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Aula 5 Defeitos da madeira

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
CÂMPUS DE ITAPEVA 
ENGENHARIA INDUSTRIAL MADEIREIRA 
 
QUALIDADE DA MADEIRA (Notas de aula) 
 
Prof. Ricardo Marques Barreiros 
 
 1 
PRINCIPAIS DEFEITOS DA MADEIRA 
 
O conceito “defeitos da madeira” é muito amplo, e sua classificação, complexa. 
Sempre há uma dose de risco na designação de um defeito, pois o que, muitas vezes, é tido 
como impróprio para certas aplicações, pode ser requerido para outras. 
 
1 – Defeitos de crescimento e desenvolvimento 
2 – Defeitos na forma do tronco 
3 – Defeitos da secagem 
4 – Dedeitos de processamento inadequado 
5 – Defeitos provocados por agentes físicos e bióticos 
6 – Defeitos causados na colheita e transporte da madeira 
7 – “Defeitos” causados por substâncias especiais 
 
1 – DEFEITOS DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
 Grã 
É a orientação dos elementos celulares em relação ao eixo vertical da árvore. Quando 
irregular (espiralada, entrecruzada, ondulada), dependendo do uso que se vai destinar a 
madeira, isto pode constituir um defeito, prejudicando o acabamento, a secagem (empenos, 
fendas) e outras operações (laminados, trabalhabilidade), também diminui a resistência a 
flexão e compressão paralela, aumenta a instabilidade dimensional e a quantidade de 
resíduos. 
 Variações na largura e no espaçamento dos anéis de crescimento 
Em coníferas, principalmente, o espaçamento e a espessura dos anéis de crescimento criam 
uma variação de densidade e dureza que podem caracterizar um defeito, uma vez que torna 
o tecido mais heterogêneo. 
 Crescimento excêntrico 
Ocorre quando a medula é deslocada do centro do tronco. Este fenômeno causa uma forma 
elíptica ao fuste. Resulta em tábuas de estrutura desuniforme (propriedades desiguais da 
madeira), bem como do lenho de reação que freqüentemente acompanha este defeito. 
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CÂMPUS DE ITAPEVA 
ENGENHARIA INDUSTRIAL MADEIREIRA 
 
QUALIDADE DA MADEIRA (Notas de aula) 
 
Prof. Ricardo Marques Barreiros 
 
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 Lenho de reação 
Árvores que sofreram um esforço causado por uma condição irregular de crescimento, como 
por exemplo, ter se desenvolvido em uma superfície inclinada, podem apresentar este tipo 
de defeito. Nas coníferas o lenho de reação geralmente situa-se na região de compressão 
(lenho de compressão), enquanto que nas folhosas, o lenho de reação ocorre mais na parte 
que é tracionada (lenho de tração). Comum em árvores que apresentam troncos curvos e 
base de galhos. 
 Nós 
O nó é a região do caule onde ocorre a intersecção de um ramo ou de um galho. O nó 
apresenta uma estrutura anatômica totalmente reforçada e inviabiliza uma boa 
trabalhabilidade. É muito duro, às vezes solta-se durante o acabamento e, em geral, é escuro, 
conferindo um aspecto desagradável à peça, prejudica a conversão em polpa e a resistência 
mecânica. 
 Tecido de cicatrização 
São tecidos especiais que se formam quando a árvore sofre algum ferimento, causado por 
injúrias externas, por exemplo, pela queda de uma outra árvore ou pelo ataque de insetos. A 
presença de resina geralmente ocorre geralmente após alguma injúria ocorrida na casca da 
árvore e que, mais tarde, é englobada com o surgimento de novas camadas de tecido 
originadas pelo câmbio. Pode formar canais traumáticos resiníferos/gomíferos, provoca 
heterogeneidade na madeira e pode até conter casca, implicando na diminuição da 
resistência mecânica. 
2 – DEFEITOS NA FORMA DO TRONCO 
 Tortuosidade 
Troncos tortuosos são comuns e podem ser resultado de vários fatores, como por exemplo, 
hereditariedade e/ou condições de crescimento (luminosidade, folhagem assimétrica 
pendendo mais para em uma certa direção, cipós e até presença de alumínio no solo, 
inclinação do terreno, ventos forte e/ou constantes, etc. Diminui o aproveitamento da tora 
para laminação e serraria, apresentam grãs irregulares que comprometem a resistência 
mecânica, causam dificuldades de acabamento e provocam deformações de secagem. 
 Bifurcação ou Aforquilhamento 
Quando ocorre rente ao solo é possível aproveitar o fuste, mas dependendo da altura pode 
inviabilizar o aproveitamento ou influenciar a qualidade da madeira. Região da árvore 
suscetível ao apodrecimento devido a rachadura, que favorece a entrada de água e exposição 
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CÂMPUS DE ITAPEVA 
ENGENHARIA INDUSTRIAL MADEIREIRA 
 
QUALIDADE DA MADEIRA (Notas de aula) 
 
Prof. Ricardo Marques Barreiros 
 
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da região medular. É causada pela morte da gema apical (ataque de insetos, geadas tardias) 
ou predisposição natural a esta formação (característico da espécie). 
 Sapopemas 
São raízes tabulares, ou seja, são raízes achatadas que ocorrem na periferia de troncos de 
certas espécies, como prolongamento das raízes laterais, podendo estender-se até 
considerada altura do fuste, cuja função é servirem de contraforte para maior equilíbrio a 
árvore. Dificultam a operação de abate, acarretam perda de volume comercial e alteram a 
anatomia no local. Ex. Sumaúma. 
 Conicidade 
O tronco de algumas árvores assumem forma acentuada de cone quando a partir do 2
o
. 
metro o diâmetro diminui mais de 1 cm a cada metro linear. Diminui o aproveitamento da 
tora no processo de desdobro. É maior nas folhosas e apresenta grã oblíqua. 
 Tronco fenestrado (sulcado) 
Neste caso, o fuste apresenta profundas depressões (sulcos) e geralmente é utilizado inteiro 
como poste, pilar (decorativo), não servindo para cortar em tábuas. Ex. Aquaricara. 
3 - DEFEITOS DE SECAGEM 
 Rachaduras 
Caracterizam-se por grandes aberturas nas peças ou toras de madeira. As causas podem ser 
variadas, como por exemplo condições climáticas, injúrias mecânicas, tensões internas de 
crescimento, secagem mal conduzida, etc. Normalmente coincidem com regiões de maior 
fragilidade no tronco, tais como raios (radiais), anel de crescimento mais largo 
(aceboladura), espaço oco preenchido por resina (bolsa de resina), forças mecânicas, etc. 
prejudicando a madeira para laminados. 
 Fendilhamento 
Aberturas de pequena extensão ao longo da peça de madeira. 
 Empenamento 
É caracterizado por uma distorção em relação ao plano da superfície de uma peça de 
madeira. 
 
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 Encruamento 
Decorre da secagem acelerada das camadas superficiais enquanto o interior da peça 
continua com teor de umidade elevado. Provoca rachaduras no interior da peça que 
certamente alteram o comportamento esperado. 
4 – DEFEITOS DE PROCESSAMENTO INADEQUADO 
 Presença de medula 
Peças retiradas do centro da tora podem conter tecido parenquimático da medula. Isto pode 
favorecer o aparecimento de rachaduras na tábua, diminuindo a resistência a esforços 
mecânicos e favorecendo ao ataque de organismos xilófagos. 
 Presença de casca e alburno 
Semelhante ao que ocorre com a medula, a madeira pode ser vendida contendo vestígios de 
casca e/ou alburno. 
5 - DEFEITOS DE ALTERAÇÃO PROVOCADOS POR AGENTES FÍSICOS E 
BIÓTICOS 
 Defeitos do Weathering 
Madeiras expostas à condições adversas (sol, umidade) sofrem descoloração de tecido, 
levantamento da grã e enfraquecimento geral da estrutura. A morte prematura de células 
parenquimáticas do alburno, em conseqüência de ferimentos e temperaturas extremas 
podem ser motivos para o surgimento de anomalias da cor que normalmente depreciam a 
madeira. 
 Apodrecimento por fungos e bactérias 
O ataque destes organismos à madeira pode causar apodrecimento e alterarcompletamente 
suas características, inclusive a resistência e durabilidade, comprometendo definitivamente 
as peças (tipos de podridão). 
 
 Destruição por insetos 
Insetos podem perfurar canais, câmaras e danificar de modo irreversível tanto a árvore viva 
como toras e peças de madeira, principalmente na fase larval (coleópteros) e adulta (cupins). 
 
 
 
 
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6 – DEFEITOS CAUSADOS NA COLHEITA E TRANSPORTE DA MADEIRA 
 
 Rasgaduras do tronco a partir do corte de abate (lasca) 
 Lascas do tronco a partir do desgalhamento 
 Rachaduras radiais do fuste durante o abate 
 Rachaduras tangenciais 
 Ferimento ou fratura das árvores em pé por conta do esbarramento no abate da árvore 
vizinha 
 
7 – PREJUÍZOS CAUSADOS POR SUBSTÂNCIAS ESPECIAIS 
 
É comum algumas árvores possuírem substâncias especiais em suas células, que 
podem vir a constituir “defeitos”, tais como: 
 
 -Irritações da pele, asma, tontura em Caviúna (Machaerium scleroxylon); 
 -Dermatite, ânsia e câimbras em Peroba Rosa (Aspidosperma polyneuron); 
 -Dermatite em Jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra); 
 -Tonturas em Guanandi/Jacareúba (Calophyllum brasiliense); 
 -Desgastes nas ferramentas de corte pela sílica em Maçaranduba (Manilkara elata), 
Itaúba (Mezilaurus itauba), e pelo carbonato de Ca em Baitoa (Phyllostemon 
brasiliensis).

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