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Trabalho mediação

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA
ISABELA CRISTINE DE SOUZA FUMEGA RA:11512747
MEDIAÇÃO
Belo Horizonte
2017
O homem é um indivíduo caracterizado pela sua vocação para o litigio. Em razão disto, é natural que as relações intersubjetivas e até mesmo intergrupais sejam marcadas por divergências de ordens diversas (emocionais, sociais, políticas, ideológicas, familiares, profissionais), as quais podem ser definidas como a gênese de um dos fenômenos mais comuns e recorrentes de qualquer sociedade: o conflito, tendo a figura do Estado como detentor do monopólio da jurisdição.
A simples existência de uma ordem jurídica é insuficiente para materializar o ideal de justiça, afinal, o Direito é operado pelos homens e, se a estes não couberem ação promotora dos ideais eleitos como importantes e reconhecidos pelo grupo social (norma) inútil serão o catálogo de normas existentes. O mecanismo de resolução deste impasse foi o surgimento evolutivo de técnicas de solução de conflitos, desde a autotutela, auto composição, arbitragem e jurisdição.
No ano de 1970 o movimento de acesso à justiça ganhou verdadeiro contorno, quando inúmeros estudiosos do Direito, e de várias outras áreas, concretizaram um projeto específico, levando em consideração diversas realidades mundiais. O “Projeto Florença” para o Acesso à Justiça foi elaborado com o escopo de estudar, sob um enfoque multidisciplinar, temas relevantes para a matéria, tais como repensar o conceito do acesso à justiça, analisar os obstáculos que o impedem materialmente e sugerir soluções que importem a superação desses obstáculos.
O recente despertar de interesse em torno do acesso à justiça levou a três posições básicas, quais sejam: - primeira onda -, hipossuficientes econômicos, - segunda onda -, interesses transindividuais e, - terceira onda –, novas fórmulas de instrumentos.
A Mediação é uma forma de solução de conflitos na qual uma terceira pessoa, neutra e imparcial, sem poder decisório, facilita o diálogo entre as partes, para que em coautoria criem alternativas de benefício mútuo e decidam qual a melhor solução para o conflito. 
A primeira proposta de regulamentação da mediação no Brasil surgiu com o Projeto de Lei n.º 4.827/1998, Aprovou-se, então, a Emenda n° 1-CCJ, encaminhada à Câmara em julho de 2006, após o que nada mais se disse sobre a sua tramitação.
Apesar da boa técnica empregada – que apresentara uma regulamentação concisa e objetiva da mediação, apresentando o conceito do instituto e elencando algumas disposições a respeito –, o Projeto de Lei não foi à frente.
Apesar da boa técnica empregada – que apresentara uma regulamentação concisa e objetiva da mediação, apresentando o conceito do instituto e elencando algumas disposições a respeito –, o Projeto de Lei não foi à frente.
O novo modelo de direito processual civil, alinhado ao modelo constitucional e processual visa um acesso democrático a justiça em respeito à dignidade da pessoa humana.
A Comissão de Juristas responsável pela elaboração do projeto registrou na Exposição de Motivos a intenção de “converter o processo em instrumento incluído no contexto social em que produzirá efeito o seu resultado. Deu-se ênfase à possibilidade de as partes porem fim ao conflito pela via da mediação ou da conciliação” (ANTEPROJETO DO NOVO CÓDIGO 319 DE PROCESSO CIVIL, 2010, p. 22).
Já em suas Normas Fundamentais, ao tratar do Princípio da Inafastabilidade, traz o novo CPC a ideia de que é dever do Estado promover a solução consensual dos conflitos, devendo a conciliação, mediação e outros métodos serem estimulados pelos juízes, advogados, defensores públicos e membros do
Importante frisar, aqui, a relevância de a atividade ser conduzida por mediador profissional, imparcial e que não tenha proximidade com o conflito. Em outras palavras, a função de mediar não deve, como regra, ser acumulada por outros profissionais, como juízes, promotores e defensores públicos. O NCPC prestigia esse entendimento.
A Resolução do Conselho Nacional de Justiça nº 125, de 29 de novembro de 2010, estabelece a confidencialidade, decisão informada, competência, imparcialidade, independência e autonomia, respeito à ordem pública e às leis vigentes, empoderamento e validação como princípios fundamentais dos métodos e mediação e conciliação.
No entanto, apesar de serem institutos muito semelhantes e norteados pelos mesmos princípios, a mediação, diferentemente da conciliação que é utilizada em conflitos mais simples, é um método no qual uma terceira pessoa torna-se facilitador do diálogo entre as partes objetivando a construção de uma solução consensual para o problema. De modo geral, a mediação faz-se necessária em conflitos mais complexos, ou mesmo multidimensionais, não havendo, portanto, um prazo definido para solução do conflito.
Visando a solução pacífica de conflitos, a Resolução do CNJ ainda estabelece regras que irão reger os procedimentos de conciliação ou mediação, quais sejam: 
“I - Informação - dever de esclarecer os envolvidos sobre o método de trabalho a ser empregado, apresentando-o de forma completa, clara e precisa, informando sobre os princípios deontológicos referidos no Capítulo I, as regras de conduta e as etapas do processo;
 II - Autonomia da vontade - dever de respeitar os diferentes pontos de vista dos envolvidos, assegurando-lhes que cheguem a uma decisão voluntária e não coercitiva, com liberdade para tomar as próprias decisões durante ou ao final do processo e de interrompê-lo a qualquer momento;
 III - Ausência de obrigação de resultado - dever de não forçar um acordo e de não tomar decisões pelos envolvidos, podendo, quando muito, no caso da conciliação, criar opções, que podem ou não ser acolhidas por eles;
 IV - Desvinculação da profissão de origem - dever de esclarecer aos envolvidos que atuam desvinculados de sua profissão de origem, informando que, caso seja necessária orientação ou aconselhamento afetos a qualquer área do conhecimento poderá ser convocado para a sessão o profissional respectivo, desde que com o consentimento de todos;
V - Compreensão quanto à conciliação e à mediação - Dever de assegurar que os envolvidos, ao chegarem a um acordo, compreendam perfeitamente suas disposições, que devem ser exequíveis, gerando o comprometimento com seu cumprimento.” (Resolução nº 125/2010) 
Indiscutivelmente a previsão da mediação/conciliação no Novo CPC, com o espaço normativo a elas atribuído, representa uma evolução no tratamento das formas de solução do conflito e uma mudança de paradigma quanto à exclusividade ou pelo menos ao papel de destaque que tradicionalmente se emprestava à solução jurisdicional. Além de fazer parte obrigatoriamente do procedimento, com audiência de conciliação ou de mediação, a mediação e a conciliação passam a ter regulamentação específica, inclusive quanto à forma de atuação dos mediadores e dos conciliadores, o que, de resto, presta reverência às normas fundamentais do Código (arts. 1º a 12), em que se tem inscrita a solução consensual dos conflitos como objetivo primordial do processo. A previsão de princípios informadores de atuação do mediador e conciliador é um aspecto da maior importância na normatização sobre o tema, porquanto deixa evidenciada a relevância que o legislador dá à ética na atuação dos mediadores/conciliadores. Em termos de processo do trabalho, pode-se dizer, com Homero Batista Mateus da Silva,20 que é impossível a prática da mediação na Justiça do Trabalho por parte do juiz. No entanto, é possível superar alguns óbices com uma maior aproximação entre juiz e jurisdicionado e também em razão da matéria com a qual é obrigado a lidar, de conotação pré-judicial. Não se trata, portanto, na linha de raciocínio adotado por Homero Batista, de qualquer disparate a utilização de técnicas de mediação pelo juiz do trabalho nas hipóteses em que a lei prevê a sua atuaçãocom equidade, como também deve despertar o interesse das partes para a conciliação e fomentar a cooperação. A realidade brasileira necessita dessa intermediação, como afirma o referido autor, dada a escassez de espaços de diálogo e a abundância de ruídos na relação capital e trabalho, com a necessidade de que sejam estabelecidas pontes de comunicação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTEPROJETO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/senado/novocpc/pdf/Anteprojeto.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2014.
ttps://logus.blackboard.com/bbcswebdav/pid-2852913-dt-content-rid-1712650_1/courses/NP2017275919_DIR.6N1/ACESSO%20%C3%80%20JUSTI%C3%87A%20E%20MEDIA%C3%87%C3%83O%20POR%20UMA%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20DEMOCR%C3%81TICA%20DA%20PRESTA%C3%87%C3%83O%20JURISDICIONAL.pdf
http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/conciliacao-e-mediacao-portal-da-conciliacao
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,mediacao-de-conflitos-no-brasil-avancos-e-desafios,55459.html
http://as1.trt3.jus.br/bd-trt3/bitstream/handle/11103/27277/mediacao%20-%20luiz%20ronan.pdf?sequence=1

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