicos. São Paulo: Nobel, 1988. Adaptado. Conforme as ideias do texto, é correto afi rmar que a) o crescimento sustentável é possível conservando-se os padrões de produção, emprego e consumo atuais. b) os ritmos biológicos e geológicos são mais rápidos que os ritmos da produção capitalista de mercadorias. c) a sociedade superdimensiona os problemas ecológicos para poder reduzir os empregos dos trabalhadores. d) o crescimento desenfreado tem de ser reavaliado para decidirmos novas bases para nosso modo de vida. e) a gravidade do problema ecológico é levada a sério na prática dos Estados e da maior parte da sociedade. DE OLHO NO ENEM EGITO Tripoli TunisMelílaCeuta Em 1880 A DIVISÃO COLONIAL DA ÁFRICA SENEGAL GÂMBIA Bamaco Lagos SERRA LEOA GUINÉ PORTUGUESA COSTA DO OURO GABÃO ANGOLA Possessões britânicas Fonte: Atlas Geográfico Creditos: Aldenir Barbosa/João Lima Possessões francesas Possessões espanholas Possessões portuguesas Possessões turcas Repúblicas bôeres Independentes MOÇAMBIQUE SULTANATO DE ZANZIBAR OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO MADAGASCAR TRANSVAALUNIÃO SUL-AFRICANA Colônia do Cabo ESTADO LIVRE DE ORANGE em 1914 Territórios Britânicos Territórios Franceses Territórios Espanhoís Territórios Portugueses Territórios Belgas Territórios Alemães Territórios Italianos LíbiaArgélia Marrocos Tunísia (Ocupação Britânica) (Condomínio) (Protetorado Britânico) Walvis Bay Egito Sudão Anglo-egípcio Eritreia Somália Britânica Somália Francesa Império da Etiópia Somália Italiana África Oriental Britânica África Oriental Alemã Oceano Índico Niassalândia Madagascar Suazilândia Basutolândia União Sul-africana Bechuanalândia Sudoeste Africano Moçambique Rodésia do Norte Angola Cabinda Congo Belga Costa do Ouro Oceano Atlântico Rio MuniLibéria Serra Leoa Darfur Togo Nigéria do Norte Camarões Gâmbia África Ocidental Francesa Guiné Port. Rio de Ouro A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA Durante a expansão marítima e comercial, a África era fornecedora de mão de obra; a exploração dos recursos minerais iniciou-se apenas no fi nal do século XIX, com o Congresso de Berlim (1884-1885). Nesse congresso, quinze nações europeias organizaram a partilha do continente africano, surgindo as fronteiras artifi ciais, quase sempre retas. Os objetivos eram as explorações de recursos minerais, por meio de colônias, e o afastamento da população nativa das funções administrativas dessas colônias. O grande erro desse congresso foi o desrespeito aos territórios tribais, ou seja, na hora de dividir o continente, as metrópoles europeias não consideravam antagonismos existentes entre as tribos, juntando as rivais em um mesmo território colonial. Aqui está uma das matrizes fundamentais dos confl itos africanos atuais. Enem em fascículos 2013 12 Ciências Humanas e suas Tecnologias INTRODUÇÃO “Até então os fi lósofos limitaram-se a interpretar o mundo. Cabe, agora, transformá-lo”. Karl Marx (fi lósofo alemão) “Conhece-te a ti mesmo!” Esta frase estava escrita na entrada do santuário dedicado ao deus Apolo, na cidade de Delfos. É uma mensagem signifi cativa que serviu de base para a iniciação da atitude fi losófi ca no mundo grego. O homem, sendo um ser biopsíquico e social destinado à felicidade, ainda que viva num mundo de solidão e individualismo, precisa compreender as fronteiras que delimitam o seu espaço e o do “outro”, em outras palavras, precisa interiorizar o conceito de ética. Nunca o conhecimento e a educação foram tão importantes para a preservação do planeta. É evidente que para melhorar a qualidade de vida e crescer, tanto material quanto moral e espiritualmente, temos que responder aos desafi os que estão colocados nesse princípio de milênio. E é nesse sentido que a Filosofi a e a Sociologia tornam-se componentes essenciais e permanentes, devendo estar presentes em todos os níveis e modalidades do processo educativo. Por seu caráter humanista, holístico, interdisciplinar e participativo, elas podem contribuir na renovação do processo educativo, trazendo permanente avaliação crítica, adequação dos conteúdos à realidade local e o envolvimento dos indivíduos em ações concretas de transformação da realidade. A valorização da Filosofi a e da Sociologia no meio educacional objetiva sensibilizar os indivíduos para a importância do nosso patrimônio histórico e ecológico, possibilitando o acesso à aprendizagem por meio da vivência e do contato direto com a natureza. Procura-se estimular a mudança de atitudes e hábitos por meio da compreensão dos limites e potencialidades de cada um, bem como pelo desenvolvimento da consciência ética, que possibilita às pessoas entender e respeitar a si próprias e ao planeta como coexistentes e interdependentes. OBJETO DO CONHECIMENTO Filosofi a Moral: Ética e Moral Existe alguma confusão entre o Conceito de Moral e o Conceito de Ética. A etimologia desses termos ajuda a distingui-los, sendo que Ética vem do grego “ethos”, que signifi ca modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, signifi cando costumes. Esta confusão pode ser resolvida com o estudo em paralelo dos dois temas, sendo que Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homemem sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. É a “ciência dos costumes”. A Moral tem caráter normativo e obrigatório. Já a Ética é o “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, assim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social. A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive, surgindo realmente quando o homem passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. A Ética teria surgido com Sócrates, pois se exige maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. Ou seja, enquanto a Ética é teórica e refl exiva, a Moral é eminentemente prática. Uma completa a outra. Em nome da amizade, deve-se guardar silêncio diante do ato de um traidor? O comportamento é o resultado de normas já estabelecidas, não sendo, então, uma decisão natural, pois todo comportamento sofrerá um julgamento. E a diferença prática entre Moral e Ética é que esta é o juiz das morais, assim Ética é uma espécie de legislação do comportamento moral das pessoas. Ainda podemos dizer que a ética é um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam para si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular, ou, também, o estudo da argumentação sobre como nós devemos agir. Também a simples existência da moral não signifi ca a presença explícita de uma ética, entendida como fi losofi a moral, pois é preciso uma refl exão que discuta, problematize e interprete o signifi cado dos valores morais. Podemos dizer, a partir dos textos de Platão e Aristóteles, que, no Ocidente, a ética ou filosofia moral inicia-se com Sócrates. Para Sócrates, o conceito de ética iria além do senso comum da sua época, o corpo seria a prisão da alma, que é imutável e eterna. Existiria um “bem em si” próprios da sabedoria da alma e que podem ser rememorados pelo aprendizado. Esta bondade absoluta do homem tem relação a uma ética anterior à experiência, pertencente à alma e que o corpo para reconhecê-la terá que ser purifi cado. Aristóteles subordina sua ética à política, acreditando que na monarquia e na aristocracia se encontraria a alta virtude, já que esta é um privilégio de poucos indivíduos. Também diz que na prática ética, nós somos o que fazemos, ou seja, o homem é moldado à medida em que faz escolhas éticas e sofre as infl uências dessas escolhas. O Mundo Essencialista é o mundo da contemplação, ideia compartilhada pelo fi lósofo grego antigo Aristóteles. No pensamento filosófico dos antigos, os seres humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só podem ser alcançados pela conduta virtuosa. Para a ética essencialista, o homem era visto como um ser livre, sempre em busca da perfeição. Esta, por sua vez, seria equivalente aos valores morais que estariam inscritos na essência do homem. Dessa forma – para ser ético –, o homem deveria entrar em contato com a própria essência, a fi m de alcançar a perfeição. A ética era uma maneira de educar o sujeito moral (seu caráter) no intuito de propiciar a harmonia entre este e os valores coletivos, sendo ambos virtuosos. Com o cristianismo romano, através de S. Tomás de Aquino e Santo Agostinho, incorpora-se a ideia de que a virtude se defi ne a partir da relação com Deus e não com a cidade ou com os outros. Deus nesse momento é considerado o único mediador entre os indivíduos. As duas principais virtudes são a fé e a caridade. Enem em fascículos 2013 13Ciências Humanas e suas Tecnologias Através deste cristianismo, se afirma na ética o livre-arbítrio, sendo que o primeiro impulso da liberdade dirige-se para o mal (pecado). O homem passa a ser fraco, pecador, dividido entre o bem e o mal. O auxílio para a melhor conduta é a lei divina. A ideia do dever surge nesse momento. Com isso, a ética passa a estabelecer três tipos de conduta: a moral ou ética (baseada no dever), a imoral ou antiética e a indiferente à moral. As profundas transformações que o mundo sofre a partir do século XVII com as revoluções religiosas, por meio de Lutero; científi ca, com Copérnico e fi losófi ca, com Descartes, oprimem um novo pensamento na era Moderna, caracterizada pelo Racionalismo Cartesiano – agora a razão é o caminho para a verdade, e para chegar a ela é preciso um discernimento, um método. Em oposição à fé surge agora o poder exclusivo da razão de discernir, distinguir e comparar. Este é um marco na história da humanidade, que a partir daí acolhe um novo caminho para se chegar ao saber: o saber científi co, que baseia-se num método, e o saber sem método é mítico ou empírico. A ética moderna traz à tona o conceito de que os seres humanos devem ser tratados sempre como fim da ação e nunca como meio para alcançar seus interesses. Essa ideia foi contundentemente defendida por Immannuel Kant. Ele afi rmava que: “não existe bondade natural. Por natureza somos egoístas, ambiciosos, destrutivos, agressivos, cruéis, ávidos de prazeres que nunca nos saciam e pelos quais matamos, mentimos, roubamos”. De acordo com esse pensamento, para nos tornarmos seres morais era necessário nos submetermos ao dever. Essa ideia é herdada da Idade Média na qual os cristãos difundiram a ideologia de que o homem era incapaz de realizar o bem por si próprio. Por isso, ele deve obedecer aos princípios divinos, cristalizando assim a ideia de dever. Kant afi rma que se nos deixarmos levar por nossos impulsos, apetites, desejos e paixões não teremos autonomia ética, pois a Natureza nos conduz pelos interesses de tal modo que usamos as pessoas e as coisas como instrumentos para o que desejamos. Não podemos ser escravos do desejo. No século XIX, Friedrich Hegel traz uma nova perspectiva complementar e não abordada pelos fi lósofos da Modernidade. Ele apresenta a perspectiva Homem – Cultura e História, sendo que a ética deve ser determinada pelas relações sociais. Como sujeitos históricos culturais, nossa vontade subjetiva deve ser submetida à vontade social, das instituições da sociedade. Desta forma, a vida ética deve ser “determinada pela harmonia entre vontade subjetiva individual e a vontade objetiva cultural”. Através desse exercício, interiorizamos os valores culturais de tal maneira que passamos a praticá-los instintivamente, ou seja, sem pensar. Se isso não ocorrer é porque esses valores devem estar incompatíveis com a nossa realidade e por isso devem ser modifi cados. Nesta situação podem ocorrer crises internas entre os valores vigentes e a transgressão deles. Já na atualidade, o conceito de ética se fundiu nestas duas correntes de pensamento: A ética praxista, em cuja visão o homem tem a capacidade de julgar, ele não é totalmente determinado pelas leis da natureza, nem possui uma consciência totalmente livre. O homem tem uma corresponsabilidade frente às suas ações. A ética pragmática, com raízes na apropriação de coisas e espaços, na propriedade, tem como desafio a alteridade (misericórdia, responsabilização, solidariedade), para transformar o Ter, o Saber e o Poder em recursos éticos para a solidariedade, contribuindo para a igualdade entre os homens: “distribuição equitativa dos bens materiais, culturais e espirituais”. O homem é visto como sujeito histórico-social e, como tal, sua ação não pode mais ser analisada fora da coletividade. Por isso, a ética ganha novamente um dimensionamento político: uma ação eticamente boa é politicamente boa, e contribui para o aumento da justiça, distribuiçãoigualitária do poder entre os homens. Na ética pragmática o homem é politicamente ético – “todos os aspectos da condição humana têm alguma relação com a política” –, há uma corresponsabilidade em prol de uma fi nalidade social: a igualdade e a justiça entre os homens. Na Contemporaneidade, Nietzsche atribui a origem dos valores éticos, não à razão, mas à emoção. Para ele, o homem forte é aquele que não reprime seus impulsos e desejos, que não se submete à moral demagógica e repressora. E para coroar essa mudança radical de conceitos, surge Freud com a descoberta do inconsciente, instância psíquica que controla o homem, burlando sua consciência para trazer à tona a sexualidade represada e que o neurotiza. Porém, Freud em momento algum afi rma dever o homem viver de acordo com suas paixões, apenas buscar equilibrar e conciliar o id com o superego, ou seja, o ser humano deve tentar equilibrar a paixão e a razão. Hoje, em uma era em que cada vez mais se fala de globalização, da qual somos todos funcionários e insumos de produção, o conhecimento de nossa cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento de outras culturas. Entretanto, essa tarefa antropológica não é sufi ciente para o homem comum superar a crise da ética atual, conhecendo o outro e suas necessidades para se chegar à sua convivência harmônica. Ao contrário, ser feliz hoje é dominar progresso técnico e científi co, ser feliz é ter. Não há mais espaço para uma ética voltada para uma comunidade. Hoje se aposta no individualismo, no consumo, na rapidez de produção. No momento histórico em que vivemos existe um problema ético-político grave. Forças de dominação têm se consolidado nas estruturas sociais e econômicas, mas através da crítica e no esclarecimento da sociedade seria possível desvelar a dissimulação ideológica que existe nos vários discursos da cultura humana. Sabendo disso, essas mesmas forças têm procurado controlar a mídia. Em lugar da felicidade pura e simples há a obrigação do dever e a ética fundamenta-se em seguir normas. Trata-se da “Ética da Obediência”, que impede o homem de pensar e descobrir uma nova maneira de se ver, e assim encontrar uma saída em relação ao conformismo de massa que está na origem da banalidade do mal, do mecanismo infernal em que estão ausentes o pensamento e a liberdade do agir. Enfi m, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. O homem, com seu livre-arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele apoia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se forma no bem ou no mal neste planeta. Enem em fascículos 2013 14 Ciências Humanas e suas Tecnologias QUESTÃO COMENTADA Compreendendo a Habilidade – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. C-5 H-23 Ofi cial nazista e seus auxiliares descansam no campo de concentração de Auschwitz (ao lado), indiferentes ao massacre dos judeus e aos maus-tratos impostos aos prisioneiros (abaixo). Fo togra f i a s t i r adas em campos de concentração nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial. Acima, oficiais nazistas em momento de descontração, indiferentes ao massacre de milhões de prisioneiros. A o l a d o , p r i s i o n e i r o s e m s e u dormitório. A rotina desses locais era de maus-t ratos , humi lhações , t raba lho forçado, torturas e assassinatos coletivos impostos, pr inc ipalmente, a judeus, c iganos, homossexuais e def ic ientes físicos. Tais atos eram vistos simplesmente como tarefas a cumprir, de acordo com um sistema de valores morais que previa o respeito às ordens e à hierarquia, mas restringia a compaixão a um pequeno grupo de seres humanos. • O genocídio promovido pelo nazismo está entre os episódios mais abomináveis de nossa História. Concretizou-se por meio de ações, valores e princípios supostamente “morais”. Porém, a sua imoralidade pode ser afirmada com base em diferentes concepções filosóficas. Por exemplo, comparando as imagens e informações anteriores à visão de Kant sobre a lei moral como imperativo categórico, podemos afi rmar que a atuação dos nazistas é imoral porque a) estabelece a desigualdade e ignora o sentimento moral originário de compaixão frente aos sofrimentos alheios. b) fere os sentimentos morais de benevolência e compaixão, substituindo-os pela crueldade e pela violência sem culpa contra os seus semelhantes. c) decorre do vício de um grupo que se afastou da razão para submeter-se a paixões tristes e destrutivas, como o ódio. d) não considera o ser humano como um fim e se baseia em um princípio subjetivo que atende a interesses particulares, não podendo jamais se tornar uma lei universal. e) desrespeita os direitos humanos, as liberdades e necessidades que os seres humanos têm em comum. Comentário O imperativo categórico kantiano consiste em agir apenas de acordo com princípios que se deseje universalizar (o que os nazistas certamente não aceitariam, já que isso os colocaria sob o risco de um martírio semelhante). Além disso, ele exige que se reconheça a humanidade do outro, entendendo sempre a humanidade como um fi m e não um meio para realizar interesses particulares (posição evidentemente contrária à que os nazistas assumiram em relação aos prisioneiros dos campos de concentração). As demais alternativas apresentam argumentos válidos para demonstrar a imoralidade do genocídio nazista, porém com base nas teorias éticas de outros fi lósofos. São eles: Rousseau, Hume, Espinosa e Savater, respectivamente. Resposta correta: D EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Compreendendo a Habilidade – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. C-5 H-23 05. Considere o texto a seguir: A moral estabelece princípios, normas e regras de comportamento. Ela pertence, portanto, ao domínio da prática. A ética é a refl exão sobre a moral. Mas, à medida que a ética pode mudar nossas decisões sobre como nos comportamos, ela infl ui em nossas ações. A ética não consiste em um conjunto de ordens e proibições. Ela indica caminhos para a procura e a prática de uma boa maneira de ser e de agir, de acordo com o bem e contrária ao mal. Se a teoria refl ete sobre a prática, ela também a inspira, indicando possibilidades diferentes de ação. Carmem Bassi Barbosa, José J. Queiroz, Julia Falivene Alves. Núcleo Básico. Ética Profi ssional e Cidadania Organizacional, Fundação Anchieta, S. Paulo, 2011. Adaptado Assinale a alternativa correta de acordo com o texto. a) A Ética refere-se ao pensamento e possibilita refl etir sobre a Moral, e esta se refere aos comportamentos dos indivíduos e às suas ações, isto é, à vida prática. b) O texto defende que Ética e Moral são sinônimos e que ambas referem-se ao comportamento dos indivíduos e às ações dos indivíduos. c) O texto possibilita ver um confl ito entre a Moral e a Ética, porque a Moral procura questionar as ações dos indivíduos e refl etir se elas fazem bem a todos. d) O texto defende que Ética e Moral referem-se ao mesmo campo de signifi cados: a Moral refere-se aos valores e aos comportamentos aceitos pela sociedade, e a Ética refere-se à refl exão sobre os valores e o comportamento. e) O texto possibilita ver um consenso entre a Moral e a Ética, não permitindo haver confl ito entre ambas. Enem em fascículos 2013 15Ciências Humanas e suas Tecnologias Compreendendo a Habilidade – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. C-5 H-23 06. Considere a situação-problema ocorrida em uma organização de saúde brasileira: ENFERMEIRA TROCA VACINA POR INSULINA E BEBÊS MORREM São Paulo, sábado, 10 de maio de 1997. Dois bebês com dois mesesde idade morreram em Santa Maria de Cambucá, no agreste de Pernambuco, após receberem injeções de insulina em vez de vacina tríplice. Segundo o secretário da Saúde do Estado, outras duas crianças entraram em convulsão por causa do erro, mas não correm risco de vida. A troca dos frascos – que, segundo o secretário, são parecidos – foi feita por uma enfermeira de nome não revelado, que trabalha no posto de saúde da cidade. De acordo ainda com o secretário, 30 crianças receberam a injeção do medicamento, usado no tratamento de diabetes. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff100513.htm – Acesso em: 01 de julho de 2013. Bebês morreram vítimas de um erro da auxiliar de enfermagem de um posto de saúde municipal a qual, ao invés da vacina tríplice (contra coqueluche, tétano e difteria), aplicou neles insulina. A enfermeira foi descuidada, desatenciosa, irresponsável e, por isso, deve ser julgada como a única causadora de tamanha desgraça? A pergunta implica muitos questionamentos. Será que ela recebeu formação profi ssional efi ciente? A instituição educacional que a habilitou ofereceu a ela um bom curso e fez corretamente a avaliação de suas competências? E o posto de saúde? Ela ocupava a função que realmente lhe competia? No entanto, é importante percebermos que não são apenas os indivíduos isoladamente que precisam atuar na sociedade guiando-se pelos princípios da cidadania. Considere as afi rmações. I. A situação-problema expressa no texto coloca um dilema: a auxiliar de enfermagem foi a única responsável ou o posto de saúde (a organização) também pode ser responsabilizado? II. O texto sugere que o trabalhador, no mundo atual, deve ter competências éticas e de cidadania, mas as organizações também devem ser cidadãs. III. O texto defende que, atualmente, a responsabilidade por erros cometidos por trabalhadores também pode ser das organizações que empregaram o trabalhador. É correto o que se afi rma em a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. DE OLHO NO ENEM É impossível falar de ética hoje sem falar de ética aplicada. O conceito “Ética Aplicada” surgiu nos anos 60 do século XX, por analogia com outras disciplinas, como a física aplicada, a sociologia aplicada, etc. e pretendeu, sobretudo, dar uma resposta às incertezas relativamente ao futuro das próximas gerações humanas provocadas pelo desenvolvimento tecnocientífi co. Os desastres ecológicos, a manipulação genética, a energia nuclear, etc., criaram preocupações relativamente à perversão das características únicas e essenciais do homem e relativamente aos efeitos remotos, cumulativos e irreversíveis da intervenção tecnológica sobre a natureza. Além disso, depois da queda do muro de Berlim (1989), acelera-se o fenômeno da globalização, com os novos problemas econômicos, políticos, sociais e culturais. Mudou a natureza do capital: apareceram os fl uxos fi nanceiros internacionais, com as multinacionais. Mudou a natureza do trabalho – antes, os fatores de produção eram três: o Trabalho, o Capital e a Terra; – hoje, a produção tornou-se mais intensiva no conhecimento. O saber constitui um fator de diferenciação no trabalho. O que vale é o trabalho qualifi cado e criativo. Mudou o papel do Estado. Com a globalização, o Estado tem de saber conciliar o nacional e o internacional e criar condições estruturais de competitividade em escala global. A moral tradicional (normativa), fundada na consciência individual, revela-se totalmente incapaz de responder aos problemas de um novo mundo e de uma nova sociedade. É prec iso uma moral que parta dum conceito de responsabilidade solidária. Vivemos num “novo mundo”: a aldeia global. Nesta aldeia global o que mais conta é a informação e conhecimento. Vivemos numa “nova sociedade”: a sociedade do conhecimento. O conhecimento exige capacidade de organizar a informação. E isso exige capacidade de dar à informação um valor, traçar-lhe um sentido e uma fi nalidade. É preciso uma ética que, sem abandonar as convicções, seja capaz de responder às seguintes questões: Para que serve a informação? Qual o sentido de tanta informação? Como poderemos utilizar a informação? Quais são os nossos deveres para com as novas gerações? O paradigma ético tradicional baseava-se numa concepção do mundo que dominou a cultura tradicional. As ciências da vida (homem, animal, vegetal e, até, mineral) tiveram um progresso vertiginoso sem terem em conta as ciências do homem (antropologia, sociologia, filosofia). Este progresso transformou-se numa perigosa ameaça à própria sobrevivência do homem e da natureza. É preciso criar uma ética que conjugue o saber científi co com o saber antropológico e cultural, que se harmonize com a globalização e a sociedade do conhecimento. A ética aplicada procura harmonizar-se com um mundo da complementaridade, supondo uma razão comunicativa e solidária. Parte da realidade (é indutiva) e serve-se de princípios para avaliar as consequências das ideias que orientam a intervenção na realidade. Enem em fascículos 2013 16 Ciências Humanas e suas Tecnologias Tais princípios resumem-se a quatro: 1º Princípio da autonomia (PA): “Não faças a outrem (pessoa ou grupo) aquilo que ele não faria a si mesmo, e faz-lhe aquilo que te prometeste a fazer-lhe de acordo com ele.” 2º Princípio da não malefi cência: “Na ignorância das reais consequências da nossa ação devemos ser cautelosos, de modo a que se não cause a terceiros malefi cências que podem ser evitadas”. 3º Princípio da benefi cência: “Faz aos outros o que é bom para eles”. 4º Princípio da justiça: “Os iguais devem ser tratados de igual forma e os diferentes de forma diferente”. A ética aplicada apela ao diálogo: a gravidade dos problemas da tecnociência (imprevisibilidade das consequências da capacidade da técnica científi ca) tornou as questões da aplicação da técnica científi ca em questões de cidadania. Três exigências orientam a ética aplicada: 1º exige-se que a opinião pública manifeste sua posição; 2º exige-se que os interesses particulares de cada grupo social se subordinem aos interesses coletivos; 3º exige-se que os objetivos econômicos, sociais, culturais e políticos sejam articulados entre si e com o princípio de um progresso orientado pelo respeito da solidariedade antropocósmica. EXERCÍCIOS PROPOSTOS Compreendendo a Habilidade – Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.C-5 H-24 01. (Enem-2012) É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder. MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997. Adaptado. A caracter íst ica de democracia ressa l tada por Montesquieu diz respeito a) ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo. b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis. c) à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis. d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências. e) ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais. Compreendendo a Habilidade – Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situações ou fatos de natureza histórico-geográfi ca acerca das instituições sociais, políticas e econômicas. C-3 H-14
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