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RESUMO Processo Penal

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DIREITO PROCESSUAL PENAL 
BRUNO ISAAC DOS SANTOS FERREIRA 
 
Princípios Gerais: 
 
1. Não há pena sem processo 
 
No Brasil ninguém vai preso sem o devido processo legal. 
O devido processo penal é duplo: 
a) Devido processo legal clássico - contém todas as fases do processo; 
b) O novo devido processo legal - Lei 9.099/95 - dispõe outras formas de fases 
do processo. 
 
2. Não há pena sem ação 
 
O juiz não pode agir de ofício. Fundamento - se deve ao processo tipo acusatório 
vigorante que distingue as funções de investigação, denúncia e julgamento. 
 
3. Princípio do Juiz Natural 
 
Há duas regras básicas: 
a) Há um juiz competente para a causa; 
b) Está proibido pela Constituição Federal a criação de Tribunal de Exceção. 
 
4. Princípio do Contraditório 
 
É a possibilidade de contrariar argumentos, provas. 
Existem provas que são colhidas sem o contraditório, são as chamadas Provas 
Cautelares. Exemplo de prova cautelar: perícias. 
As provas cautelares tem o contraditório diferido ou seja, adiado, o contraditório 
é postergado para o processo. 
 
5. Princípio da Ampla Defesa 
 
Contém duas regras básicas: 
a) Possibilidade de produzir provas; 
b) Possibilidade de recursos. 
Obs.: não existe fase de defesa no Inquérito Policial, pois é peça administrativa. 
 
6. Princípio da Presunção de Inocência 
 
Este princípio está conceituado na Convenção Americana sobre direitos humanos. 
Consiste em que todo acusado é presumido inocente até que se comprove a sua 
culpabilidade. 
Duas regras: 
a) Cabe a quem acusa o ônus de provar a culpabilidade; 
b) Regra de tratamento no sentido do acusado não poder ser tratado como condenado. 
 
 
 
 O acusado pode ser preso durante o processo ? Seria esta prisão inconstitucional ? 
 Resp.: Sim, pode o acusado ser preso durante o processo, desde que o juiz 
fundamente a necessidade da sua prisão cautelar. Não fere nenhum princípio 
constitucional. 
 
7. Princípio da Verdade Real 
 
Conecta-se à regra da liberdade de provas: todos os meios probatórios em princípio são 
válidos para comprovar a verdade real. 
 Esta regra é absoluta ? 
 Resp.: Esta regra não é absoluta, existem exceções: 
a) Prova ilícita - são as provas adquiridas por meios ilícitos. Ex.: prova mediante tortura. 
b) Prova Ilegítima - são as provas colhidas com violação de normas processuais. Ex.: 
busca domiciliar sem ordem do juiz. 
c) Art. 475 do CPP - diz respeito às provas nos Julgamentos pelo Tribunal do Júri. 
Deve-se juntar as provas ao processo com três dias de antecedência ao Júri. 
 
8. Princípio da Obrigatoriedade 
 
O Ministério Público na ação penal pública é obrigado a agir. Deve ele denunciar. 
Exceção: encontra-se na ação penal privada, onde aqui vigora o Princípio da 
Oportunidade. 
Outra exceção: Transação Penal - Art. 76 da Lei 9.099/95 - onde o Ministério Público faz 
um acordo com o réu, ao invés de denunciá-lo. 
 
9. Princípio da Indisponibilidade do Processo 
 
Art. 42 do CPP - iniciado o processo o Ministério Público não poderá dispor dele, ou 
seja, abrir mão na acusação. 
Exceção: Suspensão Condicional do Processo - Lei 9.099/95 
 
10.Princípio da Oficialidade 
 
Os órgãos da persecução penal são oficiais. 
 
11.Princípio da Publicidade 
 
O processo e os atos processuais são públicos. 
Este Princípio não é absoluto, pois é possível restringir a publicidade do processo em 
casos especiais. Art. 792 do CPP, Parágrafo 1º: “Se da publicidade da audiência, da 
sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, incoveniente grave ou perigo de 
perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a 
requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a 
portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes.” 
 
12.Princípio da Identidade Física do Juiz 
 
O juiz que preside a instrução deve ser o mesmo que vai sentenciar. 
Este princípio não é válido no Processo Penal 
 
 
13.Princípio da Imparcialidade do Juiz 
Não há jurisdição sem imparcialidade. O juiz deve ser imparcial, neutro entre as partes. 
 
14.Princípio do Duplo Grau de Jurisdição 
 
Assegura o direito de apelar; que as provas sejam revistas em outra instância. 
Exceção: está nos processos de competência originária dos Tribunais, pois neste caso, 
não há mais para quem se recorrer. 
 
Outro Princípios 
 
Art. 1º do CPP. 
 
Princípio da Territorialidade - o Código de Processo Penal é válido em todo território 
nacional, é único no país. Os Estados-Membros não podem legislar sobre processos, 
somente sobre procedimentos. 
 
 Todo processo penal segue somente o CPP ? 
 Resp.: Nem todo processo segue estritamente o CPP. Ex.: Tóxicos, Crime Militar, 
Crime Eleitoral, Crimes de Imprensa, etc. Estes crimes tem seus procedimentos 
próprios. 
 
 Todo crime ocorrido no Brasil é processado no Brasil ? 
 Resp.: Em regra sim, mas há exceção: está na imunidade diplomática. Ex.: 
Embaixador norte-americano que cometer crime no Brasil será julgado e processado 
em seu país de origem, nos Estados Unidos da América. 
 
Art. 2º do CPP. 
 
Lei Processual no Tempo 
 
Lei processual sem reflexos penais, é regida pelo Princípio da Aplicação Imediata. Ex.: 
Lei que muda competência, o STJ diz que a lei processual se aplica imediatamente. 
 
Lei processual com reflexos de lei penal - aplicam-se dois princípios: 
a) Princípio da Retroatividade - se a lei for mais benigna ao réu; 
b) Princípio da Irretroatividade - se a lei for mais severa ao réu. 
Ex.: Lei que cuida de fiança é uma lei processual, mas tem reflexos penais, portanto, se 
ela beneficiar o réu, ela retroage, senão, não retroage. 
 
Art. 3º do CPP. 
 
A lei processual admite: 
 
a) Interpretação Extensiva: 
Ex.: Art. 34 CPP - o menor entre 18 e 21 anos pode oferecer queixa, então por 
interpretação extensiva entende-se que ele também poderá oferecer a representação, 
pois quem pode o mais, pode o menos. 
 
a) Aplicação Analógica: 
Ex.: Qual o prazo que tem o querelante para oferecer queixa quando o réu estiver 
preso ? 
Resp.: Não existe esta resposta no CPP, mas por analogia ao artigo 46 do CPP, 
entende-se que o prazo é igual ao do Ministério Público, que são de 5 dias. 
 
a) Aplicação dos Princípios Gerais do Direito 
Ex.: Quando o juiz não encontra solução para um litígio na lei e também não 
consegue decidi-lo por analogia, então deverá recorrer aos Princípios Gerais do Direito, 
pois deverá ele dar uma solução ao caso concreto. 
 
PERSECUÇÃO PENAL 
 
Compreende duas fases: 
 
a) Fase de Investigação 
b) Fase Judicial ou processual propriamente dita. 
 
Investigação 
 
 A quem compete ? 
 Resp.: Cabe a investigação à Polícia Judiciária. 
 
A polícia judiciária investiga o crime e visa reprimir a ocorrência de novos crimes. 
 
A polícia de segurança é a polícia militar, ela é ostensiva, de uniforme, visa previnir a 
ocorrência de crimes. 
 
 A guarda civil metropolitana é polícia judiciária ou de segurança ? 
 Resp.: É polícia de segurança. 
 
 Quem exerce a função de polícia judiciária no Brasil ? 
 Resp.: É a Polícia Civil. 
 
 Esta é uma atividade exclusiva da Polícia Civil ? 
 Resp.: Não é atividade exclusiva da polícia civil. As investigações pode ser exercidas 
por outros órgãos, por exemplo, no Inquérito Policial Militar, nas Investigações 
Administrativas, na Comissão Parlamentar de Inquérito, etc. 
 
 A investigação particular é válida ? 
 Resp.: Esta investigação não está proibida no Brasil, o particular deve apresentar os 
documentos conseguidos ao Ministério Público ou a Polícia Civil. 
 
 Qual a posição da Polícia Civil? 
 Resp.: É um órgão auxiliar dajustiça criminal. Art. 13 do CPP. 
 
A polícia civil exerce suas atividades no âmbito de sua circunscrição. Art. 4º do CPP. 
 
Cabe ao Ministério Público exercer o controle externo da polícia civil na forma de lei 
complementar. 
 
Este controle externo atualmente só existe no Estado de São Paulo. 
 
DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
Conceito - É um conjunto de diligências que visa a apuração do crime e de sua autoria. 
 
Finalidade - Apurar o crime e sua autoria. 
 
Destinação - é destinado a servir de base para uma futura ação penal. Art. 12 do CPP. 
 
 Quem preside o Inquérito Policial ? 
 Resp.: Somente uma autoridade policial. 
 
 Quem é autoridade policial no Brasil ? 
 Resp.: Pode ser autoridade de carreira, que são os delegados de polícia, ou 
autoridade nomeada pelo Secretário de Segurança. 
 
 A quem cabe presidir o auto de prisão em flagrante ? 
 Resp.: Cabe a autoridade policial do local da prisão. 
 
 Existe Juizado de Instrução no Brasil ? 
 Resp.: Juizado de instrução é a possibilidade de um juiz presidir a investigação, e 
atualmente não existe esta figura no Brasil. 
 
O juiz no Brasil, preside a investigação de um crime somente quando este tratar-se de 
crime falimentar. 
 
Existem critérios de Divisão das atribuições da polícia: 
 
a) Critério de divisão territorial 
b) Critério de divisão em razão da matéria - exemplo: DECON 
c) Critério de divisão em razão da pessoa - exemplo: Delegacia da Mulher. 
 
 Se algum destes critérios de divisão de atribuições forem violados acarreta alguma 
nulidade ao Inquérito Policial ? 
 Resp.: Não acarreta nenhuma nulidade ao Inquérito Policial, pois é ele uma peça 
administrativa. 
 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
1. É o Inquérito Policial uma peça informativa, logo é ele uma peça administrativa. 
 Os vícios do Inquérito Policial afetam a Ação Penal Futura ? 
 Resp.: Não afetam, pois são peças distintas. 
 
2. O Inquérito Policial é dispensável - Art. 27 do CPP. Por exemplo, não há Inquérito 
Policial nos crimes de menor potencial ofensivo. 
 
3. O Inquérito Policial é uma peça escrita - Art. 9º do CPP. 
 
4. O Inquérito Policial é sigiloso - Art. 20 do CPP. 
 
5. O Inquérito Policial é inquisitivo - não há contraditório e nem ampla defesa, pois é 
uma peça administrativa. Algumas provas do Inquérito Policial tem validade em 
juízo, são as provas cautelares. Ex.: perícias. 
 
6. Todos os atos devem ser regulados por lei 
 
 Qual o valor probatório do Inquérito Policial ? 
 Resp.: Nenhum, salvo quando repetido em juízo. 
 
Exceção: as provas cautelares produzidas no Inquérito Policial tem valor judicial. 
 
 O que é Processo Judicialiforme ? 
 Resp.: Era a possibilidade do delegado ou do juiz iniciar o processo. Com a 
promulgação do Constituição Federal de 1988, acabou esta possibilidade, ficando 
esta função reservada ao Ministério Público. (Art. 129, I, CF). 
 
INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
1. Na Ação Penal Pública Incondicionada 
a) Por Portaria; 
b) Por Auto de Prisão em Flagrante; 
c) Por requisição de Juiz ou do Ministério Público 
d) Por requerimento da vítima. 
 
A Ação Penal Pública Incondicionada é regida pelo Princípio da Obrigatoriedade. O 
delegado está obrigado a agir. 
 
2. Ação Penal Pública Condicionada 
Está subordinada a dois tipos de condições: 
a) Representação do ofendido; ou 
b) Requisição do Ministro da Justiça. 
 
A representação do ofendido chama-se “delatio criminis” postulatória. 
 
3. Ação Penal Privada 
 
Somente se inicia com o requerimento da vítima. 
 
Rol de Diligências do Art. 6º do CPP. 
 
A busca domiciliar exige o mandado judicial, salvo se for o caso de Prisão em Flagrante. 
O incidente de insanidade mental só pode ser determinado pelo juiz (Art. 149 CPP). 
A reconstituição do crime (Art. 7º CPP) pode ser feita, salvo se ofender a ordem pública 
e a moralidade. O indiciado não está obrigado a participar da reconstituição do crime. 
 
Indiciamento 
Indiciar é atribuir a autoria de uma infração penal a uma determinada pessoa. 
 
Conseqüências: 
a) De suspeito passa a ser indiciado; 
b) Interrogatório - o indiciado obrigatoriamente deve ser interrogado; Se o indivíduo é 
menor (de 18 à 21 anos) é obrigatório a nomeação de um Curador, caso não o 
tenha. O curador fiscaliza o ato. A falta de curador torna o ato ilegal. Qualquer 
pessoa pode ser Curador, mas recomenda-se que seja um advogado. A falta de 
Curador em Prisão em Flagrante torna a Prisão Ilegal, onde o juiz deve relaxar a 
prisão imediatamente. Já se o menor se diz ser maior, não existe a ilegalidade, pois 
ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza. 
O índio se aculturado precisa de Curador, mas se for culturado não o precisa. 
a) Identificação criminal - é feita a sua identificação criminal. Consiste em: Identificação 
Dactiloscópica e Identificação Fotográfica. 
Não é obrigatória a identificação criminal para quem já é civilmente identificado. A 
súmula 568 do STF foi cancelada. Somente pode ser identificado criminalmente quando 
existe dúvida quanto ao sujeito, onde lhe é colhido as impressões digitais. 
 
A recusa do indivíduo ao indiciamento configura crime de desobediência. 
Cabe o Habeas-Corpus para evitar indiciamento arbitrário, ilegal, e também para se 
trancar o Inquérito Policial. 
 
Incomunicabilidade do Indiciado Preso 
O Art. 21 do CPP, permite que o indiciado preso fique até 3 dias incomunicável. Deve 
ser feita por ordem de juiz, e fundamentada. Somente o advogado é quem tem livre 
acesso ao preso incomunicável. 
 O Art. 21 do CPP é ou não Inconstitucional ? 
 Há duas correntes à respeito: 
 A primeira diz que é constitucional; 
 A segunda diz que é inconstitucional, por causa do artigo 136, § 3º da CF. 
 
Relatório Final (Art. 10 CPP) 
É a conclusão do inquérito. 
Nesse relatório deve haver uma classificação jurídica do crime, a qual não está 
vinculado o juiz. O prazo para conclusão do Inquérito Policial é de 10 dias se o réu 
estiver preso e de 30 dias se estiver solto. 
Entende-se que é um prazo processual penal. 
 
Dilação do Prazo 
O delegado pode requerer a dilação do prazo quantas vezes precisar, devendo 
fundamentar seu pedido ao juiz, que o concederá ou não, depois de ouvido o Órgão do 
Ministério Público. 
Se o indiciado estiver preso, não há que se dilatar o prazo, pois se está preso, entende-
se que já se possui substratos fáticos para a denúncia. 
 
Devolução do Inquérito Policial para a Polícia (Art. 16 CPP) 
O inquérito pode ser devolvido para a polícia, quando o Ministério Público achar que 
falta uma diligência imprescindível para a denúncia. Se o juiz discordar dessa devolução 
e não devolve-lo, cabe Correição Parcial contra ele, pois está ele sendo arbitrário. 
Se o indiciado estiver preso, não há que se falar em devolução do inquérito, salvo se 
este for solto antes. 
 
Arquivamento do Inquérito Policial 
A autoridade policial não pode arquivar e nem requerer o arquivamento do Inquérito 
Policial. 
Somente o Ministério Público é quem tem legitimidade para pedir o seu arquivamento, 
mas somente o juiz é quem manda arquivar. 
Tecnicamente este ato do juiz é uma decisão, e conforme o fundamento para o 
arquivamento, transita em julgado, fazendo coisa julgada. Ex.: Fato Atípico faz coisa 
julgada material. 
 
Se o juiz discordar do Ministério Público, ele enviará os autos ao Procurador Geral da 
Justiça que no caso oferecerá a denúncia, designa um promotor para faze-lo ou insiste 
no arquivamento, o qual vincula o juiz a faze-lo. 
 
Reabertura do Inquérito Policial (Art. 18 CPP) 
Somente quando surgirem novas provas. Súmula 524 STF - Arquivar o Inquérito 
Policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça nãopode o 
Inquérito Policial ser reaberto sem novas provas. 
 
Pedido de Arquivamento de Inquérito Policial em 2ª Instância 
Em caso de competência originária o Procurador Geral pede o arquivamento, o qual 
vincula o juiz a atender. Não cabe nenhum tipo de recurso. 
 
Arquivamento de Inquérito Policial em Ação Penal Privada 
Não ocorre o arquivamento do Inquérito Policial na Ação Penal Privada, mas sim a 
renúncia ao direito de queixa, onde o juiz julga extinta a punibilidade. 
 
O Procurador Geral da Justiça não pode avocar o Inquérito Policial, mas de acordo com 
a lei orgânica do Ministério Público, ele pode designar um Promotor para acompanhar o 
Inquérito Policial. 
 
Inquérito Policial contra Juiz de Direito 
Quem preside este inquérito é um desembargador sorteado no Tribunal de Justiça. 
 
Inquérito Policial contra Promotor 
Quem preside este inquérito é o Procurador Geral da Justiça ou um Promotor por ele 
designado. 
 
Inquérito Policial contra Autoridade Policial 
Quem preside este inquérito é uma autoridade policial de hierarquia superior. 
 
Correição Parcial - é cabível durante o Inquérito Policial quando o juiz não acata o 
pedido de devolução do Inquérito à autoridade policial. 
 
Habeas Corpus - é possível para 2 finalidades: 
a) Para evitar o indiciamento quando for este arbitrário; e 
b) Para trancar o Inquérito Policial quando o fato é atípico ou o crime já prescreveu. 
 
 
Quem julga este habeas corpus é o juiz de direito. Se denegar o Habeas Corpus cabe 
Recurso em Sentido Estrito ou um novo Habeas Corpus contra o Juiz. 
 
Prisão em Flagrante de Juiz 
Se o crime cometido pelo juiz for inafiançável ele pode ser preso. A autoridade policial 
lavra o Auto de Prisão em Flagrante e imediatamente o encaminha ao Tribunal de 
Justiça, inclusive o preso. 
 
Prisão em Flagrante de Promotor 
Se o crime cometido pelo Promotor for inafiançável ele pode ser preso. A autoridade 
policial lavra o Auto de Prisão em Flagrante e imediatamente o encaminha ao 
Procurador Geral da Justiça, inclusive o preso. 
 
DA AÇÃO PENAL 
 
Não há pena sem processo. Não há processo sem ação. 
 
Conceito: é o direito de pedir a tutela judicial. 
 
Fundamento Constitucional: Art. 5º, XXXV, CF/88 
 
Características: 
 
1. É um direito público - porque a ação penal visa a aplicação do Direito Penal que é 
público. 
2. Direito Subjetivo - pertence a alguém, tem titular. Na ação pública o titular é o 
Ministério Público e na Ação Privada é o ofendido. 
3. É um Direito Autônomo ou Abstrato: é um direito que independe da procedência ou 
improcedência do pedido. 
4. É um Direito Específico ou Determinado - o direito de ação está sempre vinculado a 
um fato concreto. 
 
Natureza: é matéria de Direito Processual, com a ação inicia-se o processo. O CP 
também disciplina esta matéria, mas é instituto de Direito Processual. 
 
Exercício do Direito de Ação 
Deve ser exercido regularmente. O exercício regular depende do preenchimento de 
algumas condições que são as condições da ação ou de procedibilidade. 
Estas podem ser genéricas ou específicas: 
a) Genéricas - são condições que sempre são exigidas. São três: 
1. Possibilidade Jurídica do Pedido - significa que o pedido deve versar sobre um fato 
típico, ou seja, descrito em lei. 
2. Legitimidade “ad causam” para causa - no Polo Ativo: Ministério Público e Ofendido. 
No Polo Passivo: pessoa física, maior de 18 anos e que for autora do crime. 
3. Interesse de Agir - é o pedido idôneo, quando existe “fumus boni juris” - quando há 
justa causa - quando estão presentes prova ou probabilidade da existência do crime 
e prova ou probabilidade da autoria do crime. 
 
b) Específicas - são condições que são exigidas eventualmente. Ex.: Representação da 
Vítima, Requisição do Ministro da Justiça. 
 
Se faltar alguma condição específica o juiz rejeita a ação. Essa ação só poderá ser 
reproposta desde que for suprida a falta da condição. Art. 43 CPP. 
 
Condição de Procedibilidade é diferente de Condição de Prosseguibilidade 
Condição de Procedibilidade são condições para a propositura da ação. 
Condições de Presseguibilidade são condições fundamentais para o prosseguimento da 
ação. A ação já está em andamento (Art. 107, VIII, CP – extingue-se a punibilidade = 
casamento da vítima com terceiro ). 
 
Condição de Procedibilidade é diferente de Condição Objetiva de Punibilidade 
Condição de Procedibilidade é assunto de Direito Processual. 
Condição Objetiva de Punibilidade é assunto de Direito Penal. Ex.: Art. 7º, CP - 
extraterritorialidade. 
 
Condição de Procedibilidade é diferente de Escusa Absolutória 
Condição de Procedibilidade é matéria de Direito Processual. 
Escusa Absolutória é matéria de Direito Penal. É a renúncia ao Direito de Punir por 
razões de política criminal. Ex.: Art. 181, CP – é isento de pena quem comete crimes 
previstos neste título, em prejuízo: do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; de 
ascendente ou descendente. 
 
Classificação da Ação 
 
A ação pode ser: 
 
Pública - divide-se em Incondicionada e Condicionada 
 
Privada - divide-se em Exclusivamente Privada, Personalíssima e Subsidiária da 
Pública. 
 
Não existe no Brasil, Ação Penal Popular, que consiste na possibilidade de qualquer 
pessoa do povo entrar com ação penal em qualquer crime. Existe na Espanha. 
Habeas Corpus tem semelhança com a Ação Penal Popular, pois qualquer pessoa pode 
entrar com o Habeas Corpus. 
 
Como saber se a Ação é Pública ou Privada ? 
É simples, quando a lei não dispor sobre a ação penal é ela pública incondicionada. 
A ação é privada ou pública condicionada quando a lei expressamente as preverem. 
 
Ação Penal Pública Incondicionada 
 
Esta ação é exclusiva do Ministério Público. Mas se o Ministério Público não entrar com 
a ação no prazo, cabe Ação Penal Privada Subsidiária da Pública. 
O Art. 26 e o Art. 531 do CPP estão revogados, pois antes da CF/88 eles autorizavam 
os Delegados e o Juiz a entrarem com a ação. Com o advento da CF/88 é competência 
exclusiva do Ministério Público. 
 
Princípios da Ação 
 
Oficialidade - a ação penal é proposta pelo Ministério Público. O Ministério Público é 
órgão oficial. 
 
Obrigatoriedade - ou Legalidade Processual - o Ministério Público na ação pública é 
obrigado a denunciar, agir desde que exista justa causa. Art. 24 CPP 
Exceção: é a Transação Penal - Art. 76 da Lei 9.099/95 - O Ministério Público não 
denuncia, ele propõe um acordo. 
 
Indisponibilidade - a ação penal uma vez proposta é indisponível. Art. 42 CPP. Vale 
para o Recurso do Ministério Público. Art. 576 CPP. 
Exceção: Suspensão Condicional do Processo - Lei 9.099/95. 
 
Indivisibilidade - a ação penal deve ser proposta contra todos os co-autores 
conhecidos. 
Intranscendência - a ação penal não pode transcender a pessoa do delinqüente. 
 
“Opinio Delicti” 
 
É o convencimento do promotor de que existe justa causa (prova de crime e prova de 
autoria). 
Se o promotor formar a “Opinio Delicti” ele apresenta a denúncia (peça acusatória que 
inicia o processo público). 
O processo penal se inicia com o recebimento da denúncia (posição do STF). 
 
Requisitos da Denúncia - Art. 41 CPP 
 
a) Exposição do Fato criminoso - narrar o fato típico na denúncia. 
Omissões não essenciais a Denúncia - podem ser supridas até as alegações finais. 
a) Identificação do acusado - dizer quem é o réu. No caso de co-autoria, o promotor 
deve individualizar a conduta de cada um, na medida do possível (posição do STF). 
b) Classificação do Crime - o Promotor deve apontar o Artigo da Lei. Essa classificação 
não vincula o Juiz, podendo este desclassificar o crime, mas não desde o início, 
somente na sentença. Ex.: Num caso de Furto Qualificado, ojuiz percebe que não 
houve nenhuma qualificadora, devendo rejeitar em parte a denúncia, em sua parte 
excessiva. O promotor pode entrar com Recurso em Sentido Estrito se a denúncia 
for rejeitada em parte. 
c) Rol de Testemunhas - deve ser apresentado na denúncia, sob pena de preclusão do 
direito. 
d) A Denúncia deve ser escrita em vernáculo - Língua Portuguesa. 
e) A Denúncia deve vir subscrita pelo Promotor - Deve o promotor assinar a denúncia 
ao final. 
 
A Denúncia que não tiver algum desses requisitos essenciais é uma denúncia inepta, é 
ela rejeitada. 
 
Prazo para Denunciar - se o réu estiver preso o prazo é de 5 dias. Se o réu estiver 
solto é de 15 dias. É um prazo processual, não conta o dia do início. 
 
Denúncia Fora do Prazo - É uma mera irregularidade. 
 
Inércia do Ministério Público 
 
Conseqüências : 
a) se o réu estiver preso, a prisão pode ser relaxada; 
b) cabe Ação Penal Privada Subsidiária da Pública; 
c) Art. 801 CPP - perda e vencimentos do Promotor, tantos dias de atraso, tantos dias 
de desconto. 
d) Pode cometer Crime de Prevaricação - somente se for o caso. 
 
Conexão entre Crime de Ação Pública e Crime de Ação Privada - forma-se um 
litisconsórcio ativo, o Ministério Público oferece denúncia e o Ofendido apresenta 
queixa. 
 
Denúncia Alternativa - não pode, a jurisprudência não admite, somente quanto as 
qualificadoras. 
O promotor não pode denunciar alegando que se o réu não for condenado por Estupro 
deve ser condenado por Homicídio. 
 
Existe Denúncia sem Inquérito Policial ? 
Sim, existe, basta que o Promotor tenha subsídios para oferecer a Denúncia. 
 
Aditamento - o Promotor pode aditar a denúncia até as alegações finais. 
 
Assistente do Ministério Público - não pode aditar a denúncia. 
 
Ação Penal Pública Condicionada 
 
Titular - somente o Ministério Público. 
 
Condicionada: o Ministério Público para atuar depende da representação da vítima ou 
de Requisição do Ministro da Justiça. 
 
Representação da Vítima - é a manifestação da vontade da vítima em processar. 
 
Natureza Jurídica da Representação - é condição de procedibilidade do processo. 
No Art. 91 da Lei 9099/95 ela é condição de prosseguibilidade. 
É de natureza processual penal. 
É oferecida perante (art. 39 CPP): 
a) autoridade policial 
b) Ministério Público 
c) Juiz 
 
Nas Infrações de Menor Potencial Ofensivo a representação é feita exclusivamente 
perante o juiz na audiência inicial. 
 
Quem Pode Representar ? 
a) Vítima Menor de 18 anos - 
exclusivamente seu representante legal; 
se não tiver representante legal, aquele que estiver em sua guarda; 
se não tiver representante legal e não ter ninguém responsável pela sua guarda, ser-
lhe-á nomeado um Curado Especial; 
se o menor for representar contra o pai, ser-lhe-á nomeado Curador Especial; 
Menor de 17 anos e casada, para representar aguarda-se que ela complete os 18 
anos, não suspendendo o prazo da prescrição, mas suspendendo o prazo 
decadencial. 
 
b) Vítima maior de 18 anos e menor de 21 anos - 
Tanto pode representar a vítima quanto o seu representante legal; 
é o caso da dupla titularidade; 
havendo divergência entre os dois, prevalece a vontade de quem quer representar. 
 
c) Vítima maior de 21 anos - 
exclusivamente o ofendido; 
no caso de vítima morta, o direito de representar passa ao Cônjuge, Ascendente, 
Descendente ou Irmão. 
 
Aspectos Formais da Representação 
 
na representação não é exigido nenhum rigor formal; 
pode ela ser oral ou escrita; 
pode ser feita pessoalmente ou através de procurador com poderes especiais; 
não vincula o Ministério Público a denunciar; 
é possível a retratação da representação até o oferecimento da denúncia (Art. 25 
CPP); 
Retratação da Retratação pode ser feita, desde que dentro do prazo decadencial; 
Co-autoria - representação somente contra “a” e não contra “b”. O Ministério Público 
pode denunciar os dois? Não, falta uma condição de procedibilidade. O Ministério 
Público é o órgão controlador da indivisibilidade do processo, então o Ministério 
Público deve chamar a vítima e perguntar-lhe se ela quer representar contra “b” ou 
não. Querendo, o Ministério Público denuncia os dois; não querendo, o Princípio da 
Indivisibilidade do Processo, permite ao promotor não denunciar nenhum dos dois, 
pois a renúncia a um aproveita a todos. 
 
Prazo da Representação: é de 6 meses, decadencial (Art. 38 CPP). 
É um prazo penal, computa-se o dia do início, a contar da data em que se sabe quem 
foi o autor do crime. O prazo não se suspende, interrompe e não se prorroga. 
 
Dupla Titularidade - o prazo decadencial é um prazo para cada um. (Súmula 594 STF). 
 
 
Requisição do Ministro da Justiça 
 
Requisição é uma ordem. Mas não vincula o Ministério Público, ele pode ou não 
denunciar. 
Quando o Ministério Público receber a requisição ele pode: 
a) denunciar, se ter dados suficientes; 
b) requerer abertura do Inquérito Policial se os dados são insuficientes; ou 
c) Arquivar, se fato é atípico. 
 
É um ato administrativo e político, pois refere-se a conveniência. O caso mais comum é 
o crime contra a honra do Presidente da República. 
 
Prazo - o Ministro não tem prazo, mas existe um limite prescricional. 
 
Retratação - é possível, por ser um ato político. 
 
Dois réus, o Ministro requisita somente contra um, o Ministério Público não pode 
denunciar os dois, mas pode fiscalizar o Princípio da Indivisibilidade, comunicando ao 
Ministro da Justiça se quer ou não requisitar contra o outro, onde, querendo o Ministério 
Público denunciar os dois, e se não querer, renunciando a um, a renúncia vale para 
todos. 
 
Da Ação Penal Privada 
É proposta pelo ofendido. Sempre existe a substituição processual (quando o sujeito 
defende em nome próprio interesse alheio). 
A diferença da Ação Exclusivamente Privada da Ação Personalíssima: 
na Ação Exclusivamente Privada, morrendo a vítima o direito de queixa passa aos 
sucessores, ou seja, cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
na Ação Privada Personalíssima, morrendo a vítima o direito de queixa não passa a 
ninguém, extingue a punibilidade do réu. 
 
Hipóteses de Ação Personalíssima 
 
Art. 236 do CP - Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento 
Art. 240 do CP - Adultério. 
 
Na Ação Privada Personalíssima ocorre a Perempção ? 
Depende, se a queixa já estava em andamento há perempção, se não havia queixa não 
há perempção, somente decadência. 
 
Ação Exclusivamente Privada 
 
Inicia-se com a queixa ou queixa-crime. 
Querelante - é quem propõe a queixa. 
Querelado - é o réu na queixa. 
 
Requisitos da Queixa - Art. 41 do CP 
 
É de natureza processual penal. 
É oferecida perante (art. 39 CPP): 
a) autoridade policial 
b) Ministério Público 
c) Juiz 
 
Princípios da Ação Privada 
 
1. Princípio da Oportunidade ou Conveniência - a vítima entra com queixa se quiser. 
Se não quer ocorrer a decadência ou a renúncia. 
2. Princípio da Disponibilidade - o ofendido pode dispor da ação já iniciada. Através 
do Perdão ou Perempção. 
3. Princípio da Indivisibilidade - a ação tem que ser proposta contra todos os co-
autores conhecidos (Art. 48 CPP). Renúncia a um, implica renuncia a todos. (Art. 49 
do CPP). 
4. Princípio da Intranscendência - a ação penal não passa da pessoa do delinqüente. 
 
Titular da Ação Privada 
 
a) Vítima Menor de 18 anos - 
exclusivamente seu representante legal; 
se não tiver representante legal, aquele que estiver em sua guarda; 
se não tiver representante legal e não ter ninguém responsável pela sua guarda, ser-
lhe-á nomeado um Curado Especial; 
se o menor for representar contra o pai, ser-lhe-á nomeado Curador Especial; 
Menor de 17 anos e casada,para oferecer queixa aguarda-se que ela complete os 
18 anos, não suspendendo o prazo da prescrição, mas suspendendo o prazo 
decadencial. 
 
b) Vítima maior de 18 anos e menor de 21 anos - 
Tanto pode representar a vítima quanto o seu representante legal; 
é o caso da dupla titularidade; 
havendo divergência entre os dois, prevalece a vontade de quem quer representar. 
 
c) Vítima maior de 21 anos - 
exclusivamente o ofendido; 
no caso de vítima morta, o direito de oferecer queixa passa ao Cônjuge, Ascendente, 
Descendente ou Irmão. 
 
Aspectos Formais da Queixa 
 
Pode ser oferecida pessoalmente ou através de procurador; 
Exige habilitação técnica, tem que ser advogado; 
Pessoalmente, quer dizer que o ofendido é um advogado; 
Se a vítima é pobre, o juiz nomeará um defensor; 
O procurador necessita de poderes especiais, tem que especificar e tem que ter um 
resumo dos fatos na procuração (Art. 44 CPP); 
Prazo - 6 meses contados do dia em que se sabe quem é o autor da infração. É 
prazo penal e decadencial (não se suspende, não se interrompe e não se prorroga); 
Se o prazo vence no Domingo, tem que despachar a inicial no próprio Domingo, ou 
com o juiz, ou com o escrivão do cartório; 
Se a queixa foi protocolada no último dia, mas só foi recebida pelo juiz 6 dias após o 
término do prazo, não operou a decadência; 
Pedido de abertura de Inquérito Policial não suspende o prazo decadencial; 
Custas judiciais, são previstas pelo CPP, mas no Estado de São Paulo de 1985 não 
existe mais; 
Honorários Advocatícios - incidem na ação penal Privada, conforme jurisprudência 
do STJ e do STF; 
O Ministério Público funciona como “custos legis”; 
O Ministério Público pode aditar a queixa somente para incluir dados não essenciais, 
mas nunca para incluir um novo co-autor, pois não tem legitimidade ativa; 
Se no decurso do processo descobre-se um outro réu, ele funciona como fiscal do 
Princípio da Indivisibilidade. 
 
Da Ação Penal Privada Subsidiária da Pública (art. 29 do CPP) 
 
Só é cabível quando o Ministério Público deixa de oferecer denúncia no prazo legal. 
Cabe quando há inércia do Ministério Público. Se o Ministério Público pediu o 
arquivamento do Inquérito Policial ele agiu. 
Art. 129 CF - diz que quem promove a Ação Penal é exclusivamente o Ministério 
Público. 
Art. 5º, XLIX, CF - traz a Ação Penal Privada Subsidiária da Pública. 
É uma ação facultativa, mas tem um prazo decadencial de 6 meses. É um prazo 
impróprio, porque mesmo tendo se passado 6 meses, o Ministério Público pode 
denunciar. 
Poderes do Ministério Público 
1. Pode repudiar a queixa, sem mesmo fundamentar, mas tem nesse caso a obrigação 
de denunciar. É a denúncia substitutiva. 
2. Se o Ministério Público não repudiar a queixa ele pode: 
a) Aditá-la; 
b) Fornecer provas; 
c) Interpor Recursos. 
 
3. Se o querelante negligenciar, o Ministério Público assume a ação. 
 
Se a denúncia substitutiva for inepta, cabe ao juiz rejeitá-la (Art. 43 CPP). 
 
Renúncia 
 
Renúncia é a abdicação do direito de oferecer queixa; 
Ela só é cabível na Ação Exclusivamente Privada e na Personalíssima Privada; 
É causa extintiva de punibilidade; 
É um ato unilateral; 
Momento - só cabe antes do oferecimento da queixa; 
É sempre um ato extraprocessual; 
Pode ser expressa (declaração assinada da vítima) ou tácita (se dá quando a vítima 
pratica ato incompatível com o direito de queixa. Ex.: casamento da vítima com o 
agressor); 
O Recebimento de Indenização não significa renúncia ao direito de queixa (Art. 104 
CPP); 
Exceção: composição civil que consta no Art. 74, Lei 9099/95; 
Co-Autoria - a renúncia em favor de um autor estende-se a todos os co-autores; 
Dupla Titularidade - a renúncia de um não afeta a renúncia de outro; 
A renúncia também é cabível ao direito de representação. 
 
Do Perdão do Ofendido 
 
Só é cabível nas Ações Exclusivamente Privada e Personalíssima Privada; 
Efeitos do Perdão - Obsta o prosseguimento da ação; 
Natureza Jurídica - é causa extintiva de punibilidade; 
Momento - só é cabível após a ação; 
Se concedido antes da ação é renúncia; 
Limite - o perdão só pode ser dado até o dia do trânsito em julgado da sentença; 
O perdão do ofendido pode ser: 
 
Processual - é concedido dentro do processo; 
 
Extraprocessual - é concedido fora do processo; 
 
Expresso - é dado por declaração assinada pelo ofendido; 
 
Tácito - ocorre quando a vítima pratica ato incompatível com o direito de queixa. Ex.: 
quando o querelante casa-se com o querelado. 
 
O perdão é concedido pelo querelante; 
Dupla Titularidade - se o perdão for concedido por um e oposto pelo outro, esse 
perdão não gera efeito nenhum; 
O perdão é ato bilateral, ou seja, depende de aceitação do querelado; 
Se o Querelado tem idade entre 18 e 21 anos, e aceita o perdão, mas o seu 
representante legal se opõe, esse perdão não produz efeito algum; 
Se o querelado não aceita o perdão o processo prossegue normalmente; 
O querelante tem como matar a ação unilateralmente, é através da perempção; 
A aceitação pode ser: 
 
Expressa - é feito por declaração assinada do ofendido; 
 
Tácita - se dá quando o querelado é intimado e não se manifesta no prazo de 3 dias; 
 
Co-autoria - o perdão concedido a um querelado estende-se aos demais querelados; 
 
Diferença entre Perdão e Renúncia 
perdão é ato bilateral e só pode ser dado após a ação; 
a renúncia é ato unilateral e só pode ser dada antes da ação. 
 
Perdão Parcial - é possível, cabe nas hipóteses de 2 ou mais crimes, onde o 
querelante perdoa sobre um crime. 
 
Perempção 
 
Perempção é a morte da ação; 
É causa extintiva da punibilidade; 
É uma sanção imposta ao querelante inerte, negligente; 
 
Hipóteses de Perempção (Art. 60 do CPP): 
 
a) Quando o querelante deixa de promover o andamento do processo por mais de 30 
dias; 
b) Quando o querelante morre e nenhum sucessor aparece no prazo de 60 dias; 
c) Quando o querelante deixa de comparecer a ato em que devia estar presente 
pessoalmente. Ex.: quando o juiz designa oitiva do querelante; 
d) Quando o querelante nas alegações finais deixa de pedir a condenação do 
querelado; 
e) Quando o querelante é pessoa jurídica que se extingue sem sucessor. 
 
Diferença entre Perempção e Perdão do Ofendido 
A perempção é ato unilateral. 
O Perdão é ato bilateral. 
 
Diferença entre Perempção e Renúncia 
A perempção ocorre após o início da ação. 
A renúncia só ocorre antes do início da ação. 
 
Diferença entre Perempção e Preclusão 
A perempção extingue a punibilidade. 
A preclusão impede a pratica de um ato processual. 
 Ocorrida a perempção, pode a ação ser reiniciada ? 
 Resp.: Não, é impossível reiniciar a ação, pois a perempção extingue a punibilidade. 
 
Da Ação Penal nos Crimes Complexos (Art. 101 do CPP) 
 
Ocorre crime complexo quando se dá a fusão de 2 ou mais crimes. Essa ação segue a 
regra geral da ações penais. 
O art. 101 do CP é um típico artigo inútil. 
 
Ação Penal Contra Parlamentar 
 
O parlamentar goza de invulnerabilidade; 
É preciso licença da Casa respectiva para processar um parlamentar; 
Se a Casa denegar suspende-se a prescrição; 
Se a Casa não deliberar, suspende-se a prescrição desde o dia em que se 
encaminhou o pedido a ela; 
A licença de processar é pedida pelo Ministro Relator do STF. 
 
Ação Penal nos Crimes Contra os Costumes (Art. 225 CP) 
 
Regra Geral - é de Ação Penal Privada; 
 
Exceções: 
 
a) Quando a vítima for pobre, miserável, é preciso representação da vítima; 
b) Crime cometido por pais, padastro, tutor, curador - a ação é penal pública 
incondicionada; 
c) Quando resultar morte ou lesão grave - a ação é penal pública incondicionada; 
d) Estuprocom Lesão leve - era de ação pública incondicionada por força da Súmula 
608 do STF, mas hoje, depois da Lei 9.099/95, é preciso representação da vítima. 
 
Da Ação Penal nos Crimes Contra a Honra 
 
Regra Geral - é de Ação Penal Privada; 
 
Exceções: 
 
a) Injúria Real com Lesão Corporal - é de Ação Penal Pública Incondicionada; 
b) Crime contra a Honra do Presidente da República - é de Ação Penal Pública 
Condicionada a Requisição do Ministro da Justiça; 
c) Crime contra a honra de funcionário público em suas funções - o funcionário pode ou 
representar ou apresentar queixa crime; 
 
Rejeição da Denúncia ou Queixa (Art. 43 do CPP) 
 
Hipóteses de Rejeição: 
a) quando a peça acusatória for inepta. Ocorre quando falta um requisito essencial. Ex.: 
não narrar o fato; 
b) quando falta uma condição de procedibilidade; 
c) quando está extinta a punibilidade. Ex.: prescrição; 
d) quando ausentes os pressupostos processuais. Ex.: competência de juízo. 
 
Momento da Rejeição - só na fase do recebimento da denúncia/queixa. 
 
Se o juiz recebe a peça, não pode mais rejeitar, vai até o final. 
O réu pode entrar com habeas corpus visando ao trancamento da ação. 
 
Desclassificar a ação - o juiz não pode desclassificar a denúncia ab initio (desde o 
início), só o fará na sentença. 
O juiz pode rejeitar a denúncia em parte. Caso o juiz o faça, o promotor pode se valer 
do Recurso em Sentido Estrito. 
Obs.: na Lei de Imprensa contra a rejeição da denúncia/queixa, seja total ou parcial, só 
cabe apelação. 
 
Renovação da Ação - se a peça for rejeitada, dependendo do fundamento dessa 
rejeição, pode a ação ser intentada novamente. Ex.: extinção da punibilidade não 
permite a renovação da ação. Já a falta de representação quando sanada, pode-se 
intentar uma nova ação. 
 
Depois da sentença não se pode atacar a inépcia da denúncia/queixa, deve-se atacar 
diretamente a sentença. 
 
AÇÃO CIVIL “EX DELICTO” 
 
Quem causa danos a outrem tem que indenizar. 
É uma ação que visa uma indenização em razão de um delito. 
Estando em curso o processo penal a vítima pode entrar com ação civil (Art. 67 CPP). 
O juiz civilista pode suspender o processo civil até que se julgue o processo penal. 
O risco é o de conflito de julgados. No civil cabe ação rescisória para reparar essa 
injustiça. 
Se a vítima for pobre o Ministério Público pode entrar com a ação em benefício dela. 
Cabe ação contra os herdeiros, apenas nos limites da herança recebida. 
Se a punibilidade for extinta, não impede a ação civil. 
 
 Réu absolvido do crime impede a ação civil ? 
 Resp.: Em regra, essa absolvição não impede a Ação Civil, salvo: 
a) quando o juiz criminal reconhecer a inexistência do fato; 
b) quando o juiz criminal reconhece que o acusado não participou dos fatos; 
c) quando o juiz criminal reconhece uma causa de exclusão da ilicitude ou 
antijuridicidade (legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do 
dever legal ou exercício regular do direito), salvo: 
1. Art. 1519 e 1520 do Código Civil - estado de necessidade agressivo, quando 
se lesa terceiro inocente. Tem que indenizá-lo, mas tem ação regressiva 
contra aquele que ocasionou o perigo; 
2. legítima defesa real com “aberractio ictus” , onde por exemplo, A atira contra 
B e B se defende mas acerta C, matando-o, B está absolvido, mas tem que 
indenizar a família de C, mas tem ação regressiva contra A. 
 
Execução Civil 
 
A sentença penal condenatória é um título executivo, podendo ser executada. Art. 63 do 
CPP. 
Problema: a sentença é um título certo, porém ilíqüido, pois o juiz penal não fixa o 
quantum que deve ser pago. Para executar é preciso liquidar, e essa liquidação se dá 
na esfera civil. 
 
Aspectos Processuais 
 
Na liquidação o réu só pode discutir o quantum a ser pago; 
Se a vítima for pobre o Ministério Público entra com a execução em favor dela; 
Execução contra herdeiros é cabível, porém somente até o limite da herança; 
 
 Sentença que fixa Medida de Segurança pode ser executada no Cível ? 
 Resp.: Depende, pois se trata de um semi-imputável a sentença é condenatória, 
podendo então ser executada no civil. Mas se trata de um inimputável a sentença é 
absolvitória, não podendo a vítima executá-la no civil. Para a vítima receber o 
prejuízo deve entrar com Ação Civil. 
 
 Sentença que concede Perdão Judicial pode ser executada no cível ? 
 Resp.: Para o STF essa sentença é condenatória, podendo ser executada no cível. 
Já para o STJ essa sentença é declaratória de extinção da punibilidade (Súmula 18), 
não podendo ser executada no cível. 
 
Para o concurso é adotada a posição do STJ, pois é ele quem dá a última palavra sobre 
matéria infra-constitucional. 
Se a vítima não pode executar a sentença, para receber a indenização deve entrar com 
Ação Civil. 
 
Jurisdição e Competência 
 
Jurisdição - é a função de dizer o direito. 
 
Princípio da Unidade - a jurisdição é única em todo o país. Cada juiz julga nos limites 
de sua competência. 
Competência - é o poder de cada juiz de conhecer e julgar determinados litígios. 
 
Princípio da Indeclinabilidade - o juiz não pode recusar a jurisdição. Se o juiz não 
acha fundamento na lei, deve julgar por analogia, costumes, princípios gerais do direito, 
etc, mas não pode deixar de julgar. 
 
Princípio da Indelegabilidade - o juiz pode delegar atos processuais, mas não pode 
delegar a função de julgar, de dirimir litígios. 
 
Princípio da Improrrogabilidade - o juiz competente não pode invadir o âmbito 
jurisdicional alheio. 
 
Princípio do Juiz Natural - quer dizer juiz competente, ou seja, que o juiz é competente 
para o caso, proibindo a criação do juízo ou tribunal de exceção. 
 
Critérios de Competência 
 
1º Critério - Art. 70 do CPP - a competência é a do local da consumação do crime. 
Com esse critério fixa-se o Foro (comarca) e não o juízo (vara). 
 
Apropriação Indébita - a competência é a do local onde se da a inversão do título da 
posse; 
 
Cheque sem Fundos - a competência é a do local onde se da a recusa do pagamento. 
Súmula 521 do STF. 
 
Falso Testemunho por Precatória - a competência é a do local do juízo deprecado. 
 
Crimes Plurilocais - a competência é a do local da consumação. 
 
Acidentes de Trânsito - a competência é a do local do acidente, é uma criação 
jurisprudencial. 
 
Lei dos Juizados Especiais Criminais - a competência fixa-se pelo local do 
cometimento da infração da conduta. 
 
Tentativa - a competência é a do local do último ato de execução do crime. 
 
Crime Iniciado no Brasil e consumado fora do Brasil - a competência é a do local do 
último ato de execução do crime no Brasil. Esse critério é relativo, sua inobservância 
gera nulidade relativa. 
 
Crime cometido na divisa entre duas Comarcas - a competência se fixa pela 
prevenção, onde é competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do crime. 
 
Crime Continuado envolvendo várias comarcas - a competência se fixa por 
prevenção. O juízo prevento pode avocar os demais processos. Se o juiz não avocar, a 
unificação das penas será feita nos juízos das execuções. 
 
Crime permanente envolvendo várias comarcas - a competência se fixa por 
prevenção. Obrigatoriamente tem que avocar os outros processos, pois é um crime 
único, e ninguém pode ser julgado pelo mesmo crime duas vezes. 
 
 
2º Critério - A competência se fixa pelo Domicílio ou Residência do Réu 
 
 
Este critério é subsidiário ou supletivo, somente é usado quando não se sabe qual é o 
local da consumação. 
 
Foro Optativo - está previsto no Art. 73 do CPP - só vale para ação penal 
exclusivamente privada ou personalíssima, portanto, não valendo para a Subsidiária da 
Pública. 
O querelante pode optar entre o local daconsumação e o domicílio do réu. 
 
 
3º Critério - Competência em Razão da Matéria - Natureza da Infração 
 
Esse critério fixa o juízo, a vara. 
 
Justiça Militar Estadual - é competente para julgar somente os crimes militares 
cometidos por militares. Jamais será competente para julgar um civil. 
Crime cometido com viatura militar - se a vítima é civil, o julgamento é da 
competência da justiça civil, já se a vítima é militar, a competência é da justiça militar. 
 
Crime cometido por militar mas não descrito no CPM - a competência é da Justiça 
Comum. 
 
Crime Doloso contra a vida de um civil praticado por um militar - a competência é 
da Justiça Comum. Lei 9299/96. 
 
Justiça Militar Federal - é competente para julgar crimes militares cometidos contra as 
forças armadas. Não importa se o criminoso é civil ou militar. 
 
Justiça Eleitoral - é competente para julgar os crimes eleitorais e os conexos. 
 
Homicídio conexo com Crime eleitoral - a competência é da Justiça Eleitoral. Segue 
o Princípio da Especialidade. 
 
Justiça Federal - é competente para julgar crimes cometidos contra a União ou contra 
suas Autarquias. 
Ex.: Crimes cometidos contra a Caixa Econômica Federal é da competência da Justiça 
Federal. Crimes Políticos - definidos na Lei da Segurança Nacional. O recurso é direito 
para o STF. 
 
Crimes Cometidos a Bordo de Navio ou Avião - a competência é da Justiça Federal. 
Se ocorrer um homicídio, a competência é do Tribunal do Júri Federal. 
 
Tráfico Internacional - a competência é da Justiça Federal. Se na Comarca não tem 
Justiça Federal, o juiz estadual assume seu lugar e o julga. O Recurso é endereçado ao 
TRF. 
 
Tribunal do Júri - é competente para julgar os crimes dolosos contra a vida e conexos. 
 
Genocídio - é da competência do Tribunal do Júri. 
 
Latrocínio - é da competência de Juiz Singular. Súmula 603 STF. 
 
4º Critério - Distribuição 
 
Fixa o juízo competente. A distribuição do Inquérito Policial previne o juízo. Art. 75 do 
CPP. 
 
5º Critério - Conexão ou Continência 
 
Ocorre quando há um vínculo entre vários crimes ou entre vários autores de crimes. A 
rigor, é critério de alteração de competência e não de fixação. 
 
Conexão - Art. 76 do CPP 
 
1. Intersubjetiva - se dá quando várias pessoas praticam vários crimes no mesmo 
momento. Ex.: briga ocorrida em um estádio de futebol. 
2. Objetiva ou Teleológica - se dá quando um crime é cometido para facilitar ou 
assegurar a execução de outro crime. Ex.: Matar o pai para estuprar a filha. 
3. Instrumental ou Probatória - se dá quando a prova de um crime é relevante para 
outro crime. Ex.: Furto e Receptação. 
 
Continência - Art. 77 do CPP 
 
1. Por Cumulação Subjetiva - se dá em todas as hipóteses de Concurso de Pessoas. 
2. Por Cumulação Objetiva - se dá em todas as hipóteses de Concurso Formal de 
Crimes. 
 
Efeitos da Conexão ou Continência 
 
1. Processo único e julgamento único. A sentença é única. 
2. Um foro ou um juízo tem força atrativa sobre outro. 
 
Qual é o Juízo ou Foro que tem força atraente ? 
Deve-se respeitar as seguintes regras: 
 
1. Entre Justiça Comum e Tribunal do Júri - o Tribunal do Júri tem força atrativa. 
2. Entre Jurisdições da mesma categoria - observa-se as seguintes sub-regras: 
a) Local da Infração mais grave; 
b) Maior Número de Infrações; 
c) Prevenção no caso de crimes iguais. 
 
3. Entre Jurisdição Comum e Jurisdição Especial - a Jurisdição Especial tem força 
atrativa. 
 
Regras onde há Cisão (separação) de processos 
 
1. Art. 79 - Justiça Comum e Justiça Militar - separam-se os processos, o que é 
militar será julgado na Justiça Militar e o que é civil será julgado na Justiça Comum. 
2. Justiça Comum e Juízo de Menores - em caso de co-autoria entre um maior e um 
menor, o maior será julgado na Justiça Comum e o menor será julgado na Vara da 
Infância e Juventude. 
3. Co-autoria - se no decorrer do processo um réu ficar louco, o processo para esse 
fica suspenso e para o outro continua. 
4. Tribunal do Júri - em caso de co-autoria - a intimação da pronúncia é feita 
pessoalmente, e em caso de um réu presente e outro foragido, prossegue o 
processo para um e pára para o outro. 
5. Plenário do Júri - em caso de 2 réus com advogados distintos, o processo é 
separado. 
6. De acordo com o Art. 80 do CPP, o juiz separa os processos quando julgar 
conveniente. Na pratica, em caso de co-autoria, um preso em flagrante e outro 
foragido, separa-se o processo. 
7. Art. 81 do CPP - perpetuação da jurisdição. Havendo crimes conexos o juízo que 
começou o julgamento de um crime, deve julgar os demais. 
8. No Tribunal do Júri o crime desclassificado passa para o juiz presidente julgar. Já o 
outro crime conexo, por exemplo um crime de estupro, continuará sendo julgado 
pelo Tribunal do Júri. 
9. Parágrafo Único do Art. 81 do CPP - se na fase de pronúncia o juiz desclassifica o 
crime do Júri, remete tudo para o juiz singular. 
10.Art. 82 do CPP - o Juízo com força atrativa pode avocar processos que correm por 
outras varas. Não é obrigado, a lei diz que pode. 
COMPETÊNCIA PELA PREVENÇÃO - ART. 83 DO CPP 
 
Juízo Prevento no Civil - o juízo torna-se prevento com a citação válida. 
 
Juízo Prevento no Crime - dá-se a prevenção quando o juiz tomar conhecimento 
oficialmente da infração. 
 
A prevenção fixa foro ou juízo ? 
Depende, ora fixa for, ora fixa juízo. 
 
Hipóteses Concretas de Prevenção de Juízo 
 
1. Pedido de Explicações em Juízo (Art. 144, CP) - previne o juízo. 
2. Busca e Apreensão - previne o Juízo 
 
Não previne o Juízo 
 
1. Habeas Corpus em 1º grau (contra autoridade policial) 
2. Art. 40 CPP - o envio de cópias ao Ministério Público não previne o juízo. 
 
Lei penal nova favorável, quem a aplica ? 
Resp.: Depende, se o processo está em 1º grau é o juiz de 1º grau, se o processo está 
no Tribunal, é o próprio Tribunal que aplica e se já tem coisa julgada, é o juízo das 
execuções (Súmula 611 STF). 
 
Quem é que julga índios ? 
Regra.: a Justiça Estadual (Súmula 140 do STJ). Mas quando envolver direitos 
indígenas é a Justiça Federal. 
 
Competência por prerrogativa de função ou em razão da pessoa ou ratione 
personae 
 
1. não se trata de privilégio pessoal, trata-se de prerrogativa funcional, é por isso é 
irrenunciável. 
2. Julgamento em instância única, onde o réu não tem direito de apelar. 
 
Obs.: se o réu for condenado injustamente, deve aguardar o trânsito em julgado, para 
depois entrar com pedido de revisão criminal. 
 
Regras Especiais 
 
1. Crime cometido durante a função - nesse caso mesmo depois de cessada a 
função, continua a prerrogativa de competência. 
2. Crime cometido antes do início da função - quando o agente assume a função, 
altera-se a competência por razão da prerrogativa de função, mas cessada essa 
função, o processo volta para a sua origem. 
3. Crime cometido depois da função - não tem foro por prerrogativa de função. 
 
Não importa o local da infração, a competência é sempre originária. 
 
Quanto ao procedimento - há duas leis que os regulam: 
1. Lei 8.038/90 
2. Lei 8.658/93 
 
Principais Foros Por Prerrogativas De Função 
 
1. Presidente da República: 
a) Crime Comum - STF 
b) Crime de Responsabilidade: Senado Federal 
 
2. Vice-Presidente da República: 
a) Crime Comum - STF 
b) Crime de Responsabilidade: Senado Federal 
 
3. Deputado Federal: 
a) Crime Comum - STF 
b) Crime de Responsabilidade: Casa respectiva a que pertence. 
 
4. Senado Federal: 
a) Crime Comum - STF 
b) Crime de Responsabilidade: Casa respectiva a que pertence. 
 
5. Ministro de Estado: 
a) Crime Comum - STF 
b) Crime de Responsabilidade: STF, salvo se for conexo comcrime 
do Presidente da República, onde será julgado no Senado Federal. 
 
6. Procurador Geral da República: 
a) Crime Comum - STF 
b) Crime de Responsabilidade: Senado Federal 
 
7. Ministro do STF: 
a) Crime Comum - STF 
b) Crime de Responsabilidade: Senado Federal. 
 
8. Advogado Geral da União: 
a) Crime Comum - STF 
b) Crime de Responsabilidade: Senado Federal. 
 
9. Membros dos Tribunais Superiores: STF. 
 
10.Juiz Federal ou Membros do Ministério Público Federal: T.R.F. 
 
11.Desembargadores: S.T.J. 
 
12.Conselheiro dos Tribunais de Conta do Estado: S.T.J. 
 
13.Governador: 
a) Crime comum - S.T.J. 
b) Crime de Responsabilidade: depende da Constituição de cada 
Estado. Por exemplo, no Estado de São Paulo é julgado por um 
Tribunal Especial formado por 15 membros, sendo 7 deputados + 7 
desembargadores + 1 Presidente do Tribunal de Justiça. 
 
14.Deputado Estadual, Secretário de Estado, Juiz ou Promotor: sempre no Tribunal 
de Justiça. 
 
15.Prefeitos: 
a) Crime de Responsabilidade: Câmara Municipal; 
b) Crime Contra a União: T.R.F. (tendência jurisprudencial); 
c) Crime Eleitoral: T.R.E. (tendência jurisprudencial). 
 
16.Embaixador Brasileiro: S.T.F. 
 
17.Vereador: não tem foro por prerrogativa de função. Exceção: Estado do Piauí. 
 
Art. 85 CPP - A exceção da verdade é julgada no foro especial (prerrogativa de função). 
 
Exemplo: um juiz entra com queixa crime contra um advogado. Esse advogado entra 
com exceção da verdade. 
 
Nesse caso o Tribunal é quem julga exclusivamente a exceção da verdade, devido à 
prerrogativa da função. 
Toda instrução é feita no juízo de 1º grau, ou seja, as provas são colhidas em 1º grau. 
Desse julgamento cabem duas hipóteses: 
 
1ª Hipótese - se o Tribunal julga procedente a exceção da verdade. Conseqüências: 
a) Extinção da queixa; 
b) Abre-se um processo contra o juiz por corrupção. 
 
2º Hipótese - o Tribunal julga improcedente a exceção da verdade, baixa-se os autos 
ao juízo de 1º grau para que este julgue a queixa. 
 
Aplica-se o Art. 85 no caso de Calúnia. 
 
 É cabível a aplicação do Art. 85 do CPP no caso de Difamação ? 
 Resp.: é uma questão controvertida. O entendimento predominante diz que é 
cabível. 
 
Outras Hipóteses: 
 
1. Crime cometido fora do país. 
O processo corre na capital onde o réu morava. Se este nunca morou no Brasil, é na 
capital da República, ou seja, em Brasília. 
 
2. Crime cometido a bordo de navio. 
Foro competente - local onde o navio tocar após o cometimento do delito. 
Se o navio for para o estrangeiro o foro competente será o do local onde por último o 
navio tocou. 
3. Crime cometido a bordo de uma avião. 
Foro competente - local onde o avião aterrizar após a infração penal. 
Se o avião for para o estrangeiro o foro competente será o do local de onde o avião 
decolou vôo. 
 
QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTAIS 
Art. 92 a 154 do CPP 
 
1. Questões prejudiciais; 
2. Exceções; 
3. Incidente de Falsidade; 
4. Incidente de Insanidade Mental; 
5. Conflito de Competências; 
6. Etc. 
 
Questões Prejudiciais 
 
Conceito - é uma questão que surge no curso de um processo e deve ser julgada antes 
da questão principal. 
 
Características: 
 
1. Anterioridade - a questão prejudicial deve ser julgada antes da questão principal; 
2. Interdependência - a questão prejudicial influencia o reconhecimento da existência 
ou inexistência do crime; 
3. Autonomia - pode ser discutida independentemente do processo penal. 
 
Classificação: 
 
a) Questões Homogêneas e Questões Heterogêneas 
 
Questões homogêneas - quando versam sobre o mesmo ramo jurídico da questão 
principal. Ex.: exceção da verdade. 
 
Questões heterogêneas - quando versa sobre outro ramo jurídico distinto da questão 
principal. Ex.: No crime de bigamia quando o réu invoca nulidade do primeiro 
casamento. 
 
 Quem julga a questão prejudicial ? 
 Resp.: Para responde esta pergunta devemos observar: 
 
Questões não devolutivas - são obrigatoriamente julgadas pelo próprio juízo penal. 
Ex.: Exceção da Verdade. 
 
Questões devolutivas - são divididas em absolutas ou relativas 
 
a) Questões devolutivas absolutas - são questões que obrigatoriamente devem ser 
remetidas ao juízo civil (Art. 92 CPP). São as questões que versam sobre o estado 
civil das pessoas. 
Se o juiz manda o processo para o civil, o processo penal fica suspenso, assim 
como a prescrição. Mas o juiz colhe todas as provas do processo penal para que 
não haja prejuízo. 
 
b) Questões devolutivas relativas - nestas questões o juízo penal pode remeter a 
causa ao juízo civil (Art. 93 CPP). São questões civil diferentes do estado civil das 
pessoas. Ex.: Crime de furto em que o réu alega ser o proprietário da coisa. 
Se o juiz remeter a causa para o juízo civil, suspende o processo penal. O juiz fixa 
um prazo para a suspensão do processo. Nesse prazo não corre a prescrição e o 
juiz pode colher as provas. 
 
DAS EXCEÇÕES 
 
É um meio de defesa eminentemente processual. 
Há duas modalidades de Exceções: 
 
a) Exceções Dilatórias - são exceções que visam prorrogar o processo. Divide-se em 
três modalidades: 
1. Suspeição; 
2. Incompetência; 
3. Ilegitimidade de Parte. 
 
b) Exceções Peremptórias - são exceções que visam o fim, o término do processo. 
São: 
1. Litispendência; e 
2. Coisa Julgada. 
 
I - EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO 
 
Finalidade - visa afastar o juiz da causa, por suspeita de parcialidade. Também pode 
ser alegada contra: 
a) Promotor; 
b) Peritos; 
c) Intérpretes; 
d) Jurados e 
e) Funcionários da justiça. 
 
Pergunta - Cabe contra Delegado ? 
Resp.: Não existe exceção de suspeição contra Delegado (Art. 107 CPP). 
Se um delegado suspeito presidir o Inquérito Policial, este inquérito terá um menor valor 
probatório. 
 
As hipóteses de exceção de suspeição estão elencadas no Art. 254 do CPP, valendo 
para todas as pessoas já mencionadas. 
 
Art. 256 - Não cabe exceção de suspeição: 
1. quando a parte injuriou o juiz; 
2. quando a parte deu motivo para a suspeição propositadamente. 
 
Procedimento 
 
1. Reconhecimento de ofício pelo juiz. O juiz nesse caso deve fundamentar e mandar 
os autos ao seu substituto. 
2. Argüição pelas partes em caso de não reconhecimento de ofício pelo juiz. A via 
jurídica é a exceção de suspeição. A defesa deve argüi-la na defesa prévia. O 
Ministério Público deve argüi-la no oferecimento da denúncia. O assistente do 
Ministério Público não pode argüir suspeição. 
 
Durante o Inquérito Policial não pode-se argüir a suspeição do juiz. 
Excipiente - é aquele que opõe a suspeição; 
Excepto - é a pessoas contra quem foi oposto a suspeição. 
 
Cabe ao juiz aceitar o negar a suspeição. 
Se aceitar a suspeição, deve remeter os autos ao seu substituto. 
Se negar provimento à suspeição, o juiz deve: 
a) autuar em apartado; 
b) dar sua resposta em 3 dias; 
c) remeter os autos ao tribunal. Em São Paulo normalmente é enviado ao TJ, Câmara 
Especial. 
 
No Tribunal: 
a) Pode-se rejeitar liminarmente a Suspeição; 
b) Se é relevante, procede-se a exceção; 
c) É possível ouvir testemunhas; 
d) Julgamento: 
1. Se o julgamento for por procedência - todos os atos presididos pelo 
juiz são nulos. 
2. Se o julgamento for por improcedência - os autos voltam ao juiz e o 
processo segue normalmente. 
 
Art. 103 CPP - possibilidade de suspeição nos tribunais. 
 
 Exceção contra promotor, quem julga ? 
 Resp.: É o próprio juízo da causa. 
 
 Exceção contra Perito, Intérprete e funcionário, quem julga ? 
 Resp.: A suspeição é julgada pelo próprio juízo da causa. 
 
Contra jurado a exceção é oral e o juiz decide na hora (Art. 106 CPP). 
 
EXCEÇÃO DEINCOMPETÊNCIA DO JUÍZO (ART. 109 CPP) 
 
O juiz pode por ofício dar-se como incompetente. 
Se o juiz não se dá como incompetente, cabe as partes argüi-la. 
Defesa - deve argüir na hora da defesa prévia, desde que se trate de incompetência 
relativa, sob pena de reclusão. 
Se for caso de incompetência absoluta, pode ela ser alegada em qualquer fase do 
processo. 
 
Cabe ao juiz: 
1. autuá-la em apartado; 
2. ouve-se o Ministério Público; 
3. O juiz decide. 
 
Se procedente, remete-se os autos ao juízo competente. 
Se improcedente, prossegue-se o processo normalmente. Cabe a defesa entrar com 
Habeas Corpus contra o juiz, em caso de discordância da improcedência. 
 
 Julgado procedente a exceção, anula-se o processo ? 
 Resp.: De acordo com o Art. 567, somente são nulos os atos decisórios, sendo que 
os demais serão ratificados. Ë a jurisprudência do STF. 
 
 
EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA 
 
Fundamento - ninguém pode ser processado duas vezes pelas mesma razão. 
Causas Idênticas - quanto têm o mesmo pedido, mesmas partes e mesma causa de 
pedir. 
Momento - a litispendência nasce no instante em que existe a citação válida no 2º 
processo. 
Entra-se com a exceção no juízo da ação repetida. 
Procedimento - é o mesmo da incompetência do Juízo. Obs.: não tem prazo, pode ser 
invocada em qualquer momento do processo. 
 
 
EXCEÇÃO DE COISA JULGADA 
 
Fundamento - ninguém pode ser condenado duas vezes pelo mesmo delito. 
 
Exceção: somente em caso de extraterritorialidade da lei penal brasileira, onde o sujeito 
pode ser condenado no exterior e no Brasil pelo mesmo delito. 
 
Só existe coisa julgada quando as ações são idênticas, ou seja, tem o mesmo pedido, 
mesmas partes e a mesma causa de pedir. 
Se o réu for condenado duas vezes pelo mesmo fato a sentença válida é sempre a 
primeira, pois a segunda sentença é nula. 
Instrumento para se alegar Exceção de Coisa Julgada - somente através de Revisão 
Criminal ou Habeas Corpus. 
 
 
 Se no Tribunal do Júri o réu for absolvido como autor do crime, pode ele ser 
processado como partícipe ? 
 Resp.: Sim, pode, houve a coisa julgada, mas a causa de pedir nova é distinta da 
causa de pedir anterior, pois antes é autor sendo que agora é partícipe. 
 
 
Exceção de Ilegitimidade de Parte 
 
Vale tanto para a ilegitimidade “ad processum”, por exemplo no caso de queixa 
oferecida por menor de 17 anos, quando para a ilegitimidade “ad causam”, por exemplo, 
quando o promotor oferece denúncia no caso em que só é cabível a queixa. 
 
Procedimento - é o mesmo da incompetência de juízo. 
 
 Se for julgada procedente, anula o processo ? 
 Resp.: Depende: no caso de Ilegitimidade “ad causam” anula-se o processo inteiro, 
já no caso de ilegitimidade “ad processum” é possível convalidar o defeito, desde 
que ratifique-se o ato por quem de direito. 
 
 
CONFLITO DE JURISDIÇÃO - ART. 113 E S. CPP 
 
Ocorre quando dois ou mais juizes ao mesmo tempo julgam-se competentes, 
acontecendo aí o conflito positivo, ou quando se julgam incompetentes, ocasionando o 
conflito negativo. 
Objetivo - reconhecer e preservar o juízo natural. 
 
Conflito de Competência é diferente de Conflito de Atribuições 
O conflito de competência só acontece entre autoridades judiciárias. 
O conflito de atribuições acontece entre autoridades outras que não judiciárias. Ex.: 
quando dois promotores entram em conflito, sendo que quem decide é o Procurador 
Geral de Justiça. 
 
Aspectos procedimentais 
1. Pode ser suscitado pela parte, pelo Ministério Público ou pelo juiz de ofício; 
2. Deve ser por escrito e fundamentado; 
3. Se o conflito for positivo é autuado em apartado aos autos, e em caso de conflito 
negativo autua-se dentro do mesmo processo; 
 
 Quem julga o conflito de competência ? 
Resp.: Depende: 
 
O STF - julga conflitos entre tribunais superiores e conflitos entre tribunais superiores e 
outros tribunais do país. 
 
Cabe conflito de competência envolvendo o STF ? 
Resp.: Não, não cabe. No caso de dúvida o que vale é a palavra do STF. 
 
O STJ - julga conflitos: 
a) entre outros tribunais do país; 
b) entre Tribunais e Juizes do país; e 
a) entre juizes vinculados a tribunais diferentes. 
 
O TRF - julga conflitos entre juizes federais. 
 
O TJ - julga conflitos entre os Tribunais de alçada ou entre os juizes de 1º grau. 
 
 Pode haver conflito entre o TJ e Tribunal de Alçada ? 
 Resp.: Não, não pode. Prevalece sempre a decisão do TJ. 
 
 
INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL 
ART. 149 E S. CPP 
 
Instauração - quando há dúvida sobre a integridade mental do acusado. 
 
Início - pelo juiz ex ofício ou por requerimento do Ministério Público ou pelo cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão. 
Uma vez determinado não cabe recurso. 
A perícia do juízo civil não tem validade no juízo penal, ou seja, deve sempre ser feito 
outro exame no juízo penal. 
 
Procedimento 
a. Autuação em apartado 
b. Suspende o processo 
c. Corre a prescrição normalmente 
d. É indispensável a nomeação de curador 
e. É possível o incidente durante o Inquérito Policial, onde o Delegado representa ao 
Juiz e este determina o exame 
f. O exame é realizado por dois peritos, normalmente por dois médicos psiquiatras 
g. Prazo = 45 dias, prorrogáveis. 
 
 Durante o Inquérito Policial constata-se a inimputabilidade. Inicia-se ou não o 
processo ? 
 Resp.: Sim, é imprescindível o processo. É preciso comprovar o delito em juízo para 
se aplicar a Medida de Segurança. 
 
O laudo médico não vincula o juiz, sendo que para rejeitá-lo ele precisa fundamentar 
essa decisão. 
Em caso de ficar comprovado que a inimputabilidade sobreveio depois do delito, o 
processo fica suspenso até que o réu se restabeleça, correndo a prescrição 
normalmente. 
 
DAS PROVAS 
 
Provar é demonstrar a verdade de uma afirmação ou de um fato. 
 
Finalidade das Provas - formar a convicção do juiz. 
 
Objeto de Prova - são as afirmações ou fatos que devem ser comprovados. Mesmo 
que o fato não seja contestado, ele precisa ser comprovado. 
 
 
Precisam de prova: 
a) Os costumes; 
b) Regulamentos e Portarias; e 
c) Direito Estrangeiro. 
 
Não necessitam de prova: 
a) Fatos notórios; e 
b) Presunções absolutas. 
 
Sujeito da Prova - são as pessoas responsáveis pela produção da prova. Ex.: vítimas, 
testemunhas, peritos, etc. 
 
Meios de Prova - tudo quanto possa comprovar o fato ou a afirmação. 
 
Além da provas do CPP, podemos produzir outras provas. Ex.: filmagens, 
interceptações telefônicas, etc. 
 
Elementos de Prova - são as afirmações e os fatos comprovados. 
 
Classificação das Provas 
 
Prova Pessoal - são as provas que emanam das pessoas. Ex.: declarações, perícias, 
confissões, testemunhos, etc. 
 
Prova Documental - é toda afirmação feita por escrito. Ex.: laudos. 
 
Prova Material - é todo objeto que comprove o crime. Ex.: faca, revólver, etc. 
 
Prova emprestada - só é válida se colhida perante o mesmo réu, pois não desrespeita 
o princípio do contraditório e da ampla defesa na sua colheita. 
 
Regra da Liberdade de Provas 
Em princípio, toda e qualquer meio de prova é admitido, por força do Princípio da 
Verdade Real. 
Restrições: 
a. Art. 207 do CPP - quem tem o dever de guardar segredo, não pode testemunhas. 
Ex.: advogado, padre confessional, etc. 
b. Art. 475 do CPP - só se pode ler documento em plenário, se juntado aos autos com 
no mínimo três dias de antecedência; 
c. Prova ilícita (viola uma regra de direito material) e prova ilegítima (viola uma regra de 
direito processual). 
A prova ilícita só pode ser utilizada se em favor do réu. 
 
Princípio da Comunhão da Prova - a prova produzida por uma parte, pode ser 
utilizada por qualquer parte.Ônus da Prova - é a responsabilidade de provar. O ônus da prova cabe sempre a quem 
alega (Art. 156 do CPP). 
O juiz pode determinar a produção de provas “ex officio”. É o Princípio da 
Inquisitividade. 
 
Valoração das Provas 
 
1. Sistema da Livre Convicção ou Persuasão Racional. Consiste: 
a. o juiz deve apreciar todas as provas; 
b. não há hierarquia entre elas; 
c. todas as provas são relativas; e 
d. o juiz tem que motivar (fundamentar) sua convicção. É o sistema 
acolhido pelo CPP (Art. 157). 
 
2. Sistema da Íntima Convicção 
a. O juiz julga e não precisa motivar (fundamentar) sua convicção. 
Este sistema vale para os jurados, no Tribunal do Júri, que não 
precisam fundamentar suas decisões, e caso o façam, é nulo o Júri. 
 
I - DAS PERÍCIAS 
 
Perícia - é um exame feito por pessoas com conhecimentos específicos. 
 
Objeto da Perícia - escritos, cadáveres, o corpo de delito, etc. 
 
Como são feitas ? 
1. Descrição minuciosa do que foi observado; 
2. Respostas aos quesitos; e 
3. Sempre que possível, deve ser instituídas com fotografias. 
 
Laudo Pericial - é o documento elaborado pelos peritos. 
 
Quem determina a perícia ? 
A autoridade policial, se na fase de investigação, ou o juiz, se na fase de processo. 
 
As partes podem requerer perícias. 
 
Quesitos - na fase policial é formulado pela autoridade policial, no juízo é formulado 
pelo juiz e pelas partes. (Art. 176) 
 
Perito - só pode ser perito quem tem curso superior. O perito é um auxiliar do juiz. Há 
peritos oficiais, que são os perito concursados e peritos não oficiais, que são os peritos 
não concursados. 
Os peritos não concursados prestam compromisso todas às vezes que nomeados. Mas 
a falta de compromisso é uma mera irregularidade. 
 
Número de peritos - sempre participarão da perícia dois peritos. 
Os peritos não oficiais são nomeados pela autoridade policial ou pelo juiz, dependendo 
da fase do processo. 
 
Assistente técnico - só existe no processo civil, não existe no processo penal. 
 
Perícia particular - é perfeitamente possível, trata-se de um parecer. 
 
A perícia feita no Inquérito Policial não se repete em juízo, pois o contraditório é diferido, 
ou seja, é postergado para dentro do processo, porque é um prova de natureza 
cautelar. 
 
 
Exame do Corpo de Delito 
 
Corpo de Delito - é o conjunto de vestígios deixados pelo crime. 
O Exame de corpo de delito é a comprovação pericial do corpo de delito. 
Regra sobre o Exame de corpo de delito: 
1. quando o crime deixa vestígios é ele imprescindível, sob pena de nulidade. 
2. pode ser direto ou indireto. 
Direto - é feito pelos peritos; 
Indireto - quando desaparecem os vestígios, a prova testemunhal pode suprir o 
exame direto. 
Boletim médico - não vale como laudo, mas é uma prova indireta. 
 
Para iniciar o processo é preciso o Exame de Corpo de Delito ? 
Em regra não é preciso. Mas há certos processos que o necessitam. Por exemplo: no 
caso de entorpecentes não é possível nem lavrar o auto de prisão em flagrante sem o 
exame de corpo de delito, quanto mais a denúncia. 
 
O laudo pode ser feito em qualquer hora e qualquer dia, devendo sempre ser 
fundamentado. 
 
Necropsia ou Autopsia - é o exame feito no cadáver. Finalidade. descobrir a “causa 
mortis”. 
Emite-se um laudo necroscópico. 
 
Exumação - é o desenterramento do cadáver. 
 
O laudo principal às vezes é obscuro, omisso, onde o juiz pode determinar um laudo 
complementar para que os peritos declarem sobre a omissão e a obscuridade. 
Nas lesões corporais, às vezes, é necessário um laudo complementar para comprovar 
incapacidade por mais de 30 dias. A falta do laudo complementar leva a caracterização 
de uma lesão leve. 
Havendo divergência entre os dois peritos, o juiz nomeará um terceiro perito. 
O laudo não vincula o juiz (Art. 182 do CPP). 
 
II - DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO 
 
É o ato pelo qual o juiz ouve o acusado sobre a imputação que lhe é feita. É meio de 
prova e meio de defesa. Se o réu mentir não comete o crime de falso testemunho. 
Pressuposto: citação do acusado. 
Momento: em regra, é feito após o recebimento da denúncia. Exceção: Lei 9.099/95, 
procedimento sumaríssimo. 
É um ato indispensável em duas hipóteses: 
a. quando o réu está preso; 
b. quando o réu se apresenta em juízo. 
Foras estas duas hipóteses, é um ato dispensável. 
O juiz pode mandar conduzir o acusado coercitivamente a juízo. 
É possível o reinterrogatório do acusado (Art. 196, CPP). 
 
Características do Interrogatório 
 
1. É ato personalíssimo; 
2. É ato judicial (só o juiz que interroga); 
3. É ato público (mas as partes não interferem (Art. 187)); 
4. Em regra, é um ato oral. Exceção: Mudo. 
5. É um ato individual, ou seja, nenhum co-réu pode ser interrogado na presença do 
outro; 
 
Direito ao Silêncio ou de Ficar Calado - é um direito do réu, o qual vem consagrado 
na própria Constituição Federal . O silêncio do réu não significa confissão, não podendo 
por isso ser interpretado em prejuízo dele. Está derrogado a última parte do Art. 186. 
 
Se o réu não falar a língua nacional, será nomeado um intérprete. 
O réu tem direito a entrevista com o seu defensor, antes do interrogatório. 
É possível o interrogatório por carta precatória. 
No caso de réu menor, ser-lhe-á nomeado um Curador Especial. 
O defensor do réu pode ser o seu curador. (Súmula 352 do STF). 
A falta de nomeação de curador gera apenas uma nulidade relativa, ou seja, deve-se 
provar prejuízo. 
Se o menor mentir sobre a sua idade, dizendo ser mais velho, não há nulidade. 
No caso de índio, se este for aculturado não necessitará de curador, já se for não 
aculturado, é obrigatório a nomeação de curador. 
 
III - DA CONFISSÃO 
 
É a admissão do fato imputado. 
O juiz tem que perguntar qual o motivo da confissão. 
É um circunstância atenuante. 
 
A confissão pode ser: 
 
1. Judicial: é aquela feita em juízo. Tem valor relativo, assim como todas as provas. 
2. Extrajudicial: é aquela feita fora do juízo. Não tem valor nenhum, salvo se ratificada 
em juízo. 
3. Explícita: nesta confissão o réu admite o crime explicitamente. 
4. Implícita: é uma confissão presumida, por exemplo, quando o réu repara os danos. 
5. Simples: ocorre quando o réu confessa o crime, mas não indica nada em seu 
benefício. 
6. Qualificada: ocorre quando o réu confessa o crime, mas indica algo em sua defesa. 
Ex.: Confessa, mas alega legítima defesa, estado de necessidade, etc. 
 
Características 
 
1. Ato personalíssimo; 
2. Ato livre e espontâneo; 
3. É retratável; 
4. É divisível, ou seja, pode-se confessar um fato e negar outro. 
 
Confissão ficta ou presumida: é aquela confissão que se dá quando o réu não 
contesta os fatos narrados. Não é válida no processo penal, sendo aplicada somente no 
processo civil. 
 
Confissão Delatória: ocorre quando o réu confessa, mas incrimina outras pessoas. É 
também chamada de Chamamento de Cúmplice. 
 
Declarações do Ofendido - vítima não é testemunha, não presta depoimento, presta 
declarações. Se a vítima mente não responde por falso testemunho. O ofendido não 
presta compromisso. Se a vítima for co-réu, é ela interrogada. 
 
Condução Coercitiva da Vítima: (Art. 201) - é possível. 
 
Valor Probatório: é relativo. 
 
Contraditório: respeita-se o contraditório, ou seja, o advogado tem direito a 
reperguntas. 
IV - TESTEMUNHAS 
 
É uma terceira pessoa que depõe sobre um fato. 
Valor probatório: é relativo. 
A prova testemunhal pode ser: 
 
1. Direta: ocorre quando a testemunha depõe sobre fatos que viu, presenciou; 
2. Indireta: ocorre quando a testemunha depõe sobre fato que ouvir dizer; 
 
A testemunha pode ser: 
 
1. Própria: ocorre quando a testemunha depõe sobre

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