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Manual de Atletismo da Escola de Educação Física do Exército - ARREMESSO E LANÇAMENTOS

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Arremesso e Lançamentos
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Manual de Atletismo da Escola de Educação Física do Exército
ARREMESSO E LANÇAMENTOS
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CAPÍTULO 1
ARREMESSO E LANÇAMENTOS
1. INTRODUÇÃO
	A presente unidade didática consiste no estudo das regras, dos aspectos mecânicos e cinesiológicos, e das técnicas relativo às provas do arremesso do peso e dos lançamentos do dardo, do disco e do martelo.
	Os lançamentos têm sido considerados como o “parente pobre” do Atletismo, uma especialidade que têm-se prestado pouca atenção e que não desfruta de uma boa posição dentro das preferências dos espectadores. Estas modalidades têm seu atrativo, que é ver o ser humano na expressão máxima de sua força explosiva.
	Nos últimos anos, os lançamentos têm vivido uma espécie de “pesadelo”, da qual é necessário acordar. Este “pesadelo” chama-se: “doping”. Com o aumento do controle anti-doping, tem-se produzido um efeito retrocesso que tem levado os índices dos lançamentos a níveis atingidos há décadas atrás. Isto demonstra que os espetaculares resultados conseguidos nos finais dos anos 70 e início dos 80 foram logrados em grande parte à utilização de produtos proibidos. Serão necessários uns quantos anos para que os atletas da atualidade consigam marcas similares e para que se veja uma luz ao final do túnel. 
	Em termos gerais, arremesso significa: "o lançamento de um engenho" o mais longe possível, respeitando-se as regras da IAAF, que estabelecem normas definidas quanto aos seguintes aspectos:
	- O engenho;
	- A área de lançamento (círculos e corredor);
	- O setor de lançamento, modificado de 40º para 34,92º em 01/01/2003;
	- As limitações no "ato de lançamento", impostas pelas regras.
	As quatro provas possuem as seguintes características gerais:
	a. Arremesso do Peso
		Consiste no arremesso de uma esfera de ferro, ou metal menos maleável que o latão, de superfície lisa, do interior de um círculo de 2,135m de diâmetro, para um setor de 34,92º.(após 01/01/2003)
		As especificações mínimas de peso são as seguintes:
		Masculino Adulto/Juvenil - 7,260 kg
 Masculino menores – 5,000 kg
		Feminino - 4,000 kg
	b. Lançamento do Dardo
		Consiste no lançamento de uma haste cilíndrica-cônica, de madeira ou metal, do interior de um corredor de 4,00m de largura, por 30,00 a 36,00m de comprimento .
		O dardo é constituído de uma haste, uma cabeça de metal e uma empunhadura de corda, com as seguintes especificações relativas ao peso:
		Masculino - 0,800 kg
		Masculino menores – 0,700 kg
		Feminino - 0,600 kg
	c. Lançamento do Disco
		Consiste no lançamento de um disco, constituído em madeira e metal, do interior de um círculo de 2,50m de diâmetro, para um setor de 34,92º(após 01/01/2003), sendo as seguintes as especificações mínimas quanto ao peso:
		Masculino - 2,000 kg
		Masculino menores – 1,500 kg
		Feminino - 1,000 kg
	d. Lançamento do Martelo
		Consiste no lançamento de uma esfera maciça de ferro, ou outro metal menos maleável que o latão, presa a um cabo de aço, efetuado do interior de um círculo de 2,135m de diâmetro, para um setor de 40º(até 01/01/2003), tendo as seguintes especificações:
		Peso: 7,260 kg (completo)
		Comprimento mínimo do cabo - 117,5 cm
		Comprimento máximo do cabo - 121,5 cm
		Era uma prova disputada somente por homens até 1999.
	É interessante também ressaltar um aspecto comum a todos os arremessos e bem especificado nas regras oficiais de atletismo, relativo à segurança durante estas provas.
	Em competições de Atletismo, em especial as realizadas com precariedade de meios, deve-se ter cuidado especial na manutenção das normas de segurança durante a realização das provas de arremessos e lançamentos.
Um programa-horário racional e uma efetiva condução da prova pelos árbitros eliminam, em grande parte, os possíveis acidentes que poderiam ocorrer, inclusive acidentes estes já observados em competições de alto rendimento como as Olimpíadas.
e. Recordes masculinos Outdoor (atualizados até Nov 2002- www.iaaf.org)
Arremesso de peso (Shotput)
Performance: 23,12 metros Atleta: Randy Barnes
Nat: USA							Data: 20/05/90
Lançamento do dardo (Javelin throw)
Performance: 98,48 metros Atleta: Jan Zelezný
Nat: Rep Tcheca					Data: 25/05/96
Lançamento do martelo (Hammer throw)
Performance: 86,74 metros	Atleta: Yuriy Sedykh
Nat: antiga URSS				Data: 30/08/86
Lançamento do disco (Discus throw)
Performance: 74,08 metros	Atleta: Jürgen Schult
Nat: Alemanha					Data: 06/06/86
2. CONSIDERAÇÕES MECÂNICAS (DARDO E PESO)
	Desde o momento em que o atleta se posiciona para o seu arremesso ou lançamento até o momento em que o engenho abandona a sua mão, ele se sujeita às leis físicas de um corpo em repouso ou em movimento.
	No ar, o implemento escapa do controle do atleta, que anteriormente, por meio da técnica, imprimiu a força, a velocidade, a orientação e a elevação que determinarão a trajetória a ser descrita.
	Há ainda mais dois aspectos à serem observados: a gravidade e a resistência do ar. Porém, a gravidade pode ser desprezada, pois é constante (9,81 m/s) em todos os arremessos. E a resistência do ar é desprezível para o martelo e o peso.
	a. Velocidade de Saída
		É a velocidade do implemento ao abandonar a mão do atleta. Em todos os lançamentos e no arremesso, a velocidade e o ângulo de vôo são fatores decisivos para uma boa marca, sendo a velocidade de saída o fator mais importante.
		A evolução da técnica dos lançamentos e arremesso é um dado real no Atletismo. Da utilização simples e única do braço do arremessador, erro ainda observado nos iniciantes, passou-se à utilização de todo o corpo no ato de arremessar ou lançar, aproveitando os fatores mecânicos positivos à ação, aos quais se imprimirá a maior velocidade possível.
		A ação em cadeia que observamos em todos os lançamentos e arremesso, e que, normalmente, chamamos de "técnica", tem a principal finalidade de estabelecer uma velocidade inicial transmitida ao engenho.
		Assim, ao peso, ao disco, ao martelo e ao dardo, não aplicamos somente a nossa "força muscular", mas acrescentamos a essa força "a velocidade" adquirida na série de movimentos prévios.
		No caso do dardo e peso, dependendo da técnica empregada, estes movimentos prévios se caracterizam, em termos gerais, por ações retilíneas (Velocidade Linear) e no disco e martelo, por ações circulares (Velocidade Circular).
		Na soma das forças que ainda atuarão na procura de uma maior velocidade de saída, devemos considerar:
			- As alavancas do corpo humano empregadas pelo atleta na utilização de sua técnica;
			- O movimento de frenagem no lançamento do dardo e arremesso do peso.
		Quanto às alavancas, observamos os seguintes princípios:
			- As alavancas atuarão sobre o implemento na direção do lançamento final, procurando coincidir a direção do lançamento com as resultantes das forças advindas das próprias;
 			- Quanto maior for a rapidez da ação da alavanca, maior será a velocidade imprimida ao engenho. Tal ação dependerá, diretamente, das habilidades motoras, velocidade e explosão do atleta;
			- Os segmentos mais fracos serão utilizados quando o "engenho" já estiver com certa velocidade, ou seja, são os últimos;
		Quanto à frenagem, esta é uma ação de grande importância no lançamento do dardo e no arremesso do peso. Assemelha-se a uma freada brusca de um carro, derrapando a sua traseira para a direita ou esquerda, proporcionando uma maior velocidade às partes da retaguarda.
		No lançamento do dardo e no arremesso do peso, quando utilizamos uma velocidade retilínea ao final do movimento, a velocidade máxima possível é bruscamente freada por uma ação da perna dianteira.
		Esta freada provocará, em princípio, as seguintes conseqüências:
		1) A rotação para frente, como uma charneira, do corpo do arremessador (no ato da freada, o ombro oposto ao braço que arremessaestará na direção do arremesso e o outro ombro irá à frente);
		2) A redução da velocidade do centro de gravidade do conjunto arremessador/engenho e a maior velocidade dos membros superiores (tronco e braços).
		Há ainda a seguinte Lei Mecânica:
		"A VELOCIDADE DE UM PONTO DE UM CORPO EM ROTAÇÃO É DIRETAMENTE PROPORCIONAL À DISTÂNCIA ENTRE O PRÓPRIO E O SEU EIXO DE ROTAÇÃO", que determinará:
		No ato da "freada" e na conseqüente rotação, todas as partes do corpo acima do centro de gravidade, (tronco), estarão possuídas de maior velocidade. Considerando o que se alertou anteriormente sobre a utilização inicial das alavancas mais poderosas (tronco), conclui-se sobre a importância da frenagem. A isso, somamos a Força e a Velocidade.
	Concluindo, diremos que os fatores básicos que determinam uma maior velocidade de vôo ao engenho são:
	- A velocidade retilínea inicial;
	- As alavancas do corpo;
	- A frenagem final.
	Obs.: As considerações sobre os lançamentos que utilizam a velocidade angular serão vistas na Unidade Didática relativa ao disco e o martelo.
	A velocidade de saída depende das seguintes capacidades dos atletas:
A força (máxima dinâmica e explosiva);
A coordenação inter e intra-muscular;
A velocidade gestual;
A facilidade gestual.
	b. Ângulo de Vôo
		É o ângulo formado pela tangente à parábola descrita pelo engenho, quando do abandono da mão do atleta, e o plano paralelo à horizontal.
		Este parâmetro é o menos importante para o resultado final do lançamento.
		As leis da Balística teorizam que o ângulo de vôo ideal é de 45º, determinado pela fórmula física para um corpo arremessado no espaço se, neste momento, o implemento está perpendicular à um ponto de contato no terreno.
		Na prática, entretanto, o ângulo de vôo ideal nos lançamentos é um pouco menor, devido ao implemento ser solto de uma altura maior do que a altura de queda. Para a técnica Parry O Brien, do arremesso de peso, o angulo de saída é de 40º, aproximadamente. 
		No dardo, o ângulo de vôo é fator decisivo para uma boa performance, considerando a importância que o mesmo exercerá nos aspectos aerodinâmicos do lançamento. (Um ângulo de vôo grande fará com que o implemento ofereça uma maior superfície de choque no ar). Em pesquisas efetuadas em Munique, Alemanha, levantou-se um ângulo médio de vôo em torno de 30 a 37º para o Dardo e disco.
		Como nem sempre prática e teoria coincidem, o técnico deverá observar fatores técnicos e biomecânicos do atleta (individualidade biológica), que poderão influir no ato de arremessar, e o ângulo de vôo "ótimo" que propiciará ao seu atleta um maior alcance.
	c. Altura de Lançamento
		É interessante observar que o "engenho" abandona a mão do atleta em um plano superior ao lado da queda. Esta diferença de planos proporcionará sempre um ganho na performance. Em conseqüência, entre atletas de técnica e forças iguais, os mais altos levarão vantagem em relação aos mais baixos, visto que o seu engenho "sai" de um ponto mais alto. Em Montreal, Canadá, já em 1976, nas provas finais de arremessos e lançamentos, a totalidade dos atletas encontrava-se numa faixa superior a 1,85m de altura.
		Assim, a altura de lançamento é um fator importante para estas provas e em especial para o PESO, devido a sua menor trajetória.
	d. Resistência do Ar (Fatores Aerodinâmicos)
		O “engenho” ao iniciar a sua trajetória, encontra a primeira e grande barreira a vencer, a resistência do ar. Surgem as influências de fatores aerodinâmicos que auxiliarão o "caminho" do engenho no ar, possibilitando uma boa marca.
		Nos arremessos de peso e martelo, devido à sua forma esférica, a resistência efetuada é uniforme, mas nos lançamentos de disco e dardo, com suas formas aerodinâmicas, as condições sobre a "resistência do ar" são importantes.
		No dardo, a configuração aerodinâmica é estabelecida nas regras oficiais (ver Regra 187), tem como precursor o atleta americano Bud Held, o primeiro homem a vencer a distância de 80 metros na prova. Held estabeleceu determinadas medidas básicas ao dardo, dando-lhe uma forma aerodinâmica equilibrada, de modo que a cabeça de metal ou “ponta” efetivamente abrisse caminho ao restante do conjunto.
		O aspecto aerodinâmico do dardo é um fator que, sem dúvida, tem contribuído para as sucessivas melhoras de recordes mundiais e olímpicos. As qualidades de estabilidade e segurança dos dardos aerodinâmicos e regulamentares proporcionam, ao final da trajetória, um menor ângulo de queda, quase de “bico”, com perda no alcance.
		São fatores importantes no problema aerodinâmico dos lançamentos:
		- A resistência do ar;
		- A sua aerodinâmica;
		- O peso do engenho;
		- A velocidade e o ângulo de vôo;
		- O vento (contra ou a favor);
		- A empunhadura (ver aspectos técnicos);
		- A rotação sobre o "eixo", do dardo e do disco.
		A rotação sobre o eixo do dardo, assunto contestado por alguns estudiosos da prova quanto à sua importância para uma boa marca, tem por finalidade proporcionar uma maior estabilidade ao dardo, particularmente na 2ª metade da trajetória.
		No lançamento, o atleta imprime automaticamente um movimento de rotação em torno do eixo principal, provocado pela ação externa do cotovelo e a ordem na qual os dedos abandonam o engenho ao final do arremesso.
	e. Ação da gravidade
		Os arremessos, como as provas de salto, enquadram-se nos princípios estabelecidos pela Lei de Newton sobre a gravitação universal:
		"DOIS CORPOS SE ATRAEM COM UMA FORÇA DIRETAMENTE PROPORCIONAL AO PRODUTO DAS SUAS MASSAS E INVERSAMENTE PROPORCIONAL AO QUADRADO DA DISTÂNCIA ENTRE ELES". Os corpos - A terra e o engenho - estão subordinados a esta Lei. Teoricamente serão mais influenciados os engenhos de maior massa. A resistência do ar e a altitude também deverão ser consideradas, pois aquela é inversamente proporcional a esta.
3. CONSIDERAÇÕES CINESIOLÓGICAS (Sumárias)
	As limitações impostas pelo engenho e seu peso, as restrições contidas nas regras Oficiais quanto aos locais de arremesso e seu espaço de impulsão e, ainda, a característica básica de aproveitamento máximo de força muscular do atleta determinara um estudo e conhecimento aprofundado da Cinesiologia e Biomecânica.
	A Cinesiologia é um estudo de mecânica, anatomia e fisiologia dos ossos, músculos e articulações que tomam parte nos movimentos possíveis de serem realizados pelo homem.
	a. Ação Muscular (dardo/peso)
		Nos aspectos mecânicos dos arremessos, ressaltamos a importância das alavancas humanas. Os diversos movimentos do corpo humano podem ser explicados da seguinte maneira: são alavancas mecânicas apresentando um ponto de apoio, uma potência e uma resistência.
		- O Ponto de Apoio: As Articulações;
		- A Potência: A Força Muscular;
		- A Resistência: A Força a ser vencida, representada pelo centro de gravidade do segmento.
		Estes diversos movimentos do corpo humano, constituirão um "Sistema de Alavancas", com predominância para as alavancas do 3º gênero (interpotentes), o que significa:
		- Os segmentos do corpo humano, que funcionam como alavancas, são movimentos por forças musculares (Potência), aplicadas em um ponto mais próximo das articulações (Ponto de Apoio) do que do centro de gravidade do segmento que vai ser movido (Resistência).
		O braço da potência sendo menos, a força que representa atuará em desvantagem, impondo outros fatores, como velocidade e o alongamento possível do braço da potência, para anular esta desvantagem.
	b. Função dos Ossos
		Dos tipos de ossos estabelecidos na Osteologia que são: longos, chatos e curtos, interessam ao estudo cinesiológico dos arremessos os ossos longos. Das funções importantes dos ossos ressaltamos:
		1) Função da Alavanca
			É a função mais importante para o estudo cinesiológico dos arremessos. Os ossos longos fornecem um maior braço de alavanca.
			Na prática, os arremessadores atuais possuem grande estatura e grandeenvergadura.
		2) Função das Articulações
			Todos os ossos fornecem superfícies próprias à sua união com os ossos vizinhos.
A importância das articulações do Punho, Cotovelo e Escápulo-umeral, é básica nos arremessos.
		3) Função de Sustentação
			Sobre o esqueleto vão se fixar todos os outros elementos do organismo, entre eles os músculos. Como os ossos apresentam essa função de sustentação, a sua estrutura é proporcional à ação muscular que sobre eles atua.
			Os ossos longos, como o úmero, o fêmur, a tíbia, rádio e cúbito, e, ainda os ossos que sustentam a musculatura torácica como os da coluna vertebral e as costelas, são também ossos a considerar no estudo cinesiológico dos arremessos.
	c. Músculos/Articulações
		Relacionamos abaixo, músculos e articulações que necessariamente participarão dos arremessos e lançamentos.
		Para fins didáticos relacionamos os músculos/articulações em separado, mas sempre consideraremos o trabalho dos mesmos em conjunto e no ato do arremesso.
		Estudando e analisando as suas ações, o técnico conhecerá a razão cinesiológica dos exercícios que programará, procurando estabelecer a máxima eficiência e o aproveitamento correto da “Individualidade” do atleta.
Músculos
			- Grande Peitoral						- Bíceps Braquial
			- Grande Dorsal						- Tríceps Braquial
		 - Ancôneo
			- Reto e Oblíquo Abdominais 	 - Extensores do Carpo
			- Deltóide								- Glúteos
			- Quadríceps							- Bíceps Crural
			- Trapézio								- Gastrocnëmios 
			- Rombóide							 - Palmares
			- Solear
		2) Articulações
			- Punho									- Joelho
			- Cotovelo								- Tíbia-Társica
			- Escápulo - Umeral					- Rádio-Cubital
			- Coxo-Femural						- Pé
		Observações: Em virtude das lesões comuns observadas nas articulações escápulo-umeral (rotação) e do cotovelo (flexão/extensão do antebraço), o técnico deverá ter especial cuidado no acompanhamento dos exercícios e educativos para o atleta.
		A matéria Método de Treinamento apresentará em aulas através de grupos de estudos, exercícios relativos à ação muscular dos arremessos do peso e dardo, quando poderemos estabelecer as Etapas que constituem qualquer análise cinesiológica ou biomecânica:
		- Observação do movimento (conjunto);
		- Descrição detalhada do movimento;
		- Descrição dos elementos anatômicos;
		- Análise mecânica.
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CAPÍTULO 2
ARREMESSO DE PESO
ARTIGO I - CONSIDERAÇÕES GERAIS
1. HISTÓRICO
	O ato de arremessar era uma atividade natural que foi muito praticada em caráter utilitário.
	Considerando-se o aspecto competitivo, foram os escoceses que começaram a disputar esta prova, usando como implementos troncos de madeira, com aproximadamente 50 kg. Nos Jogos Olímpicos de 1904, lançava-se uma "pedra" de 25 kg. Finalmente, nos EUA, os militares passaram a arremessar "velhos projéteis de canhão", bolas de ferro semelhantes às usadas nos dias de hoje.
	Em 1906 criou-se o círculo de 2,135m, limitando a área de arremesso.
	Em 1952, o americano Parry O'Brien criou a técnica de arremesso que leva seu nome. Ele foi recordista Mundial da prova, com a marca de 19,30m e bicampeão olímpico, em Helsinque e Melbourne, tornando-se, assim, uma lenda no atletismo. Este atleta foi também um pioneiro na questão da "ascendência da mente sobre a matéria", abrindo os olhos dos estudiosos para a utilização da mente nas provas atléticas. Ele conseguia realizar auto-hipnose, capacidade que lhe permitia alhear-se de tudo à sua volta, focando apenas a tarefa iminente, que era o arremesso.
	Em 1975 apareceu a técnica do arremesso com rotação, também chamada de "técnica giro", que procura utilizar a força centrífuga.
	Entre as quatro provas de arremesso e lançamento existente, dardo, peso, disco e martelo, o arremesso do peso é, possivelmente a que apresenta maior número de praticantes e maior popularidade.
	As facilidades oferecidas pela prova, quanto ao material empregado, instalações para sua prática e variação da massa do implemento, de acordo com a categoria e sexo do atleta, possibilitou que o mesmo fosse praticado em locais simples e por indivíduos de faixa etária qualquer. Isso contribuiu para a sua aceitação, não só como esporte de competição, mas também como recreação.
2. CONCEITUAÇÕES REGULAMENTARES
	O arremesso do peso é um esporte individual que consiste na projeção de uma esfera, de massa igual a 7.260 kg para homens e 4.000kg para mulheres, partindo do interior de um círculo com 2,125 m de diâmetro, para um setor de 34,92º.
	O peso deve ser de ferro maciço, latão ou qualquer outro metal, desde que não seja mais macio que o latão, ou um invólucro de qualquer desses metais, cheio de chumbo ou outro material. Deve ser de forma esférica e superfície lisa.
	O implemento deve ser arremessado com apenas uma das mãos e a partir do ombro. No momento do arremesso deve o peso estar tocando o queixo, ou localizado bem próximo dele, e a mão poderá baixar dessa posição durante o ato de arremessar.
3. EVOLUÇÃO
	Ao compararmos as principais qualidades exigidas de um atleta de alto nível dos nossos tempos, altura peso corporal e força, concluiremos que a base da evolução do arremesso do peso foi a velocidade.
4. ASPECTOS MECÂNICOS
	Quando o implemento é lançado, ele possuíra alguns aspectos importantes, tais como:
		- Velocidade de Vôo 				- Ângulo de Vôo 
		- Altura do arremesso 				- Ação da gravidade 
	a. Velocidade de Vôo
		A velocidade de vôo, velocidade que o engenho abandona a mão do atleta é um fator decisivo para um bom alcance.
		Entre os aspectos que possibilita uma maior velocidade de vôo, ressalta-se:
		- A ação das alavancas humanas
		- As ações "técnicas" de arrasto/busca do anteparo
		1) Ação das alavancas humanas
			Os principais utilizados no arremesso do peso são:
				a) As alavancas atuarão no "engenho" na direção do arremesso, procurando coincidir a direção do mesmo com a resultante das forças provenientes das alavancas
				b) O trabalho da alavanca na maior velocidade possível (explosão)
				c) Utilização inicial das alavancas mais poderosas e, posteriormente, das mais fracas
		2) As ações técnicas de arrasto/busca do anteparo
			Em termos simples, e mantidas as características e regras de cada prova, podemos considerar o arrasto do arremesso do peso como a corrida de aproximação do lançamento do dardo, e a busca do anteparo do arremesso do peso como a frenagem do dardo.
			A soma das duas ações, na prática quase simultânea, será o deslocamento possível do atleta no círculo e proporcionará ao conjunto atleta/engenho a velocidade inicial para arremesso.
			A primeira ação técnica, o arrasto, é efetuada com um balanceamento da perna esquerda e uma impulsão da perna direita, deslocando-se o atleta no sentido horizontal (considerando um atleta destro).
			A segunda ação, a busca do anteparo, encerrará o deslocamento do atleta no círculo, sendo executada pela perna esquerda o mais à frente possível e caracterizando, em menores proporções a frenagem do conjunto atleta/engenho e o início do giro e movimento vertical.
			Fica caracterizado o aproveitamento de uma velocidade linear que, ao final do movimento, aumentará a sua "aceleração" através de uma rotação em torno de um eixo, transmitindo ao engenho a velocidade de vôo necessária.
			Apesar do recorde mundial ter sido estabelecido na técnica Parry O Brien, a maioria absoluta dos atletas de alto rendimento têm utilizado a técnica giro no arremesso do peso, estabelecendo para o seu estilo as ações circulares, tendo por base os princípios mecânicos de um animado de velocidade circular.
	b. Ângulo de Vôo	
		Em termos mecânicos, o ângulo de vôo ideal é de 45º determinado pela fórmula física para um corpo arremessado no espaço. Na prática, o ângulo de vôo do arremesso do peso se encontra na faixa de 37º a 42º.
		A diferença observada entre a teoriae a prática é conseqüência não só de fatores mecânicos - planos diferentes para a saída e queda do implemento, mas também de fatores técnicos e cinesiológico - biomecânicos.
		Obs.: O ângulo de vôo do arremesso do peso é resultante, em maior grau, da elevação de tronco e pernas e não da ação do braço arremessador. A ação do braço arremessador tem a principal finalidade de proporcionar maior velocidade ao engenho - penúltima alavanca a ser utilizada, e participar como um dos componentes da altura do arremesso.
	c. Altura do Arremesso 
		É a distância que vai do peso até o solo, sendo medida no instante em que o engenho abandona a mão do atleta.
		Assim, a altura do arremesso não é composta apenas pela altura morfológica do atleta, mas também pela sua envergadura e ainda por aspectos técnicos, como a extensão das pernas no ato final do arremesso.
		Portanto, entre atletas de semelhantes técnicas e forças iguais, os mais altos levam vantagem, pois devemos lembrar que:
		1) O engenho abandona a mão do atleta em um plano superior ao da sua queda, proporcionando ao arremessador um ganho no alcance;
		2) A trajetória do peso é a menor entre os arremessos, solicitando a maior altura de arremesso possível.
 
	d. Velocidade de Vôo/Ângulo de Vôo/Altura de Arremesso	
		As análise e pesquisa efetuadas nos aspectos mecânicos do arremesso do peso se situam, em sua maior parte, nestes três fatores. A equivalência que se tem observado nos arremessos dos atletas de alto nível, tanto na média dos ângulo de vôo como na média da altura de arremesso, determinaram um real interesse no estudo da "Velocidade de Vôo", tornando-o o fator mais importante no peso.
ARTIGO II -TÉCNICAS DE ARREMESSO
1. TÉCNICA ORTODOXA
	É considerada como a "técnica pioneira".
	Nela, o atleta destro se posiciona no círculo, com o ombro esquerdo voltado para o sentido do arremesso, movimenta a perna esquerda para a retaguarda da perna direita para, em seguida, lançá-la lateralmente, iniciando o deslocamento no sentido do arremesso.
	É de fácil execução e simples coordenação, mas não é mais utilizada por atletas de alto nível, apenas como educativo.
	Proporciona uma boa velocidade de deslocamento ao arremessador, apresentando, entretanto, um menor caminho a ser percorrido pelo peso.
2. TÉCNICA "PARRY O'BRIEN"
Analisando a Técnica Ortodoxa, Parry O'Brien aprimorou-a, estabelecendo características e princípios que, em seu conjunto, constituíram a técnica que leva seu nome.
	O arremessador se posiciona no círculo, com as costas voltadas para o sentido do arremesso e inicia seu deslocamento em busca do anteparo, ao fim do qual efetuará o movimento de projeção. O arremesso do peso é uma ação contínua e progressivamente acelerada, de sua posição inicial até a sua posição final.
Para o nosso estudo didático, vamos dividí-lo em fases características fundamentais, visando a uma melhor assimilação, a saber:
	- Empunhadura;
	- Posição inicial no círculo;
	- Arrasto;
	- Busca do Anteparo;
	- Movimento de Projeção;
	- Reversão.
a. Empunhadura
	O peso será colocado na "raiz" dos dedos, de tal forma que todos se ajustem a ele. O polegar, o indicador e o mínimo são os dedos que pressionarão o peso, mantendo-o fixo.	
	Deve-se evitar a empunhadura em que o peso se posiciona na palma da mão, pois tal situação dificultará a ação final de flexão dos dedos.
	É uma fase que se confunde com a posição inicial.
b. Posição Inicial no Círculo
	O atleta estará de pé na parte posterior do círculo, de costas para o sentido de arremesso.
	O centro de gravidade do corpo do atleta (considerando-o destro) está com sua projeção vertical sobre o pé direito, estando o tronco erguido, a cabeça no prolongamento da coluna e o olhar na linha do horizonte.
	A perna esquerda tem apenas a função de auxiliar no equilíbrio do corpo e está apoiada no solo pela ponta do pé.
	O braço direito sustenta o implemento e o "acomoda" no ombro, encostado-o ao pescoço e à clavícula, aproximando-o do rosto.
	O cotovelo direito estará baixo. O punho alinha-se com o prolongamento do antebraço e à frente do corpo, com um ângulo aproximado de 45º.
	O braço esquerdo, semi-flexionado e com os músculos relaxados, estará na altura dos olhos, palma da mão voltada para baixo, acompanhando a linha dos ombros.
c. Arrasto / Busca do Anteparo
	São duas ações contínuas e interdependentes, cuja análise deverá ser feita no conjunto.
	O arrasto se inicia com uma inclinação do tronco à frente, permanecendo a cabeça no prolongamento da coluna e o peso encostado ao queixo, estando o cotovelo direito como na posição inicial.
	A perna direita estará flexionada, de modo que possa executar corretamente a sua ação de "impulsão". A perna esquerda, após se flexionar, adianta-se até à altura do joelho da perna direita, pronta para executar o "chute" que aumentará a velocidade de deslocamento no círculo.
	Nesta posição "grupada" o atleta deverá ficar por um breve instante, iniciando então o arrasto, pela impulsão da perna direita e a extensão - "chute" são ações quase simultâneas, com ligeira predominância para a ação da perna esquerda.
	O tronco do atleta deverá, tanto quanto seja possível, mover-se paralelo ao solo, proporcionando ao implemento um "caminho" sem nenhuma inflexão e de tal sorte que sua trajetória tenha uma característica ascendente. O braço que segura o peso forma ângulo reto com o solo.
	É importante que a ação de arrasto seja o mais "rasante" possível, evitando-se não só um salto para trás ou para cima, como também uma excessiva elevação da perna esquerda.
	Na seqüência do movimento, a perna esquerda irá o mais possível para retaguarda, na busca do anteparo. A visão em conjunto desta posição é a seguinte:
	- Perna esquerda - tendendo a estendida;
	- Pé esquerdo - ligeiramente oblíquo ao sentido do arremesso, próximo ao anteparo;
	- Perna direita - (de apoio) semiflexionada.
	- Atleta - ainda de costas para o sentido de arremesso;
	- Implemento - próximo ao queixo. O plano vertical que passa pelo peso atinge (ou passa próximo) o joelho e pé direito do atleta;
	- Cotovelo direito - baixo;
	- Conjunto cabeça / tronco / perna esquerda - num mesmo alinhamento.
	Ao final da busca do anteparo haverá uma pequena parada, que visa a recuperar o equilíbrio e se preparar para a fase seguinte que é a do arremesso propriamente dito.
	Este tempo parado deve ser o mais breve possível. A não observação deste detalhe acarretará perda de velocidade a ser impressa ao peso, fato este que se constitui na grande dificuldade técnica do arremesso.
	O atleta deverá ter sempre a preocupação de estabelecer uma seqüência entre a fase da busca do anteparo e a seguinte do arremesso propriamente dito, sem que haja quebra na velocidade que estará sendo impressa ao seu corpo e ao implemento.
	O toque no solo com o pé esquerdo e o final do arrastão não são simultâneos. O final do arrasto antecede ligeiramente o toque do pé da perna "livre" no solo.
	d. Movimento de Projeção
	Da posição final da fase de busca do anteparo daremos início ao Movimento Projeção.
		Nesta fase deve-se, principalmente, obedecer aos princípios mecânicos que regem um corpo quando em rotação em torno de um eixo. Deve-se, ainda, procurar empregar corretamente as alavancas humanas utilizando-se primeiramente as dos grupos musculares mais potentes e, posteriormente, as dos menos potentes.
		O arremesso terá início com a extensão vigorosa da perna de apoio - direita - seguido da "entrada dos quadris" e, finalmente do giro do tronco.
		O giro do tronco deve ser iniciado por um movimento enérgico do cotovelo do braço "livre" - esquerdo. Este movimento deverá ser ascendente e ser bruscamente interrompido quando o tronco estiver voltado para o sentido do arremesso. Nesta ocasião o peso ainda se encontra em sua posição original, encontrando-se o cotovelo do braço arremessador baixo e atrasadoem relação à linha dos ombros.
		Ao final do giro, o arremessador deverá estar de frente para o sentido do arremesso, caracterizando o término do movimento ascendente da técnica "Parry O'Brien", o início das ações do braço arremessador e o final da ação das pernas do atleta, no que concerne a impulsão.
		A perna direita, em extensão, acompanhará o movimento do giro do tronco, através de uma rotação interna de seu joelho, indo à frente com seu pé em contato com o solo.
		No momento em que o ombro se encontra bem elevado - pernas em extensão total e o mais avançado possível, o peso, animado das velocidades de deslocamento e giro, sofre a ação vigorosa e explosiva da extensão do braço, para cima e para frente.
		Tal ação deve ser executada conforme se segue:
			- Pés em contato com o solo;
			- Cotovelo separado do corpo e mais alto que a mão;
			- Mão em pronação.
		Ao final do movimento de extensão do braço, o peso receberá a ação da flexão do punho, conhecida como "tapinha", que se constitui na última alavanca aplicada ao engenho.
	e. Reversão
		O atleta, ao final do arremesso, sentirá a necessidade de recuperar o equilíbrio, em razão da velocidade imprimida ao seu corpo no sentido do arremesso.
		Esta recuperação tem finalidade de se evitar o cometimento de uma "falta" ao final da tentativa, e é executada por ações de compensação das pernas.
		A perna esquerda será puxada para trás, enquanto que a direita será lançada à frente, com o seu pé caindo próximo ao anteparo.
		O movimento compensatório reequilibra o corpo e somente deverá ser executado após o arremesso ter sido concluído.
3. ERROS MAIS COMUNS NA TÉCNICA PARRY O'BRIEN
	Os erros mais comumente cometidos, quando da execução da técnica "Parry O'Brien", são os seguintes:
	- Não flexionar a perna direita no início do arremesso, impedindo que a mesma tenha a ação de impulsão, transmitindo assim menor velocidade ao corpo;
	- Levantar a "perna livre" em demasia, quando do "chute", provocando inclinação oposta do tronco causando menor transmissão de velocidade ao corpo;
	- Executar um salto, ao invés do arrasto, acarretando perda de velocidade;
	- Não manter o corpo paralelo ao solo durante o arrasto, ocasionando perda de velocidade e prejuízo na ação do giro do corpo;
	- Não manter a perna de "apoio" flexionada ao final do arrasto, o que impede a "entrada de quadril" e prejudica o giro;
	- Permitir que o tronco se eleve ao final do arrasto/busca do anteparo, prejudica na ação do tronco no giro;
	- Colocar o pé da "perna livre", ao final da busca do anteparo, muito à direita ou à esquerda da direção de deslocamento, dificultando a execução do giro;
	- Terminar a fase arrasto/busca do anteparo com os pés excessivamente distante um do outro, o que prejudica a ação da perna de apoio para o início do movimento de projeção;
	- Não manter o implemento junto ao pescoço, até que se inicie a extensão do braço arremessador, o que faz com que a ação deste seja diminuída;
	- Não agir com o cotovelo do braço "livre", para dar início ao giro do corpo, ocasionando com isso menor velocidade de giro;
	- Não estender totalmente as pernas no momento do movimento de projeção com prejuízo para a altura do arremesso e com utilização deficiente das alavancas de maior potência;
 - Não estar com tronco elevado no momento do arremesso, com prejuízo no ângulo de vôo;
	- Executar a reversão antes que o implemento tenha deixado a mão, com prejuízo para a velocidade final do arremesso;
	- Não executar o “tapinha” ao final do arremesso, acarretando uma utilização deficiente de última alavanca a ser utilizada no arremesso, com prejuízo no alcance e altura do arremesso.
4. TÉCNICA DE GIRO
	É uma possível evolução da técnica Parry O'Brien. As suas características de movimentação no círculo se assemelham às do giro do lançamento do disco.
	O seu surgimento foi determinado por uma restrição da técnica Parry O'Brien, no que diz respeito ao deslocamento no interior do círculo de arremesso. Os atletas da atualidade, todos de elevada estatura, têm dificuldade em realizar ações de arrasto e busca do anteparo, em razão do comprimento de suas pernas, tendo em vista a grande média de estatura dos arremessadores da atualidade, e do diâmetro do círculo. A técnica “giro” seria uma solução para esta dificuldade.
	a. Posição Inicial
		O atleta encontra-se na parte de trás do círculo, com as pernas levemente afastadas e as costas na direção do lançamento.
	b. Movimento Preliminar 
		O atleta move-se de maneira parecida com o atleta do disco. Com o apoio de ambos os pés no solo, ao girar o corpo para esquerda muda o apoio para este pé. Ao girar para a direita transfere para o pé direito o peso do corpo. O braço esquerdo permanece aberto, sem contrações. 
	c. Giro
		No início do giro acontece o que alguns autores chamam de “posição de saída” que é a mudança do duplo apoio dos pés para o apoio apenas no pé esquerdo. O joelho esquerdo, mais flexionado desloca-se para esquerda, conduzido pelo giro do pé para este lado, enquanto a perna direita perde contato com o solo, causada pela flexão do joelho. A origem do movimento giratório é o impulso dado pela perna direita antes de abandonar o solo, porém o eixo de apoio do sistema atleta/implemento será a perna esquerda. Esta é a fase de aceleração inicial do peso. A força centrifuga fará com que o braço direito se eleve e o peso ficará mais firme junto ao queixo. O braço esquerdo se separa para contrabalançar esta elevação. O pé esquerdo fará um giro de 180º. A perna direita se entende quase totalmente para contribuir com o equilíbrio do corpo. É imperativa a inclinação do tronco. Haverá uma fase aérea, troca dos pés, neste momento a velocidade angular atinge o seu valor mais baixo. O pé direito toca o centro do círculo, com o metatarso e com o calcanhar elevado. A perna direita estará fletida. A perna esquerda, depois do impulso para continuar o giro permanecerá fletida e inativa. O braço esquerdo permanecerá flexionado e será levado para frente do corpo. O atleta experiente procurará ficar com os pés na posição de 2 e 3 horas (analogia com um relógio) o novato ficará na posição de 11 e 12 horas.
	d. Movimento de Projeção
		A diferença para técnica Parry O’Brein é a torção entre o eixo dos ombros e o eixo do quadril que será maior (90º na circular e entre 15º e 30º na Parry O’Brein). Outra diferença é o afastamento dos pés, que na circular é menor que na Parry O’Brein. 
	e. Reversão
		O arremesso termina com um salto com a troca de posição das pernas.
5. EXERCÍCIOS EDUCATIVOS PARA O ARREMESSO DO PESO
	a. Educativos sem o peso
		- Apoio de frente no solo; flexão e extensão dos braços.
		- Apoio de frente no solo, flexão e extensão dos braços, procurando tirar as mãos do solo ao fazer a extensão dos braços.
		- Tomar a posição inicial de arremesso e procurar equilibrar-se somente na perna de apoio (geralmente a direita).
		- Tomar a posição inicial de arremesso e praticar o deslocamento várias vezes seguidas, procurando fazê-lo bem rasante, caindo após, na mesma posição (inicial).
	b. Educativos com o Peso
		- Afastamento lateral, lançar o peso para cima com uma das mãos e apará-la com outra, procurando, após a extensão do braço, fazer a extensão do punho e dos dedos. Combinar com um pequeno impulso das pernas.
		- Palmas das mãos voltadas para baixo, pegar o peso com os dedos. Passar o peso de uma para outra mão, impulsionando o mesmo para cima e segurando por cima, com os dedos da mão contrária.
		- Afastados e de frente (dois a dois), empunhar o peso e arremessá-lo para o companheiro, procurando dar o "tapinha".
		- Lançar com uma das mãos por trás do corpo e por cima do ombro oposto e pegar com a outra mão.
		- De pé, de costas para a direção do arremesso, dar um passo à frente, agachando-se até o tronco encostar no joelho e, apanhando o peso que está no solo com as mãos,executar a técnica Parry O'Brien parado, com a mão que lhe parece melhor.
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CAPÍTULO 3
LANÇAMENTO DO DISCO
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
	A prova de lançamento do disco, criada e praticada pelos gregos desde os tempos mitológicos, sempre se constitui em uma das mais populares provas de atletismo, originou-se do costume de lançar os escudos de guerra dos soldados da Grécia antiga, sendo que no ano de 708 A.C., por ocasião dos 18º Jogos Olímpicos, o lançamento do disco foi incluído no programa das olimpíadas como uma das cinco provas do Pentatlo (salto em distância; lançamento de dardo; corrida do "stadium"; lançamento do disco e luta). O disco usado pelos gregos era um objeto arredondado com cerca de 20 a 36 centímetros de diâmetro e peso entre em um e cinco quilos. Nos primeiros tempos era confeccionado em pedra, passando posteriormente, a ser de bronze, mas possuindo sempre a mesma forma bojuda no centro e um pouco mais fina nas bordas. O gesto de lançar o disco ficou imortalizado na magnifica escultura do discóbolo de Mirón, e, até os dias de hoje, a figura do discóbolo é o símbolo internacional da educação física. (MENS SANA IN CORPORE SANO).
	Nos Jogos Olímpicos da Era Moderna, a prova de lançamento do disco foi iniciada no programa em 1896 para homens e em 1928 para mulheres. Dentre os maiores atletas desta especialidade podemos destacar: Martin J. Sheridan (EUA), que em apenas 10 anos (a partir de 1901) quebrou em sete ocasiões o recorde mundial, tendo sido bicampeão olímpico (1904 e 1908); Alfred Oerter (EUA), que conseguiu o inédito feito de ser tetracampeão olímpico, vencendo a prova de lançamento do disco em 1956, 1960, 1964 e 1968, quebrando o recorde olímpico em todas elas; Jay Silvester (EUA) que conseguiu em um mesmo ano o recorde mundial para as provas de lançamento do disco e arremesso do peso, tornando-se, com isso, um dos maiores arremessadores que o mundo já conheceu.
	A forma de executar o lançamento também evoluiu ao longo dos anos. Em 1896 o atleta executava o lançamento de cima de um pedestal e não era permitida nenhuma volta. Posteriormente, o lançamento passou a ser efetuado de dentro de um círculo de 2,13 metros de diâmetro, e nos dias de hoje este círculo possui 2,50 metros de diâmetro. O próprio setor de queda do implemento foi sendo gradativamente reduzido até os 34,92º previsto nas regras atuais.
	A par da evolução das regras de competição, houve também uma significativa melhoria dos aspectos técnicos, que aliados ao grande desenvolvimento dos método de treinamento desportivos, possibilitam a constante melhoria das "performances" com a queda sucessiva dos recordes da prova.
2. TÉCNICA DO LANÇAMENTO
	A técnica do lançamento do disco se baseia no aproveitamento integral da força centrífuga gerada pelo atleta ao efetuar um giro de uma volta e meia dentro do círculo. Esta técnica foi introduzida com grande êxito pelo norte-americano Gordien, sendo ao longo dos anos adaptada e melhorada. O atleta inicia o movimento, de costas para a direção de lançamento, e durante a execução do giro realiza um passo intermediário (rasante), somando assim à força centrífuga gerada no giro um impulso linear à frente, aumentando a velocidade de vôo a ser transmitida ao implemento.
	Para facilitar o estudo da técnica de lançamento do disco (técnica americana de 1 e 1/2 volta), vamos decompô-lo em suas partes fundamentais, que são:
	- Empunhadura;
	- Posição Inicial;
	- Movimentos Preparatórios;
	- Giro;
	- Posição do atleta após o giro;
	- Movimento de projeção;
	- Reversão.
	a. Empunhadura
		O disco é seguro pela ponta dos dedos ligeiramente abertos, de modo que fique empalmado, sem contração da mão. O bordo do disco se apoia sobre a articulação das duas últimas falanges e o seu peso fica quase todo sobre os dedos indicador e médio. O dedo polegar fica colocado ao lado do disco, e atua principalmente no equilíbrio. A parte central do disco se adaptará a cavidade que se forma na palma da mão. O punho fica ligeiramente flexionado, de modo que o disco , ficando empalmado, toque o antebraço, pelo bordo superior.
		É muito importante que o atleta realize muitos exercícios de adaptação a empunhadura do disco, até conseguir uma aderência tão perfeita, como se o disco estivesse colado a sua mão. A empunhadura, executada corretamente, é um dos fatores fundamentais para êxito do lançamento.
	b. Posição Inicial
		O atleta se colocará próximo a borda do círculo, com as costas voltadas para o setor de lançamento. O peso do corpo estará distribuído sobre as duas pernas. Os pés devem estar separados, de modo que o eixo de lançamento passe entre eles. O tronco estará em posição normal.
	c. Movimentos Preparatórios
		Os movimentos preparatórios (balanços preliminares) têm por objetivo facilitar a coordenação dos movimentos executados pelo atleta durante o giro e também auxiliar a impulsão inicial do atleta para realizar o giro.
		O atleta toma a posição inicial, empunha o disco e o segura por baixo com a mão esquerda, na altura do ombro esquerdo, com a musculatura bem descontraída tem início, então, os movimentos preparatórios, que consistem no deslocamento do disco até atrás do corpo e sua volta ao ombro. Nesse deslocamento, o braço executa um movimento em torno do tronco, num plano ligeiramente oblíquo. A mão direita permanece com a palma para baixo e à proporção que o braço se desloca para trás, as pernas flexionam-se ligeiramente, ficando na posição final arqueadas e o quadril torcido para a direita.
		Nestes movimentos preparatórios, que normalmente são em número de dois, o peso do corpo será transferido de uma perna a outra, alternadamente.
	d. Giro (deslocamento no circuito)
		O giro se inicia quando o atleta, depois de executar dois ou três balanços preliminares, se encontra com o tronco voltado para direita, estando o disco na posição mais à retaguarda e a maior parte do peso do corpo sobre a perna direita.
		A partir desta posição, o corpo começa a se deslocar para a esquerda e o arremessador transfere, então, o seu peso para a perna esquerda, que será eixo para o início do giro. O pé direito após executar uma forte impulsão, perde o contato com o solo e é levado em direção ao centro do círculo. No momento em que o pé direito se aproxima do centro do círculo, o esquerdo perde o contato com o solo, ficando o corpo momentaneamente suspenso no ar. Este movimento se assemelha a um salto veloz e rasante.
		Seguindo-se a esta ação, o pé direito passa a ser o pivô que dará continuidade ao giro. Isso acontece no momento em que ele toca a região central do círculo (momento em que é feito este contato, o atleta terá efetuado uma volta completa, estando com as costas voltadas para a direção de lançamento). O giro prossegue, agora em torno do novo eixo (pé direito), e o pé esquerdo será conduzido para as proximidades da borda anterior do círculo, cerca de 30º à esquerda do eixo de lançamento. É importante ressaltar que durante todo o giro, o tronco deve permanecer "torcido" para a direita, estando o braço direito estendido, empunhando o disco na posição mais atrasada possível (o braço deve estar à retaguarda da linha dos ombros). As pernas se mantêm semiflexionadas durante todo o movimento.
	e. Posição do Atleta Após o Giro de uma Volta e Meia
		A posição do atleta neste momento, será a seguinte: O corpo estará voltado na direção oblíqua à direita, com o peso distribuído sobre as duas pernas, sendo a carga maior suportada pela direita; pé direito se apóia pelo terço anterior, no centro do círculo, com a ponta voltada para a parte de trás do círculo, estando a perna flexionada; o pé esquerdo estará apoiado no solo, próximo ao bordo anterior do círculo, cerca de 30º à esquerda do eixo de lançamento, sendo este apoio realizado pela parte interna do pé e com a perna ligeiramente flexionada; o corpo encontra-se "torcido" para a direita e o braço que empunha o disco estendido e atrasado em relação a linha dos ombros.f. Movimento de Projeção
	A ação final do atleta tem uma certa semelhança com os outros lançamentos no que se refere à ação das pernas. O lançamento será feito com as forças combinadas das pernas, quadril e tronco, todas elas atuando à frente do disco, puxando-o para frente com muita energia. A alavanca do braço será a última a ser utilizada.
		Partindo da posição na letra anterior, o lançamento será realizado da seguinte maneira: A perna esquerda freia o lado esquerdo do corpo; a perna direita, que estava flexionada, irá se estender provocando a entrada de quadril e conseqüente elevação e rotação do tronco para a esquerda. O pé direito, que estava apoiado pelo terço anterior, gira para a esquerda e o apoio passa a ser feito pela ponta do pé (é importante ressaltar que o pé direito não pode perder o contato com o solo, antes que o disco deixado a mão do atleta). 
O tronco do atleta, pela ação da perna direita, eleva-se e fica voltado para a direção de lançamento, levando uma elevação do queixo e a cabeça cai para trás. O braço lança-dor, que durante todo o movimento se manteve atrasado, irá agora realizar seu movimento à frente num plano ligeiramente inclinado para cima, o disco será lançado quando o braço se encontrar no prolongamento da linha dos ombros; no instante em que o disco abandona a mão do atleta sofrerá uma ação final dos dedos, especialmente do indicador, que lhe transmitirão um movimento de rotação do sentido contrário ao giro do atleta, sendo este movimento fundamental para a estabilidade da trajetória do implemento no ar.
	O ângulo de vôo (ângulo formado pela tangente à trajetória do centro de gravidade do implemento com o plano horizontal) será de 35º a 40º, no instante do lançamento.
	g. Reversão
		Após o disco ser lançado, devido à velocidade com que o giro foi realizado, o atleta precisa restabelecer o equilíbrio evitando cometer infrações à regra. O pé direito que estava atrás, vem à frente, trocando de posição com o esquerdo que vai para trás. Alguns atletas, após a reversão, continuam girando sobre a perna direita. A reversão só deve ser feita após o disco ter abandonado a mão do atleta.
3. ERROS COMUNS DE TÉCNICA
	a. Na empunhadura
		- Colocação inadequada dos dedos com referência ao centro de gravidade do disco. Usualmente a mão está diretamente no centro de gravidade ou então ligeiramente atrás dele.
		- Uma empunhadura que não permita que as articulações da extremidade dos dedos se estendam sobre a borda do disco.
b. Nos Movimentos Preparatórios
		- Posição imprópria da cabeça e olhos. O olhar é normalmente dirigido para um ponto ligeiramente acima da linha do horizonte.
		- Colocação dos pés de modo a não aproveitar ao máximo a área do círculo.
		- Uma inadequada flexão dos joelhos.
		- Concentração excessiva, falhando na descontração e relaxamento.
		- Falha em assumir uma posição inicial que permita percorrer a distância ideal durante o descolamento e a rotação dentro do circuito.
	c. Na Execução do Giro
		- Falha ao adquirir o desequilíbrio intencional, permitindo ao corpo cair para parte da frente do circuito.
		- Negligência em estender o braço direito, não segurando o disco completamente à retaguarda.
		- Insuficiente ação de impulso do pé esquerdo.
		- Falha em conservar a perna esquerda igualmente flexionada e próxima à perna direita, no ponto médio do círculo, durante o giro.
		- Trazer o disco próximo ao corpo durante o giro. O corpo deve vir na frente do disco.
		- Colocar incorretamente o pé direito no fim do giro. O pé deverá tocar o solo próximo ao centro do círculo e apontado para retaguarda.
		- Negligenciar em flexionar o joelho direito suficientemente.
		- Curvar o tronco para trás ou para frente numa inclinação que prejudique o equilíbrio do corpo.
	d. Movimento de Projeção
		- Indecisão após o término do giro e início da ação de pernas e quadris.
		- Puxar exageradamente o braço esquerdo para esquerda. Esta ação provocará o giro demasiadamente rápido do ombro direito para frente.
		- Trazer o quadril direito muito cedo para frente e, deste modo, perder potência de uma entrada combinada para cima e para frente no tempo certo.
		- Falha em usar a perna esquerda como um freio para estancar o movimento das pernas à frente e, desta maneira, ajudar a ação dos braços;
		- Negligenciar na coordenação da ação de quadris e ombros;
		- Aplicar apenas um esforço moderado ao invés de uma ação enérgica por ocasião da extensão da perna direita e giro nas pontas dos pés, no último quarto de volta.
		- Falha em coordenar a ação explosiva das forças, (da planta dos pés para a perna, quadril, ombro, braço, punho e mão).
		- Lançamento exageradamente para à direita ou para à esquerda.
		- Soltar o disco antes que alcance um ponto ao nível dos ombros ou ligeiramente à frente deles.
		- Defeituosa ação de braço e mão, resultando sair o disco oscilando ou "espelhado". 
4. TREINAMENTO
	a. Exercício Educativo para o Lançamento do Disco
		1. Todos os exercícios educativos destinam-se a criar reflexos corretos, incidindo principalmente nos pontos importantes do arremesso.
		2. Visam também a descontração e a coordenação de movimentos.
	b. Educativo sem Disco
		Posição de boa base, pernas semiflexionadas, mãos nos quadris, executar a "entrada de quadris": A perna direita se estende, projetando o quadril para a frente ao mesmo tempo que o peso do corpo que estava mais sobre ela é transportado para a perna esquerda, que no final do movimento também se encontra estendida. Simultaneamente com estas ações, os pés executarão um giro correspondente a 1/4 de volta e o atleta, que estava com o lado voltado para a direção de lançamento, terminará o movimento com a frente voltada para aquela direção. Traçar no círculo de arremesso o seu diâmetro, correspondente à direção de lançamento. Executar o giro sem o disco, procurando executar o deslocamento sobre o diâmetro. Inicialmente fazer somente o movimento das pernas, deixando os braços soltos. Depois, procurar sincronizar os movimentos dos braços com os das pernas.
	c. Educativos com o Disco
		- Individualmente, na posição de boa base, lançar o disco para a vertical, fazendo-o sair pelo indicador e fazendo-o girar no sentido do movimento dos ponteiros do relógio (lançador destro).
		- Dois a dois, executar o lançamento parado sem preocupação de conseguir resultados, apenas procurando aperfeiçoar a técnica de arremesso.
		- No círculo, executar o giro sem lançar, observando a ação de "freio" do movimento executado pela perna esquerda ao final do giro.
		- No círculo, executar o giro lançando ao final, porém sem empregar força no braço, isto é, deixando o disco sair naturalmente, somente pela força do giro e da entrada de quadris.
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CAPÍTULO 4
LANÇAMENTO DO DARDO
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
	A técnica do lançamento de dardo se baseia no aproveitamento da energia gerada em uma corrida de aproximação, energia que será transmitida ao lançamento em "S" através dos movimentos preparatórios.
	Da capacidade do atleta transferir esta energia inicial para o seu lançamento, capacidade que consideramos como a sua "técnica", dependerá grande parte a distância a ser atingida pelo lançamento.
	O lançamento em si é um gesto natural e instintivo. Assemelha-se ao ato simples de arremessar uma pedra, devendo ser efetuado de modo que em nenhum momento, o atleta dê a impressão de estar realizando um esforço excepcional.
2. A TÉCNICA DO LANÇAMENTO
	Para uma melhor aprendizagem dos aspectos técnicos da prova observaremos a seguinte seqüência em seu estudo:
		- Empunhadura
		- Corrida de aproximação
		- Preparação para o lançamento
		- Movimento de projeção
		- Reversão
	a. Empunhadura
		As regras oficiais de atletismo estabelecem a obrigatoriedade de se segurar o dardo pela empunhadura (encordoamento, à retaguarda do centro de gravidade do dardo).
		As principais variaçõesda empunhadura são:
		1) Empunhadura Finlandesa
			Baseia-se na ação de três dedos: O médio, o indicador e o polegar. O dardo estará seguro principalmente pelos dedos médios e polegar, estando o indicador ao longo e em torno do dardo, auxiliando o equilíbrio. É um erro comum em iniciantes, colocar o dedo indicador no sentido do eixo longitudinal do dardo. Os dedos mínimos e anular estarão apoiados sobre o encordoamento, auxiliando também o equilíbrio.
		2) Empunhadura Americana
			
	A ação principal é realizada pelos dedos, indicador, que segura o dardo pela parte de trás do encordoamento, e o polegar que fica ao longo do mesmo, com a unha na altura do indicador. Os demais dedos seguram o dardo em torno do encordoamento, com função de equilíbrio. É a forma de empunhadura mais natural sendo, por isso, a mais aconselhada aos iniciantes.
	Qualquer que seja a empunhadura adotada pelo atleta, alguns aspectos deverão ser sempre observados:
		- O dardo deve ser seguro com energia, porém sem contrações da mão e do braço;
		- O dardo deverá estar apoiado na parte mais reentrante da mão;
		- A empunhadura estará atrás do centro de gravidade do dardo.
	b. Corrida de Aproximação
		A corrida de aproximação será feita, de acordo com as regras oficiais, em um corredor de lançamentos cujo comprimento tem o limite máximo de 36,50m e o mínimo de 30,00m.
		O atleta neste corredor executará uma corrida reta, progressivamente acelerada e solta, conduzindo o seu dardo e preparando-se para as últimas passadas, quando colocará o seu corpo e o engenho em condições de lançamento. A corrida de aproximação é, em termos gerais, o "acelerador" do lançamento. Uma corrida em alta velocidade trará contrações musculares e mau posicionamento do corpo para o arremesso, e, uma corrida lenta causará ângulo de vôo normalmente alto. Ao final da corrida de aproximação o atleta deve alcançar uma velocidade “ótima” de modo a permitir uma coordenação eficaz nas fases de preparação para o lançamento e no lançamento propriamente dito.
		Para fins de estudo, consideramos como corrida de aproximação o percurso compreendido entre o ponto de partida até o ponto em que se iniciará a terceira fase, a preparação para o lançamento.
		Na corrida de aproximação devemos destacar os seguintes pontos:
		1) Posição de Partida
			Fase de concentração para o lançamento, variando de atleta para atleta. Pés ligeiramente afastados, corpo levemente inclinado e olhar à frente. Com um ligeiro desequilíbrio o atleta inicia a corrida de aproximação, conduzindo o seu dardo.
		2) Condução do Dardo (transporte)
			Existem várias maneiras de se transportar o dardo durante a corrida de aproximação. 
			As principais são as seguintes:
			a) Sobre o Ombro (ponta para baixo ou para cima)
				Durante a corrida de aproximação, o dardo estará com o encordoamento na altura da orelha do atleta, oscilando o braço em coordenação com suas passadas e na direção da corrida. O cotovelo estará projetado para frente.
				É um tipo de transporte utilizado por atletas de alto nível e também por principiantes, possibilitando uma boa coordenação entre os movimentos dos braços e as passadas. Devido a sua posição em relação ao rosto, permite ao atleta um "domínio" do engenho através dos olhos. Quanto às variações, ponta para cima ou para baixo, aconselha-se a ponta para cima, em virtude de a tomada de posição para o lançamento se tornar mais simples e mais natural.
			b) Sob o Braço
				O braço estará estendido, com a mão em pronação, tendo pouca participação nos movimentos da corrida de aproximação. Apesar de sua pequena utilização, ele apresenta uma vantagem sobre os demais tipos de transporte, pois com um pequeno movimento (supinação) o dardo estará em condições de lançamento.
				Quando se utilizar este transporte, deve-se tomar especial cuidado para que a cauda do dardo não toque o solo, o que provocará descoordenação.
			c) À frente do Corpo (ponta para baixo)
				Neste tipo de transporte, o dardo é conduzido à frente do corpo e,em função disso, apresentará uma oscilação maior do que nos outros tipos. É de difícil execução, principalmente para iniciantes. O encordoamento ficará na altura do ombro, a mão estará voltada para o interior e o cotovelo estará ligeiramente inclinado para baixo.
			Na escolha do tipo de transporte, devemos considerar o seguinte:
			- O melhor tipo de transporte é aquele ao qual o atleta melhor se adapte;
			- Os movimentos oscilatórios no transporte não deverão prejudicar a velocidade na corrida de aproximação, nem tirar a descontração;
			- Não deverá oferecer dificuldades à tomada de posição para a fase seguinte (preparação para o lançamento).
		3) Execução da Corrida de Aproximação
			A corrida de aproximação será executada no corredor de lançamento, com um total aproximado de 13 ou 15 passadas, utilizando-se o atleta de duas marcas intermediárias para sua orientação. A primeira tem por finalidade o controle de sua corrida de aproximação. A segunda, mais importante, a identificação do local onde terá início a fase posterior. (A primeira marca pode ser suprimida).
			Na determinação dessas marcas, os seguintes pontos devem ser observados:
			- O atleta deverá estabelecer uma "velocidade ótima" em sua corrida de aproximação, isto é uma velocidade que seja alta, porém não cause prejuízo à fase de preparação para o lançamento. 
			- Durante a corrida deve-se evitar oscilações laterais com o dardo, que influenciarão na coordenação do atleta e em seu equilíbrio;
			- As marcas intermediárias deverão ser atingidas com pé oposto ao braço lançador.
	c. Preparação para o lançamento
		A fase de preparação para o lançamento é de grande importância, constituindo-se no elo de ligação entre a corrida de aproximação e o lançamento propriamente dito. Caracteriza-se por um determinado número de passadas, dependendo da técnica utilizada, nas quais o corpo do atleta e o dardo são preparados para o lançamento, possibilitando a transformação da velocidade retilínea em velocidade de vôo ou lançamento.
		Para a execução desta fase existem três técnicas: Americana, Alemã e a Finlandesa.
		1) Técnica Americana
			É a técnica mais natural, de simples coordenação e fácil execução, não é utilizada para fins competitivos e sim para fins de aprendizagem.
			Descrição sumária desta técnica:
			- O pé oposto ao braço lança-dor, em nosso caso o pé esquerdo, atinge a segunda marca intermediária, dando início à técnica.
			- O pé direito tocará o solo, pela primeira vez, oblíquo à direção da corrida.
			- O tronco estará voltado para o dardo, quadril na direção do lançamento.
			- O pé direito tocará novamente o solo pela segunda vez (caracterizando um pequeno salto) ligeiramente perpendicular à direção do lançamento. O braço lançador estará à retaguarda e o peso do corpo repousado sobre a perna direita, que se encontrará ligeiramente flexionado.
			- O segundo toque do pé esquerdo se identifica com o aspecto técnico da "frenagem". A perna estará estendida e o pé na direção da corrida.
		2) Técnica Alemã
			A técnica alemã de preparação para o lançamento é uma técnica que exige alto grau de coordenação do atleta, estando normalmente associada ao transporte do dardo sob o braço. A contar da segunda marca intermediária, ela se desenvolverá em quatro passadas.
			Descrição sumária desta técnica:
			- O pé oposto ao braço lançador (pé esquerdo) atinge a segunda marca intermediária, incluindo a técnica.
			- O pé direito toca o solo normalmente a na direção da corrida.
			- O pé esquerdo, em posição oblíqua à direção de corrida, toca o solo sobre a linha de prolongamento do pé direito. O dardo, então abandona a sua posição de "sob o braço" com uma supinação do braço lançador, que o coloca em posição de lançamento.
			- O pé direito executa um passo cruzado por trás da perna esquerda. O joelho direito ficará a alturada parte posterior do joelho esquerdo. O pé direito estará perpendicular à direção da corrida. O dardo estará a retaguarda, em posição de lançamento.
	- O pé esquerdo irá à frente, em seu terceiro toque realizando a frenagem. O peso do corpo estará sobre a perna direita, neste momento ligeiramente flexionada.
		3) Técnica Finlandesa
			É a técnica mais utilizada pelos atletas de alto nível, exigindo uma relativa coordenação em sua execução. Surgiu associada ao transporte à frente do corpo, ponta para baixo, porém atualmente observa-se em maior grau esta técnica associada ao transpor sobre o ombro.
			A partir da segunda marca intermediária ela se desenvolverá em quatro passadas.
			Descrição sumária desta técnica:
			- 1ª. Passada
				Ao dar a primeira passada, o atleta conduzirá o dardo à retaguarda, preparando-o para o lançamento. Se o transporte utilizado for sobre o ombro, o dardo será conduzido para trás e para o lado, através de um movimento de rotação e extensão do braço e supinação da mão lançadora.
				Atletas em fase de aprendizagem normalmente executam este movimento com um defeito grave, qual seja o de acompanhar com o olhar a ida do dardo à retaguarda, fato este que ocasiona o giro do tronco e dos quadris. Tanto o tronco como os quadris permanecerão no sentido da corrida. Deve-se evitar, ainda, a contração dos músculos de todos os segmentos dos membros superiores e também uma abertura lateral excessiva do braço lançador. Uma abertura excessiva, além de causar lesões na articulação do cotovelo, influi consideravelmente na "performance", pelo fato do braço lançador executar a sua ação fora do "eixo" de lançamento.
			- 2ª. Passada
				Na segunda passada o pé esquerdo tocará o solo ligeiramente oitavado, para frente e para a direita. Esta posição tem por objetivo:
					- Facilitar a rotação do tronco para a direita. O tronco fica voltado (alinhado) para o dardo e os quadris permanecem sem girar, no sentido da corrida;
					- Facilitar a ação da perna direita em seu próximo movimento (terceira passada).
			- 3ª. Passada
				Na terceira passada, a perna direita "cruza" à frente da esquerda. O “passo cruzado” da técnica finlandesa, à frente do corpo, é de mais fácil coordenação assimilação do que o passo cruzado da técnica alemã, por trás do corpo. É a passada que posiciona o atleta para o lançamento. O apoio do pé direito é oblíquo à direção do arremesso e o mais à frente possível a fim de provocar um adiantamento dos membros inferiores em relação ao tronco. Nesta situação o tronco estará atrasado, os quadris estarão baixos e o alongamento do braço lançador será o maior possível.
			- 4ª. Passada
				A perna esquerda é levada a frente em extensão, tocando o solo com o calcanhar e com o pé na direção da corrida. É a passada mais longa e que caracteriza a "frenagem" e a posição inicial do lançamento propriamente dito. Os pontos básicos desta posição são:
					- A perna direita estará flexionada, ponta do pé voltada para fora, suportando o peso do corpo.
					- A projeção do centro de gravidade do corpo estará sobre o ponto de apoio da perna direita.
					- O eixo dos ombros voltados para a direção do lançamento. Este eixo formará um pequeno ângulo com o dardo.
					- Os quadris estarão voltados para a direita, mas não tanto quanto os ombros.
					- A cabeça estará no prolongamento da coluna e o olhar dirigido para a frente e não para o dardo.
					- O braço direito em extensão e totalmente descontraído, estando a mão que empunha o dardo em supinação.
					- O braço esquerdo, oposto ao lançador, estará também descontraído, semiflexionado, cotovelo voltado para o sentido do lançamento.
					- A perna esquerda, quadril esquerdo e ombro esquerdo estarão no mesmo alinhamento e inclinados à retaguarda.
					- A "forma geral" do lado direito do atleta é de um "arco".
				OBSERVAÇÕES:
				(1) Por ser a mais rápida, a terceira passada pode causar um mau posicionamento para o arremesso, aspecto que os estudiosos da prova colocam como sendo a maior restrição à técnica finlandesa. Alguns atletas têm procurado contrabalançar esta restrição, pela repetição da terceira passada. Por duas vezes o pé direito tocará o solo em posição oblíqua à direção de arremesso. É a variação mais comumente observada na técnica finlandesa, também chamada de "duplo cruzado".
				(2) Em alguns atletas de alto nível, esta passada se caracteriza por um pequeno salto. Antes que o pé direito toque o solo, oblíquo a direção de arremesso, a perna esquerda já estará sendo conduzida a frente, ficando o atleta por um momento sem apoio.
				(3) A quarta passada será um toque, duplo e quase simultâneo, do pé direito (oblíquo) e do pé esquerdo (no sentido da corrida e a frente).É um movimento que poderá proporcionar maior frenagem e velocidade ao tronco, mas não é aconselhável a atletas iniciantes pela sua dificuldade de execução e pelos fatores negativos que poderão surgir no arremesso em si, pelo “amortecimento” do salto. Tal fato prejudicará a entrada de quadris.
		4) Vantagens e Desvantagens das Técnicas
			As técnicas analisadas tem todas o mesmo objetivo básico: Colocar o corpo do atleta e o engenho nas melhores condições possíveis para o lançamento.
			a) Técnica Americana;
				- Utilizada na fase de aprendizagem;
				- É de simples coordenação e fácil execução;
				- Apresenta restrições quanto ao correto posicionamento do corpo;
				- Dificulta a ação de quadris, executada no lançamento pela dupla ação da perna direita.
			b) Técnica Alemã
				- Utilizada por atletas de alto nível;
				- Exige uma grande coordenação em sua execução;
				- Proporciona o melhor posicionamento do corpo para o lançamento;
				- A passagem da perna direita.
			c) Técnica Finlandesa
				- Utilizada por atletas iniciantes e pela maioria dos atletas de alto nível;
				- Exige relativa coordenação em sua execução;
				- É uma "técnica média" quanto a este aspecto foram aliviadas com a adoção de dois passos cruzados ao invés de um, que proporcionam um maior tempo para o posicionamento do corpo.
	d. Movimento de Preparação
		Na etapa final do lançamento do dardo, movimento de projeção existe homogeneidade de técnica, observada não só nos livros didáticos mas também na prática nos lançamentos de atletas consagrados.
		A posição inicial desta fase confunde-se com a etapa final da fase anterior (última passada) das técnicas utilizadas:
		- Flexão da perna direita que sustenta o peso do corpo inclinado à retaguarda;
		- Linha dos quadris à frente da linha dos ombros;
		- Linha dos ombros no sentido do lançamento;
		- Linha dos ombros no sentido do lançamento;
		- Dardo à retaguarda, braço estendido e descontraído e mão em supinação;
		- Olhar em frente, cabeça no prolongamento da coluna.
		A partir desta posição são executadas as seguintes ações:
		1) Entrada de Quadril
			Inicia-se com a extensão da perna direita, que faz com que o quadril seja levado para frente e para cima.
			- O movimento da perna direita é transmitido ao quadril esquerdo, e ao ombro, também esquerdo, provocando uma acentuada projeção do lado lançador do atleta para trás. O ombro e quadril esquerdo estarão em nível superior ao ombro direitos, o que dá corpo do atleta a forma de um "arco".
			- O braço direito estará já na retaguarda, em total extensão e descontração, empunhando o dardo.
			- Ao final de seqüência o corpo do atleta, em seu conjunto, assemelha-se a um "chicote" expressão usada pelos técnicos de atletismo. O corpo do atleta seria o "cabo" e o braço lançador conjunto com o dardo a "TALA" (corda).
		2) Ação do Braço Lançador
			A ação do braço lançador é a "chicotada". O movimento do ombro direito, para cima e para frente, arrastará o braço lançador.
			Podemos decompor a sua ação em quatro fases:
			a) Fase "1"
				O braço direito estará em extensão formando com a perna esquerdauma mesma linha. A mão estará em supinação e a articulação do punho em extensão.
			b) Fase "2"
				Acentua-se a participação do cotovelo, que em seu deslocamento virá à frente do antebraço. A face interna do braço estará voltada para a direção do lançamento.
			c) Fase "3"
				Com o cotovelo à frente e o antebraço à retaguarda teremos o maior arco do corpo pronto para o lançamento. Este arco será formado pelo pé-perna-quadril-ombro-braço-antebraço e punho, correspondentes ao lançamento. O tronco que estava voltado para fora e perpendicularmente a direção de lançamento, sofre uma rotação para o interior através da articulação tíbio-társica “arrastando-se” no solo pelo bordo externo do pé. Esta ação, além de participar da composição do arco, auxiliará o movimento futuro da reversão.
			d) Fase "4"
				É a complementação da chicotada. O antebraço, animado da velocidade obtida na técnica, será violentamente estendido. É a fase que melhor caracteriza as alavancas interpotentes do lançamento, quando aliamos a força muscular, a velocidade e a explosão para se vencer a resistência. Nesta fase devem ser ressaltados três aspectos importantes: a ação do punho, a posição de abandono do dardo e a posição da cabeça.
				(1) Ação do Punho
					O dardo, ao sair da mão do atleta, sofre uma puxada para baixo conhecida como "golpe de punho". É a ação final da chicotada, e que proporcionará o movimento de rotação do dardo, estudando nos aspectos aerodinâmicos da prova. 
					A falta do "golpe de punho", normalmente, ocasionada a subida do dardo com a ponta muito alta evitando que a mesma fira o solo na queda, invalidando com isso o lançamento.
				(2) Abandono do Dardo
					Na procura do melhor ângulo de vôo, a posição em que o dardo abandona a mão do atleta é um aspecto básico.
					Abandonos altos ou baixos determinarão ângulos altos ou baixos. O abandono correto se efetuará por cima e à frente do ombro, ligeiramente à retaguarda do pé esquerdo (frenagem).
				(3) Posição da Cabeça
					Durante a corrida de aproximação, na fase de preparação e no lançamento propriamente dito, a cabeça estará voltada para o sentido do lançamento e seu olhar na provável trajetória do dardo.
					Alguns atletas, na fase final do lançamento, executam um pequeno giro de cabeça para o exterior. O giro poderá trazer fatores positivos, com auxílio à reversão e ao deslocamento do braço direito. Entretanto o fator negativo que poderá surgir, inclinação excessiva do ombro esquerdo, desaconselha tal movimento para iniciantes e mesmo para atletas de alto nível.
OBSERVAÇÕES:	
					Para fins didáticos a fase do lançamento propriamente dito em suas etapas mais importantes e dentro de uma visão estática. Ressaltados, porém que no lançamento do dardo todas as ações estarão sendo realizadas no menor espaço de tempo possível, caracterizando a importância do parâmetro explosão principalmente na ação do braço.
	e. Reversão 
		Em conseqüência da velocidade estabelecida na corrida de aproximação e da explosão quando do lançamento, o atleta terá um desequilíbrio à frente. O restabelecimento do equilíbrio é efetuado através de movimentos compensatórios das pernas direita e esquerda. A perna direita é levada à frente e à esquerda, ficando o pé voltado para a esquerda e perpendicularmente à direção de lançamento. A perna esquerda, em movimento oposto, é trazida à retaguarda e à direita.
		O corpo do atleta, pela ação dos dois movimentos, sofrerá um ligeiro giro a esquerda, restabelecendo o equilíbrio.
		Na execução da reversão devem ser observados dois aspectos importantes:
			1) A reversão só deve ser feita após o dardo ter abandonado a mão do atleta.
			2) A prova de lançamento do dardo se caracteriza por uma grande quantidade de infrações às regras, quanto ao aspecto de queima.
		A reversão bem feita evita, em grande parte, este tipo de infração.
		Como margem de segurança, alguns atletas de alto nível, na fase preliminar da prova, têm sua segunda marca intermediária atrasada. Esta medida lhe dará maior campo para efetuar a reversão, evitando a queima. Após estar classificado para fase final da competição, avança àquela marca, terminando a reversão mais próximo à linha, ganhando com isto alguns metros, o que implica em uma tentativa de uma melhor "performance" mesmo correndo o risco de uma "queima".
3. ERROS COMUNS NO LANÇAMENTO DE DARDO
	a. Na Corrida de Aproximação
		1) Contração muscular na empunhadura ou empunhadura defeituosa, influindo no ângulo de vôo e trajetória.
		2) Velocidade excessiva, prejudicando o posicionamento do corpo e a "frenagem".
		3) Marcas intermediárias defeituosas, provocando erros na realização da técnica, alongamento ou encurtamento das passadas, e ainda, descontinuidade na transformação da corrida de aproximação em técnica.
		4) Posição de transporte contrária, influindo no ritmo da corrida e na fase de preparação para o lançamento ombro direito.
	b. Na Preparação Para o Lançamento
		1) Contração geral nos movimentos preparatórios.
		2) Condução do dardo à retaguarda muito rápida. O braço, pela própria natureza do movimento, pode estar rígido e em abertura lateral, fora do eixo de lançamento.
		3) Rotação exagerada dos ombros e quadris, prejudicando a entrada de quadris.
		4) Passo cruzado descoordenado, impossibilitando o posicionamento do corpo (causa desequilíbrio).
		5) Perna direita em extensão, não permitindo a frenagem.
		6) Arco com qualquer de seus componentes em posição defeituosa, principalmente tronco e perna direita.
		7) Passada da frenagem muito curta, causando a inclinação prematura do tronco.
		8) Pé esquerdo fora do eixo de lançamento.
		9) Quebrar a seqüência do movimento, voltando todo o seu corpo para o dardo.
		10) Posição do dardo fora do eixo de lançamento.
		11) Braço flexionado, impedindo a chicotada (ação final).
	c. No Lançamento Propriamente Dito
		1) Falta de exploração e ausência de descontração na ação do braço (geral).
		2) Abandono do dardo em posição incorreta, à retaguarda ou muito à frente.
		3)	- Braço fora do eixo de lançamento, em abertura lateral, com o dardo afastado do corpo.
		4) Flexionar as pernas e agachar o tronco no ato de lançamento, provocando lambadas nas costas do atleta.
		5) ação prematura do braço lançador, antes da entrada de quadris lançar só com o braço.
		6) Falta de ação final de punho, influindo nos aspectos aerodinâmicos do lançamento.
		7) Olhar voltado para o dardo, quando este ainda está à retaguarda.
	d. Na Reversão
		- Falta da mesma.
4. TREINAMENTO
	a. Exercício Educativo
		1) Educativos de Ficar (Escolha da empunhadura)
			- Atletas a três passos de um local com areia, empunhar o dardo com a porta para baixo e lançá-lo vigorosamente na areia procurando dar a rotação.
		2) Educativos da "Lambada"
			- Atletas a oito metros de um local com areia, dardo seguro com o braço quase estendido, no prolongamento da linha dos ombros, passando a ponta próxima ao rosto e voltada para o local de lançamentos, pernas afastadas, com a esquerda à frente e direita flexionada, pés em ângulo reto, lançar o dardo diretamente sobre a areia procurando iniciar o lançamento pela extensão da perna direita. O dardo deve receber uma impulsão contínua, da retaguarda para frente e à esquerda.
		3) Educativos do Golpe de Punho
			- Atletas a quinze metros de um local com areia, pernas afastadas, com a esquerda à frente, à direita flexionada, dardo apontado para cima e para frente, inclinar o tronco para trás e para o lado, lançar o dardo, procurando fazer com que ele caia de ponta pela ação do "golpe de punho".
			- Dois a dois, um atleta toma posição de lançamento parado e outro segura a cauda do dardo. Enquanto este último exerce ligeira oposição ao avanço do dardo, o primeiro procura levá-lo à frente, num movimento contínuo, passando pelas seguintes fases intermediárias:

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