Buscar

CADERNO DE PROCESSO PENAL PARTE II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 155 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 155 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 155 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

1 
 
Processo Penal – Parte II 
PRISÕES E MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PESSOAL, LIBERDADE 
PROVISÓRIA E FIANÇA ............................................................................................................. 8 
1. CONCEITO DE PRISÃO ................................................................................................ 8 
2. ESPÉCIES DE PRISÃO ................................................................................................. 8 
2.1. PRISÃO EXTRAPENAL ........................................................................................... 8 
2.1.1. Prisão civil .......................................................................................................................... 8 
2.1.2. Prisão do falido ................................................................................................................... 9 
2.1.3. Prisão administrativa ........................................................................................................ 10 
2.1.4. Prisão disciplinar ............................................................................................................... 12 
2.2. PRISÃO PENAL (PRISÃO-PENA) ......................................................................... 12 
2.3. PRISÃO CAUTELAR (PRISÃO PROCESSUAL/PROVISÓRIA) ............................ 12 
3. A LEI 12.403/11 – A NOVA LEI DE PRISÕES ............................................................. 12 
3.1. REFORMA DO CPP .............................................................................................. 13 
3.2. LEI 12.403/11 E SUA APLICAÇÃO NO TEMPO .................................................... 13 
4. TUTELA CAUTELAR NO PROCESSO PENAL ............................................................ 14 
4.1. MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA CIVIL .................................................. 15 
4.2. MEDIDAS CAUTELARES RELATIVAS À PROVA ................................................ 15 
4.3. MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PESSOAL .......................................... 16 
5. LEI 12.403/11 E O FIM DA BIPOLARIDADE DAS MEDIDAS CAUTELARES DE 
NATUREZA PESSOAL .............................................................................................................. 17 
6. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS ÀS MEDIDAS CAUTELARES ........................................... 18 
6.1. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA .................................................... 18 
6.2. PRINCÍPIO DA JURISDICIONALIDADE ................................................................ 21 
6.3. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE .............................................................. 21 
6.3.1. Adequação ....................................................................................................................... 21 
6.3.2. Necessidade ..................................................................................................................... 22 
6.3.3. Proporcionalidade em sentido estrito ................................................................................ 22 
6.4. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DE FUNDAMENTAÇÃO DA PRISÃO 
CAUTELAR PELA AUTORIDADE JUDICIÁRIA COMPETENTE ........................................... 23 
7. PRESSUPOSTOS DAS MEDIDAS CAUTELARES ...................................................... 23 
7.1. FUMUS COMISSI DELICTI (fumaça do cometimento de delito) ............................ 23 
7.2. PERICULUM LIBERTATIS (perigo na liberdade) ................................................... 24 
8. MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO ..................................................... 24 
8.1. PROCEDIMENTO PARA APLICAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES DE 
NATUREZA PESSOAL DIVERSAS DA PRISÃO ................................................................... 25 
 
2 
 
8.2. APLICAÇÃO ISOLADA OU CUMULATIVA DAS MEDIDAS CAUTELARES 
DIVERSAS DA PRISÃO ......................................................................................................... 25 
8.3. DECRETAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES PELO JUIZ DE OFÍCIO ................ 26 
8.4. LEGITIMIDADE PARA O REQUERIMENTO DE DECRETAÇÃO DAS MEDIDAS 
CAUTELARES ....................................................................................................................... 27 
8.4.1. Fase investigatória ............................................................................................................ 27 
8.4.2. Fase processual ............................................................................................................... 27 
8.5. CONTRADITÓRIO PRÉVIO À DECRETAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES ... 28 
8.6. DESCUMPRIMENTO DAS MEDIDAS CAUTELARES .......................................... 28 
8.7. REVOGABILIDADE E/OU SUBSTITUTIVIDADE DAS MEDIDAS CAUTELARES 29 
8.8. MEIOS DE IMPUGNAÇÃO CABÍVEIS DIANTE DAS MEDIDAS CAUTELARES .. 30 
8.9. DETRAÇÃO E AS MC ........................................................................................... 30 
8.10. MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO EM ESPÉCIE ........................ 31 
8.10.1. Comparecimento periódico em juízo ................................................................................. 32 
8.10.2. Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares ............................................. 33 
8.10.3. Proibição de manter contato com pessoa determinada ..................................................... 33 
8.10.4. Proibição de ausentar-se da comarca ............................................................................... 34 
8.10.5. Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga ...................................... 34 
8.10.6. Suspensão do exercício de função pública, de atividade de natureza econômica ou 
financeira ........................................................................................................................................ 35 
8.10.7. Internação provisória do acusado ..................................................................................... 36 
8.10.8. Fiança nas infrações que a admitem ................................................................................ 38 
8.10.9. Monitoramento eletrônico ................................................................................................. 38 
8.10.10. Medidas cautelares de natureza pessoal diversas da prisão previstas na legislação 
especial 40 
9. PRISÃO PENAL E PRISÃO CAUTELAR ..................................................................... 42 
9.1. INOVAÇÕES DA LEI 12.403/11 QUANTO AS ESPÉCIES DE PRISÃO ............... 42 
9.2. DISCUSSÃO QUANTO À NATUREZA JURÍDICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE 44 
9.3. PRESSUPOSTOS DA PRISÃO CAUTELAR ......................................................... 45 
9.3.1. Fumus comissi delicti (correlato ao fumus boni iuris) ........................................................ 45 
9.3.2. Periculum libertatis (correlato ao periculum in mora) ........................................................ 45 
9.4. MOMENTO DA PRISÃO ........................................................................................ 45 
9.4.1. Prisão e inviolabilidade do domicílio ................................................................................. 45 
9.4.2. Uso de algemas ................................................................................................................ 48 
9.4.3. Uso ou emprego de força ................................................................................................. 49 
9.4.4. Comunicação imediata da prisão ao JUIZ e ao MP .......................................................... 49 
9.4.5. Cópia do APF à Defensoria Pública .................................................................................. 51 
 
3 
 
9.4.6. Audiência de custódia (apresentação).............................................................................. 52 
9.5. PRISÃO ESPECIAL ............................................................................................... 56 
9.5.1. Conceito e previsão legal .................................................................................................. 56 
9.5.2. Progressão de regime e prisão especial ........................................................................... 58 
9.5.3. Sala de estado-maior ........................................................................................................ 58 
9.5.4. Lei 12403 e a prisão especial ........................................................................................... 58 
9.6. PRISÃO DOMICILIAR ............................................................................................ 60 
9.6.1. Conceito ........................................................................................................................... 60 
9.6.2. Cabimento ........................................................................................................................ 60 
9.6.3. Alterações feitas pela Lei 13.257/2016 (Estatuto da Primeira Infância) ............................. 60 
9.6.4. Diferenças: CPP x LEP ..................................................................................................... 62 
10. ESTUDO DAS ESPÉCIES DE PRISÃO CAUTELAR ................................................... 63 
10.1. PRISÃO EM FLAGRANTE (PRISÃO CAUTELAR OU PRÉ-CAUTELAR?) ........... 64 
10.1.1. Conceito ........................................................................................................................... 64 
10.1.2. Funções (ou objetivos) da prisão em flagrante ................................................................. 64 
10.1.3. Fases (ou momentos) da prisão em flagrante ................................................................... 64 
10.1.4. Convalidação judicial da prisão em flagrante .................................................................... 66 
10.1.5. Prisão em flagrante e apresentação espontânea do agente ............................................. 68 
10.1.6. Outros dispositivos referentes ao procedimento da prisão ................................................ 69 
10.1.7. Prisão em flagrante x lei de drogas e juizados especiais .................................................. 70 
10.1.8. Prisão em flagrante x ação penal pública com representação e ação penal privada ......... 70 
10.1.9. Sujeitos do flagrante ......................................................................................................... 70 
10.1.10. Espécies de flagrante .................................................................................................... 72 
10.1.11. Presença do advogado na lavratura do APF ................................................................. 79 
10.1.12. Homologação do flagrante ............................................................................................ 79 
10.1.13. Manutenção da prisão em flagrante ou decretação de preventiva? ............................... 79 
10.1.14. Medidas cabíveis .......................................................................................................... 80 
10.1.15. Flagrante nas várias espécies de crimes ....................................................................... 80 
10.2. PRISÃO PREVENTIVA (PRISÃO CAUTELAR) ..................................................... 81 
10.2.1. Introdução ......................................................................................................................... 81 
10.2.2. Momento da preventiva .................................................................................................... 82 
10.2.3. Iniciativa para a decretação da prisão preventiva ............................................................. 83 
10.2.4. Requisitos FÁTICOS: situações legais de risco à persecução penal ................................ 84 
10.2.5. Requisitos de DIREITO: hipóteses de admissibilidade da prisão preventiva ..................... 87 
10.2.6. Decretação da preventiva durante as investigações e no curso do processo criminal ...... 91 
10.2.7. Inadmissibilidade de preventiva ........................................................................................ 92 
 
4 
 
10.2.8. Esquema: Requisitos – pressupostos, fundamentos e hipóteses de cabimento da prisão 
preventiva ....................................................................................................................................... 93 
10.2.9. Duração da prisão preventiva ........................................................................................... 94 
10.2.10. Fundamentação da decretação da prisão preventiva .................................................... 96 
10.2.11. Prisão Preventiva Ex Officio .......................................................................................... 96 
10.2.12. Revogação da prisão preventiva ................................................................................... 97 
10.2.13. Meios de impugnação cabíveis ..................................................................................... 97 
10.2.14. Atos infracionais e prisão preventiva ............................................................................. 97 
10.3. PRISÃO TEMPORÁRIA ......................................................................................... 99 
10.3.1. Origem .............................................................................................................................. 99 
10.3.2. Prisão “para averiguações” ............................................................................................. 100 
10.3.3. Requisitos da prisão temporária ..................................................................................... 100 
10.3.4. Procedimento para a decretação da prisão temporária ................................................... 103 
10.3.5. Prazo da prisão temporária ............................................................................................. 103 
10.4. ANÁLISE DA ANTIGA PRISÃO DECORRENTE DE PRONÚNCIA E PRISÃO 
DECORRENTE DE SENTENÇA CONDENATÓRIA RECORRÍVEL .................................... 104 
10.5. RECOLHIMENTO À PRISÃO PARA RECORRER .............................................. 104 
11. CUMPRIMENTO DE MANDADOS DE PRISÃO ......................................................... 105 
11.1. ART. 289: DEPRECAÇÃO DE PRISÃO .............................................................. 105 
11.2. ART. 289-A: BANCO DE DADOS DE PRISÃO DO CNJ ..................................... 106 
11.3. ART. 299: REQUISIÇÃO DE PRISÃO POR QUALQUER MEIO DE 
COMUNICAÇÃO .................................................................................................................. 107 
12. LIBERDADE PROVISÓRIA ........................................................................................ 108 
12.1. PREVISÃO LEGAL .............................................................................................. 108 
12.2. CONCEITO .......................................................................................................... 108 
12.3. LIBERDADE PROVISÓRIA E LEI 12.403/11 ....................................................... 109 
12.3.1. Revogada a liberdade provisória SEM FIANÇA nas hipóteses em que o preso se “livrava 
solto” 109 
12.3.2. Antiga liberdade provisória SEM FIANÇA do § único do art. 310 .................................... 109 
12.4. NOVO QUADRO DAS LIBERDADES PROVISÓRIAS ........................................ 110 
12.5. CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................ 111 
12.5.1. Quantoà existência de fiança e vinculação .................................................................... 111 
12.5.2. Quanto à possibilidade de concessão ............................................................................. 116 
12.6. PROCEDIMENTO DA FIANÇA ............................................................................ 117 
12.6.1. Arbitramento ................................................................................................................... 117 
12.6.2. Prazo para o oferecimento da fiança .............................................................................. 118 
12.6.3. Critério para a determinação do valor ............................................................................. 118 
 
5 
 
12.6.4. Obrigações decorrentes da fiança .................................................................................. 119 
12.6.5. Em resumo ..................................................................................................................... 119 
12.7. RESTITUIÇÃO DA LIBERDADE DO ART. 283, §1°, DO CPP ............................ 121 
12.8. A INAFIANÇABILIDADE CONSTITUCIONAL E A VEDAÇÃO EX LEGE À 
LIBERDADE ......................................................................................................................... 121 
12.9. PERDA x QUEBRAMENTO DE FIANÇA ............................................................. 122 
QUESTÕES PREJUDICIAIS .............................................................................................. 123 
1. CONCEITO ................................................................................................................. 123 
2. NATUREZA JURÍDICA ............................................................................................... 124 
3. CARACTERÍSTICAS .................................................................................................. 124 
3.1. ANTERIORIDADE ................................................................................................ 125 
3.2. ESSENCIALIDADE (NECESSARIEDADE/INTERDEPENDÊNCIA) .................... 125 
3.3. AUTONOMIA ....................................................................................................... 125 
4. QUESTÃO PREJUDICIAL X QUESTÃO PRELIMINAR (ver processo civil) .............. 125 
5. SISTEMAS DE SOLUÇÕES DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS ................................ 126 
5.1. SISTEMA DA COGNIÇÃO INCIDENTAL (SISTEMA DO PREDOMÍNIO DA 
JURISDIÇÃO PENAL) .......................................................................................................... 126 
5.2. SISTEMA DA PREJUDICIALIDADE OBRIGATÓRIA (SISTEMA DA SEPARAÇÃO 
JURISDICIONAL ABSOLUTA) ............................................................................................. 126 
6. CLASSIFICAÇÃO DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS ................................................ 127 
6.1. QUANTO À NATUREZA ...................................................................................... 127 
6.1.1. Homogênea (comum/imperfeita) ..................................................................................... 127 
6.1.2. Heterogênea (incomum/perfeita/jurisdicional) ................................................................. 128 
6.2. QUANTO À COMPETÊNCIA ............................................................................... 128 
6.2.1. Não devolutiva ................................................................................................................ 128 
6.2.2. Devolutiva ....................................................................................................................... 128 
6.3. QUANTO AOS EFEITOS ..................................................................................... 128 
6.3.1. Obrigatória (necessária/em sentido estrito) ..................................................................... 128 
6.3.2. Facultativa (em sentido amplo) ....................................................................................... 129 
7. QUESTÃO PREJUDICIAL DEVOLUTIVA ABSOLUTA (questão prejudicial obrigatória)
 129 
7.1. PREVISÃO LEGAL .............................................................................................. 129 
7.2. CONSEQUÊNCIAS .............................................................................................. 130 
8. QUESTÃO PREJUDICIAL DEVOLUTIVA RELATIVA (questão prejudicial facultativa)
 131 
8.1. PREVISÃO LEGAL .............................................................................................. 131 
 
6 
 
8.2. PRESSUPOSTOS ............................................................................................... 131 
8.3. CONSEQUÊNCIAS .............................................................................................. 132 
8.3.1. O juiz tem a faculdade de suspender o processo e devolver a análise da questão ao juízo 
cível. 132 
8.3.2. Possibilidade de produção de provas de natureza urgente ............................................. 132 
8.3.3. Deve o MP intervir na ação civil já proposta nos crimes de ação penal pública, a fim de 
promover-lhe o rápido andamento. ............................................................................................... 133 
9. VINCULAÇÃO DO JUÍZO PENAL À DECISÃO CÍVEL .............................................. 133 
10. OBSERVAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 133 
10.1.1. Da decisão que suspende o processo (obrigatória ou facultativamente) cabe RESE (art. 
581, XVI do CPP) ......................................................................................................................... 133 
10.1.2. A suspensão do curso do processo penal pode ser decretada de ofício ou a requerimento 
das partes. Art. 94 CPP ................................................................................................................ 133 
10.1.3. O que ocorre se o juiz penal decide uma questão prejudicial heterogênea relativa ao 
estado civil das pessoas? ............................................................................................................. 134 
10.1.4. Existe suspensão de inquérito policial por questão prejudicial? ...................................... 134 
10.1.5. Quais os reflexos da decisão cível sobre a questão prejudicial? ..................................... 134 
10.1.6. Princípio da suficiência da ação penal ............................................................................ 134 
EXCEÇÕES ....................................................................................................................... 134 
1. EXCEÇÕES ................................................................................................................ 134 
1.1. CONCEITO .......................................................................................................... 134 
1.2. EXCEÇÃO X OBJEÇÃO PROCESSUAL ............................................................. 135 
2. MODALIDADES DE EXCEÇÕES ............................................................................... 135 
2.1. EXCEÇÕES PEREMPTÓRIAS ............................................................................ 135 
2.2. EXCEÇÕES DILATÓRIAS ................................................................................... 135 
3. AUTOS APARTADOS/FALTA DE EFEITO SUSPENSIVO ........................................ 136 
4. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO/IMPEDIMENTO/INCOMPATIBILIDADE ....................... 136 
4.1. CONCEITO .......................................................................................................... 136 
4.2. SUSPEIÇÃO ........................................................................................................ 136 
4.3. IMPEDIMENTO ....................................................................................................137 
4.4. INCOMPATIBILIDADE ......................................................................................... 138 
4.5. PROCEDIMENTO (suspeição/impedimento/incompatibilidade) .......................... 138 
4.6. MOMENTO DE ARGUIÇÃO ................................................................................ 139 
4.7. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO CONTRA O ÓRGÃO DO MP ................................. 140 
4.8. ARGUIÇÃO DE SUSPEIÇÃO DOS JURADOS (art. 448) .................................... 141 
4.9. ARGUIÇÃO DE SUSPEIÇÃO DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA .......................... 141 
4.10. ARGUIÇÃO DE SUSPEIÇÃO DAS AUTORIDADES POLICIAIS ......................... 141 
 
7 
 
5. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA (DECLINATORIA FORI) ...................................... 142 
5.1. PROCEDIMENTO ................................................................................................ 143 
5.2. RECURSOS CABÍVEIS ....................................................................................... 143 
5.3. CONSEQUÊNCIAS .............................................................................................. 143 
5.4. RECEBIMENTO DA DENÚNCIA/QUEIXA POR JUÍZO INCOMPETENTE ......... 144 
5.5. APROVEITAMENTO DE DENÚNCIA .................................................................. 144 
6. EXCEÇÃO DE ILEGITIMIDADE ................................................................................. 144 
6.1. CONCEITO .......................................................................................................... 144 
6.2. RECURSOS CABÍVEIS ....................................................................................... 145 
7. EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA .............................................................................. 145 
7.1. CONCEITO .......................................................................................................... 145 
7.2. IDENTIDADE DE AÇÕES NO PROCESSO PENAL ............................................ 146 
7.3. PROCEDIMENTO ................................................................................................ 146 
7.4. RECURSOS CABÍVEIS ....................................................................................... 146 
8. EXCEÇÃO DE COISA JULGADA ............................................................................... 147 
8.1. COISA JULGADA ................................................................................................ 147 
8.2. COISA JULGADA FORMAL X COISA JULGADA MATERIAL ............................. 147 
8.3. LIMITES OBJETIVOS E SUBJETIVOS DA COISA JULGADA ............................ 148 
8.4. OBSERVAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 148 
8.5. RECURSOS CABÍVEIS ....................................................................................... 149 
9. QUADRO ESQUEMÁTICO: EXCEÇÕES ................................................................... 149 
INCIDENTES ...................................................................................................................... 149 
1. RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS ............................................................ 150 
2. INCIDENTES: MEDIDAS ASSECURATÓRIAS .......................................................... 151 
2.1. MEDIDAS ASSECURATÓRIAS EM ESPÉCIE .................................................... 151 
2.2. ALIENAÇÃO ANTECIPADA. INCIDÊNCIA DA LEI 12.694/2012. ........................ 152 
2.2.1. Qual é o regramento da alienação antecipada? .............................................................. 152 
2.2.2. Previsão legal: ................................................................................................................ 153 
2.2.3. Forma pela qual os bens serão alienados antecipadamente:.......................................... 153 
2.2.4. Valor pelo qual os bens deverão ser vendidos: ............................................................... 153 
2.2.5. O que acontece com o recurso arrecadado com a alienação antecipada? ..................... 154 
2.2.6. Se os bens a serem alienados forem veículos, embarcações ou aeronaves: ................. 154 
2.2.7. Se os bens apreendidos forem dinheiro (inclusive moeda estrangeira), títulos, valores 
mobiliários ou cheques: ................................................................................................................ 154 
 
 
8 
 
PRISÕES E MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PESSOAL, 
LIBERDADE PROVISÓRIA E FIANÇA 
* Renato Brasileiro/Eugênio Pacelli 
1. CONCEITO DE PRISÃO 
É a privação da liberdade de locomoção do indivíduo em virtude de seu recolhimento ao cárcere, 
seja por flagrante delito, ou por ordem escrita e fundamentada do juiz competente, seja em face de 
transgressão militar ou crime propriamente militar. 
2. ESPÉCIES DE PRISÃO 
Existem as seguintes espécies de prisão: 
1) Prisão extrapenal: 
1.1) Prisão civil; 
1.2) Prisão do falido; 
1.3) Prisão administrativa; 
1.4) Prisão disciplinar; 
2) Prisão penal (prisão-pena); 
3) Prisão cautelar (prisão processual/provisória). 
2.1. PRISÃO EXTRAPENAL 
2.1.1. Prisão civil 
CF art. 5º 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do 
depositário infiel; 
 
CADH 7º 
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de 
autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de 
obrigação alimentar. 
 
Conforme a CF, a prisão civil é cabível para o devedor de alimentos e para o depositário infiel. 
No entanto, a Convenção Americana de Direitos Humanos, do qual o Brasil é signatário, permite a 
prisão por dívidas apenas quanto ao alimentante. 
 
9 
 
Dessa forma, a partir dos julgados RE 466.343 e HC 87.585, nos quais o STF definiu que os 
tratados internacionais de direitos humanos têm status normativo supralegal, todas as normas que 
tratavam da prisão do depositário infiel restaram derrogadas (ou nas palavras de Gilmar Mendes: 
tiveram sua ‘eficácia paralisada’). 
Não é que a CADH seja superior à CF, o que ocorre é que ela impede a legislação sobre a 
prisão civil, eis que a CF permite somente que seja regulamentada por lei infraconstitucional, e não 
estabelece uma obrigatoriedade. 
Assim, atualmente, admite-se apenas a prisão de devedor de alimentos. Prova disso foi o 
cancelamento da Súmula 619 do STF. 
 
STF SÚMULA Nº 619 A PRISÃO DO DEPOSITÁRIO JUDICIAL PODE SER 
DECRETADA NO PRÓPRIO PROCESSO EM QUE SE CONSTITUIU O 
ENCARGO, INDEPENDENTEMENTE DA PROPOSITURA DE AÇÃO DE 
DEPÓSITO (REVOGADA). 
 
STF SÚMULA VINCULANTE Nº 25 É ilícita a prisão civil de depositário infiel, 
qualquer que seja a modalidade do depósito 
 
STJ Súmula nº 419 Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel. 
2.1.2. Prisão do falido 
Era prevista na antiga lei de falências, DL 7661/45, no art. 35. Este artigo não era tido como 
recepcionado pela CF, de modo tranquilo pela jurisprudência e doutrina. 
 
STJ Súmula nº 280 O art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661, de 1945, que estabelece a 
prisão administrativa, foi revogado pelos incisos LXI e LXVII do art. 5° da 
Constituição Federal de 1988. 
 
CF Art. 5º 
... 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do 
depositário infiel; 
 
Entretanto, a NOVA lei de falências estabelece uma prisão,nomeando-a de preventiva. 
 
LF Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras 
determinações: 
.... 
VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das 
partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus 
administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime 
definido nesta Lei; 
 
10 
 
 
É possível esse tipo de prisão decretada pelo juízo falimentar? 
1ªC - É perfeitamente possível a prisão preventiva seja decretada pelo juiz da falência, pois ele é 
a autoridade competente para tanto (Denilson Feitoza). 
2ªC- Esta prisão não pode ser decretada pelo juízo falimentar, violaria o art. 5 LVII da CF. Este 
art. não é válido por conta do caput, isto porque esta prisão preventiva é determinada pelo juízo 
falimentar, ou seja, cível. Na opinião dele, este juiz só poderia ordenar a prisão do devedor de 
alimentos, ela só seria válida se decretada por um juiz criminal (Paulo Rangel). 
CF Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória; 
2.1.3. Prisão administrativa 
A prisão determinada por autoridade administrativa é prevista pela CF quando da decretação de 
Estado de Sítio ou Estado de Defesa. Em estados de normalidade a doutrina diverge. 
Seria possível uma prisão administrativa, tendo em vista o art. 5º, LXI da CF/88? 
CF Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem 
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei 
 
No Estado de Defesa e no Estado de Sítio é possível que a prisão seja decretada por uma 
autoridade administrativa. Isso a Constituição prevê (ver art. 136 e ss. da CF). 
 
CF Art. 137, § 3º - Na vigência do ESTADO DE DEFESA: 
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, 
será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se 
não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade 
policial; 
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado 
físico e mental do detido no momento de sua autuação; 
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, 
salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; 
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. 
 
Art. 139. Na vigência do ESTADO DE SÍTIO decretado com fundamento no art. 
137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: 
I - obrigação de permanência em localidade determinada; 
 
E no estado de normalidade? Teria sido recepcionada a PRISÃO ADMINISTRATIVA prevista 
no antigo art. 319 CPP? 
 
 
Art. 319. A prisão administrativa terá cabimento: 
I - contra remissos ou omissos em entrar para os cofres públicos com os dinheiros 
a seu cargo, a fim de compeli-los a que o façam; 
II - contra estrangeiro desertor de navio de guerra ou mercante, surto em porto 
nacional; 
 
11 
 
III - nos demais casos previstos em lei. 
§ 1o A prisão administrativa será requisitada à autoridade policial nos casos dos 
ns. I e III, pela autoridade que a tiver decretado e, no caso do no II, pelo cônsul do 
país a que pertença o navio. 
§ 2o A prisão dos desertores não poderá durar mais de três meses e será 
comunicada aos cônsules. 
§ 3o Os que forem presos à requisição de autoridade administrativa ficarão à sua 
disposição. 
 
Art. 320. A prisão decretada na jurisdição cível será executada pela autoridade 
policial a quem forem remetidos os respectivos mandados. 
 
Duas correntes: 
1ª Corrente: Defendia que essa espécie de prisão havia sido recepcionada pela CF/88. Existiria 
uma prisão administrativa, mas desde que decretada por uma autoridade judiciária. Exemplos do 
Estatuto do Estrangeiro: Prisão para fins de extradição (decretada por Ministro do STF) para fins de 
expulsão (decretada por Ministro do STF). (Denilson Feitoza - minoritária) 
2ª Corrente: Essa espécie de prisão NÃO foi recepcionada pela CF/88. Se essa prisão é 
decretada por uma autoridade judiciária, não se trata de prisão administrativa, mas sim de prisão com 
FINS administrativos (Eugênio Pacelli, Tourinho Filho, Aury Lopes Jr. - prevalece). 
Para fins de extradição, quem decreta é o Ministro Relator no STF. 
Para fins de expulsão, quem decreta também é o Ministro Relator no STF. 
Para fins de deportação, quem decreta é um juiz federal. 
Estatuto do Estrangeiro 
Art. 81. O Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao Ministério da 
Justiça, que ordenará a prisão do extraditando colocando-o à disposição do 
Supremo Tribunal Federal. 
 
Este dispositivo não foi recepcionado pela CF. 
*Prisão administrativa e a lei 12.403/2011. 
Qual é o detalhe importante aqui? O detalhe é que a Lei 12.403/11, dentre suas modificações, 
acabou dando nova redação aos arts. 319 e 320, que cuidavam da prisão administrativa. Este é o 
detalhe importante! A prisão administrativa, para quem sustentava que ela ainda existia, estava prevista 
legalmente nos arts. 319 e 320 CPP, mas esses artigos foram alterados e agora eles não tratam mais 
sobre prisão administrativa! 
Com a Lei 12.403/11, o capítulo V do CPP, que antigamente tratava da Prisão Administrativa, 
agora passa a tratar das outras Medidas Cautelares. Então, agora não tem mais como questionar que a 
prisão administrativa não existe mais. O art. 319 trata das espécies de medidas cautelares e o art. 320 
trata da proibição de se ausentar do país. Portanto, o ideal é dizer de uma vez por todas que a prisão 
administrativa (em tempos de normalidade) não existe mais. 
Ademais, a nova redação conferida ao art. 283 do CPP não faz menção à prisão administrativa. 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita 
e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença 
 
12 
 
condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, 
em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
2.1.4. Prisão disciplinar 
É prevista na própria CF/88, em seu art. 5º, LXI, in verbis: 
Art. 5º LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. 
 
Essa prisão disciplinar independe de prévia autorização judicial. Só é possível, no entanto, 
em relação ao militar. Isso ocorre devido à sua finalidade peculiar, qual seja, preservar a hierarquia e 
disciplina das corporações militares. Os casos cabíveis são: transgressão militar e crime propriamente 
militar (infração específica e funcional do militar: deserção, abandono de posto etc.). 
O prazo máximo da prisão disciplinar é 30 dias. 
2.2. PRISÃO PENAL (PRISÃO-PENA) 
É aquela que resulta de sentença condenatória com trânsito em julgado, que impôs pena 
privativa de liberdade. Não há nada de relevante a se comentar aqui que já não tenha se estudado em 
Penal. 
2.3. PRISÃO CAUTELAR (PRISÃO PROCESSUAL/PROVISÓRIA) 
É a forma de prisão mais discutida e que traz as maiores polêmicas, conforme veremos a partir 
do tópico seguinte. A rigor, trata-se de uma forma de prisão extrapenal (pois não é prisão-pena), mas, 
por sua relevância, dela tratamos separadamente. 
 
É aquela prisão decretada antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória, com o 
objetivo de resguardar a sociedade (cautelaridade social) ou assegurar a eficácia das investigações ou 
do processo criminal (cautelaridade processual).Trata-se de uma medida de caráter excepcional, não podendo ser usada, jamais, como 
cumprimento antecipado de pena. 
 
Convém lembrar que não deve também ser usada como meio de satisfação dos interesses da 
mídia ou da população. Qualquer forma de prisão cautelar deve ser motivada por situações específicas 
previstas em lei e, como veremos no decorrer, o clamor popular não figura entre as hipóteses que 
ensejam a referida medida excepcional. 
3. A LEI 12.403/11 – A NOVA LEI DE PRISÕES 
A Nova Lei de Prisões, Lei 12.403/11, entrou em vigor no dia 04/07/2011. 
 
13 
 
3.1. REFORMA DO CPP 
Vamos começar falando da reforma do CPP. O nosso CPP é bem velhinho. Vejamos o art. 810: 
“Art. 810. Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.” 
 
O CPP já tem mais de 70 anos de vigência. O nosso CPP entrou em vigor em 1942. É um 
Código que tem nítida inspiração no modelo fascista italiano, de viés bastante autoritário. O CPP é 
anterior à CF/88, então é óbvio que com a entrada em vigor da CF/88 vários dispositivos não foram 
recepcionados. Ademais, além da CF/88, o Brasil se tornou signatário de vários Tratados Internacionais. 
Então, por conta disso tudo, foram necessárias (e ainda são) várias reformas no CPP. Essas reformas 
começaram em 2001. A partir de 2001, foram apresentados vários projetos de lei para reformar o CPP. 
A primeira lei que entrou em vigor é a Lei 10.258/01, que alterou dispositivos relacionados à 
prisão especial. Depois dessa lei, entrou em vigor a Lei 10.792/03, que alterou o interrogatório (passou 
a assegurar a presença de advogado, o direito de entrevista prévia, etc.). Depois, nós tivemos a Lei 
11.689/08, que alterou o procedimento do júri. Depois, veio a Lei 11.690/08, que alterou dispositivos 
relacionados às provas. Depois, veio a Lei 11.719/08, que alterou o procedimento comum e dispositivos 
relacionados à emendatio e à mutatio libelli. 
Em suma: 
Lei 10.258/01  prisão especial. 
Lei 10.792/03  interrogatório. 
Lei 11.689/08  procedimento do júri. 
Lei 11.690/08  provas. 
Lei 11.719/08  procedimento comum (+ emendatio/mutatio libelli). 
No dia 07/04/2011, o CN aprovou finalmente o PL 4.208/01. Entrou em vigor, então, a Nova Lei 
de Prisão, que é a Lei 12.403/11, que alterou a prisão cautelar e outros dispositivos, criando medidas 
cautelares diversas da prisão. Os principais objetivos dessa lei foram trazer medidas cautelares menos 
gravosas que a prisão. A gente sabe que durante muitos anos o juiz criminal só tinha à sua disposição, 
como espécies de medidas cautelares, a prisão. Então, ele decretava uma prisão preventiva ou 
temporária. Ou ele podia conceder a liberdade provisória. As opções eram apenas um extremo ou outro. 
O legislador trouxe outras opções entre esses dois extremos. 
A Lei 13.257/2016, conhecida como o Estatuto da Primeira Infância, trouxe alterações ao CPP, 
as quais serão analisadas, posteriormente. A exemplo, de algumas obrigações ao delegado de polícia, 
a modificação da prisão domiciliar, dentro outros aspectos. 
A Lei 13.285/2016 incluiu o art. 394-A ao CPP, determinando que os processos que apurem a 
prática de crimes hediondos terão prioridade, será analisado, posteriormente. 
3.2. LEI 12.403/11 E SUA APLICAÇÃO NO TEMPO 
 Muito importante ficarmos atentos a esta questão. Para concursos da Defensoria Pública, 
principalmente, há algumas questões muito importantes. Vários dispositivos dessa lei são dispositivos 
benéficos. É interessante prestar atenção à situação de quem já estava preso antes de entrar em vigor 
 
14 
 
esta lei. Como traz benefícios, o defensor tem que ficar atento para aferir se esta lei será ou não 
aplicada ao cidadão que está preso. 
A primeira observação importante é de que a Lei 12.403/2011 foi publicada no Diário Oficial no 
dia 05/05/2011. Não podemos confundir com o seguinte: a data da lei não é a data da publicação! No 
final da lei é que consta o dia que a lei foi publicada! De acordo com seu art. 3º, ela teve uma vacatio de 
60 dias: 
Art. 3º Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação 
oficial. 
 
Desta forma, entrou em vigor 60 dias após a publicação (exclui-se o dia da publicação da 
contagem), consequentemente, a vigência da Lei 12.403/2011 ocorreu no dia 04/07/11. 
Com a entrada da Lei em vigor, quais foram as consequências para os processos que estavam 
em andamento? Temos que lembrar que a lei teve aplicação imediata. Vejamos o art. 2º do CPP: 
CPP Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da 
validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
É o chamado princípio da aplicação imediata. 
Mas qual é o detalhe? O detalhe é que é cada vez mais comum que a doutrina trabalhe com 
uma divisão entre as normas genuinamente processuais (normas que cuidam de procedimento, de atos 
processuais e de técnicas do processo) e as normas processuais materiais. E qual é a grande 
importância desta distinção? A importância é que nós sabemos que quando estamos diante dessas 
normas processuais materiais, temos que perceber que quanto a elas aplica-se o mesmo critério do 
direito penal, ou seja, aplica-se o critério da irretroatividade da lei mais gravosa. Mas não é só isso. Da 
mesma forma que a lei mais gravosa não pode retroagir, precisamos entender que a lei mais benéfica 
tem ultra atividade. 
Entenda: alguns dispositivos foram benéficos, bons para o acusado. Eles logicamente irão 
retroagir. Há outros dispositivos que são ruins. Por exemplo: liberdade provisória e sem fiança do antigo 
art. 310, §único, que foi suprimida. 
Nos pontos em que a lei for benéfica, ela terá aplicação imediata; e nos pontos em que ela for 
mais gravosa, ela não pode retroagir (como no caso das liberdades provisórias que foram suprimidas). 
Assim se o crime foi praticado antes do dia 04/07/11, ele continuará fazendo jus aos benefícios que 
existiam antes da lei. Aplica-se imediatamente o que melhorou e não pode prejudicar com o que piorou. 
4. TUTELA CAUTELAR NO PROCESSO PENAL 
A primeira observação importante é de que não há processo penal cautelar autônomo. Cuidado 
com isso! Não existe um processo penal cautelar autônomo. Na verdade, no âmbito do processo penal, 
o que existem são medidas cautelares concedidas no bojo do processo. Essas medidas cautelares, no 
âmbito do processo penal, podem ser concedidas também no âmbito da investigação. 
Dentro do CPP, as medidas cautelares não estão predispostas de maneira muito técnica. Na 
verdade, essas medidas cautelares estão previstas de maneira espalhada. São encontradas no título 
que trata da prisão, dentro do capitulo de provas e dentro do capitulo de medidas assecuratórias. 
 
15 
 
A doutrina classifica essas tutelas cautelares (professor Antônio Scarandes Fernandes): 
1) Medidas cautelares de natureza civil (ou reais); 
2) Medidas cautelares relativas à prova; 
3) Medidas cautelares de natureza pessoal. 
4.1. MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA CIVIL 
São também chamadas de medidas cautelares reais. São aquelas relacionadas à reparação do 
dano e ao perdimento de bens como efeito da condenação. 
Sabe-se que um dos efeitos da condenação, por exemplo, é tornar certa obrigação de reparar os 
danos causados pelo delito, bem como o perdimento dos bens obtidos ilicitamente, nos termos do art. 
91 do CP, mas se sabe que se essas medidas não forem adotadas de imediato, no final do processo 
pode ser que esses bens já tenham sumido. 
CP Art. 91 - São efeitos da condenação: 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; 
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de 
boa-fé: 
a) dos instrumentos do crime, desde que consistamem coisas cujo fabrico, 
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; 
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito 
auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. 
§ 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou 
proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem 
no exterior. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) 
§ 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação 
processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou 
acusado para posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 
2012) 
 
Ex.: sequestro, arresto e hipoteca legal. 
*Essa matéria está situada ao fim do caderno, junto com incidentes. 
4.2. MEDIDAS CAUTELARES RELATIVAS À PROVA 
São medidas cautelares adotadas para poder preservar a prova. Na verdade, visualiza-se uma 
situação em que o tempo pode trazer um prejuízo à busca da verdade. 
Ex.: Art. 225 do CPP, que traz o chamado depoimento ad perpetum rei memoriam: 
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou 
por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o 
juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe 
antecipadamente o depoimento. 
 
 
16 
 
Esta parte destacada é o chamado depoimento ad perpetum rei memorium, em que se colhe 
antecipadamente o depoimento da pessoa. 
Ex.: Busca e apreensão, prevista a partir do art. 240 do CPP. A busca e apreensão não é, na 
verdade, um meio de prova, mas uma medida cautelar para preservar outros meios de prova. 
4.3. MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA PESSOAL 
O que é uma medida cautelar de natureza pessoal? São aquelas adotadas contra o investigado 
ou acusado durante as investigações ou no curso do processo penal, acarretam algum grau de 
sacrifício de sua liberdade, ora em maior grau de intensidade, ora com menor lesividade. 
Antigamente, só se tinha como exemplo de medidas cautelares as prisões (preventivas e 
temporárias e, para alguns, em flagrante). 
As medidas cautelares de natureza pessoal diversas da prisão estão previstas no art. 319: 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, 
para informar e justificar atividades; 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer 
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer 
distante; 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente 
ou necessária para a investigação ou instrução; 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o 
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; 
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza 
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a 
prática de infrações penais; 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com 
violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-
imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a 
atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência 
injustificada à ordem judicial; 
IX - monitoração eletrônica. 
§ 1o (Revogado). 
§ 2o (Revogado). 
§ 3o (Revogado). 
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste 
Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. 
 
Como se percebe agora, além da prisão preventiva e da prisão temporária, o juiz também terá à 
sua disposição 09 medidas cautelares diferentes da prisão. A prisão pode ser utilizada somente nos 
casos excepcionais. 
Estas medidas cautelares, diversas da prisão (art. 319), podem ser adotadas de maneira 
autônoma (estava em liberdade plena) ou como substitutivas de anterior prisão. 
 
17 
 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas 
observando-se a: 
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento 
das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da 
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. 
 
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, 
o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas 
cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes 
do art. 282 deste Código. 
5. LEI 12.403/11 E O FIM DA BIPOLARIDADE DAS MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA 
PESSOAL 
No título IX, o CPP falava em “Da Prisão e Da Liberdade Provisória”; agora fala em “Da Prisão, 
das Medidas Cautelares e da Liberdade Provisória”. 
O primeiro ponto é entender o que acontecia antes e o que acontece agora. Antes da Lei 
12.403/11, tinha-se apenas duas medidas cautelares de natureza pessoal: prisão cautelar e liberdade 
provisória com ou sem fiança. Antes da Lei 12.403/11, a liberdade provisória era também uma medida 
de contracautela. O leque de opções dadas ao juiz era muito pobre. Ou ele determinava a prisão do 
acusado (e isso é muito complicado, pois a realidade carcerária do nosso país é triste!), ou sua 
liberdade provisória. Por isso, a doutrina falava que as medidas cautelares apresentavam a 
característica de bipolaridade. 
A grande novidade trazida pela Lei 12.403/11 é que além da prisão cautelar e da liberdade 
provisória, hoje também é possível a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão, previstas no 
art. 319 do CPP. Não há mais a antiga bipolaridade. O juiz, agora, pode conceder outras medidas 
cautelares além da prisão cautelar e da liberdade provisória. 
Ressalta-se, novamente, as medidas cautelares previstas no art. 319 podem ser concedidas de 
duas maneiras: 
1) Como substitutivo de anterior prisão em flagrante ou; 
2) De maneira autônoma; 
“Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, 
o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas 
cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios 
constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) 
 
Nota-se que quando o cidadão for preso em flagrante e o juiz entender que não há necessidade 
de decretar sua prisão preventiva, ele pode determinar a liberdade provisória, impondo, caso haja 
necessidade, uma das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP. 
Além disso, as medidas também podem ser adotadas de maneira autônoma. 
Art. 282, § 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por 
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério 
Público. 
 
 
18 
 
 Há a possibilidade de as medidas cautelares serem concedidas de maneira autônoma, no caso 
de a prisão se mostrar excessivamente gravosa. 
Art. 282, § 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da 
medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação 
da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças 
necessárias, permanecendo os autos em juízo. 
 
Ressalta-se que o § 3º confirma que agora é perfeitamente possível que o delegadoou o 
promotor peçam ao juiz não apenas a imposição de uma prisão, mas também, de maneira autônoma, a 
decretação de uma dessas medidas cautelares diversas da prisão. 
Antes da Lei 12.403 não havia dispositivo correspondendo ao novo art. 282 do CPP: 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas 
observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - NECESSIDADE para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução 
criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações 
penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - ADEQUAÇÃO DA MEDIDA à gravidade do crime, circunstâncias do fato e 
condições pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 
Neste art. 282, I e II, o legislador já deixa bem claro a necessária observância do princípio da 
proporcionalidade (necessidade e adequação, que são dois dos três subprincípios relacionados ao 
princípio da proporcionalidade – faltaria a “proporcionalidade em sentido estrito”). 
6. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS ÀS MEDIDAS CAUTELARES 
Alguns princípios devem ser observados, não só para aplicação das novas medidas cautelares 
pessoais do art. 319, bem como para as prisões cautelares. São eles: 
1) Princípio da presunção de inocência; 
2) Princípio da jurisdicionalidade; 
3) Princípio da proporcionalidade; 
4) Princípio da obrigatoriedade de fundamentação da prisão cautelar pela autoridade judiciária 
competente; 
6.1. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA 
O primeiro princípio é o da presunção da inocência. Deste princípio, derivam duas regras 
fundamentais: 
1) Regra probatória: incumbe à acusação provar o que alegar. Já estudamos isso em outro 
ponto. 
 
 
19 
 
2) Regra de tratamento: ninguém pode ser TRATADO como culpado antes do trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória. 
Nós temos que entender a regra, para o processo penal, é de que o cidadão só deve sofrer 
medidas de natureza pessoal ao final do processo, ou, cautelarmente, quando elas forem efetivamente 
necessárias. Sempre foi assim e continua sendo. Mas agora, em vez de se falar em prisão apenas, 
pode-se falar também em sujeição a medidas cautelares. Então, durante o curso das investigações e do 
processo, o cidadão deve ser tratado como não culpado. Pode-se impor alguma medida cautelar em 
relação e ele? Sim, mas somente quando demonstrada a efetiva necessidade. 
Sobre este assunto, importante destacar alguns pontos: 
Inicialmente, prevalecia que, como RE não tem efeito suspensivo, era possível o recolhimento à 
prisão mesmo antes do transito quando em sede de RE ou RESP. Posteriormente, o STF mudou seu 
entendimento, passando a entender que a prisão do agente só poderia ser imposta com o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória, salvo se presente uma das hipóteses que autoriza a prisão 
preventiva. O STF afirmava que não era possível mandar prender alguém pelo simples fato de os 
recursos extraordinários não serem dotados de efeito suspensivo. 
Acontece que, no HC 126292, novamente, o STF mudou o seu entendimento. Admitindo a 
prisão, mesmo na pendencia de RE ou REsp. 
 
O Min. Teori Zavascki defendeu que, até que seja prolatada a sentença penal, confirmada em 2º 
grau, deve-se presumir a inocência do réu. Mas, após esse momento, exaure-se o princípio da não 
culpabilidade, até porque os recursos cabíveis da decisão de segundo grau ao STJ ou STF não se 
prestam a discutir fatos e provas, mas apenas matéria de direito. É possível o estabelecimento de 
determinados limites ao princípio da presunção de não culpabilidade. Assim, a presunção da inocência 
não impede que, mesmo antes do trânsito em julgado, o acórdão condenatório produza efeitos contra o 
acusado. A execução da pena na pendência de recursos de natureza extraordinária não compromete o 
núcleo essencial do pressuposto da não culpabilidade, desde que o acusado tenha sido tratado como 
inocente no curso de todo o processo ordinário criminal, observados os direitos e as garantias a ele 
inerentes, bem como respeitadas as regras probatórias e o modelo acusatório atual. 
 
20 
 
 
Outra observação é a nova redação do art. 283 do CPP: 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita 
e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença 
condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, 
em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
 
Esse dispositivo é muito didático, pois é fácil perceber quais prisões são admitidas no âmbito 
processual penal: 
1) Prisão em flagrante; 
2) Prisão decorrente de sentença condenatória transitada em julgado; 
3) Prisão temporária; 
4) Prisão preventiva. 
Em relação à execução provisória da pena e o princípio em questão, destacam-se as seguintes 
súmulas: 
Súmula 716/STF: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou 
a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito 
em julgado da sentença condenatória. 
 
21 
 
 
Súmula 717/STF: Não impede a progressão de regime de execução da pena, 
fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em 
prisão especial. 
 
Assim, o fato de o cidadão estar preso cautelarmente não significa que ele não faça jus aos 
benefícios da LEP. 
6.2. PRINCÍPIO DA JURISDICIONALIDADE 
Pelo princípio da jurisdicionalidade, a decretação de toda e qualquer espécie de medida cautelar 
de natureza pessoal está condicionada à manifestação fundamentada do Poder Judiciário, seja 
previamente, nos casos da prisão preventiva, temporária e imposição autônoma das medidas cautelares 
diversas da prisão, seja pela necessidade de imediata apreciação da prisão em flagrante, devendo o 
magistrado indicar de maneira fundamentada, com base em elementos concretos existentes nos autos, 
a necessidade da segregação cautelar, inclusive com apreciação do cabimento da liberdade provisória, 
com ou sem fiança (CPP, art. 310, II e III). 
Observações: 
1ª PRISÃO EM FLAGRANTE: por poder ser realizada por qualquer pessoa e não depender de 
prévia autorização judicial, há doutrinadores que afirmam tratar-se de uma prisão administrativa ou de 
uma medida de natureza pré cautelar (Aury e Renato B.), seria uma exceção a tal princípio. 
2ª FIANÇA: segundo a nova redação do art. 322 do CPP, a autoridade policial poderá conceder 
fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) 
anos. Como a liberdade provisória com fiança é espécie de medida cautelar, haverá mais uma exceção 
ao princípio, eis que a fiança será concedida independentemente de prévia autorização judicial. De 
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de 
infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) 
anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá 
em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011) 
6.3. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
Por força deste princípio, o Estado não pode agir de maneira imoderada (proibição do 
excesso). 
Decorrem do princípio da proporcionalidade três subprincípios, quais sejam: 
1) Adequação; 
2) Necessidade; 
3) Proporcionalidade em sentido estrito. 
6.3.1. Adequação 
 
22 
 
Segundo este subprincípio, a medida deve ser idônea a atingir o fim proposto. Ao se adotar uma 
medida gravosa, uma medida cautelar de natureza pessoal, o juiz deve analisar se há uma relação de 
meio e fim, ou seja, se aquelamedida que está sendo adotada tem aptidão para atingir o fim proposto. 
6.3.2. Necessidade 
Segundo este subprincípio, entre as medidas idôneas a atingir o fim proposto, deve o juiz adotar 
a menos gravosa. 
Ex.: uma mãe educando seu filho. O filho faz alguma coisa errada e a mãe dispõe de vários 
métodos corretivos: bronca, castigo, palmada, bater, espancar, pendurá-lo em um pau de arara, colocar 
a criança trancada em um quarto, etc. É lógico que a palmada será reservada para o caso extremo. Se 
há várias medidas adequadas para atingir o fim proposto, não se deve partir direto para a mais gravosa. 
A mesma ideia pode ser trazida para a prisão: se o juiz percebe que uma das medidas 
cautelares diversas da prisão já seria suficiente para atingir o resultado pretendido, não seria preciso 
decretar a prisão do agente. Nesse sentido: 
Art. 282. 
I - NECESSIDADE para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução 
criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações 
penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 6o A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua 
substituição por outra medida cautelar (art. 319). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011) 
 
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá 
fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
[...] II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os 
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou 
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 
12.403, de 2011).” 
 
O juiz só pode decretar a prisão quando outras medidas cautelares não forem suficientes para 
atingir o fim proposto. O juiz agora não só tem que demonstrar a existência dos fundamentos que 
autorizam a preventiva, mas terá que mostrar também a inadequação das medidas menos gravosas. 
Este subprincípio da necessidade está agora dentro do Título IX do CPP, que trata das medidas 
cautelares e da prisão. 
6.3.3. Proporcionalidade em sentido estrito 
Impõe um juízo de ponderação entre o ônus imposto e o benefício trazido, a fim de se constatar 
se se justifica a interferência na esfera dos direitos dos cidadãos. É a verificação da relação de custo-
benefício da medida, ou seja, da ponderação entre os danos causados e os resultados a serem obtidos. 
Assim, por força do princípio da proporcionalidade em sentido estrito, entre os valores em conflito – o 
que impele a medida restritiva e o que protege o direito individual a ser violado – deve preponderar o de 
maior relevância. Há de se indagar, pois, se o gravame imposto ao titular do direito fundamental guarda 
relação de proporcionalidade com a importância do bem jurídico que se pretende tutelar. 
 
 
23 
 
Vejamos o art. 282, II, do CPP: 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas 
observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). (...) 
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições 
pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
6.4. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DE FUNDAMENTAÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR PELA 
AUTORIDADE JUDICIÁRIA COMPETENTE 
Toda espécie de prisão cautelar está submetida à apreciação do poder judiciário, seja 
previamente (prisão preventiva e temporária) ou posteriormente (prisão em flagrante – para quem a 
classifica como cautelar). É exatamente, por isso, que o juiz é comunicado da prisão em flagrante, ou 
seja, analisar a necessidade da manutenção da prisão. O juiz é o garante das regras do jogo. 
O que é prisão ex lege? É aquela imposta por força de lei, de maneira automática e obrigatória, 
independentemente da análise de sua necessidade por parte do Poder Judiciário. Se não ofende, de 
per si, a presunção de inocência, ofende indiscutivelmente o princípio da necessidade de 
fundamentação da prisão, inscrito no art. 5º, inc. LXI, da Constituição Federal. 
Somente o juiz, no exercício de atividade jurisdicional, é que detém competência para determinar 
a prisão de alguém. Essa reserva de jurisdição é perfeitamente compreensível, já que, em qualquer 
Estado Democrático de Direito, é ao Judiciário que se atribui a missão de tutela dos direitos e garantias 
do indivíduo em face do Estado (liberdades públicas). Afinal, se acaso fosse admitida uma prisão 
cautelar ex lege, esta resultaria de uma ordem do legislador, feita em abstrato, com base no poder de 
punir e no fato delitivo em si mesmo. Ter-se-ia, em tal hipótese, uma espécie de prisão cautelar 
desprovida de análise judicial, sem competência, sem fundamentação judicial e cautelar referida a 
alguma circunstância fática concreta e devidamente demonstrada, violando-se, à evidência, o disposto 
no art. 5º, LXI, da Constituição. 
7. PRESSUPOSTOS DAS MEDIDAS CAUTELARES 
As medidas cautelares não podem ser decretadas e impostas de maneira automática pelo juiz, 
como simples efeito da prática de um delito. A decretação de toda e qualquer medida cautelar possui 
dois pressupostos, quais sejam: 
1) Fumus boni iuris; 
2) Periculum in mora; 
Na verdade, em processo penal, usa-se uma terminologia mais adequada: 
1) Fumus comissi delicti; 
2) Periculum libertatis. 
7.1. FUMUS COMISSI DELICTI (fumaça do cometimento de delito) 
 
24 
 
É a plausibilidade da medida pleiteada, caracterizada pela presença de PROVA DA 
MATERIALIDADE e de INDÍCIOS DE AUTORIA. Importante frisar: esses pressupostos não são apenas 
para a prisão, mas para toda e qualquer medida cautelar! 
7.2. PERICULUM LIBERTATIS (perigo na liberdade) 
O periculum libertatis refere-se ao PERIGO que a permanência do acusado em liberdade 
representa para a eficácia do processo, das investigações, da efetividade do direito penal ou da própria 
segurança social. 
Art. 282. As MEDIDAS CAUTELARES previstas neste Título deverão ser aplicadas 
observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - necessidade para APLICAÇÃO DA LEI PENAL (ou seja, garantia da aplicação 
da lei penal), para a INVESTIGAÇÃO OU A INSTRUÇÃO CRIMINAL (ou seja, 
conveniência da instrução criminal) e, nos casos expressamente previstos, para 
EVITAR A PRÁTICA DE INFRAÇÕES PENAIS; (ou seja, garantia da ordem 
pública e da ordem econômica) (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições 
pessoais do indiciado ou acusado. 
 
Medidas cautelares diversas da prisão Prisão preventiva 
- Fumus comissi delicti 
- Periculum libertatis 
Quando estas medidas forem 
necessárias para: 
a) Aplicação da lei penal; 
b) Investigação ou instrução criminal; 
c) Para evitar a prática de infrações 
penais. 
- Fumus comissi delicti 
- Periculum libertatis 
Quando esta medida for necessária para: 
a) Garantia de aplicação da lei 
penal; 
b) Conveniência da instrução 
criminal; 
c) Garantia da ordem pública e 
ordem econômica; 
 
- Cabimento: à infração deve ser 
cominada pena privativa de liberdade. 
 
Art. 283, § 1o As medidas cautelares previstas 
neste Título não se aplicam à infração a que 
não for isolada, cumulativa ou 
alternativamente cominada pena privativa de 
liberdade. 
- Cabimento: depende da observância do 
art. 313 CPP. 
 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste 
Código, será admitida a decretação da prisão 
preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena 
privativa de liberdade máxima superior a 4 
(quatro) anos; Exclui o furto simples da prisão 
preventiva. 
II - se tiver sido condenado por outro crime 
doloso, em sentença transitada em julgado, 
ressalvado o disposto no inciso I do caput do 
art. 64 do Decreto-Lei no 2.848,de 7 de 
dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - se o crime envolver violência doméstica e 
familiar contra a mulher, criança, adolescente, 
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, 
para garantir a execução das medidas 
protetivas de urgência. 
 
8. MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO 
 
25 
 
8.1. PROCEDIMENTO PARA APLICAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES DE NATUREZA 
PESSOAL DIVERSAS DA PRISÃO 
A Lei 12.403/2011 trouxe procedimento especial para a aplicação das medidas cautelares. Tem-
se, aqui, uma das principais mudanças. 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas 
observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução 
criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações 
penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições 
pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou 
cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por 
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério 
Público. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, 
o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte 
contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, 
permanecendo os autos em juízo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
(OBS1: Agora, de acordo com a letra da ei, haverá a necessidade de um contraditório prévio 
para a decretação da medida cautelar; o juiz terá que intimar a parte contrária para ela se manifestar 
sobre a medida cautelar, ressalvados os casos de urgência ou perigo de ineficácia da medida) 
 
§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de 
ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do 
querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em 
último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único). (Incluído pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
 
(OBS2: De nada adianta prever as medidas cautelares se elas não tiverem uma força coercitiva, 
se não colocarem medo no acusado) 
§ 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a 
falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem 
razões que a justifiquem. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 6o A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua 
substituição por outra medida cautelar (art. 319). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 
Vamos analisar este procedimento detalhadamente, analisando cada um dos §§ separadamente. 
8.2. APLICAÇÃO ISOLADA OU CUMULATIVA DAS MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA 
PRISÃO 
Art. 282, § 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas ISOLADA ou 
CUMULATIVAMENTE. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).” 
 
26 
 
 
Todas as medidas no art. 319 podem ser adotadas de maneira isolada ou cumulativa, desde que 
sejam necessárias. Por exemplo, do recolhimento domiciliar no período noturno e monitoramento 
eletrônico; proibição de ausentar-se da Comarca e monitoramento eletrônico. 
Art. 319. V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando 
o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
 
Art. 319. IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Através das duas medidas, é possível uma medida mais adequada. 
8.3. DECRETAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES PELO JUIZ DE OFÍCIO 
Art. 282, § 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por 
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério 
Público. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Aqui, precisa-se prestar atenção à expressão “de ofício”. As medidas cautelares devem ser 
decretadas, em regra, pelo juiz. 
Mas pode o juiz decretar as medidas cautelares de ofício, independentemente de a medida ter 
sido requerida pela autoridade policial, pelo MP? Na fase investigatória, por exemplo, o juiz deve, tanto 
quanto possível, ser deixado de fora, para impedir que se viole a sua imparcialidade. Segundo Pacelli, 
na fase investigatória o juiz deve ter apenas o papel de garante das regras do jogo. Exemplo: prisão 
temporária. 
Assim, a decretação de medidas cautelares pelo juiz de ofício NÃO é possível na fase 
investigatória, mas somente durante o curso do processo. Na fase investigatória, o juiz só deve agir 
quando provocado (pela autoridade policial ou MP). Durante o processo, o juiz, tendo o dever de prestar 
a jurisdição, se verificar que uma medida cautelar é necessária durante o processo, deve decretá-la. 
Vejamos, mais uma vez, o art. 282, § 2º: 
 
Art. 282. § 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento das partes (como se dissesse: “durante o processo”) OU, quando no 
curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou 
mediante requerimento do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011) 
 
É o que consta, ainda, do art. 311: 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a 
prisão preventiva decretada pelo juiz, DE OFÍCIO, se no curso da ação penal, 
ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Desta forma, a prisão preventiva só pode ser decretada de ofício pelo juiz no curso da ação 
penal. Antes, não. 
 
27 
 
8.4. LEGITIMIDADE PARA O REQUERIMENTO DE DECRETAÇÃO DAS MEDIDAS 
CAUTELARES 
QUEM é que pode pedir ao juiz a decretação de uma medida cautelar? Reanalisar-se-á os 
mesmos dispositivos de antes: art. 282, §2º, e art. 311, do CPP. 
 
Art. 282, § 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento das PARTES ou, quando no curso da investigação criminal, por 
representação da AUTORIDADE POLICIAL ou mediante requerimento do 
MINISTÉRIO PÚBLICO. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a 
prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a 
requerimento do MINISTÉRIO PÚBLICO, do QUERELANTE ou do ASSISTENTE, 
ou por representação da AUTORIDADE POLICIAL. (Redação dada pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
 
O art. 282, § 2º, diz que a prisão pode ser decretada por requerimento das partes, MP ou 
autoridade policial; já o art. 311, inclui, ainda, o assistente! Antes da Lei 12.403, o ASSISTENTE não 
podia pedir a PRISÃO, mas agora pode! Isso é muito importante! 
8.4.1. Fase investigatória 
Como podem ser decretadas as medidas cautelares na fase investigatória e quem tem 
legitimidade para requerê-la? 
Art. 282, § 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento das PARTES ou, quando no curso da investigação criminal, por 
representação da AUTORIDADE POLICIAL ou mediante requerimento do 
MINISTÉRIO PÚBLICO. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
a) Representação da autoridade policial* 
Para prova de delegado: para a imposição das medidas cautelares, não é indispensável à 
concordância do

Outros materiais