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Autora: Helena Junia Diniz Costa Co-Autor: Roberto Ferreira Coelho Filho ELETRICIDADE BÁSICA E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS ELETRICIDADE BÁSICA E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS Este é um material de uso restrito aos empregados da PETROBRAS que atuam no E&P. É terminantemente proibida a utilização do mesmo por prestadores de serviço ou fora do ambiente PETROBRAS. Este material foi classificado como INFORMAÇÃO RESERVADA e deve possuir o tratamento especial descrito na norma corporativa PB-PO-0V4-00005“TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES RESERVADAS". Órgão gestor: E&P-CORP/RH Autora: Helena Junia Diniz Costa Co-autor: Roberto Coelho Ferreira Filho Ao final desse estudo, o treinando poderá: • Reconhecer os principais conceitos de eletricidade, os equipamentos e componentes elétricos utilizados em instalações elétricas, os problemas e as medidas de segurança relacionados à eletricidade. ELETRICIDADE BÁSICA E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das atividades profissionais na Companhia. É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo. Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força de trabalho às estratégias do negócio E&P. Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das competências necessárias para explorar e produzir energia. O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados e a reciclagem de antigos. Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de sucesso que ela é. Programa Alta Competência Programa Alta Competência ATERRAMENTO DE SEGURANÇA O material está dividido em capítulos. No início de cada capítulo são apresentados os objetivos específi cos de aprendizagem, que devem ser utilizados como orientadores ao longo do estudo. No fi nal de cada capítulo encontram-se os exercícios, que visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem. Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do capítulo em questão. Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas C ap ít u lo 1 Riscos elétricos e o aterramento de segurança Ao fi nal desse capítulo, o treinando poderá: • Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e riscos elétricos; • Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. 20 Alta Competência 21 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança A gravidade dos efeitos fi siológicos no organismo está relacionada a quatro fatores fundamentais: Tensão;• Resistência elétrica do corpo; • Área de contato;• Duração do choque.• Os riscos elétricos, independente do tipo de • instalação ou sistema, estão presentes durante toda a vida útil de um equipamento e na maioria das instalações. Por isso é fundamental mantê-los sob controle para evitar prejuízos pessoais, materiais ou de continuidade operacional. Os • choques elétricos representam a maior fonte de lesões e fatalidades, sendo necessária, além das medidas de engenharia para seu controle, a obediência a padrões e procedimentos de segurança. 1.4. Exercícios 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( ) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 24 Alta Competência 25 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/ parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/ choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivosde proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: ( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica. ( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos. ( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento. ( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”. ( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. 1.7. Gabarito1.6. Bibliografi a Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas defi nições estão disponíveis no glossário. Ao longo dos textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente identifi cados, pois estão em destaque. 48 Alta Competência Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança 49 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança Todas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores, geradores, painéis elétricos, transformadores e outros). A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção nos sistemas de aterramento envolvidos nestes equipamentos. Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve ser mantido em perfeitas condições de funcionamento. Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico por contato indireto e de incêndio e explosão. 3.1. Problemas operacionais Os principais problemas operacionais verifi cados em qualquer tipo de aterramento são: • Falta de continuidade; e • Elevada resistência elétrica de contato. É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 defi ne o valor de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo admissível para resistência de contato. 56 Alta Competência Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança 57 Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma corrente elétrica. Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm. CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade – Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. 3.5. Bibliografi a3.4. Glossário Objetivo Específi co O material está dividido em capítulos. No início de cada capítulo são apresentados os objetivos específi cos de aprendizagem, que devem ser utilizados como orientadores ao longo do estudo. No fi nal de cada capítulo encontram-se os exercícios, que visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem. Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do capítulo em questão. Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas C ap ít u lo 1 Riscos elétricos e o aterramento de segurança Ao fi nal desse capítulo, o treinando poderá: • Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e riscos elétricos; • Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. 20 Alta Competência 21 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança A gravidade dos efeitos fi siológicos no organismo está relacionada a quatro fatores fundamentais: Tensão;• Resistência elétrica do corpo; • Área de contato;• Duração do choque.• Os riscos elétricos, independente do tipo de • instalação ou sistema, estão presentes durante toda a vida útil de um equipamento e na maioria das instalações. Por isso é fundamental mantê-los sob controle para evitar prejuízos pessoais, materiais ou de continuidade operacional. Os • choques elétricos representam a maior fonte de lesões e fatalidades, sendo necessária, além das medidas de engenharia para seu controle, a obediência a padrões e procedimentos de segurança. 1.4. Exercícios 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( ) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 24 Alta Competência 25 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramentode sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/ parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/ choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: ( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica. ( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos. ( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento. ( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”. ( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. 1.7. Gabarito1.6. Bibliografi a Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas defi nições estão disponíveis no glossário. Ao longo dos textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente identifi cados, pois estão em destaque. 48 Alta Competência Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança 49 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança Todas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores, geradores, painéis elétricos, transformadores e outros). A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção nos sistemas de aterramento envolvidos nestes equipamentos. Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve ser mantido em perfeitas condições de funcionamento. Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico por contato indireto e de incêndio e explosão. 3.1. Problemas operacionais Os principais problemas operacionais verifi cados em qualquer tipo de aterramento são: • Falta de continuidade; e • Elevada resistência elétrica de contato. É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 defi ne o valor de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo admissível para resistência de contato. 56 Alta Competência Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança 57 Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma corrente elétrica. Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm. CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade – Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. 3.5. Bibliografi a3.4. Glossário Objetivo Específi co Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, basta consultar a Bibliografi a ao fi nal de cada capítulo. Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos. A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo abordado de um determinado item do capítulo. “Importante” é um lembrete das questões essenciais do conteúdo tratado no capítulo. 24 Alta Competência 25 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileirade Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/ parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/ choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: ( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica. ( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos. ( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento. ( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”. ( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. 1.7. Gabarito1.6. Bibliografi a 14 Alta Competência 15 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a primeira observação de um fenômeno relacionado com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome dado à resina produzida por pinheiros que protege a árvore de agressões externas. Após sofrer um processo semelhante à fossilização, ela se torna um material duro e resistente. Os riscos elétricos de uma instalação são divididos em dois grupos principais: 1.1. Riscos de incêndio e explosão Podemos defi nir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma: Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes, fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera potencialmente explosiva por descarga descontrolada de eletricidade estática. Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer instalação e seu descontrole se traduz principalmente em danos pessoais, materiais e de continuidade operacional. Trazendo este conhecimento para a realidade do E&P, podemos observar alguns pontos que garantirão o controle dos riscos de incêndio e explosão nos níveis defi nidos pelas normas de segurança durante o projeto da instalação, como por exemplo: A escolha do tipo de • aterramento funcional mais adequado ao ambiente; A seleção dos dispositivos de proteção e controle;• A correta manutenção do sistema elétrico.• O aterramento funcional do sistema elétrico tem como função permitir o funcionamento confi ável e efi ciente dos dispositivos de proteção, através da sensibilização dos relés de proteção, quando existe uma circulação de corrente para a terra, provocada por anormalidades no sistema elétrico. Observe no diagrama a seguir os principais riscos elétricos associados à ocorrência de incêndio e explosão: Já a caixa de destaque “Resumindo” é uma versão compacta dos principais pontos abordados no capítulo. Em “Atenção” estão destacadas as informações que não devem ser esquecidas. Todos os recursos didáticos presentes nesta apostila têm como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo. Aproveite este material para o seu desenvolvimento profi ssional! Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VoCÊ SaBIa?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! Importante! atenÇÃo É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas reSUmInDo... NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VoCÊ SaBIa?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! Importante! atenÇÃo É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas reSUmInDo... NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 932 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VoCÊ SaBIa?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! Importante! atenÇÃo É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas reSUmInDo... NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, basta consultar a Bibliografi a ao fi nal de cada capítulo. Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos. A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo abordado de um determinado item do capítulo. “Importante” é um lembrete das questões essenciais do conteúdo tratado no capítulo. 24 Alta Competência 25 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/ parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/ choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: ( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica. ( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos. ( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento. ( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”. ( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. 1.7. Gabarito1.6. Bibliografi a 14 Alta Competência 15 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a primeira observação de um fenômeno relacionado com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome dado à resina produzida por pinheiros que protege a árvore de agressões externas. Após sofrer um processo semelhante à fossilização, ela se torna um material duro e resistente. Os riscos elétricos de uma instalação são divididos em dois grupos principais: 1.1. Riscos de incêndio e explosão Podemos defi nir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma: Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes, fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera potencialmente explosiva por descarga descontrolada de eletricidade estática. Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer instalação e seu descontrole se traduz principalmente em danos pessoais, materiais e de continuidade operacional. Trazendo este conhecimento para a realidade do E&P, podemos observar alguns pontos que garantirão o controle dos riscos de incêndio e explosão nos níveis defi nidos pelas normas de segurança durante o projeto da instalação, como por exemplo: A escolha do tipo de • aterramento funcional mais adequado ao ambiente; A seleção dos dispositivos de proteção e controle;• A correta manutenção do sistema elétrico.• O aterramento funcional do sistema elétrico tem como função permitir o funcionamento confi ável e efi ciente dos dispositivos de proteção, através da sensibilização dos relés de proteção, quando existe uma circulação de corrente para a terra, provocada por anormalidades no sistema elétrico. Observe no diagrama a seguir os principais riscos elétricos associados à ocorrência de incêndio eexplosão: Já a caixa de destaque “Resumindo” é uma versão compacta dos principais pontos abordados no capítulo. Em “Atenção” estão destacadas as informações que não devem ser esquecidas. Todos os recursos didáticos presentes nesta apostila têm como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo. Aproveite este material para o seu desenvolvimento profi ssional! Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VoCÊ SaBIa?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! Importante! atenÇÃo É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas reSUmInDo... NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VoCÊ SaBIa?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! Importante! atenÇÃo É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas reSUmInDo... NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VoCÊ SaBIa?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! Importante! atenÇÃo É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas reSUmInDo... NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos SumárioSumário Introdução 17 Capítulo 1 - Eletrostática Objetivos 19 1. Eletrostática 21 1.1. Eletrização por atrito, contato e indução 22 1.1.1. Eletrização por atrito 23 1.1.2. Eletrização por contato 23 1.1.3. Eletrização por indução 24 1.2. Carga elétrica 24 1.2.1. Isolantes elétricos ou dielétricos 27 1.2.2. Condutores de eletricidade 27 1.3. Força elétrica e Lei de Coulomb 29 1.3.1. Campo elétrico 30 1.3.2. Campo elétrico criado por uma carga puntual 32 1.3.3. Linhas de força 33 1.3.4. Comportamento de um condutor eletrizado 34 1.4. Potencial elétrico 39 1.4.1. Sentido do movimento de uma carga 40 1.4.2. Distribuição de cargas entre dois condutores 41 1.4.3. Diferença de potencial em um campo elétrico uniforme 43 1.5. Rigidez dielétrica 46 1.5.1. Rigidez dielétrica do material 47 1.6. Exercícios 49 1.7. Glossário 51 1.8. Bibliografia 52 1.9. Gabarito 53 Capítulo 2 - Corrente elétrica Objetivos 55 2. Corrente elétrica 57 2.1. Corrente real e corrente convencional 58 2.2. Corrente contínua e corrente alternada 59 2.3. Intensidade de corrente 64 2.4. Exercícios 65 2.5. Glossário 67 2.6. Bibliografia 68 2.7. Gabarito 69 Capítulo 3 - Resistência elétrica Objetivos 71 3. Resistência elétrica 73 3.1. Fatores que determinam a resistência elétrica de um condutor 74 3.2. Variação da resistência de um condutor 76 3.3. Lei de Ohm 76 3.4. Associação de resistências 78 3.4.1. Associação em série 78 3.4.2. Associação em paralelo 79 3.4.3. Associação em série e em paralelo: exemplo numérico 81 3.5. Exercícios 86 3.6. Glossário 88 3.7. Bibliografia 89 3.8. Gabarito 90 Capítulo 4 - Potência e energia elétrica Objetivos 93 4. Potência e energia elétrica 95 4.1. Potência e energia 95 4.2. Efeito Joule 96 4.3. Exercícios 101 4.4. Glossário 103 4.5. Bibliografia 104 4.6. Gabarito 105 Capítulo 5 - Noções de circuitos elétricos Objetivos 107 5. Noções de circuitos elétricos 109 5.1. Níveis de tensão 110 5.2. Força eletromotriz: a equação do circuito 113 5.2.1. Gerador de força contra-eletromotriz 114 5.2.2. Tensão nos terminais do gerador 117 5.3. Problemas comuns em circuitos elétricos 119 5.3.1. Sobrecarga 119 5.3.2. Curto-circuito 121 5.3.3. Queda de tensão em condutores 123 5.4. Exercícios 127 5.5. Glossário 130 5.6. Bibliografia 131 5.7. Gabarito 132 Capítulo 6 - Instrumentos elétricos de medida Objetivos 135 6. Instrumentos elétricos de medida 137 6.1. Amperímetro 137 6.2. Voltímetro 138 6.3. Ohmímetro 139 6.4. Multímetro 140 6.5. Wattímetro 142 6.6. Cuidados essenciais na utilização de multímetros 143 6.6.1. Manutenção e conservação dos instrumentos 149 6.6.2. Fusíveis 149 6.6.3. Pontas de prova 150 6.7. Exercícios 151 6.8. Glossário 153 6.9. Bibliografia 154 6.10. Gabarito 155 Capítulo 7 - Equipamentos elétricos Objetivos 157 7. Equipamentos elétricos 159 7.1. Diagramas elétricos 159 7.2. Componentes de circuitos de comando e proteção na indústria 160 7.3. Equipamentos elétricos mais utilizados em instalações de exploração e produção de petróleo 165 7.3.1. Geradores elétricos 165 7.3.2. Transformadores 169 7.3.3. Motores elétricos 178 7.3.4. Demarradores 180 7.3.5. Painéis elétricos 183 7.3.6. Disjuntores 185 7.3.7. Chaves seccionadoras 188 7.3.8. Fusíveis 190 7.3.9. Contatores 191 7.4. Exercícios 192 7.5. Glossário 195 7.6. Bibliografia197 7.7. Gabarito 198 Capítulo 8 - Choque elétrico Objetivos 201 8. Choque elétrico 203 8.1. Proteção contra choques elétricos 204 8.2. Efeitos da passagem da corrente elétrica pelo corpo humano 205 8.3. Medidas de proteção contra choque elétrico 209 8.3.1. Isolamento de partes energizadas 210 8.3.2. Barreiras e invólucros 212 8.3.3. Obstáculos e anteparas 214 8.3.4. Colocação fora de alcance 215 8.3.5. Dispositivos DR (Diferencial Residual) 215 8.3.6. Aterramento 217 8.3.7. Isolação dupla ou reforçada 225 8.3.8. Desenergização 226 8.4. Exercícios 235 8.5. Glossário 237 8.6. Bibliografia 238 8.7. Gabarito 239 17 Introdução A eletricidade é a forma de energia mais difundida na sociedade humana ao longo da história. Está tão interligada às nossas vidas que é difícil imaginarmos o mundo atual sem ela. Nas grandes indústrias, a energia elétrica é fundamental para o funcionamento das instalações. A eletricidade move economias, gerando riqueza e conforto para os seres humanos. Nas atividades de exploração e produção de petróleo, a energia elétrica é fundamental para manter as facilidades das instalações de forma contínua e confiável. Essa energia pode ser produzida em locais distantes como usinas hidroelétricas e termoelétricas ou produzida no próprio local onde será consumida. Mas a eletricidade está mais próxima de nós do que poderíamos imaginar: somos um complicado sistema elétrico vivo! Os seres vivos, seus músculos, cérebros e órgãos são comandados através de minúsculos impulsos elétricos que mantêm um equilíbrio harmônico. Não é difícil deduzir, então, que a eletricidade fluindo de uma fonte externa para nosso corpo, através de um choque elétrico, pode nos trazer danos, seqüelas e inclusive provocar a morte. O tema Eletricidade Básica e Equipamentos Elétricos foi desenvolvido para fornecer aos operadores da área de E&P da Petrobras o conhecimento sobre os princípios da eletricidade, suas diversas formas de aplicação e quais os cuidados no uso dos equipamentos e dispositivos elétricos mais utilizados nas atividades de exploração e produção de petróleo. RESERVADO RESERVADO C ap ít u lo 1 Eletrostática Ao final desse capítulo, o treinando poderá: • Distinguir as diversas formas de energia; • Identificar os fenômenos da eletricidade estática. RESERVADO 20 Alta Competência RESERVADO 21 Capítulo 1. Eletrostática 1. Eletrostática As primeiras descobertas relacionadas a fenômenos elétricos foram feitas pelos gregos, na Antigüidade. Thales de Mileto, filósofo e matemático, observou, no século VI a.C., que um pedaço de âmbar (resina fóssil, originária de pinheiros da Era Terciária), ao ser atritado com a pele de um animal, adquiria a propriedade de atrair corpos leves, como pedaços de palha e sementes de grama. Observações sistemáticas e cuidadosas dos fenômenos elétricos somente começaram a ser feitas cerca de dois mil anos depois da descoberta de Mileto, época em que os trabalhos do médico inglês W. Gilbert (1.544-1.603) se destacaram. Gilbert observou que não só o âmbar, mas vários outros corpos, ao serem atritados, comportavam-se da mesma maneira, isto é: a atração exercida por eles manifestava-se sobre qualquer outro corpo, mesmo que não fosse leve. A experiência com o âmbar é o fenômeno eletrostático mais antigo de que se tem notícia. O estudo da eletrostática dividide-se em três partes: atrito, contato e indução. Na natureza, não pode haver criação nem destruição de energia, apenas a transformação de uma forma de energia em outra. Por exemplo: a energia potencial de um corpo quando cai é transformada em energia cinética durante a queda. Através da utilização e transformação das várias formas de energia, podemos obter calor, luz e trabalho mecânico. RESERVADO 22 Alta Competência Importante! Energia é a capacidade que os corpos possuem de realizar trabalho. A energia existe de várias formas na natureza, dentre as quais podemos citar: • energia térmica: calor; • energia potencial: depende da sua posição em relação a outros corpos; • energia cinética: é aquela apresentada por um corpo em movimento; • energia mecânica: energia potencial + cinética; • energia elétrica: pode-se dizer que a eletricidade é uma energia intermediária entre a fonte produtora e a aplicação final. A energia elétrica é um tipo especial de energia porque dela conseguimos calor, luz e trabalho mecânico. É usada para transmitir e transformar a energia primária da fonte produtora, que aciona os geradores nas usinas geradoras, em outros tipos de energia utilizados nas residências e nas indústrias. É uma das formas mais importantes de energia, pois é possível transportá-la, de modo a suprir uma cidade com a energia gerada em uma usina a quilômetros de distância. 1.1. Eletrização por atrito, contato e indução A palavra grega correspondente a âmbar é elektron. Por isso, o cientista inglês, W. Gilbert, passou a usar o termo eletrizado para referir-se aos corpos que se comportavam como o âmbar. Daí surgiram derivações como eletrização, eletricidade, entre outras. Atualmente, sabe-se que todas as substâncias podem exercer o mesmo comportamento do âmbar, de eletrizarem-se ao serem atritadas com outra substância. RESERVADO 23 Capítulo 1. Eletrostática 1.1.1. Eletrização por atrito Atrito é a fricção entre dois corpos, pelo menos um deles deve estar em movimento. Ao ser friccionado, um deles irá retirar elétrons do outro e, conseqüentemente, também perderá elétrons. O que retira mais elétrons do outro fica com carga negativa e o que perdeu fica com carga positiva. Após o atrito, ambos ficam com cargas de sinais opostos. Para exemplificar o que é atrito, vamos relembrar algumas experiências conhecidas. Esfregue uma régua de plástico numa seda, depois a aproxime de uma bola de isopor. A régua atrairá a bola de isopor. Agora, experimente fazer a mesma experiência com um pente de plástico, uma flanela e um pedaço de papel. Esfregue o pente várias vezes e rapidamente na flanela. Segure-o com dois dedos, evitando tocá-lo diretamente com a mão. Agora, encoste-o no papel, levante-o com cuidado e observe: alguns pedaços ficam grudados no pente. Você também pode levantar seu cabelo, aproximando-o da cabeça. Eletrização por atrito. 1.1.2. Eletrização por contato Na eletrização por contato, é preciso ter dois ou mais corpos condutores, bastando apenas um estar eletrizado. Consiste em encostar um corpo eletrizado em um outro. Na eletrização por contato, os condutores ficam com cargas elétricas de mesmo sinal. RESERVADO 24 Alta Competência 1.1.3. Eletrização por indução Já na eletrização por indução, a eletrização de um condutor neutro acontece com a simples aproximação de um corpo eletrizado, ou seja, não precisa haver o contato direto entre eles. As cargas do objeto condutor neutro separam-se com a aproximação do corpo que está eletrizado, ficando as cargas de mesmo sinal do indutor o mais distante possível dele. Para que o objeto induzido seja mantido eletrizado, mesmo depois do afastamento do indutor, devemos ligar o lado mais distante à terra. 1.2. Carga elétrica A moderna teoria atômica afirma que todos os corpos são compostos de moléculas e que estas são um aglomerado de um ou mais átomos. Cada átomo compõe-se de um núcleo no qual existem prótons (com carga positiva) e nêutrons (sem carga). Os elétrons (partículas de carga negativa) gravitam em torno do núcleo. Em um átomo em equilíbrio, o número de elétrons é igual ao número de prótons existentes no núcleo. Neste caso, a carga elétrica do átomo será nula. Átomo em equilíbrio. O hidrogênio é o elemento mais simples, porque só possui um próton no núcleo e um elétron em órbita. Ourânio é um dos elementos mais complexos, com 92 prótons no núcleo e 92 elétrons em órbita. RESERVADO 25 Capítulo 1. Eletrostática Quando um átomo recebe ou perde elétrons, fica eletricamente carregado, sendo chamado de íon. O átomo que perde elétrons fica positivo e é chamado de cátion. Se ganha elétrons fica negativo e é chamado de ânion. Sendo assim: Ânion (-) Íon Cátion (+) íon negativo átomo eletricamente íon positivo carregado +- Em um átomo neutro, ou seja, não eletrizado, o número de prótons é igual ao número de elétrons. Quando dois corpos se atritam, há transferência de elétrons de um corpo para o outro. Aquele que perde elétrons apresenta-se com excesso de prótons, ficando eletrizado positivamente. O outro fica eletrizado negativamente, pois se apresenta com excesso de elétrons. No processo de eletrização o número total de prótons e elétrons não se altera, há apenas uma separação das cargas elétricas. Não há, portanto, criação nem destruição de carga elétrica, isto é, a carga total é conservada. Os prótons e os nêutrons estão localizados no núcleo do átomo e não podem ser deslocados de suas posições pelo simples atrito de um corpo com o outro. Por atrito, apenas os elétrons podem ser trocados entre dois corpos. RESERVADO 26 Alta Competência O atrito entre os corpos é uma maneira de fazer com que eles se aproximem para que os átomos de um possam interagir com os átomos do outro. O átomo que exercer menor força sobre eles perderá elétrons, de forma que um mesmo corpo poderá ser eletrizado positiva ou negativamente, dependendo do corpo com o qual for atritado. No seu dia-a-dia, certamente, você já ouviu falar que “os opostos se atraem”. De onde vem esta afirmação? Existem dois tipos de cargas elétricas: positivas e negativas. Cargas com sinais iguais se repelem. Cargas com sinais opostos se atraem. Um corpo eletrizado com carga positiva atrai um corpo eletrizado com carga negativa e repele outro eletrizado positivamente como ele. Da mesma forma, um corpo com carga negativa irá atrair um corpo com carga positiva e repelir outro com carga negativa. Para entender e fixar melhor, observe a ilustração a seguir. F FF F Cargas elétricas com sinais iguais se repelem e com sinais opostos se atraem. No entanto, um corpo eletrizado negativamente ou positivamente sempre atrai um corpo neutro, ou seja, aquele com carga elétrica nula. Sabe por que isto acontece? Ao ser aproximado, o corpo eletrizado provoca a separação das cargas do corpo com carga nula. Em seguida, as cargas de sinal contrário ao do corpo eletrizado ficam mais próximas dele, provocando a atração entre eles. RESERVADO 27 Capítulo 1. Eletrostática O fenômeno de separação das cargas elétricas nos condutores de eletricidade é provocado por indução eletrostática, que é o movimento de elétrons livres. Elétrons livres são os elétrons da última camada que, por serem facilmente separados, podem migrar de um átomo para outro. atenÇÃo Nos materiais isolantes, o fenômeno é provocado pela polarização das moléculas. Vamos a definições mais importantes, para que possamos avançar nos estudos. 1.2.1. Isolantes elétricos ou dielétricos Ao contrário dos condutores, existem sólidos nos quais os elétrons estão firmemente presos aos respectivos átomos. Estas substâncias não possuem elétrons livres ou sua quantidade é relativamente pequena, não sendo possível, por isso, fazer o deslocamento de carga elétrica através delas. Estas substâncias são denominadas isolantes elétricos ou dielétricos. Exemplos: porcelana, plástico, vidro, borracha, papel e madeira. 1.2.2. Condutores de eletricidade Todos os corpos são constituídos por átomos que possuem partículas eletrizadas (prótons e elétrons). Quando vários átomos se reúnem para formar sólidos específicos (exemplo: metais), os elétrons das órbitas mais externas não permanecem ligados aos respectivos átomos e adquirem a capacidade de se movimentar no interior deste sólido. Estes elétrons são denominados elétrons livres. É possível transportar a carga elétrica através dos sólidos que possuam elétrons livres. RESERVADO 28 Alta Competência Estas substâncias são conhecidas como condutores de eletricidade. Quanto ao fato de um corpo eletrizado sempre atrair um corpo neutro, é interessante notar que se ao ser atraído o corpo neutro entrar em contato com o corpo eletrizado, poderá haver uma troca de cargas entre esses dois corpos, de modo que o corpo neutro também fique eletrizado com a carga de mesmo sinal do primeiro. Caso isso ocorra, haverá repulsão entre os dois corpos após o contato entre eles. Para entender melhor, observe a ilustração a seguir. A A A B (a) (b) (c) B B a) Um corpo eletrizado A, ao se aproximar de um corpo neutro B, provoca neste uma separação de cargas, que resulta na atração entre os dois corpos. b) Se os dois corpos se tocarem, haverá transferência de carga negativa do corpo B para o corpo A, neutralizando parte da carga positiva de A. c) Os dois corpos irão passar a ter, então, carga de mesmo sinal e, conseqüentemente, a se repelir. Nas primeiras observações dos fenômenos elétricos, constatou-se que os corpos eletrizados tinham a capacidade de atrair outros corpos. Atualmente, sabe- se que um corpo eletrizado também pode repelir outros corpos. RESERVADO 29 Capítulo 1. Eletrostática 1.3. Força elétrica e Lei de Coulomb A carga elétrica de um corpo, representada por Q ou q, pode ser definida como a quantidade de elétrons que um corpo perdeu ou ganhou. A unidade de carga elétrica é o Coulomb (C). Um elétron possui uma carga de 1,6 x 10-19C, ou seja, para se formar 1 Coulomb são necessários 6,25 x 1018 elétrons. Considerando dois corpos eletrizados com cargas Q1 e Q2, separados por uma distância r, sabe-se que haverá uma força de atração ou de repulsão entre eles, dependendo do sinal de suas cargas. Se o tamanho dos corpos eletrizados for muito pequeno em relação à distância r entre eles, as dimensões dos corpos são consideradas desprezíveis e as cargas são conhecidas como cargas puntuais. O cientista francês Charles Augustin de Coulomb (1.736-1.806) estudou o fenômeno da força elétrica e, após algumas constatações, elaborou um dos princípios fundamentais da eletricidade, hoje conhecido como a Lei de Coulomb. O que Coulomb constatou? Que a força elétrica é diretamente proporcional às cargas • Q1 e Q2, sendo proporcional ao produto delas: F α Q1 * Q2; Que a força elétrica é inversamente proporcional à distância • r entre as cargas: F α 1/r; Que a força elétrica depende do meio em que as cargas estão • inseridas, sendo maior no vácuo do que em qualquer outro meio. RESERVADO 30 Alta Competência LEI DE COULOMB Duas cargas puntuais, Q1 e Q2, separadas por uma distância r, situadas no vácuo, se atraem ou se repelem com uma força F dada por: F = k0*Q1*Q2 / r 2 ,onde: K0 é a constante de proporcionalidade para o vácuo e, no Sistema Internacional de Unidades (SI), vale 9,0 * 109 N • m/C2. Se essas cargas forem mergulhadas em um meio material, o valor entre elas torna-se K vezes menor, onde K é a constante dielétrica desse meio. Conheça a constante dielétrica de alguns meios materiais: Constante dielétrica de alguns meios materiais Co ns ta nt e di el ét ric a (K ) 0 20 40 60 80 100 Vá cu o Ar Be nz en o Âm ba r Vid ro Ól eo Mi ca Gl ice rin a Ág ua Meio material 1 1,0006 2 2,7 3,7 4 5,4 56,2 80 1.3.1. Campo elétrico Uma carga elétrica Q qualquer cria em torno de si um campo elétrico, de forma que qualqueroutra carga colocada em torno de Q sofrerá a ação de uma força elétrica. Para entender o conceito de campo elétrico, pode-se fazer uma analogia com o campo gravitacional: todo corpo celeste cria em torno de si um campo gravitacional, atraindo qualquer outro corpo que se aproximar dele. RESERVADO 31 Capítulo 1. Eletrostática Campo gravitacional. A diferença é que, no caso do campo elétrico, a força pode ser de atração ou de repulsão, dependendo dos sinais das cargas envolvidas. Por convenção, define-se a direção e o sentido do campo elétrico em um determinado ponto como sendo aquele da força exercida sobre uma carga de prova positiva colocada no mesmo ponto, isto é, a direção e o sentido do movimento que essa carga tende a adquirir. Linhas de força de campos elétricos criados por cargas puntuais próximas. RESERVADO 32 Alta Competência O módulo do vetor campo elétrico E em um dado ponto é denominado intensidade de campo elétrico naquele ponto e é definido pela expressão: E = F /q [N/C] , onde: E: intensidade do vetor campo elétrico em um ponto [N/C]; q: carga de prova colocada no ponto [C]; F: força elétrica que atua sobre a carga de prova [N]. A existência do campo elétrico em um ponto não depende da presença da carga de prova naquele ponto. A carga de prova permite concluir apenas se existe ou não um campo elétrico. 1.3.2. Campo elétrico criado por uma carga puntual A expressão E = F/q permite calcular a intensidade do campo elétrico, quaisquer que sejam as cargas que criam este campo. Considerando: a) uma carga puntual Q no vácuo; b) um ponto situado a uma distância r dessa carga; e c) colocando-se uma carga de prova q nesse ponto, ela ficará sujeita a uma força elétrica F, cujo módulo será: F = k0*Q*q / r 2 [N] . Como E = F/q, tem-se: E = (k0*Q*q) / (r 2*q) , onde: E=k0*Q/r 2 . RESERVADO 33 Capítulo 1. Eletrostática A expressão acima permite concluir que: A intensidade do campo elétrico não depende da carga de • prova colocada no ponto, ao contrário do que se poderia pensar à primeira vista; A intensidade • E em um dado ponto é diretamente proporcional à carga Q que cria o campo; O campo elétrico criado por uma carga em um determinado • ponto é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre o ponto e a carga. 1.3.3. Linhas de força O conceito de linhas de força foi introduzido pelo físico inglês Michael Faraday (1.791-1.867), no século XIX, com a finalidade de representar o campo elétrico através de diagramas. As linhas de força são sempre tangentes ao vetor campo elétrico nos diversos pontos em torno de uma carga elétrica, conforme mostram as ilustrações a seguir: E E E 3 2 1 (a) (b) LINHAS DE FORÇA Linhas de força de campos elétricos criados por cargas puntuais. RESERVADO 34 Alta Competência E1 E2 (a) (b) LINHAS DE FORÇA Linhas de força de campos elétricos criados por duas cargas: (a) de sinais contrários e (b) de sinais iguais. Assim, observando-se o desenho com as linhas de força, é possível determinar a direção e o sentido do vetor campo elétrico em qualquer ponto. O campo elétrico é sempre tangente à linha de força num determinado ponto. As linhas de força dão, também, uma idéia sobre o módulo do vetor E. Para isso, convencionou-se traçar as linhas de força mais próximas umas das outras nas regiões onde a intensidade do campo for maior e mais separadas onde for menor. Nas linhas de força de campos elétricos criados por cargas puntuais, percebe-se que as linhas ficam mais afastadas umas das outras nos pontos mais distantes da carga, à medida que o campo elétrico diminui. 1.3.4. Comportamento de um condutor eletrizado a) A carga se distribui na superfície do condutor Considere-se um corpo condutor, como por exemplo, um bloco metálico, sendo atritado em uma determinada região de sua superfície e adquirindo uma carga negativa. Evidentemente, esta carga aparece na região que foi atritada, como mostra a ilustração a seguir. RESERVADO 35 Capítulo 1. Eletrostática Metal O corpo, ao ser atritado, adquire carga negativa. Entretanto, essas cargas, constituídas por excesso de elétrons, repelem-se mutuamente e atuam sobre os elétrons livres do condutor, fazendo com que eles se desloquem até atingir uma situação final, denominada “situação de equilíbrio eletrostático”, em que as cargas no condutor apresentam-se em repouso. Ao ser atingida essa situação final de equilíbrio eletrostático (o que ocorre em um intervalo de tempo extremamente pequeno), verifica-se que a carga negativa adquirida pelo condutor apresenta-se distribuída em sua superfície. Metal Os elétrons livres adquiridos pelo condutor se distribuem em sua superfície. Se o condutor fosse eletrizado positivamente o mesmo resultado final seria observado. A carga positiva, adquirida pelo condutor em uma dada região de sua superfície, atrai elétrons livres deste corpo, que se deslocam até que seja atingido o equilíbrio eletrostático, quando, então, a carga positiva se apresenta distribuída na superfície do condutor. RESERVADO 36 Alta Competência Mesmo quando um condutor adquire carga positiva ela fica distribuída em sua superfície, em virtude do movimento dos elétrons livres. Metal Metal Deve-se observar que esse comportamento é característico de um condutor. Se um isolante for atritado em uma determinada região de sua superfície, a carga por ele adquirida não se espalhará, permanecendo em equilíbrio na região em que ela foi gerada. Se um condutor eletrizado estiver em equilíbrio eletrostático, as cargas elétricas estarão distribuídas em sua superfície. atenÇÃo b) Campo no interior e na superfície do condutor Ao ser atingido o equilíbrio eletrostático, as cargas elétricas em um condutor estão distribuídas em sua superfície e se encontram em repouso. Nessas condições, a distribuição dessas cargas deve ser tal que torne nulo o campo elétrico em qualquer ponto do interior do condutor. De fato, se o campo elétrico no interior do condutor fosse diferente de zero, os elétrons livres aí existentes entrariam em movimento sob a ação desse campo. Como as cargas no condutor estão em equilíbrio tal movimento não pode existir e, portanto, o campo elétrico deve ser nulo no interior do condutor. Já em pontos da superfície do condutor é possível existir um campo elétrico, sem que isto altere a condição de equilíbrio eletrostático, desde que o vetor E seja perpendicular à superfície do condutor, como RESERVADO 37 Capítulo 1. Eletrostática mostrado nos pontos B, C e D da ilustração a seguir. De fato, se o campo elétrico não fosse perpendicular à superfície, como desenhado no ponto A, ele teria uma componente Et tangente à superfície do condutor. Se essa componente existisse, os elétrons livres ali presentes estariam em movimento sob a ação de Et. Logo, essa componente não pode existir, pois o condutor está em equilíbrio eletrostático. Não existindo uma componente tangencial, o vetor E tem que ser perpendicular à superfície do condutor. Evidentemente, atuando nessa direção, o campo não pode provocar movimento de cargas porque o condutor está envolvido pelo ar, que é isolante. E B Et E A E E = 0 E C D O vetor campo elétrico na superfície de um condutor eletrizado em equilíbrio eletrostático é perpendicular à superfície desse condutor. Em resumo, se um condutor eletrizado estiver em equilíbrio eletrostático, o campo elétrico será nulo em todos os pontos do seu interior. Em pontos da superfície desse condutor o vetor E será perpendicular a ela (pontos B, C e D da ilustração anterior). c) Blindagem eletrostática Os fatos descritos nas seções a) e b) são válidosmesmo se o condutor for oco, isto é, se ele apresentar uma cavidade interna, como o bloco metálico mostrado na ilustração a seguir. Quando um bloco como este é eletrizado, as cargas elétricas tendem rapidamente a se localizar em sua superfície externa, distribuindo-se de modo a tornar nulo o campo elétrico em todos os pontos do interior do condutor, tanto na parte material quanto em sua cavidade. RESERVADO 38 Alta Competência E = 0 O campo elétrico no interior de um condutor eletrizado em equilíbrio eletrostático é nulo. Assim, uma cavidade no interior de um condutor é uma região que não será atingida por efeitos elétricos produzidos externamente, pois o campo elétrico nessa cavidade é sempre nulo e não há carga elétrica distribuída em sua parede (a carga se localiza na superfície externa do condutor). Por isso, um condutor oco pode ser usado para produzir uma “blindagem eletrostática”: quando se deseja proteger um aparelho qualquer contra influências elétricas externas pode-se envolvê-lo com uma capa metálica, isto é, colocá-lo em uma cavidade no interior de um condutor. Nessas condições, diz-se que o aparelho está blindado, porque nenhum fenômeno elétrico externo afetará o seu funcionamento. Um exemplo típico de blindagem em circuitos elétricos pode ser observado em cabos elétricos de controle e automação, que são envolvidos por uma capa metálica para evitar influências elétricas externas. Esse tipo de proteção é conhecido pela palavra inglesa “shield”, que significa blindagem. Por isso, é comum ouvir que esses cabos são “shildados”, numa tentativa de aportuguesamento da palavra “shield”. O poder de blindagem de uma capa metálica já era conhecido por Faraday que, para comprová-lo experimentalmente, realizou uma experiência que se tornou famosa. Tendo em suas mãos um eletroscópio, aparelho capaz de detectar presença de campo elétrico em uma região, Faraday entrou em uma gaiola metálica que foi a seguir altamente eletrizada por seu auxiliar. Apesar da superfície da gaiola não ser contínua, ela constitui uma blindagem bastante eficaz, de modo que Faraday nada sofreu nem observou qualquer deflexão nas folhas do eletroscópio. RESERVADO 39 Capítulo 1. Eletrostática Outro exemplo de blindagem eletrostática pode ser observado em um automóvel. Se houver uma descarga sobre a superfície metálica do carro, as cargas distribuem-se por sua superfície, não atingindo o seu interior. Por isso, um carro é considerado um local seguro se alguém se encontrar ao ar livre durante uma tempestade de raios. É importante lembrar que, embora seja muito mais seguro ficar dentro do que fora do automóvel, este não oferece proteção total contra raios, pois a descarga pode cair nos seus vidros, que não são condutores e podem não suportar a descarga. 1.4. Potencial elétrico Considere-se um corpo eletrizado criando um campo elétrico em volta dele e dois pontos A e B nesse campo, como mostra a ilustração a seguir: vA B ABv =T / q A F B q A diferença de potencial entre os pontos A e B é dada pela expressão VA-VB=TAB/q. Se uma carga de prova positiva q for abandonada em A, irá atuar sobre ela uma força elétrica devido ao campo. Se, sob a ação dessa força, a carga se desloca de A para B, a força elétrica realiza um trabalho sobre a carga designado TAB. Em outras palavras, TAB representa certa quantidade de energia que a força elétrica F transfere para a carga q em seu deslocamento. RESERVADO 40 Alta Competência VA – VB = TAB /q Uma grandeza muito importante no estudo dos fenômenos elétricos está relacionada com esse trabalho. Essa grandeza é denominada diferença de potencial entre os pontos A e B, sendo representada por VA-VB, e é definida pela seguinte relação: A diferença de potencial é também denominada tensão entre dois pontos. Pode ser representada por VAB ou, simplesmente, V. Assim, quando se diz que a tensão entre dois pontos é muito grande (alta tensão), significa que o campo elétrico realiza um trabalho grande sobre uma dada carga que se desloca entre esses pontos, ou seja, a carga recebe do campo uma grande quantidade de energia em seu deslocamento. A tensão é uma grandeza escalar, cuja unidade no Sistema Internacional é o joule por coulomb (1J/C). Esta unidade é denominada 1 volt (1V). O nome volt, escolhido para esta unidade, é uma homenagem ao físico italiano, Alessandro Volta (1754-1827), um pioneiro nos estudos relacionados à eletricidade. Ele foi o inventor da primeira bateria elétrica da história. 1.4.1. Sentido do movimento de uma carga Abandonando uma carga positiva no ponto A da ilustração, sabe- se que a força elétrica F que atua sobre ela estará dirigida para B. Logo, quando esta carga se deslocar de A para B, a força elétrica realizará sobre ela um trabalho positivo, isto é: TAB > 0. Como VA – VB = TAB/q, conclui-se que a diferença de potencial entre A e B também é positiva, ou seja, VA – VB > 0. Diz-se que o potencial de A é maior que o potencial de B. RESERVADO 41 Capítulo 1. Eletrostática A ilustração anterior (diferença de potencial entre pontos A e B) nos permite observar que a carga positiva se deslocou, sob ação da força elétrica, do ponto A, onde o potencial é maior, para o ponto B, onde o potencial é menor. Evidentemente, se uma carga negativa fosse abandonada entre os pontos A e B, ela iria se deslocar, sob ação da força elétrica, de B para A. Assim, pode-se concluir que uma carga positiva abandonada em um campo elétrico tende a se deslocar de pontos onde o potencial é maior para pontos onde ele é menor. Uma carga negativa tende a se mover em sentido contrário, isto é, de pontos onde o potencial é menor para pontos onde ele é maior. 1.4.2. Distribuição de cargas entre dois condutores Quando um condutor é eletrizado, as cargas elétricas distribuem-se pela sua superfície, levando-o ao estado de equilíbrio eletrostático. Nessa situação, todos os pontos do condutor estão em um mesmo potencial, seja em sua superfície ou no seu interior. No caso específico de uma esfera, o potencial em qualquer dos seus pontos é dado pela expressão: V = k0 *Q / R , onde: R é o raio da esfera e Q é a sua carga. Exemplo: Sejam dois corpos metálicos A e B, com cargas Q1 e Q2 e potencial V1 e V2. Se os potenciais dos corpos são diferentes, existe uma diferença de potencial entre eles. RESERVADO 42 Alta Competência Analise a ilustração a seguir: R R R R1RR A B A B BA Q Q 1 Q 2Q (a) (b) (c) Q Q Nas três situações existe diferença de potencial entre os corpos. Estabelecendo-se contato elétrico entre os condutores e sabendo- se que as cargas elétricas tendem a se mover de um ponto para o outro quando existe diferença de potencial entre eles, conclui-se que haverá passagem de cargas elétricas de um corpo para o outro. Como são os elétrons livres que se deslocam em um condutor metálico e as cargas negativas tendem a se deslocar de pontos de menor para pontos de maior potencial, os elétrons livres passarão do corpo de menor potencial para o de maior potencial, como podemos acompanhar na ilustração a seguir. R R R R RR R R A Q (a) (b) B A B A BA B Q Q 1 Q f Q f Q 2 Ao se estabelecer contato elétrico entre dois condutores com potenciais diferentes, existe transferência de elétrons do condutor de menor para o de maior potencial. Em virtude da transferência de elétrons, as cargas Q1 e Q2 e os potenciais V1 e V2 serão alterados e haverá um instante em que os potenciais dos dois condutores ficarão iguais. A partir desse instante RESERVADO 43 Capítulo 1. Eletrostática não haverá mais transferência de cargas de um condutor para o outro e eles terão atingido uma situação final de equilíbrio. É interessante notar