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Aula 06

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FUNDAMENTOS DA EPIDEMIOLOGIA 
AULA 6: A EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL E A CONSTRUÇÃO DO SUS
Tema da Apresentação
AULA 6: A EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL E A CONSTRUÇÃO DO SUS 
FUNDAMENTOS DA EPIDEMIOLOGIA 
Conteúdo Programático desta aula
Contextualização histórica e social da Epidemiologia no Brasil.
O Brasil é o único país do mundo que se refere a estratégias de uso da Epidemiologia na sua constituição (Constituição Federal, 1988, artigos 196 a 200). 
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FUNDAMENTOS DA EPIDEMIOLOGIA 
Conteúdo Programático desta aula
Movimento da Reforma Sanitária.
No início do século XX, a saúde era um dever e uma obrigação da população. Práticas sanitárias eram impostas autoritariamente pelo Estado. Entretanto, no decorrer do século, através da luta popular, a saúde passou a ser considerada um direito do cidadão e um dever do Estado (Constituição de 1988).
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FUNDAMENTOS DA EPIDEMIOLOGIA 
Conteúdo Programático desta aula
Construção do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 1990 o Governo Federal edita as Leis 8.080/90 e 8.142/90, conhecidas como Leis Orgânicas da Saúde, regulamentando o SUS, criado pela Constituição de 1988. 
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FUNDAMENTOS DA EPIDEMIOLOGIA 
Conteúdo Programático desta aula
Princípios do SUS.
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FUNDAMENTOS DA EPIDEMIOLOGIA 
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E SOCIAL DA EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL
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PERÍODO DO BRASIL IMPÉRIO 
 (1822 A 1889)
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 A vacinação contra a varíola, em 1846, tornou-se obrigatória, em todo o Brasil Império.
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Em 1850, uma grande epidemia de febre amarela, iniciada no Rio de Janeiro no ano anterior demonstrou a pre­cariedade da organização sanitária municipal.
Foi criada a Junta Central de Saúde Pública, que viria a se constituir no Ministério da Saúde, que incorporou os estabelecimentos de Inspeção de Saúde dos Portos do Rio de Janeiro e do Instituto Vacínico. 
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Nessa época, a chamada Medicina Tropical, relacionada ao tratamento de doenças como malária, febre amarela e várias parasitoses, passou a ser objeto de interesse não apenas médico ou sanitário, mas também econômico e político.
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No Brasil uma “protoepidemiologia” originou-se da Medicina Tropical que descrevia a ocorrência de diversas doenças infecciosas, seus vetores e agentes. Destaca-se o papel da Escola Tropicalista Baiana, ainda na era pré-pasteuriana.
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A ESCOLA TROPICALISTA BAIANA E SEUS MEMBROS
Na década de 1860, do século XIX, surgiu na Bahia um grupo de médicos nacionais e estrangeiros, fora do circuito acadêmico e da burocracia estatal, dedicados à prática de uma medicina voltada para a pesquisa da causa das doenças tropicais que acometiam as populações pobres do país, principalmente negros e escravos. 
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O médico inglês John Paterson (1820-1882), juntamente com o médico luso-germânico Otto Wucherer (1820-1872) e o médico português José Francisco da Silva Lima (1826-1910) são considerados os precursores da Medicina Experimental no Brasil, no âmbito das moléstias tropicais, na segunda metade do século XIX. 
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Um dos primeiros trabalhos de impacto de Wucherer foi em 1849, quando ele confirmou a febre amarela no Brasil, diagnosticada por Paterson.
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Para entender as doenças no Brasil, Wucherer, assim como seus demais colegas da Escola Tropicalista, rejeitaram a ideia de que a raça, o clima dos trópicos e os habitantes dos trópicos degeneravam irreversivelmente. 
Defendiam a ideia de que a maioria das doenças era universal, mas que a umidade e o calor as exacerbavam, assim como as particularizavam. 
Costumavam associar as doenças nos trópicos à pobreza, desnutrição, falta de saneamento e às más condições de vida dos escravos e dos mais pobres (atual determinação social da saúde). 
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A Santa Casa da Misericórdia de Salvador foi o espaço institucional de produção do conhecimento com as discussões dos médicos da Escola Tropicalista Bahia sobre os casos clínicos atendidos; 
A forma de produção do conhecimento foi o laboratório, com a bancada, os animais experimentais, o cadinho e o microscópio; 
A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
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... e a Gazeta Médica da Bahia, lançada em 10 de julho de 1866, o veículo de difusão e validação do conhecimento produzido!
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Na segunda metade do século XIX e início do século de XX, os experimentos de Louis Pasteur levaram ao descobrimento dos microorganismos e ao desenvolvimento da bacteriologia, surgindo o conceito de agente etiológico da doença.
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A partir daí, o desenvolvimento de métodos imunológicos (vacinação e soroterapia) de prevenção e combate aos agentes etiológicos pro­piciou a execução da vacinação contra a varíola iniciando uma nova prática de controle das doenças, com repercussões na forma de organização de serviços e ações em saúde coletiva.
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A elite cafeeira paulistana e mineira revezava o cargo da presidência da República movida por seus interesses políticos e econômicos.
 PERÍODO DA REPÚBLICA VELHA - 1889 A 1930
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Com a proclamação da República, em 1889, a ideia principal era a modernização do Brasil. Entretanto, a desorganização dos Serviços Sanitários Estaduais facilitou a ocorrência de novas epidemias de varíola, febre amarela, peste bubônica, febre tifóide e cólera no país, logo nos primeiros anos da República (entre 1890 e 1900). 
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A Bacteriologia vivia seu auge no Brasil e em todo mundo. 
Diante dessa situação, médicos sanitaristas, como Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, indicados pelo governo federal, ocuparam importantes cargos públicos, com o objetivo de estabelecer estratégias para o saneamento das áreas atingidas pelas epidemias.
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Em 1903, o presidente da República, Rodrigues Alves, nomeou Oswaldo Cruz, recém egresso do Instituto Pasteur, para a Diretoria-Geral de Saúde Pública.
Sua tarefa era sanear o Rio de
Janeiro, capital do país, e combater as principais epidemias que assolavam a cidade: a febre amarela, a peste bubônica e a varíola.
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 As ações para o combate à febre amarela iniciadas por Oswaldo Cruz no ano de 1903, se destacaram em nível nacional, além das medidas vacinais obrigatórias contra a varíola, cuja lei foi promulgada em 1904. 
Entretanto vale a pena destacar que essas medidas obrigatórias impostas desencadearam uma revolta na população, como a polêmica Revolta da Vacina.
 
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Em 1905, Carlos Chagas conseguiu controlar um surto de malária no interior de São Paulo e sua experiência acabou tornando-se referência para o combate à doença no mundo inteiro.
 Em 1909, Chagas descobriu o protozoário causador da tripanossomíase americana, denominado por ele de Trypanossoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz. 
A doença ficou conhecida mundialmente como Doença de Chagas.
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Na década de 1920, a Saúde Pública cresceu como questão social. As unidades de Saúde Pública existentes estavam vinculadas aos governos estaduais, situadas nas capitais e principais cidades do interior, atuando principalmente na assistência médica, assistência materno-infantil, orientação alimentar, fiscalização de alimentos e de laboratórios. 
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Na gestão de Carlos Chagas na Diretoria-Geral de Saúde Pública, a partir de 1923, sob influência da Saúde Pública norte-americana, foram criados os primeiros Centros de Saúde no Brasil, que passaram a constituir uma estrutura assistencial básica permanente.
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PERÍODO DESENVOLVIMENTISTA - 1945 A 1964
PERÍODO DO REGIME MILITAR - 1964 A 1984
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Curiosidade: O aterro da orla da baía de Guanabara – entre o Aeroporto Santos Dumont e a enseada de Botafogo – e a urbanização do parque do Flamengo datam da década de 1950 (o parque é projetado de 1954 a 1959), com as obras iniciadas apenas em 1961, no Rio de Janeiro.
Na década de 1950, o movimento de urbanização é intenso, recolocando a discussão do padrão de política de Saúde Pública existente, dentro de uma discussão mais geral pretendendo que o desenvolvimento econômico-industrial tivesse a capacidade de resolver os problemas sociais, como os problemas de saúde.
 
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ATERRO DO FLAMENGO COM VISTA DO PÃO DE AÇUCAR - RIO DE JANEIRO / BRASIL, 2009
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ATERRO DO FLAMENGO 1962
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Em 1953, é criado o Ministério da Saúde e, em 1956, o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu), que congrega todos os serviços de combate às doenças endêmicas. 
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A partir de meados da década de 1950, foram criados os departamentos de Medicina Social em faculdades de Medicina e o ensino da Epidemiologia foi inserido no currículo médico.
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O Centro de Investigações Epidemiológicas (CIE), primeiro órgão federal com responsabilidades abrangentes na área de epidemiologia, foi criado em 1968. 
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Na década de 70, as más condições de vida da população de baixa renda e o insuficiente desenvolvimento das medidas de Saúde Pública e de saneamento básico contribuíram para a permanência de graves problemas de saúde na população, como as doenças infectocontagiosas, características das sociedades subdesenvolvidas e as doenças crônico-degenera­tivas, características de sociedades industrializadas. 
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Em 1975, no meio de uma grave epide­mia de meningite que levou ao aumento da mortalidade infantil e do grande crescimento do número de acidentes de trabalho, organizou-se o Sistema Nacional de Saúde, com a promulgação da Lei número 6229. Um dos objetivos era hierarquizar a assistência médico-sanitária de acordo com os perfis epidemiológicos de cada área do País.
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As Campanhas de Erradicação da Varíola na década de 1960 e da poliomielite na década de 1970, aliadas à grave epidemia de meningite ocorrida na década de 1970, contribuíram para consolidar, em meados da década de 1970, o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica no Brasil.
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Nesse contexto, criam-se o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), o Programa Nacional de Imunização (PNI) e o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), consolidando o conjunto das práticas de saúde coletiva, a dissociação entre a Vigilância Epidemiológica, que passou a ser responsável pelo controle de doenças, particular­mente das doenças transmissíveis, e a Vigilância Sanitária, responsável pela fiscalização de portos, aeroportos, fronteiras, medicamentos, alimentos, cosméticos e bens. 
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Em 1978 a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) realizaram a I Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde em Alma-Ata, no Cazaquistão, antiga União Soviética. Foi proposto um acordo e uma meta entre seus países membros para atingir o maior nível de saúde possível até o ano 2000, através da Atenção Primária à Saúde (APS). Essa política internacional ficou conhecida como 'Saúde para Todos no Ano 2000'.
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A Declaração de Alma-Ata, como foi chamado o pacto assinado entre 134 países, concebe a saúde como um direito humano e descreve as seguintes ações mínimas, necessárias para o desenvolvimento da APS nos diversos países: educação em saúde voltada para a prevenção e proteção; distribuição de alimentos e nutrição adequada; tratamento da água e saneamento básico; saúde materno-infantil; planejamento familiar; imunização; prevenção e controle de doenças endêmicas; tratamento de doenças e lesões comuns; fornecimento de medicamentos essenciais. 
A SAÚDE COMO UM DIREITO HUMANO
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Alma-Ata ou Almaty é a maior e mais importante cidade do país! Em 1929 tornou-se capital da república soviética do Cazaquistão e, em 1991, manteve-se como capital do Cazaquistão independente. Em 1998, a capital foi transferida para Astana.
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Apesar de as metas de Alma-Ata não terem sido alcançadas plenamente, a
APS tornou-se uma referência fundamental para as reformas sanitárias ocorridas em diversos países nos anos 80 e 90 do último século. 
Aqui no Brasil, a Declaração de Alma-Ata impulsionou a reforma sanitária brasileira. Com a incorporação do movimento “Saúde Para Todos” foi estabelecida uma nova orientação para a política de saúde, desafiando o envolvimento das pessoas, a colaboração entre os vários setores da sociedade, bem como a criação dos cuidados primários em saúde.
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PERÍODO DA NOVA REPÚBLICA (DE 1985 AOS DIAS DE HOJE)
A REFORMA SANITÁRIA E A CRIAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
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Em 1984, políticos de oposição, artistas e milhões de brasileiros participaram do movimento das Diretas Já. O movimento era favorável à aprovação da Emenda Dante de Oliveira que garantiria eleições diretas para presidente naquele ano. 
A REDEMOCRATIZAÇÃO E O MOVIMENTO PELAS DIRETAS JÁ
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A sociedade brasileira se movimentou, ocupando todas as capitais brasileiras, exigindo eleições diretas para Presidente!
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Entretanto, a emenda não foi aprovada pela Câmara dos Deputados.
No dia 15 de janeiro de 1985, o deputado Tancredo Neves, que fazia parte da Aliança Democrática, foi o escolhido pelo Colégio Eleitoral como o novo presidente da República, representando o fim do regime militar. 
Como Tancredo Neves ficou doente antes de assumir e acabou falecendo, o vice-presidente José Sarney assumiu a presidência . 
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Com a instalação do governo de transição democrática criou-se um ambiente favorável à realização da VIII Conferência Nacional de Saúde, com proposta de democratização da saúde no país através da criação de um Sistema Único de Saúde.
 
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No contexto da democratização acompanhado pelo aumento da consciência sanitária no País, são desenvolvidas tenta­tivas de reestruturação da Saúde, organizadas pelo movimento denominado de Reforma Sanitária. Destaque especial ao médico-sanitarista Sergio Arouca (1941-2003) por toda a sua produção científica e a liderança conquistada na construção do Sistema Único de Saúde (SUS).
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"Está em curso uma reforma democrática não anunciada ou alardeada na área da saúde. A Reforma Sanitária brasileira nasceu na luta contra a ditadura, com o tema Saúde e Democracia, e estruturou-se nas universidades, no movimento sindical, em experiências regionais de organização de serviços. Esse movimento social consolidou-se na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, na qual, pela primeira vez, mais de cinco mil representantes de todos os seguimentos da sociedade civil discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil. O resultado foi garantir na Constituição, por meio de emenda popular, que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado."
Sergio Arouca, 1998.
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“A forma de olhar, pensar e refletir o setor saúde era muito concentrada nas ciências biológicas e na maneira como as doenças eram transmitidas. Há uma primeira mudança quando as teorias das ciências sociais começam a ser incorporadas. Essas primeiras teorias, no entanto, estavam muito ligadas às correntes funcionalistas, que olhavam para a sociedade como um lugar que tendia a viver harmonicamente e precisava apenas aparar arestas entre diferentes interesses. A grande virada da abordagem da saúde foi a entrada da teoria marxista, o materialismo dialético e o materialismo histórico, que mostra que a doença está socialmente determinada.”
 
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Grande marco nas histórias das conferências de saúde no Brasil. 
Foi a primeira vez que a população participou das discussões da conferência. Suas propostas foram contempladas tanto no texto da Constituição Federal/1988 como nas leis orgânicas da saúde, nº 8.080/90 e nº 8.142/90. 
Participaram dessa conferência mais de 4.000 delegados, impulsionados pelo movimento da Reforma Sanitária, e propuseram a criação de uma ação institucional correspondente ao conceito ampliado de saúde, que envolve promoção, proteção e recuperação.
VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 1986
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VIII Conferência Nacional de Saúde, 1986
 
No relatório final da VIII Conferência, constava o projeto da Reforma Sanitária apresentando o novo conceito de saúde e seus determinantes políticos, econômicos, culturais e sociais reforçando que a saúde é resultante da ação articulada de diferentes setores como a educação, meio ambiente, previdência, emprego, habitação, alimentação e nutrição, lazer, esporte, terra e transporte. 
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL de 1988 
Em 1988 foi aprovada uma nova constituição para o Brasil que apagou os rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios democráticos no país. 
Art. 196 da Constituição Federal: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. A saúde como direito de cidadania e dever do Estado: é trazido para o campo da saúde, o direito de cidadania, onde todos os cidadãos têm direito a todos os tipos de serviços de saúde, em todos os lugares. 
 
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A partir da Constituição de 1988, houve a transformação do Sistema Nacional de Saúde em um Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 1990 o governo promulgou as Leis 8.080/90 e 8.142/90, conhecidas como Leis Orgânicas da Saúde, regulamentando o SUS. 
 
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Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990: Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Lei 8142 de 28 de dezembro de 1990: Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na Área da Saúde e dá outras providências.
 
LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE
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 O QUE É O SUS? 
“É o conjunto de ações e serviços de saúde prestados por Órgãos e Instituições Públicas Federais, Estaduais e Municipais, da Administração Direta e Indireta e das Fundações mantidas pelo Poder Público, e de forma complementar pela iniciativa privada.”(Art. 4° Lei 8.080).
 
 
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POR QUE O SISTEMA É ÚNICO? 
Por ser um conjunto de unidades, de serviços e de ações que interagem com um mesmo propósito, organizando-se nas três esferas governamentais (TRIPARTITE): Federal, Estadual e Municipal.
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PRINCÍPIOS OU CARACTERÍSTICAS DO SUS
Integralidade da Assistência
Universalidade
Complementaridade do Setor Privado
Regionalização e Hierarquização
Equidade
Descentralização
Resolutividade
Controle Social
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POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA 
 
No Brasil, a Atenção Primária à Saúde (APS) incorpora os princípios da Reforma Sanitária, levando o Sistema Único de Saúde (SUS) a adotar a designação Atenção Básica à Saúde (ABS) para enfatizar a reorientação do modelo assistencial, a partir de um sistema universal e integrado de atenção à saúde, tornando-se o contato prioritário da população com o sistema de saúde.
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ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMILIA (EAS) 
 
Atualmente, a principal estratégia da ABS no Brasil é a saúde da família que tem recebido importantes incentivos financeiros visando à ampliação da cobertura populacional e à reorganização da atenção. 
A saúde da família aprofunda os processos de territorialização e responsabilidade sanitária das equipes multiprofissionais de saúde, compostas por profissionais da saúde e agentes comunitários de saúde.
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No início do século XX, a saúde era um dever e uma obrigação da população. Práticas sanitárias eram impostas autoritariamente pelo Estado. Entretanto, no decorrer do século, através da luta popular, essa relação se inverteu. A saúde passou a ser considerada um direito do cidadão e um dever do Estado (Constituição de 1988).
 
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Contextualização histórica e social da Epidemiologia no Brasil;
Movimento da Reforma Sanitária;
Construção do Sistema Único de Saúde (SUS);
Princípios do SUS.
Resumindo:
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