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1 EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL/RJ PAULO CASTRO, brasileiro, solteiro, administrador de empresas, portador da carteira de identidade n°, expedida pelo órgão expedidor, inscrito no CPF/MF, sob o n° 000.000.001-00, residente e domiciliado na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, nº 245, apartamento 501, Copacabana, Rio de Janeiro – RJ, CEP, representado neste ato por seu advogado, com endereço profissional na Rua, vem a V. Exa. Propor: AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR Pelo rito ordinário, em face de SÍLVIA BRANDÃO, brasileira, solteira, secretária, portadora da carteira de identidade n°, expedida pelo órgão expedidor, inscrita no CPF/MF, sob o n° 222.222.222-22, residente e domiciliada na Rua Ministro Viveiros de Castro, nº 57, apartamento 301, Copacabana, Rio de Janeiro – RJ, CEP, pelos fatos e fundamentos a seguir: I - DO PEDIDO DA LIMINAR Com base no artigo 562 do Código de Processo Civil, estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, no que requer seja deferido tal pedido, tendo em vista a presença dos requisitos necessários para o deferimento deste. 2 II - DOS FATOS Trata-se de ação de reintegração de posse com pedido de liminar, na qual tem como objeto o imóvel situado na Rua Ministro Viveiros de Castro, nº 57, apartamento, 301, Copacabana, Rio de Janeiro. O demandante e a demandada mantiveram união estável durante o período compreendido entre janeiro de 2000 a abril de 2005. Importante ressaltar que durante tal união, o tempo de convivência não foi antecedido de qualquer convenção sobre o regime de bens dos companheiros. Vale salientar, ainda, que, ao tempo da separação, a demandada estava desempregada, fato este determinante para que o demandante anuísse à permanência da requerida, por tempo indeterminado, no imóvel que servira de residência a ambos, caracterizando, no entanto, uma celebração de contrato de comodato verbal. Cumpre informar que o imóvel supracitado fora adquirido pelo autor, mediante pagamento integral do preço, antes da união estabelecida entre as partes, mais precisamente no ano de 1997. Ao retirar-se o do imóvel, o autor passou a habitar em outro, na mesma localidade, porém, como locatário deste. Após aproximadamente dois anos do término da união estável, o demandante promoveu uma notificação extrajudicial, que foi efetivamente recebida pela ré em 02/05/2007, requerendo a desocupação do imóvel objeto da lide. Ocorre que o prazo concedido na notificação expirou, sendo certo que a ré permanece no imóvel, o que, portanto, caracteriza o esbulho, tornando-se, desta forma, a posse justa em injusta. III - DOS FUNDAMENTOS Dispõe o artigo 499, do Código Civil: 3 “Art. 499. O possuidor tem direito a ser mantido na posse, em caso de turbação, e restituído, no de esbulho.” Como se vê, restam demonstrados a posse do autor e o esbulho praticado pela ré. Deste modo, assiste-lhe o direito de reaver a posse do seu imóvel, pelo que se vale da presente ação de reintegração. Ensina a doutrina que esbulho é o ato pelo qual o possuidor se vê privado da posse, violenta ou clandestinamente, e ainda por abuso de confiança. No comodato a posse é transmitida a título provisório, de modo que o comodatário adquire a posse precária, sendo obrigado a devolvê-la tão logo o comodante reclame a coisa de volta. Com a notificação extrajudicial, extingue- se o comodato, transformando-se a posse anteriormente justa, em injusta, em virtude da recusa da devolução do imóvel após o transcurso do lapso temporal estipulado, caracterizando o esbulho. Considerada objetivamente, a posse exclusiva da ré, é injusta, bastando confirmarem-se os fatos alegados pelo autor. Subjetivamente, a posse exclusiva da ré é de má-fé, pois tem pleno conhecimento de que o imóvel que ocupa é do requerente. Nesse sentido é o ensinamento do ilustre Professor Sílvio de Salvo Venosa, que em sua obra, Direito Civil, Direitos Reais, 7ª edição, editora Atlas, ano 2007, pág. 57, afirma que: “(...) Posse precária é aquela que se situa em gradação inferior à posse propriamente dita. O possuidor precário geralmente se compromete a devolver a coisa após certo tempo. Há obrigação de restituição. A coisa é entregue ao agente com base na confiança. O adquirente da coisa ainda não integralmente paga pode receber sua posse precária em confiança, devendo devolvê-la se não honrar o preço e solver a obrigação. A precariedade resulta de ato volitivo de quem concede posse nesse nível. No entanto, a precariedade não se 4 presume. Se não houver expressa menção ou não decorrer o fenômeno de circunstâncias usuais,a posse não assume o caráter de precariedade. É necessário que o outorgado da posse concorde com a cláusula de poder a concessão ser revogada a qualquer tempo, tornando-se precarista da posse. Ordinariamente, a posse imediata é precária. Como repousa na confiança, a outorga concedida ao precarista pode ser suprimida a qualquer tempo, surgindo a obrigação de devolver a coisa. O vício dá-se a partir do momento da recusa em devolver. Nesse aspecto, distingue-se da violência e da clandestinidade, vícios que partem da origem da relação da coisa com o possuidor viciado.” Neste sentido a jurisprudência é unânime conforme verificamos a seguir: “Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL - APELAÇÃO CÍVEL – 2008.001.20989 - Julgamento: 02/07/2008 - DES. CRISTINA SERRA FEIJO Apelação Cível. Reintegração de Posse. Posse se prova com a demonstração fática do exercício dos poderes inerentes à propriedade. Autor reconhecido como o dono dos imóveis em litígio. Pagamento de dívida do autor pelo segundo réu lhe confere o direito de sub-rogar-se nos direitos do credor hipotecário, mas não de subtrair a posse direta do autor. Prova conclusiva de que a posse dos réus sobre os imóveis em litígio decorre de comodato verbal celebrado entre as partes. A permanência no imóvel após a notificação denunciando o término do comodato caracteriza o esbulho possessório, ensejando a reintegração de posse. Recurso a que se nega provimento.” 5 Desta feita, Exa., não há como negar o direito do autor em ver-se reintegrado do imóvel objeto da presente lide. IV - DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer: 1) Seja provido o pedido de liminar, no que tange a reintegração do imóvel situado na Rua Ministro Viveiros de Castro, n° 57, apartamento 301, Copacabana, Rio de Janeiro, num prazo de 72 horas, sob pena de multa a ser designada por V. EXa.; 2) Seja a ré citada, e, caso queira, apresente contestação, sob pena de sofrer os efeitos da revelia; 3) Seja a liminar, ao final, transformada em pedido definitivo através de sentença; 4) Caso o pedido de liminar não seja deferido, requer seja deferido o pedido de mérito, ou seja, a reintegração de posse; 5) Seja arbitrada verba locatícia a fim de que seja liquidada em sentença, e ainda, seja aplicada multa a ser designada por V. Exa. no caso de nova turbação ou esbulho. 6) Seja a ré condenada a arcar com o ônus da sucumbência. V- DAS PROVAS Protesta provar por todos os meios em direito admitidos, em especial a prova documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal da ré. VI - DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$1.000,00 (um mil reais). Termos em que, pede deferimento. Cidade, dia, mês, ano. ADVOGADO OAB
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