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Resumo Penal I AV2

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Resumo Direito Penal I:
Princípios:
Princípio da intervenção mínima: somente se deve recorrer à intervenção do direito penal em situações extremas, como a última saída ou última ratio. A princípio, portanto, deve-se deixar aos demais ramos do direito a disciplina das relações jurídicas.
Princípio da fragmentariedade: as normas penais somente devem ocupar de punir uma pequena parcela dos atos ilícitos, como condutas que violem de forma mais grave os bens jurídicos mais importantes.
Princípio da adequação social: o fato deixará de ser típico quando aceito socialmente, por exemplo o jogo do bicho. 
Conflito aparente de normas: um mesmo fato concreto não pode ser enquadrado em vários tipos penais, sob pena de afronta ao princípio do non bis in idem. Por isso, se ocorrer a incidência de mais um tipo penal a um mesmo fato, os princípios abaixo deverão ser utilizados:
Princípio da especialidade: dá-se quando existir, entre as duas normas aparente incidentes sobre o mesmo fato, uma relação de gênero ou espécie. Será especial e, portanto, prevalecerá a norma que contiver todos os elementos de outra (a geral), além de mais alguns, de natureza subjetiva ou objetiva, considerados especializantes. Esse princípio tem relação indiferente se a norma especial tiver pena mais ou menos grave. A norma especial se sobrepõe a norma geral.
Princípio da subsidiariedade: pressupõe que haja entre as normas aparentemente aplicáveis uma relação de conteúdo a continente. Há uma norma mais ampla (primária), porque descreve um grau maior de violação ao bem jurídico, e uma forma menos ampla (subsidiária), pois descreve um grau inferior de violação a esse mesmo bem (lei primária). Crime fim não é consumado, somente o meio. (Exemplo: Violação de domicilio e furto, porem o furto não é efetuado, logo não há crime fim)
- Expressa: se a norma expressamente declarar que só terá aplicação “se o fato não constituir crime mais grave”.
- Tácita: verifica-se quando o crime definido por uma norma é elemento ou circunstância legal de outro crime.
Princípio da consunção ou da absorção: ocorre a relação de absorção, quando um fato definido por uma norma incriminadora é meio necessário ou normal fase de preparação ou execução do outro crime, bem como quando constitui conduta anterior ou posterior do agente, cometida com a mesma finalidade prática atinente àquele crime. Crime meio é absorvido pelo crime fim. Se dá:
-Antefactum impunível: fato anterior que não pode ser punido -> cogitação.
-Post factum impunível: res furtiva (produto do crime) -> o que será feito após o crime.
Princípio da alteratividade: quando alguém pratica mais de um verbo do mesmo tipo penal, num mesmo contexto fático, só responde por um crime. Este princípio tem lugar nas infrações penais de ação múltipla ou conteúdo variado, que são aqueles tipos penais que possuem diversos verbos, separados pela conjunção “ou”. 
Validade e eficácia da lei penal no tempo e no espaço:
	Conflito de leis penais no tempo: exceções à regra de como a lei vigente é aplicada no tempo:
Retroatividade: aplicação da lei a fatos cometidos antes da sua vigência quando for mais benéfica, da vigência para trás e válida para casos anteriores a sua vigência (Abolitio Criminis – lei posterior descriminaliza condutas, tornando-as atípicas art.240; Novatio Legis in Mellius – lei posterior, sem suprimir a incriminação do fato, beneficia de algum modo o agente, ou seja, há a diminuição da pena Ex. lei 11343, art.28)
Ultra-atividade: lei penal revogada pode ser aplicada após sua revogação, quando o ilícito praticado durante a sua vigência for sucedido por lei mais severa.
Irretroatividade: a lei penal não retroagirá, ou seja, não irá agir para trás, da vigência para frente (Novatio Legis Incriminadora – lei posterior incrimina conduta que era licita, ou seja, um novo crime é criado Ex. crime de invasão de sistema de informática; Novatio Legis in Pejus – lei posterior, mantendo a incriminação do fato, torna mais grave a situação do réu, ou seja, há um aumento da pena Ex. lei 8072/90 aumento de pena para crimes hediondos)
Tempo do Crime:
Teoria da atividade: adotada pelo legislador, considera o tempo do crime do momento da atividade (omissão ou ação do crime).
Teoria do resultado: trabalha no momento do resultado do crime.
Teoria mista ou ubiquidade: não faz diferença entre ação ou resultado.
Lugar do Crime:
Teoria da atividade: considera o tempo do crime do momento da atividade (omissão ou ação do crime).
Teoria do resultado: trabalha no momento do resultado do crime.
Teoria mista ou ubiquidade: adotada pelo legislado, não faz diferença entre ação ou resultado.
-Foro competente: regra do art.70 do CPP -> local onde o crime se consumou, ou seja, o resultado.
Dolo: é a vontade e a consciência de realizar os elementos constantes do tipo legal, ou seja, praticar um crime. É a vontade manifestada pela pessoa de realizar a conduta. Espécies:
Dolo direto ou determinado: aquele em que o agente busca/quer o resultado.
Dolo indireto ou indeterminado: aquele em que a vontade do agente não é exatamente definida. Pode ser:
Alternativo: aquele em que o objeto da ação se divide entre dois ou mais resultados (ex. matar ou ferir – para o agente tanto faz a produção de um ou outro resultado)
Eventual: quando o agente não deseja diretamente o resultado, mas assume o risco de produzi-lo (ex. a pessoa que, sabendo-se portadora de doença sexualmente transmissível, matem relações sexuais com outra).
Dolo geral: não importa o meio que chegou ao resultado, importa a intenção. 
Culpa: consiste na prática não intencional do delito, faltando o agente um dever de atenção e cuidado. Na culpa há a não-observância do dever de cuidado pelo sujeito, causando o resultado e tornando punível seu comportamento. Só existirá crime culposo quando for expressamente previsto na legislação. Modalidades:
Negligência: é a falta de atenção devida, a displicência, o relaxamento (ex. não observar a rua ao dirigir carro).
Imprudência: é a conduta precipitada, a criação desnecessária de um perigo (ex. dirigir carro em excesso de velocidade).
Imperícia: é a falta de habilidade técnica para certas atividades (ex. não saber dirigir carro).
Espécies:
Culpa inconsciente: é a comum, nas modalidades de negligência, imprudência e imperícia. O fato era previsível, mas o agente não o previu, por falta de atenção devida.
Culpa consciente: é uma forma excepcional de culpa, cujo agente prevê o resultado, mas acredita que ele não ocorrerá, por confiar erradamente em sua perícia ou nas circunstancias. 
Culpa imprópria: é aquela em que o agente, por erro de tipo inescusável, supõe estar diante de uma causa de justificação que lhe permita praticar fato típico licitamente.
Preterdolo: no crime preterdoloso, há dolo no antecedente e culpa no consequente. O agente tem sua intenção voltada para a produção de determinado resultado, mas, por culpa, acaba ocasionado outro, mais grave (ex. lesão corporal seguida de morte).
Tipicidade: é a adequação do fato da vida real ao modelo descrito abstratamente na lei penal. Dividida em:
Formal: é a adequação perfeita da conduta do agente ao modelo abstrato (tipo) previsto na lei penal. É aquele em que o legislador fez previsão expressa para o delito que se amolda ao fato típico. Adequar um tipo penal para determinado caso concreto
Material: é a analise ou avaliação da significância do bem, no caso concreto, a ser protegido.
Conglobante: é necessário verificar se a conduta do agente é antinormativa e que haja tipicidade material, ou seja, que ocorra um critério material de seleção do bem a ser protegido. Interesse da punição pela sociedade.
Trajetória do crime (Inter criminis):
Cogitação do crime - não se pune;
Atos preparatórios – não se pune;
Execução – interrompida nessa fase, pune-se a tentativa;
Consumação do crime.
A execução se inicia com o primeiro movimento que concretize a realização da ação descrita no tipo. A punição ocorre somente nas fases de execução econsumado. Na execução, o bem jurídico começa a ser atacado. O agente inicia a realização do núcleo do tipo e o crime já se torna punível. Na consumação, todos os elementos que se encontram descritos no tipo penal foram realizados.
Consumação: crime consumado é aquele em que se reúnem todos os elementos de sua definição legal (art. 14, I). Nos crimes materiais, a consumação se dá com a ocorrência do resultado descrito no tipo; admite-se a tentativa. Nos crimes formais e de mera conduta, a consumação se dá com a prática da ação proibida. Nos crimes permanentes, a consumação se prolonga no tempo, até que o agente resolva interrompê-la; o agente encontra-se em permanente estado de flagrância.
Tentativa: diz-se o crime tentado quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços (art.14, II e § Ú). Não há tentativa de contravenção (art.4º, LCP). Possui as seguintes espécies:
Tentativa perfeita ou acabada (ou crime falho ou frustrado): o agente consegue praticar todos os atos necessários à consumação, embora esta não acabe ocorrendo.
Tentativa imperfeita ou inacabada: a ação do agente é interrompida no meio do caminho. O agente não chega a esgotar sua capacidade ofensiva, contra o bem jurídico visado.
Desistência voluntária: o agente voluntariamente interrompe a execução do crime, impedindo sua consumação (art. 15). A lei quer, como tal medida, estimular o agente a retroceder. Não é possível nos crimes de mera conduta, em que a execução é a própria consumação.
Arrependimento eficaz: o agente termina todo o processo de execução, porem evita a consumação. 
	- Nos dois casos o agente só responde pelos atos até então praticados.
Arrependimento posterior: ocorre nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, em que o agente, voluntariamente, repara o dano ou restitui a coisa até o recebimento da denúncia ou queixa. Há diminuição de pena.
Crime impossível:
Ineficácia absoluta do meio: o meio empregado ou instrumento utilizado para a execução do crime jamais levará à consumação (usar um palito de dentes para matar um adulto)
Impropriedade absoluta do objeto: a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta é absolutamente inidônea à produção de algum resultado lesivo (ex. matar cadáver, ingerir substância abortiva imaginando-se grávida).
Excludentes de ilicitude: além de típico, para ser considerado crime, o fato deve também ser antijurídico. Não há crime quando o agente pratica o fato nos seguintes casos:
Estado de necessidade: o agente pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade; nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Legítima defesa: quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Contra pessoas ou coisas, caracteriza estado de necessidade.
Estrito cumprimento do dever legal: consiste a excludente na existência de dever, proveniente de lei, a obrigar o agente a determinada conduta típica. Enquadra-se na atividade do policial, ao executar mandado de prisão.
Exercício regular do direito: ocorre quando o agente age dentro dos limites autorizados pelo ordenamento jurídico (ex. lesão corporal decorrente de violências desportivas).
Imputabilidade penal: é a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com esse entendimento. Em regra, todo agente é imputável, a não ser que ocorra causa de excludente de imputabilidade. Suas causas são:
Doença mental – é a perturbação mental de qualquer ordem, como psicose, esquizofrenia, loucura, paranoia, psicopatia, epilepsia. Dependência patológica de substância psicotrópica configura doença mental e pode levar a interdição civil.
Desenvolvimento mental incompleto - é o desenvolvimento que ainda não se concluiu (ex. menores de 18 anos e silvícolas inadaptados à sociedade).
Desenvolvimento mental retardado – é o caso de oligofrênicos, classificados em: débeis mentais; imbecis e idiotas; dotados de reduzidíssima capacidade de entendimento e de autodeterminação. 
Embriaguez – é a intoxicação aguada e transitória causada pelo álcool ou substância de efeitos análogos, cujas consequências variam de ligeira excitação até o estado de paralisia e coma. Dois tipos:
Embriaguez acidental: é a decorrente de caso fortuito ou força maior. Quando completa, exclui a imputabilidade; se incompleta, não a exclui, mas permite a diminuição de pena de um terço a dois terços.
Embriaguez patológica: é causa excludente de imputabilidade porque se equipara à doença mental.

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