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Fisiologia do Exercício Fernando Braga Estevão Adaptações Cardiovasculares ao exercício Introdução O exercício físico é uma atividade realizada com repetições sistemáticas de movimentos orientados Conseqüente aumento no consumo de oxigênio devido à solicitação muscular, gerando,portanto, trabalho. O exercício representa um subgrupo de atividade física planejada com a finalidade de manter o condicionamento Pode também ser definido como qualquer atividade muscular que gere força e interrompa a homeostase. Efeitos fisiológicos dos exercícios Os mecanismos responsáveis pelos ajustes do sistema cardiovascular ao exercício e os índices de limitação da função cardiovascular constituem aspectos básicos relacionados ao entendimento das funções adaptativas Esses mecanismos são multifatoriais Permitem ao sistema operar de maneira efetiva nas mais diversas circunstâncias Os ajustes fisiológicos são feitos a partir das demandas metabólicas Efeitos fisiológicos dos exercícios Agudo imediato: Os efeitos agudos, denominados respostas, são os que acontecem em associação direta com a sessão de exercício os efeitos agudos imediatos são os que ocorrem nos períodos peri e pós-imediato do exercício físico: – elevação da freqüência cardíaca, – aumento da ventilação pulmonar, – sudorese Efeitos fisiológicos dos exercícios Agudo tardio: Acontecem ao longo das primeiras 24 ou 48 horas (às vezes, até 72 horas) que se seguem a uma sessão de exercício Podem ser identificados: – discreta redução dos níveis tensionais, especialmente nos hipertensos, – expansão do volume plasmático, – na melhora da função endotelial – potencialização da ação e aumento da sensibilidade insulínica na musculatura esquelética Efeitos fisiológicos dos exercícios Efeitos crônicos: resultam da exposição freqüente e regular às sessões de exercícios Representam aspectos morfofuncionais que diferenciam um indivíduo fisicamente treinado de outro sedentário, Efeitos típicos: – bradicardia relativa de repouso, – há hipertrofia muscular, – há hipertrofia ventricular esquerda fisiológica – aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo) – angiogênese, aumentando o fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos e para o músculo cardíaco Variáveis Cardiovasculares Freqüência cardíaca Débito cardíaco Volume de ejeção Pressão arterial Fluxo sangüíneo Adaptações cardiovasculares O sistema cardiovascular e o pulmonar estão diretamente ligados a prática do treinamento aeróbico, podemos observar as seguintes modificações tanto funcional quanto dimensional nesses sistemas Adaptações cardiovasculares Freqüência cardíaca (Fc): – Tomar o pulso – a. radial ou a. carótida Fc repouso: 60 a 80 bpm – Sedentários pode ser maior que 100 – Atletas de endurance – 28 a 40 bpm Resposta Antecipatória - Fc pré exercício – Noradrenalina – SNS – Adrenalina – Glândulas Adrenais Adaptações cardiovasculares Fc durante o exercício – Diretamente proporcional a intensidade Fcmáx = Fc mais elevada até o ponto de exaustão – Redução de 1 batimento por ano – Fcmáx = 220 – idade em anos FC estado estável – Exercício submáximo – ocorre elevação porém mantém um platô – Fc ideal para suprir necessidades de trabalho – Muito utilizada para teste de condicionamento físico Trabalhos relevantes Costill (2004) assegura que “a freqüência cardíaca de repouso diminui notoriamente como resultado do treinamento aeróbico.” Carneiro (2001) a freqüência cardíaca em repouso e durante o treinamento aeróbico diminui, mas isto é visto principalmente em indivíduos sedentários. Matsudo (1980) afirma que nos seus estudos a freqüência cardíaca em repouso diminui com atividades físicas regulares. Adaptações cardiovasculares Volume cardíaco: – Fox, Bowers & Foss (2006) “há hipertrofia cardíaca nos atletas, ..., caracteriza-se por um aumento da cavidade ventricular e por espessura normal da parede ventricular.” – Júnior (1990), afirma também que com treinamento aeróbico o sistema cardiovascular é induzido à uma hipertrofia miocárdica. – Nadeau (1985), confirma que há um aumento no volume cardíaco. Adaptações cardiovasculares Volume plasmático: – ocorre um aumento significativo após 3 a 5 sessões de treinamento. – Segundo Macardley, Katch & Katch (2002); também aumenta o transporte de oxigênio quanto a regulação da temperatura durante o exercício. Adaptações cardiovasculares Volume de ejeção: – Quantidade de sangue ejetada durante a sístole Quatro determinantes: 1. Volume de sangue que retorna ao coração 2. Distensibilidade ventricular 3. Contratilidade ventricular 4. Pressão aórtica e arterial pulmonar Adaptações cardiovasculares Alteração do VE durante o exercício: – Em repouso = 50 a 60ml – Exercício intenso = 100 a 120ml – Em repouso = 80 a 100ml Atletas – Exercício intenso = 160 a 200ml Em supino os valores se diferenciam, pois não ocorre acúmulo de sangue nos MMII (natação) Lei de Frank Starling VDF maior Não treinados Adaptações cardiovasculares Volume de ejeção: – o treinamento faz com que exista um aumento de volume de ejeção do coração tanto em repouso quanto durante o exercício. – Júnior (2005), confirma esta afirmativa dizendo que com o treinamento aeróbico o sistema cardiovascular é induzido ao um maior volume sistólico ou de ejeção. Obs Durante o exercício o tempo de enchimento ventricular diminui de 500 a 700ms em repouso para 150ms numa freqüência de 150 a 200bpm. Músculos mais ativos aumentam o retorno venoso. Aumento da freqüência respiratória, aumento da pressão intratorácica e aumento da pressão intra- abdominal. Adaptações cardiovasculares Débito cardíaco: – DC = Fc x VE – há um aumento do débito cardíaco, resultando um maior volume de ejeção. Um grande débito cardíaco é o que difere atletas campeões de endurance de outros atletas ou pessoas destreinadas. – DC de repouso = 5 l/mim – DC exercício = 20 a 40 l/min – Objetivo: suprir a demanda de O2 pelos músculos Adaptações cardiovasculares Fluxo sangüíneo: – Em repouso 15 a 20% para musculatura – Exercício intenso até 85% – Regula a temperatura corporal durante o exercício – Influencia diretamente no debito cardíaco Adaptações cardiovasculares Pressão arterial (PA) – o treinamento aeróbico regular tende a diminuir a pressão sistólica e diastólica em repouso e no exercício. A maior redução é da pressão sistólica, isso evidencia-se nos hipertensos. Pressão arterial sistólica (PAS): – 120mmHg repouso – 250mmHg no exercício máximo – Diretamente proporcional a intensidade Pressão arterial diastólica (PAD) – Reflete o pressão nas artérias no período de repouso do coração – Deve ser manter estável – Aumento superior a 15mmHg indicativo de interrupção Adaptações cardiovasculares Extração de oxigênio: – a um significativo aumento de extração de oxigênio do sangue circulante. Isso resulta em uma melhor distribuição do débito cardíaco para os músculos ativos. O exercício físico realizado regularmente provoca importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular. O objetivo é manter a homeostasia celular diante do incremento das demandas metabólicas. Há aumento no débito cardíaco, redistribuição no fluxo sanguíneo e elevaçãoda perfusão circulatória para os músculos em atividade. A pressão arterial sistólica (PAS) aumenta diretamente na proporção do aumento do débito cardíaco. A pressão arterial diastólica (PAD) reflete a eficiência do mecanismo vasodilatador local dos músculos em atividade, que é tanto maior quanto maior for a densidade capilar local. A vasodilatação do músculo esquelético diminui a resistência periférica ao fluxo sanguíneo e a vasoconstrição concomitante que ocorre em tecidos não exercitados induzida simpaticamente compensa a vasodilatação. A resistência total ao fluxo sanguíneo cai drasticamente quando o exercício começa, alcançando um mínimo ao redor de 75% do VO2 máximo. Os níveis tensionais elevam-se durante o exercício físico e no esforço predominantemente estático, tendo já sido constatados, em indivíduos jovens e saudáveis, níveis de pressão intra-arterial superiores a 400/250mmHg sem causar danos à saúde Benefícios do exercício físico menor incidência de obesidade, diabetes, aterosclerose, hipertensão arterial, trombose vascular, ansiedade e depressão Benefícios do exercício físico Os mecanismos envolvidos já identificados são: – a elevação da taxa metabólica devido ao aumento de massa muscular – a tendência para o balanço calórico negativo – o aumento da sensibilidade das células à insulina – o estímulo do metabolismo dos carboidratos Benefícios do exercício físico – a melhora do perfil lipídico do sangue – a redução da sensibilidade dos vasos e do miocárdio à ação da adrenalina – o estímulo à fibrinólise – a redução da agregação plaquetária – a redução do estresse emocional Benefícios do exercício físico Assim sendo, do ponto de vista da saúde cardiovascular, qualquer tipo de atividade física é útil, desde que compatível com os níveis de aptidão da pessoa. Todos os efeitos salutares anteriormente citados já foram demonstrados também com relação aos exercícios com pesos. Adicionalmente aceita-se que, pelo menos com relação à atividade física esportiva, ocorram estímulos ambientais para que se evite o tabagismo, o alcoolismo, as drogas, os excessos alimentares e a falta de repouso. Destreinamento O destreinamento físico provoca uma grande diminuição do débito cardíaco durante exercício físico máximo em função da redução do volume sistólico, já que o mesmo não é compensado pela elevação da freqüência cardíaca máxima Destreinamento No entanto, o débito cardíaco durante o repouso e exercício submáximo não são modificados com o destreinamento físico, pois a queda do volume sistólico é compensada com um aumento significativo da freqüência cardíaca em repouso e submáxima Conclusão Em resumo, pode-se dizer que durante um período de exercício: – o corpo humano sofre adaptações cardiovasculares e respiratórias a fim de atender às demandas aumentadas dos músculos ativos – à medida que essas adaptações são repetidas, ocorrem modificações nesses músculos, permitindo que o organismo melhore o seu desempenho. Conclusão – Entram em ação processos fisiológicos e metabólicos,otimizando a distribuição de oxigênio pelos tecidos em atividade. – Portanto, os mecanismos que norteiam a queda pressórica pós-treinamento físico estão relacionados a fatores hemodinâmicos,humorais e neurais.
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