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Sintese de Introdução ao Estudo do Direito

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Síntese de Introdução ao Estudo do Direito
Idade Antiga:
 O modo de produção da Idade Antiga era o escravagismo, movido por uma ordem ideológica capaz de sustentar esse modelo. As relações econômicas eram baseadas na produção dasnecessidades, diferentemente de hoje em dia, onde a mesma é baseada em trocas mercantis. Não há diferenciação entre poder, religião, moral e direito; os mesmo são considerados valores interligados e funcionam como um núcleo único.
O que marcou o fim da Idade Antiga foi à queda do Império Romano e a invasão dos bárbaros. 
Escravagismo: prática social em que um ser humano julga ter direitos de propriedade sobre outro fazendo desse escravo e, portanto, exigindo que o mesmo produza excedentes e supra as necessidades dos senhores. 
Principais pensadores: Aristóteles, Platão e Cícero.
Principais civilizações: Gregos (Devido seu modelo de vida nas polis, passam a teorizar sobre justiça, religião e politica, adquirindo uma visão mais concreta destes valores, capaz de separa-los.) e Romanos (Os romanos começaram a criar os primeiros instrumentos jurídicos e as primeiras bases do direito; daí a criação do termo “Direito Romano”). 
Idade Média:
	O modo de produção deste período era chamado de Feudalismo, e era um modo de organização social e politica baseada nas relações servo-contratuais, ou seja, existiam os senhores feudais; donos de terras (feudos), que administravam e estipulam suas leis/regras individuais; os vassalos (camponeses) cuidavam da agropecuária e em troca adquiriam o direito de residir nas terras e de receber proteção contra invasão de bárbaros. 
A decadência da Idade Média inicia-se com uma grave doença que devastou a
população europeia. Após a peste negra, a população diminuiu em grande quantidade, desestabilizando as relações sociais; e os servos passaram a ser explorados de modo excessivo, originando diversas revoltas que ocasionaram o surgimento de uma nova classe social, a burguesia. 
Feudalismo: O feudalismo era marcado por grande poder descentralizado, levando em consideração que são criados núcleos de poder que não se relacionam diretamente, e sim, de maneira esparsa, devido às leis especificas de cada feudo.
A sociedade feudal era composta por três estamentos: os nobres, o clero e os servos.
O período medieval é frequentemente caracterizado como um “tempo de ignorância e superstição”, que sobrepunha sempre os mandamentos religiosos e não a experiência pessoal e o racionalismo; a igreja católica sai dos escombros do Império Romano, considerando o “Universal”, e acaba por se basear no “Direito Romano” para mesclar com a fé dos cristãos e as politicas vinculadas a esta. 
Principais pensadores: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.
Idade Moderna: 
	É marcada essencialmente pela ascensão da burguesia (classe revolucionária), ese torna totalitária neste novo período. O modo de produção passa a ser o capitalismo mercantil que se forma com as evoluções intelectuais e cientificas; é o início do capitalismo social como modelo econômico. Outro fator importante é o surgimento do Estado, que além de disponibilizar as trocas comerciais, garante também essas relações através de contratos.
		A burguesia ainda não possui força total por conta do absolutismo (soberano concentra todos os poderes do Estado), mas com a queda do feudalismo e das relações servis, a classe social burguesa passa a promover revoluções contra o movimento absolutista e contra a nobreza, são as chamadas Revoluções Liberais.
		As revoluções Liberais (Rev. Inglesa/Rev. Americana/Rev. Francesa) marcaram o fim da Idade Moderna.
	Idade Contemporânea:
		Inicia-se com a consolidação do capitalismo industrial, o Estado passa a ser nacional e não mais absolutista, ou seja, é baseado em leis e ordens; e o nascimento do Estado contemporâneo, impessoal e racional, onde a visão é generalizada. A sociedade é consumista, movida por grandes tecnologias que são comandadas por potências. 
		É importante ressaltar que foi na transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea que surge o iluminismo.
Natureza e Cultura:
	Se olharmos ao nosso redor, verificamos que existem homens e coisas. O homem não apenas existe, mas coexiste, ou seja, vive necessariamente em comportamento dos outros homens. Em virtude dessa coexistência, estabelecem os indivíduos entre si, relações de coordenação, de subordinação, de integração, ou de outra natureza; relações essas que não ocorrem sem o concomitante aparecimento de regras e de organização de conduta. 
	No universo há coisas que se encontram em estado aberto ou cujo nascimento e, portanto não requer qualquer participação intelectual ou moral do ser humano. Entretanto, ao lado dessas coisas postas originalmente pela natureza, outras há sobre as quais o homem exerce a sua vontade e inteligência adaptando a natureza e seus fins. Constituem-se em dois mundos complementares: 
Conceito de Natureza: É tudo aquilo que nos foi dado, que existe independente da atividade humana. Trata-se da realidade natural, onde o ser humano não pode contrariar ou evitar. 
Leis Físico-matemáticas/Leis Naturais: Só podem ser observadas, se tornando descritivas por este motivo; visto que, o cientista irá observar de modo analítico determinado fenômeno natural para posteriormente estabelecer uma relação de causa e efeito (principio da causalidade). Seu objeto é a natureza, e de certa forma, são leis “cegas” aos valores.
Ciências propriamente naturais: O estudo dos fenômenos puramente naturais é voltado para uma soma de conhecimentos que formará, em síntese, as ciências físico-matemáticas, como a física, química, astronomia e a matemática, por exemplo, onde o homem pode acompanhar os atos, porém sem o poder de interferir. 
Conceito de Cultura: Conjunto de tudo aquilo que, nos planos material e espiritual, o homem constrói sobe a base da natureza para modifica-la. É desse conjunto de utensílios e instrumentos, das obras e serviços, bem como das atitudes e formas de comportamento que o homem veio formando e aperfeiçoando o patrimônio da espécie humano, ou seja, designa, portanto, um gênero do qual a civilização é uma espécie. 
	Em suma, o mundo da cultura, é tudo aquilo que vem sendo construído pelo homem ao longo da história. Trata-se da realidade humano-cultural-histórica, visto que a cultura caracteriza até o condicionamento da ordem biológica dos seres humanos (bio-sócio-culturais), considerando que o homem possui necessidades fisiológicas e acaba por entrar em uma esfera cultural para verificar o modo de realizar determinada ação. 
Leis culturais: caracterizam – se por seus valores, por adequarem meios a fins; possuem natureza teleológica, ou seja, determinam como deveria ser o comportamento dos indivíduos e para isso é necessário que além de descritivas sejam prescritivas. 
Quando uma lei cultural envolve uma tomada de posição perante a realidade, implicando o reconhecimento da obrigatoriedade, temos o que se denomina propriamente norma ou regra, fazendo parte do principio da Imputabilidade. 
Ciências propriamente culturais: O homem estuda e explica a natureza, voltando-se para o estudo de si mesmo junto a atividade consciente, abrindo assim perspectivas para outros campos do saber, como na analise de disciplinas como história, economia, sociologia, direito, moral, etc. Essas ciências tem por objeto o próprio homem e suas atividades; são aquelas que além de serem objetos da cultura, tem por elemento em bem cultural. 
Alguns valores abrangidos na disciplina de direito são incluídos na cultura, o que demonstra que a experiência jurídica também é uma experiência ética: 
Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. É construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais; porém as normas éticas não envolvem apenas um juízo de valor sobre os comportamentos humanos, mas culminam na escolha de uma diretriz considerada obrigatória numa coletividade e consequentementeresulta a imperatividade da via escolhida (apesar de na hora de aprovar uma lei existir sempre certa margem de decisão livre, a obrigatoriedade do direito não se desprende da autoridade decisória); isso se deve, pois apesar de toda norma enunciar algo que deve ser, existe sempre um juízo de valor, ou seja, é o ato menta pelo qual atribuímos certa qualidade a um ser; sendo assim, a ligação entre o sujeito e o predicado pode ser de duas espécies: 
Indicativa ou imperativa
Podem-se representar esses dois tipos de juízo da seguinte maneira:
Ligação INDICATIVA: Simplesmente descreve algo ou algum fenômeno, estabelece conexões necessárias entre os fatos observados, mas não o situa segundo uma escala positiva ou negativa de valores, nem determina que alguma coisa seja feita como consequência da verdade enunciada. Refere-se as leis físico-matemáticas.
Ligação IMPERATIVA: São as leis culturais. O legislador não se limita a descrever um fato tal como ele é, mas, baseando-se naquilo que é, determina que algo deva ser, com a previsão de diversas consequências, caso verifique a ação ou a omissão, a obediência à norma ou a sua violação. Para a teoria geral jurídica, a consequência de uma “facti species” leva o nome de sanção. 
Sendo assim, se S é, P deve ser também; e deverá ser entendido como uma leitura disjuntiva, ou seja, a fórmula condicional (se S é) presume-se também um fato oposto (se S não é), ao qual se deve ponderar também as consequências (Deve ser sempre S, se não ocorrer S, deverá ser por consequência P). 
O nexo deôntico, ou seja, o vinculo que é constituinte da norma e que imputa a uma determinada “facti species” (É a relação que a norma cria entre cometer um ato e receber sua consequência como sanção, seja ela positiva ou negativa; o simples ato de considerar que ao infringir uma lei ou ser premiado pelo direito já caracteriza a facti species) uma sanção, pode-se apresentar no direito de várias maneiras. Pode haver normas que imputem uma OBRIGAÇÃO, PROIBIÇÃO ou PERMISSÃO. 
Obrigação: É o ato de obrigar algo; por exemplo: 
“Todo aquele vender (fato A) deve recolher impostos (sanção B)”.
Nesse caso, o verbo “deve” funciona como uma obrigação, visto que o vendedor necessariamente precisa recolher impostos para não infringir a lei. 
Proibição: É o ato de proibir algo; por exemplo:
“Todo aquele que empregar alguém (fato A), está proibido de humilhá-lo (sanção B)”.
Nesse caso, o verbo exige que o empregador não disponibilize tal constrangimento ao colaborador. 
Permissão:É o ato de permitir algo; por exemplo:
“Todo aquele que vende doces (fato A), pode vender outros gêneros de alimentos (sanção premial B)”.
“Todo aquele que possui um prazo para pagar determinada conta, e assim não o faz (fato A), possui permissão para pagar posteriormente, porém com juros (sanção negativa B)”. 
Nesse caso, o verbo dispõe de uma permissão, porém sua consequência pode ser tanto de modo positivo quanto negativo. 
	Sendo assim, a norma ética se caracteriza pela possibilidade de sua violação (pelo ato do “deve ser” fica claro a utilização de uma sanção em caso de violação da lei), enquanto que não passaria pela cabeça de um físico estabelecer uma lei no pressuposto de sua não correspondência permanente aos fatos por ele explicados. 
Forma de Atividade Ética:
Toda e qualquer atividade humana, enquanto intencionalmentedirigida à realização de um valor, deve ser considerada conduta ética e devemos observar quantas espécies de normas desse tipo são possíveis em uma sociedade; entendida com função do bem individual ou do bem social.
Alguns valores éticos comuns na sociedade são:
Belo: O aparecimento dos juízos estéticos, das normas estéticas, que move homens a se preocuparem exclusivamente com a beleza, transformando a mesma em centro de interesses. 
Útil: Implica em um complexo de atividades humanas no comércio, indústria, agricultura, economia, etc; é uma série de atividades empenhadas na produção, circulação e distribuição das riquezas.
Santo: É o valor ao qual correspondem as religiões e os cultos.
Amor: Nas suas diferentes espécies e modalidades, desde a simpatia ate a paixão, passando por todas as relações capazes de estabelecer um nexo emocional entre dois seres.
Poder: É o valor determinante da politica, que é a ciência da organização do poder, e a arte de realizar o bem social com o mínimo de sujeição.
Norma Jurídica: 
Conceito de Norma: Refere-se à substância própria do direito objetivo; ou seja, estão para direito de um povo. Essas normas são criadas no intuito de orientar as condutas interindividuais, para promover a ordem social. A norma jurídica exerce justamente a função de ser o instrumento de definição da conduta exigida pelo Estado. 
	Sendo assim, a norma jurídica é uma expressão de poder e de determinadas relações sociais especificas na história. Captar as conformações sociais gerais e especificas que levam à norma jurídica é a tarefa mais importante do jurista quando se volta ao tema, visto que, o receptor das normas não apenas entende um texto, seu posicionamento quanto à norma se dá conforme o poder que está detrás do mesmo, pois caso não exista essa interpretação a norma se torna um mero texto. , uma expressão gramatical da norma.
	O poder sanciona o sujeito descumpridor da norma, mas ao contrário do que se pensa esse poder não surge apenas quando a norma jurídica é descumprida. Na maioria das vezes, o poder está se exprimindo por meio de normas jurídicas justamente quando estas são rigorosamente cumpridas.
O Estado, na sua conformação moderna, é o ente estruturador das normas jurídicas. O monopólio do poder imediato e da violência garante a imposição das normas jurídicas. Os sujeitos são levados a acatar as normas jurídicas porque o seu descumprimento implica uma alta dose de repressão, privação e violência por parte do poder que sustenta tais normas, ou seja, a autoridade que sustém e envolve a norma jurídica não advém apenas de um dado formal ou técnico, é uma manifestação da imposição bruta do poder e da coerção (É o caso do agente público de trânsito, que é respeitado pela força e o poder de aplicação de determinada sanção, e não pelo uso da farda ou dos demais signos visíveis).
	
	
Tipos de Normas Jurídicas: Algumas classificações podem ser feitas para compreender os tipos mais comuns e gerais de normas jurídicas:
Distinções entre Norma Jurídica, Regra e Lei: 
As expressões norma e regra são sinônimas no geral, pois a regra nos diz até que ponto pode-se ir, dentro que de limites é possível chegar; bem como a norma, mesmo que está ultima refira-se mais ao âmbito do direito.
Distinção há de fato entre lei e norma jurídica, visto que, lei é apenas uma das formas de expressão da norma, que se manifesta pelo direito costumeiro e, em alguns países pela jurisprudência. 
Lei: A lei é a forma moderna de produção do direito positivo; é o ato do poder legislativo que estabelece as normas, portanto faz parte de um gênero de normas. Distingue-se por seu sentido, podendo ser este estrito ou amplo. 
- Lei no sentido estrito: referência genérica que atinge a lei.
- Lei no sentido amplo: preceito comum e obrigatório emanado no poder legislativo. 
Direito: 
O que é direito? 
Direito pode ser definido como o conjunto de normas estabelecidas por um poder soberano, que disciplinam a vida do povo. A sua finalidade é a de favorecer o amplo relacionamento entre as pessoas e grupos sociais, mantendo assim, a ordem entre os interesses individuais e coletivos.
O que é ciência do direito?
 É o setor do conhecimento humano que investiga e sistematiza os conhecimentos jurídicos.
O direito pode ser dividido em Direito Objetivo e Direito Subjetivo: 
 Direito Objetivo: O direito objetivo é a norma de organização social, ou seja, são as regras do direito já prescritas. É a partir do direito objetivo que deduzimos o direito subjetivo:
Ex: Código Civil, Código Penal, etc.
Direito Subjetivo: O direitosubjetivo corresponde às possibilidades ou poderes de agir que a norma garante a alguém, ou seja, é a interpretação do direito objetivo. 
Ex: O parecer do juiz ao considerar que um individuo será indenizado por danos morais. 
O que é ordem jurídica: 
A ordem jurídica tem como função agrupar normas que se ajustem entre si e forma um todo harmônico e coerente de preceitos. 
Moral:
	A moral origina-se nos costumes e valores; ela é unilateral, pois é dada a apenas um individuo, de acordo com a sua liberdade, visto que, as pessoas agem por conta própria. É apenas coercitiva internamente, pois o ser é o único que poderá constituir em sua mente a consciência entre o “bom e ruim”, por isso a sanção é incerta e sofrida pelo individuo na reprovação de seu ato pela sociedade.
Relação entre Direito e Moral:
	Trata-se de uma diferenciação muito interessante, estudada desde a antiguidade. Ambos são instrumentos de controle social, que se completam e influenciam. O direito é fortemente influenciado pela moral, de quem recebe valiosa substancia, entretanto é diferente da mesma por se contentar com a legalidade, enquanto a moral exige não somente o comportamento externo, mas uma moralidade, ou seja, um agir derivado da obrigação. 
	Existem diversas teorias sobre as relações entre Direito e Moral, porém é possível limitarmo-nos a três: 
Teoria do Mínimo Ético:
Consiste em dizer que o direito representa apenas o mínimo de moral declarado obrigatório para que a sociedade possa viver. Como nem todos podem ou querem realizar de maneira espontânea as obrigações morais, é indispensável armar-se de força, para que a sociedade respeite tais preceitos. Assim sendo, o direito não é algo de diverso da moral, mas e uma parte desta, armada de garantias especificas (“tudo o que é jurídico é moral, mas nem tudo que é moral é jurídico”). 
 
Teoria dos Círculos Secantes:
O direito e a moral possuem um campo de competência comum, e ao mesmo tempo, uma área particular independente. Existem, portanto, normas jurídicas fora da área abrangida pela moral. (Claude Du Pasquir)
Teoria da Separação total entre direito e moral (teoria dos círculos independentes): 
A ideia de Direito não guarda relação alguma com a moral. Acredita que a norma é o único elemento essencial ao direito, cuja validade não depende dos conteúdos morais; não confunde a forma com conteúdo. (Hans Kelsen)
 
Distinção formal entre DIREITO e MORAL:
Semelhanças: 
- Caráter prescritivo (determinam algo)
- Relações intersubjetivas (qualquer relação a dois ou mais)
- Imposição de normas proibitivas
Critérios por distinção:
- Aspecto da conduta tutelada pela norma. (o direito julga através da norma e dos aspectos externos, ao contrário da moral, que julga através de sentimentos e valores internos)
- Instância qualificadora da conduta (quem julga?)
- A norma possui a existência de deliberação e promulgação (ato formal que atesta a existência da norma), ao contrário da moral.
- A moral é movida pelos valores culturais de uma sociedade, já o direito é regido pelo Estado.
O Estado concretizou todos os poderes no intuito de organizar e coordenar uma sociedade. Essa sociedade, que tornou-se capitalista, não pode depender só da moralidade. É necessário a criação de leis/normas/regras para intermediar as relações, mesmo que as mais simples como as contratuais; Para que não haja discriminação; e se for preciso, toda forma de força é legitimada e justificada pelo Estado.
 
No caso do direito, ocorre a imposição legal da sanção, coerção e coação:
Sanção: Do ponto de vista jurídico-político, a sanção é a concordância do chefe do poder executivo com um determinado projeto de lei, ou seja, é o ato formal de um poder executivo federal, estadual ou municipal de aprovação de uma lei; Para posteriormente ser aplicada essa sanção, se transformada em lei: 
A sanção jurídica é organizada pelo Estado, pois além da legalidade, a consequência pode ser restituída através da força/violência ou da premiação, de acordo com o que o poder competente julgar.
Do ponto de vista da Teoria Geral do Direito, a sanção é a consequência prevista da norma; e pode ser PUNITIVA ou PREMIAL.
Coação: É o uso efetivo da força e da violência, é a materialização/realização da sanção; esta última se torna a causa ou a motivo da coação.
Coerção: É a POSSIBILIDADE do uso da força, é a ameaça do uso da violência, não a efetivação da mesma. É uma espécie do aspecto psicológico que serve como intimidação para que não haja o descumprimento da lei/seja cometida infração e consequentemente a sanção.
Direito e Heteronomia
Heteronomia é um conceito criado por Kant para justificar as leis que recebemos. 
 Heteronomia é o contrario de autonomia, e é quando um indivíduo se sujeita à vontade de terceiros ou de uma coletividade. É um conceito básico do Estado de Direito, onde podemos criticar as leis, das quais dissentimos, mas devemos agir de conformidade com elas. Isso significa que elas valem objetivamente, independente, e a despeito da opinião e do querer dos obrigados.
Dizemos então que, o Direito é heterônimo, visto seu posto por terceiros aquilo que juridicamente somos obrigados a cumprir, diferente da moral.
Bilateralidade Atributiva
Consiste na união que faz dois ou mais sujeitos se relacionarem, atribuindo a eles pretensões a estabelecendo formas de agir e ser; ou seja, elas se relacionam segundo uma proporção objetiva que as autoriza a pretender ou a fazer garantidamente algo.
Esse conceito desdobra-se nos seguintes elementos:
Bilateralidade em sentido social, como intersubjetividade: (sem relação que una duas ou mais pessoas não há Direito).
 
 Bilateralidade em sentido axiológico: (para que haja Direito é indispensável que a relação entre os sujeitos seja objetiva, isto é, insuscetível de ser reduzida, unilateralmente, a qualquer dos sujeitos de relação).
 
Atributividade: da proporção estabelecida deve resultar a atribuição garantida de uma pretensão ou ação, que podem se limitar aos sujeitos da relação ou estender-se a terceiros.
Confrontos com as Normas de Trato Social
Há na sociedade, outra categoria de regras que são seguidas por força do costume, de hábitos consagrados, ou, em virtude de ''convenção social''. São as normal do trato social, que vão desde as regras mais elementares de decoro às mais refinadas formas de etiqueta e de cortesia. Ocupam, por assim dizer, uma situação intermédia entre Moral e Direito.
 As regras de trato social tem como características a finalidade de proporcionar um ambiente de bem-estar aos membros da coletividade; é um aprimoramento das relações humanas. As normas de trato social são amortecedoras de convívio social, pois possuem regras de cortesia, etiqueta, protocolo, moda, linguagem, educação e etc., e acabam por incidir na maneira como o homem se apresenta perante sua semelhante; além de serem unilaterais e incoercíveis, visto que, ninguém pode exigir o seu cumprimento, e do mesmo modo, a sanção é incerta, e quando na mesma ocorre, consiste na reprovação, censura e crítica social.
Distinção entre Ciência, Técnica e Tecnologia.
Ciência: Estudo de um determinado objeto a partir de um método. Refere-se ao sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tais pesquisas.
Técnicas: É o modo de fazer, a maneira de se realizar determinada função.
Tecnologia: É a estruturação ou a ordenação da técnica, é a aplicação dos conhecimentos científicos à produção em geral.
O conhecimento jurídico pode ser dividido em:
Existem 3 caminhos para um jurista adota como filosofia: juspositivismo, não-juspositivismo e crítico.
Juspositivismo: É uma corrente da teoria do direito que procura explicar ao fenômeno jurídico a partir do estudo das normas positivas, ou seja, daquelas normas postas pela autoridade soberana de determinada sociedade. Ao definir o direito, o positivismo identifica,portanto, o conceito de direito com o direito efetivamente posto pelas autoridades que possuem o poder político de impor as normas jurídicas. A visão juspositivista tem uma relação direta com o liberalismo econômico e político. O jurista juspositivista é extremamente conservador e está sempre ''conectado'' ao presente, pois aprende a ser indiferente ao mundo e em relação aos outros.
Exemplo: Hans Kelsen-Teoria Pura do Direito.
Não - Juspositivismo: é uma corrente da teoria do direito onde a existência do Estado é garantida através de medidas mais rígidas aplicáveis por um período de tempo. A ordem jurídica como toda ordem, repousa em uma decisão e não em uma norma.
O jurista não-juspositivista tende a ser um reacionário (reagir contra o presente e prega a volta ao passado, é extremamente tradicional). 
O direito não é compreendido como reprodução automática das competências normativas. O direito é setentrional, o poder é maior que o seu momento normativo. A verdade do direito não está nas normas jurídica. Acima delas, há o poder que tanto as instaura quanto rompe com elas.
Exemplo: Carl Schimitt, alemão que acredita que acima do direito está o poder, pois só existe direito e decisão se for estipulado por um poder, um soberano. E Foucalt também muito importante.
Crítico: O ''pensamento crítico'' nada mais é do que a formulação ''teórico-prática'' de se buscar, pedagogicamente, outra direção ou outro referencial que atenda às contradições estruturais da modernidade presente, visando romper com as formas de racionalidade que une a ciência e a tecnologia do direito em novas formas de dominação. Para esta teoria, é de suma importância estudar a estrutura socioeconômica na sua totalidade, ou seja, não só a norma ou só o poder, mas sim o englobamento geral.
O jurista crítico geralmente é progressista, futurista ou revolucionário, e tenta visualizar mudanças que poder ser realizadas a favor da sociedade.
Exemplo: PachoKans ''A Teoria Geral do Direito'' e o Marxismo → ideologia de crítica de estrutura social (praxis).
Jusnaturalismo: Defende que o direito é independente da vontade humana, ele existe antes mesmo do homem e acima das leis do homem; para o jusnaturalismo o direito é algo natural e tem como pressupostos os valores de ser humano, e busca sempre um ideal de justiça.
Dentro dos pensamentos juspositivistas existem 3 caminhos: o juspositivista eclético, juspositivista estrito e juspositivista ético.
Juspositivismo Eclético: Consideram que o direito positivo resulta de fontes externas do próprio Estado, como moral, a cultura e os valores sociais. A forma já é juspositivista, mas se considera o conteúdo das normas prévio ao Estado. O ecletismo, neste sentido quer dizer a respeito do apoio em fontes variadas para a explicação do fenômeno jurídico. O juspositivismo eclético baseia-se em dados da cultura, que são sociais, elásticos, históricos, valorativos, considerando-os elementos influentes, junto à norma estatal.
Autores: Reale, Escola Histórica, Savieny, Puchta, etc.
	No Brasil, Miguel Reale é quem mais se destacou numa perspectiva de juspositivismo eclético, com sua proposta sobre a teoria tridimensional do direito.
Para Reale, há outros núcleos significativos que constituem o fenômeno jurídico. Toda norma jurídica exprime determinados valores, construídos da própria sociedade, culturalmente. Além disso, é uma específica situação concreta dos fatos sociais que engendra o impulso pela gênese das normas, que tem também em vista de aplicação dos fatos.
Juspositivismo Estrito: Assenta-se apenas sobre a forma normativa; as questões teóricas do direito são resolvidas a partir de um privilégio da razão em face da realidade. A racionalidade preside grande parte da ciência do direito, como uma necessidade universal. Somente a norma jurídica estatal identifica cientificamente direito. 
Para compreender a normatividade do direito, não é preciso vasculhar as fontes sociológicas, políticas, histórias e culturais do poder; e sim utilizar o método analítico. Análise neste sentido quis dizer quebra do todo, trabalhando apenas dentro do pedaço normativo do direito. A análise faz comparações, sistematizações, estabelece semelhanças e diferenças, em um estudo dentro de um aspecto restrito. 
Hans Kelsen, logo nas primeiras décadas de século XX, levará os pressupostos de um juspositivismo estrito aos limites extremos. 
A teoria Pura do Direito é sua obra definitiva e distintiva. Para Kelsen, é verdade que o direito seja um fenômeno social, complexo, mas sua análise como ciência revela uma coerência e uma necessidade de critérios formais estáveis.
Juspositivismo Ético: Algumas correntes jurídicas passam a se preocupar com questões éticas na constituição do fenômeno jurídico. Determinados instrumentais jurídicos permitem a fala livre, a comunicação, a expressão de vontades, a democracia, a cidadania, e daí, o trabalho do direito positivo deve tanto considerar as normas jurídicas no plano formal como também no seu conteúdo. A partir desse horizonte de valores expresso nas normas jurídicas reputa-se à ética que encontram no direito a possibilidade de construção de democracia contemporânea.
Trata-se de uma corrente juspositivista, visto que enxerga exatamente nas mesmas estruturas jurídicas contemporâneas os valores a serem construídos e preservados socialmente, ou seja, não afasta a ordem estatal, não afasta a estrutura técnica do direito positivo, não propõem alterações substanciais na sociedade, mas aponta para alguns princípios e horizontes éticos mínimos que essa mesma ordem jurídica deve construir ou manter.

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