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JURISPRUDENCIAS DE PENHOR LEGAL, MERCANTIL, PECUÁRIO, AGRÁRIO, RURAL

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ação declaratória de existência de seguro penhor rural cumulada com inexigibilidade de débito. cédula rural pignoratícia. caso concreto. matéria de fato. seguro de penhor rural. incidência sobre os bens móveis dados em garantida da cédula contratada. inaplicabilidade da cláusula de seguro para o caso de falecimento do contratante. vencimento antecipado da dívida. apelo provido e recurso adesivo prejudicado. 
Apelação Cível
	Décima Quinta Câmara Cível
	Nº 70057072555 (Nº CNJ: 0431882-51.2013.8.21.7000)
	Comarca de Marau
	BANCO DO BRASIL S/A
	APELANTE/RECORRIDO ADESIVO
	LOURDES SERENE BONAI
	RECORRENTE ADESIVO/APELADO
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
Acordam os Desembargadores integrantes da Décima Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em dar provimento ao apelo e julgar prejudicado o recurso adesivo.
Custas na forma da lei.
Participaram do julgamento, além do signatário (Presidente), os eminentes Senhores Des. Angelo Maraninchi Giannakos e Des.ª Ana Beatriz Iser.
Porto Alegre, 04 de dezembro de 2013.
DES. VICENTE BARROCO DE VASCONCELLOS,
Relator.
RELATÓRIO
Des. Vicente Barroco de Vasconcellos (RELATOR)
Trata-se de apelação e recurso adesivo interpostos por BANCO DO BRASIL S.A. e LOURDES SERENE BONAI contra a sentença das fls. 99-102 que, na ação declaratória de existência de seguro penhor rural cumulada com inexigibilidade de débito por esta ajuizada contra aquele, assim decidiu:
“Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE a ação ajuizada pela parte autora em face do Banco do Brasil, para:
“a) tornar definitiva a antecipação dos efeitos da tutela, concedida às fls. 64/65;
“b) declarar existente o seguro penhor rural na cédula rural pignoratícia nº 40/00700-6,
“c) declarar inexigível qualquer débito decorrente da cédula rural pignoratícia nº 40/00700-6 com relação aos autores deste feito, na condição de viúva e sucessores de Mário Bonai.
“Condeno a parte ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, os quais arbitro em R$ 1.000,00, face ao trabalho desenvolvido pelo patrono dos autores e a natureza da causa.”
Em suas razões (fls. 104-107), sustenta o apelante: a) inexiste seguro contratado na cédula rural; b) não há qualquer ilicitude praticada na espécie; c) devem ser reduzidos os honorários advocatícios sucumbenciais fixados.
A recorrente adesiva, em suas razões, sustenta que devem ser majorados os honorários advocatícios sucumbenciais.
Com preparo o apelo, sem preparo o recurso adesivo, ante a concessão da assistência judiciária gratuita, e com contrarrazões, subiram os autos.
Registro, por fim, que foi observado o previsto nos arts. 549, 551 e 552, do CPC, tendo em vista a adoção do sistema informatizado.
É o relatório.
VOTOS
Des. Vicente Barroco de Vasconcellos (RELATOR)×
Compulsando a Cédula Rural Pignoratícia colacionada aos autos (fls. 15-18), verifica-se que o “seguro automático” reclamado na inicial incidiu sobre os bens dados em garantia do contrato, ou seja, o fundamento do seguro automático contratado foi resguardar os bens móveis garantidores da avença, e não assegurar o pagamento da dívida em caso de falecimento do contratante como ocorrido na espécie.
Cumpre ressaltar que, para o caso de falecimento do contratante, houve a previsão contratual expressa:
“VENCIMENTO EXTRAORDINÁRIO/ANTECIPADO – Na falta de pagamento ou descumprimento de quaisquer obrigações por mim (nos) assumida (s), ou que venha (amos) assumir com o Banco do Brasil S.A., por este ou outro instrumento, ou ocorrendo, conforme o caso, o falecimento ou a liquidação judicial ou extrajudicial do (s) DEVEDOR (ES), ou ainda na ocorrência de quaisquer hipóteses legais de vencimento antecipado de dívidas, poderá o Banco, independente de notificação, considerar vencido antecipadamente, de pleno direito, este e os demais instrumentos de crédito do (s) DEVEDOR (ES) e exigir o total da dívida deles resultantes.”
Portanto, não há falar-se em existência de seguro automático nos termos pretendidos pela parte autora, ora recorrente adesiva/apelada, impondo-se o julgamento de improcedência da demanda.
Tendo em vista o teor desse v. acórdão, resta prejudicado o exame da questão relativa aos honorários sucumbenciais vertida no apelo, bem como o julgamento do recurso adesivo interposto.
Por tais razões, dou provimento ao apelo para julgar improcedente a ação declaratória de existência de seguro penhor rural cumulada com inexigibilidade de débito ajuizada por LOURDES SERENE BONAI contra BANCO DO BRASIL S.A.; e julgo prejudicado o recurso adesivo. Condeno a autora ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios dos procuradores do réu, que fixo em R$ 1.000,00 (um mil reais), valor que deverá ser atualizado pelo IGP-M desde a data da publicação deste v. acórdão até o pagamento, tendo em vista o trabalho exigido e produzido pelos profissionais, suspensa a exigibilidade nos termos do art. 12, da Lei 1060/50, visto que à autora foi concedida a gratuidade processual
Apelação Cível  - Proc. Especiais - N. - Naviraí.
Relator                    -   Exmo. Sr. Des. Vladimir Abreu da Silva.
Apelante                 -   Maurício Miranda Nichols.
Advogado               -   Luiz Nelson Lot.
Apelada                  -   Fertiplantas - Comércio de Produtos Agricolas Ltda.
Advogados             -   Emílio Gamarra e outro.
E M E N T A           –   APELAÇÃO CÍVEL – EMBARGOS DE TERCEIRO – CREDORES PIGNORATÍCIOS – PENHOR AGRÍCOLA – CEDULA DE PRODUTO RURAL – REGISTRO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL RURAL – CONCURSO DE CREDORES – DIREITO DE PREFERÊNCIA – ORDEM DE REGISTRO NO CARTÓRIO IMOBILIÁRIO – ARRESTO – IMPOSSIBILIDADE – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
Tratando-se de penhor agrícola sobre lavoura de soja, deve-se observar a preferência, em caso de concurso de credores pignoratícios, de acordo com a ordem de registro do título na matrícula do imóvel rural.
Não pode o arresto da safra desobedecer à ordem de registro dos títulos de crédito na matrícula do imóvel rural, privilegiando os credores mais modernos em detrimento dos mais antigos.
A  C  Ó  R  D  à O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os juízes da Quinta Turma Cível do Tribunal de Justiça, na conformidade da ata de julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade, rejeitar a preliminar e, no mérito, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
Campo Grande, 26 de fevereiro de 2009.
Des. Vladimir Abreu da Silva – Relator
RELATÓRIO
O Sr. Des. Vladimir Abreu da Silva
Trata-se de RECURSO DE APELAÇÃO interposto por MAURÍCIO MIRANDA NICHOLS, contra sentença proferida pelo Juiz da 1ª Vara Cível da Comarca de Naviraí, que julgou improcedentes os embargos de terceiro interpostos.
Sustenta, em síntese, que a safra de soja foi ofertada como garantia pignoratícia em favor do Banco do Brasil S/A, através de registro da cedula de produto rural no Cartório Imobiliário, devendo, portanto, prevalecer esta sobre as demais, por força do que prescreve o artigo 57 do Decreto-Lei nº 167/1967; lei esta que não admite tergiversações, sendo que os penhores registrados posteriormente são constituídos em grau subsequente, portanto, repita-se, ao proibir a constrição de produto apenhado, mesmo ao credor em grau subsequente, não se esta tratando igualmente desiguais, mas apenas tratando desiguais com desigualdade, considerando-se que os penhores tem sua precedência pelo registro e os posteriores são constituídos com grau subsequente.
Considerou que o registro dos documentos que institui a garantia pignoratícia estabele, sim, preferência de quem fez o registro primeiramente, preferência esta que decorre do artigo 57 do Decreto-Lei nº 167/67 e das normas da Lei Federal nº 492/1937.
Destacou que os §§ 1º e 2º da Lei Federal nº 492/1937 permitem que venha constituir novo penhor rural se o valor dos bens ou dos animais exceder ao da dívida anterior, ressalvado para esta a prioridade de pagamento.
Aduziu que não se pode aceitar o argumento de que a soja financiadase trata de coisa incerta, não existindo ao tempo da constituição da garantia real, e que, havendo a expectativa de produção, que daria para o pagamento de todos os penhores, os bens apenhados são distintos e absolutamente autônomos, já que não restou provado nos autos que tenha colhido produto suficiente para liquidar suas dívidas.
Finalizou, requerendo o conhecimento e provimento do apelo para se reformar a sentença atacada, reconhecer-se a impenhorabilidade do bem constrito, julgar-se procedentes os embargos de terceiro, determinar-se a restituição da soja arrestada ao embargante, correndo as despesas de tal providência por conta da embargada para que possa vender o produto arrestado e destinar o resultado à liquidação das suas dívidas no Banco do Brasil S/A, e, alternativamente, caso seja admitida a penhorabilidade do bem constrito, requer que seja determinada a observância da precedência do penhor constituído em favor do Banco do Brasil S/A, aplicando-se o produto da venda da soja na liquidação das dívidas com garantia pignoratícia do embargante no Banco do Brasil S/A e o que eventualmente sobejar, na liquidação das demais dívidas com a mesma garantia, na ordem de seus registros; assim como seja determinado ao juízo que autorize a venda judicial do produto, por alvará, dando-se ao valor obtido com a transação a mesma destinação acima explicitada, ou seja, pagamento da dívida por ela garantida no Banco do Brasil S/A, tudo mediante prestação de contas, sendo que, por derradeiro, sustenta a hipótese de sobrarem recursos após a liquidação da dívida no Banco do Brasil S/A. Requer que o que sobejar seja destinado ao pagamento da Cooperativa Agrícola Lar Ltda., também credora pignoratícia antecedentemente à apelada.
Regularmente intimada, a apelada apresentou suas contrarrazões, oportunidade em que pugnou pelo conhecimento e improvimento, requerendo preliminarmente a condenação do apelante por litigância de má-fé.
Enfatizou que o asservo probatório demonstra que a safra colhida pelo apelante lhe permite quitar todos os credores pignoratícios, sem preterir nenhum deles, observando-se o que prescreve o ordenamento jurídico acerca da matéria.
VOTO
O Sr. Des. Vladimir Abreu da Silva (Relator)
Trata-se de RECURSO DE APELAÇÃO interposto por MAURÍCIO MIRANDA NICHOLS, contra sentença proferida pelo Juiz da 1ª Vara Cível da Comarca de Naviraí, que julgou improcedentes os embargos de terceiro interpostos.
Colhe-se dos autos que o apelante celebrou com a apelada Cedula de Produto Rural com vencimento em 20 de fevereiro de 2005, em que se comprometeu entregar 11.667 (onze mil, seiscentos e sessente e sete) sacas de soja da safra 2004/2005, oriundas de lavoura situada na Fazenda Águas Claras, Município de Iguatemi, na unidade de recebimento da Cooperativa Agroindustrial Lar, no mesmo Município.
Com o inadimplemento, a apelada ingressou com medida cautelar de arresto, em que foi concedida liminar e cumprida parcialmente, sendo arrestados 3.080 (três mil e oitenta) sacas de soja que se encontravam na Cooperativa Agroindustrial Lar (f. 29).
Contudo, diante da informação de que os produtos arrestados são de propriedade de terceiros alheios ao processo, ou seja, pertencem ao Banco do Brasil S/A e à Cooperativa Agroindustrial Lar (f. 16-18), o apelante ingressou com embargos de terceiros pretendendo a devolução dos bens arrestados, pretensão esta desacolhida pelo juiz singular.
Contra essa decisão é que se insurge o recorrente.
Inicialmente, afasto a preliminar de litigância de má-fé do apelante, uma vez que a simples intenção de preservar a preferência dos credores pignoratícios e, consequentemente, afastar os efeitos do arresto que privilegia credor mais moderno em detrimento dos mais antigos na satisfação do crédito, não configura ato de deslealdade processual, mas sim o intuito de que venham a ser cumpridos os dispositivos legais acerca da matéria.
Quanto ao mérito, verifica-se que a Fazenda Águas Claras, imóvel em que se deu a formação da lavoura, é de propriedade de João Carlos Di Gênio (f. 53-56), que possui contrato particular de parceria agrícola com Maurício Miranda Nichols sobre 504,16ha (f. 28), vigente até 31 de outubro de 2006, e este, por sua vez, celebrou em 18 de novembro de 2004 com a apelada, a Cedula de Produto Rural, gravada na matrícula do imóvel nº 1.942, em comento, sob nº R.2.629, referente à safra 2004/2005 (f. 51).
O apelante também possui contratos de cessão de parceria agrícola com a pessoa de Sérgio Augusto de Azevedo Soares sobre 251,73ha (f. 57), com início em 02 de junho de 20023 e término em 31 de outubro de 2006, com a anuência do proprietário João Carlos Di Gênio, o que demonstra que o apelante utilizava área total correspondente a 779,89ha.
Constata-se, portanto, que, sobre a área total de 779,89ha, o apelante realizou o plantio da safra 2004/2005, gravada com quatro cédulas de produtor rural celebradas com empresas diversas. Dessa forma, a questão cinge-se em saber se o arresto efetuado sobre produto oriundo da safra 2004/2005 não afronta a norma inserida no artigo 57 do Decreto-Lei nº 167, de 14 de fevereiro de 1967.
Da análise das respostas endereçadas ao magistrado a quo, verifica-se que conforme Relatório Agropecuário, emitido pela Agência Fazendária do Estado de Mato Grosso do Sul (f. 110-111), o apelante no período de 29 de março de 2004 a 07 de agosto de 2005, movimentouquilogramas de sojas, correspondente a 22.380 sacas de 60 quilos.
Assim, apurou-se que, no período inerente à safra 2004/2005, o apelante não auferiu quantidade de soja suficiente para quitar o débito com a apelada, bem como para com os demais credores, principalmente o Banco do Brasil S/A e a Cooperativa Agroindustrial Lar Ltda., preferenciais na ordem do penhor rural, exteriorizado através da cédulas de produto rural, gravados na matrícula no imóvel rural em observância ao artigo 1º da Lei Federal nº 492, de 30 de setembro de 1937.
Merece acolhida a argumentação do apelante de que a soja arrestada pela apelada seria aquela necessária para o pagamento dos credores preferenciais gravados na matrícula do imóvel rural, pois se deve respeitar a ordem de registro do penhor cedular constante na matrícula do imóvel, por força do que prescreve a Lei Federal nº 492, de 30 de setembro de 1937.
Através da certidão positiva de penhor, data de 21 de janeiro de 2005 (f. 49-52), expedida pelo 2º Ofício do Registro de Imóveis da Comarca de Iguatemi, consta na matrícula do imóvel rural que o Banco do Brasil possui um crédito com o apelante correspondente a 14.600 sacas de soja, valor este reduzido para 10.809 sacas de soja, referente à safra 2004/2005, na qual colheu 22.380 sacas, restando-lhe saldo de 11.571 sacas de soja, já com o pagamento do Banco do Brasil, saldo este insuficiente para o pagamento da segunda credora, a Cooperativa Agroindustrial Lar, a qual detém um crédito de 11.667, o que resulta na insuficiência para pagamento do segundo credor na ordem de 96 sacas de soja, mesmo utilizando-se para isto as sacas de soja arrestadas pela apelada.
Daí por que, deve ser restituída ao apelante a totalidade da soja arrestada, no importe de 3.080 (três mil e oitenta) sacas, para que possa saldar o débito com os demais credores preferenciais, devolução esta que se fará às expensas da apelada.
Diante do exposto, conheço e dou provimento ao apelo para reformar a sentença recorrida e julgar procedentes os embargos de terceiro.
Determino à apelada que restitua ao apelante 3.080 (três mil e oitenta) sacas de soja, objeto do arresto, correndo por sua conta as despesas de tal providência; devendo o apelante providenciar a venda do produto arrestado e destinar seu valor para liquidação dos débitos no Banco do Brasil S/A.
Em consequência do provimento do recurso, condeno a apelada ao ressarcimento das despesas processuais adiantadas pelo apelante, bem como ao pagamento dos honorários advocatícios que arbitro em R$(quatro mil reais), corrigido monetariamente com base no IGP-M/FGV, a partir desta data, o que façocom fundamento no artigo 20, § 4º, do Código de Processo Civil.
DECISÃO
Como consta na ata, a decisão foi a seguinte:
POR UNANIMIDADE, REJEITARAM A PRELIMINAR E, NO MÉRITO, DERAM PROVIMENTO AO RECURSO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR.
Presidência do Exmo. Sr. Des. Sideni Soncini Pimentel.
Relator, o Exmo. Sr. Des. Vladimir Abreu da Silva.
Tomaram parte no julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores Vladimir Abreu da Silva, Luiz Tadeu Barbosa Silva e João Carlos Brandes Garcia.
Campo Grande, 26 de fevereiro de 2009.
Agravo de Instrumento n. 0008164-03.2013.8.26.0000
Comarca: Bauru (3ª Vara Cível)
Agravante: ANTONIO MONDELLI
Agravado (s): MARTINO MONDELLI
EXECUÇÃO PENHORA DE CABEÇAS DE
GADO - Não restou comprovado que o gado
penhorado é o mesmo dado em garantia de penhor
pecuário - Ainda que fossem os mesmos animais, o
ajuizamento de cautelar de protesto contra alienação
de bens e a garantia pignoratícia não impediriam a
penhora - Artigos 615, II, e 619, CPC - Quando o bem
penhorado for objeto de penhor, o credor pignoratício
deve ser intimado, bastando, pois, a ciência do credor
pignoratício - Bem dado em penhor que não está
elencado entre os absolutamente impenhoráveis (art.
649, CPC) - Penhor não produz efeitos com relação às
obrigações assumidas anteriormente - Risco de
perecimento ou desaparecimento dos bens penhorados
(gado) Inexistência de excesso de penhora
RECURSO DESPROVIDO.
É o relatório .
Em 08/10/2010, Martino Mondelli (ora
agravado) retirou-se da sociedade Frigorífico Vangélio Mondelli
Ltda., recebendo R$ 3 milhões por conta da liquidação de suas
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
quotas e apuração de haveres.
Ficou acordado que esse montante seria
pago em dinheiro da seguinte forma: a) R$ 1.500.000,00 no 5º.
dia útil posterior à data de assinatura e outorga da escritura de
compra e venda da Fazenda Rio Verde; b) R$ 1.500.000,00, por
meio da emissão de 30 notas promissórias de R$ 50.000,00 cada
uma.
Em 13/11/2012, o credor Martino
Mondelli ajuizou ação de execução (autos nº 2147/2012 3ª. Vara
Cível de Bauru) contra os avalistas José Mondelli, Braz Mondelli,
Antonio Mondelli e Constantino Mondelli, cobrando 5 notas
promissórias (21/30, 22/30, 23/30, 24/30 e 25/30), no valor de R$
50.000,00 cada uma, vencidas respectivamente em 10/7/2012,
10/8/2012, 10/9/2012, 10/10/2012 e 10/11/2012, emitidas pela
empresa avalizada Frigorífico Vangélio Mondelli Ltda. (atualmente
denominada de Mondelli Indústria de Alimentos S/A) (fls. 25/48).
O MM. Juízo “a quo” deferiu o pedido de
antecipação de tutela, autorizando o bloqueio “on line”, que
resultou no bloqueio de R$ 21,91 nas contas do executado Braz
Mondelli (fls. 165/180).
Então, o credor postulou a penhora de
cabeças de gado pertencentes ao executado Antonio Mondelli (fls.
183/191), o que foi deferido parcialmente na decisão ora
agravada, com determinação de penhora e remoção de 250
cabeças de bovino macho, de propriedade do executado.
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Diante desse quadro, o recurso não pode
prosperar.
Primeiro, porque não restou comprovado
que o gado penhorado é o mesmo dado em garantia de penhor
pecuário.
A garantia de penhor pecuário dada pelo
ora agravante em contrato de fomento à produção firmado com a
empresa “B. S. Factoring Fomento Comercial Ltda” recaiu sobre:
a) 824 cabeças de fêmea, da raça
Nelore, com mais de 36 meses, animais estes apascentados na
Fazenda Santo Antonio, avaliados em R$ 1.071.200,00;
b) 320 bezerros entre machos e fêmeas,
da raça Nelore, entre 3 e 8 meses, apascentados na mesma
fazenda, avaliados em R$ 96.000,00 (fls. 362/363).
Como constou da decisão agravada, “não
há provas de que os bens dados em garantia pignoratícia sejam
os mesmos alcançados pela penhora, uma vez que “a penhora foi
determinada sobre 250 cabeças de gado bovino macho de um
total de 645 cabeças existentes de gado bovino macho, conforme
especificado e comprovado pelo exequente, não constando
sequer que se trate de bezerros. Contudo, ainda que as 645
cabeças de gado macho sejam bezerros de até 8 meses, e ainda
que todos os 320 bezerros dados em garantia pignoratícia fossem
machos (e não são), mesmo assim haveria um saldo de 325
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cabeças de macho livres da garantia pignoratícia, o que tornaria
perfeitamente possível a penhora de 250 cabeças de gado
macho” (fl. 384).
Segundo, porque, ainda que fossem os
mesmos animais, o ajuizamento de cautelar de protesto contra
alienação de bens e a garantia pignoratícia não impediriam a
penhora.
Nada obsta a que se penhore bem dado
em garantia de penhor, tanto que o art. 615, II, CPC c.c. art. 619,
CPC, dispõem que, quando o bem penhorado for objeto de
penhor, o credor pignoratício deve ser intimado, ou seja, basta a
ciência do credor pignoratício.
Além de o bem dado em penhor não
estar elencado entre os absolutamente impenhoráveis (art. 649,
CPC), o art. 685-A, § 2º, CPC, reforça a ideia de que pode ser
penhorado.
Some-se a isso o fato de as notas
promissórias terem sido emitidas em 20/10/2010, tendo sido o
penhor dado posteriormente, em 20/09/2011, sendo certo que o
penhor não produz efeitos com relação às obrigações assumidas
anteriormente.
Quanto à urgência da medida, verifica-se
in casu o risco de perecimento ou desaparecimento dos bens
penhorados (gado), já que, como previsto no plano de
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recuperação, que tem prazo para o seu cumprimento, a fazenda
na qual se encontram os animais será arrendada (fl. 199).
Como ressaltado pelo MM. Juiz, os
“executados figuram no polo passivo de inúmeras execuções, nas
quais vêm cercando o parco patrimônio aparente com atos
fraudatórios para escapar dos credores, o que já foi reconhecido
judicialmente (...) Presume-se que igual destino terão as reses
depois que arrendado o imóvel rural onde se encontram,
especialmente porque, se vendidas, muito difícil será localizá-las
ou realizar a apreensão do valor do produto da venda, afigurandose, assim, justa e razoável a pretensão acautelatória aqui
requerida pelo exequente” (fl. 352).
Por fim, não há que falar em excesso de
penhora.
Neste ponto, devem ser acolhidos os
argumentos lançados na resposta recursal de que o valor de R$
1.500,00 foi considerado pelo magistrado “a quo” “para um juízo
inicial estimativo e provisório, haja vista que a demanda está no
início e, até a satisfação da mesma, seguramente o valor principal
deverá ser corrigido e sofrerá incidência dos honorários de
advogado e custas processuais” (fl. 423).
O valor de R$ 1.500,00 por cabeça de
gado representa mera estimativa provisória do MM. Juiz,
considerando o valor médio de uma cabeça bovina adulta para
corte.
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Com o regular andamento do feito,
inclusive com eventual avaliação dos bens penhorados, será
devidamente apurado o real valor das cabeças de gado. Após
apurado o real valor dos animais, se o valor dos bens penhorados
for superior ao valor do débito atualizado, nada impede o ajuste e
a redução da constrição.
Por derradeiro, no que tange ao disposto
no art. 1.445, Código Civil, impende frisar que a necessidade de
consentimento prévio e por escrito é uma garantia em prol do
credor pignoratício, não cabendo ser arguida contra o ora
agravado exequente.
Ante o exposto, pelo meu voto, nego
provimento ao recurso.
SÉRGIO SHIMURA
Desembargador Relator
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Registro: 2015.0000292014
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo Regimental nº 2227001-54.2014.8.26.0000/50000, da Comarca de Araraquara, em que é agravante ANDRITZ HYDRO INEPAR DO BRASIL S/A, é agravado CALLAO PARTNERS LTD..
ACORDAM , em 32ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento aoagravo de instrumento, restando prejudicada a análise do agravo regimental. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FRANCISCO OCCHIUTO JÚNIOR (Presidente) e KIOITSI CHICUTA.
São Paulo, 30 de abril de 2015
RUY COPPOLA
RELATOR
Assinatura Eletrônica
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Agravante: Callao Partnes Ltd.
Agravada: Andritz Hydro Inepar do Brasil S/A
Parte: IESA Projetos, Equipamentos e Montagens S/A
Comarca: Araraquara - 1ª Vara Cível
Relator Ruy Coppola
Voto nº 30.062
EMENTA
Agravo de instrumento. Ação cautelar julgada procedente, possibilitando à autora a retirada de materiais que se encontram no parque industrial da ré. Recursos de apelação recebidos apenas no efeito devolutivo, nos termos do artigo 520, IV, do CPC. Discussão acerca da propriedade dos bens, sobre os quais, inclusive, foi constituído penhor mercantil em favor da ora agravante, que recorre na condição de terceira interessada. Relevância da fundamentação e risco de lesão grave e de difícil reparação, já que a sociedade ré se encontra em processo de recuperação judicial. Condições excepcionais que recomendam o recebimento dos recursos também com efeito suspensivo. Exegese do artigo 558 do Código de Processo Civil. Agravo de instrumento provido, prejudicado o regimental.
Vistos.
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra
a decisão copiada a fls. 1966 que, nos autos da ação cautelar
ajuizada por Andritz Hydro Inepar do Brasil S/A em face de IESA
Projetos, Equipamentos e Montagens S/A, recebeu os apelos
interpostos pela ré e pela interessada Callao Partness Ltd., ora
agravante, apenas no efeito devolutivo.
Sustenta a agravante, em suma, que os recursos
devem ser recebidos também com efeito suspensivo, diante do forte
risco de lesão grave e de difícil reparação. Afirma ser credora
pignoratícia da ré, por penhor mercantil de 3.730 toneladas de aço,
das quais já foram apreendidas 620 toneladas, estando na iminência
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de ser apreendido o restante do material depositado na sede da ré, que não possui outros bens para garantir o débito, estando em evidente estado de insolvência, tanto que ingressou com pedido de recuperação judicial. Pede a reforma da decisão.
O presente agravo é tempestivo e o respectivo preparo foi recolhido (fls. 1969/1971), sendo deferido o efeito suspensivo (fls. 1973).
Contrarrazões a fls. 1990/2002.
A agravada noticiou que o juízo de primeira instância suspendeu o curso do processo em atenção ao pedido conjunto formulado pelas partes, requerendo, por consequência, o sobrestamento do julgamento do recurso (cf. fls. 2006/2007).
E, diante da decisão que determinou a oitiva da agravante sobre tal pedido, foi interposto agravo regimental.
É o relatório.
Em primeiro lugar, cumpre observar que a suspensão do processo noticiada a fls. 2006/2007 não impede a apreciação do presente agravo, que discute apenas os efeitos em que serão recebidos os recursos de apelação já interpostos, sendo certo que o julgamento não acarretará qualquer prejuízo aos litigantes, mesmo porque a remessa dos autos ao Tribunal ocorrerá apenas se retomado o curso da ação após o período de suspensão, no qual, inclusive, não correrão os prazos processuais.
Na lição de Humberto Theodoro Júnior :
“Os atos que não podem ser praticados durante a suspensão do processo são os que causam prejuízo ao interesse da parte; caso contrário serão válidos,
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considerando-se como praticados no primeiro dia útil após a suspensão, a exemplo do que se dá com o ato processual realizado durante as férias forenses” (in “Código de Processo Civil Anotado”, Editora Forense, 11ª edição, 2007, p. 191 ).
Quanto ao mérito, os recursos de apelação copiados a fls. 1932/1946 e 1950/1963 foram interpostos pela ré e pela terceira interessada, ora agravante, contra a sentença copiada a fls. 1838/1840, que julgou procedente a ação cautelar ajuizada pela autora, ora agravada.
Os apelos foram recebidos apenas com efeito devolutivo, nos termos da disposição contida no artigo 520, IV, do Código de Processo Civil, na redação dada pela Lei nº 5.925/73.
O artigo 558 do mesmo código, no entanto, permite a suspensão do cumprimento da decisão, até o pronunciamento definitivo da turma ou câmara, em caso que possa resultar lesão grave e de difícil reparação, desde que relevante a fundamentação, cabendo ressaltar que o parágrafo único do referido artigo prevê sua aplicação nas hipóteses do artigo 520.
Na espécie dos autos, em que pese a grandeza e relevância do empreendimento que deu origem ao contrato discutido na presente ação cautelar, há de se ressaltar que ainda pende discussão entre a autora e ré quanto aos débitos e créditos existentes entre elas e, consequentemente, quanto a propriedade das matériasprimas depositadas na sede da ré IESA, o que certamente reflete na regularidade do penhor mercantil constituído em favor da agravante.
Não se olvide, outrossim, que o contrato firmado entre as partes litigantes prevê que as controvérsias que não forem
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resolvidas de forma amigável sejam submetidas à solução por arbitragem, a ser conduzida e administrada pela Câmara de Comércio Internacional (CCI) (cf. cláusula 12 - fls. 66 do instrumento), de modo que a própria competência desta Justiça Estadual vem sendo contestada pela ré em suas razões recursais.
Constata-se, pois, que são relevantes os fundamentos ventilados pela ora agravante, bem como pela sociedade ré que, em suas razões recusais, também requereu o recebimento do apelo no duplo efeito.
E, considerando o vultoso valor dos bens aqui envolvidos, bem como a delicada situação financeira da ré, que se encontra em processo de recuperação judicial, afiguram-se presentes os requisitos do artigo 558 do Código de Processo Civil, sendo de rigor o recebimento dos recursos com efeito suspensivo.
Não se olvide que a própria autora-agravada noticiou que já está impedida de retirar qualquer bem da sede da sociedade ré, por força de decisão liminar concedida pelo juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de Araraquara (cf. fls. 1995/1996), de modo que recebimento dos recursos no duplo efeito não agravará a sua situação.
Ante o exposto, pelo meu voto, DOU PROVIMENTO ao agravo de instrumento, restando prejudicada a análise do regimental.
RUY COPPOLA
RELATOR
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Registro: 2013.0000165175
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº 0032374-55.2012.8.26.0000, da Comarca de Sertãozinho, em que é agravante BANCO RIBEIRÃO PRETO S/A, é agravado SUPERMERCADO GIMENES S/A (EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL).
ACORDAM , em 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MAIA DA CUNHA (Presidente sem voto), FORTES BARBOSA E ALEXANDRE MARCONDES.
São Paulo, 26 de março de 2013
FRANCISCO LOUREIRO
RELATOR
Assinatura Eletrônica
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Agravo de Instrumento n . 0032374-55.2012.8.26.0000
Comarca: SERTÃOZINHO
Juiz: NEMÉRCIO RODRIGUES MARQUES
Agvte: BANCO RIBEIRÃO PRETO S/A
Agvdo: SUPERMERCADO GIMENEZ S/A (EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL)
Interessado: CAPITAL CONSULTORIA E ASSESSORIA LTDA. (ADMINISTRADOR JUDICIAL)
VOTO N 16.970
IMPUGNAÇÃO DE CRÉDITO Cédulas de crédito bancário garantidas por penhor sobre direitos e créditos (recebíveis)
Ausência de registro dos títulos junto ao Oficial de Registro de Títulos e Documentos Registro de natureza constitutiva do direito real de penhor sobre créditos, por força de regra expressa do art. 1.452 do Código Civil A ausência de tradição de bens incorpóreosjustifica a força constitutiva do registro, em oposição ao penhor comum sobre coisas móveis corpóreas (arts. 1.431 e 1.432do Código Civil), cujo registro tem efeito meramente publicitário
Ausência de preclusão, uma vez que anterior recurso apenas apreciou a possibilidade de liberação de travas bancárias, sem enfrentar a questão do registro da garantia real. Correta a decisão que decidiu sobre a natureza quirografária do crédito. Recurso improvido.
Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra a r.
decisão copiada às fls. 273/278 destes autos, que julgou improcedentes
impugnações de crédito do BANCO RIBEIRÃO PRETO S/A nos autos da
recuperação judicial de SUPERMERCADO GIMENEZ S/A, determinando a sua
inclusão como de natureza quirografária, no valor de R$ 9.311.493,10.
Fê-lo a r. decisão, forte no argumento de que embora os
contratos de cédula de crédito bancário estivessem garantidos por penhor de
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recebíveis, inexiste o direito real, que não chegou a ser constituído por ausência de registro junto ao Oficial de Registro de Títulos e Documentos.
Entendeu a decisão, mais, que o V. Acórdão no. 631.655.4/0-00 da Câmara Reservada à Falência e Recuperação Judicial deste Tribunal de Justiça, apenas examinou a questão do levantamento das travas bancárias, mas não tocou na questão da ausência de registro dos penhores especiais.
Recorre o Banco credor, alegando, em resumo, que a natureza preferencial do crédito e a higidez da garantia real de penhor já foram afirmadas por ocasião do julgamento do Agravo de Instrumento no. 631.655.4/0-00, de modo que não podem ser reapreciadas, cobertas que se encontram pela preclusão.
Afirma ainda o recorrente que na recuperação judicial inexiste concurso de credores, razão pela qual o plano apresentado pela devedora tem efeito vinculativo e não mais pode ser alterado. Entende que não cabe a discussão da validade do crédito na recuperação, que contém apenas uma promessa de pagamento.
Insiste na desnecessidade de registro das garantias pignoratícias, cujo efeito seria meramente publicitário.
Ressalta a gravidade da decisão agravada, uma vez que o plano de recuperação judicial contempla de modo radicalmente distinto os pagamentos dos credores com garantias reais e dos credores quirografários.
Negada a liminar de efeito ativo, dispensaram-se informações do MM. Juiz, pois clara a decisão recorrida.
A devedora e o administrador judicial contrariaram o recurso.
A D. Procuradoria Geral de justiça opinou no sentido do
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improvimento do recurso.
É o relatório.
1. O recurso não comporta provimento.
A primeira questão a ser enfrentada é a ocorrência ou não de preclusão, por força do julgamento de anterior recurso de Agravo de Instrumento de no. 631.655.4/0-00 da Câmara Reservada à Falência e Recuperação Judicial deste Tribunal de Justiça, Relator o Desembargador Rene Ricupero.
Aludido Acórdão, que se encontra copiado diversas vezes neste instrumento (vide fls. 145/153), tratou da liberação de travas bancárias, por ocasião do pedido de recuperação judicial.
Disse o aresto que os contratos de cédula de crédito bancário se encontravam garantidos por penhor de recebíveis, de modo que, na forma do par.5º., do art. 49 da L. 11.101/05, os valores auferidos como recebimento da garantia deveriam permanecer em conta vinculada durante o prazo de suspensão do art. 6º. da referida lei.
Anoto que a discussão naquele recurso versou exclusivamente sobre o exato alcance do preceito do art. 49 da L. 11.101/05 e do fato de a credora ter apresentado borderôs de recebíveis, podendo o produto deles permanecer em conta vinculada durante o período de suspensão do art. 6º. da 11.101/05.
Nenhuma palavra foi dita e nenhuma linha foi escrita sobre a regularidade formal do penhor de recebíveis, em especial a questão fundamental de seu registro junto ao RTD, até mesmo porque tal tema não foi naquela oportunidade agitado pelas partes e nem objeto da decisão então agravada.
Não se pode, assim, afirmar que a questão do
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reconhecimento da validade e da eficácia do direito real de penhor já foi sepultada por este Tribunal, quando não foi tema da anterior decisão de Primeiro Grau, nem arguida pelas partes e muito menos apreciada em Segunda Instância.
2. Não me seduz também o argumento de que, após aprovação em assembleia de credores do plano de recuperação judicial, a recuperanda fica inteiramente atrelada ao seu cumprimento, de modo que não mais cabe qualquer impugnação, e o valor e a natureza dos créditos permanecerão estáticos, qualquer que seja a razão que recomende sua reclassificação.
Pode-se discutir se a recuperação judicial encerra, ou não, um concurso de credores, ou mera promessa direta e individual de pagamento, mas o fato é que a aprovação de um plano de pagamento não implica, automaticamente, a impossibilidade de se discutir a classificação dos créditos.
Diga-se, aliás, que no caso em exame tal discussão perde o sentido, uma vez que o crédito sempre foi classificado como quirografário e sujeito aos efeitos da recuperação, o que ensejou esta impugnação.
No caso concreto, o que se extrai das cópias que instruem o instrumento, uma vez que não consta a ata de aprovação da assembleia ao plano de recuperação, é que no momento da deliberação existiam oposições dos credores pendentes de julgamento.
Uma dessas oposições era exatamente a do Banco Ribeirão Preto S/A, que divergia da classificação de seu crédito como meramente quirografário, insistindo na validade e na eficácia da garantia real de penhor sobre créditos.
O próprio Banco recorrente admite embora a ata não conste deste instrumento que a assembleia que aprovou o plano de recuperação judicial “não superou as questões anteriormente postas perante o Digno Juízo, no que tange à classificação do crédito da agravante” (fls. 09 do recurso).
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Ao contrário.
Segundo afirma o Banco recorrente, constou expressamente da ata da Assembleia Geral de Credores a seguinte ressalva:
“a aprovação do plano não implica na imutabilidade dos valores objeto das impugnações, sendo certo que a lista oficial é a elaborada pelo Sr. Administrador, o que foi confirmado pelo representante da recuperanda, Dr. Bruno, o qual ainda frisou que a aprovação do plano não implicará na ratificação dos credores sugerida pela recuperanda, sendo certo que as impugnações ao crédito e/ou sua classificação apresentadas por credores permanecerão válidas até o julgamento final”
Parece claro, portanto, que se o crédito do Banco recorrente tinha oposição pendente de julgamento, não foi este colhido de surpresa pela rejeição de seu pedido de reclassificação como preferencial.
Em outras palavras, o Banco de Ribeirão Preto não pode alegar ter sido iludido no momento da aprovação do plano, que aparentemente estabeleceu regras distintas para os pagamentos dos créditos preferenciais e dos créditos quirografários.
Tinha o Banco pleno conhecimento da existência de pendência sobre a natureza do crédito, o que foi reforçado, de modo explícito, pelo representante da recuperanda, conforme consta da ata da assembleia, acima transcrita.
Logo, a promessa de pagamento constante do plano de recuperação aprovada pela assembleia de credores estava subordinada, quanto a prazo e valores, à decisão judicial que poderia acolher ou não a oposição do Banco recorrente.
Sabia perfeitamente o Banco do risco de seu crédito ser mantido como quirografário, e o momento de se opor ao pagamento parcial de tal categoria de credores era o da assembleia.
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Ultrapassado em muito o prazo para manifestar sua insurgência sobre a aprovação da assembleia ao plano de recuperação, não há como, ao menos nesta sede de impugnação de crédito, examinar a licitude de cláusula do plano de recuperação judicial que limita o valor a ser pago aos quirografários a montante ínfimo.3. Resta a questão central ao julgamento do recurso, consistente de saber sobre a natureza do registro junto ao RTD do penhor sobre direitos e títulos de crédito: é o registro constitutivo, ou meramente publicitário do direito real?
Sabido que o penhor de direitos e títulos de crédito tem natureza de penhor especial e regulação específica no Código Civil (arts. 1.451/1.460).
Disso decorre que nem todas as regras do penhor comum se estendem ao penhor especial.
Há fundamental distinção entre o penhor comum e os penhores especiais, no que se refere à questão do registro. Por isso, é preciso cautela ao se citar doutrina e precedentes, diante da disparidade de efeitos entre as duas modalidades (penhor comum e penhores especiais).
No que se refere ao penhor comum, dispõe o art. Art. 1.431: “Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação”.
O artigo subsequente complementa a regra: “Art. 1.432. O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor comum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos”.
O penhor comum se constitui pela efetiva entrega da posse do bem empenhado ao credor e ganha publicidade e oponibilidade contra
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terceiros com o registro no Oficial de Títulos e Documentos. Em termos diversos, o registro não é requisito de validade nem constitui o penhor comum. Apenas a eficácia do penhor é que está subordinada ao registro. Independentemente do registro, pode o credor promover a excussão do bem empenhado no caso de inadimplemento da obrigação garantida. O privilégio em concurso de credores e a sequela, vale dizer, os efeitos que se produzem frente a terceiros é que estão subordinados ao registro.
Já no que se refere ao penhor especial sobre direitos e títulos, a solução é diametralmente oposta. Basta ler o art. 1.452 do Código Civil, para conferir: “Constitui-se o penhor de direito mediante instrumento público ou particular, registrado no Registro de Títulos e Documentos”.
Aqui o registro é constitutivo do direito real de penhor e não meramente publicitário, e existe razão lógica para isso. Não há tradição de créditos incorpóreos. Não se cogita de entrega do bem no penhor de créditos, por ausência de materialidade, caso em que a constituição do direito real está amparada somente no registro (cfr., de minha autoria, Código Civil Comentado, 6ª. Edição Manole, diversos autores coordenados pelo Min Cezar Peluso, p. 1.452; também Gustavo Tepedino, Código CivilInterpretado Conforme a Constituição da República, Renovar, vol. III, p. 895).
No dizer de Orlando Gomes , fundado em lição de Pontes de Miranda, há, no caso, penhor de crédito stricto sensu. O direito à prestação do devedor é submetido à relação pignoratícia por seu valor patrimonial, sem coisa quem o represente (Direitos reais, 19. ed. Rio de Janeiro, Forense, 2004, p. 401) .
Essa a razão dos tratamentos distintos entre os registros do penhor comum e do penhor especial no Código Civil. No penhor comum, o objeto é corpóreo e o direito real somente nasce com a entrega da coisa ao credor pignoratício que, assim, em razão da visibilidade de sua posse direta, não mais corre o risco de o devedor aliená-la a terceiro de boa-fé. Já nos penhores especiais, quer porque não há entrega da posse direta (penhores rural, mercantil e
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industrial), quer porque não há posse sobre bens incorpóreos (penhor sobre direitos e títulos de crédito), o registro ganha outro peso, e somente com ele nasce o direito real de garantia.
É fato inconcusso que o Banco deixou de levar os contratos contendo cláusulas de criação de garantia real de penhor sobre recebíveis ao Oficial do Registro de Títulos e Documentos.
Logo, o que existe entre as partes é simples relação de crédito (iura ad rem), uma vez que o direito real de garantia de penhor não chegou a se aperfeiçoar por ausência de registro.
Lamentavelmente o crédito em exame é apenas e tão
somente quirografário, porque o penhor não se constituiu.
Se os efeitos de tal classificação são profundamente nefastos para o Banco, e se é ínfimo o pagamento previsto em favor dos credores quirografários no plano aprovado pela assembleia, é questão estranha a esta impugnação de crédito.
Eventual nulidade de cláusula do plano de recuperação por violação a princípios cogentes que regem o direito contratual pode ser apreciada pelo Poder Judiciário, como admitem os tribunais. A insurgência, porém, deve ser manifestada na assembleia e objeto de recurso contra a decisão de homologação da aprovação. Não se furta este Tribunal a apreciar eventual nulidade de cláusula do plano de recuperação judicial, mas não nesta simples impugnação de crédito, na qual a questão não foi agitada e nem debatida pelas partes.
4. Em resumo, a decisão que rejeitou a oposição do Banco recorrente e classificou o crédito como quirografário, uma vez que o direito real de penhor sobre recebíveis não se constituiu, por ausência de registro no RTD, se encontra correta e não merece reparos.
Nego provimento ao recurso.
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FRANCISCO LOUREIRO
Relator
Relator.
RELATÓRIO
Des. João Moreno Pomar (RELATOR)
BANRISUL S/A apela da sentença prolatada nos autos dos embargos de terceiros opostos por ELIS REGINA MOREIRA DE SOUZA. Constou da sentença apelada:
Vistos etc.
ELIS REGINA MOREIRA DE SOUZA ingressou com embargos de terceiro em face do BANRISUL S/A, alegando que deve ser desconstituída a penhora realizada, diante da impenhorabilidade do bem constrito, pois o mesmo lhe serve como instrumento de trabalho. Discorreu sobre a execução, afirmando ser terceiro de boa fé. Postulou liminarmente a liberação do bem e a nulidade da constrição. Requereu a procedência do pedido e a gratuidade da justiça. Juntou documentos.
Deferida a gratuidade da justiça e determinada a juntada de documentos (fl. 27), o que foi atendido (fl. 28), restou parcialmente deferido o pedido liminar (fl. 31), sendo juntados documentos pela parte embargante (fl. 32).
O embargado foi citado (fl. 129) e apresentou contestação (fls. 132/134), alegando que o bem não se caracteriza como impenhorável, bem como que foi declarada a fraude a execução, razão pela qual a aquisição do bem pela embargante é ineficaz. Requereu a improcedência dos embargos.
Houve réplica (fls. 135/137), falando as partes sobre a produção de provas (fls. 139 e 142). Foi realizada audiência de instrução, manifestando-se as partes de forma remissiva à inicial e contestação (fls. 154/157).
É o relatório.
Passo a decidir.
Em que pese ter sido reconhecida a ineficácia da venda do veículo, conforme decisão de fl. 119, tenho que a embargante é terceira de boa fé, já que não tinha ciência da execução que era movida contra Lurdes de Freitas Cardoso.
Aliás, impende ressaltar que a embargante não adquiriu o veículo diretamente da executada, mas de Luiz Antunes dos Santos, o qual também referiu ter comprado o veículo em uma revenda, como mencionou em seu depoimento (fl. 155).
Nesse sentido:
APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. ADQUIRENTE DE BOA FÉ. VEÍCULO. RESTRIÇÃO JUDICAL. Não evidenciado o consilium fraudis, que pressupõe o conhecimento pelo comprador, da existência da execução e/ou da penhora ou restrição judicial quando da realização do negócio, não resta configurada a fraude à execução. Terceiro adquirente de boa-fé não pode ser responsabilizado frente à evidente má-fé do executado/depositário, que se desfez do automóvel tão logo foi citado na execução. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70047313788, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Beatriz Iser, Julgado em 04/04/2012)
Portanto, tenho que a embargante não pode ser atingida pelo ato de constrição, especialmente porque o embargado não provouter havido má fé na negociação, ônus que lhe cabia (art. 333, II, do CPC).
Assim, tenho que deve ser desconstituída a penhora e não reconhecida sua nulidade, uma vez que não há vício que invalide o ato, mas, apenas, não merece ser mantida pelas razões acima expostas.
ISSO POSTO, com fundamento no art. 269, I, do Código de Processo Civil, JULGO PROCEDENTE o pedido intentado por ELIS REGINA MOREIRA DE SOUZA nos embargos de terceiro opostos em face do BANRISUL S/A, para, MANTENDO a antecipação de tutela concedida, DESCONSTITUIR a penhora realizada sobre o bem descrito na inicial.
CONDENO a parte embargada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios ao procurador da embargante, os quais fixo em R$ 700,00, a teor do art. 20, § 4º, do CPC.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se. 
PROCESSO CIVIL – AGRAVO DE INSTRUMENTO – RETENÇÃO DE BAGAGEM EM HOTEL – PENHOR LEGAL - PROPOSITURA DE AÇÃO CAUTELAR IDÊNTICA NO PLANTÃO – AÇÕES PROPOSTAS CONTRA PESSOAS JURÍDICAS DISTINTAS - LITISPENDÊNCIA NÃO CARACTERIZADA - COMUNICAÇÃO DO FATO À ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL OBSTADA.
- Os hospedeiros são credores pignoratícios, independentemente de convenção, sobre as bagagens, móveis, jóias ou dinheiro que os seus consumidores ou fregueses tiverem consigo nas respectivas casas ou estabelecimentos, pelas despesas ou consumo que aí tiverem feito, nos termos do art. 1.467 do Código Civil.
- No caso de inadimplência do hóspede, pode o hotel reter os pertences daqueles que não pagaram as contas relativas à estada no estabelecimento. 
- É incontestável que a finalidade do penhor legal é garantir o pagamento das despesas de hospedagem. Logo, os objetos de uso pessoal que não possuam valor econômico e os documentos do cliente não podem ser retidos pelo hotel, em penhor legal.
- A retenção da bagagem não pode servir de instrumento para coagir o hóspede a liquidar as despesas decorrentes da hospedagem. 
- Dinheiro e notebooks pertencentes aos hóspedes estão sujeitos ao gravame de que trata o art. 1.467 do Código Civil, em razão do valor econômico que apresentam. 
- Não cabe, em sede de agravo de instrumento, avaliar a existência de débito e/ou a responsabilidade pelas despesas de hospedagem, devendo a questão ser dirimida na ação principal ou mesmo na ação de homologação de penhor legal, em razão da necessária dilação probatória. 
- Constatado que as ações cautelares foram propostas contra duas pessoas jurídicas diferentes, resta descaracterizada a litispendência, o que afasta o encaminhamento do ofício à Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/DF, dando conta da interposição de duas medidas cautelares relativas à mesma matéria.
- Recurso parcialmente provido.

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