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Toxicologia de acidentes com sapo, escorpião, aranhas e medicamentos como avermectinas e metilxantinas

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Toxicologia Veterinária 
 
VENENO DE SAPO:
CARACTERISTICAS GERAIS:
Os acidentes com veneno de sapos atingem mais cães, gatos e crianças e pode causar morte em até 15 minutos pós envenenamento. O sapo possui uma glândula chamada Bufo que são glândulas parótidas (cutâneas) que produzem o veneno.
COMPOSIÇÃO DO VENENO E MECANISMO DE AÇÃO:
As bufotoxinas são compostas por proteínas/peptídeos, aminas biogênicas (adrenalina, noradrenalina), derivados esteroides (bufodienólides e bufotoxinas) e alcalóides (Bufoteninas, diidrobufoteminas e bufotioninas). alucinogenos
As aminas são responsáveis pela ativação dos receptores Beta α-2 adrenérgico periférico que atuam no sistema simpático, determinando cronotropismo e inotropismo positivo, vasoconstrição, aumento na liberação de renina, glicogenólise, aumento na secreção de insulina, broncodilatação, aumento na contração cardíaca e etc.
Os alcaloides possuem efeito alucinógeno por ação no sistema nervoso central, quando absorvida em quantidade suficiente podem causar convulsões, depressão, tremores.
O mecanismo de ação da peçonha consiste na inibição da bomba de Na+ e K+ das células da musculatura cardíaca, causando um aumento n a concentração de cálcio intracelular, elevando a força de contração e reduzindo a frequência de batimentos por ação reflexa. Também reduz a velocidade do impulso elétrico cardíaco (do nodo sinusal ao nodo atrioventricular).
SINAIS CLINICOS:
Os efeitos aparecem logo após o acidente (Local ou Sistêmicos) pode evoluir para morte em 15 minutos. Os graus de envenenamento variam de Leve, Moderado e Grave.
Leve: Irritação da mucosa oral e diarreia. 
Moderado: irritação da mucosa oral e sialorréia, êmese, fraqueza, ataxia, sinais neurológicos, anormalidades do ritmo cardíaco, evacuação e micção espontâneas. 
Grave: diarréia, dor abdominal, midríase não-responsiva, convulsões, edema pulmonar e cianose. Alterações eletrocardiográficas observadas: arritmias, que podem evoluir para taquicardia ventricular multiforme e, se o cão não for tratado, para fibrilação ventricular e morte.
DIAGNÓSTICO:
Anamnese associado com os sinais clínicos; Presença de sapos no local onde o animal convive; Relato de contato com sapos sem lesões características; Inflamação (ação irritativa). Para confirmar o contato com o sapo é necessário identificar a presença de partes do sapo no TGI do animal.
TRATAMENTO:
Cloridrato de Propanolol: é um bloqueador de receptores Beta;
Verapamil: bloqueia canais de cálcio;
Tanto o Verapamil ou o Propanolol são utilizados para controlar arritmias, e o uso de barbitúricos para controle de convulsão, e de suporte lavar as mucosas e nunca utilizar atropina, deixar o animal salivar, pois na salivação é que ocorre a maior excreção do veneno.
PROGNÓSTICO:
O prognostico depende da gravidade do quadro clínico, espécie do sapo, potência do veneno, quantidade do veneno, porte do animal acidentado, susceptibilidade individual e fatores genéticos. A mortalidade é considerada baixa para animais tratados. 
ESCORPIANISMO
CARACTERISTICAS GERAIS:
A espécie de importância médica no Brasil pela gravidade do acidente que provoca é o Tityus Serrulatos (escorpião amarelo) do Gênero Tityus.
COMPOSIÇÃO DO VENENO E MECANISMO DE AÇÃO:
Contém proteínas básicas (neurotóxicas), enzima hialuronidase, aminoácidos, sais e uma fração toxica chamada de tytustoxina, que é produzida na cauda do escorpião.
A TYTUSTOXINA atua nos canais de sódio, promovendo despolarização das membranas, aumentando o tempo de abertura do canal nas terminações nervosas periféricas, estimulando sistema simpático e parassimpático, com liberação de acetilcolina e catecolaminas.
SINAIS CLINICOS:
Apresentam dor local, edema, hiperemia, piloereção local, sudorese, sialorreia, emese, hipermotilidade grastrointestinal, agitação, desorientação, hiperatividade, taquicardia sinusal ou bradicardia, vasoconstrição corariana que leva a isquemia cardíaca, arritmias cardíacas, taquipnéia e bradipneia.
ACHADOS LABORATORIAIS:
Apresentam hiperglicemia, leucocitose por neutrofilia, mioglobinemia, mioglobinúria, aumento de amilase, CK, AST, LDH.
TRATAMENTO:
Não há disponibilidade de soro, portanto o tratamento é de suporte. Indica-se vasodilatadores, anticolinérgicos, corticosteroides para diminuir a inflamação, analgésicos para controlar a dor, anticonvulsivantes e prasozina (antídoto farmacológico). A atropina deve ser utilizada apenas em casos de bradicardia grave.
PROGNÓSTICO:
O prognóstico do envenenamento escorpiônico quase sempre é bom, exceto nos quadros de intoxicações graves, principalmente em filhotes (óbito ocorre nas primeiras 24 horas).
ARANEÍSMO
CARACTERISTICAS GERAIS:
As aranhas de interesse na medicina veterinária pertencem aos gêneros Loxosceles (aranha marrom) e Phoneutria (aranha armadeira)
LOXOSCELES (aranha marrom)
CARACTERISTICAS GERAIS:
As aranhas do gênero Loxosceles (aranha marrom) são pequenas, de pernas longas e apresentam toxicidade elevada.
COMPOSIÇÃO E MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO:
O veneno é composto pelas enzimas Fosfolipase D (esfingomielinase D), metaloproteases e hialunoridase. 
A Fosfolipase D catalisa a hidrólise da esfingomielina, resultando na formação de ceramida-fosfato e colina, capazes de produzir lesões dermonecróticas, hemólise e agregação plaquetária e leucocitária. 
 As metaloproteases apresentam atividade fibrinogenolítica e gelatinolítica, resultando em distúrbios hemostáticos. 
A hialunoridase catalisa a hidrólise do tecido conjuntivo e a degradação do ácido hialurônico, facilitando a penetração dos componentes do veneno em vários compartimentos celulares e teciduais e contribuindo para o espalhamento gravitacional da lesão.
SINAIS CLINICOS:
Após 12 horas o animal apresenta: dor local, edema local, mal-estar e febre.
- FORMA CUTÂNEA: Cerca de 87 – 98% dos casos, causa dor, edema, eritema. 
Lesão sugestiva com bolhas, equimoses e dor em queimação. 
Lesão característica com dor e queimação, lesões hemorrágicas focais e necrose. Pode evoluir para escara (7-12 dias) e úlcera de difícil cicatrização em 3 – 4 semanas.
- FORMA CUTÂNEA-VISCERAL (hemolítica): Além do comprometimento cutâneo ocorre hemólise intravascular, anemia, icterícia, hemoglobinúria, petéquias, equimoses, Insuficiência Renal Aguda. 
ACHADOS LABORATORIAIS:
O hemograma apresenta leucocitose, neutrofilia, anemia, plaquetopenia, hiperbilirrubinemia indireta, aumento de uréia e creatinina, alteração do coagulograma.
TRATAMENTO: 
O soro antiloxocélico não esta disponível para uso veterinário. Pode-se realizar o tratamento alternativo com corticoterapia, utilizar prednisona por 5 dias, analgésicos, antibióticos se houver infecção secundária (clostridium) e remoção da escara após estar delimitada por área de necrose.
PHONEUTRIA (Aranha armadeira)
CARACTERISTICAS GERAIS:
Conhecidas como aranhas armadeiras, são maiores que a aranha marrom, e costumam “dar o bote” para se defender. Acidentes leves são mais frequentes.
COMPOSIÇÃO E MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO:
Atua na ativação dos canais de Na+ e retarda a inativação, despolarizando as fibras musculares e terminações nervosas, liberando acetilcolina e catecolaminas.
SINAIS CLINICOS:
Dor intensa e imediata, edema e eritema local, náuseas, vômitos, taquicardia, sudorese, hipotensão arterial e agitação psicomotora, além de duas pequenas lesões no local causada pela picada (quelíceras). Em casos mais graves (filhotes), apresenta arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca, edema pulmonar, convulsões e coma.
ACHADOS LABORATORIAIS:
Hemograma apresenta leucocitose com neutrofilia; Exames Bioquímicos: hiperglicemia;
E o ECG: taquicardia sinusal.
TRATAMENTO:
Não há disponibilidade de soro, portanto o tratamento é de suporte. Tratamento sintomático: Fluidoterapia com Ringer Lactato, uso de Diazepam para controle de convulsões, antiemético (metoclopramida I.V)para o vômito, analgésico (meperidina) para dor e Lidocaina 2% (infiltração-Sem vasoconstritor).
TOXICOLOGIA DOS MEDICAMENTOSAVERMECTINAS E MILBEMICINAS:
MECANISMO DE AÇÃO TOXICA:
São agonistas do GABA, causando hiperpolarização no neurônio e inibição da passagem do estimulo nervoso. Não ultrapassam barreira hematoencefalica nos mamíferos, porém em algumas raças (pastores e collies), podem apresentar intoxicação, devido à falta de MDR1 que codifica a glicopreoteína P, que é responsável pelo excreção desses agentes no SNC, causando acúmulo.
SINAIS CLINICOS:
Ataxia, desorientação, sialorreia, depressão geral no SNC, bradicardia, hipotensão, emese, midríase, hiperestasia, hiperatividade,tremores, agitação, rigidez, insônia, compressão da cabeça nos objetos, vocalização, agressividade, convulsões, hipertermia, fraqueza, decúbito, cegueira e hipoventilação. Em gatos são observados também alterações neurológicas e hipotermia. Em casos graves são observados edema pulmonar, dispneia, taquicardia, tremores musculares, coma e morte.
TRATAMENTO:
Indução de emese, lavagem gástrica, uso de carvão ativado, catárticos e enemas. Ventilação mecânica em casos de depressão respiratória severa.
METILXANTINAS
MECANISMO DE AÇÃO:
Atuam como antagonista dos receptores de adenosina (broncoconstritor, anticonvulsivante e reguladora do ritmo cardíaco). Promovem aumento dos níveis de cálcio intracelular e ação sobre canais de potássio. Em doses mais altas, inibem a fosfodiesterase, não degradando o AMP cíclico, aumentando o nível de AMP cíclico e a liberação de noradrenalina nas terminações sinápticas, que ativam a PKA que no pulmão vai reduzir cálcio fazendo broncodilatação e no coração aumenta cálcio e faz taquicardia.
SINAIS CLINICOS:
Neurológicos: excitabilidade e convulsão;
Cardiovasculares: taquicardia, arritmias ventriculares, hipertensão discreta (em casos mais graves hipotensão);
Gastrointestinais: emese, diarreia, hemorragia digestiva;
Musculo esqueléticos: tremores musculares;
Metabólicos: acidose metabólica, hipocalcemia, hiperglicemia, hipofosfatemia, hipomagnesemia e hipercalcemia.
TRATAMENTO
Indução de emese, lavagem gástrica com agua morna, carvão ativado e catártico (descontaminação), administrar Propanolol, fluidoterapia (hidratação), diazepan (convulsão), atropina (taquicardia).

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