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Leis protetivas dos mais fracos

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BAURU
Mantida pela Instituição Toledo de Ensino
CURSO DE DIREITO
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LEIS PROTETIVAS DOS MAIS FRACOS
Bauru
2017
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LEIS PROTETIVAS DOS MAIS FRACOS
Seminário apresentado como forma de obtenção parcial de notas (P2) para a disciplina de Sociologia.
Professor: XX
Bauru
2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 	4
2 O CÓDIGO DO CONSUMIDOR	5
3 A LEI MARIA DA PENHA	6
4 O ESTATUTO DO IDOSO	7
5 AS LEIS DAS COTAS RACIAIS	8
6 CONCLUSÃO	9
 REFERÊNCIAS	10
1. INTRODUÇÃo
A Constituição Federal estabelece, no caput do seu art. 5º, que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. O inciso I, do mesmo artigo, reforça esse princípio assegurando a igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações. 
Este princípio consta em nossa ordem jurídica desde a primeira Constituição, em 1824.
A questão é: por que nossa sociedade é tão desigual? E como promover a igualdade neste contexto que nos encontramos?
Nossa desigualdade e discriminação são históricas, fazendo parte da atual realidade brasileira. O princípio da igualdade ficou meramente formal e para corrigir, o Estado age por meio do seu corpo de leis.
Vivemos em uma bolha, onde uma grande maioria acredita não ser correto existir medidas especiais para a proteção de certos grupos da sociedade. Não aceitamos até o momento que precisamos dela.
A ignorância do que sejam estas leis, geram “suposições” equivocadas sobre o que elas são.
Desde cotas para negros e índios nas universidades, leis de proteção ao idoso, às mulheres, entre outros, têm como alvos grupos sociais específicos, como as vítimas de discriminação, violência e exclusão e seu objetivo é corrigir e atenuar a desigualdade e promover uma equalização social.
2. O CÓDIGO DO CONSUMIDOR
O art. 5º, inc. XXXII, CF determina que o Estado promoverá, na forma de lei, a defesa do consumidor. 
Mas por quê?
Hoje somos em média mais de 200 milhões de consumidores. 
Sabe-se que o consumidor é o ponto vulnerável, entendendo-se como tal a sua situação de fragilidade e desigualdade em face do fornecedor.
Dois pontos do CDC merecem destaque:
INTEGRIDADE FÍSICO-PSÍQUICA (ESTABELECENDO A RESPONSABILIDADE OBJETIVA PARA O FORNECEDOR DE PRODUTOS OU SERVIÇOS) 
Todo aquele que se disponha a exercer alguma atividade em campo do fornecimento de bens e serviços tem o dever de responder pelos fatos e vícios resultantes do empreendimento, independente de culpa. A responsabilidade decorre do simples fato de dispor-se alguém a realizar atividade de produzir, estocar, distribuir e comercializar produtos e serviços.
INTEGRIDADE ECONÔMICA (ADOTANDO A CONCEPÇÃO SOCIAL DO CONTRATO) 
A eficácia jurídica do contrato não mais depende apenas da manifestação da vontade, mas também, e, principalmente, dos seus efeitos sociais e das condições econômicas e sociais das partes que dele participam, pelo desiquilíbrio econômico das partes.
Assim, o Estado passa a intervir na formação dos contratos de consumo, não só controlando preços, mas também vedando certas cláusulas, impondo o conteúdo de outras, etc. A autonomia da vontade só existe nas condições permitidas pela lei que, na concepção social do contrato, não tem mais mero papel interpretativo ou supletivo, mas cogente; protege determinados interesses sociais e serve de instrumento limitador da autonomia da vontade.
Analisando toda a campanha realizada para que a população tivesse o conhecimento do Código do Consumidor, obrigando cada estabelecimento a ter o Código disponível, diversas campanhas do PROCON, foi uma evolução muito grande em nossa sociedade e hoje, percebe-se a população mais consciente sobre este direito. 
3. a lei maria da penha
A mulher, em toda a história, sempre foi subjugada pelo homem.
E por mais que a sociedade evoluísse e direitos fossem conquistados, a questão da subjugação ainda permanece.
Precisamos da coragem de UMA, Maria da Penha Maia Fernandes, farmacêutica, que após sofrer duas tentativas de homicídio perpetradas pelo seu então marido, Marco Antônio Viveiros, economista, conseguimos mudar o panorama. 
Observe que não é um caso de uma mulher espancada na favela ou sofrendo abusos em sua residência de classe média. Esta violência não observa status social, ocorre em todas as classes, todos os dias.
Mas graças a coragem da Maria da Penha, que muito lutou, denunciando junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, e por este, que o Brasil promulgou a Lei 11.340/2006, e foi batizada como Lei Maria da Penha.
E graças a coragem dela, as mulheres oprimidas tiveram a coragem de denunciar seus agressores e hoje a Lei Maria da Penha contabiliza mais de 900 mil processos.
Ainda assim, o número de violência e homicídio é alarmante. E sentimos, por diversas vezes, que a justiça chega tarde demais.
O Projeto de Lei da Câmara n° 7, de 2016, de autoria do deputado federal Sergio Vidigal (PDT/ES), foi aprovado no dia 10/10/2017, basicamente é uma emenda que permite que delegados de polícia decretem medidas cautelares de proteção à vítima. O que dificultaria a mulher o acesso ao judiciário e ser sua demanda amparada judicialmente, caso a autoridade policial entender que não é o caso de aplicação de medidas protetivas. 
Um dos motivos talvez seja pela espécie de criação que nos é cultural ou pela pressão da sociedade em deixar subentendido que o homem é que manda, que sustenta e aquele que deve colocar um ponto final na relação. 
Somente mudando esta concepção, veremos uma gradativa diminuição na utilização desta lei protetiva.
4. O estatuto do idoso
Somente tomou corpo após a morte de 106 idosos na mesma semana em um “asilo” no Rio de Janeiro no fim da década de 1990.
Iniciou-se em 1996 ações promovendo a superação de preconceitos associados aos idosos.
Apenas em 2003 foi aprovado o Estatuto do Idoso.
Quando a verdade é exposta em escala nacional, ainda que o mesmo ocorresse com normalidade na casa ao lado, visualizamos a necessidade da criação de normas para os idosos.
Falar nos direitos das pessoas idosas é cuidar dos direitos daqueles seres humanos a quem tudo se deve. O dever da sociedade é reconhecê-los como seres humanos dignos de todo respeito e consideração.
Hoje, com o Estatuto, os idosos estão resgatando sua autoestima, seus direitos, conseguem ter uma voz mais ativa e não se enxergam mais como um peso para a sociedade.
5. as leis das cotas raciais
Trata-se de uma minoria sociológica, não numérica.
Que os negros sofrem exclusão social no Brasil é fato. Eles estão nas favelas, presídios, periferias das grandes cidades, subempregos, trabalhos informais, mas não estão nas universidades. Nelas, eles sofrem preconceito por que para a “outra parte”, é um choque conviver com uma classe inferior. 
Lembrando que os negros estão na favela porque após a abolição da escravatura não foram tomadas medidas efetivas para a sua inclusão social, escolarização, aquisição de condições de vida e trabalho dignas. 
Assim, o objetivo de cotas é aumentar a quantidade de negros nas universidades e com isso diminuir o preconceito com a presença deles nesses espaços. As cotas não têm o objetivo de quitar dívidas históricas ou compensar a escravidão do passado, pois isto é impagável. Mas como a política afirmativa para diminuir o preconceito podem, sim, ser eficazes.
As cotas não tomam o negro por inferior, ou menos inteligente. Ao contrário, ela é uma política de inclusão para proporcionar a convivência racial entre brancos e negros, e, com isso, reduzir o preconceito.
O Estado do Rio de Janeiro foi o primeiro a instituir esta política no Brasil, deu exemplo ao resto do país e demonstrou que o tempo da inércia e da complacência findou.
6. conclusão
Todos nós somos seres humanos, e sempre haverá diferenças, mas temos queaprender a conviver com as elas, respeitando-nos mutuamente, porque só assim perceberemos que, enquanto seres pensantes, não possuímos direito de julgar ninguém pela cor da pele, sexo, raça, condição sócio econômica ou religião. 
Não somos melhores que o outro. E quando nos sentimos melhores que alguém, acabamos por sermos os inferiores.
E após toda a busca por trás das leis protetivas para os mais fracos e a análise que formamos através da pesquisa do que seria normas sociais, conseguimos compreender a real necessidade delas e como são indispensáveis hoje em nossa sociedade. 
REFERÊNCIAS
JOAQUIM, Nelson. Igualdade e discriminação à luz das politícas de ações afirmativas. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Tererina, ano 20, n. 4266, 7 mar. 2015. Disponível em <thhps://jus.com.br/artigos/31323>. Acesso em 19 out. 2017.

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