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Curso Tecnicas de Execucao em Alvenarias

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Curso Gratuito 
Técnicas de Execução 
em Alvenarias 
 
Carga horária: 35hs 
 
 
 
 
 
Conteúdo 
 
 
Definição de alvenaria 
Introdução 
1. Finalidade das alvenarias e principais exigências 
2. Tipos de alvenarias 
3. Organização dos trabalhos 
4. Fabrico das argamassas de assentamento 
5. Assentamento de tijolos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
 
 
 
Alvenarias 
 
 
A importância histórica da alvenaria, deve-se sobretudo ao facto de ser o principal material estrutural 
responsável pela habitabilidade dos abrigos construídos pelo homem e de ser a principal estrutura dos 
edifícios ao longo de 4000 anos de civilização. Desde o passado que a construção de abrigos permanentes 
para os humanos, evoluindo progressivamente até aos edifícios de hoje em dia, anda na maior parte das 
civilizações interligada sobretudo à alvenaria. 
 
 
Sabemos que os edifícios são espaços habitáveis, concebidos e realizados fundamentalmente de acordo com 
exigências e tecnologias variáveis com os utentes, as épocas, os locais e os materiais disponíveis. 
 
 
A subdivisão, ou mais simplesmente o “desmonte” de um edifício, pode ser feito de várias maneiras, sendo 
habitual considerar dois tópicos: 
 
 
1. A subdivisão em órgãos, por analogia com o corpo humano, sendo esta divisão única estrutura, 
envolvente, compartimentação interior, instalações e divisões exteriores; 
 
 
2. A subdivisão em componentes, desempenhando cada um deles uma ou mais funções: suportar, 
separar, isolar, etc. Sendo neste caso possível imaginar várias subdivisões em componentes. 
 
 
As exigências dos utilizadores para as construções são variáveis com enumeras características, no entanto, as 
realizações construtivas humanas são a síntese de três critérios (engenharia, economia e estética), com 
importância relativa variável em diferentes obras, sendo no entanto a estética o elemento distintivo dos 
abrigos humanos do dos animais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 2 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
 
 
Definição de alvenaria 
 
 
Apresentam-se várias definições sobre este tema: 
 
 
 As alvenarias são elementos discretos construídos de pedras ou blocos, naturais ou 
artificiais, ligadas entre si de modo estável pela combinação de juntas e interposição 
de argamassa ou somente por um desses meios; 
 
 
 Alvenaria é o termo que designa as paredes executadas com pedra, tijolo ou blocos de 
cimento e que, travados em sobreposição por meio de argamassas, servem para a 
execução de edifícios. 
 
 
 Alvenaria é o sistema construtivo de paredes e muros, ou obras semelhantes, 
executadas com pedras naturais, tijolos ou blocos unidos entre si com ou sem 
argamassa de ligação, em fiadas horizontais ou em camadas parecidas, que se 
repetem sobrepondo-se umas sobre as outras, formando um conjunto rígido e coeso. 
 
 
 Alvenaria é o conjunto de materiais pétreos, naturais ou artificiais, unidos entre si por 
meio de uma argamassa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 3 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
 
Nos últimos anos os traçados das redes internas das instalações técnicas aumentaram 
significativamente, bem como a quantidade dos aparelhos de comando ou de utilização no 
interior das habitações. 
 
 
Das soluções tradicionais passámos à necessidade de prever instalações telefónicas em 
todos os compartimentos, várias tomadas por compartimento, redes de aquecimentos, de 
música ambiente, iluminação decorativa e aumento do número de instalações sanitárias. 
 
 
Estas redes implicam espaços mais amplos nas paredes interiores, sem que o sistema 
tradicional de construção tenha sido adoptado para o efeito. 
 
 
Após a execução das alvenarias interiores, habitualmente em tijolo, assiste-se à sua 
demolição para a abertura de roços que posteriormente, serão refechados com argamassas 
sujeitas a processos de fissuração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 4 
 
 
 
 
1. Finalidade das alvenarias e principais exigências 
 
 
Divisão, vedações e protecção; 
 
 
Estrutural: paredes que recebem esforços verticais (lajes e coberturas em 
construções não estruturadas) e horizontais (empuxo de terra); 
 
 
Resistência mecânica; 
 
 
Isolamento térmico; 
 
 
Isolamento acústico; 
 
 
Proteger contra acções do meio externo; 
 
 
Segurança ao fogo; 
 
 
Segurança ao contacto; 
 
 
Economia de facilidade construção; 
 
 
Estética; 
 
 
Estanquidade à água e ao ar; 
 
 
Estabilidade; 
 
 
Durabilidade e facilidade de manutenção. 
 
 
 
Alvenarias 5
 
 
 
2 – Tipos de alvenarias 
 
 
 
 
2.1 - ALVENARIAS EXTERIORES 
 
 
A espessura das paredes exteriores deve ser definida com muito rigor tendo em conta 
diversos condicionantes, nomeadamente no que diz respeito, à estrutura, isolamento 
térmico e ás caixas de estore, cujas dimensões variam de caso para caso (figura 1 ). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 1 - Caixa de estore 
 
 
Apesar da definição da espessura das paredes depender das condições particulares do 
projecto, no geral, as paredes exteriores são constituídas pelos seguintes elementos: 
 
 
Parede dupla, com tijolo 30x20x15cm ou 30x20x11cm a aplicar pelo exterior e 
30x20x11cm no interior, deixando-se uma caixa-de-ar de 5cm, a qual deverá ser preenchida 
com um isolamento térmico – normalmente de 3 cm (figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 2 - Parede dupla 
 
 
Nas condições referidas a parede terá a espessura final de 35cm no limpo. 
 
 
Nas paredes expostas a Norte e decorrente do estudo do comportamento térmico, poderá ser 
utilizada uma solução do tipo indicado na (figura 3). 
 
 
Na parte inferior da caixa-de-ar deverá ser executado uma caleira para recolha de eventuais 
águas provenientes de infiltrações ou de condensações, sendo desejável a drenagem das 
caleiras para o exterior através de furos e tubos colocados na alvenaria exterior. 
 
 
Recentemente foram introduzidas no mercado soluções de isolamento da caixa-de-ar 
através da projecção de poliestireno sobre a face interior da alvenaria exterior. 
 
 
Alvenarias 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 3 - Parede dupla exposta a Norte 
 
 
 
2.2 - ALVENARIAS INTERIORES 
 
 
 
 
 
Devido á necessidade de embeber as redes nas paredes interiores, a espessura das paredes 
separadoras e confinantes dos compartimentos que possuam tubagens de instalações 
especiais, tais como as cozinhas e as instalações sanitárias, deverão ser estudadas com 
muito rigor, uma vez que as espessuras habitualmente apresentadas são insuficientes. A 
quantidade de roços é em número tão elevado que obriga à quase total reconstrução das 
paredes já executadas (figuras 4 e 5). 
 
 
 
 
 
Alvenarias 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 4 e 5 – Parede com roços 
 
 
Deverá ser estudada a compatibilização sistemática entre os projectos de arquitectura e das 
redes de esgotos, de águas e eléctricas, tendo como objectivo garantir uma adequada 
espessura das paredes para comportarem as diferentes tubagens. 
 
 
Um dos aspectos relevantes a ter em conta, e que foi agravado pelo acréscimo das redesinternas, é a possibilidade das mesmas serem perfuradas pelos futuros utilizadores das 
habitações, decorrentes da sua adequação funcional. 
 
 
Neste contexto destacam-se como frequentes as perfurações de tubagens nas situações 
seguintes: 
 
 
Instalações de esquentadores e de caldeiras mural; 
 
 
Fixação de móveis de cozinha; 
 
 
Colocação de toalheiros; 
 
 
Fixação dos batentes das portas, para evitar o seu encosto nas paredes; 
 
 
Alvenarias 9 
 
 
 
Fixação de candeeiros. 
 
 
Devido ao elevado número de redes e ao reduzido espaço para a sua passagem é 
recomendável a definição de critérios na instalação, tendo em conta o exposto e, a posterior 
comunicação aos utilizadores das fracções. 
 
 
À semelhança do que se verifica noutros países da Europa desde há muitos anos, em 
Portugal, tem vindo a ser introduzidos sistemas de divisórias interiores com revestimento a 
placas de gesso, permitindo um compromisso entre as novas exigências e soluções mais 
adequadas. 
 
 
A questão que se coloca é ainda de custo, quando se compara com sistemas com 
características acústicas equivalentes ao tijolo, mas, inevitavelmente, tal como já sucede 
com os tectos falsos, também as divisórias leves irão ocupar o seu espaço, com destaque 
para as obras de reabilitação urbana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 10 
 
 
 
 
3 - Organização dos trabalhos 
 
 
 
3.1 - ANÁLISE DO PROJECTO E PREPARAÇÃO PARA OBRA 
 
 
 
 
O planeamento e a programação da execução de alvenarias devem obedecer aos mesmos 
princípios aplicados a outras actividades, nomeadamente, (execução da estrutura, 
acabamentos, instalações técnicas, etc.), adaptados, em cada caso, ao volume e 
complexidade da obra. 
 
 
Os principais aspectos a considerar no planeamento da execução das alvenarias são os 
seguintes: 
 
 
Quantificação global dos trabalhos; 
 
 
 
Programação da sequência e duração das diversas tarefas (cronograma); 
 
 
 
Avaliação dos meios necessários (mão-de-obra, materiais, acessórios especiais e 
equipamentos); 
 
 
Avaliação das exigências logísticas (aquisição de materiais, armazenamento, transporte 
e elevação, manutenção de equipamentos, etc.); 
 
 
Definição de equipas de trabalho e sua qualificação; 
 
 
Definição dos instrumentos de previsão e controlo da produtividade e custos; 
 
 
Definição de procedimentos de controlo de qualidade. 
 
Alvenarias 11
 
 
 
3.2 - INFLUÊNCIA DA PROGRAMAÇÃO DA EXECUÇÃO DAS ALVENARIAS NO PLANO DA 
OBRA 
 
 
Recomenda-se que se retarde o início das alvenarias e que se aguarde algum tempo ate à 
execução dos revestimentos, devido: 
 
 
À deformabilidade das estruturas sob acção das cargas; 
 
 
À retracção das estruturas e das paredes. 
 
 
As estruturas em geral e em particular as de betão armado, têm deformações imediatas sob 
a acção do seu próprio peso e dos elementos construtivos que suportam, além destas 
deformações têm também, deformações posteriores a médio e longo prazo. 
 
 
As alvenarias só deverão ser executadas depois de terminada a estrutura e por ordem 
inversa, isto é, de cima para baixo. Esta prática é em geral, impossível, recomendando-se 
em alternativa a construção de piso sim, piso não, ou ainda, começando do 3º para o 1º, 
depois do 6º para o 4º e assim sucessivamente. 
 
 
O revestimento só deverá ser efectuado no fim da construção integral das alvenarias, 
porque o fecho superior destas – no remate à viga ou piso superior, por exemplo – só deve 
ser feito quando todas as alvenarias estiverem executadas ou pelo menos 50% destas, e de 
preferência de cima para baixo. 
 
 
Recomenda-se ainda que nenhuma alvenaria seja fechada antes de decorridos 14 dias após 
a execução da última fiada. 
 
 
Uma alternativa é elevar as alvenarias conforme os pisos são concluídos, mas deixando um 
espaço entre última fiada e o tecto (ou viga), que virá a ser preenchida, quando todos os 
 
 
 
 
Alvenarias 12
 
 
 
pisos estiverem concluídos, por uma argamassa deformável (à base de gesso, por exemplo), 
de modo que a carga estrutural nunca assente nas paredes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig./s. 6 e 7 – Exemplos de alternativas à execução das alvenarias a partir do último para o 
1º Piso (X – alvenarias a executar depois da estrutura concluída). 
 
 
 
 
 
3.3 – Materiais utilizados para execução de alvenarias 
 
 
 
3.3.1 – TIJOLOS CERÂMICOS 
 
 
 
3.3.1.1 – CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DOS TIJOLOS CERÂMICOS: 
 
 
Regularidade na forma e dimensões; 
Arestas vivas e cantos resistentes; 
Som "claro" quando percutido; 
 
 
Alvenarias 13 
 
 
 
Resistência suficiente para resistir esforços de compressão 
Ausência de fendas e cavidades; 
Facilidade no corte; 
Homogeneidade da massa e cor uniforme; 
Pouca porosidade (baixa absorção). 
 
 
 
3.3.1.2 – VANTAGENS 
 
 
Menor peso por unidade de volume; 
Aspectos mais uniformes, arestas e cantos mais fortes; 
Diminuem a propagação da humidade; 
Economia de mão-de-obra; 
Economia de argamassa; 
Melhores isolantes térmicos e acústicos. 
 
 
 
3.3.2 – CORRECTA EXECUÇÃO DE ALVENARIA DE TIJOLOS CERÂMICOS 
 
 
Efectuar a "marcação" das paredes com base na planta baixa (arquitectónica) da 
edificação, executando os cantos e, logo após, a primeira fiada com argamassa e 
com o auxílio de linha, esquadro, prumo e nível; 
Nas extremidades da parede suspendem-se prumadas de guia, controlando com o 
prumo e assentando os tijolos alternados. 
Executar todas as fiadas, seguindo um fio de nylon nivelado de acordo com as 
prumadas-guia das extremidades. Uma parede bem executada é plana, vertical, sem 
ondulações e necessita de pouca espessura de argamassa de revestimento 
 
 
 
3.4 – ARGAMASSAS 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 14 
 
 
 
3.4.1 – TIPOS DE ARGAMASSAS 
 
 
O projectista deverá seleccionar o tipo de argamassa em função dos requisitos mecânicos 
da alvenaria, do tipo de material que a constitui, da exposição da fachada, da possibilidade 
da exposição ao gelo e das propriedades inerentes à sua composição. 
 
 
As argamassas podem ser de duas origens. Argamassas pré-doseadas em fábrica e 
argamassas executadas em obra. Segundo o “Eurocódigo 6”, as argamassas pré-doseadas 
devem respeitar as condições constantes da norma “EN998-2”. Segundo este documento as 
argamassas são de 3 tipos: de uso geral; de reduzida espessura e leves. 
 
 
De modo a que as argamassas possuam uma razoável trabalhabilidade torna-se necessária 
uma proporção de ligante e areia de, pelo menos, 1:3. Uma vez que estas argamassas são 
em geral demasiado ricas para o assentamento de alvenarias, torna-se necessário reduzir a 
quantidade de ligante. Para que se mantenha a trabalhabilidade deve-se acrescentar cal 
apagada ou plastificante. Debate-se agora as características mais relevantes das diferentes 
argamassas: 
 
 
Argamassas de cimento – as argamassas de cimento Portland permitem resistências 
mecânicas elevadas, assim como um rápido desenvolvimento das suas características. 
Contudo, o ajuste da resistência pretendida não é fácil, uma vez que para dosagens 
fracas de cimento, as argamassas tornam-se “ásperas” e pouco trabalháveis; 
 
 
Argamassas de cimento e cal – o emprego da cal apagada, em substituição de parte do 
cimento Portland, conferem às argamassas maior trabalhabilidade, maior retenção de 
água e adesão (aumentando a resistência à penetração da água); 
 
 
Argamassas de cimento com aditivos plastificantes – os plastificantes, introdutores 
de ar nas misturas decimento e areia, são alternativas à adição da cal em argamassas 
fracas, uma vez que asseguram a sua trabalhabilidade. 
 
 
 
 
Alvenarias 15
 
 
 
3.4.2 - ESPECIFICAÇÕES QUE AS ARGAMASSAS DEVEM VERIFICAR 
 
 
Sinteticamente, são: 
 
 
As argamassas hidráulicas correntes são constituídas por uma mistura de 
ligantes, inerte e água, podendo ainda conter aditivos ou adjuvantes que lhes 
conferem propriedades hidrófugas, de endurecimento e de aceleramento ou 
retardamento da presa. 
 
 
O seu fabrico pode ser por processos mecânicos ou manuais, sendo contudo 
preferível a utilização de meios mecânicos. 
 
 
Depois de fabricadas as argamassas deverão ser levadas para os locais de 
aplicação com o auxílio de meios de transporte limpos, não absorventes e que 
não provoquem a segregação dos materiais. 
 
 
As argamassas não devem ser utilizadas, após se ter iniciado a presa. Em geral 
não devem ser empregadas depois de uma hora de fabrico, salvo nos casos de 
utilização de retardadores de presa. 
 
 
 
3.5 – TIPOS DE BLOCOS E TIJOLOS MAIS UTILIZADOS 
 
 
 
3.5.1 - BLOCO DE BETÃO ESTRUTURAL 
 
 
Aplicação em alvenaria estrutural armada e parcialmente armada. Permite que as 
instalações eléctricas e hidráulicas fiquem embutidas já na fase de levantamento da 
alvenaria. 
 
 
 
3.5.2 - BLOCO DE BETÃO DE VEDAÇÃO 
 
 
 
Alvenarias 16
 
 
 
Para fechamento de vãos em prédios estruturados. Devem ser observados os vãos entre 
vigas e pilares, de modo a propor vãos modulados em função das dimensões dos blocos. 
 
3.5.3 - BLOCO CERÂMICO DE VEDAÇÃO 
 
 
Deve-se procurar a modulação dos vãos, apesar de ser mais fácil o corte neste tipo de bloco. 
Dimensões mais encontradas (cm): 9x19x19 e 9x19x29. 
 
 
 
3.5.4 - TIJOLO CERÂMICO MACIÇO 
 
 
Empregado geralmente para alvenaria de vedação ou como estrutural para casas térreas. 
Devido às suas dimensões, a produtividade da mão-de-obra na execução dos serviços é 
mais baixa. Os tijolos maciços também são usados em alvenaria aparente. Dimensões (cm): 
5x10x20 aproximadamente. 
 
 
 
3.5.5 - BLOCO SILICO-CALCÁREO 
 
 
Empregado como bloco estrutural ou de vedação. Mistura de cal e areia silicosa, curadas 
em autoclaves, com vapor e alta pressão e temperatura. Também conhecidos como blocos 
de betão celular autoclavados. 
 
 
 
 
3.5.6 – PERPIANHO 
 
 
Bloco paralelepipédico que é, hoje em dia, apenas utilizado por razões económicas em 
construção de casas individuais. Este é feito de cimento endurecido ao ar sem qualquer 
cozedura em forno, e é usado para construção de paredes de fundações, paredes de suporte, 
interiores e exteriores, muros não de suporte e divisórias de distribuição 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 17 
 
 
 
3.5.7 – ACESSÓRIOS E ARMADURAS PARA ALVENARIAS 
 
 
As armaduras para alvenarias e os acessórios usados para a execução de ancoragens de 
paredes, de fixação aos pilares, etc., são em geral, metálicos e, para além da resistência 
mecânica necessária, devem ter uma protecção que assegure durabilidade contra corrosão. 
 
 
Para essa protecção, recorre-se em geral à galvanização quando os materiais são ferrosos, 
com uma micragem suficiente para os defender, não só da acção da humidade e das 
argamassas, mas também da eventual dobragem quando manuseados em obra. Em 
situações de maior agressividade do meio ambiente, é usual o emprego de armaduras e 
acessórios em aço inoxidável (AISI 314 ou AISI 316). 
 
 
Podem ser empregues no fabrico dos acessórios outros metais não ferrosos, tais como o 
cobre ou o alumínio. Contudo, enquanto o cobre não é corroído pelo betão ou pelas 
argamassas ainda frescas, o mesmo já não se passa com o alumínio. Este deverá ser 
protegido por pintura betuminosa ou por pintura de cromato de zinco (que deverá 
permanecer intacta durante o assentamento do acessório). O emprego do cobre ou do 
alumínio, obriga a que não exista contacto directo entre estes materiais e outros elementos 
em aço. Se tal acontecer, ocorrerá corrosão de origem galvânica. 
 
 
As “BS5628”, em função do tipo de materiais que constituem os acessórios de fixação, 
definem as características de protecção mínimas a que os mesmos deverão obedecer. 
 
 
A introdução de armaduras nas juntas horizontais das alvenarias possibilitam o aumento da 
ductilidade e as capacidades resistentes à tracção, à flexão, e ao corte dessas alvenarias. As 
armaduras são normalmente comercializadas em forma de varões isolados ou em forma de 
treliça, variando o diâmetro dos varões principais entre 4mm e 5mm. 
 
 
 
3.5.8 - VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO BETÃO ARMADO EM ALVENARIAS 
 
 
O betão armado é um material: 
 
 
Alvenarias 18
 
 
 
 
Económico – A associação do aço e do betão permite resistir aos esforços de tracção 
e compressão. 
 
 
Utilização maleável – O betão armado presta-se a todas as formas possíveis de acordo 
com a confecção das cofragens. 
 
 
Resistente às intempéries – Desde que o betão tenha sido bem executado 
(compacidade) e que as armaduras tenham sido dispostas a uma distância suficiente, o 
betão armado resiste às intempéries sem a necessidade de manutenção, o que consiste 
em ser uma vantagem em relação aos outros materiais. 
 
 
Resistente ao fogo – O betão armado resiste relativamente bem aos incêndios da 
violência média, mas pelo contrário, é dependente do tempo pois se o incêndio durar 
muito tempo, este corre o risco de se desmoronar. 
 
 
 
3.5.9 – MÃO-DE-OBRA 
 
 
Todos os trabalhos devem ser executados por pessoal devidamente qualificado e experiente. 
O empreiteiro deverá empregar pessoal devidamente qualificado e experiente para a 
direcção da obra. Devem ser especificados requisitos para a mão-de-obra que não sejam 
menos exigentes que as recomendações da ENV 1996-1-1. O nível de execução deve ser 
especificado como sendo, em ordem decrescente, de Categoria A, Categoria B ou Categoria 
C. 
 
 
 
3.6 – EQUIPAMENTOS PARA EXECUÇÃO DE ALVENARIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.8.7 – RECEPÇÃO E ARMAZENAMENTO DOS MATERIAIS EM OBRA 
 
 
A recepção dos materiais em obra destina-se a garantir e verificar se estes corresponde às 
exigências de projecto, se apresentam a uniformidade desejada e se não sofreram qualquer 
deterioração durante o transporte. 
 
 
 
Alvenarias 20 
 
 
 
O controlo em obra é sobretudo visual e diz respeito às principais características dos 
materiais. Em obras especiais ou de maior envergadura podem estabelecer-se 
procedimentos laborais. 
 
 
Os limites de aceitação devem corresponder aos que estiverem definidos na normalização 
aplicável e ás exigências estabelecidas no caderno de encargos do projecto. 
 
 
3.8.1 - PROCEDIMENTOS DA RECEPÇÃO DOS MATERIAIS EM OBRA POR PARTE DA 
FISCALIZAÇÃO 
 
 
Os procedimentos normais por parte da fiscalização, no que diz respeito á qualidade e 
condições em que se encontra os materiais, necessários á execução de determinada obra, 
são os seguintes: 
 
 
Verificação da integridade dos sacos de cimento (e outros ligantes) e de eventuais sinais 
de humidade que possam constituir indícios de que se deu o início da hidratação; 
 
 
Verificação da presença de ramos, folhas ou outros materiais indesejáveis (como por 
exemplo, argilas) nas areias, procedendo sempre que possível a uma análise 
granulométrica das mesmas (como se refere no parágrafo referente ao fabrico das 
argamassas); 
 
 
Verificação do aspecto do tijolo e de eventuais defeitos aparentes, confirmando ainda 
que a produçãodispõe da necessária certificação; 
 
 
Verificação do prazo de validade e da documentação técnica de produtos deterioráveis 
(adjuvantes, etc.) bem como a integridade das suas embalagens. 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 8 - Embalagem de tijolo em obra, protegido com filme plástico, apenas nas faces 
laterais 
 
 
 
No caso dos tijolos furados, ao serem armazenados no estaleiro, os tijolos deverão ser 
protegidos da sujidade e não ficarem em contacto com solos húmidos e poluentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 22 
 
 
 
 
4 - Fabrico das argamassas de assentamento 
 
 
As argamassas de assentamento têm como principais funções, a capacidade de unir os 
vários blocos ou tijolos, a distribuição uniforme das cargas verticais, a absorção de 
deformações, a resistência a esforços laterais e a selagem das juntas contra a entrada de 
águas. 
 
 
Para garantir estes desempenhos, temos que efectuar um estudo ás argamassas quanto: 
 
 
À sua capacidade de resistência à flexão e à compressão; 
 
 
Ao seu módulo de elasticidade; 
 
 
As possíveis retracções; 
 
 
À sua aderência; 
 
 
À sua capacidade de retenção de água; 
 
 
Á trabalhabilidade; 
 
 
Depois de efectuados os testes, aos desempenhos das argamassas nos critérios acima 
referidos, estas devem cumprir também as seguintes condições: 
 
 
As argamassas de assentamento das alvenarias serão realizadas com Cimento Portland 
Normal (CPN) e areia, ao traço 1:5, ou ao traço 1:5:5 de CPN, cal e areia. 
 
 
A sua aplicação deve respeitar sempre as indicações do fabricante e deverão estar 
adequadas aos diferentes tipos de trabalho. 
 
 
Alvenarias 23
 
 
 
A espessura dos leitos e juntas não deverá ser superior a 0.01 m. 
 
 
A espessura das massas de assentamento, de alvenarias de pedra, tijolo ou betão 
estrutural, são variáveis de acordo com as peças mas nunca inferiores a 0.02m e 
superiores a 0.04m. 
 
 
Deverá existir um especial cuidado no aprovisionamento das matérias-primas. No caso de 
duas areias diferentes, estas deverão estar convenientemente separadas e deve evitar-se 
qualquer tipo de contaminação. 
 
 
Deverá, também, existir um cuidado especial no aprovisionamento dos ligantes hidráulicos. 
Se o fornecimento destes for em sacos, estes deverão ser armazenados num espaço fechado, 
assentes sobre um estrado com boa ventilação. Deve garantir-se que a pressão exercida 
sobre os sacos que ficarem debaixo não seja excessiva. 
 
 
Igualmente deve garantir-se que os adjuvantes se mantenham nos recipientes vindos de 
fábrica, para que não haja qualquer contaminação destes produtos. 
 
 
Os trabalhos de assentamento têm baixos consumos de argamassa (cerca de 10 a 15 litros 
de argamassa por m
2
 de alvenaria), pelo que se deve considerar pequenos volumes. É de ter 
em atenção que na evolução de uma argamassa, após o seu fabrico, temos um período 
dormente, um período de presa, com o respectivo início e fim, e um posterior período de 
endurecimento. 
 
 
As argamassas devem ser utilizadas antes do início de presa. 
 
 
 
4.1 - VERIFICAÇÃO E CONTROLO DAS ARGAMASSAS 
 
 
4.1.1 - ESTADO FRESCO 
 
 
 
Alvenarias 24
 
 
 
O estado fresco de uma argamassa define-se pela sua trabalhabilidade, sendo esta a 
primeira característica e a introdutora de todas as outras. Uma argamassa que não possua 
boa trabalhabilidade, será difícil de aplicar e tornar-se mais porosa do que o desejável. 
 
 
Existe um aparelho de laboratório, a chamada mesa de espalhamento, que nos permite uma 
boa avaliação da trabalhabilidade de uma determinada argamassa, (flow-test). 
 
 
4.1.2 - ESTADO ENDURECIDO 
 
 
Deverá proceder-se a uma recolha, para fazer uma escolha racional dos produtos mais 
adequados, nomeadamente no que diz respeito á: 
 
 
Resistência à flexão; 
 
 
Resistência à compressão; 
 
 
Retracção; 
 
 
Arranque (pull-off); 
 
 
Determinação do módulo de elasticidade (dinâmico). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 25 
 
 
 
 
5 - Assentamento de tijolos 
 
 
5.1 - TAREFAS PRELIMINARES 
 
 
Antes de se iniciar a execução das paredes de alvenaria, cujas tarefas e etapas são descritas 
nas alíneas seguinte, é necessário realizar diversas verificações preliminares: 
 
 
Verificar o estado da estrutura (geometria, desempeno e alinhamentos); 
 
 
Verificar a necessidade de uma reparação pontual da estrutura, e se decorreram 3 dias 
após a eventual reparação; 
 
 
Verificar a limpeza e nivelamento dos pavimentos; 
 
 
Verificar se as peças de betão armado foram chapiscadas e se decorreram pelo menos 3 
dias após essa operação; 
 
 
Verificar se existem ferros de espera na estrutura para ligação das alvenarias (se 
estiverem previstos em projecto); 
 
 
Verificar se estão implementadas as medidas de segurança colectivas necessárias à 
execução das alvenarias; 
 
 
Verificar se foram executadas todas as tarefas antecedentes previstas no plano de obra. 
 
 
Depois de se ter efectuado todas as verificações descritas anteriormente, entramos na fase 
de execução da alvenaria, propriamente dita, sendo a execução de alvenarias tem três etapas 
principais: 
 
 
 
 
Alvenarias 26
 
 
 
A marcação da primeira fiada; 
 
 
A elevação da parede; 
 
 
Fecho (ou fixação). 
 
 
Estas tarefas devem ser intercaladas com diversos procedimentos de verificação e controlo. 
 
 
5.2 - TIPOS DE TIJOLOS MAIS USADOS NAS CONSTRUÇÕES EM PORTUGAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 27 
 
 
 
Fig. 9 – Formas e medidas dos tijolos mais usados em alvenarias 
 
 
5.3 – PAREDES DE ALVENARIA 
 
 
5.3.1 - CLASSIFICAÇÃO DO TIPO DE PAREDES (QUANTO À SUA FORMA DE 
CONSTITUIÇÃO) 
 
 
As paredes podem ser classificadas pela sua forma de constituição de acordo com o EC6, e 
são classificadas como podendo ser: 
 
 
Paredes simples: 
 
 
São constituídas por um único pano de alvenaria, podendo ser com junta horizontal 
continua ou descontinua na espessura da parede, e com ou sem junta longitudinal 
(existência de junta vertical preenchida no comprimento do bloco e localizada a meia 
espessura. 
 
 
Paredes duplas: 
 
 
Actualmente muito utilizadas na construção, são constituídas por dois panos de 
alvenaria separados por caixa-de-ar e podendo ter ligadores metálicos de fixação de 
distância entre panos. 
 
 
Paredes de face à vista: 
 
 
São constituídas por um ou dois tipos de unidades de alvenaria, em que o 
acabamento final de uma ou de ambas as faces é assegurado pelo próprio bloco. 
 
 
Paredes compostas ou dois panos: 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 28 
 
 
 
São constituídas, no sentido da sua espessura, por mais do que um material unidos 
entre si por argamassa podendo essa ligação ser reforçada por meio de ligador metálico. 
 
 
Parede-cortina: 
 
 
É um tipo de parede constituído por dois panos, sendo um em alvenaria e outro em 
betão armado ou similar. Neste tipo de parede, é usual a fixação do pano de alvenaria ao 
pano de betão através de fixadores adequados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 10 - Ilustração dos tipos de paredes atrás referidos 
 
 
5.3.2 - CLASSIFICAÇÃO DO TIPO DE PAREDES (QUANTO AOS MATERIAIS QUE AS 
CONSTITUEM) 
 
 
5.3.2.1. ALVENARIA DE PEDRA 
 
 
 
Alvenarias 29 
 
 
 
A alvenaria de pedras pode ser de pedra bruta comou sem argamassa. É muito usada em 
muros de contenção de terra (muros de arrimo), que no caso de não levarem argamassas, 
permitem a saída de água pelos intervalos entre as pedras. 
 
 
A alvenaria de pedra pode também ser de pedra aparelhada, nesse caso sempre 
argamassada, possuindo geralmente a forma de paralelepípedo e chamadas de alvenaria de 
cantaria, sendo menos usada, devido exigir mão-de-obra especializada e cara. 
 
 
A argamassa destinada à alvenaria de pedra deve garantir a união das pedras, mantendo a 
mesma resistência das aglomeradas. O traço indicado como normal para alvenaria de pedra 
é 1:4 de cimento e areia grossa ou 1:2:2 de cimento, areia e saibro. 
 
 
5.3.2.2 – ALVENARIA DE TIJOLO CERÂMICO 
 
 
Confeccionadas com blocos cerâmicos maciços ou furados, são as mais utilizadas nas 
construções de um modo geral. O consumo de tijolo por m² de alvenaria, bem como, o 
consumo de argamassa para assentamento, depende do tipo de tijolo, das suas dimensões e 
da forma de assentamento. 
 
 
5.3.2.3 – ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO MACIÇO 
 
 
São indicados para fundações em baldrames, revestimento de poços, silos enterrados, 
cisternas para armazenamento d’ água, fossas sépticas, muros de arrimo e paredes, externas 
ou internas, em que se haja necessidade de melhores características de resistência. Em 
edificações residências, a alvenaria de blocos maciços aparentes, permite a obtenção de 
composições arquitectónicas de ambientes rústicos, de agradável visual. 
 
 
5.3.2.4 – ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO FURADOS 
 
 
São constituídas por paredes executadas com blocos cerâmicos furados que proporcionam 
paredes mais económicas, por apresentarem custo inferior ao do maciço, bem como, sendo 
 
Alvenarias 30
 
 
 
maiores e mais leves, propiciam maior rapidez de execução. Os blocos furados têm também 
um bom comportamento quanto ao isolamento térmico e acústico, devido ao ar que 
permanece aprisionado no interior dos seus furos. 
 
 
5.3.2.5 - ALVENARIA DE BLOCOS AGLOMERADOS COM CIMENTO 
 
 
A alvenaria de blocos de concreto quando ao aspecto económico, dependendo da região, 
pode-se comparar aos tijolos cerâmicos furados. Estes blocos são mais resistentes e maiores 
que os cerâmicos, possibilitando com isso rapidez na execução, dispensando até, se 
desejarmos, o emboço como revestimento. 
 
 
5.3.3 - CLASSIFICAÇÃO DA FUNÇÃO ESTRUTURAL DE PAREDES 
 
 
5.3.3.1 - PAREDE RESISTENTE DE ALVENARIA 
 
 
Define-se como sendo uma componente estrutural contínua vertical, rectilínea ou 
curvilínea, constituída pela solidarização, por meio de um ligante (argamassa), de um 
conjunto de elementos resistentes (unidades de alvenaria) e que podem integrar elementos 
de reforço de outra natureza (varões metálicos, ligadores ou outros). De acordo com a 
função estrutural que desempenham, as paredes podem ser classificadas como paredes 
armadas, não armadas, confinadas, ou de contenção. 
 
 
Paredes armadas: 
 
 
São normalmente definidas como paredes principais (ou parede mestra) destinadas 
a resistir a esforços verticais e horizontais. Na sua constituição, podem dispor-se de 
armaduras verticais (através de furação vertical nos blocos preenchidos posteriormente 
com argamassa ou em alinhamentos verticais de células para colocação de armaduras 
especificas envolvidas em argamassa) e/ou de armaduras horizontais (embutidas na 
argamassa de assentamento de fiadas de blocos e destinadas para o efeito), ou soluções 
mistas. 
 
 
Alvenarias 31
 
 
 
Neste tipo de paredes a colocação de armaduras é feita através de uma distribuição 
uniforme. 
 
 
Paredes não armadas: 
 
 
Têm normalmente uma definição de contraventamento das paredes principais, 
podendo ser dimensionadas para resistir a acções horizontais no seu próprio plano. É 
frequente a execução de cintas armadas no topo de cada painel de parede com o objectivo 
de garantir a ligação entre as paredes e as lajes que nelas se apoiam. 
 
 
Paredes confinadas: 
 
 
São normalmente concebidas com funções de resistência conjunta do pano de 
alvenaria e de elementos armados de confinamento, horizontais e verticais. Estes elementos 
de confinamento são executados em simultâneo com a alvenaria podendo ser embutidos no 
interior da alvenaria ou executados com recurso a cofragem ficando com faces de 
acabamento à vista. 
 
 
Nestas paredes a colocação de armaduras de confinamento é feita através de 
alinhamentos espaçados, não tendo por isso uma distribuição homogénea conforme se 
verifica nas paredes armadas. É viável a solução mista de paredes confinadas reforçadas 
com armaduras especificas colocadas nas juntas horizontais e/ou nas juntas verticais de 
assentamento. 
 
 
 
Paredes de contenção 
 
 
Devem garantir a resistência à flexão bem como suportar acções verticais provenientes 
do peso de paredes ou de lajes superiores. 
 
 
 
 
5.3.3.2 - PAREDE NÃO RESISTENTE DE ALVENARIA 
 
 
Alvenarias 32
 
 
 
 
Até hoje, têm sido vulgarmente utilizadas paredes simples como elemento de definição de 
divisórias interiores e de enchimento de estruturas reticuladas de betão armado ou mesmo 
de estruturas metálicas. Para estruturas de alvenaria, estas paredes devem desempenhar uma 
função similar devendo no entanto assegurar-se limites geométricos para caracterização da 
sua esbelteza e garantia de suporte do seu próprio peso. 
 
 
 
 
5.3.4 - LEVANTAMENTO DE PAREDES EM ZONA CORRENTE 
 
 
A espessura da alvenaria é definida pela dimensão do tijolo, medida perpendicularmente ao 
paramento vertical da parede. Assim, em função deste posicionamento, as paredes podem 
designar-se, no que se refere á espessura em, paredes a um quarto de vez, a meia vez e a 
uma vez, no caso de o tijolo ser assente com a sua menor dimensão, (largura ou 
comprimento), perpendicularmente à face da parede. 
 
 
A combinação do posicionamento de dois tijolos, na mesma fiada, conduz a paredes de uma 
vez e meia, duas vezes, etc. 
 
 
5.3.4.1 - MARCAÇÃO E 1ª FIADA 
 
 
Depois de se ter verificado (ou corrigido) o nivelamento do pavimento (térreo ou elevado), 
com uma régua de 2 metros, marca-se as paredes de acordo com o projecto de execução 
(plantas, alçados e cortes). 
 
 
Na realização desta marcação (em planta), aplica-se uma fina camada de argamassa de 
cimento e areia (com largura compatível com a espessura da parede a marcar), na qual é 
implantada em primeiro lugar os ângulos (geralmente esquadrias), e de seguida os 
alinhamentos rectos (ou curvos) e a localização das aberturas (estas têm uma tolerância de 
+ 5 mm). 
 
 
Alvenarias 33
 
 
 
Os ângulos são geralmente marcados com o assentamento de 2 tijolos, a partir dos quais são 
traçados os restantes alinhamentos no pavimento, quer este seja efectuado por "batimento" 
de um fio pigmentado bem esticado, quer por utilização de uma régua ou por um riscador 
de aço. 
 
 
A ortogonalidade das paredes pode ser verificada com um esquadro rígido, e não deve 
apresentar desvios superiores a 2 mm/m. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.11 - Marcação e 1ª fiada de paredes simples no interior 
 
 
 
 
5.3.4.2 - MARCAÇÃO EM ALTURA E NIVELAMENTO 
 
 
Realizada a 1ª fiada, torna-se necessária a marcação em altura da parede de modo a garantir 
a horizontalidade das fiadas e a verticalidade do paramento. Para tal, recorre-se ao uso das 
“fasquias” nas quais são marcadas as fiadas de tijolo a realizar. Esta divisão em altura, que 
também visa minimizar o número de fiadas a realizar com tijolos cortados, é realizada por 
tentativas sucessivas com a fita ou com o compasso, sendo esta condicionada pela altura 
dos peitorisdas janelas, padieira dos vãos e pelo pé-direito da parede. 
 
 
O “cordel” esticado entre fasquias permite uma constante verificação do nivelamento 
pretendido das juntas horizontais, e com o auxílio do fio-de-prumo, a sistemática 
 
Alvenarias 34 
 
 
 
verificação da verticalidade do pano da parede. Este procedimento facilita e melhora os 
tempos de execução, (não dispensa o uso do nível e do fio de prumo) e garante ainda a 
correcta interligação das fiadas na junção de duas paredes. 
 
 
Face ao peso próprio da alvenaria e ao ritmo de presa da argamassa, num dia de trabalho 
não deve ser executada uma altura superior a 1,60 m de parede, o que corresponde a cerca 
de 4 fiadas por período de trabalho (meio dia). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.12. Verificação de aprumo a alinhamento de uma parede. 
 
 
 
 
5.3.4.3 - ELEVAÇÃO DA PAREDE 
 
 
5.3.4.3.1 - MOLHAGEM PRÉVIA 
 
 
Os tijolos, antes de serem assentes, devem ser molhados. Quando não é efectuada uma 
molhagem previa aos tijolos, estes absorvem parte da água da amassadura da argamassa. 
Esta por sua vez, sem a água necessária, em vez de adquirir a dureza necessária, torna-se 
desagregável. 
 
 
 
Alvenarias 35 
 
 
 
A melhor aderência entre os tijolos e a argamassa obtêm-se com teores médios, sendo 
recomendado o uso de retentores de água nas argamassas de assentamento. 
 
 
A porosidade excessiva, como se referiu, também é prejudicial, porque pode retirar água 
em excesso da argamassa, que seria necessária para as reacções de hidratação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.13 - Aspecto da capacidade de absorção do tijolo que, em geral, obriga à molhagem 
prévia (de reparar o excesso de argamassa na base dos tijolos). 
 
 
5.3.4.3.2 - JUNTAS E APARELHO 
 
 
As juntas devem ser executadas tal como especificado no projecto. As juntas devem ter 
espessura e aparência uniformes, excepto se especificado de outro modo. Quando for 
especificado que as juntas transversais não são preenchidas, as faces contíguas das unidades 
de alvenaria devem ser firmemente encostadas. Quando especificado, as juntas podem 
permanecer abertas, por exemplo, para ventilação, drenagem ou assentamento por faixas 
(juntas descontínuas). 
 
 
O assentamento de tijolos, para qualquer espessura de parede, deve ser realizado de modo 
que as juntas verticais e horizontais (no caso de paredes com espessura superior a uma vez) 
fiquem desencontradas a pelo menos 1/3 do comprimento do tijolo (“matar a junta”). 
 
 
 
 
Alvenarias 36 
 
 
 
As juntas, com espessura final de cerca de 10 mm, devem ser realizadas com argamassas 
pouco consistentes, de modo a preencher completamente o intervalo entre os tijolos. 
 
 
 
1,5cm 
 
 
 
 
 
1 cm 
 
 
Fig. 14 – Juntas de argamassa 
 
 
A forma do acabamento das juntas pode influenciar na qualidade e na durabilidade das 
alvenarias. Os tipos de juntas mais frequentes, são ilustradas mais abaixo, as juntas 
recomendadas (R) inclusivamente algumas não recomendadas, pois podem causar 
problemas graves como infiltração de humidade, retenção de poeira, formação de musgo, 
estática, entre muitos outros problemas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura15 - Exemplo de juntas 
 
 
 
 
5.3.4.3.3 – ASSENTAMENTO 
 
 
O assentamento de tijolos deve verificar as seguintes condições: 
 
 
 
 
Alvenarias 37 
 
 
 
Cada tijolo deve ser assente sobre o leito de argamassa colocada na fia inferior (junta 
horizontal) levando no seu topo uma “chapada” de argamassa distribuída à colher (junta 
vertical). 
 
 
O tijolo deve ser ligeiramente carregado, esfregado e percutido pelo maço (ou cabo da 
colher) de modo a que a argamassa possa refluir pelas juntas. Esta argamassa excedente 
é imediatamente retirada da face do tijolo (raspada com a colher) e aproveitada para o 
assentamento do tijolo seguinte. 
 
 
Durante o assentamento, deve ser permanentemente controlado o acabamento das juntas 
na face oposta à face de trabalho do operário, de modo a recolher a argamassa em 
excesso que reflui das juntas, garantindo, deste modo, o desempeno dessa superfície. 
 
 
O espalhamento da argamassa na junta horizontal, criando o leito de assentamento. 
Pode abranger, de cada vez, o comprimento de um ou mais tijolos, dependendo do 
ritmo de aplicação e das condições climatéricas. 
 
 
Com o tempo seco severo é preferível a aplicação da argamassa tijolo a tijolo, para 
evitar a sua dessecação precoce e a diminuição de trabalhabilidade. 
 
 
O fecho superior das paredes contra a laje ou viga deve ser feito alguns dias depois 
(como já referido). 
 
 
Após cada dia de trabalho as paredes devem ser protegidas com filme plástico para 
evitar uma secagem demasiado rápida ou para as resguardar da chuva. 
 
 
5.3.4.3.4 – PROCESSOS DE ASSENTAMENTO DE TIJOLOS MACIÇOS 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 38 
 
 
 
Argamassa 
aplicada no tijolo 
com a colher 
Argamassa rebatida 
com a colher 
Argamassa 
abundante 
 
 
 
 
 
1º método 2º método 
 
Fig. 16 – Métodos para assentamento de tijolos maciços 
 
 
5.3.4.3.4.1 – ASSENTAMENTOS TRADICIONAIS E ESPECIAIS DE TIJOLOS MACIÇOS 
 
 
 
 
 
 
 
a chato 1/2 vez 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para paredes de 22 a 
25 cm de espessura 
 
Ajuste 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ajuste 
a chato 1 vez 
 
 
 
 
 
 
Fileira ímpar em planta 
 
 
 
 
Fileira par em planta 
 
 
 
Fig.17 – Ajuste normal de tijolos maciços 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para paredes de 22 a 
25 cm de espessura 
 
 
 
 
 
 
 
Ajuste inglês ou gótico 
Fileira ímpar em planta 
 
 
 
 
 
Fileira par em planta 
 
 
Fig. 18 – Ajuste inglês ou gótico de tijolos maciços 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fileira ímpar em 
planta 
 
 
 
Para paredes de 34 a 
38 cm de espessura 
 
Ajuste francês Fileira par em planta 
 
Fig.19 – Ajuste francês de tijolos maciços 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para paredes de 34 a 
38 cm de espessura 
 
 
Ajuste inglês ou gótico 
Fileira ímpar em planta 
 
 
 
 
 
 
 
Fileira par em planta 
 
Fig. 20 – Ajuste inglês ou gótico de tijolos maciços 
 
 
 
 
 
 
 
Fiada par Fiada ímpar 
Para pilares de 25x25 cm 
 
Fiada par Fiada ímpar 
Para pilares de 38x38 cm 
 
 
 
 
 
 
 
Fiada par Fiada ímpar 
Para pilares de 50x50 cm 
Ajuste de pilares de tijolos maciços 
 
Fig. 21 – Ajuste em pilares para tijolos maciços 
 
 
 
 
5.3.4.3.4.2 – TIPOS DE AMARRAÇÕES EM TIJOLOS 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 41 
 
 
 
Consideram-se alvenarias amarradas as que apresentam juntas verticais descontínuas. A 
seguir, nas figuras, são mostrados os tipos de amarrações mais comuns para tijolos maciços 
ou de dois furos. 
 
 
Os esquemas também são válidos para outros tipos de tijolos cerâmicos ou blocos de 
concreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª fiada 2ª fiada 
Em T - parede de 1/2 vez 
1ª fiada 2ª fiada 
Cruzamento - parede de 1/2 vez 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª fiada 2ª fiada 
Parede de meia vez em paredes de uma vez 
 
 
 
Fig. 22 – Tipos de amarrações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 42 
 
 
 
 
 
1ª fiada 2ª fiada 
Parede de meia vez 
 
 
1ª fiada 2ª fiada 
 
1ª fiada 2ª fiada 
Parede de uma vez 
Canto em parede 
de meia vez 
 
 
 
 
 
 
 
1ª fiada 2ª fiada 
Canto em parede 
de uma vez 
 
 
 
Fig. 23 – Amarraçõesem cantos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parede de espelho (cutelo) Parede de meio tijolo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parede de um tijolo Parede de um tijolo e meio 
 
 
Fig. 24 – Tipos de paredes 
 
Alvenarias 43 
 
 
 
5.3.4.3.5 - CORRECÇÃO DO POSICIONAMENTO 
 
 
Qualquer erro no posicionamento inicial do tijolo que não possa ser corrigido com ligeira 
percussão, deve ser corrigido mediante o levantamento do tijolo, retirando completamente a 
argamassa das juntas e tornando a executar a operação com argamassa fresca. 
 
 
A tentativa de bascular o tijolo em torno do seu eixo longitudinal, para obter a 
verticalidade, ou eventual percussão acidental depois do assentamento, conduzem com 
frequência ao abaulamento transversal da junta da argamassa, reduzindo o desempenho da 
junta (resistência, isolamento térmico e acústico, resistência à passagem da água, etc.). 
 
 
5.3.4.3.6 - CUNHAIS 
 
 
Nos cunhais e ângulos das paredes deverá existir um cuidado especial de modo que os 
tijolos fiquem bem travados entre si, usando-se para tal meio tijolo ou três quartos de tijolo 
para se conseguir o desencontro vertical das juntas. 
 
 
Nos cunhais das paredes de fachada, ombreiras e outras extremidades de parede em 
contacto com o exterior, é fundamental que o tijolo não fique com furos voltados para o 
exterior. 
 
 
Na ausência de tijolos de formato especial para estas situações, pode usar-se o tijolo furado 
corrente, ao alto (furação na vertical) cortado para as dimensões convenientes, mas sempre 
devidamente travado. 
 
 
Nos cunhais, como nos resultantes cruzamentos de paredes é muito vantajoso que as 
fiadas das duas direcções estejam niveladas, para permitir um adequado travamento. 
 
 
Quando se pretender uma maior rigidez da ligação, podem aplicar-se grampos 
metálicos na junta horizontal de forma a ligar as duas paredes. 
 
 
Alvenarias 44
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 25 - Cunhal mal executado e esquema do princípio para uma correcta execução. 
 
 
5.3.4.3.7 – CALAFETAGEM OU ENCUNHAMENTO DAS PAREDES 
 
 
Sejam quais forem as dimensões dos tijolos utilizados, é impossível montar a divisória para 
que esta chegue ao tecto. Ficará sempre um espaço vazio que necessita de ser ocupado, tal 
operação designa-se por calafetagem ou encunhamento das paredes (Figura 24) e que 
consiste em tapar esse espaço com gesso. 
 
 
Se o espaço entre a parte superior da divisória e o tecto for muito grande, a calafetagem 
feita apenas de gesso irá originar o risco de fendilhação quando este começar a adquirir 
presa. 
 
 
Nesse caso, será necessário incorporar bocados de tijolos ou gravilha com junção de 
cimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-Figura 26 e 27 – Encunhamento de parede 
 
Alvenarias 45 
 
 
 
A prática anterior, contudo, tem sido substituída pelo uso de novos materiais e também 
técnicas que oferecem melhor rendimento. Uma delas é a utilização de cimento expansor, 
que é uma argamassa pronta, à base de cimento, cujo adicionamento de água permite sua 
expansão, ocupando o espaço vazio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 28 – Encunhamento com cimento expansor 
 
 
5.3.4.3.8 - VERIFICAÇÃO DO LEVANTAMENTO DE PAREDES 
 
 
Terminada a execução de cada pano de parede é necessário proceder ás seguintes 
verificações: 
 
 
Alinhamento da parede com as paredes confinantes do mesmo piso e com a estrutura; 
 
 
Alinhamento com as paredes dos outros pisos, em particular nas fachadas; 
 
 
Aspecto geral das juntas (sem rebarbas, sem irregularidades e com espaçamento 
regular); 
 
 
Dimensão das juntas horizontais (tolerância da ordem de 3mm); 
 
 
 
 
Alvenarias 46 
 
 
 
Completo preenchimento das juntas verticais de ligação à estrutura de betão armado; 
 
 
Confirmação das características necessárias à aplicação do revestimento previsto 
(porosidade, rugosidade, aprumo). 
 
 
5.3.4.4.1 – PAREDES DUPLAS 
 
 
As paredes duplas são definidas como duas paredes separadas por uma caixa de ar, paredes 
essas que são de alvenaria e compostas por elementos cuja espessura bruta é superior a 
10cm e inferior ou igual a 20cm. 
 
 
A presença de uma caixa-de-ar fornece à parede qualidades de isolamento térmico e de luta 
contra a humidade. Existem numerosos tipos de paredes duplas, embora essa técina seja 
sobretudo utilizada no caso dos tijolos maciços e furados ou numa solução mista que 
recorre à utilização de ambos os tipos de tijolos. 
 
 
Devem ser adoptadas as mesmas medidas e precauções descritas para as paredes simples, 
com as seguintes particularidades: 
 
 
A primeira operação corresponde à marcação dos 2 panos de alvenaria a que se segue a 
execução da 18 fiada interior; 
 
 
A seguir executa-se a meia cana ou caleira que remata o fundo da caixa-de-ar e assenta- 
se a 18 fiada exterior, com aplicação de tubos de drenagem (em plástico) salientes para 
o exterior (espaçados em cerca de 2 metros); 
 
 
Os tubos de drenagem devem recolher as águas do fundo da caleira, que deve ter a 
inclinação e impermeabilização adequadas, e conduzi-las ao exterior, com uma 
saliência em relação ao revestimento final não inferior a 15mm. Face à eventual 
 
 
 
 
Alvenarias 47
 
 
 
incerteza relativa à espessura dos revestimentos, os tubos devem ficar mais compridos, 
para posterior alinhamento por corte. 
 
 
A execução das paredes duplas devem ter em conta os seguintes aspectos, para se poder 
proceder à limpeza: 
 
 
Protecção da caldeira com forra de papel, a retirar posteriormente por aberturas 
provisórias na 1ª ou 2ª fiada exteriores; 
 
 
Utilização de uma régua horizontal, com a largura da caixa-de-ar, suspensa, que vai 
recolher os restos de argamassa que caem na caixa-de-ar, sem que estes atinjam a 
caldeira; 
 
 
Execução da parede interior, depois de executada a parede exterior e limpa a caixa-de- 
ar, de encontro ao isolante térmico rígido contínuo que protege a caixa-de-ar. 
 
 
No caso de paredes duplas envolventes deverá sempre recordar-se o facto de que a face 
da parede resultante é mais “cuidada” do lado que o operário está a trabalhar, ficando 
bem aprumada deste lado e com algumas irregularidades do outro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 29 - Parede dupla com placas isolantes encostadas ao pano interior 
 
 
 
 
Alvenarias 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 30 – Caixa-de-ar com isolante, obstruídas e com isolante mal posicionado (situações 
não recomendadas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs.31 e 32 - Tubos de drenagem da caixa de ar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 33 - Caldeira do fundo da caixa-de-ar 
 
 
 
 
 
Alvenarias 49 
 
 
 
5.3.4.4.2 – ANOMALIAS EM CAIXAS-DE-AR DE PAREDES DUPLAS 
 
 
A caixa-de-ar de paredes duplas apresenta frequentemente diversas anomalias que impedem 
o seu adequado desempenho: (i) irregularidade das superfícies, com eventual contacto entre 
as “rebarbas” de argamassa das juntas de assentamento dos 2 panos; (ii) inexistência de 
caleira ou deficiente execução da mesma (superfície não alisada, falta de curvatura e 
pendente para os tubos de drenagem); (iii) obstrução da caleira resultante da acumulação de 
detritos durante a construção, sem a posterior limpeza; (iv) largura insuficiente ou 
excessiva; (v) inexistência de tubos de drenagem, sua inadequação ou colocação deficiente. 
 
 
 
 
5.3.4.5 - PAREDES EM PAVIMENTO TÉRREO OU EM CONTACTO COM O TERRENO 
 
 
As paredes de alvenaria devem ser assentes sobre base rígida e indeformável no tempo, 
razão pela qual é necessárioa criação de lintéis ou sapatas contínuas, quando construídas 
sobre o terreno, e de eventuais lintéis de reforço quando executadas sobre pavimento térreo; 
 
 
As paredes em contacto com o terreno ou com sapatas, ou outros elementos do betão 
armado, que contactem com o terreno, devem ser objecto da colocação de uma barreira 
contra a humidade ascensional. Esta barreira deve ser colocada numa das primeiras fiadas 
acima do terreno, em particular quando o nível freático é elevado ou existem condições 
favoráveis à infiltração no solo junto às paredes; 
 
 
As paredes enterradas, devem ser impermeabilizadas em todas as superfícies em contacto 
com o terreno. 
 
 
5.3.4.6 - VÃOS E CORTE DE TIJOLO 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 50 
 
 
 
O corte de tijolo pode ser feito manualmente com pequenos golpes de martelo ou por meios 
mecânicos (serra circular com arrefecimento a água), mais rentáveis e com menor 
desperdício de material, permitindo o total desempeno da face de corte. 
 
 
Quer na ligação às estruturas de betão armado, quer nos vãos, o topo cortado deve ficar 
voltado para o interior da parede, isto é, deve constituir a última junta vertical interior e não 
a ligação ou extremidade. 
 
 
Na execução de vãos devem usar-se moldes ou pré-aros indeformáveis que permitam a 
execução da parede nas dimensões exactas, evitando posteriores demolições ou 
enchimentos. 
 
 
5.3.4.7 – ABERTURAS 
 
 
Quando é necessário interromper a parede de alvenaria para dar lugar a vãos de porta ou 
janela, quer seja ou não guarnecida com cantaria, deve cuidar-se ainda mais do travamento 
e da rigidez do conjunto, porquanto, para além da necessidade de respeitar formas 
adequadas, há que prever a concentração de cargas transmitidas pelos lintéis ou arcos de 
ressalva desses vãos. 
 
 
Há também que ter em conta que as cantarias de guarnecimento não só não participam na 
resistência da parede, como ainda têm de ser “aliviadas” e protegidas contra qualquer 
hipótese de transmissão de cargas, ao mesmo tempo que terão de ser rigidamente fixadas. O 
contorno vertical dos vãos (ombreiras) é portanto uma zona a ser executada com especial 
cuidado. 
 
 
A verga, se não formada por um lintel de betão, aliviado também da verga de cantaria, 
deverá ser protegida por um arco de alvenaria. 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 51 
 
 
 
Quando sobre os vãos devam existir arcos para ficarem à vista ou não, os cuidados terão de 
ser ainda maiores e a ordem de execução de trabalhos terá de obedecer a fases que 
garantam o bom comportamento dos elementos intervenientes e a conveniente rigidez. 
 
 
Os arcos começam ainda antes de se iniciar a volta, com a preparação da alvenaria para os 
receber. É nessa altura que se colocam os moldes (cimbres) de madeira, tão robustos quanto 
necessários para suportar o peso da argola resistente antes de receber a pedra de fecho. 
 
 
Simultaneamente, de ambos os lados, guarnece-se o cimbre com as aduelas do arco até 1/3 
da altura total, acompanhando-se com as fiadas de alvenaria bastantes para garantia da 
estabilidade das aduelas assentes. 
 
 
Depois disto, e ainda simultaneamente, assentam-se as restantes aduelas rematando com a 
pedra de fecho. De novo se vão acrescentando fiadas de alvenaria até se atingir a altura 
desejada, encastrando e acompanhando bem esta alvenaria contra a aduela do arco. A 
argamassa entre as pedras da aduela deve ser a mínima necessária a um aperto equilibrado, 
evitando-se no entanto, o contacto directo com as pedras. 
 
 
5.3.4.8 - ROÇOS PARA ALOJAMENTO DE CABOS E TUBAGENS 
 
 
As tubagens embutidas nas paredes só deverão ser executadas aquelas que estão 
previstas no projecto, incluindo as zonas de cruzamento e atravessamento. 
 
 
O planeamento dos traçados e a sua marcação devem ser rigorosos e a abertura limitada 
ao mínimo indispensável, sem deteriorar os tijolos e juntas confinantes. 
 
 
Em paredes de espessura reduzida deve evitar-se a execução de roços, em particular se 
não forem verticais. 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 52 
 
 
 
Em qualquer parede, os roços não devem afectar, se possível, mais do que um alvéolo 
do tijolo, tendo o cuidado, todavia, de recobrir convenientemente as tubagens para 
evitar a fissuração do revestimento posterior. 
 
 
Quando é necessário abrir roços de maior dimensão, pode ser útil preencher o roço com 
argamassa e pequenos fragmentos de tijolo, reduzindo a quantidade da primeira e, 
consequentemente, os riscos de fissuração por retracção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. 34, 35 e 36 - Abertura de roços com diferentes graus de danos. 
 
 
5.3.4.9 – LINTÉIS 
 
 
Os lintéis são vigas com fraca capacidade para suportar cargas e ficam situados por cima 
das aberturas praticadas nas paredes (portas, janelas e porta-janelas). Antigamente os linteis 
eram feitos de madeira ou pedra, mas hoje em dia estes são feitos normalmente de betão 
armado, devido ao facto de os linteis serem vigas que recebem cargas, cargas essas que na 
parte superior da viga obrigam esta a trabalhar à flexão, enquanto na parte inferior obriga a 
trabalhar à tracção, e como nós sabemos, o betão trabalha mal à tracção logo este levar 
armaduras que ajudam a resistir aos esforços de tracção. 
 
 
Os linteis suportam: 
 
 
O peso da parte de alvenaria situada por cima deles; 
 
 
 
Alvenarias 53 
 
 
 
O peso de parte do pavimento, dependendo do caso. 
 
 
Podemos distinguir lintéis como: 
 
 
Os linteis de pequena amplitude (amplitude inferior a 1,50 m) cuja altura não 
ultrapasse os 20 cm 
 
 
Os linteis das baías de maiores dimensões: feitas de vigas e cuja altura é maior do 
que a amplitude (exemplo: porta de garagem) 
 
 
Podemos igualmente distinguir os linteis isolados e os linteis em série caso em que 
estão ligados uns aos outros. 
 
 
5.3.5 – REVESTIMENTOS 
 
 
As camadas que constituem o revestimento são: 
 
 
Crespido (chapisco) – Tem como finalidade assegurar a aderência do revestimento ao 
suporte, e esta deve ser rugosa, fluída e rica em cimento; 
 
 
Camada de base (emboço) – Finalidade de garantir a impermeabilização e a 
regularidade das paredes; 
 
 
Camada de acabamento (reboco) – Finalidade essencial é o aspecto estético. (Espessura 
entre 5mm a 10mm). 
 
 
5.4 - COLOCAÇÃO DE MATERIAIS DE ISOLAMENTO TÉRMICO 
 
 
5.4.1 - ISOLAMENTO TÉRMICO NA CAIXA-DE-AR 
 
 
 
Alvenarias 54
 
 
 
Para reforçar o isolamento e o valor do coeficiente K, coloca-se entre duas paredes um 
isolante que poderá ser composto por placas de poliestireno, lã de vidro, etc. Se o material 
isolante contiver um para-vapor é importante que este último fique bem posicionado. Esse 
ecrã anti-vapor deverá ser sempre colocado no interior da construção. 
 
 
Se a parede estiver exposta à chuva, cria-se uma caixa-de-ar entre o isolante e a parede 
exterior. Nesse caso, é a parede interior que é erguida em primeiro lugar e o isolante 
mantido em posição através de uma rede de nylon encostada à parede. 
 
 
5.4.1.1 - MATERIAIS RÍGIDOS 
 
 
A colocação deste tipo de placas na caixa-de-ar de uma parede dupla deve obedecer às 
seguintes exigências gerais: 
 
 
O material deve ser imputrescível e indeformável (nas condições de aplicação e de 
serviço) e apresentar, de preferência, uma reduzida absorção de humidade (uma vez que 
em geral não está garantida a total estanquidade da parede exterior, que os fluxos de 
vapor de água que atravessam a parede podem ser significativos e que a resistência 
térmica diminui com o aumento do teor de humidade). 
 
 
As placas de isolamento térmico devem estar aprumadas, encostadas à parede interior(com uma caixa de ar livre remanescente de 2 a 7 cm) e cobrir toda a sua superfície; 
 
 
As placas devem constituir uma barreira contínua sem juntas verticais ou horizontais 
abertas entre elas, de modo a impedir fenómenos de conservação entre as suas duas 
faces. 
 
 
A colocação das placas rígidas do isolamento deve ser coordenadas com sequência de 
operações da execução das alvenarias, uma vez que inviabiliza, por exemplo, o 
levantamento simultâneo dos 2 panos de parede (exterior e interior). Em geral a 
 
 
Alvenarias 55
 
 
 
marcação da 2ª fiada dos 2 planos de parede e à execução da caldeira de drenagem, à 
qual se segue a elevação do plano exterior. 
 
 
Para manter as placas de isolamento térmico afastadas da parede exterior terá de se utilizar 
um dos seguintes processos: 
 
 
Atravessamento do isolamento pelos grampos de ligação das duas paredes, previamente 
fixados nas juntas da parede exterior e que serão posteriormente inseridos nas juntas 
horizontais a construir depois da colocação do isolante. 
 
 
Utilização de espaçadores metálicos ou de plástico, ligados ou não à parede exterior, 
com um batente (anilha) de posicionamento do isolante, com eventual ajuste através de 
rosca; 
 
 
Utilização de calços fabricados no local (eventualmente a partir de tiras de isolante 
excedente) colocados à placa pela face exterior. 
 
 
As placas de material isolante não hidrófilo podem ser aplicadas entre os dois panos de 
parede sem caixa-de-ar. 
 
 
Verifica-se todavia que a contribuição da caixa-de-ar remanesce (com largura mínima livre 
de 2cm) traz significativas vantagens do ponto de vista da prevenção de problemas ligados 
à humidade, quer no que respeita às infiltrações exteriores, quer às eventuais condensações 
devidas à difusão do vapor de água proveniente do interior do edifício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. 37, 38, 39 e 40 - Exemplos da utilização de placas de isolamento térmico na caixa-de- 
ar. 
 
 
5.4.1.2. MATERIAIS FLEXÍVEIS 
 
 
Condicionantes de fixação em zona corrente: 
 
 
Os materiais flexíveis devem ser fixados por pontos à parede interior, com densidade 
compatível com a sua flexibilidade e resistência mecânica; 
 
 
Para uma correcta colocação e garantia do cumprimento das diversas exigências já 
definidas para os isolamentos em placas, devem ser aplicados depois de construída a 
parede interior, o que obriga a inverter a ordem do processo de construção, isto é, 
obriga à construção da parede exterior em último lugar, a partir de andaimes exteriores 
e com maiores dificuldades na limpeza final da caldeira da caixa de ar; 
 
 
A utilização de materiais de isolamento térmico flexíveis sem caixa de ar, fixados ao 
pano exterior da parede, poderia permitir a construção posterior da parede interior, mas 
está limitada, em geral, pela elevada capacidade da absorção de água destas mantas e 
pela fragilização da parede exterior nos pontos de fixação, que poderão constituir zonas 
preferências para a entrada de água. 
 
 
 
Alvenarias 57 
 
 
 
5.4.1.3. MATERIAIS A GRANEL 
 
 
É necessário garantir o total preenchimento da caixa-de-ar, sem vazios ou zonas de 
diferente compacidade (o que é particularmente difícil em paredes com aberturas ou 
outros elementos singulares). 
 
 
È igualmente necessário garantir que o material não sofre qualquer compactação ou 
adensamento natural com o tempo, que provoque a diminuição do volume que ocupa na 
caixa-de-ar; 
 
 
O material deve ser imputrescível, não absorvente e insensível à água; 
 
 
A face exterior do pano exterior deve ser impermeável à água mas permeável ao vapor 
de água; 
 
 
Deve ser garantida a drenagem do fundo da caixa-de-ar, apesar de totalmente 
preenchida com material granular, mas impedindo que os grânulos de isolante saiam ou 
obstruam os tubos de drenagem. 
 
 
5.4.1.4 – VENTILAÇÃO DAS PAREDES DUPLAS 
 
 
A ventilação nas paredes duplas não é obrigatória mas continua a ser aconselhada para 
permitir uma secagem mais rápida da parede externa. Criam-se orifícios protegidos na parte 
superior e inferior da parede. 
 
 
5.4.2 - REVESTIMENTO DOS LINTÉIS 
 
 
É importante falar no revestimento exterior dos linteis, pois esse revestimento permite 
evitar os pontos térmicos e o risco do aparecimento de fissuras no revestimento exterior. 
Esse revestimento far-se-á com pedras de 5cm ou blocos especiais em forma de U e serve 
 
 
Alvenarias 58
 
 
 
de cofragem para os linteis. O material a utilizar deverá ser obrigatoriamente da mesma 
natureza que o das paredes (terra-cota, perpianhos, etc.) 
 
 
5.5 – PATOLOGIAS EM ALVENARIAS 
 
 
5.5.1 – POSSÍVEIS PATOLOGIAS 
 
 
As patologias mais frequentes relacionam-se com a humidade que pode ser proveniente: 
 
 
a) Do solo (eflorescências junto ao chão); 
 
 
b) Por infiltração (manchas de água); 
 
 
c) Por condensação (fungos ou bolores); 
 
 
d) Também é frequente em alvenarias verificar-se o aparecimento de fissuras. Estas podem 
ter diversas designações em função da sua abertura, podendo identificar-se como: 
 
 
Microfissuras: quando a largura é inferior a 0,2mm; 
 
 
Fissuras: quando a fissura varia entre 0,2 e 2mm; 
 
 
Fendas ou gretas: quando a largura é superior a 2mm. 
 
 
As fissuras podem ainda ser superficiais - quando só afectam o revestimento – ou profundas 
– quando a sua extensão atinge os elementos estruturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alvenarias 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 41 – Alvenaria com manchas de água 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juntas de argamassa de 
dimensão inexplicável 
Humidade na construção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eflorescências Condensações, fungos e bolores. 
 
Alvenarias 60 
 
 
 
5.5.2 – CAUSAS PARA AS PATOLOGIAS 
 
 
As causas das anomalias são de natureza muito diversa, podem estar relacionadas com 
razões de natureza estrutural ou à presença de água e à acção dos agentes climatéricos. 
 
 
As causas para as patologias referidas anteriormente são as seguintes: 
 
 
 Humidade ascensional. Quando as paredes de alvenaria ou betão contactam com 
solos húmidos, de forma directa ou através de elementos construtivos porosos, ocorre 
um fenómeno de ascensão capilar da água. 
 
 
 Devido é rotura nas impermeabilizações, das canalizações de águas e esgotos ou do 
entupimento das tubagens. 
 
 
 Deficiente isolamento térmico das paredes. 
 
 
 Retracção devido á secagem rápida dos materiais, execução defeituosa, acção 
térmica, ou deficiências estruturais do edifício; 
 
 
 A inexistência de juntas de expansão/contracção (vulgarmente conhecidas como 
“juntas de dilatação”) nas paredes de alvenaria de extensão considerável conduz, 
frequentemente, a fenómenos de fissuração, esmagamento localizado e destacamento 
de revestimentos. Estas anomalias resultam do facto de haver movimentos naturais de 
expansão ou contracção - resultantes de variações de teor de humidade ou 
temperatura - que estão total ou parcialmente impedidos, por ausência ou 
inadequação das referidas juntas. 
 
 
 O apoio deficiente das paredes para correcção das pontes térmicas. As assimetrias de 
resistência térmica das fachadas conduzem ao fenómeno conhecido por “pontes 
térmicas” cujo efeito se impõe evitar ou, pelo menos, minimizar, e que se traduz 
 
 
Alvenarias 61
 
 
 
numa perda de energia significativa e na formação de condensações superficiais 
internas com consequente formação de fungos e bolores. O fenómeno das 
condensaçõessuperficiais interiores, é um fenómeno complexo cuja solução passa 
sempre pela conjugação da ventilação (e/ou redução da produção de vapor de água), 
do aquecimento interior e do reforço de isolamento térmico. 
 
 
 Deficiente execução da caixa-de-ar de paredes duplas. Uma das funções principais da 
caixa-de-ar das paredes duplas é a protecção do interior da habitação contra a acção 
da água da chuva. Em complemento, contribui para a resistência térmica da parede. 
Para cumprir a sua acção contra a humidade deve ter capacidade de drenagem das 
águas infiltradas e da condensação resultante da migração de vapor de água do 
interior para o exterior, através da parede. Uma fraca ventilação da caixa-de-ar 
contribui eficazmente para a desejável secagem da parede. 
 
 
 Erros na utilização de pinturas impermeáveis. Para prevenção de futura fissuração, 
mero receio do envelhecimento da parede ou correcção de anomalias, recorre-se, por 
vezes, à aplicação de tintas de elevada elasticidade e estanquidade à água (em geral 
designadas por “membranas”) mas é imperioso garantir que sejam permeáveis ao 
vapor de água e não tenham o efeito de barreiras pára-vapor. Caso isso não aconteça, 
é muito grande a probabilidade de condensação na face fria do isolante na caixa-de-ar 
(com a sua eventual deterioração e redução da resistência térmica) ou na face exterior 
da parede, sob a tinta, formando bolsas de água de dimensão significativa. 
 
 
 Preparação e aplicação inadequadas de rebocos hidráulicos tradicionais. Os rebocos 
hidráulicos tradicionais para revestimento de fachada estão bem descritos na 
bibliografia técnica nacional e têm vantagem em ser executados em 2 ou 3 camadas, 
com teor decrescente de ligante para o exterior, para melhorar a sua resistência e 
diminuir a fissuração. Devem evitar-se argamassas muito ricas em cimento, 
quantidade excessiva de água de amassadura e areias com elevados módulos de 
finura. A protecção contra o calor, o vento e a chuva e a preparação do suporte são 
condições essenciais para o sucesso do reboco. 
 
Alvenarias 62
 
 
 Movimento de assentamento das fundações, e falta de resistência adequada dos lintéis 
superiores ou de arcos de descarga, que pode conduzir a esforços de flexão 
excessivos e fissuras verticais. 
 
 
 Juntas de dilatação inadequadas - A inexistência de juntas de expansão/contracção 
(vulgarmente conhecidas como “juntas de dilatação”) nas paredes de alvenaria de 
extensão considerável conduz, frequentemente, a fenómenos de fissuração, 
esmagamento localizado e destacamento de revestimentos. Estas anomalias resultam 
do facto de haver movimentos naturais de expansão ou contracção - resultantes de 
variações de teor de humidade ou temperatura - que estão total ou parcialmente 
impedidos, por ausência ou inadequação das referidas juntas. Estes movimentos, uma 
vez impedidos, vão equivaler, em termos de efeito mecânico, a uma deformação 
imposta e, consequentemente, a uma significativa tensão interna da alvenaria, com 
maior expressão, em geral, na direcção horizontal. A situação é agravada se os 
materiais apresentarem movimentos irreversíveis significativos. 
 
 
 Ausência de grampeamento em paredes duplas - As paredes duplas são concebidas, 
em geral, para funcionar em conjunto, somando e por vezes aumentado os seus 
desempenhos individuais em aspectos relativos à estabilidade, ao comportamento 
térmico, à protecção contra a humidade, etc. Para que tal aconteça, em termos 
mecânicos, exige-se um grampeamento entre os 2 panos, com uma densidade de 2 a 3 
grampos/m2. Para que o grampeamento seja eficaz e não acarrete anomalias 
inesperadas, os grampos devem apresentar resistência e mecânica adequada e 
durabilidade, facilidade de fixação e pingadeira intercalar. 
 
 
 
 
 
 
 Protecção inadequada contra a humidade ascensional - Quando as paredes de 
alvenaria ou betão contactam com solos húmidos, de forma directa ou através de 
elementos construtivos porosos, ocorre um fenómeno de ascensão capilar da água. 
 
 
 
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Este fenómeno tem consequências conhecidas e de difícil solução: (i) acumulação de 
sais visíveis na superfície da parede; (ii) degradação da tinta e dos revestimentos 
(rebocos ou estuques) numa faixa de altura variável, em geral, junto à base das 
paredes do piso térreo; (iii) manchas nos revestimentos interiores na faixa referida; 
(iv) descolamento de revestimentos cerâmicos ou equivalentes. 
 
 
 Aplicação inadequada de revestimentos cerâmicos - No que diz respeito às 
infiltrações, elas são devidas frequentemente à deficiente pormenorização e execução 
de remates e capeamentos, mas também à fissuração das paredes de suporte. Recorde- 
se que o revestimento cerâmico de fachadas não deve ser considerado um 
revestimento de estanquidade, pelo que a sua interacção com o suporte (incluindo 
caixa-de-ar, quando existe, e respectiva drenagem) são fundamentais para um 
equilíbrio dinâmico do teor de humidade da parede ao longo do ano sem redução 
significativa do seu desempenho. 
 
 
Imagens das patologias: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 42 – Alvenaria exterior sem caixa-de-ar (não evita infiltrações de água) 
 
 
 
 
 
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5.5.3 – SOLUÇÕES PARA AS POSSÍVEIS PATOLOGIAS 
 
 
Para encontrar a solução adequada é necessário em primeiro lugar identificar a causa. No 
que diz respeito as causas referidas anteriormente, as soluções encontradas são as seguintes: 
 
 
a) Drenar a água junto á parede e impregnar a parede com produtos impermeabilizantes. 
 
 
b) Reparar a rotura, desobstruindo entupimentos ou executar paredes duplas. 
 
 
c) Ventilação dos locais assim como prever um bom isolamento térmico na envolvente 
exterior dos edifícios. 
 
 
d) Nos casos mais simples motivados por exemplo, por retracção, a solução passa pela 
limpeza da fissura e aplicação de produtos adequados disponíveis no mercado. Nos 
casos mais graves pode ser necessário proceder ao reforço da estrutura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 43 – Fenda numa alvenaria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5.6 - MEDIDAS DE SEGURANÇA NA EXECUÇÃO DE ALVENARIAS. 
 
 
5.6.1 - ENQUADRAMENTO GERAL 
 
 
É necessário levar a cabo um conjunto de acções destinadas à prevenção e protecção dos 
trabalhadores, através da diminuição da probabilidade de ocorrência e da atenuação dos 
efeitos dos acidentes que possam vir a ocorrer. 
 
 
As acções a em prender para a prevenção de riscos compreendem a preparação de um 
conjunto de planos a nível do empreendimento: o plano de prevenção de riscos, plano de 
inspecções e o plano de registo de acidentes e índices de sinistralidade. Estes diversos 
planos devem fazer parte de um documento que reúne todas as informações e indicações 
relevantes em matéria de segurança e saúde (Plano de Segurança e Saúde do 
Empreendimento). 
 
 
5.6.2 - RISCOS E CORRESPONDENTES ACÇÕES DE PREVENÇÃO 
 
 
Após a realização da estrutura, deve proceder-se ao fecho vertical do edifício por 
intermédio das paredes – assentes sobre as lajes – que constituem a envolvente exterior. 
 
 
A execução destas paredes aumenta as condições de comodidade e segurança e constitui, 
ela própria, uma medida de protecção colectiva contra os riscos de queda em altura e queda 
de objectos, dispensando a utilização de guarda-corpos e rodapés. 
 
 
5.6.3 - RISCOS RELATIVOS ÀS CONDIÇÕES DE TRABALHO 
 
 
São obrigatórios os equipamentos de protecção individual e devem ser utilizados em todas 
as circunstâncias. 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 1 - Riscos associados às condições

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