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P r o f . E s p . L u c a s M a n o e l L i m a S a n t o s Unidade de Vida: Célula e Desenvolvimento Embrionário Componentes Químicos da Célula UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS Conceição do Araguaia – PA, Março de 2014. Os componentes químicos da célula são classificados em inorgânicos e orgânicos A estrutura da célula é a consequência de uma combinação de moléculas organizadas em uma ordem muito precisa. Mesmo havendo ainda muito por aprender, j,á se conhecem os princípios gerais da organização molecular da maioria das estruturas celulares, como os cromossomos, as membranas, os ribossomos, as mitocôndrias, os cloroplastos etc. No início, o estudo da composição química da célula foi feito mediante a análise bioquímica de órgãos e tecidos inteiros, como o fígado, o cérebro, a pele ou o meristema vegetal. Nos últimos anos, o desenvolvimento de diversos métodos de fracionamento celular permitiu isolar os elementos subcelulares e recolher informações mais precisas sobre a estrutura molecular da célula. Os componentes químicos da célula são classificados em inorgânicos (água e minerais) e orgânicos (ácidos nucleicos, carboidratos, lipídios e proteínas). Do total dos componentes da célula, cerca de 75 a 85% correspondem a água, entre 2 e 3% são , constituídos de sais inorgânicos e o restante é formado por compostos orgânicos que representam as moléculas da vida. Os componentes químicos da célula são classificados em inorgânicos e orgânicos A maior parte das estruturas celulares contém lipídios e moléculas muito grandes - denominadas macromoléculas ou polímeros - integrados por unidades ou nanômeros que se conectam por meio de ligações covalentes. Nos organismos, existem três polímeros importantes: 1) os ácidos nucleicos, formados pela , associação de quatro unidades químicas diferentes denominadas nucleotídeos; a sequencia linear dos quatro tipos de nucleotídeos na molécula de DNA é a fonte primária da informação genética; 2) os polissacarídeos, que podem ser polímeros de glicose - com os quais se formam glicogênio, amido ou celulose - ou compreender a repetição de outros monossacarídeos, com os quais se formam polissacarídeos mais complexos; e 3) as proteínas (polipeptídeos), que são constituídas por aminoácidos - existem 20 tipos - combinados em diferentes proporções; as quantidades e as possibilidades de ordenamento desses 20 monômeros permitem um número extraordinário de combinações, o que determina não somente a especificidade, mas também a atividade biológica das moléculas protéicas. Água e Minerais Água A água é o componente mais abundante dos tecidos; Com poucas exceções - por exemplo, o osso e o dente - a água é o componente encontrado em maior quantidade nos tecidos. O conteúdo de água do organismo está relacionado com a idade e com a atividade metabólica; é maior no embrião (90-95%) e diminui com o passar dos anos. A água atua como solvente natural dos íons e como meio de dispersão coloidal da maior parte das macromoléculas. Mais ainda, é indispensável à atividade metabólica, já que os processos fisiológicos acontecem exclusivamente em meios aquosos. Na célula, a água é encontrada em duas frações, uma livre e outra ligada. A água livre representa 95% da água total , e é parte usada principalmente como solvente para os solutos e como meio de dispersão do sistema coloidal. A água ligada representa apenas 5% e é a que está unida frouxamente a outras moléculas por ligações não covalentes; Assim, compreende a água imobilizada no seio das macromoléculas. Como resultado da distribuição assimétrica de suas cargas, uma molécula de água comporta-se como um dipolo, conforme ilustra. Devido a esta propriedade, a água pode se ligar eletrostaticamente, por seus grupos positivos e negativos, tanto a ânions e cátions quanto a moléculas com ambos os tipos de carga (p. ex., proteínas). Outra propriedade da molécula de água é sua ionização em um ânion hidroxila (OH-) e em um próton ou íon hidrogênio (H+). A água intervém na eliminação de substâncias da célula. Além disso, absorve calor (graças a seu elevado coeficiente calórico) que evita que sejam geradas mudanças drásticas da temperatura na célula. Sais A concentração de íons é diferente no interior da célula e no meio que a circunda. Assim, a célula tem uma alta concentração de cátions K+ e Mg2+, enquanto o Na+ e o c1 - estão localizados principalmente no líquido extracelular. Os ânions dominantes nas células são o fosfato (HPO/ -) e o bicarbonato (HC03 - ). Os sais dissociados em ânions e cátions (Na+ e K+) são importantes para manter a pressão osmótica e.o equilíbrio ácido-básico da célula. A retenção de íons produz um aumento da pressão osmótica e, portanto, a entrada de água. Alguns íons inorgânicos (como o Mg2+) são indispensáveis como co-fatores enzimáticos. Outros fazem parte de moléculas distintas. O fosfato, por exemplo, é encontrado nos fosfolipídios e nos nucleotídeos; Um destes, a adenosina trifosfato (ATP), é a principal fonte de energia para os processos vitais da célula. Os íons de Ca2+ que se encontram nas células desempenham um importante papel como transmissores de sinais. Outros íons presentes nas células são o sulfato, o carbonato etc. Certos minerais são encontrados na forma não ionizada. Assim ocorre com o cálcio, que nos ossos e nos dentes encontra-se unido ao fosfato e ao carbonato sob a forma de cristais. Outro exemplo compreende o Ferro , que na hemoglobina, na Ferritina, nos citocromos e em várias enzimas encontra-se unido por ligações carbono- metal. Para manter a atividade celular normal são indispensáveis quantidades diminutas de manganês, cobre, cobalto, lodo, selênio, níquel , molibdênio e zinco. Quase todos esses elementos vestigiais (ou oligoelementos) são necessários para a atividade de certas enzimas. O iodo é um componente do hormônio tireóideo. Ácidos Nucleicos Existem dois tipos de ácidos nucléicos, o DNA e o RNA; Os ácidos nucléicos são macromoléculas de enorme importância biológica. Todos os seres vivos contêm dois tipos de ácidos nucléicos, chamados ácido desoxirribonucléico (DNA) e ácido ribonucléico (RNA). Os vírus contêm um só tipo de ácido nucléico, DNA ou RNA. O DNA constitui o depósito da informação genética. Esta informação é copiada ou transcrita em moléculas de RNA mensageiro, cujas sequencias de nucleotídeos contêm o código que estabelece a sequencia dos aminoácidos nas proteínas. É por isso que a síntese proteica também é conhecida como tradução do RNA. A esta série de fenômenos é atribuído o caráter de dogma central da biologia molecular, que pode ser expresso da seguinte maneira: Nas células superiores, o DNA encontra-se no núcleo integrando os cromossomos (uma pequena quantidade encontra-se no citoplasma, dentro das mitocôndrias e dos cloroplastos). O RNA localiza-se tanto no núcleo (onde é formado) como no citoplasma, para o qual se dirige a fim de reger a síntese proteica; Os ácidos nucléicos contêm carboidratos (pentases), bases nitrogenadas (purinas e pirimidinas) e ácido fosfórico. A hidrólise do DNA ou do RNA gera: As pentoses são de dois tipos: desoxirribose no DNA e ribose no RNA. A diferença entre estes açúcares é que adesoxirribose tem um átomo de oxigênio a menos. As bases nitrogenadas encontradas nos ácidos nucleicos são também de dois tipos: pirimidinas e purinas . As pirimidinas possuem um anel heterocíclico, enquanto as purinas têm dois anéis fundidos entre si: No DNA, as pirimidinas são a timina (T) e a citosina (C), e as purinas, a adenina (A) e a guanina (G) ; O RNA contém a uracila (U) no lugar da timina.
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