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Civil Ana Paula 1 parte

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Direito Civil I 
Profª Adlênia Ismerim Santos 
e-mail: prof.adlenia@gmail.com 
Plano de Aula 5 
PESSOA JURÍDICA 
Estrutura do conteúdo: 
PESSOA JURÍDICA 
1. Conceito; natureza jurídica; classificação e 
constituição. 
2. Nacionalidade e domicílio. 
3. A desconsideração da personalidade da pessoa 
jurídica. 
4. Regime jurídico das associações e fundações. 
5. Extinção das Pessoas Jurídicas 
1. CONCEITO - NATUREZA JURÍDICA - 
CLASSIFICAÇÃO E CONSTITUIÇÃO. 
1.1. Conceito 
A pessoa jurídica pode ser conceituada com o grupo 
humano criado na forma da lei para a realização de 
objetivos comuns, dotado de personalidade jurídica 
própria. 
São entidades a que a lei confere personalidade, 
capacitando-as a ser sujeitos de direitos e obrigações. 
 
 
“Conjunto de pessoas ou bens, dotado de 
personalidade jurídica própria e constituído na 
forma da lei, para a consecução de fins comuns” 
(CARLOS ROBERTO GONÇALVES). 
“Grupo humano criado por lei e com 
personalidade jurídica própria, para a realização 
de fins comuns” 
(PABLO STOLZE E RODOLFO PAMPLONA FILHO) 
“Conjunto de pessoas ou bens, arrecadados, que 
adquirem personalidade jurídica própria por uma 
ficção legal” 
(FLÁVIO TARTUCE) 
Característica principal - atuam na vida jurídica com 
personalidade diversa da dos indivíduos que as compõem. 
 
Outras denominações - ao longo do tempo as pessoas 
jurídicas foram chamadas de pessoas: sociais, morais, 
coletivas, intelectuais, místicas, universais, etc. 
Cada país possui uma denominação para tais entidades: 
* França e Suíça => pessoas morais; 
* Portugal => pessoas coletivas; 
* Argentina => entes de existência ideal; 
* Brasil, Alemanha, Espanha e Itália => pessoa 
jurídica. 
1.2. Natureza Jurídica – teorias. 
Tratar da natureza jurídica é observar a origem 
jurídica de determinados institutos ou conceitos jurídicos. 
 
No caso das pessoas jurídicas, existem diversas teorias 
visando justificar a sua existência ou suscitar sua 
inviabilidade jurídica. 
 
Existem teorias, em número reduzido, que negam a 
existência da pessoa jurídica (teorias negativistas), pois 
não aceitam que uma associação formada por um grupo de 
indivíduos possa ter personalidade própria, isto é, não 
admitem que pessoas jurídicas possam ser sujeitos de 
direito, pois para eles somente as naturais possuem essa 
qualidade. 
 
 
Contudo, existem outras (teorias afirmativistas), em 
maior número, que procuram explicar a existência desse 
fenômeno jurídico. 
 
As diversas teorias afirmativistas podem ser reunidas 
em dois grupos: o das teorias da ficção e os das teorias da 
realidade. 
TEORIA DA FICÇÃO 
TEORIAS AFIRMATIVISTAS 
TEORIA DA REALIDADE 
 TEORIAS DA FICÇÃO - dividem-se em duas categorias: 
ficção legal e ficção doutrinária: 
 
FICÇÃO LEGAL: desenvolvida por Savigny, sustenta que 
a pessoa jurídica constitui uma criação artificial da lei. É 
um ente fictício, posto que somente a pessoa natural 
pode ser sujeito da relação jurídica e titular de direito 
subjetivo. 
 
FICÇÃO DOUTRINÁRIA: afirma que a pessoa jurídica é 
criação dos juristas, da doutrina. Para os seguidores 
dessa teoria, a pessoa jurídica não possui existência real, 
apenas intelectual, ou seja, é fruto da criação da 
inteligência dos juristas, sendo uma mera ficção criada 
pela doutrina. 
 CRÍTICA => a crítica que se faz as duas teorias é que o 
Estado é uma pessoa jurídica. Dizer-se que o Estado é 
uma ficção é o mesmo que dizer que o direito, que dele 
emana, também o é. 
 TEORIAS DA REALIDADE 
 
Para tais teorias, as pessoas jurídicas são realidades 
vivas, com existência própria do mesmo modo que os 
indivíduos. 
 
Divergem seus adeptos apenas no modo de apreciar a 
realidade, dando origem a várias concepções, dentre elas: 
realidade objetiva, realidade jurídica ou institucional e 
realidade técnica. 
 
REALIDADE OBJETIVA: sustenta que a pessoa jurídica 
é uma realidade sociológica, possuidora de vida própria, 
que nasce por imposição das forças sociais (GIERKE e 
ZITELMANN). 
 
REALIDADE JURÍDICA ou INSTITUICIONAL: 
assemelha-se à primeira. Considera as pessoas jurídicas 
como organizações sociais destinadas a um serviço ou 
ofício, e, por isso, personificadas (HAURIOU). 
REALIDADE TÉCNICA: entendem seus adeptos, 
especialmente IHERING, que a personificação dos grupos 
sociais é expediente de ordem técnica, a forma 
encontrada pelo direito para reconhecer a existência de 
grupos de indivíduos, que se unem na busca de fins 
determinados. Isto é, a personificação é atribuída a 
grupos em que a lei reconhece vontade e objetos 
próprios (CAPITANT, COLIN e SALEILLES) (corrente mais 
aceita). 
 
REALIDADE TÉCNICA: corresponde a teoria adotada 
pelo direito brasileiro (art. 45, CC), sustentaria que a 
pessoa jurídica teria existência real, não obstante a sua 
personalidade ser conferida pelo direito. Seria, pois, uma 
teoria intermediária. 
 
 
“Art. 45, CC - Começa a existência legal das 
pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo 
registro, precedida, quando necessário, de 
autorização ou aprovação do poder executivo, 
averbando-se no registro todas as alterações por 
que passar o ato constitutivo. 
 
Parágrafo único – Decai em três anos o direito de 
anular a constituição das pessoas jurídicas de 
direito privado, por defeito do ato respectivo, 
contado o prazo da publicação e sua inscrição no 
registro.” 
CRÍTICAS => as primeiras (realidade objetiva e 
jurídica) são criticadas porque não explicam como os 
grupos sociais adquirem personalidade. Isto é, não 
explicam como os grupos sociais, que não possuem 
vida própria e personalidade, podem adquiri-la e se 
tornarem sujeitos de direitos e obrigações. Assim como, 
não esclarecem a existência das sociedades que se 
organizam sem a finalidade de prestar um serviço ou de 
preencher um ofício, como as fundações. 
Quanto à Teoria da Realidade Técnica, MARIA HELENA 
DINIZ prefere denominá-la como Teoria da Realidade das 
Instituições Jurídicas (de HAURIOU) opinando que a 
“personalidade jurídica é um atributo que a ordem 
jurídica estatal outorga a entes que o merecem. Logo, 
essa teoria é a que melhor atende à essência da pessoa 
jurídica, por estabelecer com propriedade, que a pessoa 
jurídica é uma realidade jurídica”. (FLÁVIO TARTUCE, 
p.234, 6ª ed.) 
CONCLUSÃO => a personalidade jurídica é um 
atributo que o Estado defere a algumas entidades que 
possuem merecimento para tal. Esse benefício não é 
outorgado pelo Estado de maneira arbitrária, mas sim 
tendo em vista determinada situação, que já se encontra 
devidamente concretizada, e desde que preenchidos 
determinados requisitos estabelecidos pelo Estado. 
1.3. Classificação. Esquemas. 
- nacionais 
 Quanto à Nacionalidade 
- estrangeiras 
 
 
 
- corporação 
 Quanto à Estrutura Interna 
- fundação 
 
 
- p. j. de direito público 
 Quanto à Função 
- p. j. de direito privado 
 
- CORPORAÇÕES => 
associações, sociedades civis 
simples e empresárias, partidos 
políticos e sindicatos. 
 P. J. Direito Privado 
 
- - FUNDAÇÕES 
 
 
 
 
 
- EXTERNO => Nações 
estrangeiras, Santa Sé, 
Organismos Internacionais 
 ADM. DIREITA => 
União, Estados, 
D.F., Territórios e 
Municípios. 
 P. J. Direito Público 
- INTERNO 
ADM. INDIRETA => 
Autarquias 
(ANATEL), 
Fundações 
Públicas, etc.. 
 
1.3. Classificação. 
 QUANTO À NACIONALIDADE: ver Art. 11, Lei deIntrodução as normas do direito brasileiro. 
a) nacionais 
Nacional é a sociedade organizada em conformidade 
com a lei brasileira e que tenha no Brasil a sede de sua 
administração. (CC, art. 1.126 / CF, arts. 176, § 1º e 222) 
 
b) estrangeiras 
Sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, 
não pode, sem autorização do Poder Executivo, 
funcionar no País, ainda que por estabelecimentos 
subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos 
expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima 
brasileira. (CC, art. 1.134) 
 
 
 QUANTO À ESTRUTURA INTERNA: 
a) Corporação (universitas personarum): 
Conjunto ou reunião de pessoas, reunidas para a 
melhor realização de seus objetivos. 
Aspecto dominante => é o pessoal (pessoas). 
Dividem-se em partidos políticos e entidades 
religiosas, associações e sociedades, que podem ser 
simples e empresárias. 
 
b) Fundação (universitas bonorum): 
Compõe-se de um patrimônio personalizado, 
destinado a um determinado fim. 
Aspecto dominante => é o patrimonial. 
 
CORPORAÇÃO FUNDAÇÃO 
Aspecto dominante => é o 
elemento pessoal. 
 
Patrimônio => elemento 
secundário. 
Aspecto dominante => é o 
patrimonial. 
 
Patrimônio => elemento 
essencial. 
Objetivo => realização de 
fins internos, estabelecidos 
pelos sócios. 
 
Objetivos => voltados para o 
interesse e bem-estar de 
seus membros, visando 
atingir fins internos e comuns. 
Objetivo => são externos, 
estabelecidos pelo instituidor. 
 
 
 
 
 
 
 QUANTO À FUNÇÃO (ou órbita de atuação) e 
CAPACIDADE : 
a) PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO: é o 
conjunto de pessoas e bens que visa atender a 
interesses públicos, sejam internos ou externos. 
 
a.1) EXTERNO (Nações estrangeiras, Santa Sé, 
Organismos Internacionais): 
 
São os Estados da comunidade internacional, isto é, 
todas as pessoas regidas pelo direito internacional 
público: as diversas nações estrangeiras, inclusive a Santa 
Sé (cúpula governativa da Igreja Católica) e os organismos 
internacionais (como a ONU, OEA, FAO, Unesco, etc.) (CC, 
art. 42). 
 
a.2) INTERNO: (CC,art. 41) 
Podem ser classificadas em: 
• Administração direta (União, Estados, Distrito 
Federal, Territórios, Municípios). 
• Administração indireta (Autarquias - Banco Central, 
USP,UFRJ, INSS, ANATEL, ANVISA, INPI, CVM,INMETRO 
-, inclusive as Associações Públicas – Conselhos de 
classe, etc. -, Fundações Públicas e as demais 
Entidades de caráter público criadas por lei). 
 
São órgãos descentralizados, criados por lei, com 
personalidade jurídica própria para o exercício de 
atividade de interesse público. (CC, art. 41) 
 
 
b) PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO: CC, art. 
44. 
 
- CORPORAÇÕES => associações, sociedades civis 
(simples e empresárias), organizações religiosas, 
partidos políticos, empresas individuais de 
responsabilidade limitada (LEI 12.441/2011) e 
“sindicatos” (não consta no dispositivo) => reunião de 
pessoas. 
- FUNDAÇÕES PARTICULARES => reunião de bens. 
 
São ainda pessoas jurídicas de direito privado, como 
“exceções”: EMPRESA PÚBLICA, SOCIEDADES DE 
ECONOMIA MISTA. (ver parágrafo único do artigo 41 do 
Código Civil) 
CORPORAÇÕES 
ASSOCIAÇÃO SOCIEDADE 
ART 53, CC. Constituem-se as associações 
pela união de pessoas que se organizam para 
fins não econômicos. 
 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, 
direitos e obrigações recíprocos. 
ART 981, CC. Celebram contrato de 
sociedade as pessoas que reciprocamente 
se obrigam a contribuir, com bens ou 
serviços, pra o exercício de atividade 
econômica e a partilha, entre si, dos 
resultados. 
Parágrafo único. A atividade pode 
restringir-se à realização de um ou mais 
negócios determinados. 
 
ART 982, CC. Salvo as exceções expressas, 
considera-se empresária a sociedade que 
tem por objeto o exercício de atividade 
própria de empresário sujeito a registro 
(art. 967); e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente do 
seu objeto, considera-se empresária a 
sociedade por ações; e simples a 
cooperativa. 
 
=> PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO: CC, art. 
44. 
 
b.1) Associações => entidades que não têm fins 
lucrativos, mas religiosos, morais, culturais, desportivos ou 
religiosos. (CC, art. 53) 
 
b.2) Sociedades simples => têm fim econômico e são 
constituídas, em geral, por profissionais liberais ou 
prestadores de serviços. 
 
b.3) Sociedades empresárias => também visam lucro. 
Distinguem-se das sociedades simples jurídicas porque têm 
por objeto o exercício de atividade própria de empresário 
sujeito ao registro previsto no art. 967, CC. 
 
b.4) Organizações religiosas => têm fins pastorais e 
evangélicos e tratam da complexa questão da fé, 
distinguindo-se das demais associações civis. 
Enunciado 143 da Jornada de Direito Civil => “a 
liberdade religiosa consagrada constitucionalmente (CF, 
art. 19), restringe-se ao culto e a liturgia, não sendo 
admitido o desenvolvimento de atividades empresariais, 
jornalísticas e educacionais, ainda que os resultados 
econômicos sejam voltados para dar sustentação a 
projetos desenvolvidos pela respectiva comunidade 
religiosa”. 
 
b.5) Partidos políticos => têm fins políticos, não se 
caracterizando pelo fim econômico ou não. 
 
 
b.6) Empresas individuais de responsabilidade 
limitada (EIRELI) => bifurcação do patrimônio do 
empresário individual em dois diferentes campos: o 
patrimônio da pessoa física e o patrimônio da pessoa 
jurídica. 
Somente podem ser constituídas por pessoas 
naturais, não se tolerando uma empresa individual de 
responsabilidade limitada criada por outra pessoa jurídica. 
(Enunciado 468, Jornada de Direito Civil) 
Não se trata de uma sociedade (até porque inexiste 
pluralidade de pessoas), mas de um novo ente 
personificado. (Enunciado 469, Jornada de Direito Civil) 
Art. 480-A do C.C. => regras para a criação de tais 
empresas => capital social superior a cem vezes o valor do 
salário mínimo vigente. 
 
 
b.7) Sindicatos => embora não mencionados no art. 44 
do CC, têm a natureza de associação civil (art. 8º, CF; arts. 
511 e 512, CLT). 
 
b.8) Fundações particulares => acervo de bens que 
recebe personalidade para a realização de fins 
determinados (art. 62, parágrafo único) 
 
=> PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO: 
exceções – parágrafo único do artigo 41, CC: 
 
EMPRESA PÚBLICA => entidade com patrimônio 
próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a 
exploração de atividade econômica que tenha que ser 
exercida pelo governo. Ex.: Caixa Econômica Federal, 
Correios, etc.. 
 
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA => entidade 
criada por lei para exploração de atividade econômica 
sob forma de sociedade anônima, cujas ações com direito 
a voto pertençam, em sua maioria à União ou à 
Administração Indireta. Ex.: Banco do Brasil, Petrobrás, 
Banco do Nordeste, etc.. 
 
 
“Art. 41, CC – parágrafo único – Salvo disposição 
em contrário, as pessoas jurídicas de direito 
público, a que se tenha dado estrutura de direito 
privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu 
funcionamento, pelas normas deste Código.” 
“Enunciado n. 141 do CJF/STJ – III Jornada de 
Direito Civil – a remissão do art. 41, parágrafo 
único, do CC, às ‘pessoas jurídicas de direito 
público, a que se tenha dado estrutura de direito 
privado’, diz respeito às fundações públicas e aos 
entes de fiscalização do exercício profissional.” 
- PARTIDOS POLÍTICOS: 
Associações civis que têm por escopo assegurar 
dentro do regime democrático, os direitos fundamentais 
estatuídos pelo CF/88. 
 
Foram considerados comopessoa jurídica de direito 
privado pela lei 9.096, de 19.09.1995, que dispõe em seu 
art. 1º: “O partido político, pessoa jurídica de direito privado, 
destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, 
a autenticidade do sistema representativo e a defender os 
direitos fundamentais definidos na Constituição Federal”. 
1.4. Constituição. 
 PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA: Teorias. 
a) Sistema da livre formação 
A pessoa jurídica pode ser formada sem observância 
de quaisquer requisitos, bastando a instituição dos seus 
estatutos ou contratos sociais. 
 
b) Sistema do reconhecimento 
Indica que a pessoa jurídica somente adquire a 
personalidade jurídica após a chancela estatal. 
 
c) Sistema misto ou eclético 
Observa que a pessoa jurídica tem existência valida, 
condicionada ao respeito às estipulações legais. 
 
1.4. Constituição. 
 REQUISITOS: 
a) Vontade humana criadora 
A intenção de criar uma entidade distinta da de seus 
membros. 
 
Referida vontade materializa-se no ato de 
constituição, que deverá ser escrito. 
 
Para que uma pessoa jurídica seja criada, são 
necessárias duas ou mais pessoas com vontades 
convergentes, ligadas por uma intenção comum. 
 
 
b) Observância das condições legais 
Instrumento particular ou público, registro e 
autorização ou aprovação do Governo. 
 
O ato constitutivo é o requisito formal exigido pela 
lei, denominado: 
ESTATUTO => associações sem fins lucrativos; 
CONTRATO SOCIAL => sociedades, simples ou 
empresárias (as antigas sociedades civis ou comerciais); 
ESCRITURA PÚBLICA ou TESTAMENTO => das 
fundações (art. 62, CC). 
REGISTRO => pessoa jurídica de direito privado para 
que tenha existência legal terá que levar seu ato 
constitutivo a registro, senão será uma mera “sociedade 
de fato” ou “sociedade não personalizada”. 
 
 
c) Liciedade de seus objetivos 
Objetos ilícitos ou nocivos constituem causa de 
extinção da pessoa jurídica (art. 69, CC). 
 
Assim, para a formação da pessoa jurídica é 
indispensável a liciedade de seu objetivo, assim como, 
deverá ser o mesmo determinado e possível. 
 
Sociedades civis ou comerciais => objetivo de ser o 
lucro pelo exercício da atividade. 
 
Fundações => os fins podem ser religiosos, morais, 
culturais ou de assistência (art. 62, parágrafo único, CC). 
 
Associações sem fins lucrativos ou associações de 
fins não econômicos => os objetivos são de natureza 
cultural, educativa, esportiva, religiosa, filantrópica, 
recreativa, moral, etc. (art. 53, CC). 
 
OBS.: Pessoas jurídicas de direito público => 
existência => decorre de outros fatores, como a lei e o ato 
administrativo, assim como de fatos históricos, de 
previsão constitucional e de tratados internacionais, 
sendo regidas pelo direito público e não pelo Código Civil. 
 
1.4. Constituição. 
 AQUSIÇÃO OU SURGIMENTO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA: 
a) Registro dos atos constitutivos 
O art. 45, do CC determina que a pessoa jurídica passa 
a ter existência legal a partir do registro dos seus atos 
constitutivos (contrato social ou estatuto). Sem o 
registro, a sociedade será reconhecida como sociedade 
irregular ou de fato. 
 
b) Pré-requisitos do registro 
O contrato ou estatutos sociais devem seguir as 
exigências do art. 46, do CC. 
 
 PARTIDOS POLÍTICOS E INSTITUÇÕES SINDICAIS: 
Precisam, além do registro no Cartório de Títulos e 
Documentos, serem, respectivamente inscritos perante o 
TSE e o Ministério do Trabalho, neste último caso para a 
garantia do princípio da unicidade sindical (um sindicato de 
cada categoria por base territorial, esta não inferior a um 
município). 
 SOCIEDADES IRREGULARES OU DE FATO: 
As sociedades irregulares ou de fato são aquelas que 
possuem atos constitutivos ainda não registrados ou que 
sequer possuem ditos atos. 
 
A responsabilidade civil, nestes casos, é dos próprios 
sócios, na forma do art. 990, do CC. Dita responsabilidade 
é ilimitada. 
 
Credores particulares do sócio => somente podem 
executar a participação que o referido sócio tem na 
sociedade caso não existam outros bens desembaraçados. 
Credores da sociedade => devem executar primeiro 
os bens da sociedade e somente depois os bens 
particulares dos sócios. 
Neste caso cabe ao sócio (desde que não seja o que 
contratou em nome da sociedade) invocar o benefício de 
ordem. (“Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do 
benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que 
contratou pela sociedade). 
 
Regulamentação posterior da sociedade => em 
relação aos fatos ocorridos antes da regulamentação, o 
tratamento a ser dado é exatamente o mesmo citado 
anteriormente. 
 ENTES DESPERSONALIZADOS: 
Correspondem a meros conjuntos de pessoas e de 
bens que não possuem personalidade própria ou 
distinta, não constituindo pessoa jurídica. 
São exemplos algumas das pessoas previstas no art. 
12, do CPC, pois referida relação é meramente 
exemplificativa (não exaustiva): 
 
a) Massa falida representada pelo síndico => 
conjunto patrimonial, criado pela lei, para exercer os 
direitos do falido, podendo agir, inclusive, contra ele. Surge 
coma prolação da sentença declaratória de falência, que 
importa na perda do direito à indenização e à disposição dos 
bens do devedor. 
b) Herança jacente ou vacante representada pelo 
curador => São institutos do Direito da Sucessão – arts. 
1.819 a 1.823, CC. 
Herança jacente => é o acervo patrimonial deixado 
pelo de cujos, sem testamento ou herdeiro legítimo 
notoriamente conhecido, que deverá ser arrecadado, 
ficando sob a guarda e administração de um curador, até 
a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à 
declaração de sua vacância. 
 
Herança vacante => é declarada quando, praticadas 
todas as diligências de arrecadação e ultimato do 
inventário (expedição de editais na forma da lei processual), 
decorrido um ano de sua primeira publicação, não haja 
herdeiro habilitado ou penda habilitação. 
 
c) Espólio pelo inventariante 
 
Espólio => conjunto de direitos e obrigações do 
falecido, ou seja, corresponde a massa patrimonial 
deixada pelo autor da herança, que se constitui logo após 
o seu desaparecimento. 
Sua administração e representação cabe ao 
inventariante, mas antes de sua nomeação judicial, o 
espólio continuará sendo administrado pelo administrador 
provisório (art. 1.797, CC) 
 
d) Sociedades sem personalidade jurídica pelos seus 
administradores 
 
e) Condomínio pelo síndico 
 
É o conjunto de bens em copropriedade, com 
tratamento específico no livro que trata do Direito das 
Coisas. 
 
O condomínio possibilita a titularidade coletiva de 
determinado bem, cabendo a qualquer dos co-
proprietários igual direito sobre o todo e cada uma das 
partes. 
 
Para muitos doutrinadores, constitui uma pessoa 
jurídica o condomínio edilício, o que justifica a sua 
inscrição no CNPJ (Cadastro Nacional das Pessoas 
Jurídicas), mas tal questão não é pacífica perante a doutrina. 
 
Espécies: 
 
Condomínio em geral (art. 1.314 a 1.330, CC) => 
administração => atribuída mediante deliberação da 
maioria, admitida também uma outorga tácita de poderes. 
 
Condomínio edilício ou horizontal (arts. 1.331 a 1.358, 
CC) => administração => art. 1.347, CC => assembléia 
geral escolherá um síndico, que poderá ser um condômino 
ou não. 
Alguns autores como o professor Flávio Tartuce, 
relacionam como entes despersonalizados além dos 
presentes no art. 12 do CPC: 
 
f)família 
 
Pode ter origem no casamento, união estável ou 
entidade monoparental (CF/88, art. 226). 
 
A família, base da sociedade, é mero conjunto de 
pessoas não possuindo sequer legitimidade ativa ou 
passiva no campo processual. 
g) Sociedade de fato 
 
São grupos despersonalizados presentes nos casos 
envolvendo empresas que não possuem sequer 
constituição (estatuto ou contrato social), bem como a 
união de pessoas impedidas de casar, nos caso de 
concubinato (CC, art. 1.727). 
 
h) Sociedade irregular 
 
Ente despersonalizado constituído por empresas que 
possuem estatuto e contrato social que não foi 
registrado, como por exemplo o caso da sociedade anônima 
não registrada na Junta Comercial estadual (CC, art. 986). 
 
Bibliografia 
• Nome do livro: Curso de Direito Civil. Vol 1 
Parte Geral - ISBN. 8530927923 
• Nome do autor: NADER, Paulo. 
• Editora: Forense 
• Ano: 2008 
• Edição: 5ª. 
• Nome do capítulo: A codificação do Direito 
Civil 
• N. de páginas do capítulo: 16

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