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* Psicanálise da Criança Prólogo ABERASTURY, A. Os trabalhos originais de Freud surgiram da Análise de adultos, mas ao investigar a infância de seus pacientes, concluiu que as causas da doença mental tinham sua fonte em fatores que atuaram durante as primeiras fases do desenvolvimento. Sexualidade Infantil: as conclusões de Freud neste tema foram confirmadas quando aplicou a psicanálise ao tratamento de uma criança neurótica (Hans). Neste caso foi fundamental também, a investigação dos mecanismos que impulsionam a criança a brincar. Brincar infantil: antes de Freud, os psicólogos, filósofos e pedagogos haviam descrito apenas aspectos parciais da questão ou mostravam os fenômenos sem considerar seu significado inconsciente. * . “Análise da fobia de uma criança de 5 anos”, 1905(1909): Freud interpreta os jogos, fantasias e sonhos de Hans. . Teoria Traumática do Jogo (“ Mais além do Princípio do Prazer”, 1920): aqui Freud explica o fenômeno em sua totalidade e essência, quando ao observar uma criança de 18 meses, descobre os significados psicológicos do brincar. Compreende então, que a criança não brinca apenas por prazer, mas repete na brincadeira situações dolorosas tentando elaborar o que é excessivo para o Ego. * Fundamentos na obra freudiana para a criação da técnica de Psicanálise Infantil . “Atos sintomáticos e casuais”( Psicopatologia da vida cotidiana,1901): relata o ato sintomático de uma criança de 13 anos, cuja interpretação ainda pode ser um exemplo de como se analisar uma criança. . “Associação de idéias em uma menina de 4 anos” (Psicologia da vida erótica,1920): mostra a possibilidade de utilizar a expressão verbal infantil na interpretação. . “Psicologia do colegial”(Mal estar da civilização”,1930): estuda a reação de um menino frente aos professores como uma repetição das relações com os pais, provocando dificuldades escolares de adaptação e aprendizagem. * continuação . “Sonhos infantis”(Lições Introdutórias à Psicanálise,1916): assim como os sonhos adultos os sonhos infantis possuem conteúdo manifesto e latente, se chegando a este último pela interpretação. . Dinâmica do inconsciente, sexualidade infantil e Complexo de Edipo: descobertas de Freud que obrigaram a uma reconsideração sobre o mundo infantil na época. . Mito da felicidade infantil: é derrubado quando Freud demonstra que o amor convive com o ódio: e quando atenta para a angústia do nascimento. * continuação Sexualidade Infantil e Complexo de Édipo: estas teorias de Freud causaram repulsa e resistência na época. Relações Objetais: em 1900, Freud descobre a importância da relação inicial com os pais para as futuras relações. Isto fundamenta a transferência, importante descoberta técnica para o tratamento psicanalítico. “Análise de uma criança de 5 anos”(Hans): juntando a autoridade paterna à médica Freud intui a transferência (mas ainda não se refere a ela nesta época) enfoca a teoria edípica que observara em sua auto-análise lança as bases para a possibilidade do tratamento psicanalítico de crianças * História da técnica de Psicanálise infantil “Análise da fobia de uma criança de 5 anos” 3 pilares da técnica freudiana de Psicanálise de Adultos: 1- Associação Livre- (1986)- Freud fala da psicanálise pela primeira vez como um método terapêutico, ao abandonar a hipnose e a sugestão e descobrir o valor da associação livre. 2- Transferência- (1920)- vínculo que se cria entre paciente e terapeuta, com raízes na mais remota infância. Repetição na relação analítica das primeiras relações objetais, sendo imprescindível a interpretação destas reações transferenciais. 3- Interpretação- comunicando ao paciente as descobertas de sua análise, consegue-se que o mesmo torne consciente o que até então estava reprimido. * “Análise da fobia de uma criança de 5 anos” Caso escrito por Freud em 1905 e publicado em 1909: Fixa as bases para a interpretação da linguagem pré – verbal. Fixa as bases para a utilização da interpretação na análise de crianças. Permite a observação direta da sexualidade infantil e seu desenvolvimento. Confirma a existência e importância do Complexo de Édipo. Sexualidade infantil pré - fálica: a naturalidade sexual animal, permite uma identificação infantil mais fácil (o caso estudado trata-se de uma zoofobia). * continuação Pequeno Hans: neste caso, ao falar da autoridade paterna e médica em uma só pessoa, da coincidência do interesse familiar com o científico, Freud intui(1905): a- que o que dá eficácia à interpretação é a união da figura do terapeuta com o objeto originário: Transferência b- que terapia e investigação são inseparáveis em Psicanálise: Método Psicanalítico (técnica). * O caso Freud o divide em 3 partes: 1- Relata as observações realizadas pelo pai de Hans, ao tentar verificar na observação do filho, a teoria freudiana sobre a sexualidade infantil. 2- Expõe a evolução da enfermidade e do tratamento. 3- Epicrise, parte na qual se propõe: a- confirmar seus pontos de vista sobre a sexualidade infantil b- procurar novos caminhs para a compreensão das fobias c- buscar maiores esclarecimentos sobre a vida anímica infantil e conclusões para sua adequada orientação * Conclusões: O caso , por sua forma de condução, não pode servir como modelo técnico no que se refere à interpretação e ao uso da transferência. Porém apontou caminhos: - para uma técnica que permitiu entender e interpretar a linguagem pré-verbal - compreendendo o significado latente do brincar, desenhos, sonhos diurnos e noturnos e associações infantis, a interpretação poderia ser tão eficaz quanto no tratamento de adultos - porém, não comprovou se assim como um adulto, a criança seria capaz de estabelecer um vínculo transferencial. Contribuição que acabou sendo dada pelos analistas infantis pós-freudianos, sobretudo por M. Klein. * Finalmente: Substituída a associação livre pela linguagem pré-verbal, provada a capacidade da criança de compreender a interpretação e estabelecer uma transferência com o terapeuta(não para Freud ainda), estariam cumpridas as premissas necessárias para falar-se numa técnica de Psicanálise Infantil, semelhante a de adultos. Tarefa esta realizada pelas analistas infantis que, estimulados pelo sucesso terapêutico obtido por Freud ao analisar uma criança de 5 anos, aplicaram o método analítico aos transtornos e enfermidades infantis.
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