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Imposto de Renda Pessoa Jurídica Contabilidade e Gestão Tributária II Professora: Lorena Feitosa Normas gerais 1) Da Constituição Federal (CF) Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: III - renda e proventos de qualquer natureza. São os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda. Exemplos: aposentadorias, pensões, ganhos em loterias, doações, acréscimos patrimoniais não justificáveis etc. É de competência da União Tem, predominantemente, função fiscal, consistindo na principal fronte de receita tributária da União. Deve ser utilizado como meio hábil para promover a adequada redistribuição de renda. Importante instrumento de intervenção do poder público no domínio econômico. Prestar contas de todos os BENS e RENDIMENTOS que uma empresa ou entidade jurídica adquiriu no período do ano fiscal anterior. 2) Do Código Tributário Nacional (CTN) – Lei 5.172/66 Instituiu as normas gerais do IR. Estão expressas na seção IV, arts. 43 a 45. O Decreto nº 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda – RIR) regulamentou a tributação, fiscalização, arrecadação e administração e dividiu o tributo (IRPJ), quanto à cobrança e à fiscalização, em três regimes. 2.1 Fato gerador (CTN, art. 43) A aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: a) de RENDA, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; b) de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. Fato gerador do CTN – Disponibilidade a) Econômica: é a obtenção da faculdade de usar, gozar e dispor de dinheiro ou de coisas nele conversíveis, entrados para o patrimônio do adquirente por ato, fato ou negócio jurídico. É o ter de fato (concretamente). Exemplo: venda de mercadorias à vista. b) Jurídica: é a obtenção de direitos patrimoniais, não sujeitos à condição suspensiva (representados por títulos ou documentos de liquidez e certeza, que podem ser convertidos em moeda ou equivalente). É o ter direito (abstratamente). Exemplo: emissão de nota promissória. 2.2 Base de Cálculo (CTN, art. 44) É o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. É a soma dos fatores algébricos positivos e negativos que se agregam ao patrimônio. Contribuinte (CTN, art.45) É o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. Rendas e Proventos de qualquer natureza São contribuintes: a) as pessoas jurídicas de direito privado, domiciliadas no país (Decreto-Lei n° 5.844/1943, art. 27); Sociedade Associações Fundações Organizações religiosas Partidos políticos (art. 44 do Código Civil) ISENTOS IMUNES b) as empresas individuais, domiciliadas no país; Exemplo: I. Empresário (pessoa física que efetua a sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. Se não houver este registro, deverão ser observadas as condições de equiparação à pessoa jurídica das pessoas físicas que exploram profissionalmente uma atividade econômica com fins lucrativos). Pessoa física que compra e vende carros usados habitualmente Camelô da esquina A equiparação NÃO se aplica às pessoas físicas que exerçam as profissões ou explorem as atividades de (Art. 150 , §2º, do RIR/1999): a) médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário, professor, economista, contador, jornalista, pintor, escritor, escultor e de outras que lhes possam ser assemelhadas .... Contudo.... Contratação de Profissional habilitado Exemplo: Considera-se a clínica médica organizada como firma individual ou exercida como atividade liberal autônoma. Essa estará equiparada à pessoa jurídica no momento em que houver contratação de um médico para, na qualidade de empregado, exercer a medicina nessa organização. c) os comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações realizadas por seus mandatários ou comissários no país (Lei n° 3.470 de 1958, art. 76); O comitente é a pessoa que, via terceiros, efetua operações com fins lucrativos. É aquele que atua em comissão d) as filiais, sucursais, agências ou representações no país das pessoas jurídicas com sede no exterior (Lei nº 3.470, de 1958, art. 76, Lei nº 4.131/1962, art. 42, e Lei nº 6.264/1975, art. 1º). Espécie de filial, mas não tem personalidade jurídica e com maior subordinação administrativa. 3) Da legislação ordinária do IR Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – RIR Livro I – Tributação das pessoas físicas Livro II – Tributação das pessoas jurídicas Livro III – Tributação na fonte e sobre operações financeiras Livro IV – Administração do imposto Regulamentou a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza dividiu este tributo, quanto à cobrança e à fiscalização, em três regimes jurídicos (regimes de tributação). As Microempresas e Empresas de Pequeno Porte podem optar pelo recolhimento do IRPJ e da CSLL, juntamente com outros impostos e contribuições (inclusive ICMS e ISS), pelo Simples Nacional. A princípio, o regime geral de tributação das pessoas jurídicas - que não optarem por outro regime ao qual estejam autorizadas a optar -, é o regime do LUCRO REAL TRIMESTRAL. Para que a tributação seja com base no regime do lucro real anual por estimativa, ou lucro presumido ou lucro arbitrado, o contribuinte deverá efetuar a opção a qual é efetivada por meio do recolhimento em código específico. Já a opção pelo regime do Simples Nacional deve seguir procedimento estabelecido pela Lei Complementar 123/2006 e legislação correlata. 3 opções para apuração do IRPJ: Lucro Real – lucro contábil ajustado Demais regimes – receitas auferidas LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO LUCRO ARBITRADO Período de apuração e ano-calendário •As pessoas jurídicas poderão optar pelo período de apuração: trimestral e anual. •Apuração TRIMESTRAL do IR (Capítulo II - período de apuração, Seção I – Apuração Trimestral do Imposto, art. 220) Art. 220. O imposto será determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano- calendário. Apuração ANUAL do IR – pagamento (Seção II - Apuração Anual do Imposto, art. 221) Art. 221. A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do imposto na forma desta Seção deverá apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano. Pagamento por Estimativa (art.222) A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto e adicional, em cada mês, determinados sobre base de cálculo estimada. A opção será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade, observado o disposto no art. 232 (Lei nº 9.430, de 1996, art. 3º, parágrafo único). Utiliza-se uma basede cálculo estimada (presunção de lucro) Facultado ao contribuinte escolher a forma mais vantajosa entre estimativa ou balancete (redução ou suspensão) *Redução Ocorre quando a empresa, em um determinado mês, demonstra que o valor apurado do imposto MENOS o valor já pago durante o período acumulado é inferior ao cálculo pela estimativa como base na receita. Exemplo – Redução: Valor do Imposto devido com base nos percentuais aplicado sobre a Receita no mês de junho= R$ 50.000,00 Valor do Imposto apurado com base no balancete acumulado de jan a jun. = R$ 60.000,00 Valor do imposto pago, retido ou compensado de jan a jun. = R$ 32.000,00 Saldo a pagar no mês de junho (60.000,00- 32.000,00) = R$ 28.000,00 Se a optar pelo balancete de redução haverá um desembolso de apenas R$ 28.000,00, ao invés de R$ 50.000,00. * Suspensão A suspensão do recolhimento do imposto ocorre quando a empresa demonstra por meio de balancete que em um determinado mês, o resultado acumulado de janeiro até esse mês, resultou em prejuízo fiscal, inexistindo imposto a pagar. Exemplo – Suspensão Prejuízo contábil de R$ 130.000,00, conforme balancete contábil levantado em 30/jun. (resultado acumulado de janeiro a junho) Adições ao lucro real - R$ 27.000 Prejuízo fiscal 130.000 – 27.000 =103.000,00 Como houve prejuízo fiscal no mês de junho (resultado acumulado de janeiro a junho), não há IRPJ nem CSSL a recolher neste mês, sendo necessário apenas a transcrição do Prejuízo no Livro de apuração do Lucro Real (LALUR) e manter balancete no Diário Contábil, comprovante o resultado. O mesmo critério adotado para o cálculo do Imposto de Renda deverá ser adotado para a Contribuição Social sobre o Lucro, por isso deve ser analisada a melhor alternativa calculando os dois tributos. Ano-calendário – ano base (ano em que ocorreram os fatos) Exercício – ano da apresentação de obrigação acessória A apresentação da declaração do IRPF é realizada em um determinado ano, mas se refere a fatos que aconteceram no ano anterior. Alíquotas As pessoas jurídicas e a elas equiparadas, domiciliadas no País devem apurar o IRPJ com base no lucro tributável, que pode ser real, presumido ou arbitrado. Assim, a alíquota do IRPJ é: 15% sobre o lucro apurado Alíquota adicional de 10% sobre a parcela que exceder R$ 20.000,00/mês Exemplo - Adicional Apuração 12 meses. Base para o IR = R$ 1.050.000 Base IR 1.050.000 Alíquota IR (15%) 157.500 Adicional (10%) Adicional 10% exceder R$ 20.000 por mês No exemplo – anual – 12 meses R$ 20.000 x 12 meses = R$240.000 R$ 1.050.000 - R$ 240.000 = R$ 810.000 R$ 810.000 x 10% = R$ 81.000 Base do IR no exemplo
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