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Imageamento por RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA Paulo E. Cabral Filho Departamento de Biofísica e Radiobiologia - UFPE e-mail: pauloeuzebio03@gmail.com Introdução • A imagem por ressonância magnética (IRM) tem sido bastante referenciada, pois é um método não invasivo de diagnóstico e que possibilita a aquisição de imagens em tecidos profundos com alta definição anatômica. Histórico da IRM 1946 - Felix Bloch (Stanford) e Edward Purcell (Harvard) descreveram em trabalhos independentes a Ressonância magnética nuclear (RMN) em sólidos 1952 – Bloch e Purcell dividem o Prêmio Nobel da Física 1971 – Raymond Damadian demonstrou que as constantes de relaxação da água eram diferentes em tumores malignos de ratos quando comparados aos tecidos normais. 1973 – Paul Lautebur publicou a primeira imagem de RMN de um objeto heterogêneo. 1976 – Peter Mansfield fez a primeira imagem de uma parte do corpo humano (dedo). E. Purcell F. Bloch P. Lauterbur P. Mansfield Princípios da RMN H+ O Hidrogênio - Constituinte da molécula da água (H2O) – corresponde a 70% do peso corporal; - Possui 3 isótopos: Prótio – mais abundante Deutério Trítio Protio Deutério Tritio Ressonância do núcleo do hidrogênio H+ Movimento das cargas (+) ao redor do eixo. O movimento de cargas elétricas gera uma corrente elétrica, criando um campo magnético ao seu redor (momento magnético nuclear); Dessa forma, o núcleo dos átomos de hidrogênio podem ser vistos como pequenos ímãs. prótons giram em torno do seu próprio eixo – momento angular intrínseco (“spin”) Momento Angular e Momento Magnético Prótio -> Nucleons desemparelhados Movimento de Precessão MOVIMENTO DE ROTAÇÃO SOBRE O SEU PRÓPRIO EIXO Como os físicos correlacionaram esse fenômeno e o aplicaram para aquisição de imagens por ressonância magnética (IRM)? Campo gravitacional Frequência de Precessão A frequência de precessão (n) é governada pelo campo magnético externo (B0) e é expressa pela Equação de Larmor. (Equação principal da IRM e que define a condição de ressonância) n = g’. B0 g' = g/2p onde g= razão giromagnética (específica para cada elemento) O núcleo do átomo de hidrogênio possui uma g’ de 42,6 MHz/T, e se o campo magnético for de 1,5 T qual a taxa de precessão do H+? Frequência de precessão (n) para o H+ é chamada também de Frequência de Larmor do H+. 63,9 MHz Influência do Campo Magnético (B0) Sem Campo Magnético Com Campo Magnético (B0) M0 B0 Paralelamente Menor energia Antiparalelo Maior energia Influência do Campo Magnético (B0) M0 B0 Pulso de RF a 90o na Freq. de Larmor do H+ Magnetização Longitudinal Magnetização Transversal Pulso de Radiofrequência – Deslocando a M0 M0 Perda da Magnetização no plano xy Recuperação da Magnetização no Plano z Relaxação – Aumento do grau de liberdade de M0, permitindo voltar a magnetização resultante primitiva. Relaxação Magnética z x y z x y z x y z x y z x y z x y O processo de relaxação magnética é modulado por duas constantes exponenciais de tempo. Relaxação Magnética Perda da Magnetização no plano xy (T2 – Tempo de relaxação Transversal) Recuperação da Magnetização no Plano z (T1 – Tempo de relaxação longitudinal) T1 e T2 dependem da inomogeneidade do meio, na prática isso resulta nas diferentes imagens geradas pelas diferenças na composição química e morfofisiológicas do meio. Relaxação Magnética - Nutação A amplitude depende da quantidade de prótons na região – Ou seja, quanto mais prótons mais intenso o sinal. Apresentação da imagem após processamento dos dados (transformada de Fourrier) RF quantizada Corte de um Aparelho de Imagem por Ressonância Magnética (IRM) Isolamento da sala feita pela gaiola de Faraday (Al e Cu) -> para impedir entrada e saída de ondas de RF) Interferência na Imagem Bobinas de gradientes e planos anatômicos Plano Frontal Plano Sagital Plano Axial Imagens em diferentes planos Plano Frontal Plano Sagital Plano Axial T1 Densidade de Prótons T2 Principais Contrastes Gordura – Prótons ligados ao carbono – H+ Retornam mais lentamente Água – Prótons ligados ao oxigênio – H+ Retornam mais rapidamente T1 T2 Líquor – Preto Gordura - Branca Líquor – Branco Gordura - Cinza Sinais em IRM A máquina deve ser programada para que as imagens formadas pela água e a gordura tenham intensidades diferentes, permitindo identificá-las. Como se comportam as estruturas de acordo com os tempos de relaxação? HIPERINTENSAS - Estruturas cujos H+ retornam muito rápido, ou seja, passam pouco tempo emitindo sinal, por isso apresentam coloração mais esbranquiçada - Imagens Brancas em T2 HIPOINTENSAS – Estruturas cujos H+ não retornam rápido, ou seja, passam mais tempos emitindo sinais, por isso apresentam coloração mais escura – Imagens escuras em T2 AUSÊNCIA DE SINAL – Estruturas cujos H+ estão em um fluxo rápido, como nos vasos – Imagens pretas em T2 Quanto menor tempo emitindo sinal, no plano (xy) ou (z), mais esbranquiçada é a imagem. Ou seja, T2 é o inverso do T1, se uma estrutura passa pouco tempo emanando sinal em T2, ela emanará mais sinal em T1. Magneto supercondutor: 2 T (85 MHz) Abertura: 70 cm Preço: ~1.000.000 dólares Equipamento de IRM de uso clínico Manutenção: R$ 7.000,00 Técnica de alto custo • Campo mais homogêneo no centro, onde fica o paciente; • Forte campo externo que pode ser até 140.000 vezes mais potente que o campo magnético da terra (0,00006 T pólos). • Necessita isolamento da sala; • Absolutamente proibido entrar no ambiente do equipamento de RMN com objetos ferromagnéticos. Magneto Supercondutor Campo magnético terrestre ~ 0,00003 T America do sul.... Campo magnético em IRMN ~ 1,5 T Campo Magnético (Tesla) BAIXO CAMPO ALTO CAMPO 0,075 T e 0,5 T, por exemplo 1,0 T 1,5 T; 2,0 T; 4,0 T, por exemplo MAIOR Campo MELHOR imagem Resolução IRM = 0,2 – 0,3 mm > (Raios X > 0.5 mm) e (Ultrassom ~ 1 mm) Bobina para exame de Crânio Bobina para exame de antebraço e punho Bobina para exame de ombro Bobina endorretal para exame de próstata Bobina para exame de mama Bobina para exame de joelho Tipos de Bobinas de Radiofrequência • A qualidade de uma imagem é determinada por quatro itens: # Artefatos # Ruído # Distorção # Contraste Qualidade da imagem Ruído Artefatos Fatores Quantidade relativa de prótons nos tecidos (densidade – reflete contraste) Propriedades de relaxação dos tecidos (T1 e T2) Fluxo Agentes de contraste Contraste de Tecidos Contraste Agentes de Contraste Compostos Farmacêuticos contendo íons paramagnéticos, que alteram os tempos de relaxação dos prótons da água dando um melhor contraste entre as estruturas. Quelatos – fácil eliminação, enquanto o Iodo é radioativo – TC Agentes de Contraste Crânio Coluna Pescoço Tórax Cardíaca Abdômen superior Pelve Articulações Obstetrícia Ossos temporais Perna Espectroscopia do encéfalo e próstata Artro-RM Angio-RM Mama RM de corpo inteiro RMN funcional** Diversidade de Aplicações da IRM na Medicina 10 – 15 min o tempo do exame – Interessante para áreas sensíveis a radiação ionizante Tumor AngiografiaHomem Rato Imagens Dinâmicas Atividade Cardíaca Ortopedia Lesões Medulares • Marca-passo cardíaco*. • Desfibrilador cardíaco implantável*. • Implante coclear. • Clipes vasculares metálicos. • Prótese vascular. • Gestante até o terceiro mês • Próteses ortopédicas. • Fragmentos de metais no corpo (como projéteis de arma de fogo). • Tatuagens (antigamente as tintas possuíam traços de metais). Contra indicação *Algumas IRM já podem ser adquiridas em pacientes com esses dispositivos utilizando protocolos específicos para os procedimento. Entretanto, um cardiologista deve acompanhar o paciente durante o procedimento Vantagens e Desvantagens da IRM Vantagens: Desvantagens: • Não utiliza radiação ionizante • Não invasiva • Alto custo • Não utiliza contraste iodado e tem uma gama de contraste muito maior para tecidos moles • Tempo longo de exame • Boa para tecidos moles com alta resolução em tecidos profundos moles. • Contra indicado para portadores de alguns implantes • Precisão independe do operador • Pode causar claustrofobia • Alta definição anatômica, mais específico para anormalidades no cérebro; • Ruim para ossos • É capaz de gerar imagens em mais planos e pode reconstruir órgãos e regiões anatômicas em 3D. • Baixa sensibilidade e especificidade https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/mri Site Simulação dos Prótons/Campo Referências (1) Garcia, E. A. C. Biofísica, Sarvier, 2002. (2) Marchiori, E.; Santos, M.L.O. Introdução a Radiologia, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2013. (3) Buxton, R. B. Introduction to functional magnetic ressonance image: Principles and techniques. 2nd edition, Cambridge university press, Cambridge – UK, 2009. (4) Deserno, T. M. Biological and medical physics, Biomedical Engineering – Biomedical Image Processing, Springer, Verlag Berlin Heidelberg, 2011. (5) Segurança em imagem por ressonância magnética, site: http://www.mrisafety.com/SafetyInfov.asp?SafetyInfoID=300, acessado em 29.02.16. Ressonância Magnética Nuclear • Visão Geral do Equipamento • Local de inserção da amostra • Porta amostra Aquisição de Interferogramas: --Maior sensibilidade --Diminuição de ruído --Ganho de tempo --Pouca amostra Transformada de Fourier: --Domino do tempo em freqüências --Sinal Analógica a Digital --Técnicas acopladas! Transformada de Fourier! Ortopedia Lesões esportivas
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