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PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE Resumo aulas 1 a 5

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PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE
O sonho de todos aqueles que se interessam por Psicologia é entender a grande complexidade que é o ser humano, na sua singularidade. Personalidade é um campo de estudo, dentro da Psicologia, que pode ser definido como um conjunto de aspectos cognitivos, conscientes e inconscientes, emocionais e comportamentais, relativamente duradouras de uma pessoa, que nos permite prever as respostas à sua capacidade de ajustamento.
Visto que na Psicologia não existe uma única concepção de homem, estudaremos as diferentes concepções teóricas sobre a estrutura e a dinâmica da personalidade humana. 
Aula 1: Introdução à Psicologia da Personalidade
Etimologicamente, a palavra "personalidade" se origina do latim persona, que significa máscara. Na Antiguidade, a máscara era usada para representar ou caracterizar os personagens no teatro. O modo como nos apresentamos socialmente. A personalidade tenta entender a diversidade do comportamento humano.
Como se forma a personalidade? É moldada por muitas forças, incluindo hereditariedade e tendências constitucionais, maturidade física, treinamento precoce, identificação com indivíduos ou grupos, valores e papeis condicionados, experiências e relacionamentos. 
Questões que a Psicologia da Personalidade precisa responder: 
- Por que uma pessoa precisa ter alto nível de desempenho, como tirar a nota máxima nas provas, ter alto grau de status social, muito dinheiro e poder para ficar satisfeita?
- Por que uma pessoa, que aparentemente tem tudo o que se poderia desejar, tem depressão e outra que passa por diferentes formas de privação se sente feliz?
- Como algumas pessoas conseguem se adaptar?
- Por que as pessoas são tão diferentes?
- Por que outras desenvolvem doenças graves e incapacitantes na ausência de uma patologia orgânica?
- O que faz com que uma pessoa triste vá ao shopping e outra fique deitada em casa?
- O que faz com que uma pessoa tente dar ao filho o que nunca teve e outra repita com os filhos os mesmos comportamentos que reclama de seus pais?
De forma geral, pretende-se entender todas as diversidades do comportamento humano: “o quê”, “como” e “por quê”.
Apesar de incluir conhecimentos consolidados, as teorias incluem suposições e especulações não confirmadas empiricamente. Assim, as teorias podem contribuir para a expansão do conhecimento à medida que permitem a criação de hipóteses a serem testadas futuramente. Desta forma, não existe uma única teoria que sirva como paradigma, e a sua aceitação ou rejeição é determinada pela utilidade que os profissionais encontram nela. 
Uma teoria de personalidade é, portanto, o conjunto das suposições relevantes que ajudam na compreensão do ser humano, nos seguintes aspectos: Geral (que explique as semelhanças) e Individual (que explique as diferenças).
Vamos encontrar diferentes teorias sobre diferentes assuntos, que são divergentes em diferentes pontos, visto que nenhuma delas consegue responder, de forma plena e absoluta, a todas as questões sobre a complexidade do ser humano.
Divergências teóricas:
As teorias são corpos teóricos de conhecimentos organizados, que facilitam a compreensão de uma determinada dinâmica da personalidade, dentro de uma perspectiva específica. Ao longo desta disciplina, vamos conhecer diferentes teóricos de personalidade e uma grande variedade de perspectivas sobre os fatores relevantes para o desenvolvimento e compreensão da personalidade. 
Vamos observar que muitas das teorias surgem da prática clínica e, por isso, temos teorias de personalidade na abordagem psicanalista, behaviorista, humanista e cognitivista. Além das abordagens dos traços que não se concentram nestas quatro abordagens básicas da Psicologia Clínica.
Vamos perceber questões divergentes nas teorias de personalidade, tais como a importância da genética. Alguns autores privilegiam o aspecto genético na formação da personalidade, enquanto outros não abordam essa questão. Enquanto uma teoria de personalidade considera o homem ativo com relação ao mundo (Freud), outra considera o homem como uma vítima passiva do ambiente (Skinner).
Alguns teóricos consideram a durabilidade das características ao longo do tempo. Neste caso, a personalidade na idade adulta seria uma continuidade da infância. Para outros, não existe uma continuidade ao longo do tempo e o adulto pode ser radicalmente diferente da criança, a ponto de não se reconhecer nada em comum entre eles.
Alguns autores utilizam o conceito de self (conceito de eu, utilizado para caracterizar uma personalidade que não muda) como representativo de uma unidade que se supõe existir, apesar da diversidade ao longo do tempo e diferentes contextos, outros não. Para entender o conceito de self, pergunta-se: você é a mesma pessoa de 10 anos atrás? A resposta pode ser sim ou não. Certamente você é a mesma pessoa, mas não exatamente igual há 10 anos. O conceito de self supõe exatamente esta continuidade ao longo do tempo, porém com progressivas alterações em função de novas experiências, amadurecimento, etc.
A maioria dos teóricos investiga os aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais como aspectos componentes da personalidade. 
Componente comportamental:
Suponhamos que você planeje fazer um laboratório para interpretar uma pessoa deprimida no teatro. Você adota todo o comportamento não verbal de uma pessoa deprimida: expressão de tristeza com o canto da boca, o canto das sobrancelhas e os ombros caídos. O andar e a fala lenta. A cabeça e o olhar para baixo. Este é o componente comportamental. 
Caso você consiga se manter assim por algumas horas, finalizado o laboratório, poderá perceber que suas emoções e pensamentos não estarão muito animados. Neste caso, o comportamento alterou a emoção.
Ocorre que as teorias comportamentais focam a investigação no comportamento e rejeitam os processos mentais. Os cognitivistas focam no aspecto cognitivo como o responsável pelas alterações emocionais e comportamentais. Já a Psicanálise estuda o inconsciente como o responsável por todos os comportamentos e sofrimentos psíquicos.
Com relação à influência do passado, presente e futuro, podemos encontrar perspectivas antagônicas entre os psicanalistas e os cognitivistas. Enquanto a teoria psicanalítica atribui importância decisiva ao passado, a perspectiva cognitiva atribui relevância aos projetos futuros.
Aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais:
- Minha interpretação motiva minha emoção e meu comportamento.
- Minha emoção motiva minha interpretação e comportamento.
-Meu comportamento motiva minha interpretação e minha emoção.
Pode-se dizer que o psicólogo da personalidade não estuda especificamente como ocorre a percepção, a cognição ou as emoções, mas como esses processos se relacionam de forma particular em cada pessoa. Assim, as teorias de personalidade são multidimensionais e devem contemplar cinco grandes áreas:
Estrutura: Os aspectos mais duráveis da personalidade. Um exemplo seriam os traços (atributos que descrevem a pessoa) de personalidade, como a constância de uma determinada resposta individual diante de uma diversidade de situações. Outro exemplo de estrutura refere-se ao tipo (agrupamento de vários traços, como introversão ou extroversão) de personalidade. O temperamento é o fundamento básico em geral determinado no início da vida, incluindo nível de energia, responsividade emocional, tempo de resposta e disposição para explorar. 
Processos: Refere-se aos motivos que explicam o comportamento. São estudadas três categorias de motivos: Busca do prazer e evitação da dor; Crescimento; Auto realização e motivos cognitivos. Um mesmo comportamento pode ser motivado pela busca do prazer ou pela evitação do desprazer. Por exemplo: quando uma pessoa vai para a academia porque quer emagrecer e, com isso, espera receber elogios e se tornar mais atraente, ela está em busca do prazer. Se ela vai para a academia porque está cansada de ouvir piadas a respeito do seu peso e da sua forma física, ela está querendo evitar a dor queexperimenta. Quando uma adolescente vai à aula para não ter que ouvir a mãe reclamar ou tirar a sua mesada, está motivada pela evitação do desprazer. Quando ela vai porque quer aprender aquele conteúdo, está motivada pela busca do prazer.
Desenvolvimento: Relevância de aspectos inatos e adquiridos, associados à formação da personalidade. Segundo algumas teorias, o aspecto genético é mais relevante em características como: Inteligência; Nível de atividade motora; Nível de ansiedade. Para os psicólogos evolucionistas, todas as seis emoções básicas (raiva, medo, alegria, nojo) também são determinadas pela genética (Ekman, 1992). 
Psicopatologia: Causas das desordens da personalidade e seus tratamentos. As teorias devem investigar por que algumas pessoas conseguem suportar o estresse e as dificuldades do dia a dia e ainda se sentirem felizes, enquanto outras desenvolvem transtornos mentais. Essas teorias devem também sugerir uma indicação psicoterápica e formas de contribuir para a saúde mental das pessoas com alguma psicopatologia.
Mudança: Diz respeito à forma como as pessoas mudam, e por que às vezes mudam e outras vezes, não. Em quais circunstâncias mudam e se existe um núcleo básico que permanece.
Podemos concluir afirmando que personalidade é um campo de estudo dentro da Psicologia. Em cada teoria encontramos uma definição diferente de personalidade. De forma geral, pode ser definida como um conjunto dinâmico e organizado dos aspectos cognitivos, motivacionais, emocionais e comportamentais, relativamente duradouras, de uma pessoa, que nos permite prever suas respostas à sua capacidade de ajustamento.
Embora, no cotidiano, estejamos acostumados a avaliar a personalidade das pessoas pela impressão que elas causam, na realidade esta avaliação é muito limitada. Estamos selecionando apenas alguns atributos observáveis, e não realizando uma avaliação apropriada de personalidade.
Aula 2: Como avaliar a personalidade
Para saber se um teste é preciso, confiável ou fidedigno, precisamos testá-lo. É como testar uma balança. Se subirmos nela algumas vezes durante um dia, o resultado pode se alterar ligeiramente, mas não pode ter grandes diferenças entre uma medição e outra. Uma alteração ligeira é chamada de erro de mensuração ou variância de erros, variações causadas por flutuações irrelevantes. Fazem mensurações ou caracterizações.
A confiabilidade de um teste de personalidade é determinada, normalmente, de duas formas:
 1 - Medem-se as mesmas pessoas duas vezes no intervalo de dois meses. Este procedimento avalia a confiabilidade do teste. A personalidade de uma pessoa pode mudar em dois meses? Segundo as teorias de personalidade, embora as ações e reações possam mudar, os padrões subjacentes fundamentais permanecem relativamente estáveis por um período de tempo.
2 - Separa-se o teste em partes e mede-se se estas partes do teste produzem resultados semelhantes. Exemplo: se em um teste tem 10 perguntas referentes à autoestima, pode-se avaliar questão por questão ou dividir o teste em duas partes. Exemplo: da questão 1 até a 5 e da questão 6 até a 10. Deve-se aplicar o teste em algumas pessoas e depois comparar se o resultado de cada pessoa na primeira parte do teste é semelhante à segunda parte, ou seja, uma mesma pessoa não pode ter alta autoestima nas primeiras questões e baixa autoestima nas últimas. Este procedimento avalia se existe consistência interna no teste chamado confiabilidade de consistência interna. Caso não haja consistência interna, deve-se modificar as questões até que a pontuação de uma parte torne-se compatível com as outras.
Validade de constructo: Significa avaliar se realmente está medindo aquilo que se pretende. Por exemplo: medir o peso dos alimentos informa a quantidade de calorias dos alimentos? Se eu quero emagrecer, preciso ingerir menos calorias. Se eu considero o peso dos alimentos como medida do número de calorias, eu preciso ingerir menos em termos de quilos. Uma fatia de torta de chocolate com chantilly e cereja que pesa 300 gramas seria menos calórica do que uma sopa de couve-flor que pesa 500 gramas. Nesse exemplo, podemos observar que medir o peso dos alimentos não é válido para saber a quantidade de calorias. Para investigar a validade de constructo, devemos partir de uma teoria de personalidade. Relação do teste com conceito de certa linha teórica. 
Validade de conteúdo: Para medir, por exemplo, se uma pessoa está gorda, poderíamos medir apenas seu peso e desconsiderar sua altura. Neste caso, não haveria validade de conteúdo, pois o peso deve ser proporcional à altura. Um teste que tenha validade de conteúdo deve considerar todos os aspectos referentes a um determinado tema. Que itens são relevantes e essenciais para um teste de personalidade? Os itens devem medir os diferentes aspectos do constructo geral.
Validade de critério: Assim, se o teste de personalidade, confiável e válido em termos de constructo, informa que a pessoa tem baixa autoestima, esperamos que ela se comporte de determinada maneira e temos que verificar se isso realmente ocorre. À capacidade do teste de predizer a atuação da pessoa no mundo real, chamamos de validade de critério.
Teste de personalidade:
Os testes de autorrelato são caracterizados por questões feitas às pessoas avaliadas. São fáceis de aplicar e baratos. Geralmente são questionários e podem ser aplicados coletivamente. 
IFP: Inventário Fatorial de Personalidade
É um teste de personalidade composto de 141 afirmações. A pessoa avaliada deve responder o quanto a afirmativa a caracteriza, conforme exemplo abaixo.
MMPI: Inventário Multifásico de Personalidade de Minnesota
Constitui-se por 567 afirmações simples, de respostas objetivas: sim ou não.
Os testes projetivos caracterizam-se pela apresentação de estímulos indefinidos e ambíguos. Analisa-se a resposta do examinando do ponto de vista emocional e motivacional, consciente e inconsciente. Projetar respostas que serão investigados por quem está aplicado o teste.
Psicodiagnóstico de Rorschach: Criada por Hermann Rorschach. Trata-se de 10 pranchas, cada uma delas com manchas de tinta feitas ao acaso de forma simétrica (direita/ esquerda), sem um formato definido. Solicita-se que a pessoa avaliada diga o que está vendo.
As pranchas são exibidas em uma determinada sequência específica. É anotado tudo o que é dito: qual a forma percebida, onde esta é identificada, se tem movimento, cor etc. O teste revela a organização básica da estrutura da personalidade, incluindo características da afetividade, sensualidade, vida interior, recursos mentais, energia psíquica e traços gerais e particulares do estado intelectual do indivíduo. O teste pode ser aplicado a partir dos 10 anos de idade e não há limite determinado de tempo para a aplicação.
Zulliger: Hans Zulliger criou o teste usando os experimentos de Hermann Rorschach, com manchas de tinta feitas ao acaso. Trata-se de uma técnica projetiva cuja base metodológica e suporte teórico fundamentam-se no Psicodiagnóstico de Rorschach, e também é uma medida que avalia vários aspectos da personalidade: afetivos, emocionais e o controle sobre as reações impulsivas. O Z-Teste é uma técnica consistente, de fácil aplicação e classificação. Pode ser aplicado individual ou coletivamente, o que implica grande economia de tempo e utilidade prática. 
O teste também pode ser aplicado a partir de 10 anos de idade e não há limite de tempo na aplicação. São apenas três pranchas.
Tela T.A.T.: Teste de Apercepção Temática 
Teste projetivo que consiste em apresentar uma série de pranchas, selecionadas pelo examinador, ao sujeito, que deverá contar uma história sobre cada uma das pranchas. Nas histórias, são identificadas características importantes da personalidade, que são decorrentes de duas tendências psicológicas, segundo a teoria de Murray. A primeira é a tendência para interpretar uma situação humana ambígua, baseando-se em suas experiências, desejos, sentimentos e necessidades conscientes e inconscientes. A segundaé a tendência de contar histórias baseadas nas suas experiências e referências, expressando, desta forma, seus sentimentos e necessidades conscientes e inconscientes. O teste pode ser aplicado em pessoas com idades entre 14 e 40 anos. A aplicação é individual.
H.T.P. (Casa-Árvore-Pessoa): Idealizado por John N. Buck, em 1948. Solicita-se que seja feito um desenho à mão livre, com lápis e borracha, em uma folha branca. No total, são três folhas com um desenho em cada: casa – árvore – pessoa. Utilizam-se esses temas por serem bastante familiares a todas as pessoas, mesmo as crianças pequenas. Parte-se do princípio de que é possível fazer uma avaliação qualitativa da personalidade através da simbologia, representada graficamente. Suas vantagens relacionam-se ao fato de que é um teste de aplicação muito econômica, simples, individual ou coletiva, além de implicar numa avaliação relativamente rápida.
Teste Q-Sort (Classificação Q): Neste método, a pessoa recebe um conjunto de cartas nomeando diferentes características. Pede-se que ela organize as características em grupos que englobem as características mínimas e máximas de alguém. Pode ser auto avaliativo ou avaliar terceiros. Pode-se definir o número de grupos e o de características. A classificação Q também pode ser usada para avaliar o comportamento de alguém em uma situação estruturada específica. Por exemplo: criar uma situação onde alguém deve discordar de uma autoridade. 
Existem muitos “testes de personalidade” em revistas ou disponíveis na internet. Essas perguntas apresentadas são aleatórias, e as interpretações, mais ainda. Um teste é um procedimento sério e leva em conta algumas considerações importantes e um tempo de estudo antes de ser aceito. Para ser reconhecido como um teste psicológico, este deve ser verificado questão a questão, comparado com outros testes existentes e testado nas mesmas pessoas, para ser considerado válido e preciso. 
Medidas biológicas:
A primeira tentativa de medir a personalidade através das características do crânio foi chamada de frenologia. Inicialmente, utilizavam-se estudos post-mortem, isto é, identificavam pessoas com transtornos de personalidade ou sinais de lesão e suas características, de forma minuciosa, antes da morte, e a dissecação do cérebro após a sua morte. 
Hoje, deseja-se estudar a relação entre personalidade e estruturas cerebrais, ou seja, a localização de características de personalidade no sistema nervoso, através de registros e imagens da estrutura cerebral ou do seu funcionamento.
- Registro elétrico: EEG eletroencefalograma – Registro da intensidade e frequência elétrica do cérebro vivo.
- Técnicas de imagem estrutural: imagens estáticas que revelam estruturas do cérebro. Exemplos: CAT - Tomografia axial computadorizada, baseada em raio X, resolução limitada. MRI Ressonância magnética. Resultado de alta resolução. Um forte campo magnético é passado através do cérebro do paciente. Um scanner rotativo detecta os diferentes padrões de alterações eletromagnéticas nas moléculas do cérebro. É produzida uma imagem tridimensional. Trata-se de um procedimento caro.
- Imagem metabólica: Resultante do aumento no consumo de glicose e oxigênio em áreas ativas do cérebro. 
PET – Tomografia por emissão de prótons. Mede o aumento do consumo de glicose durante tipos específicos de processamento de informação. Os participantes recebem uma dose levemente radioativa de glicose que emite prótons quando é metabolizada.
FMRI – Ressonância magnética funcional. Técnica de neuroimagem que usa campos magnéticos para construir uma representação detalhada em três dimensões do nível de atividade em várias partes do cérebro em um dado momento.
Parte da MRI, mas usa o aumento do consumo de oxigênio. Não exige o uso de partículas radioativas. O campo magnético induz mudanças no átomo de oxigênio. É menos invasiva que a PET, mas é um procedimento caro.
Aula 3: Teoria Psicanalítica de Freud – Uma teoria psicodinâmica
Quando a mãe fala para o filho levar o guarda-chuva e o casaco, e este, na hora de sair, se esquece, será que isso tem um significado? 
Se achamos alguém interessante e, na hora em que estamos com o namorado, o chamamos pelo nome do outro, o que será que explica tal fenômeno?
Quando sonhamos que estamos caindo, sendo perseguidos, que estamos sem roupa ou sendo ameaçados por ondas gigantes, será que podemos entender o significado destes sonhos?
Segundo a teoria psicanalítica, todos estes fenômenos refletem a manifestação do inconsciente.
Freud revolucionou a cultura ocidental, baseada na moralidade e racionalidade. Segundo ele, o comportamento é o resultado da interação dinâmica entre desejos e conflitos. Mesmo quando não entendemos os sonhos e os comportamentos, estes têm um significado inconsciente, que pode ser interpretado à luz da Psicanálise. 
Assista e analise a história de Sigmund Freud e os principais conceitos desenvolvidos pelo “pai da Psicanálise” no filme Freud além da alma. O filme retrata os momentos difíceis vividos por Freud, médico neurologista, durante a elaboração da sua teoria sobre o aparelho psíquico. O longa-metragem dirigido por John Huston demonstra as várias fases da vida de Freud; suas observações, estudos, tratamentos de pacientes e suas descobertas com as próprias experiências pessoais, que o levaram à criação da teoria psicanalítica da personalidade.
O filme inicia quando Freud leva ao hospital uma paciente com histeria. Segundo o diretor do hospital Meynert, os sintomas histéricos refletem uma mentira, e os pacientes deveriam estar num teatro popular, pois queriam atenção e fugir de responsabilidades. Por fim, o diretor afirma que não há terapia para isso e o leito precisava ser liberado. Com isso, Freud decide ir a Paris estudar e observar o tratamento de Jean Martin Charcot, um neurologista francês. Charcot emprega a hipnose para estudar a histeria e demonstra que estes sintomas poderiam ser resolvidos através dos comandos orais realizados no tratamento com hipnoses.
Segundo Charcot, a histeria não era uma simulação, e sim uma doença, com um conjunto de sintomas bem definidos, sendo tanto feminina como masculina. Com isso, desfez a necessária relação que existia entre histeria e o sexo feminino. A mente do histérico estaria dividida, e assim, um trauma seria ocultado da consciência e as emoções, descarregadas fisicamente.
Freud e a histeria
De volta a Viena, em uns dos seus discursos, Freud fala de sua experiência com Charcot, mas seu relato não é bem recebido pela classe médica. Segundo os médicos vienenses, o hipnotismo não era considerado um método científico. Neste episódio, Freud conhece Josef Breuer, que relata ter experiência com hipnose. Breuer convida Freud para trabalhar ao seu lado, e Freud começa a trabalhar com os histéricos.
Breuer relata o tratamento de Anna O. (cujo nome real era Bertha Pappenheim) utilizando a hipnose. Breuer atendeu Anna O. diariamente por mais de um ano. Ele acreditava que, enquanto a paciente estivesse hipnotizada, ela se lembraria de experiências específicas que pudessem ter originado alguns dos sintomas. Breuer observava que, ao falar sobre as experiências dolorosas durante a hipnose, Anna O. se sentia aliviada dos sintomas. Ele se referia às conversas como cura da palavra.
Conforme prosseguiam as sessões, Breuer percebia que os incidentes de que Anna se lembrava estavam relacionados a pensamentos ou eventos que ela repudiava. Revivendo as experiências perturbadoras durante a sessão de hipnose, os sintomas eram reduzidos ou eliminados.
Histórias sobre histeria
Em colaboração com Joseph Breuer, Freud publicou: Estudos sobre Histeria, em 1895, afirmando que o sintoma toma o lugar de processos psíquicos suprimidos que não chegam à consciência. Ou seja, que o sintoma representa uma transformação ("conversão") de tais processos. A eficácia terapêutica de seu procedimento foi explicada em função da descarga do afeto.  
O caso de Anna O. foi importante para o desenvolvimento da Psicanálise, por ter apresentadoa Freud o método catártico (eliminação dos sintomas através da vivência emocional de questões repulsivas excluídas da consciência).
Os sintomas da histeria são: paralisias, anestesias e analgesia, perda de fala e rouquidão, amnésia, ilusões e alucinações. Podem ocorrer também pseudocrises, semelhante à crise epilética.
Na Antiguidade, atribuía-se como causa da histeria alguma alteração uterina. Acreditava-se que o útero se deslocava no interior do corpo da mulher, afetando o funcionamento dos outros órgãos e causando os sintomas. Por isso o nome "histeria", que deriva do grego hister, que significa útero. 
Para a prevenção da histeria, recomendavam-se práticas de relação sexual e gestação. Ao longo da História, a doença esteve ligada de forma indissociável ao feminino e ao sexual. Na Idade Média, a histeria passou a ser definida como possessão pelo demônio, e as pacientes eram perseguidas como bruxas. 
O paciente histérico caracteriza-se geralmente por apresentar um traço denominado "histriônico". Essa palavra estranha significa teatralidade. Assim, esse paciente costuma apresentar comportamento exagerado e dramático, como se estivesse representando um papel. A classificação como histeria, na realidade, significava que a Medicina não podia tratar tais sintomas, visto não haver uma etiologia orgânica que os justificasse.
Significado dos sonhos
Em outro episódio, Freud atendia um jovem paciente, que dizia, em estado de transe hipnótico, que matara o pai porque amava a própria mãe, e começara a ter sonhos estranhos. Assim, Freud começa a pensar no significado dos sonhos e fazer autoanálise, visto que Breuer não o aceita como paciente. Freud formula então o conceito do “Complexo de Édipo”, e mais tarde, a interpretação dos sonhos. 
Freud cria uma teoria sobre a neurose, baseada em todos os casos já tratados, além de sua própria autoanálise. Segundo esta teoria, todos os traumas são ligados à sexualidade, ou seja, a sexualidade como causa da histeria.
Transferência
A paciente Anna O., que parecia estar curada, tem uma recaída e cria uma gravidez psicológica. Breuer observa que Ana O. está apaixonada por ele e decide interromper o tratamento. Este fenômeno revela a transferência, que na teoria psicanalítica é a projeção de sentimentos relacionados às figuras parentais às pessoas em geral. Na seção psicanalítica, esses sentimentos são projetados para o psicanalista.
Neste caso específico de Anna O., a jovem transfere para Breuer a relação afetiva que tinha com o pai. Freud, então, passa a atender Anna, e conclui que, após a hipnose, os sintomas continuam. Assim, renuncia ao método catártico e abandona a hipnose. Freud continua tratando Anna O. e consegue levá-la a muitas lembranças em estado consciente.
A sexualidade e o inconsciente
Durante uma seção, Ana O. confessa ter sido molestada pelo pai, que para silenciá-la, presenteia-a com uma boneca. Freud desconfia da veracidade deste relato em função do afeto que Anna O. demonstra para com a boneca. 
Freud reconhece que, na realidade, o que ocorreu foi o inverso disto. Quando a jovem dizia que seu pai a molestou, na verdade ela queria possuir seu próprio pai. Ela levou esta fantasia para a vida adulta, sem saber administrar que se tornou um trauma. 
Freud então muda sua teoria, pois descobriu que a maioria de pensamentos e desejos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida. 
Suas descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica, e Freud desenvolve o segundo conceito mais importante da teoria psicanalítica: a sexualidade infantil. Breuer discorda de expor a teoria da sexualidade na infância ao conselho de médicos. Freud diz que vai seguir sozinho a partir de então.
Achados teóricos
Freud desenvolveu uma arte de interpretação que objetiva tornar conscientes os conteúdos recalcados. A interpretação é direcionada para as associações livres, amnésias, assim como sonhos e as ações acidentais e fortuitas, e os erros cometidos na vida cotidiana. O livro “A interpretação dos sonhos”, publicado por Freud em 1900, deve ser visto como o precursor da introdução à teoria e técnica psicanalítica.
Em 1905, Freud publica “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”, onde apresenta sua teoria sobre a sexualidade infantil, a importância da vida sexual para todas as atividades humanas e a ampliação do conceito de sexualidade, ou seja, não se restringe à genitalidade. Nesta publicação, o primeiro grande conceito desenvolvido por Freud foi o de inconsciente. Freud assume que não há nenhuma descontinuidade na vida mental, que nada ocorre por acaso. Há uma causa para cada pensamento, para cada memória, sentimento ou ação. Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente.
Relação entre eventos conscientes
Freud começa a procurar e descrever as relações ocultas que ligavam um evento consciente a outro. Quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precederam, as conexões estão no inconsciente. 
Uma vez que as relações inconscientes são descobertas, a aparente descontinuidade é elucidada. Em suas investigações na prática clínica sobre as causas e funcionamento das neuroses, Freud descobre que a maioria de pensamentos e desejos recalcados refere-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida. 
Na infância estavam as experiências reprimidas, que se configuravam como origem dos sintomas na vida adulta. Assim, as ocorrências deste período de vida deixam marcas profundas na estruturação da personalidade.
Conceitos sobre sexualidade
As descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica, e é desenvolvido o segundo conceito mais importante da teoria psicanalítica: a sexualidade infantil. 
A sexualidade como busca de prazer existe desde o princípio de vida, logo após o nascimento, e não só a partir da puberdade, como afirmavam as ideias dominantes. O desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo, até chegar à sexualidade adulta, onde a reprodução pode estar associada ao prazer, tanto no homem como na mulher. Esta afirmação contraria as ideias dominantes de que o sexo estava associado exclusivamente à reprodução.
Estas afirmações tiveram profundas repercussões na sociedade puritana da época, pela concepção vigente de infância como “inocente e pura”.
Psicanálise hoje
Atualmente, a Psicanálise trata seus pacientes da seguinte maneira: convida-os a se deitarem de costas num sofá (divã), comodamente, enquanto o psicanalista senta-se numa cadeira por trás dele, fora de seu campo visual. 
Freud propõe a associação livre, ou seja, o paciente deve falar tudo o que vier à sua cabeça. Assim, espera que sejam expostos os pensamentos involuntários, considerados perturbadores e postos de lado, e que costumam se manifestar.
Recalque ou recalcamento
Espera-se que apareçam também as lacunas de memória, as confusões e as falhas. Essas memórias costumam vir acompanhadas de críticas e de mal-estar. Assim, Freud conclui que essas amnésias são resultado de um processo que ele chama de recalcamento, que leva as informações para o inconsciente e funciona para reduzir o desprazer de ter aquela lembrança na consciência. 
Quanto maior a dificuldade de lembrar, ou falar, maior a confusão e os enganos, e maior a resistência (força que tenta manter o conteúdo recalcado). O fator da resistência tornou-se um dos fundamentos de sua teoria. Quando se dispõe de um procedimento que permite partir das associações até o recalcado, pode-se tornar acessível à consciência o que era antes inconsciente.
1ª Tópica Freudiana: Consciente, pré-consciente e inconsciente
A primeira teoria do aparelho psíquico baseia-se em uma concepção energética onde o acúmulo de energia gera tensão e é identificado como desprazer, e por isso, tende a provocar uma descarga energética que é sentida como prazer. 
Segundo Freud, o objetivo de todo comportamento é o prazer, ou seja, a redução da tensão através da liberação da energia acumulada. Se aenergia é bloqueada para um canal de expressão, ela encontrará outro: a princípio, aquele que oferece menor resistência. Assim, se a energia é bloqueada para propósitos sexuais, será liberada de acordo com o que é possível diante da estrutura da personalidade ou aparelho psíquico. 
Já a primeira teoria psicológica foi a de uma concepção topológica: consciente, pré-consciente e inconsciente.
Segundo Freud, os homens não são criaturas gentis e generosas, que agridem apenas quando atacados. Freud acreditava que todas as atividades científicas, artísticas e culturais eram expressão da energia sexual que era impedida de se expressar de maneira direta, em função da pressão social.
Consciente
Segundo Freud, o consciente é somente uma pequena parte do aparelho psíquico, e inclui tudo do que estamos cientes num dado momento. O nível consciente refere-se às experiências que a pessoa percebe, incluindo lembranças e ações intencionais. Ligado às exigências do mundo externo.
A consciência funciona de modo realista, de acordo com as regras do tempo e do espaço. O interesse de Freud era muito maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que ele denominava pré-consciente e inconsciente. 
Freud recorre à imagem do iceberg para ilustrar a enorme dimensão da região inconsciente, visto que, segundo, ele só teríamos acesso a uma pequena parte dos conteúdos psíquicos.
Pré-consciente
É uma parte do inconsciente, e pode tornar-se consciente com facilidade. As porções da memória que nos são facilmente acessíveis fazem parte do pré-consciente. Estas podem incluir lembranças de ontem, as ruas onde moramos, certas datas comemorativas, nossos alimentos prediletos, o cheiro de certos perfumes e uma grande quantidade de outras experiências passadas. O pré-consciente é como uma vasta área de posse das lembranças de que a consciência precisa para desempenhar suas funções. Representação de palavras.
Inconsciente
A premissa inicial de Freud era de que há conexões entre todos os eventos mentais, e quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estariam no inconsciente. É um fato de estrutura, faz parte da organização da subjetividade neurótica. A neurose não é uma doença, é uma forma do psiquismo se organizar. 
"Denominamos um processo psíquico inconsciente, cuja existência somos obrigados a supor - devido a um motivo tal que inferimos a partir de seus efeitos - mas do qual nada sabemos" (Freud, 1933, livro 28, p. 90, na edição brasileira).
No inconsciente estão aspectos não acessíveis à consciência. Além disso, há material que foi excluído da consciência, recalcado e reprimido. Repressão refere-se a uma ação que é exercida sobre alguém, a partir da exterioridade; enquanto o recalque designa aquele que seria um processo intrínseco ao próprio eu.
Processo interno, acontecimentos externos 
Processo interno seria recalque ou recalcamento. No entanto, embora o processo seja interno, não prescinde de forma alguma dos acontecimentos externos pelos quais passa o indivíduo ao longo de sua vida, tais como a censura e a lei. Estes estariam representando os aspectos “externos” ao sujeito. O material excluído da consciência não é esquecido nem perdido, mas é impedido de ser lembrado. O inconsciente é atemporal. Memórias muito antigas, quando liberadas à consciência, podem mostrar que não perderam nada de sua força emocional.
“Aprendemos pela experiência que os processos mentais inconscientes são em si mesmos atemporais. Isto significa, em primeiro lugar, que não são ordenados temporalmente, que o tempo de modo algum os altera, e que a ideia do tempo não lhes pode ser aplicada.” Freud, 1920. 
Aula teletransmitida:
Crises de ausência: quando pacientes entravam em transe, soltando afetos e ficando mais aliviada. A hipnose faz com que pessoas histéricas falem mais. Os sintomas são somatizações e as pacientes falam coisas incompreensíveis, expressando muito afeto, apresentando melhoras na histeria. 
O recalque (interno, o eu não quer pensar) é quando experiências ruins são afastadas da consciência, mas não elimina do mental. São traços que expressam experiências conflituosas, porém continuam agindo e com sentimentos que a pessoa não sabe de onde vêm. 
A situação conflituosa à qual a pessoa passou e que são afastadas da consciência, são encontradas no inconsciente. Do inconsciente, estas experiências continuam causando sentimentos mas não sabe por que. A ideia do tratamento feito por Freud e Breuer é o paciente entrar em contato com experiência que foram afastadas da consciência e entrando em contato com estas experiência, julga-las de forma madura, ao invés de ficar fugindo delas. Quanto mais se joga os problemas para “debaixo do tapete”, com mais intensidade os problemas voltam. O sintoma, portanto, é o reflexo do que foi afastado da consciência, pois é o que representa a experiência que foi mantida fora da consciência.
O inconsciente segue pressionando e o que surge é o sintoma no lugar do processo. O afeto se desloca para outra ideia ou ser convertida para o corpo, o que pode tornar um sintoma histérico. A representação fica no inconsciente. Ou então o afeto (que deve ser extravasado) fica solto e se manifestar como angústia. 
O método catártico é o primeiro tratamento feito por Freud; como se fosse uma descarga de emoções advindas de uma experiência do inconsciente. Porém, o quadro permanece o mesmo e o paciente continua preso àquilo. A ideia de trauma está ligado à não reação. Senão, continua aparecendo o sintoma. 
Ato falho: a verdade está ao lado do erro, porta de entrada para dimensão da verdade.
Chiste: dito espirituoso (“piada”) 
Deslocamento: uma quantidade de energia é deslocada para outra.
Desejo: o que sobra em relação àquilo que encontrei. 
Proton pseudo: primeira mentira (verdade e fantasia se confundem)
Castração: maneira da criança definir as diferenças sexuais
O processo primário está para o princípio do prazer, assim como o processo secundário está para o princípio da realidade.
Instintos fundamentais: pulsões de auto conservação (se manter como indivíduo) e pulsões sexuais (adquirir equipamentos como espécie, para copular e procriar).
Na sexualidade infantil, a primeira fase é a oral, onde a boca representa como zona erógena e uma forma de atendimento (demanda ao outro, grito, pedido do seio, tendência a colocar objetos na boca, etc.); narcisismo (a criança é muito amada, quando ela se reconhece aquilo que é tudo para o outro, a primeira paixão somos nós mesmos); fase anal (demanda do outro, pedido da mãe, dejeto de fezes, a zona erógena é o ânus) e fase fálica (a criança tem uma atividade masturbatória, que é o genital).
Complexo de Édipo – amor pela mãe e rivalidade com o pai (possuidor da mãe). A criança quer a mãe toda para ela. 
Complexo de castração: consequências psíquicas da diferença anatômica entre os sexos.
Momento de latência: até a adolescência
Aula 4: A abordagem psicanalítica – A segunda tópica freudiana 
O caso do pequeno Hans: Hans era o filho de um médico conhecido de Freud. Sua esposa e mãe do menino tinha sido sua paciente. O pai relata que, no começo, Hans demonstrava um grande interesse em seu órgão sexual, que chamava de “pipi”, e gostava de exibi-lo. Reparava nos animais e diferenciava os seres animados dos inanimados pela existência ou não do genital, reparando inclusive na proporcionalidade ao tamanho do corpo.
Hans dormia com os pais e, na ausência do pai no período de férias, apenas com sua mãe. Este fato pode ter causado uma super estimulação e um erotismo precoce. Quando sua mãe o vê se tocando, ameaça-o levá-lo ao médico para “cortar fora seu pipi”.
Algumas experiências podem ter intensificado a fantasia de castração de Hans, tais como:
- Uma cirurgia de amigdalas à qual foi submetido;
- O nascimento da irmã;
- O fato de observar sua irmã no banho e perceber que ela não tem pênis.
Na única visita em que seu pai o leva, Freud fala para Hans que elegosta da mãe e tem medo do pai, mas que não precisava temê-lo. 
Complexo de Édipo e medo da castração
Hans apresenta mudanças estruturais de comportamento: sentia vergonha de exibir seu genital, e a fobia é eliminada. Neste caso conhecido como "Pequeno Hans", Freud examina o desenvolvimento e a resolução de uma fobia num menino de cinco anos. O caso revela-se importante para a comprovação das teorias de Freud sobre a relação entre a sexualidade infantil e a origem das neuroses, desenvolvida nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. 
Trata-se da primeira aplicação terapêutica da Psicanálise à criança, visto que a teoria sobre o desenvolvimento infantil foi desenvolvida a partir de pacientes adultos. Freud identifica em Hans a ocorrência do complexo de Édipo e o medo da castração.
Estrutura da personalidade, segundo Freud:
Além da primeira tópica: consciente, inconsciente e pré-consciente, Freud desenvolve a segunda tópica que, juntamente com a primeira, compõe a estrutura psíquica. Essa tópica é representada graficamente pela metáfora do iceberg, como vimos na aula 3:
ID: Fonte da energia oriunda das pulsões – as motivações e desejos mais primitivos do ser humano. Para Freud, em grande parte, esses desejos seriam de caráter sexual, ou seja, baseados na busca do prazer e evitação da dor. O id não conhece a lógica, a realidade ou a moral. É cego, irracional, antissocial e egoísta. Por isso diz-se que o id é regido pelo princípio do prazer. É totalmente inconsciente e impõe a satisfação imediata dos impulsos. Caso isso não ocorra, surgem as frustrações.
EGO: Estrutura psíquica que inclui o conjunto de processos psíquicos e de mecanismos através dos quais o organismo entra em contato com a realidade. O ego se desenvolve no início da vida da criança, antes do superego, inicialmente apenas para atender às exigências do id diante da realidade. Por exemplo: a criança quer o pirulito, e a mãe fala: “só depois do almoço”. A criança chora e esperneia na tentativa de satisfazer o id, mas ganha uma palmada da mãe, e recebe o pirulito somente depois do almoço. A criança então, da próxima vez, fala para a mãe: “eu quero o pirulito depois do almoço”. O id continua querendo o pirulito imediatamente, mas o ego resolve adiar o prazer em função das imposições da realidade. Por isso diz-se que o id é regido pelo princípio da realidade. A terceira instância da personalidade encontra-se em oposição ao id.
SUPEREGO: Normas e valores sociais do grupo no qual o indivíduo foi criado e está inserido. Esta instância exige um comportamento correto e impecável. Caso isso não ocorra, surge a culpa. As exigências do superego se opõem quase sempre aos desejos do id.
O constante conflito entre o superego e o id incide diretamente no ego, já que ambos exigem determinados comportamentos muitas vezes contraditórios. Pode-se dizer que, para Freud, a personalidade consiste basicamente neste conflito entre os desejos e as normas interiorizadas da sociedade. Enquanto o id busca o prazer, o superego busca a perfeição.
Um dos erros mais comuns é acreditar que o ego freudiano é sempre consciente. É certo que a maior parte dos processos do ego são conscientes, mas nem todos o são. Freud chegou a esta conclusão ao observar que, em certas ocasiões, alguns desejos procedentes do id são rejeitados e recalcados pelo ego, sem que o sujeito tenha consciência alguma dos desejos, nem da sua rejeição.
O ego amadurecido procura atender os desejos do id ao tomar consciência deles. Já um ego infantil e neurótico, ao contrário, resiste a trazê-los à consciência, defendendo-se contra eles através do recalcamento ou da utilização dos mecanismos de defesa.
 
Um ego maduro e adulto não teme os desejos do id, o que não significa que os satisfaça a todo o momento, e sim que toma consciência deles e avalia as possibilidades diante da realidade e da pressão do superego.
Mecanismos de defesa do EGO:
Processo: Segundo a dinâmica do funcionamento psíquico, o conflito resultante da força da pulsão do id, somado à ameaça provocada pelo superego, resulta em ansiedade para o ego. Diante da ameaça, o ego recorre a mecanismos de defesa inconscientes como forma de se proteger contra a ansiedade. Os mecanismos de defesa apresentam-se em todas as pessoas, e só se tornam anormais quando aparecem excessivamente. Manifestado em um dado momento, este mecanismo depende da situação específica e das características da pessoa naquele momento.
Projeção: Consiste em atribuir ao outro os desejos, afetos ou comportamentos inaceitáveis. Exemplos: a pessoa infiel constantemente atribui essa característica aos outros; aquela pessoa que diz: “Fulano não suporta críticas”, quando é ela mesma que tem essa dificuldade.
Deslocamento: Quando o sujeito transfere pulsões e emoções do seu objeto para um substitutivo. Exemplos: o funcionário que sofre de humilhações do chefe no emprego e é agressivo ao chegar em casa; a criança que desloca a cólera sentida pelos pais para a boneca ou o cachorro.
Recalque: É a base de todos os outros mecanismos de defesa. Consiste em afastar da consciência um afeto, uma ideia, um desejo ou experiência. Os conteúdos recalcados, apesar de inconscientes, continuam presentes e tendem a aparecer de forma disfarçada (sonhos, atos falhos, lapsos de linguagem etc.).
Sublimação: Em função das restrições do superego, a pulsão é transferida para outras atividades socialmente valorizadas. Um homem pode encontrar satisfação para seus impulsos agressivos tornando-se um lutador, um jogador de futebol ou até mesmo um cirurgião. Para Freud, as obras de arte, as ciências, a religião, as invenções, as ações políticas, a literatura e as obras teatrais são sublimações, ou modos de substituição, do desejo sexual.
Formação reativa: Tendências consideradas inaceitáveis, que fazem com que a pessoa apresente comportamentos opostos às pulsões. Assim, uma pessoa pode ser demasiado amável e atenta com alguém que odeia ou demonstrar uma excessiva caridade para esconder um sadismo latente. Uma pessoa submissa e dócil pode esconder um desejo violento de domínio. Uma pessoa extremamente moralista teria desejos totalmente libidinosos. Os homofóbicos teriam desejos homossexuais.
Racionalização: Encontrar razões lógicas ou aceitáveis do ponto de vista moral para justificar comportamentos duvidosos. Exemplo: estudante cria o hábito de colar nas provas dizendo, para se justificar, que não teve tempo de estudar.
Isolamento: Consiste em retirar a emoção que acompanha pensamentos ou experiências desagradáveis. Exemplo: contar que foi estuprada com total indiferença.
Desenvolvimento:
Segundo Freud, a maioria dos aspectos significativos da personalidade no adulto são formados nos primeiros cinco anos, do desenvolvimento psicossexual. Nos Três ensaios sobre a sexualidade, Freud postulou o processo de desenvolvimento psicossexual, segundo o qual o corpo é erotizado, isto é, torna-se fonte de prazer. Em cada fase do desenvolvimento, o prazer localiza-se em uma parte específica do corpo chamada zona erógena.
Em cada fase observa-se um momento crítico e fundamental para o desenvolvimento. A forma de lidar com esses momentos pode representar um desenvolvimento contínuo ou a fixação naquela fase. Freud usa o termo fixação para descrever o que ocorre quando uma pessoa permanece em uma determinada fase, e a busca de satisfação se mantém naquela parte do corpo. O direcionamento da libido em cada estágio, a gratificação e a experiência emocional da criança estabelecem a estruturação da personalidade futura.
Fases do desenvolvimento:
Fase oral (1º ano de vida): A zona de erotização é a boca. O prazer está ligado à ingestão de alimentos e à excitação da mucosa e dos lábios, e por isso, a criança leva tudo à boca. A pulsão básica do bebê é receber alimento para atenuar as tensões de fome e sede. Enquanto é alimentada, a criança é também acalentada e acariciada. Desta forma, ela associa prazer e redução da tensão à amamentação. O momento crítico é a dentição. Noinício da fase oral, a criança é passiva, e a forma com que a mãe lida com a amamentação e o dente do bebê é significativa para o desenvolvimento emocional deste, especialmente a sua forma de lidar com a agressividade. É comum que alguma energia permaneça fixada na boca. Em adultos, observa-se a manutenção no prazer oral em comportamentos tais como: comer, chupar, lamber, beijar, beber, falar, fumar, roer unha etc. Esses comportamentos em excesso podem representar fixação na fase oral, pessoas cuja maturação psicológica pode não ter se desenvolvido.
Fase anal (2º ano de vida): A zona de erotização é o ânus, relacionado à questão do controle dos esfíncteres (anal e uretral). Este controle revela-se um ponto crítico nesta fase do desenvolvimento. Geralmente no segundo ano, as crianças aprendem a controlar os esfíncteres anais e a bexiga. A obtenção do controle fisiológico é ligada à percepção de que esse controle é uma nova fonte de prazer. As crianças aprendem que o crescente nível de controle lhes traz atenção e elogios por parte de seus pais. O interesse dos pais no treinamento da higiene permite à criança exigir atenção tanto pelo controle bem-sucedido quanto pelas dificuldades. A criança inicialmente gosta de observar suas fezes na privada, na hora de dar a descarga, e às vezes dizem-lhes adeus. Não é raro uma criança oferecer como presente a seu pai ou mãe parte de suas fezes. Tendo sido elogiada por produzi-las, a criança pode surpreender-se ou confundir-se no caso de seus pais reagirem ao presente com repugnância. O treino da higiene é muito significativo no desenvolvimento emocional da criança. Características adultas que estão associadas à fase anal são ordem e obstinação. A fixação caracteriza-se por rituais compulsivos, excesso de controle, avareza etc.
Fase fálica: Acontece entre os 3 e 5 anos de idade. Segundo Freud, essa fase é caracterizada pelo período em que a criança se dá conta das diferenças sexuais. Nesta fase, acontece o que Freud chama de complexo de Édipo, e é em torno dele que ocorre a estruturação da personalidade do indivíduo.
Complexo de Édipo:
A mãe é o objeto de desejo do menino, e o pai (ou a figura masculina que o represente) é percebido como o rival que impede seu acesso ao objeto desejado. Esta fase caracteriza-se pelo desejo da criança de ir para a cama de seus pais e pelo ciúme da atenção que seus pais dão um ao outro, em vez de dá-la a ela. Freud denominou a situação complexo de Édipo baseado na tragédia de Sófocles “Édipo Rei”. Édipo, tentando fugir do seu destino, mata seu pai (desconhecendo sua verdadeira identidade) e, mais tarde, casa-se com a mãe. Quando finalmente descobre o que tinha acontecido, Édipo arranca seus olhos. Freud acreditava que todo menino revive um drama interno similar: ele deseja possuir sua mãe e matar seu pai. Ele também teme seu pai e receia ser castrado por ele.
Para as meninas, o problema é similar, mas na sua expressão e solução, tomam um rumo diferente. Nelas, a constatação da diferença sexual produz o surgimento da “inveja do pênis” e o consequente ressentimento para com a mãe (também castrada). 
A menina deseja seu pai e vê sua mãe como a maior rival. Enquanto os meninos reprimem seus sentimentos, em parte pelo medo da castração, a necessidade da menina de reprimir seus desejos é menor, em função de já se perceber castrada. 
Segundo Freud, essa diferença em intensidade permite às mulheres permanecer nesta rivalidade (situação edipiana) por um tempo indeterminado. Jung utiliza o termo "Complexo de Electra" para essa experiência feminina, baseando-se no mito grego de Electra, filha de Agamenon. Porém, Freud rejeitava o uso de tal termo e preferiu usar complexo de Édipo para ambos os sexos.
O menino resolve o complexo de Édipo procurando assemelhar-se ao pai, na esperança de um dia ter o amor que o pai recebe. Escolhe-o como modelo de comportamento e passa a internalizar as regras e as normas sociais impostas pela autoridade paterna (forma-se assim o superego). 
Neste sentido, o superego é o herdeiro da resolução do complexo de Édipo. Por medo do pai, o menino “desiste” da mãe, isto é, o desejo pela mãe é substituído pelo interesse no mundo social e cultural. Inicia-se o uso da sublimação como mecanismo de defesa.
Este mesmo processo também ocorre com as meninas, sendo invertidas as figuras de desejo e de identificação.
Fase genital: Um tempo em que os desejos sexuais da fase são recalcados com sucesso, pelo superego. Durante ele, o desejo sexual torna-se inconsciente. Nesse período da vida, depois que a primeira eflorescência da sexualidade feneceu, surgem experiências como vergonha, repulsa e moralidade, resultado da relação. A fase final do desenvolvimento biológico e psicológico ocorre com o início da puberdade e o retorno da energia libidinal aos órgãos sexuais. Neste momento, meninos e meninas tornam-se conscientes de suas identidades sexuais distintas e passam a buscar formas de satisfazer suas necessidades e conseguem amar e trabalhar.
Exemplo de caso no slide: Imagine a seguinte situação: você é comprometida(o) e encontra uma pessoa deslumbrante vindo na sua direção. Essa pessoa olha para você demoradamente e para na sua frente. Ele pergunta se você poderia emprestar –lhe o celular para que possa fazer uma ligação rápida a cobrar só porque está preocupado(a) com sua mãe. Depois da ligação, começa a te elogiar, diz que gostou muito de você e a convida para um café.
O que o ID diria? “Aproveita!”
O que o SUPEREGO diria? “Isso não está certo! Lembre-se do seu namorado. Vai conseguir dormir tranquila?”
E o ego, o que ele vai fazer? Não existe uma resposta “fechada”. Isso dependerá das forças do id e superego de cada um. Algumas pessoas poderiam recusar emprestar o celular e iriam embora sem olhar para trás. Isso significa um superego muito rígido. Pode ser que depois o id ficasse “torturando”.
Outras pessoas poderiam ficar ouvindo os elogios e agradecendo, até elogiando o outro, mas dizendo que não estão disponíveis porque são comprometidas. Quem sabe trocariam telefones? Neste caso, o ego estaria satisfazendo parcialmente o id, mas sem ferir os princípios morais do superego.
Outras realmente não pensariam duas vezes diante da possibilidade de um prazer imediato, sem se importar com valores morais. Estas pessoas teriam um superego bastante frágil, prevalecendo a força do id. Segundo Freud, vivemos neste constante conflito: id- desejo, superego- moral e ego- tentativa de conciliação.
Ao Ego (administrador do psiquismo humano) foi atribuída a parte de equilibrar os anseios do Id e do Superego de forma racional e consciente. O Ego possui elementos conscientes e inconscientes que se conflitam para que uma decisão seja tomada. No Ego também se alojam os mecanismos de defesa, as manifestações que o Ego apresenta para se livrar de forma inconsciente de situações que provoque dor psíquica, angústia. O Ego quando influenciado pelo Id torna um indivíduo agressivo, dependente, escandaloso, histérico, impaciente, mal-humorado, rebelde, falso, egoísta, etc. Enquanto que quando influenciado pelo Superego torna o mesmo crítico, acusador, exigente, preconceituoso, prepotente, autoritário, invalidador de ideias, etc. mostrando que os elementos da estrutura mental são interdependentes não podendo ser considerados isoladamente. Nesse processo o Ego atua para obter influências do Id e do Superego de forma com que a influência seja racional.
Aula teletransmitida:
Neurose: recalcamento da indiferença. Recalca o desejo pela mãe (objeto proibido).
A sexualidade infantil sendo recalcada, fica o tempo inteiro transferindo da neurose para os conteúdos atuais e para o próprio analista. Foram recalcados, não mortos ou extintos. 
Repetições que não reconhecemos que fazemos, a análise faz com que entramos em contato com repetições desconhecidas (fantasias inconscientes). A subjetividade humana está em torno de experiência traumáticas e sempre apresenta algo de sintomático (“de perto ninguém é normal”). 
Pulsão de morte:capaz de abandonar certos investimentos. Por exemplo: largar a fase da infância para entrar na adolescência.
Para a psicanálise, o sintoma é uma forma de satisfazer a sexualidade infantil, embora seja fonte de sofrimento para a pessoa. O ego não sabe que está resistindo, não é totalmente consciente. O sentimento inconsciente de culpa ou necessidade de punição. 
Texto de Freud em 1931: “O mal estar da civilização”
Aula 5: Teoria Behaviorista – Condicionamento clássico e operante
Reflexo condicionado: No final do século XIX, o fisiologista russo Ivan Pavlov (1849-1936), ao estudar a relação entre a intensidade do estímulo e da resposta, descobriu o reflexo condicionado. Esta descoberta lhe rendeu o prêmio Nobel em 1904.
O reflexo condicionado foi descoberto acidentalmente. Influenciado pela teoria da evolução de Darwin, Pavlov realizava experimentos com cães. Ele abria uma fístula próxima à glândula salivar dos cães, por onde passava uma cânula que recolhia a saliva produzida pelo animal. O cachorro secretava saliva involuntariamente sempre que recebia comida na boca.
Este método permitiu a observação, a medição e quantificação do material colhido. Pavlov percebeu que a saliva era secretada mesmo antes de o animal receber a comida. Os cães salivavam ao ver a comida ou ouvir som dos passos do assistente que os alimentava. Pavlov descobriu que o animal tinha associado a comida ao assistente que lhes trazia a comida.
Resposta reflexa: A salivação é uma resposta reflexa inata, isto é, o organismo responde involuntariamente salivando quando a comida é colocada na boca. Desta forma, não precisa aprendizagem, mas a salivação diante do assistente não é reflexo inato. Por isso, Pavlov chama de reflexo condicionado (ou reflexo psíquico, inicialmente). Este reflexo é condicionado porque depende da associação experimentada pelo animal entre a comida e o assistente.
Estímulos diferentes, mesma resposta: Pavlov experimenta associar o alimento com outros estímulos, tais como uma campainha, isto é, toda vez que oferecia a comida ao cachorro, tocava a campainha, verificando o mesmo efeito: depois de algumas associações, a campainha passa a provocar a salivação.
Estímulo incondicionado: O estímulo incondicionado acontece quando um evento, por sua própria natureza, desperta uma resposta comportamental e/ou no organismo do animal.  Assim, um pedaço de carne é um estímulo incondicionado para a resposta de salivação no cão, que não precisa ser condicionado para isso. A comida provoca resposta incondicionada: salivação.
Estímulo neutro: Logo em seguida, apresentava aquele estímulo que não provocava resposta a princípio: luz, campainha, apito etc. Campainha, apito, luz (não provoca resposta). Depois de associar o estímulo incondicionado ao estímulo neutro, o estímulo, antes neutro torna-se condicionado.
Estímulo condicionado: Depois de repetir a apresentação conjunta (pareada) certo número de vezes, o animal passava a salivar com a simples visão da luz ou ao som da campainha, apito ou outro qualquer. Esse condicionamento ou aprendizagem não ocorre, a menos que a luz seja seguida de comida um número de vezes suficiente. Campainha que passa a provocar a resposta condicionada: salivação.
Generalização e discriminação:
Além de estudar a formação das respostas condicionadas, Pavlov e seus assistentes pesquisavam também a extinção da resposta, a recuperação espontânea, a generalização, a discriminação e o condicionamento de ordem superior.
- Generalização: A resposta é provocada por estímulos semelhantes ao condicionado. Exemplo: se o condicionamento for feito com lâmpada branca de 40 volts, o animal poderá salivar também diante de uma lâmpada de 100 volts ou ainda de outra cor.
- Discriminação: A resposta é provocada apenas pelo estímulo condicionado. Exemplo: se o condicionamento for feito por uma campainha de tipo “blim-blom”, a resposta não ocorrerá diante do som de outras campainhas diferentes.
É possível desfazer o condicionamento?
É muito comum pensar que, se não apresentarmos mais a campainha, o animal deixará de salivar, mas isto é um engano. Na verdade, para se extinguir o condicionamento, deve-se expor o animal à campainha sem a comida. Depois de algumas vezes, ele desfará a ligação entre comida e campainha, deixando assim de salivar diante da campainha.
Recuperação espontânea: É possível que, depois da extinção, a resposta volte a ocorrer. A esse fenômeno, dá-se o nome de recuperação espontânea. Neste caso, fazendo-se a extinção novamente, esta será mais rápida. Pavlov propõe a ideia de que o reflexo condicionado poderia ter um papel importante no comportamento humano e na educação, e logo sua descoberta tornou-se base para uma nova corrente psicológica: o Behaviorismo, fundado por John Watson em 1913.
Condicionamento clássico (ou pavloviano ou respondente):
"Deem-me uma dúzia de crianças sadias, bem constituídas e a espécie de mundo que preciso para educá-las, e eu garanto que, tomando qualquer uma delas, ao acaso, prepará-la-ei para se tornar um especialista que eu selecione: um médico, um comerciante, um advogado e, sim, até um pedinte ou ladrão, independentemente dos seus talentos, inclinações, tendências, aptidões, assim como da profissão e da raça dos seus antepassados" (Watson, 1913).
John Broadus Watson estudou as descobertas feitas por Pavlov e desenvolveu pesquisas com o comportamento de animais e de crianças. Em 1913, publicou o artigo intitulado Psicologia: como os behavioristas a veem, expondo suas ideias e estabelecendo as bases da nova corrente da Psicologia: o Behaviorismo (ou Comportamentalismo). O objetivo de Watson era tornar a Psicologia uma ciência objetiva. Para tanto, ela devia limitar-se ao estudo dos comportamentos observáveis passíveis de descrição objetiva e experimentação. 
A Psicologia de Watson rejeitava conceitos mentalistas, tais como mente e consciência. Watson não nega a existência da consciência, nem a possibilidade de o indivíduo se auto-observar. Defende, porém que a introspecção não é um método científico, e a consciência não pode ser estudada de forma científica.
Dessensibilização sistemática:
Joseph Wolpe, psiquiatra sul-africano, desenvolveu uma técnica específica para a fobia, inspirado nas pesquisas de Watson.
 
O paciente é primeiramente treinado em técnicas de relaxamento profundo. Em seguida, o terapeuta ajuda-o a expor-se de forma imaginária ou real, de maneira gradual e sistemática, ao objeto ou situação temido. Este processo permite a dessensibilização. Sendo assim, a fobia tende a desaparecer em pouco tempo.
Thorndike: base do condicionamento operante
Em uma série de experimentos, Edward Lee Thorndike colocava um gato faminto em uma caixa feita de ripas de madeira, chamada caixa-problema. Deixava a comida do lado de fora da caixa como um incentivo para aquele que conseguisse escapar. O gato tinha de puxar uma alavanca ou corrente e, às vezes, repetir várias vezes a manobra para afrouxar o trinco e conseguir abrir a caixa. 
No início, o gato exibia comportamentos aleatórios, até que acabava destravando a porta. Nas experiências seguintes, os comportamentos aleatórios mostravam-se menos frequentes, até que o gato aprendia a sair da caixa.
Aprendizagem por ensaio ou erro: 
Thorndike registrava o tempo decorrido do instante em que o gato era colocado na caixa até o momento em que ele conseguia sair. Assim que a aprendizagem se concretizava, esse intervalo diminuía significativamente. 
O psicólogo escreveu sobre uma tendência em “gravar” ou “apagar” as respostas de acordo com o êxito ou o fracasso das consequências. As respostas que não resultam na abertura da porta para o gato sair da caixa tendiam a desaparecer. As respostas que conduziam ao êxito eram gravadas depois de algumas repetições.
Esse tipo de aprendizagem passou a ser conhecido como aprendizagem por ensaio e erro, embora Thorndike preferisse chamá-lo de tentativa e sucesso acidental. A partir de suas experiências, Thorndike criou a lei do efeito. Segundo esta lei,os atos que produzem satisfação em determinada situação tornam-se associados a ela; quando a situação se repete, o ato tende a ocorrer.
Condicionamento operante de Skinner
Burrhus Frederic Skinner partiu de onde Thorndike havia parado. Diferentemente de Thorndike, que preferia gatos, Skinner usava predominantemente ratos e pombos como sujeitos experimentais. 
A lei do efeito é apropriada por Skinner para definir o comportamento operante e suas contingências. O psicólogo americano Skinner aprimorou as descobertas de Thorndike, estudando detalhadamente os efeitos da frequência das consequências sobre o comportamento dos animais.
Ele também desenvolveu uma caixa experimental, porém a sua era menor. Ela continha um vidro transparente na frente, uma barra do lado direito que, quando pressionada, fornecia comida, um local para o fornecimento de comida, uma luz e um alto-falante que poderiam ser acionados, e um piso metálico eletrificado que emitia pequenos choques elétricos.
Importância do reforço para a aprendizagem
Skinner descobriu que poderia “modelar” o comportamento do animal, ou seja, ensinar ao animal um comportamento desejado.
Exemplo: pressionava-se a barra e colocava-se um rato privado de comida dentro da caixa de Skinner. O rato apresentava alguns comportamentos exploratórios.
Observavam-se então os comportamentos do rato e liberava-se comida (reforço) quando ocorresse um comportamento próximo ao comportamento desejado. Exemplo: se o comportamento mais próximo de pressionar a barra do animal fosse olhar para a barra, este seria o primeiro comportamento a ser reforçado.
Depois, seriam reforçados outros comportamentos mais próximos do comportamento alvo, como se aproximar da barra, farejá-la, tocar até que o animal a pressionasse. Assim, um comportamento que não era emitido anteriormente passa a ocorrer. 
Skinner demonstrou a importância do reforço para a aprendizagem. O comportamento do rato era reforçado cada vez que ele pressionava a barra. Em outras palavras, o animal recebia alimento sempre que executava a resposta desejada.
Atuação nos seres humanos
O condicionamento operante atua nos seres humanos da mesma forma que em animais, ou seja, reforçando o comportamento desejado, e não reforçando o indesejado. Exemplo: se seu filho faz birra para conseguir o que deseja e você cede, você está reforçando seu comportamento.
Reforço: estímulo que, apresentado após um determinado comportamento, aumenta a frequência de esse comportamento ocorrer novamente.
Reforço positivo: estímulo que, quando apresentado após um determinado comportamento, aumenta a probabilidade de este comportamento ocorrer novamente. Exemplo: a nota alta que o aluno recebe por estudar costuma funcionar como reforço positivo, isto é, tende a fazer com que o aluno estude mais para as próximas avaliações.
Estímulo aversivo: é algo que provoca dor ou algum tipo de sofrimento. Punição: é a apresentação de um estímulo (geralmente aversivo) após um determinado comportamento que tende a diminuir a frequência deste comportamento. Exemplo: a mãe que deixa a criança de castigo porque ela mentiu. Ela espera, assim, que a criança diminua a frequência de mentir. Caso isso ocorra, verifica-se uma punição, pois o comportamento de mentir diminuiu de frequência. Como colocar de castigo pode servir como reforço e punição? Isso depende da frequência do comportamento. Quando o castigo serve para aumentar a frequência do comportamento, é reforço; quando funciona para diminuir a frequência, é punição.
Reforço negativo: estímulo que, quando removido após um determinado comportamento, aumenta a frequência de esse comportamento ocorrer novamente. Exemplo: quando a mãe deixa a criança de castigo porque ela não estudou e ela passa a estudar mais. Neste caso, o comportamento de estudar aumentou de frequência, então é reforço, mas o comportamento aumentou para que ela não receba a palmada novamente. Então, trata-se de reforço negativo, isto é, o comportamento ocorre para fugir ou se esquivar de uma consequência (geralmente aversiva).
Esquemas de reforçamento
O reforço pode ser oferecido toda vez que o comportamento ocorrer. Neste caso, chamamos de reforço contínuo. Mas nem sempre estamos acompanhando o comportamento dos outros para poder oferecer o reforço. Neste caso então, chamamos de reforço intermitente.
Reforço aleatório
Skinner acreditava que o reforço aleatório provocava o que ele chamou de “comportamento supersticioso”, o que pode explicar por que pessoas viciadas em jogos de azar tendem a se endividar. Elas geralmente acreditam que, na próxima rodada, serão reforçadas, isto é, premiadas.
Em 1945, Skinner publicou o livro “The operational analysis of psychological terms”, cuja publicação marcou a origem da corrente comportamentalista denominada de Behavorismo radical. Skinner propõe o estudo do comportamento humano a partir das seguintes variáveis:
- Filogênese: história da espécie;
- Ontogênese: história individual;
- Cultura: características ambientais.
Formação da personalidade 
Personalidade consiste no repertório comportamental de cada pessoa, que é multideterminado. Skinner (1998) apontava a importância de entender os três níveis de seleção do comportamento: Filogênese, Ontogênse e Cultura. Esses três fatores se combinam e interagem durante toda a vida, formando a personalidade. Desde o início da vida, as consequências influenciam a probabilidade futura de nossos comportamentos ocorrerem. Elas refletem uma tendência a se comportar de uma determinada maneira em função de uma história individual de reforços. Estes padrões são resultantes de um ambiente com contingências consistentes ao longo do tempo. É preciso analisar, além das consequências, os antecedentes do comportamento para realizar sua análise.
Atividade proposta: The Big Bang Theory
Você acha que Sheldon consegue condicionar Penny? O que o personagem está usando para realizar o condicionamento? Existem outras consequências que podem ser utilizadas como reforços? No dia a dia, quais são os reforços que mais te afetam?
Resposta: O condicionamento operante significa basicamente aprendizagem pelas consequências. Com animais, é muito comum deixá-los com fome e utilizar a comida como reforço positivo, cada vez que ele apresentar um comportamento desejado.
Desta forma, a comida tende a aumentar a probabilidade de aquele comportamento ocorrer novamente.  É assim que se adestram animais.  No caso do ser humano, não seria ético deixá-lo com fome para realizar o condicionamento. Além do mais, aquilo que serve como reforço positivo para uma pessoa não necessariamente serve para outra. Isto é, se eu gosto de chocolate, este pode reforçar o meu comportamento, mas se não gosto, não serviria.
O elogio costuma ser reforçador para a maioria das pessoas. Desta forma, se eu coloco uma roupa nova e recebo um elogio, a probabilidade de que use novamente aquela roupa aumenta. 
Devemos lembrar que há aquelas pessoas que não gostam de ser elogiadas, e neste caso, não aumentaria a probabilidade de que a pessoa usasse a roupa novamente. Poderia inclusive fazer com que a pessoa diminuísse a frequência de utilizar a roupa outra vez. Neste caso, o elogio serviria como punição.

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