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Apostila - Provas de Pista - CORRIDA (Esportes Individuais)

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Prévia do material em texto

Atletismo 
 
Provas de Pista 
 
CORRIDAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
1. RESUMO HISTÓRICO 
 Desde o século passado até os nossos dias, as corridas atléticas sofreram várias evoluções. 
Em 1868, W. B. Curts, atleta americano, utilizou os sapatos com pregos, inspirados nos índios 
velocistas caçadores de corsas. As raias começaram a ser marcadas com uma linha no chão e um 
cordão a uns 20 centímetros do solo. Em 1888, o atleta americano Sherry utilizou pela primeira vez a 
partida baixa em provas de velocidade, por indicação de seu treinador Michael Murphy. Em 1934 
apareceram os blocos de partida com a finalidade de evitar os buracos que os atletas faziam na pista 
por ocasião da partida. Em 1964, oficializou-se a cronometragem eletrônica automática. Em 1968, as 
pistas de material sintético foram adotadas nas olimpíadas pela primeira vez. 
A par dessas evoluções, os métodos de treinamento, cada vez mais científicos, tem feito com 
que as performances melhorem constantemente. O recorde, barreira difícil de ser transposta, 
atualmente tem uma curta duração, pois logo surgirá outro atleta, melhor treinado que irá superá-lo, 
estabelecendo um novo objetivo para os demais atletas e técnicas que se defrontam nas pistas de 
atletismo, na sua luta constante contra o cronômetro. 
 
2. PROVAS DE CORRIDAS DISPUTADAS NOS JOGOS OLÍMPICOS 
 A programação das corridas nos Jogos Olímpicos sofre modificações de acordo com a própria 
evolução do desporto no âmbito internacional. Atualmente as seguintes provas fazem parte do 
programa olímpico de corridas atléticas: 
PROVAS MASCULINAS PROVAS FEMININAS 
- 100m, 200m, 400m, 800m, 1500m, 3000m, 
5000m e 10000m rasos 
- 100m, 200m, 400m, 800m, 1500m, 3000m e 
10000m rasos 
- 110m e 400m com barreiras 100m e 400m com barreiras 
- 3000m com obstáculos (STEEPLECHASE) - 3000m com obstáculos (STEEPLECHASE) 
- Maratona (42.195m) Maratona (42.195 m) 
- Revezamentos 4 x 100m e 4 x 400m - Revezamento 4 x 100 e 4 x 400m 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS DE CORRIDAS 
 Sob o ponto de vista desportivo, as corridas podem classificar-se quanto ao ESFORÇO 
FISIOLÓGICO e quanto à NATUREZA DO TERRENO em que são realizadas. 
 
 a. Quanto ao Esforço Fisiológico 
CLASSIFICAÇÃO PROVAS 
Corridas de velocidade intensa 
100, 200 e 400m rasos 
100m c/ bar, 110m c/ bar e 400m c/ bar 
Revezamentos 4 x 100m e 4 x 400m rasos. 
Corrida de velocidade prolongada 800m rasos 
Corridas de meio-fundo 1500m rasos, 3000m rasos e 3000m com obstáculos 
Corridas de fundo 
5000m e 10000m rasos, Corridas rústicas 
Cross-country (4 a 12 km). 
 Esta classificação é feita de acordo com as exigências funcionais e/ou qualidades 
necessárias a cada prova. 
b. Quanto à Natureza do Terreno em que são realizadas 
CLASSIFICAÇÃO PROVAS 
Corridas rasas 
100m, 200m, 400m, 800m, 1500m, 3000m, 5000m e 
10000m 
Corridas com barreiras 
Realizadas em pistas de atletismo, em raias marcadas, com 
10 (dez) barreiras em cada raia 
-100m, 110m com barreiras e 400m com barreiras 
Corridas com obstáculos 
Realizadas em pistas de atletismo com obstáculos artificiais 
- 3000m com obstáculos (STEEPLECHASE) 
Corridas rústicas Realizadas em estrada 
Cross-Country Realizadas em terrenos variados 
 
4. AS TÉCNICAS DE CORRIDA 
 O ser humano, para movimentar-se, emprega, normalmente, o procedimento de caminhar, 
que em síntese, consiste em uma série de apoios sucessivos dos pés sobre o solo, de modo 
alternado, sendo que em nenhum momento se constata a perda de contato entre o pé e o solo. Para 
movimentar-se, o homem pode também correr, a esta ação acrescenta-se uma característica 
fundamental em relação à marcha ou caminhar, que é a existência de uma fase de suspensão no ar, 
entre dois apoios sucessivos, havendo portanto perda de contato total com o solo, nesta fase. 
 Por mais simples e natural que possa parecer, a corrida apresenta uma série de problemas 
técnicos, quando pretendemos correr de um modo coordenado e econômico, com fins competitivos. 
Dentre as técnicas preconizadas para a corrida, citamos duas utilizadas atualmente. São as técnicas 
"MATABORRÃO" e "CIRCULAR". 
 a. A Técnica "Mata-Borrão" 
 É a mais simples e mais natural, caracteriza-se por correr apoiando o pé desde o 
calcanhar até a ponta, à maneira de um mata-borrão. 
 Ao terminar a impulsão no solo e iniciar a fase de suspensão, o pé apenas se eleva e é 
levado imediatamente para diante, buscando um apoio amortecedor, à frente da vertical que passa 
pelo joelho. 
 Nesta técnica destaca-se: 
 - Pequena inclinação do tronco para frente 
 - Reduzida elevação do calcanhar da perna impulsora 
 - Ação de mata-borrão do pé 
 - O contato com o solo se faz inicialmente pelo calcanhar 
 - Pode ser utilizada para provas de longas distâncias. 
 
 b. A Técnica "Circular" 
 É a técnica utilizada com fins competitivos e que permite a obtenção de melhor 
rendimento. 
 É denominada “circular” porque o movimento descrito pelo pé, desde a perda de 
contato com o solo até efetuar o novo contato, é semelhante à figura de um círculo. 
 Para facilitar o estudo desta técnica, dividiremos uma passada em seis fases: 
 1) O contato 
 2) O apoio 
 3) O adiantamento do centro de gravidade durante o apoio 
 4) O adiantamento e elevação da coxa da perna livre 
 5) Impulsão da perna apoiada 
 6) A suspensão no ar 
 
 c. Estudo sucinto das fases da Técnica Circular 
 
 1) O Contato 
 Ao final da fase de suspensão no ar, a perna 
adiantada desce para buscar o solo de modo natural, sem rigidez, 
semi-estendida e com a necessária tensão para poder suportar o 
choque contra o solo, no momento do contato. A parte mais baixa do 
pé fará o contato e deverá acionar o solo de modo que o contato seja 
o mais suave possível, minimizando a ação de frenagem do pé. O 
contato se estabelece inicialmente pela parte externa do metatarso, apoiando-se em seguida todo o 
terço anterior do pé. O contato do calcanhar será muito rápido. 
 
 2) Apoio 
 No momento em que se completa a fase de 
contato, o peso do corpo estará sobre a perna e esta se verá obrigada 
a receber este peso. Assim, ela terá que agir como um feixe de molas 
de viaturas, flexionando-se primeiramente e colocando-se em posição 
para distender-se bruscamente. Esta fase caracteriza-se pela recepção 
do peso do corpo;pela perna apoiada e pela preparação desta perna 
para as ações posteriores. 
 Durante o contato e o apoio ocorre uma 
inevitável diminuição da velocidade de deslocamento. Esta ação negativa é rapidamente 
compensada pela ação impulsora que virá a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 3) O Adiantamento do Centro de Gravidade durante o Apoio 
 O tronco do atleta, animado de velocidade, continua seu movimento à 
frente, e em função disso o Centro de Gravidade ultrapassa a vertical do ponto de apoio. Este 
movimento é auxiliado pelo início do lançamento da perna livre à frente. O tronco do atleta irá se 
colocar nas melhores condições possíveis para ser impulsionado. 
 4) O adiantamento e Elevação da Coxa da Perna livre 
 Ao levar a coxa da perna livre para cima e para diante, não á dúvida que o 
centro de gravidade do corpo se adianta. Do maior ou menor vigor com que se realiza esta ação, 
dependerá também, a maior ou menor efetividade do avanço do atleta. Caso esta ação seja feita 
inoportuna ou fracamente, o avanço será afetado, uma vez que a perna apoiada ficará responsável 
pela sustentação de quase todo o peso do corpo, além de realizar a 
impulsão sem nenhum auxílio. A perna livre, quando vem a frente 
no seu ponto máximo, vemdotada de uma energia cinética. A 
energia cinética é transformada nesse ponto em energia potencial, 
que somada a energia potencial da impulsão, leva o corpo a se 
deslocar mais rapidamente. 
 
 5) Impulsão da Perna Apoiada 
 A perna de apoio, que se manteve 
ligeiramente flexionada, vai se estender, impulsionando o corpo para frente. 
 O ângulo final da perna impulsora com o solo varia de 45 a 55 graus. 
 O ideal seria que o tronco acompanhasse a linha de força criada no membro 
inferior que está em contato com o solo. Mas, se o tronco permanecer muito inclinado, prejudicará a 
elevação da coxa da perna livre, diminuindo a amplitude da passada e o equilíbrio do corpo. 
 
 6) A Suspensão no Ar 
 Ao término da impulsão, o atleta estará suspenso no ar, lançado para 
diante. Haverá neste momento, uma redução da tensão muscular nas áreas em que estão situados os 
músculos que intervieram na impulsão. O Centro de Gravidade do corpo descreverá no ar uma curva 
parabólica. 
 A perna de impulsão, que estava estendida, inicia o seu 
flexionamento, devendo colocar-se na posição ideal junto ou próximo as nádegas (conforme o tipo 
de corrida) para que possa ir o mais rápido possível à frente. 
 Ao final desta fase a perna que está à frente começa a baixar, 
preparando-se para efetuar um novo contato. A perna que estava flexionada sobre a coxa baixa 
colocar-se em posição semi-estendida (perna livre). 
 
 
 d. Erros mais comuns na Corrida 
 1) Correr com extensão ou flexão da cabeça (uma ou outra ocasiona uma tensão, 
prejudicando a coordenação, a descontração e o envio de estímulos). 
 2) Descoordenação do movimento dos braços com o das pernas. 
 3) Excessiva inclinação do tronco à frente, o que prejudica a amplitude das passadas 
e o equilíbrio. 
 4) Excessiva amplitude da passada, tentando ganhar terreno, aumenta a frenagem e 
ocasiona prematuro cansaço das pernas. 
 
 e. Variações na forma de Correr 
 De acordo com a velocidade da corrida, a técnica circular sofre variações de prova 
para prova. O Quadro a seguir mostra as diferenças fundamentais de cada uma das fases da corrida 
para provas de velocidade, meio-fundo e fundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CORRIDAS DE FUNDO 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 As corridas de fundo são as provas de 5000, 10000 m rasos e a maratona. Os fundistas devem 
possuir capacidade psíquica adequada além das qualidades físicas necessárias, haja vista a grande 
carga de treinamento para que um atleta chegue ao nível competitivo. 
 
2. QUALIDADES FÍSICAS 
 As principais qualidades físicas necessárias ao fundista são: 
 - Resistência aeróbica 
 - Resistência anaeróbica 
 - Resistência muscular localizada 
 
3. TIPO FÍSICO 
 Os fundistas são geralmente leves e de estatura baixa. 
 
4. ASPECTOS TÉCNICOS 
 Nas provas de fundo é utilizada a partida alta que não tem influência na prova em si. 
 A técnica da corrida de fundo é simples. O corpo é mantido ereto, a movimentação do braço 
é pouco vigorosa e perfeitamente sincronizada com a passada. É utilizada a técnica circular ou mata-
borrão já estudadas. 
 O fundista deve ter um perfeito domínio do ritmo que irá estabelecer na prova, dosando 
desta forma suas energias. 
 
5. ASPECTOS TÁTICOS 
 A tática das provas de fundo é menos complexa do que nas provas de meio-fundo e de 
velocidade prolongada, nas quais não há tempo suficiente para modificações e correções de erros. 
 As ultrapassagens devem ser realizadas nas retas, entradas e saídas de curvas. Nas curvas a 
ultrapassagem deve ser evitada para não se aumentar o percurso e pela própria dificuldade da 
corrida em curva. 
 O caixote deve ser evitado, pois pode causar: 
 - Quebra do ritmo da corrida. 
 - Dificuldade nas ultrapassagens. 
 - Maiores distâncias a percorrer. 
 - Riscos de quedas. 
 Alguns corredores separam-se do bloco dianteiro, ficando um pouco atrás, para estudar seu 
ritmo de corrida e mais tarde preocupar-se com os adversários. 
As provas de fundo são vencidas, normalmente, impondo-se um ritmo de corrida, também chamado 
de "trem de corrida". Às vezes ao chegar-se nos últimos 500m, pode-se estabelecer um "sprint final" 
discreto, que nada mais é que um aumento do "trem de corrida". 
 
CORRIDAS DE MEIO-FUNDO 
 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 As corridas do meio-fundo que serão estudadas neste capítulo são as provas de 1500 e 
3000m rasos, mais especificamente os 1500m rasos que é a prova mais tradicional da distância. 
 
2. QUALIDADES FÍSICAS 
 As principais qualidades físicas necessárias ao meio-fundista são: 
 - Resistência aeróbica 
 - Resistência anaeróbica 
 - Resistência muscular localizada (Pernas) 
 - Flexibilidade 
 - Coordenação 
 
3. TIPO FÍSICO 
 Os meio-fundistas são em regra geral,atletas longilíneos de passada fácil. Apesar disso, 
existem atletas baixos entre os melhores especialistas. 
 
4. ASPECTOS TÉCNICOS 
 Também neste tipo de prova, a partida não tem grande influência. A atleta deve tomar 
cuidado com o risco de queda, já que todos procuram a raia interna após o tipo de partida. Após o 
comando de "aos seus lugares", o atleta posiciona-se na linha de partida com os pés na direção da 
corrida, ligeiramente afastados, pé da perna de impulsão à frente, pernas semiflexionadas e tronco 
inclinado para frente. 
 A amplitude da passada deve ser constante, sendo menor que na prova de velocidade 
prolongada e maior que nas provas de fundo. A técnica de corrida utilizada é a circular. 
 A coordenação é importante para que o movimento dos braços seja sincronizado com as 
pernas. 
 É de suma importância o controle do ritmo neste tipo de prova para que não ocorra uma das 
seguintes situações: 
 - Imprimir um ritmo acima das reais possibilidades do atleta, correndo o risco de não 
terminar a prova. 
 - Imprimir um ritmo fraco, chegando ao fim da prova com a sensação de que poderia obter 
um resultado melhor. 
 O treinamento para estabelecimento de ritmo é simples, deve-se fazer o atleta dar muitas 
voltas contra o relógio até familiariza-se com o ritmo que deseja impor. 
 
5. ASPECTOS TÁTICOS 
 Este aspecto é bastante complexo nas provas de meio-fundo, pois nem sempre são vencidas 
pelo mais veloz, mas às vezes, pelo mais disciplinado taticamente. 
 A tática se traduz no comportamento do atleta frente a seus adversários. Para isso deve 
saber: 
 - Se o adversário tem boa resistência. 
 - Se tem bom “sprint final” (entre os 100 e 300 m finais); 
 - Como responde aos desafios. 
 Da análise das respostas destas perguntas será montada a tática de corrida. Se o adversário 
tiver boa resistência e um "sprint final" ruim, deve-se procurar correr no ritmo do adversário 
vencendo-o no final. Se o adversário tiver pouca resistência, deve-se procurar impor um ritmo forte 
desde o início para fatigá-lo, tirando-o da prova antes do fim. Este mesmo procedimento será 
adotado se o adversário estiver correndo a segunda prova no mesmo dia. 
 As mesmas observações para "ultrapassagem" e conseqüências do "caixote" citadas para as 
corridas de fundo, são válidas também para os meio-fundistas. 
 O quadro abaixo apresenta os tempos parciais sugeridos para diferentes performances de 
1500m: 
Tempo parcial 
dos 400m 
Tempo parcial 
dos 800m 
Tempo parcial 
dos 1200m 
Tempo parcial 
dos 1500m 
77,0s 
75,0s 
71,0s 
70,0s 
69,0s 
68,0s 
67,0s 
2m38,0s 
2m34,0s 
2m26,0s 
2m24,0s 
2m22,0s 
2m20,0s 
2m18,0s 
4m00,0s 
3m54,0s 
3m42,0s 
3m39,0s 
3m36,0s 
3m34,0s 
3m32,0s 
5m02,0s 
4m55,0s 
4m40,0s 
4m36,0s 
4m32,0s 
4m25,0s 
4m25,0s 
66,0s 
65,5s 
65,0s 
64,0s 
63,0s 
62,0s 
61,0s 
60,0s 
59,5s 
59,0s 
2m16,0s 
2m14,0s 
2m13,0s 
2m12,0s 
2m10,0s 
2m08,0s 
2m06,0s 
2m04,0s 
2m03,0s 
2m01,0s 
3m29,0s 
3m26,0s 
3m23,0s 
3m20,0s 
3m17,0s 
3m14,0s 
3m11,5s 
3m08,5s 
3m05,5s 
3m02,5s 
4m31,0s 
4m17,0s 
4m14,0s 
4m10,0s 
4m06,0s 
4m02,0s 
3m58,0s 
3m54,0s 
3m50,0s 
3m46,0s 
 
 CORRIDA DE VELOCIDADE PROLONGADA 
 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 Os mais recentes resultados obtidos na prova de 800 metros rasos, bem como as pesquisas a 
esse respeito, apontam esta prova como de caráter altamente anaeróbico, girando em torno de 65% 
o débito de oxigênio contraído durante a sua realização, segundo SUSLOV. 
 Assim, esta prova antes considerada de “meio-fundo”, recebeu a classificação de “velocidade 
prolongada”, devido também à necessidade de manter pelo maior tempo possível a velocidade 
adquirida no seu desenrolar. Isto nada mais é do que prolongar uma velocidade ideal (submáxima) 
adquirida a fim de se procurar obter um ritmo constante ao longo do percurso. 
 
2. QUALIDADES FÍSICAS 
 As principais qualidades físicas necessárias ao corredor de 800 metros rasos são: 
 a) Velocidade 
 b) Resistência anaeróbica 
 c) Resistência Muscular Localizada (pernas) 
 d) Força (pernas) 
 e) Flexibilidade 
 f) Coordenação 
 g) Relaxamento (descontração) 
 
3. TIPO FÍSICO 
 O corredor desta prova tem tipo físico semelhante aos meio-fundistas. Atletas longilíneos e 
de passada fácil. 
 
4. ASPECTOS TÉCNICOS 
 Pelas características da prova, a partida não tem influência capital no resultado, porém o 
atleta não deve se atrasar ao ser dada a partida e deve ficar atento ao sair da curva e entrar na reta, 
ocasião em que as raias estão liberadas e podem ocorrer acidentes (cotoveladas, empurrões, 
pisadas, etc). Este último aspecto cresce de importância em competições nas quais a prova de 800 
metros é disputada em pista livre desde a partida até a chegada (neste caso a linha de partida é 
curva). A posição que o atleta toma para a partida é idêntica à descrita para o meio-fundista. 
 A passada do atleta dos 800 metros é de amplitude menor do que a do corredor de 
velocidade intensa. 
 O apoio do pé no solo passa pela ponta do pé, planta e ligeiramente pelo calcanhar, voltando 
a planta e ponta até a extensão completa da perna por ocasião da impulsão. 
 O tronco estará ligeiramente inclinado à frente e a cabeça estará naturalmente no 
prolongamento do tronco. 
 Os braços devem trabalhar de acordo com o ritmo advindo das pernas, procurando realizar 
seu movimento de pêndulo ligeiramente obliquo à direção da corrida. O ângulo do braço com o 
antebraço é de aproximadamente 90 graus e as mãos devem permanecer semicerradas mas sem 
contrações. 
 Os grandes corredores de 800 metros, em sua maioria, são bons ou aceitáveis corredores de 
400 metros, sendo a recíproca também verdadeira. Assim, na prova de 800 metros a principal 
fórmula para a obtenção de marcas aceitáveis é trabalhar a resistência de velocidade. 
 A fase crítica desta prova situa-se entre os 400 e 600 metros e a divisão do esforço mais 
freqüentemente adotada é estabelecer uma igualdade: “o tempo dos primeiros 400 metros igual ao 
tempo dos 400 metros finais”. No entanto é preciso assimilar que numerosos corredores executam 
uma primeira metade da prova mais rápida que a metade final. 
 O controle do ritmo cresce de importância nesta prova devido à própria distância a 
percorrer, pois não há tempo suficiente para corrigir falhas. 
 
5. ASPECTOS TÁTICOS 
 Este aspecto na prova de velocidade prolongada é muito mais complexo do que em qualquer 
outra modalidade de prova de pista. Para competir com êxito, o atleta deve analisar seus 
adversários, tanto quanto a si mesmo, inteirando-se da sua técnica habitual, para orienta o 
planejamento da corrida de acordo com suas características e limitações. 
 A análise dos adversários nesta prova é semelhante à realizada nas corridas de meio-fundo, 
considerando-se as características e limitações. 
 É de capital importância estar na cabeça no pelotão, durante a corrida, para no momento da 
entrada na reta final estar em condições de disputar a prova que quase sem pré se decide no “sprint 
final”. 
 As energias do atleta devem ser bem distribuídas até próximo à reta final, a fim de alcançar 
os objetivos a que se propõe. Assim, só deve realizar ações absolutamente imprescindíveis, tais como 
a ultrapassagem de um adversário que esteja com ritmo mais lento e não ultrapassar apenas por 
querer passar a frente, sem outro intuito. Tal procedimento faz com que haja quebra de ritmo. 
podendo prejudicar o atleta mais inexperiente. 
 As ultrapassagens, em princípio, devemser realizadas nas retas, entrada e saídas de curva, 
porém poderão ser feitas em qualquer situação quando o objetivo for a manutenção do ritmo. 
Normalmente, são realizadas ultrapassagens na curva que antecede a reta final, durante a realização 
do sprint final. 
PARTIDA BAIXA 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 Nas provas de corrida, duas são as posições de partida normalmente utilizadas: 
 a. Partida alta (em pé) 
 b. Partida baixa (com bloco de partida) 
 
 Os blocos de partida terão que ser usados em todas as corridas até e inclusive 400 metros, 
conseqüentemente, o atleta deverá utilizar obrigatoriamente a partida baixa. 
 A importância da partida baixa sobre o resultado final de uma prova cresce à medida que 
decresce a distância a ser percorrida, ou seja, um erro na partida de uma prova de 100 metros é 
fatal, já em uma prova de 400 metros este erro pode ser compensado durante o percurso. 
 A partida baixa permite um maior impulso inicial e, conseqüentemente, uma maior aquisição 
de velocidade a uma menor distância da linha de partida. 
 
2. VARIAÇÕES DA PARTIDA BAIXA 
 Existem três variações da partida baixa: curta, média e longa. 
 
 a. Partida curta 
 Na partida curta as pontas dos pés ficam separadas, 
aproximadamente, 20 a 24 centímetros. A inclinação do corpo à frente e 
bem acentuada, ficando os quadris bem mais altos que os ombros. Nesta 
posição o desequilíbrio à frente é grande. 
 
 b. Partida média 
 Na partida média, o pé dianteiro (perna de impulsão) fica 
na altura dos gêmeos da perna traseira. 
 A inclinação do tronco não é tão acentuada quanto à 
partida curta, há uma melhor distribuição do peso do corpo sobre os 
braços e pernas na posição de “prontos”. 
O ângulo das pernas é biomecanicamente mais favorável e eficaz para o movimento de extensão das 
pernas. 
 
 
 
 c. Partida longa 
 Na partida longa o pé dianteiro (perna de impulsão) fica 
na altura do joelho da perna traseira. 
 O tronco fica quase na horizontal. Esta posição não 
permite aproveitar devidamente a capacidade de impulsão da perna 
traseira devido a sua já quase total extensão. 
 
 d. Observação 
 As medidas aqui apresentadas não podem ser tomadas como regra fixa e sim como 
orientação ao trabalho do técnico e do atleta. As medidas para colocação do bloco podem variar de 
atleta para atleta. O atleta deve, por meio do treinamento, procurar uma posição “cômoda” que lhe 
permita uma saída eficiente, e isto será conseguido com muitas repetições, com a observação e 
correção de detalhes feita constantemente pelo técnico. 
 
3. FASES DA PARTIDA BAIXA 
 a. 1ª Fase 
 A primeira fase é preparatória, pois é destinada à colocação 
e a ajustagem do bloco de partida. 
 O bloco de partida deve ser colocado no centro da raia para 
as partidas na reta e direcionados para a parte interna da curva no caso das 
partidas em curva, de modo que o atleta percorra os primeiros metros em 
linha reta. 
 Normalmente o bloco de partida é posicionado a dois pés da 
linha de partida, tendo como referência o encaixe de apoio do pé dianteiro 
(pé de impulsão). O posicionamento do encaixe de apoio do pé esquerdo dependerá da variação de 
partida baixa realizada pelo atleta. 
 
 b. 2ª Fase 
 Esta fase começa no comando do Árbitro de partida “aos seus lugares”. A esse 
comando o atleta posiciona-se à frente do bloco de partida, toma a posição semelhante àquela para 
a flexão de braço, apóia os pés nos encaixes de maneira firme e 
segura. 
 Em seguida trará os braços estendidos para trás 
da linha de partida. Os polegares estarão voltados um para o 
outro, os demais dedos estendidos e voltados para fora, 
apoiados no solo pelas últimas falanges. O atleta estará assim 
 
 
 
apoiado em cinco pontos: as duas mãos, as pontas dos dois pés e o joelho da perna de apoio (perna 
de trás). Nessa posição, o dorso deverá ficar acentuadamente reto, os braços estendidos em posição 
simétrica em relação à coluna vertebral, as mãos com afastamento um pouco maior que a largura 
dos ombros, a cabeça no prolongamento do tronco, sem nenhuma contração dos músculos do 
pescoço. 
 c. 3ª Fase 
 Esta fase começa ao comando de “prontos”, dado pelo Árbitro de partida. A esse 
comando, o atleta levanta-se ligeiramente sobre as pernas, o joelho deixa o solo, os quadris são 
movimentados para cima e para frente, ficando mais altos 
que os ombros. O centro de gravidade é deslocado para 
frente e o equilíbrio é mantido com o auxílio dos braços bem 
estendidos. A cabeça permanece no prolongamento do 
tronco, sem contrações do pescoço. 
 O ângulo formado pela coxa e perna 
dianteira é de, aproximadamente, 90 graus, enquanto que 
para a perna traseira este ângulo varia de 110 a 150 graus. Nesta posição, o atleta permanece imóvel 
e concentra toda a sua energia e atenção, resolvido a ser o primeiro a partir. A preocupação máxima 
neste momento, é a de movimentar-se para frente e assim a reação ao som será uma ação reflexa. 
 d. 4ª Fase 
 Esta fase começa com o “tiro” dado pelo 
Árbitro de partida. A esse sinal as pernas se estendem 
brusca e violentamente. A perna da frente (impulsão) por 
sua extensão, aumenta a velocidade da queda para frente, 
determinada pelo abandono do apoio das mãos e pela 
projeção do centro de gravidade para frente. A perna de 
trás (apoio) que só participou do impulso durante um 
tempo muito curto e que foi levada rapidamente para 
frente, executa uma passada curta, a fim de deter essa queda. 
 Ao mesmo tempo em que são executados esses movimentos de pernas, os braços 
devem exercer, desde o início, uma ação pendular, contribuindo com a impulsão dada ao corpo, ação 
que em última análise vem a ser um movimento de coordenação e que consiste em um soco de baixo 
para cima realizado pelo braço do mesmo lado da perna da frente (impulsão) e o lançamento do 
cotovelo do outro braço vivamente para trás. Esses movimentos dos braços fazem com que o corpo, 
no momento em que a perna de trás vem para frente, mantenha-se em equilíbrio no ar. Nas 
passadas seguintes, os dois braços, já mantendo com o antebraço um ângulo de aproximadamente 
90 graus, são balanceados, sincronizados com o movimento das pernas. 
 
 
 Todos esses movimentos devem ser realizados com o corpo do corredor bastante 
inclinado para frente (um bom velocista deve sair num ângulo de 40 a 45 graus em relação ao solo), 
fazendo com que ele realiza passadas curtas e rápida nos primeiros metros da prova, para que, em 
seguida, as passadas sejam alongadas, paulatinamente, ao mesmo tempo em que o corpo vai sendo 
elevado até alcançar a posição de inclinação ideal. 
 
4. ERROS MAIS COMUNS NA PARTIDA 
 Os erros mais comuns realizados pelos atletas iniciantes por ocasião da aprendizagem da 
técnica da partida baixa são relacionados a seguir: 
 a. Não levantar o braço do mesmo lado da perna da frente (o soco de baixo para cima), 
acarretando o desequilíbrio nas primeiras passadas e em conseqüência, lentidão na partida. 
 b. Iniciar a corrida dando em verdadeiro salto para cima. Este defeito retarda a aquisição da 
velocidade máxima, anulando a vantagem da partida baixa. 
 c. Baixar demasiadamente a cabeça no momento da partida, acarretando um desequilíbrio 
muito grande para frente. 
 
 
 
CORRIDAS DE VELOCIDADE INTENSA 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 O tipo de velocidade que mais se evidencia na corrida é a velocidade de deslocamento e esta 
velocidade é produto de dos fatores: a freqüência e a amplitude dos movimentos. A freqüência está 
intimamente relacionada com o sistema nervoso e a amplitude com o sistema muscular. A amplitude 
do movimento é variável eestá vinculada com a potência muscular. A freqüência caracteriza-se pelo 
número máximo de impulsos que o atleta consegue emitir num determinado tempo. Estes impulsos 
sucessivos são ativados por “descargas nervosas” que num período de tempo muito pequeno fazem 
liberar uma grande energia. Pesquisas científicas realizadas neste campo demonstraram, entre 
outras coisas, que é muito difícil para o sistema nervoso superar o ritmo de cinco impulsos por 
segundo e não se encontrou atletas desta especialidade com ritmo igual a quatro impulsos ou 
menos. Esta qualidade de desenvolver impulsos máximos em um determinado tempo é inata, sendo 
possível melhora-la apenas em níveis muito pequenos, mediante um treinamento específico. 
 
2. PROVA DE 100 m RASOS 
 a. Qualidades físicas 
 1) Força de sprint 
 2) Força explosiva de pernas 
 3) Resistência de sprint 
 4) Flexibilidade 
 5) Coordenação 
 6) Equilíbrio 
 b. Tipo físico 
 Os aspectos morfológicos não pedem ser tomados como indicadores seguros para a 
seleção de velocistas. Atletas baixos, medianos e altos têm sido em todos os tempos notáveis 
corredores de velocidade. A idade é um grande inimigo do velocista. 
 O ápice de sua forma física é atingido, em geral, por volta dos 25 anos, sendo raros os 
exemplos de bons velocistas com idade superior a 30 anos. 
 
 
 
 c. Aspectos técnicos 
 A importância da partida sobre o resultado de uma prova de 100 metros rasos é 
muito grande, porque devido às características da prova, uma fração de segundo que o atleta ganhe 
ou perca na partida, pode significar a diferença entre a vitória ou a derrota na prova. 
 Após o sinal de partida (tiro), o atleta, partindo da inércia, procurará acelerar o seu 
corpo o mais rapidamente possível. A primeira passada é mais curta. A perna que estava apoiada no 
pedal de trás, após um breve período de tempo que contribuiu para a impulsão, deixa o pedal e toca 
um pouco adiante da linha de partida. Nas passadas seguintes, a amplitude vai aumentando 
progressivamente à medida que o atleta acelera. O corpo que estava bastante inclinado para frente, 
em função da partida, eleva-se gradativamente, a fim de facilitar a elevação dos joelhos e, 
conseqüentemente, o aumento da amplitude das passadas. 
 O corpo do atleta deve tender a verticalidade para que a impulsão pé-perna de apoio 
seja eficaz. Do ponto de vista mecânico, esta verticalidade corresponde ao alinhamento da 
articulação do quadril (transmissora da força impulsora pé-perna) com o ponto de apoio e tronco. Se 
o atleta inclinar o tronco demasiadamente para frente deslocará também o centro de gravidade, 
afastando o eixo de impulsão do corpo, causando uma impulsão deficiente e desequilíbrio do corpo 
para gente, com se pode observar na figura abaixo. 
 O erro observado 
(ao lado) também pode fazer 
com que o atleta corra sobre a 
ponta dos pés. Também pode 
dificultar a elevação da perna 
livre prejudicando a amplitude 
da passada. 
 Durante o contato, 
deve haver o apoio do calcanhar no 
solo, mesmo que ligeiramente, pois 
a biomecânica nos ensina que a 
potência do impulso é tanto maior 
quanto mais firme for o apoio e 
mais potentes e numerosos forem 
os músculos envolvidos para a sua 
realização. 
 É importante que o atleta corra sempre em linha reta, perpendicularmente à linha de 
chegada, caso isso não ocorra, acarretará em perda de distância a cada passada realizada. 
 Este defeito, comum em principiantes, pode ser corrigido, fazendo-se com que o 
atleta, nos treinamento, corra sobre a linha demarcatória das raias da pista. 
 Os braços atuam de maneira coordenada com o trabalho das pernas. Durante toda a 
corrida, os braços devem trabalhar flexionados (aproximadamente 90 graus), porém sem contrações. 
Os movimentos de braços deverão ser realizados no plano vertical e no sentido antero-posterior. Um 
bom desempenho muscular dos braços auxilia as pernas a executarem sua função propulsora com 
maior desenvoltura, havendo uma influência indireta do trabalho dos braços, pois sabemos que 
braços e pernas trabalham bem sincronizados. 
 
 Como já foi visto, a velocidade do atleta varia em função dos fatores amplitude e 
freqüência das passadas. A representação gráfica destes diferentes fatores, medidos a partir de 
corridas de 100 m rasos, realizadas por velocistas de diferentes níveis, permite uma interessante 
análise. 
 1) A amplitude das 
passadas cresce muito rapidamente da 
partida até 30 metros 
(aproximadamente). Estabiliza até os 80 - 
90 metros, depois volta a aumentar 
novamente. 
 2)A freqüência 
alcança rápida-mente seu máximo até os 15 
- 20 metros de corrida, logo diminui 
progressiva-mente até os 80 -90 metros 
para cair rapidamente nos últimos 10 -20 
metros. 
 3) A velocidade, 
função dos fatores acima, aumenta 
rapidamente nos 20 - 30 metros. Aos 30 metros representa de 80 a 90 % da velocidade máxima que 
deverá ser alcançada nos 40 - 50 metros. 
3. PROCESSOS DE CHEGADA 
 a. Chegar correndo a toda velocidade 
 Este processo é mais simples e deve ser indicado para atletas iniciantes pelo fato de 
não exigir qualquer ação diferente no momento da chegada. No entanto, é necessário que se 
recomende ao atleta que passe pela linha de chegada como ela estivesse ainda a alguns metros a sua 
frente. Caso contrário, haverá um a tendência natural de diminuir a velocidade pela proximidade da 
maracá final e, como conseqüência, o atleta poderá perder a corrida nos instantes finais. 
 b. Chegada inclinando o tronco para frente 
 Este processo é normalmente empregado por atletas de alto nível e exige uma boa 
coordenação para que seja executado no momento exato e proporcione uma vantagem ao atleta. O 
gesto de inclinar o tronco para frente deve ser feito quando o corredor executa a última passada 
antes de ultrapassar a linha de chegada. Se esta ação for executada antes do momento correto, 
prejudicará a coordenação e poderá quebrar do ritmo. Se tal ação for executada muito tarde, não 
trará benefício algum, pois a corrida já estará definida. Este processo exige bastante treinamento e 
só deve ser recomendado ao atleta quando o mesmo atingir um bom nível técnico. 
4. PROVA DE 200 m RASOS 
 As qualidades físicas e o tipo físico já vistos para a prova de 100 metros rasos são os mesmos, 
pois normalmente o velocista se prepara e participa das duas provas. 
 A partida desta prova tem suas particularidades como já vimos anteriormente, pois é 
realizada em curva. 
 
 Ao se correr em curva, o corredor deve procurar faze-lo o mais próximo possível da linha 
interna se sua raia, sem pisa-la e com o corpo inclinado para o interior da curva. 
 Esta inclinação tende a evitar o desequilíbrio natural da corrida em curva e, 
conseqüentemente, a perda de velocidade. Esse desequilíbrio é motivado pela força centrifuga 
gerada em virtude do movimento circular que o corpo descreve. 
 É preciso que o corredor, durante o longo treinamento a que deve ser submetido, aprenda a 
compensar perfeitamente o efeito dessa força. O braço direito, em virtude da inclinação do corpo 
para a esquerda, terá um movimento mais amplo do que o braço esquerdo. 
 O processo de chegada a ser utilizado será um dos que já foram vistos 
anteriormente. 
5. PROVA DE 400m RASOS 
 a. Qualidades físicas 
 1) Força explosiva de pernas 
 2) Resistência anaeróbica 
 3) Resistência muscular localizada (pernas) 
 4) Velocidade de deslocamento 
 5) Flexibilidade 
 6) Coordenação 
 7) Equilíbrio 
 b. Tipo físico 
 Normalmente o corredor de 400 metros rasos é de mediana estatura para cima e 
correr com desenvoltura e método. 
 
 
 c. Aspectostécnicos 
 Em virtude da grande velocidade atualmente imprimida, esta prova passou a ser 
classificada como sendo de velocidade intensa. 
 Esta prova é considerada uma das mais difíceis e penosas dentre todas as provas de 
corrida. 
 É usada a partida baixa, semelhante a dos 200 metros rasos, pois é realizada em 
curva. As posições de partida são escalonadas conforme a raia, apresentando uma importância 
significativa no resultado da prova. 
 O corredor de 400 metros rasos em ação parece muito com o corredor de 100 e 200 
metros rasos nos aspectos de posicionamento do corpo e desenvolvimento da passada. 
 O movimento dos braços deve ser intensificado, nos instantes finais desta prova, por 
dois motivos. Primeiro, para desviar a atenção do cansaço das pernas nesta fase da prova. Segundo, 
para influenciar indiretamente o movimento das pernas cansadas, pois sabemos que pernas e braços 
trabalham sincronizados. 
 O processo de chegada a ser utilizado será um dos que já foram vistos 
anteriormente. 
 O treinamento dos 400 metros rasos é feito levando-se em conta que esta é uma 
prova de ritmo. O atleta deve saber controlar durante o treinamento a velocidade e o esforço, para 
passar pelas distâncias intermediárias no tempo desejado. Para isso, deve fazer inúmeras corridas de 
100 e 200 metros, variando os tempos, a fim de ficar com a noção do ritmo bem acentuada. 
 O tempo com que o atleta passa pelos 200 metros iniciais da corrida é fundamental. 
A prática tem mostrado que o tempo dos primeiros 200 metros e cerca de 2 a 3 segundos melhor 
que o dos 200 metros restantes. 
 Para cobrir os 400 metros num tempo arbitrado, as distâncias intermediárias não 
podem ser percorridas nos tempos proporcionais ao desejado. Ou seja, se um corredor pretende 
fazer os 400 metros em 60 segundos, não poderá correr os primeiros 100 metros em 15 segundos, 
passar nos 200 metros com 30 segundos, para terminar a prova com 60 segundos. Ele deverá passar 
os 100 metros com 14,2 segundos, passar os 200 metros com 28 segundos e, finalmente, atingir os 
400 metros em 60 segundos. 
 A tabela abaixo sugere tempos parciais para as distâncias de 100 e 200 metros para 
completar a prova dos 400 metros no tempo desejado. 
Tempo parcial (segundos) 
100 metros 200 metros 400 metros 
14,2 28,0 60,0 
13,7 27,2 58,0 
13,3 26,6 54,0 
12,8 25,4 53,0 
12,3 24,5 52,0 
11,8 23,6 50,0 
 
 d. Aspectos táticos 
 Nesta prova, pela sua distância e característica, o atleta poderá traçar uma tática de 
corrida o que já não é possível nas provas de 100 e 200 metros rasos. 
 Como sugestão citaremos duas táticas de corrida para as provas de 400 metros rasos. 
 1) Tática do corredor técnico 
 Nesta tática, o atleta deverá distribuir o esforço de acordo com um ritmo 
treinado anteriormente para as distâncias de 100, 200 e 300 metros, imprimindo velocidade máxima 
nos 100 metros finais. 
 Aos iniciantes é recomendável esta tática, bem como aos atletas experientes 
que conhecem seus adversários e também durante as semifinais, quando se deve economizar as 
energias para a final, principalmente quando esta é corrida no mesmo dia. 
 2) Tática do mínimo de desaceleração 
 Nesta tática, o atleta parte em velocidade máxima e procurará mantê-la durante a 
maior distância possível, combatendo a tendência a desaceleração. 
 Esta tática é aplicada normalmente por corredores iniciantes que não possuem 
orientação técnica e por atletas consagrados que conhecem suas possibilidades. Os primeiros 
“travam” já os consagrados vencem. 
CORRIDAS DE REVEZAMENTO 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 A corrida de revezamento consiste em percorrer certa distância por etapas, sendo cada etapa 
coberta por um corredor que é substituído na pista pela passagem de um bastão para outro 
corredor, dentro de um setor de passagem. 
 A primeira corrida de revezamento (disputada em Jogos Olímpicos) ocorreu em 1908, em 
Londres. Nesta ocasião foi praticado um revezamento combinado, onde os componentes da equipe 
corriam distâncias diferentes. Os dois primeiros corriam 200 metros cada, o terceiro corria 400 
metros e o último corredor corria 800 metros. Já em 1912, em Estocolmo, esta prova foi deixada de 
lado, dando lugar aos revezamentos de 4 x 100 metros e 4 x 400 metros que passaram a ser as 
provas oficiais dos Jogos Olímpicos, realizadas até os dias de hoje. 
2. ASPECTOS TÉCNICOS GERAIS 
 a. Partida 
 Tanto na prova se 4 x 100 metros quanto na de 4 x 400 metros a parida é na curva, 
com os corredores escalonados. Os aspectos técnicos referentes à regulação do bloco de partida e 
posicionamento do atleta são os mesmos já vistos anteriormente. 
 O único detalhe diferente é o fato do atleta estar segurando o bastão com uma das 
mãos. 
 
 
 
 b. Tipos de recebimento do bastão 
 1) Recebimento não visual 
 É empregado no revezamento 4 x 100 metros, normalmente. O atleta que 
receberá o bastão não olha para trás, no momento da passagem do bastão, a fim de não perder 
tempo. Desta forma, a maior responsabilidade pela passagem é do atleta que está entregando o 
bastão, pois será ele que dará o sinal para que o recebedor levante o braço e colocará o bastão na 
mão do recebedor. Este processo requer muito tempo para treinamento da equipe. 
 2) Recebimento Visual 
 É empregado no revezamento 4 x 400 metros, normalmente. Principalmente 
pelo fato do entregador já vir bastante cansado, o recebedor tem a maior responsabilidade em 
arrancar o bastão da mão do entregador 
 
 c. Processos de recebimento do bastão 
 Dentre os processos que já foram experimentados (utilizados e abandonados) ficou 
comprovada a eficiência, com alguns inconvenientes, dos processos: FRANCÊS, VARIAÇÃO FRANCESA 
e ALEMÃO. 
 
 1) Variação Francesa 
 O braço é estendido para trás, com a palma da mão 
para cima (pronação) e o dedo polegar aberto. 
 2) Processo Francês 
 O braço é estendido para trás, com torção da mão 
para fora (supinação) ficando a palma da mão para cima e o dedo polegar 
aberto. 
 3) Alemão 
 O braço é estendido para trás, no movimento 
natural, palma da mão para trás, polegar aberto e demais dedos unidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 4) Quadro comparativo 
PROCESSO VANTAGEM DESVANTAGEM 
ALEMÃO 
1) Movimento de passagem de baixo 
para cima (ascendente) o que é natural 
na corrida. 
2) Menor oscilação do braço receptor. 
- Perigo de o bastão cair da mão, uma 
vez que a mão receptora deve se unir 
ou ficar muito próxima da mão do 
companheiro que faz a entrega. 
FRANCÊS 
- Entregador e receptor seguram o 
bastão em extremidades opostas. 
1) Maior oscilação do braço receptor. 
2) Movimento do entregador é 
descendente. 
3) Giro do tronco para o lado, o que 
pode acarretar desequilíbrio e perda de 
velocidade. 
VARIAÇÃO 
FRANCESA 
1) Entregador e recebedor Seguram o 
bastão em extremidades opostas. 
2) Menor oscilação do braço receptor. 
- Movimento do entregador é 
descendente. 
 
3. REVEZAMENTO 4 x 100 metros 
 a. Aspectos Gerais 
 No revezamento de 4 x 100 metros, existem três setores de passagem do bastão, nos 
quais devem ser realizados os revezamentos ou trocas entre os corredores. Como é necessário que 
essas trocas sejam efetuadas sem solução de continuidade da corrida, para não prejudicar a 
velocidade, existe um espaço de 10 metros antes do início do setor de passagem, denominada “zona 
de tolerância”, onde o corredor que vai receber o bastão se coloca em posição de espera para iniciar 
sua corrida com antecedência, a fim de entrar no setor em velocidade crescente para se igualar à 
velocidade do companheiro que o precede, no momentoda transferência do bastão. 
 
 b. Aspectos técnicos 
 
 1) Posição de partida do recebedor 
 O corredor que vai receber o bastão deve colocar 
no início da zona de tolerância (10 metros antes do setor) numa posição 
favorável para executar a sua ação de partida. Para isso existem duas 
maneiras de posicionamento: a saída alta e a saída semi-agachada. 
 
 
 a) Saída alta 
 O corredor se coloca em pé, ligeiramente inclinado para frente, com 
as pernas em afastamento antero-posterior, tendo o peso do corpo sobre a perna da frente. A 
cabeça deve estar voltada para trás, com o olhar dirigido ao comprimento que vem ao seu encontro. 
 b) Saída Semi-agachada 
 O corredor se coloca em posição de três 
apoios, com as pernas em afastamento antero-posterior e a mão contrária 
ao pé da frente apoiada no chão. O olhar deve estar voltado para trás do 
lado oposto à mão que está apoiada, observando o companheiro que se 
aproxima. O braço livre é colocado atrás, em posição normal de corrida. 
 Essas duas posições adotadas pelos corredores, além de ajudar a impulsão 
inicial da corrida, permitem uma melhor visualização do companheiro que se aproxima com o bastão. 
Assim, quando este passa por um ponto de referência na pista, denominado “marca”, o receptor 
começa a correr e não olha mais para trás, porque a partir desse instante toda a ação realizada pelos 
dois corredores é automática, obtida por meio de treinamento, até que o bastão seja passado de um 
corredor para outro. 
 2) Determinação da “Marca” 
 A determinação da marca depende da velocidade dos dois corredores (entregador e 
recebedor) e tem por objetivo fazer com que, no momento da transferência do bastão, o recebedor 
tenha adquirido uma velocidade aproximadamente igual à do entregador. 
 A seguir, será visto um processo de determinação da marca. Tal processo vias obter a 
menor margem de erro possível e, conseqüentemente, o menor número de treinamentos para 
ajusta-la. 
 Cabe lembrar que este método foi desenvolvido pelo então Cap Ernesto Lima Gil, 
quando foi Instrutor da EsEFEx. Seu método tem quatro fases: 
 a) Determinação do tempo do recebedor para cobrir o percurso (25 metros) 
 O treinador deve marcar o ponto onde ele deseja que se realize a passagem do bastão, 
dentro do setor de passagem. Normalmente este ponto fica a cinco metros antes do fim do setor de 
passagem. Uma vez estabelecido tal ponto, o técnico posicionasse nele, enquanto o atleta posiciona-
se no início da zona de tolerância do setor considerado, junto com o auxiliar do técnico. 
 
 Ao comando de “já” dado pelo auxiliar, o atleta parte em velocidade máxima e o treinador 
aciona o cronômetro. No momento em que o atleta atingir o ponto de passagem do bastão, o técnico 
para o cronômetro. O tempo registrado no cronômetro será o tempo que o recebedor levará para 
cobrir o seu percurso, ou seja, do início da zona de tolerância até o ponto de passagem do bastão. 
Este tempo deve ser tirado dos três atletas que receberão o bastão, ou seja, o 2º, o 3 º e o 4º atleta. 
 b) Determinação da velocidade média do entregador (100 metros) 
 Para a determinação da velocidade média do entregador, 
abordaremos dois casos distintos: a 1ª passagem e, depois, a 2ª e a 3ª passagens. 
 (1) 1ª passagem 
 - Coloca-se o atleta atrás do bloco de partida e um auxiliar 
junto a ele, com um dos braços levantados, o auxiliar dará o comando de partida. O treinador, 
posicionado ao lado do centro do setor de passagem, aciona ao comando do auxiliar e para o 
cronômetro quando a atleta passar pela sua frente. O tempo registrado será o tempo do atleta nos 
100 metros. Com este tempo, será possível calcular a velocidade do entregador, por meio da 
fórmula: velocidade = espaço / tempo. Exemplo se T=10,55 seg, então Vm = 100 m / 10,55 seg, ou 
seja, Vm = 9,52 m/s. 
 
 (2) 2ª e a 3ª passagens 
 Coloca-se o atleta no início da Zona de Tolerância e um 
auxiliar no final do setor de passagem correspondente com o braço levantado. O treinador posiciona-
se na final do próximo setor de passagem (2º ou 3º setor). O atleta parte em velocidade máxima e ao 
passar pela frente do auxiliar, este abaixa o braço. Este é o comando para que o técnico acione o 
cronômetro. Quando o atleta passar pela frente do técnico, este para o cronômetro e estará 
registrado o seu tempo nos 100 metros. Da mesma que fizemos anteriormente, com este tempo 
calculasse a velocidade média do entregador. 
 
 Normalmente estas duas velocidades médias serão maiores que a da primeira passagem, 
tendo em vista que os tempos dos 100 metros são menores, pois os mesmos são medidos a partir de 
pontos onde o atleta passa lançado. 
 c) Determinação da marca inicial 
 De posse da velocidade média do entregador e do tempo que o 
recebedor levou para cobrir o seu percurso, calculasse a marca inicial. Para tal usaremos a fórmula 
espaço = velocidade x tempo, onde a velocidade é a do Vm entregador e o tempo será o gasto pelo 
recebedor para cobrir o seu percurso. Exemplo: considerando-se a do Vm entregador igual a 9,26 m/s 
e o tempo do recebedor igual a 3,2 seg, teremos uma distância de 29,63 m (9,26 m/s x 3,2 seg). A 
partir do ponto onde o técnico estabeleceu que seria realizada a passagem, é medida esta distância 
(para trás) chegaremos a um ponto na pista onde será colocada a marca (normalmente fita crepe) 
que balizará o momento em que o recebedor iniciará a sua corrida, quando a mesma for atingida 
pelo entregador. 
 d) Ajustagem da marca 
 Este processo parte do princípio que a velocidade do recebedor e do 
entregador serão iguais, no momento da passagem do bastão. Como pode ser que haja uma 
diferença entre as velocidades, é preciso colocar os atletas para testarem a marca. Caso os atletas 
realizem a passagem antes do ponto desejado, a marca deve ser colocada mais “atrás” do ponto 
inicial. Caso a passagem seja realizada depois do ponto, a marca deve ser colocada mais à frente. 
 
 
Este procedimento é repetido até que se consiga determinar o ponto exato. Aconselha-se que não se 
faça mais que duas tentativas, pois a fadiga dos atletas poderá causar distorções. 
 
 3) Passagem do bastão 
 A passagem do bastão, normalmente, deve ser feita nos últimos cinco metros 
do setor de passagem, porque, dessa forma, o recebedor terá um espaço maior (25 metros) para, 
saindo da inércia, acelerar e atingir uma alta velocidade. 
 Poderá ser adotado qualquer processo de recebimento do bastão (Francês, 
Variação Francesa ou Alemão), dependendo da orientação do técnico da equipe. O processo adotado 
deverá ser treinado exaustivamente até transformar-se em um gesto automático. 
 A responsabilidade maior pela passagem cabe ao entregador (4x100 metros) 
que dará o comando convencionado (já), no momento apropriado. Ao ouvir o comando, o recebedor 
estenderá o braço para trás, em condições de receber o bastão. É importante que o entregador só 
estenda o braço para passar o bastão após o recebedor ter posicionado seu braço à retaguarda. 
 4) Condução do bastão 
 
 Atualmente, os 
corredores do revezamento 4 x 100 
metros não efetuam mais a troca do 
bastão de uma mão para outra, após 
recebe-lo, pois neste caso haveria uma 
pequena perda de tempo e uma ligeira 
influência negativa na ação da corrida. 
As equipes, em sua maioria, utilizam o 
chamado “Método Alternado”, que 
consiste em transportar e passar o 
bastão pela mesma mão que recebeu. 
 Quando se 
utiliza o “Método Alternado” os corredores da equipe deverão proceder da maneira abaixo descrita: 
 - O 1º corredor conduz e passa o bastão com a mão direita, correndo pelo 
lado interno da sua raia(curva). 
 - O 2º corredor recebe, conduz e passa o bastão com a sua mão esquerda, 
correndo do lado externo da sua raia (reta). 
 - O 3º corredor recebe, conduz e passa o bastão com a mão direita, correndo 
pelo lado interno da sua raia (curva). 
 - O 4º corredor recebe e conduz o bastão com a sua mão esquerda, 
completando o percurso do revezamento. 
 
 
 c. Aspectos táticos 
 Em princípio, escolhe-se os atletas que irão fazer parte da equipe, dentre os 
melhores corredores da distância base do revezamento. Assim, serão escolhidos os melhores 
corredores de 100 metros rasos. Após a seleção dos 4 componentes da equipe, o técnico deverá 
considerar os aspectos abaixo relacionados, para definir a seqüência que os atletas correrão. 
ASPECTO TÁTICO DEFINIÇÃO 
VELOCIDADE 
Normalmente, os dois mais velozes são colocados para abrir o revezamento 
e para fecha-lo, ou seja, em 1º e em 4º lugar. sendo reservado para 4º lugar 
o atleta mais veloz. 
COMBATIVIDADE 
O atleta mais combativo, normalmente é colocado na 3ª posição, com a 
finalidade de recuperar terreno perdido, caso seja necessário. Entende-se 
como combatividade a qualidade que alguns atletas tem de não se entregar 
e, diante de uma situação desvantajosa, saber tirar forças para supera-la. 
PARTIDA 
O atleta que tiver a partida mais rápida deverá ser colocado em 1º lugar, 
pois será o único que utilizará o bloco de partida (partida baixa). 
HABILIDADE NA 
PASSAGEM 
Os atletas mais hábeis na passagem do bastão deverão ser colocados na 2ª 
e na 3ª posições, pois serão os que farão o recebimento e passagem do 
bastão, ao passo que o 1º só passa e o 4º só recebe. 
CORRIDA EM CURVA 
Os atletas que melhor correm em curva deverão ser colocados na 1ª e 3ª 
posições. 
DUPLAS 
Deve-se distribuir os homens de modo que os que melhor se entendam, 
façam passagem um para o outro. 
 Equipes bem treinadas ganham, aproximadamente, 0,9 segundo por passagem de 
bastão, totalizando um ganho final de 2,7 segundos. Isto quer dizer que se o somatório dos tempos 
nos 100 metros dos 4 atletas de uma equipe for 44 seg, esta equipe bem treinada pode vir a fazer 
41,3 segundos (44 - 2,7 seg). 
4. REVEZAMENTO 4 X 400 METROS 
 No revezamento de 4 x 400 metros, a passagem do bastão de um atleta para outro não se 
realiza com tanta velocidade como na prova de 4 x 110 metros, devido ao cansaço natural devido ao 
esforço do corredor para completar o seu percurso. 
 O tipo de recebimento a ser adotada será visual, cabendo ao recebedor a maior parcela de 
responsabilidade na passagem. O Processo de recebimento mais indicado é o francês. 
 No revezamento 4 x 400 metros, o recebedor praticamente deve arrancar o bastão da mão 
do entregador. 
 O atleta que vai receber o bastão posiciona-se no início do setor de passagem, observando a 
aproximação do companheiro. No momento indicado, inicia sua corrida num ritmo compatível com a 
velocidade do seu antecessor e receberá o bastão ainda na primeira metade do setor. Um dos 
métodos mais empregados na condução e passagem do bastão pela equipe de 4 x 400 metros 
caracteriza-se pela troca de mãos após o recebimento. Neste método o 1º corredor conduz o bastão 
na mão direita. O segundo atleta receberá o bastão com a mão esquerda, olhando para o primeiro 
corredor com a cabeça voltada para o interior (lado esquerdo) e logo após ter recebido o bastão, 
passará imediatamente para a mão direita. Igual procedimento será adotado nas outras passagens 
do bastão. 
 
CORRIDAS COM BARREIRAS 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 A corrida com barreiras consiste em cobrir um determinado percurso passando sobre 
barreiras colocadas na pista. 
 As provas são corridas totalmente em raias marcadas e cada atleta transporá no 
percurso em total de 10 barreiras. 
 As provas com barreira, normalmente disputadas em competições e que são incluídas 
no programa olímpico são as seguintes: 
PROVAS MASCULINAS PROVAS FEMININAS 
110 m com barreiras 
400 m com barreiras 
100 m com barreiras 
400 m com barreiras 
 Abordaremos as provas masculinas, em particular, os 110 m com barreiras. 
2. QUALIDADES FÍSICAS 
 As qualidades físicas necessárias a um barreirista são muitas, devido às características 
particulares das provas. 
 Para a prova de 110 m com barreira, em linhas gerias, as qualidades físicas são aquelas 
necessárias ao corredor de 100 metros rasos: 
 - Força de sprint e explosiva de pernas 
 - Velocidade de sprint, de reação e de contração 
 - Resistência de sprint 
 Para a prova de 400 m com barreiras, também são aquelas necessárias ao corredor de 
400 metros: 
 - Força explosiva de pernas 
 - Resistência anaeróbica 
 - Resistência muscular localizada (pernas) 
 - Velocidade de deslocamento 
 Tais qualidades físicas são fundamentais ao barreirista, somando-se as já citadas acima 
temos ainda: 
 - Flexibilidade 
 - Coordenação 
 - Equilíbrio 
3. TIPO FÍSICO 
 Um fator que influi muito nesta especialidade é a estatura, que deve ser elevada, 
sendo o barreirista normalmente do tipo morfológico longilíneo. Em uma análise das 
características dos melhores barreiristas do mundo no século 20, verificou-se que a estatura 
média desses atletas era de 1,86 metros, aproximadamente (corredores de 110 m com 
barreiras). 
4. ASPECTOS TÉCNICOS 
 a. Fases da corrida com barreiras 
 Didaticamente a corrida com barreiras pode ser dividida em 5 (cinco) fases. 
 1) Partida 
 2) Da partida até a primeira barreira 
 3) A passagem das barreiras 
 a) Abordagem 
 b) Ultrapassagem 
 c) Apoio após a ultrapassagem 
 4) Corrida entre as barreiras 
 5) Corrida final para a chegada 
 b. Análise Técnica da prova de 110 m com barreiras 
 1) A Partida 
 É uma fase muito importante nesta prova. Utiliza-se a partida baixa 
como na prova de 100 metros rasos e todos os detalhes relativos à uma boa partida devem ser 
levados em consideração. 
 Na passagem da barreira, denominamos perna de abordagem a que se 
eleva em primeiro lugar para passar a barreira. Denominamos perna de impulsão a que 
executa o último apoio no solo antes da passagem da barreira. 
 A perna de impulsão no bloco de partida (perna que é colocada à 
frente) será a mesma perna de impulsão para a passagem das barreiras se o número de 
passadas que o atleta executa, desde a partida até a 1ª barreira, for par. Caso o número de 
passadas dadas pelo atleta seja impar, a perna de impulsão do bloco de partida não será a 
mesma que o atleta utilizará na ultrapassagem das barreiras, neste caso, o atleta deverá 
inverter a posição das pernas no bloco de partida, com o objetivo de abordar as barreiras com 
a perna de impulsão mais favorável, pois a abordagem das barreiras é um gesto que o atleta 
executa dez vezes e sendo mais vantajoso com a perna com a perna mais favorável. 
 
 2) Da partida até a 1ª barreira 
 O barreirista deve trabalhar a distância até a 1ª barreira de maneira 
intensa. Uma abordagem incorreta da 1ª barreira reflete negativamente em toda a prova. A 
principal diferença, nesta fase, em relação às provas rasas, está no comportamento do atleta 
após a partida. O barreirista se coloca em posição normal (próximo da vertical) mais 
rapidamente, com o objetivo de posicionar-se favoravelmente para o ataque a 1ª barreira. O 
número de passadas até a primeira barreira depende das qualidades do corredor, sendo 
utilizadas normalmente sete (alto nível) ou oito passadas para cobrir está distância. 
 3) Passagem da barreira 
 a) A abordagem 
 A perna de impulsão, pela necessidade de realizar um esforço 
maior que nas corridas rasas, estará ligeiramente mais flexionada, no momento da impulsão.O 
impulso é efetuado pelo terço anterior do pé (arco anterior) a uma distância média de 2 
metros da barreira. A perna de impulsão só deixará o solo depois de totalmente estendida 
para evitar que o atleta salte a barreira. 
 A perna de abordagem, no início da impulsão estará flexionada 
(joelho na altura do quadril) auxiliando o movimento do atleta. Ao término da impulsão estará 
estendida (ou ligeiramente flexionada), com o calcanhar sobre a barreira. O pé formará um 
ângulo reto com a perna. 
 Os braços executarão uma ação coordenada com a ação das 
pernas, caracterizando-se nesta fase, pelo auxílio à impulsão. 
 O tronco será flexionado à frente como um todo, no auxílio à 
fase posterior. Os ombros devem ser mantidos paralelos a linha de chegada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 b) A Ultrapassagem 
 A perna de impulsão, após deixar o solo será “arrastada” e no 
ato da ultrapassagem 
estará flexionada e em seu 
conjunto, 
aproximadamente, paralela 
ao solo. A perna de 
abordagem estará em 
extensão sobre a barreira. 
A parte inferior de sua coxa 
deverá passar o mais 
próximo passível da 
barreira. Pé e perna estarão 
em ângulo reto. Não é erro a perna de impulsão estar ligeiramente flexionada. 
 A inclinação do tronco é mais acentuada (aproximadamente 
60º em relação ao solo), o que imprimirá maior velocidade e equilíbrio à ultrapassagem e 
facilitará a passagem da perna de impulsão. A cabeça e o pescoço estarão no prolongamento 
do tronco, ou seja, com idêntica inclinação. Os ombros manterão seu paralelismo à linha de 
chegada. 
 A ação básica dos braços na passagem da barreira é auxiliar o 
equilíbrio do atleta. Normalmente são usados dois processos para o posicionamento dos 
braços: 
 - Lançamento à frente do braço contrário à perna de 
abordagem, sendo o outro levado naturalmente para trás. 
 - Lançamento duplo dos braços à frente (observa-se 
que sempre o braço contrário à perna de abordagem fica à frente no momento da 
ultrapassagem). 
 c) Apoio após a ultrapassagem 
A perna de abordagem de é a 
primeira parte do corpo do 
atleta a passar por sobre a 
barreira, sendo que através da 
ação de seu pé se inicia a fase 
descendente. Imediatamente 
após o pé da perna de 
abordagem ultrapassar o plano 
vertical da barreira e mediante 
uma ligeira extensão do 
mesmo, tem início a “procura do apoio no solo”. 
 
 
 Este apoio se dará aproximadamente se 1,40 a 1,50 metros do 
plano vertical da barreira, sendo executado pelo arco anterior do pé, estando o calcanhar 
elevado. No ato do toque no solo, o centro de gravidade do atleta deverá estar à frente do pé 
de apoio, conduzindo o peso do corpo à frente, possibilitando prosseguir a corrida entre as 
barreiras. 
 Quando do toque do solo, a perna de impulsão estará em 
abertura lateral, partindo desta posição para a “puxada à frente” , proporcionando mais ação 
no sentido da corrida. 
 O tronco, no momento em que o pé de abordagem toca o solo, 
retorna a sua posição normal. 
 Os braços manterão suas ações coordenadas com as pernas, 
auxiliando no equilíbrio e constituindo-se em mais uma ação em favor do movimento à frente. 
 4) Corrida entre as barreiras 
 A primeira passada após a passagem da barreira deve ser feita com 
bastante relaxamento, nas outras o atleta se concentra para enfrentar a barreira seguinte. 
 Na prova se 110 metros com barreiras o atleta deve executar três 
passadas entre as barreiras. 
 Esta fase requer bastante treinamento para que o atleta não perca 
velocidade à medida que cada barreira vai sendo passada. Os atletas de baixa estatura sentirão 
dificuldades em realizar somente três passadas. Entretanto, se for dada a 4ª passada, as 
pernas de abordagem e impulsão inverterão as suas funções, o que inviabiliza tal 
procedimento. 
 5) Corrida final para a chegada 
 Após vencer a última barreira, o atleta cobrirá o percurso que o separa 
da linha de chegada na máxima velocidade possível, procedendo como se fosse uma corrida 
rasa de velocidade intensa, utilizando-se dos mesmos processos de chegada previstos para 
essas provas. 
 c. Análise Técnica da prova de 400 metros com barreiras 
 A técnica na prova do 400 metros com barreiras é muito mais simples, porque 
além das barreiras serem mais baixas, elas estão mais distanciadas umas das outras (35 
metros). Nesta prova, o aspecto físico supera em muito a aspecto técnico. As considerações 
técnicas feitas para a prova de 110 metros com barreiras também se aplicam, de maneira mais 
simplificada, aos 400 metros com barreiras. 
 1) A Partida 
 É feita da mesma maneira que na prova de 400 metros rasos, levando-
se em conta a necessidade de inverter ou não a posição no bloco de partida. 
 2) Da partida até a 1ª barreira 
 O número de passadas nesta fase é de aproximadamente 24, 
admitindo-se variações de acordo com a amplitude das passadas do corredor. 
 3) A Passagem da barreira 
 Para a passagem da barreira a flexão do tronco não é tão acentuada. 
Nesta, levando-se em consideração que a corrida comporta duas curvas, normalmente a 
abordagem das barreiras é feita com a perna esquerda, pois nas curvas o corpo estará 
inclinado à esquerda e a perna de impulsão (direita, no caso) que passa flexionada sobre a 
barreira, irá faze-lo com mais facilidade e o atleta se manterá no mesmo eixo de corrida. Além 
disso, este procedimento evitará que o atleta venha a cometer infrações à regra (passagem do 
pé por fora da barreira) durante a passagem. 
 4) A corrida entre as barreiras 
 Normalmente o corredor realiza 15 passadas para cobrir a distância 
entre duas barreiras nesta prova. Algumas vezes observa-se que alguns corredores realizam 15 
passadas até a última ou oitava barreira, aumentando em seguida para 17, devido à 
dificuldade em manter o ritmo da corrida e a amplitude das passadas, fruto da fadiga que 
sobrevêm ao final da prova. 
 5) Corrida final para a chegada 
 Depois de ultrapassar a última barreira, o atleta reunirá todas as suas energias 
a fim de passar pela linha de chegada com o máximo de velocidade possível, utilizando um dos 
já citados. 
 d. Erros mais comuns observados na passagem da barreira 
 1) Na abordagem da barreira 
 a) Ponto de impulsão muito próximo ou afastado da barreira 
 O atleta poderá derrubar a barreira ou fará a abordagem 
saltada, prejudicando a velocidade e o equilíbrio. 
 b) Impulsão incorreta (saltar ao invés de saltar). 
 A ação de saltar é provocada pelo receio do atleta em atacar a 
barreira e pela ação incorreta do pé de impulsão (pé chapado no solo). Acarretará sensível 
declínio da velocidade. 
 c) Elevação da perna de abordagem em arco lateral 
 O atleta por receio da barreira e falta de flexibilidade nos 
quadris executará um salto com um movimento lateral da perna de abordagem. Além das 
conseqüências causadas pelo ato de saltar a barreira, provoca um desequilíbrio nos 
movimentos posteriores. 
 
 2) Na ultrapassagem 
 a) Tronco ereto 
 É um defeito comum, causado pela falta de flexibilidade dos 
quadris e pelo receio de se desequilibrar quando da inclinação do tronco. A passagem sentada 
provoca desequilíbrio, derrubada da barreira com a perna de impulsão e o ponto de apoio será 
longe da barreira. 
 b) Ação incorreta dos braços 
 Normalmente caracterizada por movimentos que tentam 
compensar outras ações incorretas para manter o equilíbrio do corpo. Os movimentos dos 
braços devem ser coordenados com as pernas e em nenhum instante devem ser efetuados de 
modo violento. Visam o equilíbrio geral do atleta na ultrapassagem.3) No apoio após a ultrapassagem 
 a) Ponto de apoio muito afastado da barreira 
 O atleta efetuou uma passagem incorreta, possivelmente 
saltando a barreira. Ele tomará contato com o solo com o pé chapado, influindo na velocidade 
e equilíbrio. 
 b) Ponto de apoio muito próximo da barreira 
 Acarretará num desequilíbrio muito acentuado para frente. É 
normal a barreira ser derrubada com a parte inferior da coxa. 
 c) Apoio incorreto 
 O apoio executado incorretamente pela planta do pé (pé 
chapado) “freia” o movimento à frente e causa desequilíbrio. 
 d) Apoio “frágil” da perna de abordagem 
 Erro observado ao final da prova, provocado pelo cansaço 
muscular da perna de abordagem, que não absolve os sucessivos impactos no solo após as 
ultrapassagens. Provoca desequilíbrio e perda de velocidade. 
 
 
 
 
CORRIDAS COM OBSTÁCULOS 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 A corrida com obstáculo (STEEPLECHASE) consiste em cobrir determinado percurso 
passando sobre quatro obstáculos e um fosso d’água em cada volta. 
 As provas com obstáculos são disputadas nas distâncias de 2000 metros (feminino) e 
3000 metros (masculino). 
2. QUALIDADES FÍSICAS 
 a. Resistência aeróbica 
 b. Resistência anaeróbica 
 c. Resistência muscular localizada (perna) 
 d. Coordenação 
 e. Flexibilidade 
 f. Equilíbrio 
3. TIPO FÍSICO 
 Os atletas das provas com obstáculos são geralmente de estatura média para cima, 
raro é o caso de atleta de baixa estatura nesta modalidade. 
4. ASPECTOS TÉCNICOS 
 Didaticamente a corrida com obstáculos pode ser dividida em 5 fases. Partida, 
Transposição dos obstáculos, Transposição do fosso, Corrida entre os obstáculos e Corrida 
final para a chegada. 
 a. Partida 
 Utiliza-se a partida alta e o atleta deve procurar ocupar uma boa posição no 
pelotão dianteiro a fim de ultrapassar o primeiro obstáculo numa situação favorável. 
 b. Transposição dos obstáculos 
 Duas técnicas de transposição dos obstáculos são as mais utilizadas. A primeira 
o atleta apóia o pé sobre o obstáculo para progredir no deslocamento, causando quebra de 
ritmo e perigo de acidente. 
 A outra técnica de transposição é a mesma utilizada pelo barreirista de 400 
metros quando da ultrapassagem da barreira, no entanto o atleta passa mais afastado do 
obstáculo (mais acima) devido ao risco de acidente. 
 Por não ser uma corrida raiada, por haver a possibilidade de um corredor 
atrapalhar o outro e devido, também, a grande distância entre os obstáculos o atleta não 
consegue manter um ritmo constante como na prova de 400 metros com barreiras e 
conseqüentemente, não é possível predeterminar com qual perna o atleta abordará os 
obstáculos, sendo assim é de fundamental importância que se treine a abordagem com ambas 
as pernas. 
 c. Transposição do fosso 
 O fosso é o obstáculo que consome mais energia, além do perigo de lesões nos 
joelhos e tornozelos, portanto sua técnica de transposição não pode ser negligenciada. 
 Para melhor entendimento, podemos subdividir em 4 subfases: Aproximação e 
impulsão, Contato e ultrapassagem do obstáculo, Fase Aérea e Contato com o solo. 
 1) Aproximação e impulsão 
 A partir de uma determinada “marca” (distância) o atleta deverá 
intensificar seu ritmo para realizar a impulsão com uma velocidade compatível e com a perna 
adequada. 
 A perna de impulsão estende-se totalmente e o impulso será realizado 
a uma distância de 1,5 a 1,8 m do obstáculo, dependendo da estatura e velocidade do atleta. 
 A perna que fará o contato com o obstáculo (ataque) auxilia o 
movimento do corpo para cima, levando a coxa na horizontal, com a perna ligeiramente 
fletida. 
 O tronco inclina-se para frente acompanhando a linha de força criada 
pela perna de impulsão, proporcionando um impulso mais eficiente. 
 O braço contrário à perna de ataque (a que faz o contato) é lançado 
para frente e para cima, a fim de auxiliar a impulsão e o equilíbrio do atleta. 
 2) Contato e ultrapassagem do obstáculo 
 O pé da perna de ataque toca o obstáculo com a perna fletida em 90º. 
Quando o CG ultrapassa a vertical do obstáculo, a perna de ataque é estendida para frente e 
para cima. 
 A perna livre auxilia o salto, estendendo a coxa até quase a horizontal, 
sem ultrapassa-la. 
 O tronco mantem-se inclinado, a fim de manter baixa a trajetória do 
CG, permanecendo nesta posição até o início da fase aérea, quando toma a posição ereta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3) Fase Aérea 
 A perna de ataque, após a impulsão na barra, balança ligeiramente, 
fletindo descontraidamente até tocar a nádega e prepara-se para realizar a primeira passada 
após o pé da perna livre tocar o solo. 
 A perna livre move-se em direção a ponto de contato, alcançando 
praticamente a total extensão da perna com o objetivo de melhorar o amortecimento. 
 O tronco eleva-se tendendo a vertical, procurando o equilíbrio do 
corpo. 
 4) Contato com o solo e saída 
 O contato com o solo deve ser feito por volta de 30 centímetros antes 
do final do fosso, ainda na água, a fim de amortecer a queda. Neste momento o CG deve estar 
na vertical da perna de contato. 
 A saída do fosso se dá por meio de uma passada curta energética, 
mantendo-se a continuidade da corrida. 
 d. Corrida entre os obstáculos 
 É utilizada a técnica de corrida do meio-fundista. O comprimento das passadas 
é irregular, sendo aumentado antes dos obstáculos e fosso para obter-se aumento de 
velocidade para transposição. 
 
 
 e. Corrida final para a chegada 
 Após a ultrapassagem do último obstáculo o atleta de vê procurar imprimir a 
maior velocidade possível (Sprint final) para passar a linha de chegada. 
 f. Erros mais comuns 
 1) Saltar o obstáculo devido à cura distância de impulsão. 
 2) Realizar a impulsão sobre o fosso muito para cima. 
 3) Interromper a corrida antes e/ou depois do obstáculo. 
 4) Contato com o solo feito pelos dois pés na saída dos obstáculos e do fosso.

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