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CONCURSO DE CRIMES
UM SUJEITO, COM UMA SÓ CONDUTA, OU VÁRIAS, REALIZA VÁRIOS CRIMES. 
Espécies de concursos:
1 – CONCURSO MATERIAL (artigo 69 do CP).
Neste caso, há pluralidade de condutas e pluralidade de crimes. 
Exemplo: roubo e estupro. É exemplo de concurso heterogêneo, crimes diferentes. 
Exemplo: roubo e roubo. É exemplo de concurso homogêneo, já que os crimes são idênticos. 
Concurso material
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código.
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. 
Diferença entre concurso material homogêneo e crime continuado:
Tal diferença se dá pela data. No crime continuado, o lapso de prazo máximo é de 30 dias. 
Aplicação da pena no concurso material:
Cada crime tem a sua pena. Isso é individualização. No final, as penas são somadas. 4 anos do roubo e 6 anos do estupro. No final, 10 anos. Tem que individualizar o roubo, para se chegar a 4 anos. Tem que individualizar o estupro, para se chegar a 6 anos. 
A prescrição se conta em relação a cada crime, e não em relação à pena total, somada. É o que dispõe o artigo 119 do CP. 
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.
2 – CONCURSO FORMAL OU IDEAL (ARTIGO 70).
No caso, há conduta única, e pluralidade de crimes. 
Exemplo: com um só acidente, matam-se sete pessoas. É conduta única, vários crimes (7 mortes). Esse concurso formal é homogêneo, já que houve sete homicídios. 
Concurso formal heterogêneo, os crimes não são idênticos. Por exemplo, com um acidente de trânsito, houve 3 mortos (homicídios) e 4 feridos (lesões corporais).
No concurso formal, há uma outra classificação muito importante. 
Concurso perfeito e concurso imperfeito. 
Concurso perfeito (próprio ou normal): ocorre quando não há desígnios autônomos em relação aos delitos. Exemplo: com um acidente, sete mortos. Não houve dolo em relação a cada morte. 
Concurso imperfeito (impróprio ou anormal): ocorre quando há desígnios autônomos em relação a cada crime. É excepcional. Exemplo: “A” quer matar “B” e “C”; com uma só conduta, mata os dois. 	Com um disparo, matam-se os dois. Há desígnio de matar “B” e “C”. Há dolo frente aos dois delitos. 
Na “aberratio ictus”, em sentido amplo, há concurso formal perfeito ou imperfeito? 
O concurso formal é sempre perfeito. Exemplo: “A” quer matar “B”; dispara, mas mata “C”. Mata “B” e mata “C”. O dolo do agente dirige contra “B”. Dolosa foi a morte de “B”. “C” morreu, mas foi homicídio culposo. No concurso imperfeito, deveria haver dolo frente aos dois. 
Qual a relevância em distinguir o perfeito e o imperfeito?
A relevância está na pena.
No concurso formal imperfeito, as penas são somadas. É como se fosse o concurso material. Aplica-se o sistema da cumulatividade. 
No concurso formal perfeito, o juiz aplica a pena mais grave, aumentada de 1/6 até a metade. Aplica-se o sistema da exasperação. 
É mais comum a ocorrência de concurso formal perfeito de delitos.
O que o juiz considera para elevar de 1/6 até a metade. Considera, sobretudo, a quantidade de delitos. 
EXCEÇÃO NO CONCURSO PERFEITO: há uma exceção.
Se a soma das penas, no concurso perfeito, é melhor para o réu, elas devem ser somadas. Tal denomina-se de CONCURSO MATERIAL BENÉFICO. 
Exemplo: concurso de homicídio doloso e lesão corporal culposa. O juiz fixa 6 anos para homicídio e 2 meses para lesão culposa. Se usar a regra geral, seria 6 anos, e mais, no mínimo, 1 ano (1/6 de 6 anos), o que daria no mínimo 7 anos. No caso, para o réu, é melhor somar, que daria 6 anos e 2 meses. O juiz deve somar – concurso material benéfico. A palavra material é usada porque é como se fosse concurso material. 
No concurso formal, em regra, na hora da pena, o sistema é da exasperação. Há duas exceções – no concurso imperfeito soma-se e no concurso material perfeito, soma-se. 
Vários roubos, no mesmo contexto fático. 
Exemplo: roubo de 20 passageiros no ônibus. Solução penal: jurisprudência atual, consolidada, diz que é concurso formal perfeito (um só desígnio). A conduta é única, a ameaça é única, com vários patrimônios lesados. É perfeito, segundo o professor, por pura razão de política criminal. A rigor, teria concurso imperfeito. Teria, se entendesse imperfeito, seria 5 anos vezes 20...
CRIME CONTINUADO:
A matéria deve ser bipartida. Há duas espécies de crime continuado, o genérico (artigo 71, “caput”) e o específico (parágrafo único do artigo 71). 
CRIME CONTINUADO GENÉRICO:
Requisitos:
A – Pluralidade de condutas subseqüentes e autônomas. 
Exemplo: furto no caixa, feito pelo caixa. 
Problema atual: furto continuado de R$ 10,00, cada vez. Se enfocar cada conduta individualmente, poderia ser aplicado o princípio da insignificância. Mas e se levou os R$ 10,00 muitas vezes. Não dará para aplicar o princípio, já que a soma total não é insignificante. 
B – Pluralidade de crimes da mesma espécie. 
O que entende por crime da mesma espécie? Um problema na doutrina. 
Primeira corrente: são crimes previstos no mesmo tipo penal (furto simples e furto qualificado). 
Segunda corrente: são crimes contra o mesmo bem jurídico (furto e roubo). 
Não há resposta única. A posição majoritária é a primeira (mesmo tipo). 
Exemplo: estupro e atentado violento ao pudor – para a segunda corrente, são crimes da mesma espécie (ambas protegem a liberdade sexual).
Inclusive no STF prepondera a primeira corrente, que exige o mesmo tipo penal. Mas há julgados com posições contrárias. 
A Lei não diz quais crimes são da mesma espécie. Essas posições são construções doutrinárias. 
Roubo e latrocínio são da mesma espécie. Ambos estão no artigo 157 do CP. A jurisprudência do STF, entretanto, é que não são da mesma espécie. Nem o STF segue seu critério. 
C – Elo de continuidade, que se dá pelas condições de tempo (30 dias, pela jurisprudência), pelas condições de lugar (crimes na mesma comarca ou vizinhas, pela jurisprudência), pelas maneiras de execução, etc. 
Conclusão: a unidade de desígnio não é requisito do crime continuado.
Embora haja jurisprudência que é requisito, não está no Código. 
Para efeito da pena, é como se fosse crime único. Teoria da fixação jurídica. O juiz aplica o SISTEMA DA EXASPERAÇÃO. Só que, no caso, varia de 1/6 a 2/3. 
Para outros efeitos penais, cada crime é considerado individualmente. Exemplo: prescrição – cada crime tem sua prescrição.
CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO: 
É específico quando presente três requisitos especializantes:
1 – CRIMES DOLOSOS.
2 – CRIMES CONTRA VÍTIMAS DIFERENTES.
3 – CRIMES COMETIDOS COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA. 
 
Exemplo: vários roubos contra vítimas diferentes, vários estupros contra vítimas diferentes, vários homicídios. 
A diferença se dá na aplicação da pena. A exasperação variará de 1/6 até o triplo. 
Visa a punir mais gravemente. 	
	A súmula 605 do STF perdeu o sentido (em 1985) – proibia continuidade delitiva no homicídio. 
SÚMULA Nº 605
 
NÃO SE ADMITE CONTINUIDADE DELITIVA NOS CRIMES CONTRA A VIDA.
 
	
	Concurso formal e crime continuado ao mesmo tempo:
	PREPONDERA O CRIME CONTINUADO. 
	Exemplo: roubo a ônibus (10 pessoas roubada) e outro roubo a ônibus (mais 10 pessoas roubadas). Cada roubo é um concurso formal, só que tudo em continuaçãodelitiva. 
	Serão 20 roubos em continuidade delitiva. Só valerá a continuidade delitiva. Esquece-se o crime formal. 
	 	 
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