Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DHU Com a aceitação da pessoa humana como sujeito de direito internacional são criadas novas possibilidades de defesa dos direitos das pessoas. Agora os tratados não são mais os únicos sujeitos de Direito Internacional. 1ª GM: Estado como grande violador dos DHU O nazismo condiciona a titularidade dos direitos a uma raça: ariana. O direito é aplicado sem o comprometimento com os valores éticos e morais. Após a 1ª GM surge a LIGA DAS NAÇÕES a fim de promover a segurança mundial. O tratado internacional relativisa o Estado (Soberania) que só cumpre as leis de seu país, aos tratados que foram assinados internacionalmente. 2ª GM: O processo de internacionalização dos direitos humanos ganha grande impulso após a 2ª GM, tendo como marco fundamental a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DHU Os acordos que visam resguardar e proteger os direitos da pessoa humana nasceram em resposta as atrocidades cometidas na 2ª GM. Os líderes dos Estados nacionais no pós-guerra acordam, na sua grande maioria, na criação internacional de proteção dos DHU, o que se tornou um dos principais objetivos da sociedade internacional. Esse sistema faz a aproximação dos valores éticos e morais a soberania do Estado, ou seja, o ser humano passa a ser o fim em si mesmo. Dispensa raças para ser detentor de direitos, basta “ser” humano para ser detentor de direitos. TRIBUNAL DE NUREMBERG: responsabiliza aqueles Estados que usam de guerras para violar dos direitos humanos fundamentais. DIFERENÇA ENTRE DIREITOS FUNDAMENTAIS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Direitos. Fundamentais: são instrumentos protetivos do indivíduo frente a atuação Estatal. Permitem o mínimo necessário para que o indivíduo tenha uma vida digna, que preserva a integridade, a existência do ser humano, o que remete ao art. 1º, III, da CF trata da dignidade da pessoa humana. O Título II, da CF subdivide-se em capítulos, que abrangem os: Direitos individuais; Direitos Coletivos; Direito Social; Direitos de Nacionalidade; Direitos Políticos/eleitoral; Direitos de Partidos Políticos. Direitos e garantias fundamentais não estão descritos apenas no título 2 da CF, mas sim em todo o texto da Constituição e ainda nos tratados internacionais de DHU. O direito é uma disposição declaratória, é a prerrogativa que você pode exercer, porque assim está reconhecido pelo Estado. Garantias Fundamentais: servem aos direitos. Existem para que todos os direitos sejam realizados em toda sua medida. É uma disposição assecuratória. É o instrumento/ferramenta que protege, preserva e assegura um direito consagrado. Elas asseguram o cumprimento total dos atos fundamentais. As garantias constitucionais previstas no art. 5º são chamados de REMÉDIOS Constitucionais. Porque servem para curar os desrespeitos aos direitos fundamentais. Exemplo de REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: Habeas corpus (art. 5º, LXVIII), Mandado de Segurança (art. 5º, LXIX), Mandado de Segurança Coletivo (art. 5º, LXX), Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI), Habeas data (art. 5º, LXXII), Ação popular (art. 5º, LXXIII). DIFERENÇA ENTRE DIREITOS HUMANOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS Direitos Fundamentais: estão previstos, consagrados dentro do texto máximo de um Estado, está em sua Constituição Federal Positiva. (No texto e no propósito não tem diferença) Direitos Humanos: estão consagrados em instrumentos internacionais que não se restringem a um Estado/Soberania, mas tem natureza global. São provenientes de normas internacionais (Tratados). Enfoca a proteção do indivíduo independente do Estado que o mesmo esteja vinculado. Destinatários (Direitos Fundamentais): art.5º, “caput”, CF BRASILEIROS (natos ou naturalizados, art. 12, I e II, da CF) Art 5º, “caput”, CF ESTRANGEIROS – residente no país Os direitos fundamentais se dirigem aos BRASILEIROS e são válidos, assegurados em todo território nacional. Os ESTRANGEIROS residentes no Brasil, também tem direitos fundamentais garantidos. Os Estrangeiros não residentes, segundo a jurisprudência também tem a garantia dos DF. Pessoas Jurídicas também são destinatários de DF onde couber. Ou seja: Pessoas físicas ou jurídicas são destinatários de DF desde que estejam no território nacional, segundo a Doutrina e a Jurisprudência. PROTEÇÃO DOS DF O STF tem vários julgados que protegem todos os direitos de serem reduzidos ou abolidos. Baseados no princípio da proibição do retrocesso o supremo estende tal proteção aos Direitos Fundamentais. OBS: Somente os Direitos e Garantias Individuais recebem proteção especial – são tidos expressamente como Cláusulas Pétreas art. 60, § 4º, IV, CF e por isso não podem ser abolidas. Art. 5 § 1º, da CF – Aplicação dos DHU Eficácia e Aplicabilidade das NC (Normas Constitucionais) Plena: não precisa e não aceita regulamentação Contida: admite regulamentação Limitada: precisa, necessita de regulamentação As normas PLENAS e CONTIDAS produzem efeitos e tem aplicabilidade IMEDIATA, já as normas LIMITADAS precisam de regulamento para produzir efeitos, por isso, possuem aplicabilidade MEDIATA. Os Direitos Fundamentais têm APLICAÇÃO IMEDIATA (art. 5º, § 1º) independente da sua natureza, eles são aptos a serem reivindicados a qualquer momento, mesmo que seja de natureza LIMITADA (mediata) a qualquer tempo. Art. 5º, § 3º, da CF TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS NA CF Os Tratados Internacionais de DHU trata de conteúdo (matéria) igual aos da CF, mas precisa ser incorporado. O que garante a supremacia da CF é o sistema rígido de alterabilidade que é aplicado (sistema Formal), já as leis INFRACONSTITUCIONAIS possuem um procedimento menos rigoroso. Os TIDH eram incorporados como as leis ordinárias e por isso recebia status de INFRACONSTITUCIONAL, até que surgiu a EC 45/2004 que diz que na hora de incorporar o TIDH deveria seguir-se os procedimentos das Emendas Constitucionais. Logo, tais tratados passaram a ganhar Status de norma constitucional e assim não poderiam ser alterados com tanta facilidade. Já os TIDH que foram incorporados ANTES da EC entraram numa categoria intermediária entre a CF e as Leis Ordinárias, ou seja, receberam o Status de SUPRA LEGAL e as que vieram depois, como dito recebem o status de EC. Direitos da 1ª Dimensão - LIBERDADE O indivíduo tem direitos que lhes são intocáveis. O Estado não pode fazer nada. Nos direitos da 1ª Dimensão o Estado tem o dever principal de NÃO FAZER, de não interferir na liberdade pública do indivíduo. Ex: O Estado não pode tirar a vida indevidamente, assim como não pode tirar a propriedade, e a liberdade. Tais direitos são apresentados como atos de cunho NEGATIVO, visto que se trata de uma abstenção e não uma conduta positiva por parte dos poderes públicos, sendo, nesse sentido, direitos de resistência ou de oposição perante o Estado. Todavia, cabe ao Estado o DEVER SECUNDÁRIO de fazer, de agir, no sentido de garantir a todos uma vida digna (dever de fazer). Ex. Liberdade de ir e vir, liberdade religiosa Direitos da 2ª Dimensão – IGUALDADE Direitos de 2ª dimensão são direitos sociais, como a saúde, a educação, o trabalho, a assistência aos desamparados. Ao contrário dos direitos de 1ª dimensão, aqui o Estado tem o DEVER PRINCIPAL DE FAZER, de agir, de implementar políticas públicas que tornem realidade os direitos constitucionalmente previstos. Esses direitos surgiram na Constituição do México de 1917 e na Constituição de Weimar, de 1919. O mais marcantedispositivo dessa constituição foi o art. 163, que previa expressamente o direito ao trabalho. No Brasil, a primeira constituição a prever os direitos sociais foi a de 1934. Direitos de 3ª dimensão – FRATERNIDADE Direitos da 3ª dimensão são os metaindividuais, que pertencem a uma coletividade determinável, ou indeterminável de pessoas, como o meio ambiente sadio, previsto na CF/1988, no Art. 225. Seria também de 3ª dimensão a busca da paz, presentes nos incisos VI e VII do Art 4º, da CF, que asseguram a “defesa da paz” e a “solução prática dos conflitos”. Segundo Bobbio, “os atos de 3ª geração, como o de viver num ambiente não poluído, não poderiam ter sido sequer imaginados quando foram propostos os de 2ª dimensão, não eram sequer concebíveis quando foram promulgadas as primeiras declarações setecentistas. CARACTERISTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Historicidade: possuem caráter histórico, nascendo com o Cristianismo, passando pelas diversas revoluções e chegando aos dias atuais. Universalidade: destinam-se a TODOS os seres humanos, sem qualquer forma de distinção ou descriminação. Limitabilidade: Os DF não são absolutos, podendo haver limitações quando um DF entra em confronto com outro. “ A solução ou vem descriminada na CF (ex. Ato de propriedade X desapropriação), ou caberá ao magistrado, no caso concreto, decidir qual direito deverá prevalecer, levando em consideração a regra da máxima observância dos direitos fundamentais envolvidos, conjugando-a com a sua mínima restrição. Inalienabilidade: como são conferidos a todos, são indisponíveis, não se pode aliená- los por não ter conteúdo econômico-patrimonial. Abrangência - TODOS os brasileiros e estrangeiros, residentes ou não no Brasil -Pessoas Físicas, Pessoas Jurídicas e Estado: Ex. Ato de propriedade. O caput do art. 5º faz referência expressa somente a brasileiros e estrangeiros residentes no país. Contudo, a esses destinatários expressos, a doutrina e o STF vêm acrescentando, mediante interpretação sistemática, os estrangeiros não residentes (turistas), os apátridas e as pessoas jurídicas. NACIONALIDADE ORIGINÁRIA: é imposta, de maneira unilateral, independente da vontade do indivíduo, pelo Estado, no momento do nascimento. Cada país estabelece as regras ou critérios para a outorga da nacionalidade aos que nascerem sob seu governo. IUS SANGUINIS: o que interessa para a aquisição da nacionalidade é o sangue, a filiação, a ascendência. IUS SOLIS ou CRITÉRIO DA TERRITORIALIDADE: o que importa para a definição e aquisição da nacionalidade é o local do nascimento, e não à descendência. NACIONALIDADE SECUNDÁRIA: é aquela que se adquire por vontade própria, depois do nascimento, normalmente pela naturalização, que poderá ser requerida tanto pelos estrangeiros como pelos heimatlos (apátridas). NACIONAL: é aquele que nascer no respectivo território do Estado. NACIONALIDADE: decorre da descendência dos nacionais. BRASILEIRO NATO Como regra geral prevista no art. 12, I, o Brasil, país de imigração, adotou o critério do ius solis. Ius solis (art. 12, I, “a”): qualquer pessoa que nascer no território brasileiro, mesmo que seja filho de pais estrangeiros. Os pais estrangeiros, no entanto, não podem estar a serviço de seu país. Ius sanguinis + serviço do Brasil (art. 12, I, “b”): serão considerados brasileiros natos os que, mesmo tendo nascido no estrangeiro, sejam filhos de pai ou mãe brasileiros e qualquer deles (pai, mãe ou ambos) esteja a serviço do Brasil. Ius sanguinis + registro (art. 12, I, “c”) 1ª Parte: resgatando a regra anterior, estabeleceu a possibilidade de aquisição da nacionalidade brasileira originária pelo simples ato de registro em repartição brasileira competente. Ius sanguinis + opção confirmativa (art. 12, I, “c”) 2ª Parte: dá-se quando o filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira (natos ou naturalizados), que não estejam a serviço do Brasil, vier residir no Brasil e optar em qualquer tempo, depois de atingir a maioridade, pela nacionalidade brasileira. BRASILEITO NATURALIZADO NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA CONSTITUCIONAL EM RELAÇÃO AOS ORIGINÁRIOS DE PAÍSES DE LINGUA PORTUGUESA: de acordo com o art. 12, II, “a”, CF/88, são brasileiros naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidos dos originários de países de língua portuguesa apenas 2 requisitos: Residência por 1 ano ininterrupto; Idoneidade Moral NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA OU QUINZENÁRIA: prevista no art. 12, II, “b”, CF/88 e no art. 67 da Lei nº 13.445/2017 a naturalização extraordinária ou quinzenária dar-se-á quando os estrangeiros, de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal que requiserem a nacionalidade brasileira.
Compartilhar