Buscar

Aula 3 Mandado de Segurança

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO______.
MARIZ SOUZA, nacionalidade, estado civil, servidora pública federal, portadora da carteira de identidade nº, inscrita no CPF sob nº, residente e domiciliada à Rua, nº, bairro, cidade, UF, CEP, endereço eletrônico, vem perante Vossa Excelência, por seu Advogado, inscrito na OAB sob o nº, endereço eletrônico, cujo endereço para os fins do Artigo 77, V, CPC é na (endereço completo), com fundamento no Artigo 5º, incisos LXIX e LXX, da Constituição Federal c/c Art. 1º e seguintes da Lei 13.300/2016, impetrar presente
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR,
contra ato do REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE____, com endereço funcional à Rua, nº, bairro, cidade, UF, CEP, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente, com fundamento no Art. 5º, LXXIV, CF, a impetrante declara que não possui condições de arcar com as custas e despesas processuais sem que haja prejuízo de seu sustento e de sua família devido sua demissão e, consequente, desemprego.
Diante o exposto, requer a Vossa Excelência a concessão do benefício da gratuidade de justiça, conforme a Lei 1.060/50 e Artigos 98 e seguintes do CPC.
DOS FATOS
A impetrante é servidora pública e atua como professora a Universidade Federal. Ocorre que um aluno, Marcos Silva, matriculado em curso de graduação na referida instituição e aluno da impetrante, inconformado com a nota lhe foi atribuída, abordou, com canivete em punho, a impetrante ameaçando-a e exigindo-lhe que modificasse sua nota. 
Diante disso, com o desígnio de repelir a iminente agressão, a impetrante conseguiu desarmar o infrator que acabou caindo ao chão e quebrou um braço.
Ato contínuo foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para averiguar eventual responsabilidade da impetrante e, ao mesmo tempo, esta foi denunciada pelo crime de lesão corporal.
Enquanto na esfera criminal a impetrante foi absolvida por ter agido em legítima defesa, havendo a decisão transitada em julgado, na esfera administrativa, por outro lado, o PAD prosseguiu sem a ocorrência da citação da impetrante. Ao final, a Comissão nomeada apresentou relatório pugnando pela condenação da impetrante à pena de demissão.
Posteriormente, o processo administrativo foi encaminhado ao reitor da referida universidade para a decisão final, que se vinculou à decisão da Comissão e a manteve.
Em 11/01/2017 a impetrante foi cientificada de sua demissão, por meio de publicação no Diário Oficial, ocasião em que foi afastada de suas atividades.
DOS FUNDAMENTOS
	1 – DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança é instrumento posto à disposição de qualquer pessoa com o objetivo de, através da verificação jurisdicional, controlar a legalidade dos atos da administração pública em qualquer de suas esferas.
Conforme preceitua o Art. 5º, inciso LXIX da Constituição Federal e o Art. 1º da Lei 12.016/09 será concedido o Mandado de Segurança para proteger direito liquido e certo, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação por parte de autoridade.
Desse modo, visa amparar direito liquido e certo. Havendo o titular desse direito, legitimidade para impetrar o mandado de segurança, sendo oponível contra qualquer autoridade pública ou contra agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições públicas. Não se pode olvidar que o objetivo do mandado de segurança é corrigir ato ou omissão ilegal ou decorrente de abuso de poder.
O mandado de segurança é conferido aos indivíduos para que eles se defendam de atos ilegais ou praticados com abuso de poder, constituindo-se verdadeiro instrumento de liberdade civil e liberdade política.
Alexandre de Moraes (2017), citando Hely Lopes Meirelles, aduz que é:
“o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei, para proteção de direito individual ou coletivo, liquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça” (MORAES, Alexandre. Direito Constitucional, São Paulo: Atlas, 2017, 33ª edição, p. 127/128).
A certeza e liquidez do direito da impetrante estão cerceadas à nulidade do processo administrativo que resultou em sua demissão, vez que não foi oportunizada a defesa à impetrante, ante a falta de sua citação.
Ademais, sendo certo que o prazo para impetração do mandado de segurança, conforme preceitua o Art. 23 da Lei 12.016/09, se limita ao máximo de 120 (cento e vinte dias), contados da ciência do ato da autoridade coatora, a impetrante está amparada por este remédio constitucional, pois a impetrante tomou ciência do ato impugnado em 11/01/2017 e na presente data, 22/02/2017, não se encontra superado o prazo exposto.
	2 – DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO
A Constituição Federal, em seu Art. 5º LV, estabelece, dentre os direitos e garantias fundamentais do cidadão, que, aos litigantes, seja em processo judicial ou administrativo, bem como aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
Não se pode olvidar que tal dispositivo preceitua o Princípio da Ampla Defesa e do Contraditório, constituindo-se princípio basilar nos processos, seja administrativo ou judicial.
Nessa linha, também relata a Lei dos Servidores Público quando do Processo Administrativo disciplinar (Art. 143, p. f., Lei 8.112/90) e a Súmula 20 do STF.
Ocorre que, conforme se verifica da documentação anexa, o Processo Administrativo Disciplinar, instaurado em face da impetrante, não observou as normas constitucionais e legais, havendo violação à Carta Magna, pois não foi oportunizada à impetrante a ampla defesa e o contraditório. Isso porque sequer a impetrante foi citada para tomar ciência do PAD, tendo a Comissão nomeada se limitado ao vexatório entendimento de que a impetrante já havia tomado ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de outros servidores.
Ora, o §1º do Art. 161 da Lei 8.112/90 é claro ao estabelecer que:
“o indicado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição)”
Desse modo, deve o Processo Administrativo Disciplinar ajuizado em desfavor da impetrante declarado nulo por estar eivados de vícios insanáveis, dentre eles a ausência de citação da impetrante.
Nesses termos é a jurisprudência pátria:
MUNICÍPIO - PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR - NULO - REINTEGRAÇÃO DO SERVIDOR - RECONHECIDA. Ante a violação da garantia constitucional da ampla defesa e do contraditório prevista no art. 5º, inciso LV, da CF/88, conclui-se que o atacado Processo Administrativo Disciplinar encontra-se eivado de vícios insanáveis, ofendendo, inclusive a própria legalidade que rege os atos da Administração Pública, merecendo, portanto, ser mantida incólume a sentença guerreada.
(TRT-20 464200301220008 SE 00464-2003-012-20-00-8, Data de Publicação: DJ/SE de 21/05/2004)
Em razão do inadmissível ato da comissão, a impetrante restou condenada à pena de demissão.
Deve-se, no entanto, observar, conforme a sentença anexa, que no processo judicial ajuizado em razão do mesmo fato que se apura no PAD, a impetrante restou absolvida com exclusivo fundamento na legítima defesa, tratando-se de uma excludente de ilicitude.
Portanto, ainda que o reitor tenha alegado que a esfera administrativa é autônoma em relação a criminal, a absolvição penal com fundamento em excludente de ilicitude é uma contundente hipótese de mitigação ao Princípio da Independência entre as instancias. Portanto, não há espaço para aplicação do resíduo administrativo (falta residual), ou seja, a decisão proferida na espera penal necessariamentevinculará o conteúdo da decisão administrativa (Art. 125 c/c 126, ambos da Lei 8.112/90 c/c Art. 65 do CPP).
DO PEDIDO LIMINAR
No âmbito do mandado de segurança, o pedido liminar (tutela de urgência) pode apresentar-se como antecipação da tutela pleiteada ou como medida para assegurar o resultado prático do processo.
Para a concessão da medida liminar, necessária se faz a presença dos requisitos da probabilidade do direito e do perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, conforme estabelece o Artigo 300 do CPC.
Ante a incontestável necessidade de citação da impetrante, por mandado, para realizar sua defesa em sede de Processo Administrativo Judicial, em virtude do preceito constitucional contido no Art. 5º, LV, da Carta Magna e o Art. 22 da Lei 8.112/90, deve ser, de todo modo, assegurada a ampla defesa e o contraditório, sob pena de nulidade.
Corrobora o fato de a impetrante ter sido absolvida na esfera criminal, por excludente de ilicitude, o que também afasta a pena de demissão aplicada à impetrante no PAD.
Deve-se, ainda, elucubrar que a impetrante encontra-se em séria dificuldade financeira, consequência da injusta demissão a ela imposta, pois se tratava de sua única fonte de renda.
Assim, restam preenchidos os requisitos para concessão da antecipação dos efeitos da tutela, vez que a prova inequívoca do direito (fumus boni iuris) está consubstanciada na nulidade do PAD por violação ao contraditório e à ampla defesa (ausência de citação), bem como na sentença penal absolutória transitada em julgado, que reconheceu que a impetrante agiu em legítima defesa. E, ainda, o fundado receio de dano irreparável (periculum in mora) resta evidentemente demonstrado ante as dificuldades financeiras enfrentadas pela impetrante uma vez que fora injustamente demitida de seu cargo.
DOS PEDIDOS
	Em face de todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
Seja concedida, de forma liminar, a ordem para que a Impetrada suspenda o ato demissional e, por consequência, reintegre a Impetrante aos quadros de serviços públicos;
A notificação da Impetrada sobre o conteúdo desta petição e de seus anexos para que preste as informações necessárias;
Seja dada ciência do feito à Procuradoria da entidade, enviando-lhe cópia da inicial sem os documentos para que, querendo, ingresse no feito;
A intimação do ilustre representante do Ministério Público;
No mérito, requer a concessão da segurança pleiteada, coma confirmação da liminar concedida, com a ordem para que a autoridade coatora anule o ato demissional e, consequentemente, determinar a reintegração da impetrante ao quadro de funcionários da autarquia federal.
DAS PROVAS
Requer a juntada e apreciação da prova pré-constituída, dentre eles cópia do PAD, da sentença criminal absolutória, da publica do Diário Oficial, etc.
VALOR DA CAUSA
	Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (Hum mil reais), para efeitos legais.
Nestes termos.
Pede deferimento.
Local, 22 de fevereiro de 2017.
ADVOGADO
OAB

Outros materiais