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PLANO DE METAS E INDUSTRIALIZAÇÃO

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O Plano de Metas e a Industrialização
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Questão
Período 1930 – 1954
1930 – 45 Era Vargas
1946 – 50 Gal. Eurico Gaspar Dutra 
1951 – 54 2º Governo Vargas
1954 – 55 Interregno Café Filho
Industrialização restringida;
Política Econômica ‘oscilando’ entre: 
Nacionalismo e entrada de capital estrangeiro somente quando necessário;
Liberalismo e abertura da economia para entrada de produtos estrangeiros (de consumo, consumo durável, de produção);
Políticas Cambial, Fiscal e Monetária: ‘cobrir’ déficits públicos, gerar superávits na Balança de Pagamentos, favorecer exportações
Período 1956 – 61 
Governo Juscelino Kubitschek
Ruptura ou aprofundamento do ‘modelo’ anterior?
Grandes índices de crescimento e transformações inaugura ‘nova fase’ no processo de acumulação e desenvolvimento capitalista no País
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Historiografia
Importância do Governo JK para o processo de Industrialização do País
Carlos Lessa: fundamental, passagem da industrialização restringida para a industrialização ampliada com atuação consciente do Estado – Ruptura com o período anterior
Já para Sônia Draibe é o aprofundamento da atuação do Estado no âmbito da Economia, inclusive com a criação de instituições como o Conselho de Desenvolvimento Econômico CDE que irá aprofundar os projetos da Comissão Mista Brasil Estados Unidos (CMBEU) e da Comissão CEPAL-BNDE
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Para a maioria dos autores da 1ª geração da CEPAL foi o momento em que se completou o processo de substituição das importações no país
Já para Maria da Conceição Tavares foi o momento em que a industrialização ganhou dinâmica própria e se desdobrou em outras atividades
Para Sônia Regina de Mendonça foi um dos 3 períodos mais importantes do crescimento industrial do país, lançando as bases do modelo econômico que irá se aprofundar com os militares
Por fim para Bielschovsky foi o momento de triunfo político da corrente nacional-desenvolvimentista com praticamente a “anulação” da corrente ‘neoliberal’ dentro do pensamento político-econômico da época.
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1. A “evolução” da industrialização brasileira 
	1.1 bens de consumo não-duráveis – República 		Velha (burguesia nacional);
	1.2 bens de produção ou indústria de base – era 		Vargas (Estado); e, 
	
	1.3 bens de consumo duráveis – era JK (capital 		estrangeiro).
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Criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico (CDE) em 1956 – Responsável pela criação do Plano de Metas
O Plano de Metas baseou-se nos diagnósticos elaborados por programas como o CEPAL-BNDE (1953), e da Comissão Mista Brasil Estados Unidos (CMBEU, segundo governo Vargas), que definiam áreas-chave de investimento e os pontos de gargalo da economia brasileira. O plano trabalhava com um espaço de tempo de 5 anos e definia o campo de atuação do Estado em investimentos em áreas básicas e de infraestrutura e no estímulo aos investimentos privados. 
O Plano de Metas tinha a preocupação com os pontos de estrangulamento da infraestrutura e modernização e ampliação do parque industrial; 
Entrada de capital estrangeiro como alternativa a crise do chamado “modelo” de industrialização nacionalista;
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Características da industrialização do período JK:
	implantação de um novo setor industrial – o de bens de consumo duráveis;
	investimento direto de capitais externos; indústria de propriedade do 	capital estrangeiro – empresas multinacionais; internacionalização da economia;
	Estado brasileiro como proprietário de empresas produtivas. 	Banqueiro de capital privado (crédito industrial) e grande planejador da economia;
Ao Estado caberia o desenvolvimento da infraestrutura e áreas básicas: 
	energia
	transporte
	alimentação
	indústria de base
	educação
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	Os recursos seriam divididos em:
	
		 ► 71,3% energia/transporte
		 ► 22,3% indústria de base (setor privado financiado por instituições públicas)
		 ► 6,4% educação/alimentação
	O desembolso viria:
		 ► 50% do setor público
		 ► 35% esfera particular
		 ► 15% agências internacionais
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	A industrialização superaria nosso atraso em relação às demais nações modernas do mundo capitalista;
Para Carlos Lessa os objetivos seriam:
	a) tratamento especial para o capital estrangeiro
 b) financiamento dos gastos públicos e privados via expansão dos meios 	de pagamento e do crédito (pressão inflacionária)
	c) ampliação da participação do setor público na formação bruta de 	capital 
	d) estímulo à iniciativa privada (reserva de mercado e câmbio 	preferencial); 	importação de bens de capital para setores especiais 	(automobilístico e naval) e crédito com carência e juros 	subsidiados do BNDE e do Banco do Brasil; 
	O PIB apresentou taxa de crescimento de 8,2% a.a. em média. Em contrapartida, a inflação que tinha meta de 13,5% atingiu a média de 22,6% a.a. 
	O setor público controlava as principais empresas de insumos básicos (CSN, COSIPA, VALE DO RIO DOCE, RFFSA, FURNAS, USIMINAS, PETROBRÁS. BANCO DO BRASIL) e a agro exportação; 
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Capital externo
 "A orientação fundamental do governo resume-se no propósito de fortalecer a economia nacional. Esta diretriz condiciona a posição do Brasil no panorama internacional, que se tem pautado em intuitos pacíficos e amistosos em relação aos outros países. Sem sacrifícios desses intuitos, temos procurado libertar o País de influências incompatíveis com os seus interesses, único modo de progredir realmente, porque, enquanto dependentes, estaremos sempre sujeitos a retrocessos."
(Getúlio Vargas. MENSAGEM AO CONGRESSO NACIONAL, 1954)
 "Ainda no que toca à política geral, outra medida a que o governo atribui grande importância, refere-se à atração dos empresários estrangeiros que, com sua técnica e seu capital, poderão prestar valiosa ajuda na construção do nosso parque industrial. (...) Fato de grande importância ocorrido em 1956 foi o renascimento do interesse dos capitalistas estrangeiros pelo desenvolvimento industrial do País. Esse renascimento deve-se principalmente ao clima de confiança que o novo governo conseguiu estabelecer no Exterior."
(Juscelino Kubitschek, MENSAGEM AO CONGRESSO NACIONAL, 1957)
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	O Brasil encontrava-se em meados da década de 1950 num dilema que envolvia a necessidade de levar adiante o processo desenvolvimentista de substituição de importações e a queda no saldo disponível das divisas internacionais. A diminuição das receitas de exportação e o aumento das importações – que determinavam o desajuste externo – contrastava com a necessidade de aumentar a entrada de bens de capital e matérias-primas para incentivar o crescimento industrial. A única solução viável para esse problema de Balanço de Pagamentos (BP) seria a entrada líquida de capitais autônomos, a fim de manter alta a taxa de investimento e não afetar o fluxo de importações. Para tanto o governo JK tomou como uma das medidas iniciais de seu governo a criação de um arcabouço institucional para estimular a entrada de capital, mesmo que isso se desse a custo de maiores pressões no BP.
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	Capital estrangeiro como dinamizador de nosso progresso e desenvolvimento industrial (contexto de guerra fria); 
	 capital estrangeiro foi atraído por: 
		1. remessa de lucros; 
		2. amortizações; 
		3. câmbio prioritário para financiamento; 
		4. reserva de mercado (alta				rentabilidade)
	Facilidade na obtenção de capital estrangeiro devido ao contexto de expansão dos EUA e de Guerra Fria; 
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Plano de Metas: Previsão e Resultados (1957-61)
Fonte: Banco do Brasil, Relatório e Anuário Estatístico. Apud (Orenstein & Sochaczewski, 1997)
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4. Problemas com o Plano de Metas: 
	1) aprofundamento da dívida externa; empréstimos externos sem 	finalidade produtiva; 
	2) descompasso entre o ritmo de crescimento dos três setores do tripé 	da industrialização brasileira; (as empresas estatais pesadas não 	conseguiam acompanhar o crescimento das multinacionais, o que 	ocasionou a importação dos produtos necessários para que as 	multinacionais continuassem
crescendo – vendíamos produtos 	agrícolas e importávamos bens de produção; e, 
	3) maior desvalorização da moeda causando dificuldades no 	pagamento de nossa dívida externa; 
	4) grande concentração de renda; aumento da população urbana; aprofundamento das desigualdades sociais e regionais (ênfase em São Paulo); 
=> A inflação em 1957 era da casa de 7% e atingiu 24,3% em 1958; 
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O governo previa para os anos seguintes um déficit decrescente do BP, alcançando o equilíbrio em 1961. Estabelecia-se uma meta inflacionária de 13,5% ao ano e déficits orçamentários de 2,2% do PIB por parte do setor governamental – o que parece incompatível, uma vez que a única forma de se financiar esse déficit seria a emissão de moeda, o que desencadearia uma série de pressões inflacionárias.
No final do período pode-se constatar que a maioria das metas específicas do Plano de Metas alcançaram altas taxas de realização (referentes a expansão da malha rodoviária, energia, produção industrial, etc.). O PIB cresceu à taxa média anual de 8,2% (o PIB per capita cresceu 5,1%) e a inflação média, porém, ficou em 22,6% ao ano – ambas superiores ao objetivo, só que a primeira com efeito positivo e a segunda, negativo. O período apresentou ainda fortes déficits no BP, resultado da queda dos preços do café e da estagnação de outros componentes da pauta de exportação de 1958 a 60.
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O Debate da Política Econômica
Auge da corrente Nacional-Desenvolvimentista
Ampla difusão do Projeto de Industrialização Planejada na literatura econômica e para o conjunto da população
Hegemonia sobre a corrente “Neoliberal” ou ortodoxa
Discussão Econômica submetida à questão do Desenvolvimento do País
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Principais Debates
Política Cambial
Desequilíbrio da Balança de Pagamentos
Causas e Combate à Inflação
Industrialização
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