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RESUMO DAS AULAS CIVIL III

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AULA 1 - TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Conceito e gênese 
CONCEITO DE CONTRATOS : Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinada a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial.
** REQUISITOS : art. 82 - C.C. - Requisitos subjetivos : existência de duas ou mais pessoas; capacidade genérica para praticar os atos da vida civil.; aptidão específica para contratar ; consentimento das partes contratantes. Requisitos objetivos : licitude do objeto do contrato; possibilidade física ou jurídica do objeto do negócio jurídico; determinação do objeto do contrato ; economicidade de seu objeto. Requisitos formais : art. 129, e 1.079- C.C.
Condições de validade dos contratos 
A validade do contrato exige, precipuamente, acordo de vontades e também:
Agente capaz: aptidão de alguém para exercer por si os atos da vida civil. Os artigos 3º e 4º do Código Civil excluem certas pessoas desta capacidade, considerando-os absolutamente incapazes e relativamente incapazes.
Objeto lícito, determinado e possível: o objeto do contrato deve ser aquele não proibido por lei, possível de ser individualizado para distinção entre outros e apto a ser o motivo do contrato.
Forma prescrita ou não defesa em lei: há casos em que a lei determina forma especial aos contratos, que se desobedecida, os tornam nulos de pleno direito. Para aqueles casos em que há liberdade de forma, as partes devem agir sempre de boa-fé, em conformidade com a lei.
1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
1 - PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE : Consiste no poder das partes de estipular livremente, como melhor lhes convier, mediante acordo de vontades, a disciplina de seus interesses, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica, envolvendo, além da liberdade de criação do contrato, a liberdade de contratar ou não contratar, de escolher o outro contraente e de fixar o conteúdo do contrato, limitadas pelas normas de ordem pública, pelos bons costumes e pela revisão judicial dos contratos.
2- PRINCÍPIO DO CONSENSUALISMO : Segundo esse princípio, o simples acordo de duas ou mais vontades basta para gerar contrato válido, pois a maioria dos negócios jurídicos bilaterais é consensual, embora alguns, por serem solenes, tenham sua validade consicionada à observância de certas formalidades legais.
3 - PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA CONVENÇÃO : Por esse princípio, as estipulações feitas no contrato deverão ser fielmente cumpridas, sob pena de execução patrimonial contra o inadimplente. O ato negocial, por ser uma norma jurídica, constituindo lei entre as partes, é intangível, a menos que ambas as partes o rescindam voluntariamente ou haja a escusa por caso fortuito ou força maior ( art. 1.058, § único - C.C. ), de tal sorte que não se poderá alterar seu conteúdo, nem mesmo judicialmente. Entretanto, tem-se admitido que a força vinculante dos contratos seja contida pelo magistrado em certas circunstâncias excepcionais ou extraordinárias que impossibilitem a previsão de excessiva onerosidade no cumprimento da prestação ( Lei nº 8 078/90 - art. 6º, V e art. 51 ).
4 - PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO : Por esse princípio, a avença apenas vincula as partes que nela intervieram, não aproveitando nem prejudicando terceiros, salvo raras excessões.
5- PRINCÍPIO DA BOA-FÉ : Segundo esse princípio, na interpretação do contrato é preciso ater-se mais à intensão do que ao sentido literal da linguagem, e, em prol do interesse social de segurança das relações jurídicas, as partes deverão agir com lealdade e confiança recíprocas, auxiliando-se mutuamente na formação e na execução do contrato.
AULA 2 - A FORMAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
2.1 A formação dos contratos
1- Negociações Preliminares : Fase pré-contratual, não cria obrigações contratuais, mas, podem gerar obrigações extracontratuais.
2- Proposta, oferta ou solicitação : Declaração receptícia de vontade, dirigida por uma pessoa a outra, por meio da qual o proponente manifesta a sua intenção de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar a proposta. Há que ser a proposta séria, revestir-se de força vinculante, conter todos os elementos essenciais do negócio jurídico.
3- Obrigatoriedade da proposta : a) Manutenção desta dentro de prazo razoável; b) A morte ou a incapacidade do proponente supervenientemente não infirma a proposta, exceto se a intenção for outra.
4- Aceitação : Manifestação expressa ou tácita da vontade por parte do destinatário da proposta, feita dentro do prazo, aderindo em todos os seus termos. Se a aceitação foi condicional, equivalerá à nova proposta.
5- Exceção à força vinculante do contrato : 1º) Se resultar dos seus próprios termos ; 2º) Se resultar da natureza do negócio ; 3º) a- Se feita sem prazo a pessoa presente, esta não foi desde logo aceita, b- Se, feita sem prazo a pessoa ausente, houver decorrido prazo suficiente para que a resposta chegue ao conhecimento do proponente , por carta ou telegrama ( prazo moral ), c- Se feita com prazo de espera da resposta pelo proponente , não será obrigatória se esta - a resposta - não for expedida dentro do prazo dado e d- não é obrigatória a oferta do proponente, depois de tê-la feito, arrepender-se, desde que a retratação chegue ao conhecimento do oblato antes da resposta, ou ao mesmo tempo que ela.
AULA 3 –
2.2 Classificação dos contratos 
1º) Quanto à natureza da obrigação contraída : a) Unilaterais ou Bilaterais ; b) Onerosos ou gratuítos ; c) Comutativos ou aleatórios; d) Paritários ou por adesão.
UNILATERAIS : Só um dos contratantes assume obrigações diante do outro. Ex.: doação, comodato, mútuo.
BILATERAIS : Cada um dos contratantes é simultanea e reciprocamente credor e devedor do outro ( Sinalagma - dependência recíproca ). Ex.: Compra e venda; locação.
IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO : 1º ) O exceptio non adimpleti contractus cláusula resolutiva tácita; 2º ) Aplicabilidade da teoria dos riscos somente dos contratos bilaterais ; 3º ) incidência da segunda parte do art. 1 092, relativo aos contratos bilaterais.
ONEROSOS : Vantagens para os dois contratantes e ônus mútuos. Ex.: locação.
GRATUÍTOS : Oneram apenas uma das partes, proporcionando à outra um benefício, sem a correspondente contraprestação. Ex.: A doação pura e simples.
IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO : 1º) gratuitos : a responsabilidade do devedor pelo ilícito deverá ser examinada levando-se em conta somente a conduta dolosa do credor da doação; já nos onerosos as partes por simples culpa. 2º) gratuídos : o doador não responde pela evicção e nem pelos vícios redibitórios, salvo nas doações com encargos, nos contratos onerosos os contratantes respondem por uma e por outra. 3º ) gratuitos : interpretação restritiva, onerosos : isto não acontece. 4º) gratuitos : o erro sobre a pessoa é masi grave, nos onerosos não ( salvo nos casos de obras artísticas ).
COMUTATIVOS : Cada contratante, além de receber do outro prestação relativamente equivalente à sua, pode verificar de imediato essa equivalência subjetiva ( compra e venda )
ALEATÓRIOS : A prestação de uma ou de ambas as partes depende de um risco futuro e incerto; as partes se põem sob a perspectiva de uma álea que se refletirá na existência ou na quantidade da parte contratada ( seguro, exploração de petróleo à risco ) Esse risco de ganhar ou de perder pode sujeitar um ou ambos os contratantes, porém a incerteza do evento terá que ser dos dois. Não há, portanto, nos contratos aleatórios, equivalência.
IMPORTÂNCIA DA DISTINÇÃO : 1º) Comutativos : antevisão do que irão receber. Aleatórios : não; 2º) comutativos : vícios redibitórios ( sujeição ). Aleatórios : vícios redibitórios não incidem; 3º) Os art. 1118 a 1121 do CC aplicam-se somente aos aleatórios; 4º) a rescisão por lesão só se aplica aos comutativos.
DIFERENÇAS ENTRE CONDIDIONAIS E ALEATÓRIOS :
CONDICIONAIS : I - A existência e a eficácia do contrato stão na dependência de eventofuturo e incerto, ao passo que os aleatórios, ter-se-á o contrato perfeito desde logo; II - Nos condicionais, ambas as partes poderão ter lucros, sem que o ganho de um represente, necessariamente, a perda de outro; nos aleatórios, em regra, a vantagem de um acarretará perda do outro. III - nos condicionais, o acontecimento deverá ser sempre futuro e incerto. Nos aleatórios, o risco pode ser atual, desde que as partes o ignorem ou o desconheçam.
ESPÉCIES DE CONTRATOS ALEATÓRIOS : a) os que dizem respeito a coisas futuras, emptio spei ( vende-se a esperança ou a probabilidade das coisas existirem ); um dos contratantes, toma a si o risco relativo à existência da coisa, ajustando o preço, que será devido integralmente, mesmo que nada se produza, sem culpa ( art. 1.118 )
emptio rei speratae ( quantidade maior ou menor da coisa esperada - Parágrafo único do art. 1 119 do CC ).
Coisas existentes : sujeitas a perda ou deterioração ( art. 1120 CC - o caso da mercadoria que se perde ).
CONTRATOS PARITÁRIOS : Igualdade das partes na discussão dos termos do negócio, cláusulas e condições.
CONTRATOS POR ADESÃO : excluem a liberdade sobre as cláusulas e condições,q ue são previamente redigidas por um dos contratantes. Supõe : a) Uniformidade; b) Proposta permanente e geral; c) Superioridade econômica de uma das partes.
CONTRATOS QUANTO À FORMA :
i - Concensuais; ii - Formais e iii - reais.
CONSENSUAIS : perfazem pela simples anuência das partes ( transporte, compra e venda de bens móveis )
FORMAIS : impõem, para sua validade, forma especial, solene ( compra e venda de imóvel ) ( seguro ) ( fiança ) ...
REAIS : se ultimam com a entrega da coisa, por um contratante a outro ( depósito, comodato ).
COMTRATOS QUANTO AO NOME : i - nominados; ii - inominados
NOMINADOS : que têm nomen iuris e servem de base à fixação de modelos de regulamentação da lei ( 16 tipos : compra e venda ; doação ; troca; locação; empréstimo; mandato ; gestão de negócios ; edição ; representação dramática ; sociedade ; parceria rural ; constituição de renda ; seguro ; jogo e aposta ; e fiança ).
INOMINADOS : os que se afstam dos modelos estabelecidos pela lei. ( Ex.: contratos sobre exploração de lavoura de café, por ser um misto de locação de serviço, arrendamento rural e parceria agrícola ) ( Contrato de hospedagem : locação de coisa e de serviços e de depósito ). A qualificação jurídica depende dos elementos que compõem o contrato.
CONTRATOS QUANTO AO OBJETO : I - de alienação de bens ; II - de transmissão de uso e gozo ; III - de prestação de serviços e IV - de conteúdo especial ( Lei 8 078/90 - Código de Defesa do Consumidor ).
CONTRATOS DE EXECUÇÃO IMEDIATA OU INSTANTÂNEA
5 - Contratos de Execução Continuada : são os que se protraem no tempo ( compra e venda à prazo ); sobrevivem com a persistÊncia da obrigação, muito embora ocorram soluções parciais, até aqui pelo implemento de uma condição ou decurso do prazo, cessa o próprio contrato. Importância dos Contratos de execução continuada : 1ª ) a nulidade do contrato de execução continuada não afeta os efeitos já produzidos; 2ª) a teoria da imprevisão só recai sobre os contratos de execução continuada.
6 - Contratos pessoais ou intuitu personae : aqueles em que a pessoa do contraente é considerada pelo outro como elemento determinante de sua conclusão. A pessoa do contraente tem influência decisiva no consentimento do outro, que tem interesse em que as obrigações contratuais sejam por ele cumpridas, por sua habilidade particular, competência, idoneidade ...
Contratos impessoais : a pessoa do contraente é juridicamente indiferente, irreleavante, pouco importando quem execute a obrigação.
Importância ca distinção : a) intuitu personae - intransmissíveis; b) não podem ser cedidos e c) são anuláveis havendo erro essencial sobre a pessoa do contratante.
2.3 Estipulação em favor de terceiros 
Estipulação em favor de terceiros : contrato entre duas pessoas, em que uma ( estipulante ) convenciona com outra ( promitente ) certa vantagem patrimonial em proveito de 3º, alheio à formação do ajuste contratual ( contrato de seguro ).
2.4 Da promessa de fato de terceiro
o promitente se obriga a beneficiar o terceiro, mas nem por isso se desobriga ante o estipulante, visto que este, pelo art. 1 098 CC, tem o direito de exigir o adimplemento da obrigação e até reservar-se o direito de substituir o terceiro beneficiário; o estipulante pode exonerar o promitente, se o contrato não houver cláusula que dê ao beneficiário o direito de reclamar-lhe a promessa. Contrato por terceiro : quando uma pessoa se compromete a obter prestação de fato de um terceiro não participante dele - contrato - ( 929 CC ). Ex.: A promete a B obter de C a realização ou a execução da prestação em proveito de B. Se C executar a prestação, o devedor primário A se libera; se C não executá-la, A será inadimplente e responderá por perdas e danos ( Obrigação de fazer ).
AULA 4 –
Dos vícios redibitórios 
VÍCIOS REDIBITÓRIOS : São falhas ou defeitos ocultos existentes na coisa alienada, objeto de contrato comutativo, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuem sensivelmente o valor, de tal modo que o negócio não se realizaria se esses defeitos fossem conhecidos, ensejando a ação redibitória ao adquirente para redibir o contrato ou para reduzir o preço, abatendo-o ( actio quanti minoris ). FUNDAMENTO DA RESPONSABILIDADE : repousa no princípio de garantia. REQUISITOS : a) coisa adquirida em virtude de contrato comutativo ou de doação gravada com encargo; b) vício ou defeito oculto que torna a coisa imprópria a sua destinação; c) defeito existente no momento da celebração do negócio. EFEITOS JURÍDICOS :
EFEITOS JURÍDICOS DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS :
1º) A ignorância do vício pelo alienante não o exime da responsabilidade, salvo cláusula expressa em contrário;
2º) Os limites da garantia, relativos à indenização ( quantum ) e os prazos poderão ser ampliados ou estringidos ;
3º) A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder de quem a adquiriu ( alienatário ) em razão de vício oculto já existente ao tempo da tradição, se perca.
4º) O adquirinte poderá redibir o contrato refutando a coisa defeituosa ou recebê-la com abatimento do preço, através da ação estimatória ou quanti minoris. ( Falar sobre os prazos que são de decadência : CC=15 dias; Lei 8 078/90, art. 26 = produtos e serviços e bens duráveis : 30 dias e de 6 meses se se tratar de bens móveis ( CC, 178, § 5º, IV ).
5º) O defeito oculto de uma coisa vendida cjuntamente com outras não autoriza a rejeição de todas.
6º) A renúncia, expressa ou tácita, à garantia impede o ajuizamento das ações ditas edilícias.
2.6 Da evicção
Ocorre evicção quando há a perda total ou parcial da coisa em face de outrem, possuidor de direito anterior, em virtude de uma sentença judicial.
A título de exemplo, suponha que um indivíduo aliene uma coisa para outro indivíduo. Agora imagine que apareça um terceiro que afirme ser o proprietário da coisa alienada, requerendo seus direitos e a posse da coisa. Se, após a propositura da ação, o terceiro provar que realmente era o dono e obtiver sentença favorável, o indivíduo que comprou a coisa sofrerá a evicção perderá a coisa em face deste terceiro.
A evicção pode ser total ou parcial. A evicção total se dá pela perda total da coisa; a evicção parcial se dá pela perda de parte da coisa.
O Código Civil Brasileiro, em seu artigo 447, responsabiliza o alienante a garantir a legitimidade do direito que ele irá transferir. Desta forma, o alienante deverá ser responsabilizado pelos prejuízos causados ao indivíduo que lhe comprou a coisa, ou seja, ele responderá pela evicção.
A evicção se baseia no princípio da garantia. De acordo com este princípio, alienante se obriga não só a entregar ao adquirente a coisa alienada, mas também a garantir-lhe o uso e o gozo.
AULA 5 –
Do contrato preliminar 
2.8 Da extinção dos contratos
AULA 6 -Compra e venda 
3.1.1 Conceito, características, natureza jurídicae elementos
1 - CONCEITO : Contrato em que uma pessoa, denominada vendedor, se obriga a transferir a outra, chamada comprador, o domínio de uma coisa corpórea ou incorpórea, mediante i pagamento de certo preço em dinheiro ou valor fiduciário correspondente. O contrato de compra e venda dá aos contraentes tão somente um direito pessoal, gerando para o vendedor apenas uma obrigação de transferir o domínio.
2 - CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO : a) bilateral ou sinalagmático;
b) oneroso; c) comutativo ou aleatório ( emptio spei e emptio rei speratae - é o que versa sobre coisas existentes, sujeitas ao risco de se perderem, danificarem ou, ainda, sofrerem deterioração ) ;
d) consensual ou solene e e) translativo do domínio, não no sentido de operar sua tansferência, mas de servir domo "titulus adquirendi", isto é, de ser o ato causal da transmissão da propriedade gerador de uma obrigação de entregar a coisa alienada. O contrato de compra e venda vem a ser o título hábil à aquisição do domínio, que só se dá com a tradição e a transcrição, conforme o caso.
ELEMENTOS QUE CONSTITUEM ACOMPRA E VENDA : ESSENCIAIS : 1º) a coisa ; 2º) o preço; 3º) o consentimento ; 4º) a forma...
A COISA : deverá ter existÊncia, ainda que potencial, no momento da realização do contrato, seja corpórea ( móveis, imóveis e semoventes ), seja incorpórea ( valores contados em Bolsa, crédiros, direitos de propriedade literária, científica ou artística ). Apesar do contato que objetiva a transmissão de bem incorpóreo ser comumente designado de cessão, este reger-se-á pelas normas da compra e venda. Todavia, nem sempre o contrato terá que incidir sobre o objeto já conhecido e perfeitamente caracterizado no momento de sua formação, visto que o nosso direito permite que verse sobre coisa fitira. Deverá estar individuada, isto é, deve recair sobre coisa perfeitamente individuada, digo, determinada, ou pelo menos determinável no momento de sua execução. Deverá ser disponível ou estar "in commércio" ( 65, 66, 67 e 70 ). Deverá ser passível de ser trnsferida ao comprador : não poderá pertencer ao próprio comprador, nem o vendedor poderá aliená-la se pertencer a terceiros, salvo a hipótese de convalescimento.
PREÇO : Pecuniariedade : soma em dinheiro ou coisas representativas de dinheiro ou a ele redutíveis ( cheques, letras de câmbio, notas promissórias, duplicatas, títulos da dívida pública, apólices )
SERIEDADE - Indicando firme objetivo de se constituir numa contraprestação relativamente ao dever do alienante de entregar a coisa vendida, de modo que não denuncie nenhuma simulação. Não se exige, todavia, justo preço.
CERTEZA - deverá ser certo o preço, para que o comprador possa efetuar o pagamento. Logo, nula será a cláusula potestativa. As hipóteses de preço exposto na vitrine ou decorrente de leilão. O preço poderá ser fixado por terceiro, bem como pode resultar da taxa do mercado, ou da Bolsa. Poderá, ainda, ser estabelecido por tarifa ( gás, eletricidade ).
CONSENTIMENTO : sobre a coisa, o preço e demais condições do negócio, capacidade, legitimação e poder de disposição.
RESTRIÇÕES :
I - PESSOA CASADA : qualquer que seja o regime de bens, não poderá alienar ou gravar de ônus os bens imóveis do seu domínio ( 295, I e 242, I a III ). O projeto de Código Civil, artigos 1.675, I e 1.684, regulam a matéria de forma diferente ;
II - OS CONSORTES : não poderão efetivar contrato entre si ... ;
III - OS ASCENDENTES : não podem vender ao descendente, sem que os demais descendentes expressamente consintam ;
IV - OS QUE, POR DEVER DE OFÍCIO OU PROFISSÃO, TÊM QUE ZELAR PELOS BENS ALHEIOS ( Tutores, curadores, testamenteiros, administradores ) art. 1.133 ...;
V - O CONDÔMINO, ENQUANTO PENDER O ESTADO DE INDIVISÃO, não poderá vender sua parte a estranho, se outro condômino a quiser, tanto por tanto - dessa forma, se a coisa for indivisível, o condômino poderá vendê-la a estranho, depois de tê-la oferecido por igual preço aos demais condôminos, que, por sua vez, recusaram
VI - O proprietário de coisa alugada, para vendê-la terá que dar conhecimento do fato ao locatário, que terá o direito de preferência para adquirir a coisa em igualdade de condições com terceiros ( Lei nº 8 245/91, artigos 27 e 30 ).
VII - O efiteuta só poderá alienar o domínio útil a título gratuíto ou oneroso, no todo ou em parte, desde que comunique o fato, previamente, ao senhorio direeto, para que exerça o seu direito. O mesmo se dá com o senhorio direto.
VIII - O vendedor não poderá subordinar a venda de um produto à aquisição simultânea de outro, isto é, não poderá fazer a venda casada ( Lei Delegada nº 4/62, art. 11, letra "i" )
IX - Vide Lei nº 8 069/90, artigos 77, 78, 81, I, II, III, V, 257, 242, 243 e 244.
3.1.2 Modalidades especiais de venda
AULA 7 –
1.1.3 Cláusulas especiais à compra e venda 
Sua natureza jurídica é de condição, variabilidade da relação contratual.
São cláusulas adicionadas ao contrato que não modificam o objeto ou contrato principal, porém permitindo as partes de maiores poderes ou privilégios, podem ser:
– retrovenda;
– compra e venda sujeita a contento;
– compra e venda sujeita a prova;
– preempção convencional;
– reserva de domínio;
– compra e venda sobre documento.
Veja que há discussões se esse rol é taxativo ou exemplificativo, Maria Helena Diniz enxerga o contrato como altamente protestativo, com isso somente a lei pode estabelecer suas cláusulas.
Já para Venosa, esse rol é meramente exemplificativo.
Retrovenda Artigos 505 e 508 do C.C.
Venda a contento e venda sujeita a prova Artigos 509 a 512 C.C.
Preempção ou preferência Conhecida também como prelação, prevista nos artigos 513 e 520 do C.C..
Cláusula com reserva de domínio Artigos 521 e 528 do C.C.
Cláusula de venda sobre documentos - Nessa cláusula a tradição é fictícia, ou seja, é entregue documentos que representam a coisa, correspondem à propriedade do bem.
Promessa de compra e venda 
O Compromisso de compra e venda nada mais é que um contrato preliminar (ou compromisso de contrato), atualmente tratado nos artigos 462 a 466 do Código Civil. Apesar de ser um contrato dispensável, ou seja, não obrigatório, é comum de ser encontrado em operações de compra e venda de imóveis com o objetivo de propiciar maior segurança às partes no tocante ao preço ajustado e à forma de pagamento.
Aqui é importante destacar 3 sumulas do Tribunal de Justiça de São Paulo sobre essa matéria:
Súmula 1: O Compromissário comprador de imóvel, mesmo inadimplente, pode pedir a rescisão do contrato e reaver as quantias pagas, admitida a compensação com gastos próprios de administração e propaganda feitos pelo compromissário vendedor, assim como com o valor que se arbitrar pelo tempo de ocupação do bem.
Súmula 2: A devolução das quantias pagas em contrato de compromisso de compra e venda de imóvel deve ser feita de uma só vez, não se sujeitando à forma de parcelamento prevista para a aquisição.
Súmula 3: reconhecido que o compromissário comprador tem direito à devolução das parcelas pagas por conta do preço, as partes deverão ser repostas ao estado anterior, independentemente de reconvenção.
1.3 Troca ou Permuta 
(Artigo 533)
As partes se obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro ou prestação de serviços. Operam-se, ao mesmo tempo, duas vendas, servindo as coisas trocadas de compensação recíproca.
Características
Bilateral, oneroso, comutativo, consensual. Não tem caráter real, pois gera para os permutantes a obrigação de transferir, um para o outro, a propriedade da coisa. Aplicam-se as disposições relativas à compra e venda, no que couber.
Objeto
Dois bens, mesmo de espécies e valores diversos. Se um dos contratantes der dinheiro ou prestar serviços, não será permuta.
Efeitos
Cada permutante paga metade das despesas da troca, incluindo os impostos sobre o valor do bem trocado.
A troca de vens de valores desiguais entre ascendentes e descendentes é anulável se não houver expresso consentimento dos outros descendentes e seu cônjuge.
Aprimore seus conhecimentos,acessando os Cursos CPT da área Gestão Empresarial, elaborados pelo Centro de Produções Técnicas, entre eles o Curso de Negociação – Técnicas e Estratégias de Sucesso.
1.3.1 Conceito e caracteres jurídicos 
1.3.2 Objeto 
1.3.3 Disposições comuns à compra e venda e disposições peculiares
AULA 8
 Compreender a disciplina do contrato de doação.
Doação
Contrato de Doação, cuja definição está no artigo 538 do Código Civil. Nele abordamos tópicos essenciais ao seu entendimento, estando os assuntos sequenciados de maneira a tornar mais didático os seus conteúdos, dessa forma, fazem uma análise do tema, no qual vemos que para sua existência é necessário se fazer o interesse das partes, uma em doar e outra em receber. Ao longo do trabalho falamos sobre o que se pode conceber a partir do seu conceito legal, que são as características a ele inerentes: a) a sua natureza contratual; b) ânimo de liberalidade; c) transferência de vantagens ou bens do patrimônio do doador para o patrimônio do donatário; d) aceitação do donatário. Sem tais abordagens não será possível sua existência.
. 
Conceito, elementos característicos e natureza jurídica 
Doação é o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra – Código Civil, artigo 538. Do conceito legal ressaltam os seus traços característicos: a) a natureza contratual; b) o animus donandi, ou seja, a intenção de fazer uma liberalidade; c) a transferência de bens para o patrimônio do donatário; d) a aceitação deste. O primeiro nem precisaria, a rigor, ser mencionado, pois o fato de a doação estar regulada no capítulo dos contratos em espécies já evidencia a sua natureza contratual e, ipso facto, a necessidade da aceitação, cuja menção foi dispensada. Mas o legislador o inclui para demonstrar ter optado pela corrente que a considera um contrato, diferentemente do direito francês. Na realidade, dois são os elementos peculiares à doação: a) o animus donandi (elementos subjetivo), que é a intenção de praticar uma liberalidade (principal característica); b) a transferência de bens, acarretando a diminuição do patrimônio do doador (elemento objetivo) A doação constitui ao inter vivos
Trata-se de um contrato, em regra, gratuito, unilateral, consensual e solene. Gratuito, porque constitui uma liberalidade, não sendo imposto qualquer ônus ao encargo ao beneficiário. Será, no entanto, oneroso, se houver tal imposição. Unilateral, porque cria obrigação para somente uma das partes. Contudo, será bilateral, quando modal ou com encargo. Consensual, porque se aperfeiçoa com o acordo de vontade entre o doador e donatário, independentemente da entrega da coisa. Mas a doação manual (de bens móveis de pequeno valor) é de natureza real, porque o seu aperfeiçoamento depende da incotinenti tradição destes (Código Civil – artigo 541 – Parágrafo Único)
Pressupostos e requisitos 
 Requisitos Subjetivos 
1. Os absoluta ou relativamente incapazes não poderão, em regra, doar, nem mesmo por meio de representantes legais, visto que as liberalidades não são tidas como feitas no interesse do representado.
Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade: dispor dos bens do menor a título gratuito;
O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar: têm a (mera) administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade. Assim sendo, não poderão doar, por ser somente administrador legal. Porém, o pródigo poderá doar, se assistido do seu curador, que dará ou não sua anuência, conforme o caso, pois ele pratica certos atos de administração, independentemente de curador; pode, p. ex., alugar.
2. Dos cônjuges, sem a devida autorização, exceto no regime de separação Absoluta (...) Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
"Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la."
 
3. O cônjuge adúltero (...), A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente: demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647; 
4. Os consortes não poderão efetivar doação entre si se o regime matrimonial for o da comunhão universal, visto ser o acervo patrimonial comum a ambos; se outro for o regime, não havendo disposição em contrário, nada obsta a doação, importando adiantamento do que lhes cabe por herança, já que são herdeiros necessários.
A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
 Requisitos Objetivos 
Para ter validade a doação precisará ter por objeto coisa que seja in commercio: Bens móveis, imóveis, corpóreos ou incorpóreos, presentes ou futuros, direitos reais, vantagens patrimoniais de qualquer espécie. Admissível é a doação de órgãos humanos para fins científicos e terapêuticos (CC Art. 14, lei n. 9.434/97 e dec. n. 2.268/97, que a regulamenta, com alteração da lei 10.211/2001; lei 10.205/2001 e portaria n. 1.376/93 do Ministério da Saúde, sobre doação de sangue). É importante sabermos as seguintes normas: 
1. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. Não valerá a doação de todos os bens (doação universal), sem reserva de parte do patrimônio, que possa ser transformada em renda pecuniária ou de outra renda advinda de pensão, salário, direito autoral, aplicação financeira suficiente para subsistência do doador , afim de se evitar excessiva liberalidade que coloque o doador na penúria. Pela teoria do Estatuto Jurídico do Patrimônio Mínimo, a norma deve garantir ao doador um mínimo de bens para assegurar-lhe uma vida digna. Nula será tal doação mesmo que haja para o donatário o encargo de prover a subsistência do doador, enquanto este viver. Porém, a proibição do art. 548 do Código Civil, poderá ser ilidida se o doador se reservar o usufruto dos bens. A leitura correta do art. 548 do CC traz a conclusão de que é até possível que a pessoa doe todo o seu patrimônio, desde que faça uma reserva de usufruto, de rendas ou alimentos a seu favor, visando à sua manutenção e a sua sobrevivência de forma digna. Em casos tais, para esclarecer qual é o piso mínimo, recomenda-se análise casuística. Como exemplo, um pai doa imóvel ao filho com reserva de usufruto. Com o falecimento do pai, o filho, seu único sucessor, consolida a propriedade plena em seu nome. 
2. Se com a doação o doador ficar insolvente, os credores prejudicados poderão anulá-la, a não ser que o donatário, com o consentimento dos credores, assuma o passivo do doador, dando-se, então, uma novação subjeti­va (CC, art. 360, lI);
 
3. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. A doação inoficiosa está vedada por lei; portanto, nula será a doação da parte excedente do que poderia dispor o doador em testamento, no mo­mento em que doa, pois, se houver herdeiros necessários (São herdeiros necessáriosos descendentes, os ascendentes e o cônjuge.) Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima. Preservando-se, assim, a legítima dos herdeiros; daí a nulidade dessa doação inoficiosa apenas na porção excedente à legítima de seus herdeiros; so­frerá, então, uma redução até o limite permitido por lei. O reconhecimen­to da inoficiosidade poderá, segundo alguns, ser pedido em vida do doador (RT, 547:77, 492:110). O herdeiro lesado com a doação inoficiosa poderá ingressar em juízo imediatamente com a competente ação pleiteando a nu­lidade ou redução da liberalidade na parte excedente. Trata-se, porém, de questão controvertida, sustentando outros que só se poderá ajuizar tal ação após a abertura da sucessão do doador, pois de outro modo estar-se-ia a litigar sobre herança de pessoa viva; 
4. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário. Não há entrega imediata do bem ao donatário, pois o doador assume o dever de prestar, periodicamente, um auxílio monetário (dinhei­ro, autorização de débito em cartão de crédito ou em conta corrente), com o escopo de ajudar o donatário. A subvenção constitui um favor pessoal, que termina com o falecimento do doador, não se transferindo a obriga­ção para seus herdeiros. Trata-se de uma constituição de renda vitalícia, a título gratuito, que perdura enquanto viver o donatário, por ser liberalida­de intuitu personae;
5. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual. 
6. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice poderá ser anulada pelo outro consorte, que foi enganado, na constância do matrimônio, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos após a dissolução da socieda­de conjugal (CC, arts. 550 e 1.642, IV). Tal prazo é decadencial. Todavia, essa anulabilidade só atingirá o objeto doado e não outro em que o primeiro foi aplicado. P. ex.: se a doação feita pelo adúltero à concubina consistiu em dinheiro, com o qual ela adquiriu um imóvel, não será nula a aquisição da propriedade, mas apenas a versão do dinheiro; 
7. O doador não será obrigado a pagar juros moratórios por ser uma li­beralidade, nem estará sujeito à evicção ou à responsabilidade pelo vício re­dibitório (CC, art. 552), por não ser justo que de um ato benéfico surjam obrigações ou deveres para quem o pratica. Já nas doações remuneratórias e com encargo, haverá responsabilidade pela mora, pelo vício redibitório (CC, art. 441, parágrafo único) e pela evicção, no que concerne à parte cor­respondente ao serviço prestado e à incumbência cometida. "Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário" (CC, art. 552); 
8. O doador poderá estipular que os bens doados voltem ao seu patri­mônio, se sobreviver ao donatário ; essa cláusula de reversão deverá resultar de disposição expressa, operando, então, como uma condição resolutiva, de cujo implemento resultará a res­tituição do bem doado; os frutos, porém, pertencerão ao donatário. Se o donatário falecer antes do doador, o bem doado não será transferido ao seu herdeiro, pois o seu sucessor em relação ao objeto doado será o doador sobrevivente. Se porventura, houver comoriência, o bem doado irá ao herdeiro do donatário, ante a presunção juris tantum de morte simultânea do doador e do donatário.
Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. Como se admite negócio a termo, na obsta que se imponha a reversão antes da morte do donatário, mas veda efeito da cláusula de reversão em benefício de terceiro, proibindo, assim, doação sucessiva, reforçando o caráter intuitu personae da referida cláusula.
9. A doação de bens alheios é inadmissível, por ter ela por objeto coi­sas não pertencentes ao doador; no entanto, será suscetível de ratificação se o próprio doador vier a adquirir posteriormente o domínio do bem doa­do (RT, 547:129). 
 Requisitos Formais 
A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Visto ser a doação um contrato solene, lhe impõe uma forma que deverá ser observada, sob pena de não valer o contrato. Realmente, esse dispositivo legal estabelece obrigatoriamente a forma escrita, ao exigir que a doação se faça por instru­mento público ou particular, e, apenas excepcionalmente, ad­mite, em seu parágrafo único, sua celebração por via verbal, em certos casos especiais. Dessa maneira, a doação, em nosso direito, poderá celebrar-se: 
1. A doação far-se-á por instrumento particular. p. ex.: por carta de declaração, se os móveis do­ados forem de valor considerável ou se se tratar de imóveis.
Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
2. A doação far-se-á por instrumento Público; 
Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena. Sujeito a assento no Registro Imobiliário, e, se o doador for casado, exceto no regime de separação absoluta, deverá ob­ter o consentimento do outro cônjuge. 
3. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.Verbalmente, seguida de tradição (doação manual), se seu objeto for bem móvel e de pequeno valor relativamen­te à fortuna do doador, isto é, de acordo com a situação financeira do do­ador ante o valor da coisa doada. Desse modo, seria de bom alvitre que se apre­ciasse caso por caso, pois o juiz deverá ter em vista não só a fortuna de quem fez a liberalidade, o seu grau de discernimento, mas também o crité­rio objetivo, ou melhor, o valor da coisa doada. É a hipótese da doação ma­nual ou de presentes, que se faz por ocasião de aniversários, de casamen­tos, como prova de estima ou homenagem.
1.4.3 Espécies e conteúdo 
A doação pode ser:
a)   Pura e simples (ou típica) – Quando o doador não impõe nenhuma restrição ou encargo ao beneficiário, nem subordina a sua eficácia a qualquer condição. O ato constitui uma liberalidade plena.
b)   Onerosa (modal, em encargo ou gravada) – Aquela em que o doador impõe ao donatário uma incumbência ou dever. O encargo (representado, em geral, pela locução com a obrigação, ou seja, não suspende a aquisição, nem o exercício do direito (Código Civil - artigo 136), diferentemente da condição suspensivo (identificada pela partícula se), que subordina a eficácia da liberalidade a evento futuro e incerto (Código Civil - artigo 121). Enquanto não se verificar, o donatário não adquirirá o direito. O encargo pode ser imposto a benefício do doador, de terceiro, ou de interesse geral (Código Civil - artigo 553). O seu cumprimento, em caso de mora, pode ser exigido judicialmente, salvo, quando instituído em favor do próprio donatário, valendo, nesse caso, como mero conselho ou recomendação (exemplo: dou-te-tal importância para comprares tal imóvel). Tem legítimo interesse, para exigir o cumprimento, o doador e o terceiro (em geral alguma entidade), aplicando-se as regras da estipulação em favor de terceiro, bem como o Ministério Público, este somente se o encargo foi imposto no interesse geral e o doador já faleceu sem tê-lo feito (Parágrafo Único). Mas somente o doador pode pleitear a revogação da doação.Não perde o caráter de liberalidade o que exceder o valor do encargo imposto. Assim, se o bem doado vale R$ 100,00 e o encargo exige o dispêndio de R$ 20,00, haverá uma doação de R$ 80,00 e uma alienação a titulo oneroso de R$ 20,00.
c)   Remuneratória – É feita em retribuição a serviços prestados, cujo pagamento não pode ser exigido pelo donatário. É o caso, por exemplo, do cliente que paga serviços prestados por seu médico, mas quando a ação de cobrança já estava prescrita, e, ainda, do que faz uma doação a quem lhe salvou a vida ou lhe deu apoio em momento de dificuldade. Se a dívida era exigível, a retribuição chama-se pagamento; se não era, denomina-se doação remuneratória. Se o valor pago exceder o dos serviços prestados, o excesso não perde o caráter de liberalidade, isto é, de doação pura (Código Civil - artigo 540). Se os serviços valem R$ 100,00 e paga-se R$ 150,00, os R$ 50,00 excedentes constituem pura liberalidade.
d)  Mista – Decorre da inserção de liberalidade em alguma modalidade diversa de contrato (por exemplo: venda a preço vil, que é a venda na aparência, é doação na realidade). Embora haja a intenção de doar, existe um preço fixado, caracterizando a venda. Pode ocorrer, também, na aquisição de um bem por preço superior ao valor real (paga-se R$ 150,00, sabendo-se que o valor real é de R$ 100,00). O sobrepreço inspira-se na liberalidade que o adquirente deseja praticar. Embora sustentem alguns que o negócio deve ser separado em duas partes, aplicando-se a cada uma delas as regras que lhe são próprias, a melhor solução é verificar a prepoderância do negócio, se oneroso ou gratuito, levando-se em conta o artigo 112 do Código Civil.
e)   Em contemplação do merecimento do donatário (contemplativa). Quando o doador menciona, expressamente, o motivo da liberalidade , dizendo, por exemplo, que a faz porque o donatário tem determinada virtude, ou porque é seu amigo, ou renomado profissional etc. Segundo dispõe o artigo 1º do artigo 540 do Código Civil, a doação é pura e como tal se rege, não exigindo que o donatário faça por merecer a dádiva.
f)    Feita ao nascitura – Dispõe o artigo 542 do Código Civil que tal espécie de doação valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. Pode o nascituro ser contemplado com doações, tendo em vista que o artigo 2º põe a salvo os meus direitos desde a concepção. A aceitação será manifestada pelos país, ou por seu curador, nesse caso com autorização judicial (Código Civil - artigo 1748, II c/c o artigo 1774). Sendo titular de direito eventual, sob condição suspensiva, caducará a liberalidade, se não nascer com vida.
g)   Em forma de subvenção periódica – Trata-se de uma pensão, como favor pessoal ao donatário, cujo pagamento termina com a morte do doador, não se transferindo a obrigação a seus herdeiros, salvo se o contrário houver, ele próprio, estipulado. Nesse caso, não poderá ultrapassar a vida do donatário (Código Civil - artigo 545).
h)   Em contemplação de casamento futuro (propter nptias) – É o presente de casamento, dado em consideração às núpcias próximas do donatário com certo e determinada pessoa. Segundo prescreve o artigo 546 do Código Civil, só ficará sem efeito se o casamento não se realizar. A sua eficácia subordina-se, pois, a uma condição suspensiva: a realização do casamento (si nuptiae sequntur). Dispensa aceitação, que se presume da celebração. O dispositivo permite tal espécie de doação quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro. Pode ser beneficiada, - portanto, a prole eventual do futuro casal.
i)     Entre cônjuges – O artigo 544 do novo Código Civil estatui que a doação de um cônjuge a outra “ importa adiantamento do que lhes cabe por herança”. A regra aplica-se às hipóteses em que o cônjuge participa da sucessão do outro na qualidade de herdeiro, previstas no artigo 1829 do Código Civil.
j)     Em comum a mais de uma pessoa (conjuntiva) – Entende-se distribuída entre os beneficiários, por igual, salvo se o doador dispuser em contrário (Código Civil, artigo 1551). Se gorem marido e mulher, a regra é o direito de acrescer: subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo, em vez de à parte do falecido passar aos seus herdeiros (Parágrafo único). Não é assim, se foi feita a um só dos cônjuges, esmo no regime da comunhão universal (RT. 677:218).
k)   De ascendentes e descendentes – Proclama o artigo 544 do Código Civil que a doação de ascendentes a descendentes, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. Estes são obrigados a conferir, no inventário do doador, por meio de colação, os bens recebidos, pelo valor que lhes atribuir o ato de liberalidade ou a estimativa feita naquela época (Código Civil, artigo 2004, § 1º), para que sejam igualados os quinhões dos herdeiros necessários, salvo se o ascendente os dispensou dessa exigência, determinando que saiam de sua metade disponível, contando que não a excedam, computado o seu valor ao tempo da doação (Código Civil artigos 2002 e 2005). A obrigatoriedade da colação, na doação dos pais a determinado filho, (Código Civil - artigo 496) ou permuta de bens e valores desiguais (Código Civil - artigo 533,II).
l)     Inoficiosa – É a que excede o limite de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. O artigo 549 do Código Civil declara nula somente a parte exceder tal limite, e não toda a doação. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade de seus bens, pois a outra pertence de pleno direito aos referidos herdeiros (Código Civil - artigo 1846). O artigo 549 visa preservar, pois, a legitima dos herdeiros necessários. Malgrado o argumento de que, ajuizada a ação declaratória de nulidade da parte inoficiosa (ação de redução) antes da abertura da sucessão, estar-se-ia a litigar em juízo sobre herança de pessoa viva, inclina-se a doutrina pela possibilidade de tal ação ser ajuizada desde logo, não sendo necessário aguardar a morte do doador, porque o excesso é declarado nulo, expressamente, pela Lei. O pedido é feito para que, anulado o ato, os bens retornem ao patrimônio do doador. Se forem feitas várias doações, tomar-se-a por base a primeira, isto é, o patrimônio então existente, para o cálculo da inoficiosidade. Caso contrário, o doador continuaria doando a metade do que possui atualmente, e todas as doações seriam legais, até extinguir todo o seu patrimônio. A redução, nesse caso, deve ser proporcional, alcançando somente as inoficiosas.
m) Com a cláusula de retorno ou reversão – Permite o artigo 547 do Código Civil, que o doador estipule o retorno, ao seu patrimônio, dos bens doados, se sobreviver ao donatário. Não fosse essa cláusula, que configura condição resolutiva expressa, os referidos bens passariam aos herdeiros do último. Revela o propósito de doador de beneficiar somente o donatário e não os herdeiros deste, sendo, portanto, intuite personae. A cláusula de reversão só terá eficácia se o doador sobreviver ao donatário. Se morrer antes deste, deixa de ocorrer à condição e os bens doados incorporam-se definitivamente ao patrimônio do beneficiário, transmitindo-se, por sua morte, aos seus próprios herdeiros. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro (Parágrafo Único), pois caracterizada uma espécie de fideicomisso por ato intervivos.
n)   Manual – É a doação verbal de bens móveis de pequeno valor. Será válida se lhe seguir, incontinenti a tradição (Código Civil - artigo 541, Parágrafo Único). A doação é contrato solene e consensual, porque a lei exige a forma pública, quando tem por objeto bens imóveis, e o instrumento particular, quando versa sobre bens móveis de grande valor (Código Civil - artigo 541, caput), aperfeiçoando-se com o acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa. Entretanto, a manual constitui exceção à regra, porque pode ser feita verbalmente, desde que se lhe diga, incontinenti, a tradição. Como a Lei não fornece critério para aferir o pequeno valor, leva-se em consideraçãoo patrimônio do doador. Em geral, considera-se de pequeno valor a doação que não ultrapassa a dez por cento dele.
o)   Feita à entidade futura – Dispõe o artigo 554 do Código Civil que a doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente. A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato constituído no respectivo registro (Código Civil - artigo 45)
1.4.4 Invalidade e revogação
A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário ou por inexecução do encargo (Código Civil - artigo 555), bem como pelos modos comuns a todos os contratos.
AULA 9
 Locação
- Compreender a Lei de Locações como um microssistema; 
A teoria geral dos microssistemas ainda não se consolidou no direito brasileiro. Motivo pelo qual há que se estruturá-la, por intermédio de pressupostos axiológicos e dogmáticos. Dessa forma, este estudo tenta adequar os elementos por meio dos quais os estudiosos do direito se valerão para identificar um microssistema no direito brasileiro.
- Identificar as situações em que o Código Civil tem aplicação subsidiária; 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 88 arrolou no seu artigo 5º, incisos LXIX, LXX, LXXI e LXXIII determinadas ações judiciais para a realização e garantia dos direitos individuais e coletivos, bem como atribuiu como função institucional do Ministério Público promover a ação civil pública para proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, sem prejuízo da legitimidade de terceiros para propositura da referida ação (art. 129, inc. III e § 1º). A estas ações judiciais com previsão na Constituição, costuma-se dar o nome de ações constitucionais ou remédios constitucionais, sendo elas o mandado de segurança individual (art. 5º, inc. LXIX) e o coletivo (art. 5º, inc. LXX), o mandado de injunção individual e coletivo (art. 5º, inc. LXXI) e a ação popular (art. 5º, inc. LXXIII).
Como o Código de Processo Civil é a lei que rege o processo na jurisdição civil (art. 13 do CPC/2015), todas as leis reguladoras das ações constitucionais prevêem a sua aplicação subsidiária naquilo que não contrariem as disposições das referidas leis, nem a natureza específica das ações. Os dispositivos legais são o artigo 24 da Lei nº 12.016/2009, que trata do mandado de segurança, o artigo 14 da Lei nº 13.300/2016, que trata do mandado de injunção, o artigo 22 da Lei nº 4.717/65 e o artigo 19 da Lei nº 7.347/85. As leis do mandado de segurança e da ação civil pública fazem referência expressa ao Código de Processo Civil de 1973 (Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973), entretanto como este foi revogado pelo Código de Processo Civil de 2015 (Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015) é este que deve ser aplicado subsidiariamente, conforme determina a regra de transição inscrita no artigo 1.046, § 2º e § 4º do CPC/2015.
Ementa
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 211/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. COTEJO ANALÍTICO E SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA. VIOLAÇÃO DA COISA JULGADA. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. HONORÁRIOS CONVENCIONAIS. PERDAS E DANOS. PRINCÍPIO DA RESTITUIÇÃO INTEGRAL. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CÓDIGO CIVIL.
1. A ausência de decisão acerca dos dispositivos legais indicados como violados, não obstante a interposição de embargos de declaração, impede o conhecimento do recurso especial.
2. O dissídio jurisprudencial deve ser comprovado mediante o cotejo analítico entre acórdãos que versem sobre situações fáticas idênticas.
3. A quitação em instrumentos de transação tem de ser interpretada restritivamente.
4. Os honorários convencionais integram o valor devido a título de perdas e danos, nos termos dos arts. 389, 395 e 404 do CC/02. 5. O pagamento dos honorários extrajudiciais como parcela integrante das perdas e danos também é devido pelo inadimplemento de obrigações trabalhistas, diante da incidência dos princípios do acesso à justiça e da restituição integral dos danos e dos arts. 389, 395 e 404 do CC/02, que podem ser aplicados subsidiariamente no âmbito dos contratos trabalhistas, nos termos do art. 8º, parágrafo único, da CLT. 6. Recurso especial ao qual se nega provido.
Acordão
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas constantes dos autos, por unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do (a) Sr (a). Ministro (a) Relator (a). Os Srs. Ministros Massami Uyeda, Sidnei Beneti, Paulo de Tarso Sanseverino e Vasco Della Giustina votaram com a Sra. Ministra Relatora. Dr (a). GUILHERME LUIZ DE SOUZA PINHO, pela parte RECORRIDA: PAULO CONÇALVES DE ASSIS.
- Diferenciar as espécies de locação de imóveis contidas na Lei de locações; 
No que consiste a analise dos tipos de contratos locação, antes de mais nada, temos que ter em mente a mudança instituída pelo Código Civil de 2002, o qual se tornou um divisor de águas nas espécies de contrato de locação. 
Antes da vigência do CC/02, os tipos de contratos de locação possuíam uma maior abrangência conceitual, sendo divididos em três tipos: 1) O Contrato de Locação de Serviços, 2) A Locação de Obra ou Empreitada e 3) A Locação de Coisas. Deste modo, temos a percepção que os institutos da Prestação de Serviços e da Empreitada, eram tidos como espécies de contrato locatício o que claramente mudou com a chegada do nCC.
Para que possamos entender os diferentes tipos de contrato de locação, é necessário primeiramente uma breve analise do que seriam os elementos que compõem os mesmos. De forma resumida são:
a) Preço que denomina-se aluguel ou remuneração e é essencial ao negócio, sob pena de configurar-se comodato;
b) Objeto: pode ser coisa móvel ou imóvel.
c) Vontade: que é nada mais que a livre e a espontânea manifestação de vontade. A coisa móvel deve ser infungível, sob pena de ser contrato de mútuo;
d) Consentimento: pode ser expresso ou tácito. Não precisa ser proprietário para alugar, a simples posse jurídica autoriza o aluguel
O CC/02 regula a locação de vagas autônomas de garagem; espaços destinados a publicidade, locação de apart-hotéis, hotéis residência ou equiparados, e formas de locação que não tenham legislação própria. A Lei do Inquilinato, por sua vez, reserva - se a regulamentar a locação residencial (art. 46 e 47), locação por temporada (art. 48 a 50) e a locação não residencial ou comercial art. (51 a 57). 
LEI DE LOCAÇÃO: 8.245/91 
TEM POR OBJETO LOCAÇÃO DE BENS IMÓVEIS URBANOS.
CÓDIGO CIVIL: REGE A  LOCAÇÃO DOS  BENS MÓVEIS.
TIPOS DE LOCAÇÃO REGIDOS PELA LEI DO INQUILINATO: 
1) RESIDENCIAL: DESTINA-SE À RESIDÊNCIA. 
NÃO PODE TER NENHUM CUNHO COMERCIAL.
 1.1) ESPÉCIES DE LOCAÇÃO RESIDENCIAL: 
A) PRAZO DE ATÉ  30 MESES: 
VANTAGENS: TERMINA MAIS RÁPIDO.
DESVANTAGENS:
SE O CONTRATO CELEBRADO COM ESTE PRAZO FOR PRORROGADO E  TORNAR-SE CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO, O LOCADOR SÓ PODERÁ RETOMAR O IMÓVEL NAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ARTIGO 47 DA LEI DE LOCAÇÃO,  OU SEJA ATRAVÉS DA DENÚNCIA CHEIA (LOCADOR DEVE TER ALGUM MOTIVO). 
NESTAS LOCAÇÕES, O LOCADOR SÓ PODERÁ RETOMAR O IMÓVEL DENTRO DAQUELES MOTIVOS NO ARTIGO 47. EX:
USO PRÓPRIO (EXCETO SHOPPING CENTER).
QUANDO A LOCAÇÃO  PASSA A TER PRAZO INDETERMINADO?
FINDO O PRAZO DO CONTRATO, SE O LOCADOR NÃO MANIFESTAR A INTENÇÃO DE RETOMAR O IMÓVEL EM ATÉ 30 DIAS APÓS O TÉRMINO DO CONTRATO, ELE PASSA A TER PRAZO INDETERMINADO.
B) PRAZO IGUAL OU SUPERIOR A 30 MESES
DESVANTAGENS: LOCADOR VAI TER QUE CONVIVER MAIS TEMPO COM LOCATÁRIO.
VANTAGEM: FINDO PRAZO DO CONTRATO, MESMO QUE O LOCADOR NÃO
PEÇA O IMÓVEL, PODE FAZER A QUALQUER MOMENTO.
NÃO PRECISA DE MOTIVO. BASTA DEMONSTRAR O LAPSO TEMPORAL DO CONTRATO. É CHAMADA DENÚNCIA VAZIA, SEM MOTIVO.
2) LOCAÇÃO NÃO RESIDENCIAL:
É AQUELA NÃO DESTINADA À RESIDÊNCIA. LOCAÇÃO COMERCIAL  É ESPÉCIE, MAS  EXISTEM OUTRAS FORMAS. POR EX: LOCAÇÃO VISANDO A PRESTAÇÃO SERVIÇOS. A PREOCUPAÇÃODO LEGISLADOR  NESTE TIPO DE LOCAÇÃO É NA PROTEÇÃO AO CHAMADO FUNDO DE COMERCIO.FUNDO DE COMÉRCIO NADA MAIS É DO QUE O PRÓPRIO INVESTIMENTO QUE O LOCATÁRIO FEZ NAQUELE COMÉRCIO, NEGÓCIO. A FALTA DE SEGURANÇA INIBE O INVESTIMENTO. SE NÃO HOUVE ESTE MECANISMO, AQUELE QUE MONTA UM NEGÓCIO FICARIA SEMPRE VULNERÁREL PERANTE O LOCADOR QUE PODERIA PEDIR O IMÓVEL  A QUALQUER TEMPO.
PARA TER DIREITO À RENOVAÇÃO DO CONTRATO, O LOCATÁRIO TEM QUE OBSERVAR DETERMINADOS REQUISITOS PRESENTES NO ARTIGO 51 DA LEI DE LOCAÇÕES C/C COM ARTIGO 71:
1- PRECISO DE UM CONTRATO POR ESCRITO. VERBAL NÃO É POSSÍVEL.
2- PRAZO MÍNIMO DE 5 ANOS. ADMITE-SE VÁRIOS CONTRATOS SOMADOS.
EX: CINCO CONTRATOS DE UM ANO,  NÃO ININTERRUPTOS.
3- CONTRATO NÃO PODE SER POR PRAZO INDETERMINADO. O PRAZO DEVE SER DETERMINADO.
4- CONTRATO RIGIDAMENTE CUMPRIDO. NÃO PODE TER NADA EM ATRASO. EX:ALUGUEL, ENCARGOS.
5- LOCATÁRIO PRECISA EXERCER NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS A MESMA ATIVIDADE.
O MECANISMO QUE A LEI DE LOCAÇÃO OFERECE AO LOCATÁRIO PARA EXERCER O DIREITO DE RENOVAÇÃO É A CHAMADA AÇÃO RENOVATÓRIA.
PRAZO: DECADENCIAL  DE 1 ANO A 6 MESES ANTES DO TÉRMINO DO CONTRATO.
SE NÃO PROMOVÊ-LA NESTE PERÍODO, ELE PERDE O DIREITO  O CONTRATO.
3 )LOCAÇÃO PARA TEMPORADA:
CARACTERÍSTICAS:
SE DESTINA AO LAZER, CULTOS RELIGIOSOS. NÃO PODE SER RESIDENCIAL.
PRAZO: NO MÁXIMO 90 DIAS.
ULTRAPASSADO ESTE PRAZO, SE O LOCADOR NÃO SE MANIFESTAR, CONVERTE-SE EM LOCAÇÃO RESIDENCIAL.
O ALUGUEL É PAGO DE FORMA ANTECIPADA.
DEVE SER FEITO POR ESCRITO PORQUE PODE CARACTERIZAR LOCAÇÃO RESIDENCIAL E A RETOMADA DO BEM FICA MUITO MAIS DIFÍCIL.
COMO TERMINA UM CONTRATO DE LOCAÇÃO?
ARTIGO 9 DA LEI DE LOCAÇÃO TRAZ HIPÓTESES DE RESCISÃO.
NEM SEMPRE O LOCATÁRIO DEVOLVE O IMÓVEL APÓS O TÉRMINO DO CONTRATO.
UMA HIPÓTESE É O NÂO PAGAMENTO. NÃO SÓ O INADIMPLEMENTO DO ALUGUEL, MAS TAMBÉM DOS ACESSÓRIOS (ENCARGOS, CONDOMÍNIO). LOCATÁRIO FICA SUJEITO A AÇÃO DE DESPEJO.
– OUTRA HIPÓTESE É A INFRAÇÃO CONTRATUAL, DESCUMPRIMENTO DE ALGUM TERMO DO CONTRATO.
LEI DE LOCAÇÃO DÁ TRATAMENTO DIFERENCIADO  À FALTA DE PAGAMENTO, TODAVIA, NÃO É SO A FALTA DE PAGAMENTO QUE É INFRAÇÃO CONTRATUAL.
SE FOR UMA OUTRA INFRAÇÃO TAMBÉM É CAUSA DE RESCISÃO, MAS A VIA PROCESSUAL NÃO É O DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO E E SIM UMA AÇÃO DE DESPEJO COMUM, UMA AÇÃO DE DESPEJO PELO RITO ORDINÁRIO.
TERCEIRA VIA DE RESCISÃO: É O MÚTUO ACORDO ENTRE LOCADOR E LOCATÁRIO.
AMBOS DECIDEM RESCINDIR O CONTRATO E CHEGAM EM UM ACORDO. É IMPORTANTE QUE ESTE ACORDO SEJA REDIGIDO. O FIADOR DEVE ASSINAR.
GARANTIAS DO CONTRATO DE LOCAÇÃO: 
-FIANÇA
-SEGURO-FIANÇA
-CAUÇÃO: APLICÁVEL A LOCAÇÕES DE MENOR VALOR.
LOCADOR DEVE DEVOLVER O VALOR DA CAUÇÃO AO FINAL DO CONTRATO E OS RENDIMENTOS DEVEM SER ATRIBUÍDOS AO LOCATÁRIO.
SE LOCADOR LEVANTAR CAUÇÃO VAI TER QUE RESPONDER, TEM QUE DEVOLVER.
SEGURO FIANÇA: 
É UMA DAS GARANTIAS PREVISTAS NO ARTIGO 37. É UM CONTRATO FEITO PELO LOCATÁRIO EM FAVOR DO LOCADOR. VISA PROTEGER O LOCADOR. A SEGURADORA EXIGE DO LOCATÁRIO UMA SÉRIE DE GARANTIAS. GERALMENTE É MAIS FÁCIL COMPRAR O IMÓVEL DO QUE APRESENTAR TODOS OS DOCUMENTOS EXIGIDOS. SE O LOCATÁRIO NÃO PAGAR O ALUGUEL, A SEGURADORA VAI SE SUBROGAR NOS DIREITOS DO LOCADOR. A SEGURADORA PASSA A SER CREDORA.
PARA AS LOCAÇÕES NÃO RESIDENCIAIS FUNCIONA MELHOR PORQUE O LOCATÁRIO TEM UM PODER ECONOMICO MELHOR.
FIANÇA LOCATÍCIA:BENS DO FIADOR DIREITO DE IMPENHORABILIDADE DOS BENS DE FAMÍLIA DA LEI LEI 8009 ? 
 NÃO. FIADOR NÃO TEM DTO A PROTEÇÃO DA LEI AO BEM DE FAMÍLIA.
CONTRATO VERBAL:  É VÁLIDO?
SIM. É VÁLIDO PORQUE PRODUZ SEUS EFEITOS MAS NÃO TEM A MESMA CONSISTÊNCIA DO CONTRATO ESCRITO.  
A MELHOR FORMA DE SE DEMONSTRAR A EXISTÊNCIA DESDES CONTRATOS É COM OS RECIBOS DE PAGAMENTO. SE ELE NÃO CUMPRIR AS OBRIGAÇÕES, CABE AÇÃO DE DESPEJO, RESCISÃO DO CONTRATO. CONTRATO DE LOCAÇÃO COMERCIAL VERBAL NÃO DÁ DIREITO AO LOCATÁRIO DE REQUERER A SUA RENOVAÇÃO. CONTRATO VERBAL RESIDENCIAL EQUIPARA-SE AO CONTRATO ESCRITO PACTUADO COM PRAZO DE 30 MESES. SÓ É RESCINDIDO ATRAVÉS DE DENÚNCIA CHEIA. 
DIREITO DE PREFERÊNCIA:
NÃO CONFUNDIR COM CLÁUSULA DE VIGÊNCIA!
A CLÁUSULA DE VIGÊNCIA ESTÁ PREVISTA NO CONTRATO E ESTABELECE QUE O LOCATÁRIO PERMANECE NO IMÓVEL SE O LOCADOR VENDER O IMÓVEL.
DIREITO DE PREFERÊNCIA: ESTÁ PREVISTA NA LEI DO INQUILINATO. 
LOCATÁRIO DEVE SER COMUNICADO/NOTIFICADO DO DESEJO  DO LOCADOR DE VENDER DO IMÓVEL. 
MELHOR FORMA DE  NOTIFICAÇÃO: CARTA.
LOCADOR INDICA VALOR DA PROPOSTA. DEVE SER VALOR DE MERCADO. SE NÃO TIVER CLÁUSULA DE VIGÊNCIA, O IMÓVEL SERÁ ALIENADO E O LOCATÁRIO DEVERÁ SAIR DO IMÓVEL.
REGISTRO NO CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS É UMA GARANTIA. NO DIREITO DE PREFERENCIA, É DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA.
SE NÃO FOR DADO DIREITO DE PREFERÊNCIA, O LOCATÁRIO TEM DIREITO DE ENTRAR COM AÇÃO JUDICIAL E
PERDAS E DANOS.
- Examinar as formas de extinção do contrato de locação; 
Sob a ótica do locatário não se exige a observância do contrato originário. Deve-se analisar tão somente o contrato de locação atual.
Se o contrato atual for de prazo indeterminado, o locatário poderá extinguir o contrato a qualquer tempo por denúncia vazia e mediante notificação com 30 dias de antecedência, sob pena de pagar as despesas relativas ao período. Pode ainda rescindir o contrato por denúncia cheia, sem embargo de eventuais perdas e danos.
Se o contrato atual for de prazo determinado, o locatário pode considerar extinto o contrato naturalmente ao fim do prazo, porém ele não precisa respeitar o prazo para que o contrato se finde, podendo deixar o imóvel desde que notifique o locador com 30 dias de antecedência. Nesse caso o locatário deverá arcar com uma multa proporcional ao descumprimento do contrato (não é devida a multa, porém, se a rescisão se der em razão da mudança de local de trabalho determinada pelo empregador, mas ainda aqui ele deve notificar o locador), se não houver multa prevista, a mesma deverá ser arbitrada pelo juiz – se não houver a notificação o locatário deverá pagar as despesas relativas ao período. Pode ainda rescindir o contrato por denúncia cheia, sem embargo de eventuais perdas e danos.
Obs 1: Multa prevista não pode ser o aluguel pelo tempo que faltar. Se pudesse estaríamos coagindo economicamente o locatário a permanecer no imóvel.
Obs 2: Art. 54-A (quando locador procede à prévia aquisição, construção ou substancial reforma do imóvel para firmar contrato por prazo determinado com o locatário – e. G. Supermercado), só nesse caso a multa pode ser o valor do aluguel pelo tempo que faltar.
A locação também poderá ser desfeita: 
I - por mútuo acordo; quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga-se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado o imóvel. Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas devidamente registradas, o contrato somente poderá ser rescindido: nessas hipóteses: por mútuo acordo;em decorrência da prática de infração legal ou contratual;  em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos;  para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti -las; 
II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual; 
III - em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos; 
IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti-las.
https://www.passeidireto.com/arquivo/2686840/ccj0014-wl-a-amma-11-compra-e-venda-02
- Compreender o novo regime das ações locatícias instituído pela Lei 11.112/2009.
VI - o disposto no inciso IV do art. 9º, havendo a necessidade de se produzir reparações urgentes noimóvel, determinadas pelo poder público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário, ou, podendo, ele se recuse a consenti-las; (Acrescentado pela L-012.112-2009)
Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)
I – o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o pedido de cobrança dos aluguéis e acessórios da locação; nesta hipótese, citar-se-á o locatário para responder ao pedido de rescisão e o locatário e os fiadores para responderem ao pedido de cobrança, devendo ser apresentado, com a inicial, cálculo discriminado do valor do débito; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)
II – o locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da citação, o pagamento do débito atualizado, independentemente de cálculo e mediante depósito judicial, incluídos: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009)
http://www.rccim.com.br/acoes-locaticias
 1.5 Locação 
1.5.1 Locação predial: 
1.5.1.1 Conceito 
1.5.1.2 Noções gerais 
1.5.1.3 Espécies 
1.5.1.4 Inovações 
1.5.2 Locação residencial: 
1.5.2.1 Princípios 
1.5.2.2 Espécies 
1.5.2.3 Limites 
1.5.3 Locação não residencial: 
1.5.3.1 Espécies 
1.5.3.2 Imóveis destinados a escritórios e consultórios; Shopping Center 
1.5.3.3 Denúncia vazia; Denúncia cheia. 
1.5.3.4 Fundo de comércio 
1.5.3.5 Renovação do contrato 
1.5.4 Ações atinentes à locação predial: 
1.5.4.1 Ação de despejo 
1.5.4.2 Ação revisional 
1.5.4.3 Ação renovatória 
1.5.4.4 Consignação em pagamento 
Aplicação
AULA 10
 Locação de coisas. Fiança.
- Compreender as normas aplicáveis à locação de coisas. 
O contrato de locação imobiliária situa-se logo em seguida à compra e venda quanto à utilização e importância no mundo negocial. Cuida-se do regramento da função social da propriedade. Exige, portanto, permanente atenção do legislador e do jurista, tendo em vista as implicações sociais referentes à moradia dos que não possuem casa própria e a produção e fornecimento de serviços e bens de consumo na locação com finalidade mercantil ou não residencial.
	
- Compreender a fiança como contrato acessório que institui garantia pessoal.
As origens da fiança remontam ao direito romano onde se desenvolveu sob as formas de sponsio, fidepromissio e fideiussio, sendo os dois primeiros institutos de direito civil e o último de jus gentium. Por longo tempo o fiador foi considerado como devedor solidário e, só na época de Justiniano se reconheceu a sua qualidade de responsável subsidiário, qualidade que permanece até os dias de hoje, salvo se estipular solidariedade entre devedor e fiador (828, II CC). 
A fiança é contrato acessório em relação ao principal, haja vista que para a sua existência pressupõe-se a existência de um contrato principal. Neste contexto, em regra, o fiador sempre responde subsidiariamente, isto é, somente quando o devedor principal se tornar insolvente. Entretanto, se o fiador cumprir a obrigação que garante, tem a seu favor a possibilidade de ajuizar uma ação contra o devedor principal, chamada ação de regresso.  
É um contrato intuitu personae relativamente ao fiador, isto é, uma garantia pessoal, realizada na base da confiança, visto que para ser celebrado será imprescindível a existência da confiança entre credor e fiador. 
O contrato de fiança tem natureza unilateral, o fiador se obriga perante o credor, mas, em contrapartida, o credor não assume nenhum compromisso para com aquele. 
A fiança dever ser, obrigatoriamente, assumida na forma escrita (art. 819 CC), não se admite a fiança na forma verbal. Não se exige solenidade e pode constar de instrumento público ou particular ou outro documento que apresente os requisitos peculiares. 
A priori, a fiança é um instituto gratuito, pois o fiador ao se obrigar perante o credor o faz confiando na lealdade e honestidade do afiançado no cumprimento de suas obrigações, sem exigir nada em troca. Porém, nada impede que exista uma remuneração. Nos dias de hoje existem empresas especializadas em prestar fiança mediante remuneração. É o que ocorre com a chamada fiança bancária, pela qual os bancos assinam termos de responsabilidade em favor de seus clientes em troca de uma porcentagem sobre o montante afiançado. 
A fiança encontra-se disposta nos artigos 818 a 839 do Código Civil brasileiro, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. É um contrato acessório pelo qual o fiador se une ao devedor principal, a fim de garantir o adimplemento da obrigação por este assumida. O fiador se obriga a cumprir a obrigação em todos os seus termos, caso o devedor principal não a cumpra. 
A instituto da fiança tem como objetivo dar maiores garantias e possibilidades de o credor receber a sua dívida. O fiador, quando assume a obrigação de garantir um contrato é responsável nos exatos termos em que se obrigou e, caso não haja o pagamento da dívida, responde com seus bens patrimoniais pessoais. Se o devedor não pagar a dívida ou seus bens não forem suficientes para cumprir a obrigação, o credor poderá voltar-se contra o fiador, reclamando o pagamento. 
A fiança pode ser convencional ou contratual, judicial e legal. A fiança convencional ou contratual, como é acessória em relação ao contrato principal, segue o seu destino, ou seja, se a obrigação principal for nula, a acessória também será. Porém, a recíproca não é verdadeira, ou seja, se a fiança for nula, não quer dizer que o contrato principal é nulo também. 
Podem ser fiadores todos aqueles que são maiores ou emancipados e com direito à livre disposição dos seus bens. O cônjuge, sem outorga uxória (anuência expressa), não poderá assumir esta responsabilidade, exceto no regime da separação absoluta de bens, regulada no artigo 1.647 do código atual. A ausência da outorga uxória, não suprida pelo juiz, torna ato anulável. 
Somente o cônjuge interessado pode argüir a falta de outorga. A nulidade não pode ser requerida pelo cônjuge que anuiu e nem mesmo ser decretada “ex officio” pelo juiz. O prazo para requerer a nulidade da fiança, que antes era de quatro anos, contados a partir da dissolução da sociedade conjugal, agora, com a entrada em vigor do novo Código, o prazo foi reduzido para até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal (art. 1.649 CC). 
Quando a fiança exceder ou for mais onerosa que o valor da dívida, não valerá senão até o limite da obrigação afiançada (art. 823 CC) e pode ser prestada ainda que o devedor não dê seu consentimento, pois a fiança é contrato restrito a fiador e credor e pode ser aceita pelo credor mesmo contra a vontade do afiançado. No entanto, se a fiança foi prestada com o consentimento do devedor e vindo o fiador a ficar insolvente ou incapaz, o devedor é obrigado a substituí-lo (art. 826), o que não ocorre se foi prestada à sua revelia. 
Efeitos da fiança
Considerando que a fiança um contrato acessório em relação ao contrato principal e, em geral, gratuita, seus efeitos estão restritos à forma contratada, não podendo ir além da dívida nem lhe ser mais onerosa. O fiador só poderá ser acionado para responder pela dívida afiançada após o descumprimento da obrigação pelo devedor principal. 
Benefício de ordem
O benefício de ordem é um direito que tem o fiador de só responder pela dívida se, primeiramente, for acionado o devedor principal e este não cumprir a obrigação de pagar. Segundo as disposições do atual Código Civil, constantes no artigo 827, que manteve a mesma redação do artigo 1.491 do Código antigo, o devedor tem direito a exigir, até a contestação da lide, que primeiro sejam executados os bens do devedor. E o parágrafo único do mencionado artigo diz que: “O fiador que alegar o benefício de ordem a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem parasolver o débito”. 
Nesse contexto, caso o devedor principal não cumpra a obrigação, e o fiador venha a ser acionado para responder pela dívida, sem que antes tenha sido acionado aquele, poderá alegar o benefício de ordem para que os bens do devedor sejam excutidos em primeiro lugar. Mas, é importante ressaltar que se foi estipulada solidariedade entre devedor e fiador, esta situação permite ao credor cobrar a dívida tanto do devedor principal como do fiador. 
Havendo pluralidade de fiadores há responsabilidade solidária entre os co-fiadores, salvo se declararam o benefício de divisão (art. 829 CC), caso em que cada um dos fiadores responderá pela sua parte no pagamento. A responsabilidade de cada fiador poderá ser limitada, não sendo responsável se não pela sua parte (art. 830 CC). Porém, havendo obrigação solidária em relação ao pagamento da dívida, o benefício de ordem é inaplicável aos fiadores, visto que ao credor é lícito escolher qual devedor deverá ser acionado para cumprimento da obrigação.
O fiador que pagar toda a dívida, sub-roga-se nos direitos do credor em todos os direitos que competiam ao credor originário. Não há, todavia, disposição alguma que sub-rogue o fiador nos direitos do afiançado para acionar o credor quanto este fica inadimplente.  
Exoneração da fiança
No que diz respeito à exoneração da fiança, primeiramente, deve-se analisar se o contrato foi assinado por tempo determinado ou indeterminado, pois no primeiro caso a fiança se extingue no momento em que se dá por encerrado o prazo contratado. No segundo caso, o fiador permanecerá responsável enquanto o contrato estiver vigorando, mas em ambos os casos o fiador pode dela se exonerar. 
Nos termos do artigo 835 do Código atual, ainda que a fiança não tenha limite temporal, poderá o fiador dela se exonerar se assim lhe convier, responsabilizando-se, porém, por todos os efeitos dela decorrentes, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação ao credor.  
Observa-se pela redação do artigo 835 do novo Código (artigo 1.500 do Código anterior), que o fiador poderá se exonerar da fiança sempre que lhe aprouver e de maneira bem mais simplificada, bastando para tanto enviar uma notificação ao credor cientificando-o da sua decisão. O espaço de tempo de sessenta dias, determinado pelo legislador, é tempo hábil para que o devedor possa constituir novo fiador.
Importante ressaltar que, se um contrato foi assinado por tempo determinado e vindo a se transmudar para tempo indeterminado, o fiador deve ser comunicado para que manifeste a sua concordância em continuar ou não a prestar fiança. Caso não haja a expressa manifestação de vontade do fiador, ainda que conste no contrato a cláusula escrita de não renunciar, esta cláusula não deve prevalecer. 
Extinção da fiança
Extinguindo-se o contrato principal, extingue-se também a fiança, visto que é um contrato acessório em relação ao principal. No entanto, a lei põe quatro hipóteses que extinguem a fiança por liberação do fiador, por motivos inerentes à sua própria natureza (art. 838 CC). 
A primeira causa é a moratória concedida pelo credor ao devedor, sem consentimento do fiador, isto é, o credor concede novo prazo ao devedor para que cumpra a obrigação, após o vencimento desta. 
A segunda causa é a frustração do fiador na sub-rogação nos direitos do credor em relação ao devedor. O fiador, ao afiançar, sabe que poderá ser compelido a pagar a dívida, no entanto, prevê a possibilidade de reaver o que pagou ao credor, junto ao devedor. Se o credor frustra essa garantia, extingue-se a garantia. 
A terceira causa ocorre com a dação em pagamento (datio in solutum) que constitui forma de pagamento, ainda que indireta, extinguindo a fiança que não se revigora se a coisa dada em pagamento vier a sofrer evicção. 
A quarta causa que é o retardamento do credor na execução em que se alegou benefício de ordem (art. 839). Se do retardamento da execução resultar que o devedor venha a ficar em estado de insolvência, o devedor fica exonerado de pagar a dívida, se provar que os bens indicados quando apontado o benefício de ordem, na época eram suficientes para quitação da dívida. 
Modalidades de fiança
Hoje temos duas novas modalidades de fiança que vêm ganhando força no mercado, é a fiança bancária e o seguro fiança. A fiança bancária e um compromisso contratual pelo qual uma instituição financeira, garante o cumprimento de obrigações de seus clientes. O público alvo das instituições são as pessoas físicas e jurídicas. Os prazos da garantia são definidos em função da natureza da obrigação a ser garantida.  
A vantagem se trabalhar com fiança bancária é que a garantia oferecida pelos bancos gozam de grande respeitabilidade no mundo dos negócios e proporciona maior rapidez na concretização dos negócios. 
Regulado pela Lei do Inquilinato (8.245/91), o seguro fiança consiste no pagamento de determinada quantia, calculada com base no valor mensal do aluguel. Esta garantia proporciona ao proprietário a garantia de que, na falta de pagamento dos aluguéis e demais taxas condominiais, poderá acionar o seguro para receber. Esta garantia vem substituindo a figura do fiador com grande sucesso, sem mencionar que evita o constrangimento do locatário interessado. 
AULA 11
 Mútuo e comodato.
- Diferenciar as espécies de empréstimo existentes na legislação civil; 
É o contrato pelo qual uma pessoa entrega a outra, gratuitamente, uma coisa, com a obrigação de restituí-la. As espécies de empréstimo são:
Comodato
Mútuo
Doação
Mandato
Seguro
Fiança
Compra e venda
Comodato: constitui o empréstimo de uso, em que o bem emprestado deverá ser restituído em espécie, em sua individualidade, não podendo ser fungível ou consumível. Tem como característica a contratualidade, pois é um contrato, sendo unilateral porque coloca uma das partes na posição de devedor, ficando a outra na de credor. É gratuito por não ter uma contraprestação, onerando um e proporcionando vantagem ao outro. É real, pois só se completa com a tradição, entrega do bem emprestado ao comodatário, e intuitu personae porque o objeto não pode ser cedido pelo comodatário à terceiro.
A coisa dada em comodato é temporária e o comodatário tem obrigação de restituir a coisa emprestada.
Seus requisitos são subjetivos, pois além de capacidades genéricas estabelece incapacidades especiais para a outorga do comodato. Objetivos, pois só podem ser dados bens infungíveis e inconsumíveis, móveis ou imóveis e formais, pois tem forma livre. Art.579 a 585 CC
Mútuo: É o contrato pelo qual um dos contraentes transfere a propriedade de bem fungível ao outro, que se obriga a lhe restituir coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Tem como característica a contratualidade por ser um contrato, real porque só se perfaz com a entrega do objeto, gratuito, pois mutuante não recebe nada do mutuário e oneroso quando houver alguma contraprestação por parte do mutuário. É concluído em certo prazo (temporariedade), sendo a coisa emprestada fungível, podendo ser transferida com simples tradição e tendo obrigação da restituição de outra coisa da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Tem requisito subjetivo porque é necessária a capacidade dos contraentes, não só comum, mas também a especial e objetivo onde o objeto deve ser fungível.
Após sua celebração gera obrigação ao mutuário, direito ao mutuante. Extinguem-se com o vencimento do prazo, hipóteses do art.592 do CC, inadimplemento, destrato e resiliçao unilateral por parte do devedor.
Art.586 a 592.
Doação: O art.538 do CC preceitua a doação e deste conceito se tira 4 elementos fundamentais que são: Contratualidade, pois a doação é considerada um contrato, com intervenção de duas partes contratantes, por ato inter vivos, gerando apenas direitos pessoais. Acarreta obrigação do devedor de entregar a coisa gratuitamente. Domínio se transmite por tradição no bem móvel e transcrição no imóvel.
Antes da entrega da coisa o donatário só tem direitos pessoais

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