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Cap. VI - Dos Crimes Contra a Liberdade Individual 
CAPÍTULO VI - DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL (ARTS. 146 A 154-B)
Seção I – Dos crimes contra a liberdade pessoal
Art. 146 - Constrangimento ilegal
Art. 147 - Ameaça
Art. 148 - Sequestro e cárcere privado
Art. 149 - Redução a condição análoga à de escravo
Seção II – Dos crimes contra a inviolabilidade do domicílio
Art. 150 - Violação de domicílio
Seção III – Dos crimes contra a inviolabilidade de correspondência
Art. 151 - Violação de correspondência
Art. 152 - Correspondência comercial
Seção IV – Dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos
Art. 153 – Divulgação de segredo
Art. 154 – Violação do segredo profissional
Art. 154-A – Invasão de dispositivo informático
 	 
Seção I – Dos crimes contra a liberdade pessoal (Arts. 146 a 149)
Art. 146 – Constrangimento ilegal
  Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
- Bem juridicamente tutelado: liberdade individual
 
Art. 5º, II, CF – “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
- Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum)
* Se for praticado por funcionário público será crime de exercício arbitrário ou abuso de poder (Art. 350, CP) – crime próprio
 
- Sujeito passivo: qualquer pessoa (crime comum)
 
* desde que tenha capacidade para entender que está sendo constrangida
 
- Elemento subjetivo: dolo (não há previsão para a modalidade culposa).
 
* dolo especial: constranger a vítima com o fim de que não faça o que a lei permite ou de que faça o que a lei não manda. – ex: constranger pessoa para ingerir bebida alcoólica, entregar documentos, confessar crime, ...
 
- Consumação e tentativa: a consumação se dá no momento em que a vítima deixa de fazer o que a lei permite ou faz o que lei não manda (crime material)
 
É possível a tentativa quando o sujeito constrange a vítima (exerce todos os atos executórios), mas ela não pratica a ação pretendida pelo agente.
- Classificação doutrinária: 
 
. crime comum . crime material
. unissubjetivo . de forma livre (“por qualquer outro meio”)
. instantâneo 
- Causa de aumento de pena (§1º):
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro*, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
* caput: detenção (3 meses a 1 ano) ou multa
 §1º: detenção e multa, em dobro
- Concurso de crimes (§2º): 
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
A doutrina majoritária entende que trata-se de concurso material, uma vez que a lei determina a cumulação das penas.
 
Ex: Bate na vítima para que ela assine determinado documento (responderá pelo constrangimento ilegal e pela lesão corporal)
- Exclusão do crime (§3º):
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II - a coação exercida para impedir suicídio.
OBSERVAÇÕES: 
Divergência acerca da natureza jurídica do Art. 146, §3º
1ª) Excludente de tipicidade (Greco) – “não se compreendem na disposição deste artigo” (não compõem o tipo penal – fato atípico) e não podemos exigir do médico uma conduta contrária, pois ele tem que salvar vidas. 
2ª) Excludente de ilicitude (Majoritária) – estado de necessidade para salvar a vida de outrem
Ex: testemunhas de Jeová. Alguém precisa de transfusão de sangue mas é da religião. O médico pratica constrangimento, mas não responde pelo crime. Constrange-se, pois provoca-se algo que, para o fiel, é uma espécie de violência.
 Constrangimento para satisfazer pretensão legítima é exercício arbitrário das próprias razões, cuja pena é mais branda (Art. 345, CP). Ex: constranger pedreiro com arma para que finalize a obra que está há meses parada; constranger pessoa para que pague dívida.
Tem aplicação subsidiária, ou seja, apenas haverá tal delito se não houver previsão de outro (ex: constrange vítima mediante grave ameaça para que mantenha relações sexuais – crime de estupro – Art. 213, CP). 
Art. 147 - Ameaça 
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
OBS:
Não há que se confundir o crime de constrangimento ilegal condicionado (mediante o emprego de ameaça – Art. 146) com o crime de ameaça: "aqui a finalidade do agente é simplesmente intimidar a vítima, ao passo que no constrangimento ilegal, é o meio de que o agente se serve para obter determinado comportamento da vítima"(CAPEZ, 2006, p. 291).
Ex: Se você contar o segredo, eu te mato! (A finalidade é de incutir medo – Ameaça)
 Se você não assinar o documento, amanhã irei na sua casa matar sua família. (A finalidade é conseguir a que o agente pratique a conduta – Constrangimento ilegal)
A ameaça é subsidiária ao delito de constrangimento ilegal, que pode se utilizar de outros meios (ex: violência) para conseguir o comportamento da vítima.
- Bem juridicamente tutelado: liberdade
 
- Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum)
  
- Sujeito passivo: qualquer pessoa (crime comum)
 
* desde que tenha capacidade para entender que está sendo ameaçada
 
- Elemento subjetivo: dolo (não há previsão para a modalidade culposa).
- Consumação e tentativa: a consumação se dá no momento em que a vítima toma conhecimento da ameaça (crime formal) – não importa se a vítima se sentiu intimidada (acreditou que o mal pode ocorrer), basta que a ameaça tenha a possibilidade de infundir temor ao homem comum.
 
É possível a tentativa quando o sujeito não toma conhecimento da ameaça (ex: carta ameaçadora foi extraviada)	
- Classificação doutrinária: 
 
. crime comum . crime formal
. unissubjetivo . de forma livre (“ou qualquer outro meio”)
. instantâneo  
- Ação penal: pública condicionada à representação (Art. 147, § único)
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
- Observação:
 
Não é possível falar em legítima defesa (Art. 25) quando estamos diante do crime de ameaça, uma vez que a legítima defesa é para repelir agressão atual (está acontecendo) ou iminente (prestes a acontecer), o que não é o caso da ameaça, que é uma promessa de agressão futura (dá tempo da vítima recorrer ao Estado, pedindo proteção das autoridades policiais).
Art. 148 - Sequestro e cárcere privado
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Não há relevante distinção entre sequestro e cárcere privado, tanto que estão previstos no mesmo tipo penal.
 
Sequestro: maior liberdade de locomoção (ex: ficar acorrentado em árvore; ficar retido em sítio)
Cárcere privado: lugar com menor liberdade de locomoção (pequeno espaço para a vítima se mover; local fechado)
 
Possui caráter subsidiário, ou seja, havendo outro tipo penal mais específico, não incorrerá no crime de sequestro e cárcere privado (ex: extorsão mediante sequestro do Art. 159, cuja finalidade é obter para si ou para outrem vantagem, utilizando-se para isso do sequestro).
- Bem juridicamente tutelado: liberdade
 
Direito de ir e vir (liberdade ambulatorial): Art. 5º, XV, CF
 
- Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum)
 
- Sujeito passivo: qualquer pessoa (crime comum)
 
* inclusive quem não tem a capacidade para entender que está com a liberdade constrangida (loucos, recém-nascidos, ...), já que pode ir e vir com a ajuda de alguém.
- Elemento subjetivo: dolo 
 
* não há previsão para a modalidade culposa.
 
- Consumação e tentativa: a consumação se dá
no momento em que se retira a possibilidade de locomoção da vítima (crime material)
OBS:
Trata-se de crime permanente (sua consumação se prolonga no tempo), permanecendo em estado de flagrância até que cesse a privação da liberdade da vítima.
 
É possível a tentativa quando o sujeito pratica todos os atos executórios, mas é impedido de consumar o delito por circunstâncias alheias (ex: prende as mãos da vítima para levá-la ao cárcere, mas em segundo, a polícia chega e impede o delito)
- Modalidade comissiva e omissiva:
 
. conduta comissiva (detenção): trancar alguém em determinado local
. conduta omissiva (retenção): não abrir a porta para alguém que esteja trancado
- Modalidades qualificadas (§1º e §2º)
 
Se a situação abranger os dois §§, deve-se aplicar somente um (o que prevê a pena mais grave).
 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
        I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
        II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
        III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
        IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 
        V – se o crime é praticado com fins libidinosos. 
Análise dos incisos:
II) Ex: filho que interna o pai para controlar os negócios da família
V)  Se sequestra com o fim de praticar ato libidinoso (conjunção carnal, sexo anal, sexo oral, ...) e de fato pratica tal ato, o agente responderá em concurso de crimes pelo sequestro e pelo delito sexual, como p. ex., estupro.
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
        Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Ex: Se a vítima fica dias sem comer.
Art. 149 - Redução a condição análoga à de escravo 
Crime intimamente ligado ao trabalho. É forçar a um trabalho excessivo, a uma jornada excessiva, com condições de trabalho degradantes, ou, por qualquer meio, limitar a capacidade de locomoção para outro lugar. Se o patrão limita o empregado a sair do local de trabalho (retenção de documentos, dívida, etc ...), está limitando seu direito de ir e vir, logo, incorrerá na conduta típica do Art. 149.
Acontece muito em fazendas (o trabalhador rural é obrigado a comprar seus alimentos de seu próprio empregador, cujos preços são elevados, acabando tendo que trabalhar para pagar as dívidas, sendo, portanto, impossibilitado de largar o trabalho até que pague toda a dívida). 
 
- Bem juridicamente tutelado: liberdade
 
- Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum)
 
- Sujeito passivo: qualquer pessoa (crime comum)
 
- Elemento subjetivo: dolo (vontade de reduzir alguém à condição análoga à de escravo)
 
* não há previsão para a modalidade culposa.
 
- Consumação e tentativa: a consumação se dá no momento em que a vítima é privada de sua liberdade em razão de condições de trabalho – crime material e permanente (a consumação se prolonga no tempo)
 
É possível a tentativa, quando o agente não consegue o resultado de submissão da vítima à sua vontade (ex: a vítima percebe as péssimas condições de trabalho e foge).
- Modalidade equiparada (§1º):
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: 
   I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;         
 II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. 
* Dolo especial: “com o fim de retê-lo no local de trabalho”
- Causa de aumento de pena (§2º):
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:         
 I – contra criança ou adolescente;         
 II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. 
OBS: criança = menor de 12 anos (Art. 2º, Lei 8.069 de 90 – ECA)
Exercício:
Constituem crimes contra a liberdade pessoal, EXCETO:
 Constrangimento ilegal
 Ameaça
 Sequestro
 Redução a condição análoga à de escravo
 Violação de domicílio
Exercício:
Constituem crimes contra a liberdade pessoal, EXCETO:
 Constrangimento ilegal Art. 146
 Ameaça Art. 147
 Sequestro Art. 148
 Redução a condição análoga à de escravo Art. 149
 Violação de domicílio Art. 150 (Seção II – Crime contra a inviolabilidade de domicílio)
OBS: TODOS constituem crimes contra a liberdade INDIVIDUAL, mas só os primeiros são crimes contra a liberdade PESSOAL (Seção I).
Seção II – Dos crimes contra a inviolabilidade de domicílio
Art. 150 - Da violação de domicílio
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
*
Entrar = invadir
Permanecer = não querer sair
Clandestinamente = sem que seja visto
Astuciosamente = se disfarça para entrar, levando a vítima a erro (ex: se faz passar por entregador)
Rol exemplificativo. Existem outros meio de entrar, por ex., ingresso forçado (usa-se da força para entrar)
- Bem juridicamente tutelado: liberdade e tranquilidade doméstica
Art. 5º, XI, CF – “A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem o consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”
* Conceito de casa (§4º): 
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
       I - qualquer compartimento habitado; (apartamento, barraco)
     II - aposento ocupado de habitação coletiva; (quarto ocupado de pensão, hotel, motel)
    III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. (escritório, consultório, oficina, ateliê)
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
        I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; (quarto ocupado é casa)
        II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
- Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum)
 
* o proprietário do imóvel também pode ser sujeito ativo, de modo que pode querer ingressar no imóvel que está locado sem o consentimento do locatário
 
- Sujeito passivo: qualquer pessoa (crime comum)
- Elemento subjetivo: dolo (entrar ou permanecer na casa)
 
* não há previsão para a modalidade culposa.
- Consumação e tentativa: a consumação se dá no momento em que ocorre o ingresso no domicílio ou a recusa em dele sair – Crime de mera conduta (o tipo penal não tem previsão de resultado).
Será crime instantâneo na modalidade “entrar” e permanente na modalidade “permanecer”.
É possível a tentativa (ex: pessoa surpreendida pelos seguranças enquanto tentava pular o muro).
 
- Modalidade qualificada (§1º): 
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
Há uma diminuição das chances de defesa.
- Causa de aumento de pena (§2º):
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
Funcionário público = definição no Art. 327, CP
Ex: oficial de justiça que vai fazer busca e apreensão na casa sem ter mandado judicial.
 
- Exclusão do crime (Art. 150, §3º, CP e Art 5º, XI, CF)
 
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
        I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
    II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.
Art. 5º, XI, CF – “A casa é asilo inviolável do
indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem o consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.”
- Observações:
Se o indivíduo está afastado da casa (ex: viajando), mas a ocupa com habitualidade, ninguém poderá invadi-la; se a casa não é habitada, não haverá crime, pois não se está perturbando a liberdade de ninguém.
Se a invasão de domicílio se deu como meio para a prática de outro crime (roubo, estupro, ...) será por ele absorvido, desde que seja um crime mais grave.
Seção IV – Dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos (Arts. 153 a 154-B)
Art. 154-A – Invasão de dispositivo de informática
Art. 154-A.  Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:      
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa
Introduzido pela Lei 12.737 de 2012 (Lei Carolina Dieckman) 
* Dispositivo de informática = qualquer aparelho capaz de receber dados (smartphones, computadores, tablets) 
** Instalar vulnerabilidades = programas que deixem os dados do proprietário vulneráveis (vírus)
- Bem jurídico tutelado: liberdade individual e direito à intimidade (inviolabilidade de dados e informações)
 
- Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum)
 
- Sujeito passivo: qualquer pessoa (crime comum)
 
- Consumação e tentativa: a consumação se dá no momento em que o dispositivo é invadido, mediante violação de mecanismo de segurança (não importa se o agente não conseguiu obter, destruir, adulterar dados, ...)
  
A tentativa se dá quando o agente é pego tentando invadir o dispositivo (ex: tenta descobrir a senha, mas não consegue)
- Elemento subjetivo: dolo
 
* dolo especial: com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa
 
** não há previsão para a modalidade culposa
 
- Modalidade equiparada (§1º): 
§ 1o  Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.
- Causas de aumento de pena (§2º e §5º):
 
§ 2o  Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.    
§ 5o  Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra:        
I - Presidente da República, governadores e prefeitos;        
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;        
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou        
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. 
- Modalidade qualificada (§3º): 
§ 3o  Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.  
- Causa de aumento de pena da modalidade qualificada (§4º):
§ 4o  Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.
- Ação penal: pública condicionada à representação (Art. 154-B), salvo se o crime for cometido contra a Administração Pública, ... (ação penal pública incondicionada)
Art. 154-B.  Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos. 
Exercícios:
Uma barraca de camping que seja habitada por uma família por alguns dias não se equipara à sua casa para fins da prática do delito de violação de domicílio, visto que seus habitantes não a ocupam em caráter permanente.
Certo ou Errado?
Errada. Para fins penais, não se exige a ocupação em caráter permanente, visto que quarto de hotel é considerado casa.

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