Buscar

Aula 7 e 8 – Monopólio

Prévia do material em texto

Aula 7 e 8 – Monopólio
Bibliografia:
PINDYCK, R.S.; RUBINFELD, D.L. Microeconomia. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. (Capítulo 10)
Profa. Francieli Tonet
Monopólio
Características:
Há apenas uma empresa no mercado;
Não há produtos substitutos próximos;
Uma empresa monopolista é uma formadora de preços;
Há barreiras à entrada.
Causas do monopólio:
Propriedade exclusiva de matérias-primas ou de técnicas de produção;
Patentes sobre produtos ou processos de produção;
Licença governamental ou imposição de barreiras comerciais para excluir competidores, 
especialmente estrangeiros;
Monopólio natural: uma única empresa consegue fornecer produtos a custo mais baixo que 
um grande número de empresas – economias de escala substanciais. 
Receita média e Receita Marginal
Receita média do monopolista – o preço por unidade vendida é exatamente a curva de 
demanda do mercado:
𝑅𝑀𝑒 = 𝑃
A receita marginal é menor do que o preço porque o monopolista se defronta como uma 
curva de demanda negativamente inclinada:
𝑅𝑀𝑔 < 𝑃
Para vender uma 𝑸 maior, o monopolista deve reduzir o preço de todas as unidades 
vendidas. Assim, o aumento de 𝑸 tem dois efeitos sobre a receita:
Efeito quantidade: maior produção aumenta a receita.
Efeito preço: preço mais baixo reduz a receita.
A 𝑹𝑴𝒈 pode ser negativa quando o efeito preço excede o efeito quantidade.
Preço, Receita Média e Receita Marginal
Qual é a relação entre 𝑷 e
𝑹𝑴𝒆? E entre 𝑷 e 𝑹𝑴𝒈?
Assim como no caso 
competitivo: 𝑷 = 𝑹𝑴e. 
No entanto, 𝑹𝑴𝒈 < 𝑷.
𝑸 𝑷 𝑹𝑻 𝑹𝑴𝒆 𝑹𝑴𝒈
0 4,5 0 -
1 4,0 4 4,0 4
2 3,5 7 3,5 3
3 3,0 9 3,0 2
4 2,5 10 2,5 1
5 2,0 10 2,0 0
6 1,5 9 1,5 -1
Maximização do lucro
Preço de
Monopólio
𝑄𝑄𝑀𝐴𝑋0
Demanda
Custo total médio
Receita marginal
Custo
Marginal
B
A
A interseção da curva de 
receita marginal com a 
curva de custo marginal 
determina a quantidade 
que maximiza o lucro.
A curva de demanda mostra o preço máximo 
para vender essa quantidade.
P
𝑄1 𝑄2
Maximização do lucro
Assim como uma empresa competitiva, a monopolista maximiza o lucro produzindo a 
quantidade, em que 𝑹𝑴𝒈 = 𝑪𝑴𝒈.
Porém, como o preço é definido pelo próprio monopolista e não pelo mercado, após 
identificar a quantidade, a empresa monopolista define o preço como o valor mais alto 
que os consumidores estariam dispostos a pagar por essa quantidade.
Esse preço é encontrado a partir da curva de demanda.
Ou seja: 
Empresa Competitiva 𝑃 = 𝑅𝑀𝑔 = 𝐶𝑀𝑔
Empresa Monopolista 𝑃 > 𝑅𝑀𝑔 = 𝐶𝑀𝑔
Determinação de preços
O poder de impor o preço aos consumidores permite que o monopolista opere sempre com 
lucros extraordinários;
Isto é, permite impor uma margem (markup) sobre os custos marginais. Pela condição de 
maximização, o markup é dado por:
(𝑃 − 𝐶𝑀𝑔)
𝑃
= −
1
𝐸𝑑
Assim, o preço pode ser calculado como:
𝑃 =
𝐶𝑀𝑔
1 + 1/𝐸𝑑
Essa relação indica que a quantidade de markup e, logo, a fixação do preço depende da 
elasticidade da demanda, e que o monopolista sempre opera onde a curva de demanda é 
elástica (ou seja, se 𝐸𝑑 > 1, para garantir P > CMg). 
Lucro do Monopolista
Preço de
Monopólio
𝑄𝑄𝑀𝐴𝑋0
Demanda
Custo total médio
Receita marginal
Custo
Marginal
B
C
𝜋𝑀 = 𝑃 − 𝐶𝑇𝑀 𝑄
P
Poder de monopólio
Uma forma natural de medir o poder de monopólio é examinar a medida pela qual o 
preço que maximiza lucro excede o custo marginal;
Isto é, pode-se utilizar a relação de markup:
𝐿 = (𝑃 − 𝐶𝑀𝑔)/𝑃
Que também pode ser expressa em termos da elasticidade de demanda com que a 
empresa se defronta:
𝐿 = 𝑃 − 𝐶𝑀𝑔 /𝑃 = −1/𝐸𝑑
Se 𝐸𝑑 for grande, o markup será pequeno, logo, a empresa tem pouco poder de monopólio;
Se 𝐸𝑑 for pequena, o markup será grande, log, a empresa tem considerável poder de 
monopólio;
Essa medida é denominada Índice 
de Lerner de Poder de Monopólio.
𝐸𝑑 é a elasticidade da demanda 
da empresa, e não da demanda 
do mercado.
O custo social do poder de monopólio
Em um mercado competitivo equilibrado, 𝑷 = 𝑪𝑴𝒈 e o excedente total (produtores e 
consumidores) é maximizado.
No monopólio, 𝑷 > 𝑹𝑴𝒈 = 𝑪𝑴𝒈. Logo: 
Os consumidores têm perdas de excedente.
O monopolista tem ganho de excedente, mas produz uma quantidade 𝑸, menor do que o 
nível de produção socialmente eficiente. 
Assim, a ineficiência do monopólio resulta em um peso morto.
Logo, o monopólio leva a uma alocação ineficiente dos recursos e à diminuição do 
bem-estar econômico. 
O monopólio natural
O monopólio natural surge normalmente onde há grandes economias de escala;
Isso ocorre quando os custos fixos são muito altos e os custos marginais decrescentes, 
de modo que o custo médio diminui com o nível de produção;
Esse tipo de situação é comum nos setores de prestação de serviços de utilidade 
pública (distribuição de energia elétrica e água, por exemplo);
Em razão da ineficiência, os monopólios naturais são, em sua maioria, regulados ou 
operados pelo governo;
Contudo, a regulamentação não consiste simplesmente de estabelecer que 𝑷 = 𝑪𝑴𝒈 , 
uma vez que 𝑪𝑴𝒈 < 𝑪𝑴𝒆 e, portanto, nesse nível de preço o monopolista teria lucro 
negativo;
O problema que os reguladores enfrentam é o de conhecer com exatidão os 
verdadeiros custos da empresa.

Continue navegando