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livro sobre assoalho pelvico

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ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência 1
Número 2, dezembro 2010
Revista
FISIOTERAPIA
EM EVIDÊNCIA
issn 2178-1672
volume 4, número 2, 
julho/dezembro 2013
f a c u l d a d e
muito além do ensino
2 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência
Informações básicas
A Revista Fisioterapia em Evidência, ISSN 2178-1672, é uma publicação semestral 
do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco. Publicada desde 2010, adota o 
processo de revisão por especialistas (peer review), sendo cada artigo publicado após 
a aceitação dos revisores, mantidos no anonimato. Os conceitos e opiniões emitidos 
nos artigos são de inteira responsabilidade de seus autores. A submissão de artigos 
pressupõe que, com exceção dos resumos ampliados, não tenham sido publicados 
anteriormente nem submetidos a outra publicação.
O título abreviado da revista é Fisioter. Evid., forma que deve ser usada em bibliografias, 
notas de rodapé, referências e legendas bibliográficas.
A revista encontra-se gratuitamente disponível no site da Faculdade Dom Bosco.
Missão 
Publicar artigos originais de pesquisa cujo objetivo básico se refere ao campo de 
atuação profissional da fisioterapia e da reabilitação.
Ficha catalográfica
Revista Fisioterapia em Evidência/Faculdade Dom Bosco. vol. 4, n. 2 (2013). 
Curitiba: FDB, 2010
Semestral 
Sumários em inglês e português
ISSN 2178-1672
1. Fisioterapia – Periódicos. I. Faculdade Dom Bosco.
CDD 615.82
CDU 615.8
ISSN 2178-1672 
Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, p. 2, julho/dezembro 2013
Revista
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência 3
Editores responsáveis
Silvia Regina Valderramas (doutora)
svalderramas@uol.com.br
Salete do Rocio Cavassin Brandalize (mestre)
fisioterapia-faculdade@dombosco.com.br
Conselho editorial
Anna Raquel Silveira Gomes
Universidade Federal do Paraná – Curitiba-PR – Brasil
Ariani Cavazzani Szkudlarek (doutora)
Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil
Cassio Preis (mestre)
Faculdade Dom Bosco e PUCPR – Curitiba-PR – Brasil
Claudia Chaguri de Oliveira Pellenz (mestre)
Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil
Cristiane Gonçalves Ribas (mestre)
Faculdade Dom Bosco e PUCPR – Curitiba-PR – Brasil
Cristiane Regina Gruber (mestre)
Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil
Francisco Ernesto H. Zanardini (mestre)
Faculdade Dom Bosco, Uniandrade e Faculdade Espírita – Curitiba-PR – Brasil
Gilda Maria Grasse Luck (doutora)
Faculdade Dom Bosco e Facel – Curitiba-PR – Brasil
Isabel Cristina Bini (mestre)
Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil
Marcelo Kryczyk (doutor)
Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil
Marcia Maria Kulczycki (mestre)
Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil
Sandra Mara Meireles Adolph (doutora)
Universidade Federal de São Paulo – São Paulo-SP – Brasil
Editoração eletrônica
Comunicação Dom Bosco - comunicacao@sebsa.com.br
INFORMAÇÕES PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS
Todo o material a ser publicado deve ser submetido online por meio do site: 
www.fisioterapia.com.br/revista
ISSN 2178-1672 
Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, p. 3, julho/dezembro 2013
Revista
4 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência
Editorial ............................................................................................ 5
Artigo 1 ............................................................................................ 6
Análise comparativa entre eletroestimulação transvaginal e biofeedback 
para tratamento da incontinência urinária de esforço
Comparative analysis between transvaginal electrical stimulation and biofeedback 
to treatment of stress urinary incontinence
Artigo 2 .......................................................................................... 18
Atividades lúdicas na prevenção de agravos e na promoção da saúde em crianças 
asmáticas
Playful activities on illness’ prevention and health’s promotion in asthmatic children
Artigo 3 .......................................................................................... 27
Efeitos do isostretching na força dos músculos do assoalho pélvico
The effects of isostretching in the strength of the pelvic floor muscles
Artigo 4 .......................................................................................... 38
Confiabilidade intra e interexaminador nas medidas de amplitude de movimento 
na articulação do joelho com flexímetro e goniômetro universal
Intra and reliability measures in range of motion relationship with knee and fleximeter universal 
goniometer
Artigo 5 .......................................................................................... 47
Efeitos dos exercícios de estabilização lombar de core comparado 
aos exercícios da série de Willians sobre a dor e funcionalidade em adultos jovens 
com lombalgia crônica: ensaio clínico randomizado
Effects of core lumbar stabilization exercises compared with willians exercises series on the pain and 
function in adults with chronic low back pain: a randomized clinical trial
Normas para apresentação de artigos ....................................... 58
ISSN 2178-1672 
Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, p. 4, julho/dezembro 2013
Revista
Sumário
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência 5
“Quando os ventos de mudança sopram, algumas pessoas levantam barreiras, 
outras constroem moinhos”. 
Erico Verísssimo
Caros leitores,
Bons ventos sopram a favor da pesquisa na área de Fisioterapia.Afirmamos isso com base no aumento do número de publicações de 
fisioterapeutas brasileiros em revistas indexadas na base de dados Pubmed nos 
últimos anos — em 2012, foram 164 artigos publicados, comparados a apenas 7 
em 2000. 
Parece pouco, mas o Pubmed é a maior base de dados em saúde do mundo. Isso 
incentiva nosso trabalho, porque sabemos que o reconhecimento da Fisioterapia 
só virá por meio de evidências científicas, demonstradas por meio de pesquisa.
Além disso, a participação em congressos e eventos nacionais e internacionais tem 
sido cada vez mais frequente entre nossos pares. Neste ano, vários professores 
e acadêmicos do curso de Fisioterapia da FDB participaram de três importantes 
eventos — Congresso Sul-Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, XXIII Fórum 
Nacional de Ensino em Fisioterapia da ABENFISIO e Congresso Europeu de 
Respiratória. Parabenizamos os docentes e acadêmicos que estiveram envolvidos 
nestes eventos, e os incentivamos a participar, cada vez mais, da produção de 
evidências e conhecimento.
Quanto a nossa revista, está se adequando a algumas solicitações exigidas pela 
base de dados LATINDEX para obter a indexação. 
Que os bons ventos sejam bem-vindos.
Boa leitura!
Profa. Dra. Silvia Valderramas
ISSN 2178-1672 
Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, p. 5, julho/dezembro 2013
Revista
Editorial
6 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 1
Análise comparativa entre eletroestimulação 
transvaginal e biofeedback para tratamento da 
incontinência urinária de esforço
Comparative analysis between transvaginal eletrical stimulation 
and biofeedback to treatment os stress urinay incontinence
RESUMO
Introdução: segundo a International 
Continence Society (ICS), incontinência 
urinária é uma condição clinicamente 
demonstrada, na qual a perda involuntária de 
urina é um problema social ou de higiene. 
Objetivos: comparar os efeitos da 
eletroestimulação transvaginal e do biofeedback 
em mulheres com incontinência urinária de 
esforço (IUE), bem como seusefeitos sobre o 
ganho de força muscular e qualidade de vida. 
Materiais e métodos: estudo do tipo ensaio 
clínico prospectivo não randomizado, 
desenvolvido nas Clínicas Integradas da 
Faculdade Evangélica do Paraná. Foram 
avaliadas 16 mulheres com IUE, sendo 
9 submetidas ao biofeedback (BFB) e 7 à 
eletroestimulação (EE). Os resultados foram 
comparados por meio de mensuração da 
distância anovulvar, avaliação funcional do 
assoalho pélvico, perineometria e questionários 
de qualidade de vida ICIQ-SF e King’s Health 
Questionnaire. 
Resultados: houve ganho com o protocolo de 
aplicação, demonstrando que os dois recursos 
podem ser utilizados em um protocolo de 
tratamento para IUE. Ganhos estatisticamente 
significativos foram encontrados no grupo 
submetido ao BFB nas variáveis distância 
anovulvar (p = 0,02), contração máxima na 
perineometria (p = 0,05), 5 domínios do 
King’s Health Questionnaire e no ICIQ-SF 
(p = 0,03). Para o grupo submetido à EE, 
diferenças estatisticamente significantes 
foram encontradas em dois domínios do 
King’s Health Questionnaire e no ICIQ-SF (p 
= 0,01). Na comparação entre os dois grupos 
houve significância estatística somente na 
perineometria, na contração rápida máxima (p = 
0,00) e na resistência (p = 0,02). 
Conclusão: todas as variáveis estudadas 
apresentaram melhora após os dois 
procedimentos. Entretanto, sugere-se 
superioridade nos resultados encontrados 
com a aplicação do BFB, demonstrados na 
perineometria.
Palavras-chave: incontinência urinária de 
esforço, eletroestimulação transvaginal, 
biofeedback.
Raciele Ivandra Guarda Korelo1
Rafaeli Franco Rocha de Lima2
Vanessa Franco Monteiro2
Débora de Fátima Camillo2
Rafaella Costa Beleski Fabris3
Silvia Valderramas4
1Fisioterapeuta, docente do curso de Fisioterapia da UFPR.
2Fisioterapeutas formadas pela Faculdade Evangélica do Paraná.
3Fisioterapeuta, Faculdade Evangélica do Paraná.
4Fisioterapeuta, docente do curso de Fisioterapia da Faculdade 
Dom Bosco e da Faculdade Evangélica do Paraná.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência 7
ABSTRACT
Introduction: The International Continence 
Society (ICS) states that the urinary 
incontinence (UI) is a clinically proven 
condition in which the involuntary loss of urine 
is a social or hygiene problem. 
Objectives: The main goal of this research 
is to analyze comparatively the effects of 
transvaginal electrical stimulation and 
biofeedback in patients with stress urinary 
incontinence caused by excess of physical 
effort, and its effects on the gain of muscle 
strength and quality of life in women with 
urinary loss. 
Materials and methods: non-randomized 
prospective clinical trial, developed in the 
Clínicas Integradas da Faculdade Evangélica 
do Paraná. We analysed 16 women. 9 were 
submitted to the protocol research of biofeedback 
and 7 to electrical stimulation. The volunteers 
subjected to an analysis which included 
measuring the anus-vulvar distance with and 
without contraction, functional assessment of 
the pelvic floor (AFA); interpreted by the scale 
of Oxford, of contractions of the pelvic floor 
and application of questionnaires on quality of 
life: ICIQ-SF and King’s Health Questionnaire. 
Results: the group of electrical stimulation was 
50 years old (± 6.35) and 29.07 (± 4.11) for the 
biofeedback group. The comparison between the 
two groups was statistically significant only in 
terms of perineometry and there was clinical 
significance in the questionnaire on quality of 
life and other items considered. 
Final considerations: there was clinical 
improvement in muscle strength, perineal 
awareness and quality of life both in the 
electrical and in the biofeedback groups.
Artigo 1
Key words: stress urinary incontinence, 
transvaginal electrical stimulation, biofeedback.
Introdução
Segundo a International Continence Society 
(ICS), a incontinência urinária (IU) é uma 
condição clinicamente demonstrada, na qual 
a perda involuntária de urina é um problema 
social ou de higiene (1). Apresenta baixos 
índices de mortalidade, porém altos índices de 
comorbidade, principalmente no que se refere ao 
aspecto psicossocial do indivíduo acometido (2). 
Apesar do impacto que essa patologia 
proporciona, algumas mulheres não 
procuram ajuda médica. Segundo Guarisi 
(3), apenas 40% das mulheres de seu estudo 
procuraram assistência de um médico quando 
apresentaram os sintomas de IU. 
A incidência da IU é variável e aumenta com a 
idade. A partir dos 20 anos, 23% das mulheres 
possuem distúrbios urinários, já entre 45 a 64 
anos a taxa é de 57% (2). 
De acordo com a ICS (2,4), dentre os 
distúrbios miccionais de armazenamento 
estão a incontinência urinária de esforço – IUE 
(perda relacionada ao aumento da pressão 
intra-abdominal), incontinência urinária de 
urgência – IUU (perda relacionada à contração 
desordenada do detrusor) e incontinência 
urinária mista – IUM (associação das duas 
perdas anteriores). 
Mais de três partos, histerectomia e 
institucionalização são aspectos relacionados 
com o aumento da incidência de IUE (4). 
Outros fatores, como idade avançada, 
obesidade, cirurgia pélvica, partos vaginais, 
trabalhos ou exercícios de grande esforço, 
constipação, tosse crônica ou outra condição 
capaz de elevar a pressão intra-abdominal, 
8 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 1
também podem ocasionar IUE (5). Tais fatores 
alteram a continência urinária, definida como 
capacidade normal do indivíduo de acumular a 
urina com controle consciente sobre o tempo e 
o lugar para urinar (6).
Há vários tratamentos com o intuito de 
restabelecer a função dos músculos e nervos 
que compõem o assoalho pélvico. Entre 
as técnicas não cirúrgicas assinalam-se a 
eletroestimulação, os cones vaginais, os 
exercícios perineais e o biofeedback (7) . 
Os primeiros efeitos da estimulação elétrica 
na musculatura do assoalho pélvico foram 
descritos por Bors em 1952. Caldwel, onze anos 
mais tarde, implantou eletrodos cirurgicamente 
na musculatura periuretral de pacientes com 
recidiva de IUE. Apesar de eficaz, seu trabalho 
foi limitado pela complexidade da técnica, 
tornando-se inviável a aplicação rotineira. Os 
trabalhos de Fall, da escola sueca, na década de 
1970, lançaram as bases da eletroestimulação 
nas incontinências urinárias. Nessa mesma 
década, surgiram as primeiras sondas vaginais 
e anais (4,8) acopladas no circuito externo, para 
estimulação do assoalho pélvico.
A eletroestimulação é utilizada para 
tratamento de diversos tipos de IU. É possível 
que a eletroestimulação aumente a pressão 
intrauretral devido à estimulação direta dos 
nervos eferentes para musculatura periuretral. 
Também aumenta o fluxo sanguíneo para 
músculos da uretra e do assoalho pélvico e 
melhora a função das fibras musculares (7). 
Dependendo da frequência e intensidade 
utilizada no tratamento, a eletroestimulação 
inibe o detrusor, diminuindo o número de 
micções e, assim, aumenta a capacidade vesical 
(9). A estimulação vaginal é mais eficaz que a 
cutânea e mais confortável para as pacientes 
que a anal. Por isso, é a mais recomendada 
forma de aplicação (10).
As contraindicações são gravidez, infecções 
vaginais, diminuição da percepção sensorial 
da vagina, infecção urinária, arritmia cardíaca 
e menstruação. A corrente elétrica deve ser 
ajustada de modo que possa ser sentida, mas 
não seja desagradável para a paciente; deve ser 
suficiente para que a contração da musculatura 
pélvica seja percebida durante a estimulação(10,11).
O biofeedback (BFB) surgiu como recurso 
terapêutico em 1951, sob a influência de Kegel. 
Foi definido pela ICS como “uma técnica que 
faz parte do processo fisiológico da paciente, 
tendo, tanto a paciente quanto o terapeuta, 
uma resposta através de um estímulo visual, 
auditivo e/ou tátil” (perineômetro por pressão 
ou eletromiograma, toque digital ou cones 
vaginais) (9,12).
Com o objetivo de auxiliar na facilitação 
proprioceptiva das contrações voluntárias 
do assoalho pélvico, o BFB é aplicado junto a 
outras técnicas reeducativas, e sugerido como 
ferramenta para ensinar o paciente a realizar o 
exercício corretamente, modificando uma resposta 
inadaptada e proporcionando treinamento 
cognitivo da musculatura perineal (9).
Segundo Aksac et al. (13), o biofeedback é 
mais eficiente para o fortalecimento da 
musculatura do que a palpação digital, que 
também apresenta resultados positivos para 
o tratamento da IU. Ao comparar as pacientes 
que se submeteram ao tratamento com o 
biofeedback e as que não efetuaram nenhum tipo 
de intervenção além da reposição hormonal, 
que era efetuada pelas pacientes de todos 
os grupos, os pesquisadores encontraram 
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência 9
Artigo 1
resultado favorável ao biofeedback. 
Tanto o biofeedback quanto a eletroestimulação 
transvaginal apresentam bons resultados 
em pesquisas que testam suas eficácias 
isoladamente, porém, poucos estudos 
comparativos foram realizados. Portanto, o 
que justifica esta pesquisa é a necessidade 
de averiguar qual das técnicas em questão 
atinge resultados superiores e mais rápidos 
para o tratamento da incontinência urinária, 
de forma a contribuir na escolha do recurso a 
ser adotado por fisioterapeutas no treino da 
musculatura do assoalho pélvico.
A incontinência urinária é uma condição 
negativa para o bem-estar social, a autoestima 
e a qualidade de vida feminina. É um problema 
que acomete mulheres de todas as idades em 
proporções significativas. Por isso, é necessário 
pesquisar as formas mais eficientes de 
tratamento para elas.
Sendo assim, o objetivo principal desta 
pesquisa é analisar comparativamente os 
efeitos da eletroestimulação transvaginal e do 
biofeedback em pacientes com incontinência 
urinária de esforço, bem como seus efeitos 
sobre o ganho de força muscular e a qualidade 
de vida de mulheres com perda urinária.
Materiais e métodos
Realizou-se um estudo do tipo ensaio clínico 
prospectivo e não randomizado, nas Clínicas 
Integradas da Faculdade Evangélica do Paraná. 
O estudo foi previamente aprovado pelo 
Comitê de Ética em Pesquisa da Sociedade 
Beneficente de Curitiba (protocolo n° 7660/07). 
As voluntárias, todas pacientes do SUS 
(Sistema Único de Saúde), foram selecionadas 
da lista de espera das Clínicas Integradas de 
Fisioterapia da Faculdade Evangélica do Paraná 
e encaminhadas pelo Ambulatório de IU do 
HUEC – Hospital Universitário Evangélico 
de Curitiba e do SAS (Secretaria de Atenção à 
Saúde) para o Evangélico Centro Médico, com 
o diagnóstico clínico de incontinência urinária 
de esforço. 
Foram avaliadas 16 mulheres, na faixa etária 
entre 38 e 63 anos, com diagnóstico clínico 
confirmado por meio do estudo urodinâmico, 
sendo 9 submetidas ao protocolo da pesquisa 
de biofeedback e 7 à eletroestimulação. A idade 
média das voluntárias do grupo biofeedback foi 
de 46,3 ± 7,10, e do grupo eletroestimulação, de 
50 ± 6,35.
As pacientes foram inclusas no estudo após 
concordar e assinar o Termo de Consentimento 
Livre e Esclarecido (APÊNDICE 1). 
Foram excluídas do estudo mulheres que 
apresentassem prolapso grau III, cirurgia 
pélvica em um período menor que seis meses, 
pacientes com marcapasso ou dispositivo 
contraceptivo (DIU), grávidas, com tumor 
intrapélvico e/ou corrimento vaginal.
As voluntárias foram submetidas aos 
seguintes procedimentos: mensuração da 
distância anovulvar com e sem contração, 
avaliação funcional do assoalho pélvico 
(AFA) interpretado pela escala de Oxford, 
avaliação das contrações do assoalho pélvico 
com o aparelho Perina-Biofeedback da marca 
QUARK e aplicação dos questionários de 
qualidade de vida ICIQ-SF (14) e King’s Health 
Questionnaire (15,16).
Previamente, a voluntária foi orientada sobre a 
musculatura do assoalho pélvico e suas funções 
relacionadas ao controle miccional (3). 
O teste de aproximação ou distância anovulvar 
10 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 1
consiste em observar a distância entre o 
clitóris e o esfíncter anal antes e durante 
uma contração, com a voluntária em posição 
ginecológica. Se a contração for fraca, a 
aproximação será menor que 2 cm e a paciente 
será incapaz de produzir qualquer movimento 
no períneo. Esse exame avalia de forma 
subjetiva a força de contração do assoalho 
pélvico da mulher (7). 
Para realização da AFA, a voluntária foi colocada 
em posição ginecológica e orientada a contrair os 
músculos do assoalho pélvico. A graduação da 
força foi feita de acordo com a Escala de Oxford, 
citada por Henscher (17). A graduação de força 
da musculatura profunda do períneo (elevador 
de ânus) foi feita com os dedos flexionados, e da 
musculatura superficial (bulboesponjoso), com os 
dedos estendidos (17, 18).
A perineometria foi utilizada para avaliar a 
força e sustentação dos músculos do assoalho 
pélvico. Com a voluntária em posição 
ginecológica, a sonda foi introduzida no 
canal vaginal e insuflada até a mulher referir 
leve pressão, então o aparelho foi ligado e 
ajustado na posição zero. Em seguida, foram 
realizados os seguintes procedimentos: 
contração rápida máxima – avalia a capacidade 
de fechamento do esfíncter (a voluntária 
deveria contrair a musculatura o máximo 
que conseguisse por cinco vezes; calculou-se 
a média entre elas); contração prolongada – 
demonstra a capacidade de manter as vísceras 
do assoalho pélvico (a voluntária deveria 
realizar a contração do assoalho pélvico e 
mantê-lo contraído pelo máximo de tempo 
possível A pesquisadora registrou o tempo 
que a voluntária manteve a contração. O teste 
era interrompido quando a voluntária não 
conseguia mais realizar contrações iguais 
à inicial, em 50% do tempo ou do valor da 
pressão registrados. Foi registrado o tempo 
médio de contração); contrações máximas 
rápidas – avalia a resistência das fibras de 
contração rápida (a voluntária deveria realizar 
contrações máximas rápidas por 1 segundo, 
sendo o teste interrompido quando a voluntária 
não atingia 50% da força da contração inicial), 
registrando o número de repetições (7). Ao 
final, a sonda foi desinsuflada e, em seguida, 
retirada da voluntária, seguindo-se então os 
procedimentos para assepsia do material.
Após avaliação, as mulheres foram divididas 
aleatoriamente em dois grupos para o 
estudo, sendo realizadas 10 aplicações. Os 
equipamentos para o estudo foram cedidos 
pela empresa QUARK, sendo previamente 
calibrados pela própria empresa.
A eletroestimulação foi realizada com a 
voluntária em posição ginecológica. A sonda do 
aparelho Dualpex 961 URO, marca QUARK, foi 
introduzida com gel condutor à base de água 
em toda sua extensão, respeitando o ângulo de 
30 graus da vagina a partir do canal vaginal. Os 
parâmetros utilizados foram corrente bifásica, 
frequência de 65 Hz, largura de pulso de 500 μs; 
tempo de contração de 8 segundos (sendo 2s 
de subida, 4s de sustentação e 2s de descida); e 
16 segundos de relaxamento (programa 08 do 
equipamento, sem possibilidade de mudançanos parâmetros) por 30 minutos. A intensidade 
foi regulada de acordo com a percepção da 
voluntária na contração máxima tolerável, sem 
lhe causar dor. Esses parâmetros tiveram por 
finalidade fortalecer a musculatura fásica. 
O biofeedback também foi realizado com a 
voluntária em posição ginecológica. Sob a 
sonda foi utilizado um preservativo sem 
lubrificante, e acrescentado gel lubrificante 
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência 11
Artigo 1
a base de água da marca KY®. O aparelho 
Perina-Biofeedback pode ser programado para 
tratamento que consiste em OBJETIVO, em 
que determinada pressão em cmH2O deve 
ser alcançada para que se inicie o tempo de 
contração; WORK, que era de 8 segundos (valor 
semelhante ao da eletroestimulação para fins 
comparativos); e tempo de relaxamento (REST), 
de 16 segundos, por 30 minutos. O objetivo a 
ser cumprido a cada dia era estipulado com 
base na primeira contração máxima do mesmo 
dia, que era de 75%.
No final dos 10 atendimentos, realizados 
duas vezes por semana com duração de 40 
minutos cada, a voluntária foi reavaliada com 
os mesmos itens da avaliação. O tratamento 
total consistiu de 12 atendimentos somando 
seis semanas em média — avaliação inicial, 
intervenção e avaliação final. A avaliação inicial 
e a final foram feitas pelo mesmo avaliador.
Se a queixa da voluntária persistisse ou os 
resultados da avaliação final não fossem 
satisfatórios, a mulher era automaticamente 
encaminhada ao grupo de tratamento 
fisioterapêutico para incontinência urinária 
e disfunções sexuais femininas nas Clínicas 
Integradas da Faculdade Evangélica do Paraná.
Análise estatística 
Para análise e cálculo dos dados, foi utilizado 
o programa Statistical Package for the Social 
Sciences (SPSS) versão 10.0. Os gráficos 
apresentados foram gerados por esse programa 
e também pelo Excel.
A análise da relação entre as variáveis 
quantitativas foi realizada por meio do 
Wilcoxon. O cálculo para as associações 
entre as variáveis quantitativas e qualitativas 
dicotômicas foi realizado por meio do teste T 
de student. O nível de significância foi fixado 
em p ≤ 0,05. 
Resultados
As 16 voluntárias foram divididas 
aleatoriamente em dois grupos — 7 (43,8%) 
integraram o grupo eletroestimulação (EE), e 
9 (56,3%), o biofeedback (BFD). A idade média 
para o grupo da eletroestimulação foi de 
50 ± 6,35 anos, sendo o índice de massa 
corporal (IMC) médio de 26,73 ± 2,63 para a EE e 
29,07 ± 4,11 para o BDF. A maior parte da amostra 
dos dois grupos faz uso de 1 a 3 medicamentos, 
sendo 57,1% e 66,7% respectivamente. Quanto 
à escolaridade, as voluntárias dos dois grupos 
têm, na maioria, o 1º grau completo, sendo 
57% (4) das voluntárias da EE e 33% (3) das 
voluntárias do BDF. A maioria das voluntárias 
é casada, chegando a 85% para o grupo EE e 
66% para o BFD. Das mulheres investigadas, 
28% da EE dizem ser tabagistas contra 
nenhuma voluntária do BDF. Além disso, 42% 
voluntárias da EE dizem ser sedentárias contra 
55% do BDF.
A idade média da menarca dessas voluntárias 
foi semelhante nos dois grupos, sendo de 
12,71 ± 1,49 para o grupo EE, e 12,11 ± 1,69 
para o BFD. Das 7 voluntárias do grupo EE, 
4 (57,1%) estavam na pós-menopausa; das 9 
voluntárias do grupo BFD, 3 (33,3%) estavam 
nessa fase. 
A maioria das mulheres dos dois grupos 
teve problemas no parto (uso de fórceps, 
pré-eclampsia, trabalho de parto muito 
demorado), sendo 71,42% para o grupo 
EE e 55,55% para o grupo BFD. Na relação 
sexual, 2 (28,57%) voluntárias do grupo EE 
apresentavam perdas urinárias e 1 (11,11%) do 
BFB tinha episódios de perdas urinárias.
12 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 1
Quanto às características miccionais, 42,85% 
das voluntárias do grupo EE e 11,11% das 
do grupo BFD revelaram a presença de pelo 
menos um episódio de dor na micção durante 
a vida; 77,77% das voluntárias do BFD 
relataram sensação de resíduo na bexiga após 
a micção contra 57,14% da EE. O jato era do 
tipo contínuo na maioria das voluntárias dos 
dois grupos, sendo 71,42% no grupo da EE 
contra 88,88% do grupo do BFD. A maioria das 
voluntárias relatou perder uma colher de chá 
de urina, sendo que no grupo da EE eram em 
número de 4 e no grupo do BFD, 5 voluntárias.
No grupo EE, o uso da musculatura sinergista 
associada à contração perineal diminuiu em 
todos os grupos musculares avaliados na 
pós-intervenção, porém nenhuma voluntária 
conseguiu isolar a contração perineal na 
reavaliação. No grupo BFD, a contração 
isolada esteve presente em 33,3% das mulheres 
investigadas antes da intervenção, e esse 
número aumentou para 55,5%. Também houve 
diminuição do uso da musculatura acessória, 
exceto da musculatura adutora de coxa, que se 
manteve em 44,4% das mulheres investigadas. 
Na palpação para verificação da resistência do 
centro tendíneo do períneo, de modo geral, 
houve melhora nos dois grupos. A resistência 
classificada como boa passou de 0% para 
28,60% no grupo EE, enquanto um centro 
tendíneo sem nenhuma resistência caiu de 
14,30% para 0% no mesmo grupo. No grupo 
BFD, a resistência boa aumentou de 22,20% 
para 33,30%.
Houve melhora nos valores dos dois grupos de 
intervenção quanto à resposta na avaliação da 
distância anovulvar, porém foi estatisticamente 
significante somente para biofeedback (p = 0,02). Na 
comparação entre os dois grupos obteve-se o valor 
de p = 0,81, não sendo, portanto, estatisticamente 
significativo.
Na AFA, a maioria das voluntárias do grupo EE 
concentrou-se na graduação 2 e 3 da Escala de 
Oxford para musculatura superficial, somando 
85,8%, depois da intervenção — 57,1% das 
voluntárias encontravam-se na graduação 
4 dessa mesma escala. Para a musculatura 
profunda, mais de 70% das voluntárias desse 
mesmo grupo encontravam-se na graduação 3, 
sendo que quase 58% dessa mesma amostra foi 
para a graduação 4 após intervenção.
No grupo BFD, a graduação 3 concentrava 
44,4% da amostra desse grupo; após 
intervenção, quase 70% das voluntárias foram 
para a graduação 4, sendo que uma voluntária 
encontrava-se na graduação 5. Antes da 
intervenção, o grupo encontrava-se dividido 
igualmente na graduação 2, 3 e 4. Após a 
intervenção, cinco pacientes foram para a 
graduação 4 e uma paciente para a graduação 5 
de força muscular. 
Comparando-se os grupos eletroestimulação e 
biofeedback, não houve melhora estatisticamente 
significativa. O toque da musculatura 
superficial ficou com p = 0,35, enquanto a 
musculatura profunda, p = 0,88.
A Tabela 1 e as Figuras 1, 2 e 3 mostram que 
houve melhora em praticamente todos os 
itens avaliados por meio da perineometria 
(contração rápida máxima, contração 
prolongada e resistência), sendo que o grupo 
da EE não obteve melhora no item resistência. 
Na comparação entre os dois grupos, houve 
significância nos resultados obtidos com 
a contração rápida máxima (p = 0,00) e a 
resistência (p = 0,02), sugerindo superioridade 
de efeito com a aplicação do biofeedback.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência 13
Tabela 1: Perineometria 
 Eletroestimulação (n = 7) Biofeedback (n = 9) Valor de p
 Pré Pós Pré Pós 
Contração 9,59 10,81 20,57 31,11
rápida máxima, ± ± ± ± 0,00*
cmH2O 6,46 8,55 13,11 16,13 
Contração 11,26 13,61 17,93 18,89
prolongada, ± ± ± ± 0,22
seg. 9,05 7,07 15,32 9,39 
Resistência, 15,71 9,71 15,56 20,89
n° de repetições ± ± ± ± 0,02*
 17,15 4,19 11,83 11,64
Fonte: Dados da pesquisa2008 *p < 0,05
As dezesseis mulheres submetidas às 
intervenções obtiveram diminuição dos valores 
em todos os itens avaliados por meio do King´s 
Health Questionaire, o que revela melhora 
na qualidade de vida. Foram estatisticamente 
significativos para eletroterapia somente os itens 
impacto da incontinência (p = 0,04) e medidas 
de gravidade (p = 0,03); e para biofeedback o item 
percepção geral de saúde 
(p = 0,02), impacto da incontinência (p = 0,01), 
limitação das AVD´s (p = 0,02), emoções 
(p = 0,02), sono (p = 0,03) e medidas de gravidade 
(p = 0,01). Entretanto, não houve diferença 
significativa na comparação entre os grupos.
Os dados obtidos por meio do questionário 
ICIQ-SF revelaram melhora significativa 
na qualidade de vida das pacientes após 
tratamento com as duas técnicas, eletroterapia 
(p = 0,03) e biofeedback (p = 0,01), entretanto, 
sem diferença significativa entre os dois 
grupos. Quanto ao questionamento referente 
às ocasiões de perda, a melhora foi mais 
expressiva para o BFD; entretanto, na 
comparação entre os dois grupos, não houve 
diferença significativa. 
Discussão 
Um dos principais objetivos do tratamento 
fisioterapêutico da IUE é o fortalecimento dos 
músculos do assoalho pélvico, pois a melhora 
da força e da função dessa musculatura 
favorece a contração consciente e efetiva 
durante o aumento da pressão abdominal, 
evitando-se assim as perdas urinárias. Também 
colaboram positivamente na melhora do tônus 
e das transmissões de pressões da uretra, 
reforçando o mecanismo de continência 
urinária.
No presente estudo, a eletroestimulação e o 
biofeedback apresentaram resultados positivos 
não só para o ganho de força muscular, 
comprovados pela distância anovulvar, 
AFA e perineometria, mas, sobretudo, 
para a conscientização na contração dessa 
musculatura, que pode ser observada por meio 
de menor uso da musculatura sinergista e da 
apneia na avaliação. 
O assoalho pélvico é composto 
predominantemente por fibras musculares de 
contração lenta ou tipo I, que são responsáveis 
pela manutenção do tônus. Os outros 30% 
são constituídos de fibras de contração 
rápida e de baixa resistência. Na IUE, as 
fibras mais acometidas são as de contração 
rápida. A contração voluntária do assoalho 
pélvico age mais especificamente nas fibras 
do tipo II, fazendo com que se hipertrofiem, 
potencializando a força de contração perineal (19). 
Segundo Chiarelli apud Capelini (20), a 
incontinência urinária possui etiologia 
multifatorial, incluindo anormalidades 
funcionais e na inervação do assoalho pélvico e 
das estruturas músculo-conjuntivas. Inúmeros 
estudos sobre tratamento da incontinência 
urinária com exercícios de fortalecimento 
dos músculos do assoalho pélvico têm sido 
apresentados desde que Kegel, na década de 
1950, atribuiu à hipotonia desses músculos, 
Artigo 1
14 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência
fator relevante no surgimento da incontinência 
urinária. A efetividade do treinamento 
dos músculos do assoalho pélvico já foi 
demonstrada em diversos estudos, assim como 
outros têm mostrado que esse treinamento 
pode ser seguro e eficaz. 
A IUE resulta da disfunção do mecanismo de 
fechamento uretral (intrínseco) ou do mecanismo 
de suporte (extrínseco) ou uma combinação 
de ambos. A disfunção do mecanismo de 
fechamento intrínseco pode ser devida à 
atrofia do corpo esponjoso uretral (exemplo: 
pós-menopausa) (21,22). O hábito de fumar 
causa significativo aumento na pressão vesical 
devido à tosse, bem como componentes do 
tabaco causam deficiência no estrógeno, o que 
acelera o processo de menopausa; assim, nas 
fumantes, a menopausa, que é um fator de risco 
para a IU, acontece de 1 ano até 1 ano e meio 
mais cedo (22). Nos dois grupos de intervenção 
existiam mulheres na pós-menopausa; no grupo 
submetido à intervenção com eletroestimulação, 
as voluntárias nessa etapa da vida somavam 
57,1% contra 33,3% do grupo biofeedback. As 
fumantes estavam presentes somente no grupo 
EE (28,5%). 
A disfunção do mecanismo de suporte 
extrínseco pode ser acusada pelo 
enfraquecimento dos músculos do assoalho 
pélvico (devido à inatividade ou ao desuso 
e/ou a danos das fibras nervosas locais) 
ou ruptura das fibras musculares e tecido 
conectivo do assoalho pélvico e/ou por danos 
da fáscia endopélvica (exemplo: durante parto 
traumático) (21). É sabido que número de 
partos vaginais elevado, bebês muito grandes, 
partos traumáticos, inatividade da musculatura 
perineal (como na inatividade sexual) são fatores 
que predispõem a mulher à perda urinária. 
O peso do recém-nascido, tanto durante a 
gravidez quanto no parto vaginal, influenciam o 
aumento da prevalência de IU. Esse fator pode 
estar relacionado com o aumento da pressão 
intra-abdominal, e, consequentemente, com o 
aumento da pressão intravesical. Além disto, 
existe o risco de lesão do assoalho pélvico 
durante o parto vaginal (22). Esses fatores 
predisponentes foram mais frequentes no grupo 
EE, sendo que a média de partos normais foi 
semelhante entre os dois grupos, o peso do 
maior bebê ficou com média e desvio-padrão 
de 2970±1342,74 para EE contra 2327,77±1771,14 
para biofeedback, cinco voluntárias tiveram 
problemas no parto, tendo uma usado fórceps. 
Quanto à vida sexual, 77,7% das mulheres do 
grupo BFD têm vida sexual ativa, contra apenas 
42,85% do grupo da EE. 
A gravidade da IUE depende não apenas das 
condições do assoalho pélvico, mas também 
de postura, respiração, movimento, bem como 
das condições gerais físicas e psicológicas. 
Alguns autores sugerem que a reeducação 
bem-sucedida do assoalho pélvico depende 
da gravidade da IUE (21). A reeducação pode 
acontecer por meio do trabalho proprioceptivo 
dessa musculatura com a consciência da 
contração, para a paciente aprender a contração 
adequada. Alguns autores justificam a 
utilização da eletroestimulação e do biofeedback 
para essa reeducação (8,11,21).
A eletroestimulação enfoca a reabilitação 
da atividade reflexa pela excitação dos 
nervos pudendos com a finalidade de criar 
contração da MAP, portanto, a fisioterapia 
tem pouco efeito em musculaturas com 
inervação danificada ou diminuída, além 
de outras alterações relacionadas à idade e 
ao tecido conjuntivo. Esses fatores afetam 
Artigo 1
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência 15
Artigo 1
adversamente o resultado ou o benefício 
potencial das intervenções fisioterápicas 
(21). Todas as voluntárias que fizeram parte 
desse estudo possuíam inervação de assoalho 
pélvico íntegra, que foi avaliada por meio 
da presença dos reflexos. Curiosamente, o 
grupo da eletroestimulação, que apresentou 
inferioridade nos resultados, é um grupo mais 
velho, indicando comprometimento maior no 
tecido conjuntivo.
Atualmente, a constipação intestinal tem sido 
estudada como fator que aumenta o risco de 
IU em mulheres. A constipação crônica afeta 
a função urológica; o estiramento do reto 
pode comprimir a bexiga, contribuindo para a 
retenção urinária, causando infecção do trato 
urinário e, frequentemente, a força realizada 
durante a evacuação intestinal pode lesar a 
musculatura pélvica e, por meio da distensão, 
traumatizar e causar isquemia muscular (22). É 
nítido que no grupo submetido à EE, 57,14% da 
amostra sofre com o problema de constipação 
intestinal, contra 33,3% do BFB (21,22).
Os resultados obtidos com essa pesquisa 
foram melhores para o grupo biofeedback, pois 
na comparação entre os dois grupos apósintervenção, houve significância estatística no 
item nunca do questionário ICIQ-SF (p = 0,05), 
na perineometria com avaliação da resistência/
número de repetições (p = 0,023) e no item que 
avaliou a contração rápida máxima (p = 0,007) 
dessa musculatura. 
O tipo de treinamento escolhido representou 
melhora importante no que diz respeito 
apenas às contrações rápidas e à resistência. O 
protocolo aplicado utilizou parâmetros para o 
treinamento principalmente das fibras rápidas 
ou fásicas, tendo em vista que as mulheres 
selecionadas para o estudo sofriam com 
incontinência urinária de esforço.
Vale ressaltar que as duas técnicas promoveram 
melhora das pacientes em relação à de 
perda urinária, apesar de não terem sido 
estatisticamente significantes, e no quesito 
qualidade de vida no ICIQ-SF, sendo, portanto, 
indicadas para o tratamento da IUE feminina. 
Continuidade ao estudo deve ser dada, tendo 
em vista o número reduzido da amostra, 
para a maior fidedignidade dos resultados, 
eliminando as discrepâncias na amostra 
em relação à idade e às disfunções fecais 
associadas, que podem ter induzido os 
resultados superiores à utilização do BFB.
Latthe, Foon e Khan (22), em revisão 
sistemática para avaliar o tratamento 
conservador da IUE, publicada em 2008, 
encontraram apenas 13 artigos com rigor 
científico, dos quais apenas 2 (15,4%) foram 
considerados de alta qualidade, 8 (61,5%), 
de moderada qualidade e 3 (23,1%), de baixa 
qualidade. A conclusão desses autores foi que 
os trabalhos sobre tratamento conservador 
da IUE não são adequados para gerar 
recomendações absolutas para a prática, pois 
são metodologicamente fracos ou incapazes de 
produzir resultados confiáveis.
A Sociedade Internacional de Continência 
recomenda que todas as pesquisas de 
incontinência urinária tenham pelo menos um 
instrumento para avaliar a qualidade de vida 
das voluntárias, antes e após a intervenção. 
Foi, portanto, utilizado o King´s Healthy 
Questionarie e o ICIQ-SF, por este avaliar tanto 
o impacto da incontinência nos diferentes 
aspectos da qualidade de vida, como os 
sintomas do trato urinário baixo percebidos 
pelas pacientes. 
16 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência
Com o presente estudo, pode-se concluir que 
tanto a eletroestimulação quanto o biofeedback 
promovem melhora na qualidade de vida das 
mulheres, observada pelos dois questionários 
aplicados, com valores estatisticamente 
significantes, porém, sem diferenças nos 
ganhos entre os dois grupos. Tendo em vista 
os resultados obtidos, sugere-se que as duas 
intervenções sejam utilizadas no tratamento da 
IUE feminina.
Finalmente, observa-se que os estudos sobre 
IU ainda são de difícil realização, tendo em 
vista as dificuldades na seleção da amostra 
e no rigor metodológico da pesquisa, além 
da impossibilidade de comparação entre 
métodos de tratamento diferentes, em virtude 
da variedade das opções nos parâmetros 
determinados. 
Conclusão
Conclui-se serem necessárias mais pesquisas 
nessa área da Fisioterapia, para que os 
profissionais possam escolher o tratamento 
mais adequado e fidedigno para as pacientes.
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Artigo 1
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Artigo 2
Atividades lúdicas na prevenção de agravos 
e na promoção da saúde em crianças asmáticas
Playfulactivities on illness’ prevention and health’s 
promotion in asthmatic children
RESUMO
Introdução: não está claro na literatura se 
a prática de exercícios físicos associados 
à educação do paciente asmático e seus 
cuidadores é eficaz no tratamento da asma. 
Objetivos: analisar os efeitos dos exercícios 
fisioterapêuticos associados à educação dos 
pacientes e cuidadores sobre as medidas mais 
adequadas a serem tomadas durante crises e, 
principalmente, como evitá-las por meio do 
controle ambiental e de outros cuidados sobre 
a frequência cardíaca, frequência respiratória, 
pico de fluxo expiratório e mobilidade torácica. 
Material e métodos: o estudo foi desenvolvido 
em uma Unidade Municipal de Saúde de 
Curitiba. Participaram 10 crianças com 
diagnóstico clínico de asma e seus respectivos 
responsáveis. As crianças foram submetidas 
a um programa de exercícios físicos e 
respiratórios durante três meses, composto 
por aquecimento, exercícios respiratórios 
associados a brincadeiras, exercícios aeróbicos 
e alongamento. A educação em saúde foi 
desenvolvida por meio de aulas interativas e 
reprodução gráfica de materiais de apoio.
Resultados: após o tratamento, os resultados 
demonstraram melhora significante nos 
pacientes para todas as variáveis avaliadas: 
frequência cardíaca (87,0 ± 9,94 vs 76,8 ± 9,0, 
p < 0,01) e frequência respiratória (19,6 ± 
4,40 vs 15,6 ± 3,50, p = 0,03), pico de fluxo 
expiratório (219,5 ± 74,10 vs 255,6 ± 68,42, p < 
0,01) e mobilidade torácica axilar (4,8 ± 1,55 vs 
8,0 ± 4,22, p = 0,01), xifoidiana (4,0 ± 2,21 vs 7,0 
± 2,2, p < 0,01) e abdominal (1,0 ± 3,80 e 9,0 ± 3,43, 
p < 0,01). 
Conclusão: exercícios físicos associados a um 
plano educativo proporcionaram melhora da 
frequência cardíaca e respiratória, pico de fluxo 
expiratório e mobilidade torácica, bem como 
parecem contribuir para agregar informações 
pertinentes à prevenção de agravos e à 
promoção de saúde das crianças asmáticas.
Palavras-chave: asma, exercício físico, 
educação, fisioterapia.
ABSTRACT
Introduction: it is not clear in the literature 
whether the practice of physical activity 
associated with educating asthmatic patients 
and their caregivers are effective in the 
treatment of asthma. 
Objectives: to analyze the effects of 
physiotherapy exercises associated with 
Letícia Bisinella Fanini Silva1 
Raciele Ivandra Guarda Korelo2 
Salete Brandalize3 
Silvia Valderramas4
1Fisioterapeuta, especialista em Saúde da Família.
2Fisioterapeuta, docente do curso de Fisioterapia da UFPR.
3Fisioterapeuta, docente do curso de Fisioterapia da 
Faculdade Dom Bosco.
4Fisioterapeuta, docente do curso de Fisioterapia da 
Faculdade Dom Bosco e da Faculdade Evangélica do Paraná.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência 19
Artigo 2
educating patients and caregivers on the most 
appropriate measures to be taken during crises 
, and especially how to prevent them through 
environmental control and other care on heart 
rate, respiratory rate, peak expiratory flow and 
thoracic mobility. 
Material and methods: the study was 
conducted in a Unit of Health of Curitiba. A 
total of 10 children diagnosed with asthma 
and their guardians. The children underwent a 
program of physical and breathing exercises for 
three months, comprising: heating, breathing 
exercises associated with pranks, cardio and 
stretching. Health education was developed 
through interactive lessons and graphic 
reproduction of materials. 
Results: after treatment, the results showed 
significant improvement for all variables: heart 
rate (87.0 ± 9.94 vs 76.8 ± 9.0, p < 0.01) and 
respiratory rate (19.6 ± 4.40 vs 15.6 ± 3.50, 
p = 0.03), peak expiratory flow (219.5 ± 74.10 vs 
255.6 ± 68.42 , p < 0.01) and thoracic mobility 
axillary (4.8 ± 8.0 vs 1.55 ± 4.22 , p = 0.01), 
xifoidiana (4.0 ± 7.0 vs 2.21 ± 2.2 , p < 0.01), 
abdominal (1.0 ± 3.80 and 9.0 ± 3.43 , p < 0.01). 
Conclusion: exercise associated with an 
educational plan improved the heart rate, 
respiratory rate, peak expiratory flow and 
thoracic mobility, and seems to contribute 
to aggregate information relevant to the 
prevention of diseases and promotion of health 
of asthmatic children.
Keywords: asthma, exercise, education, 
physiotherapy.
Introdução
No âmbito da saúde pública, a asma é um 
problema encontrado em todo o mundo, 
acometendo pessoas de todas as idades, de 
diferentes níveis culturais e sociais. É uma 
doença crônica das vias aéreas, caracterizada 
por obstrução reversível, inflamação e 
hiper-reatividade a diferentes estímulos 
(aeroalérgenos), apresentando-se com graus 
variados de gravidade e frequência de 
sintomas.9,22
Por meio do International Study of Asthma and 
Allergies in Childrens (ISAAC), verificou-se no 
Brasil a prevalência de asma diagnosticada entre 
4,7% e 20,7% em crianças de 6 a 7 anos e entre 
4,8% e 21,9% em adolescentes de 13 a 14 anos.2, 7,25 
Na abordagem atual do tratamento da asma, 
a educação sobre a doença apresenta papel 
fundamental. Quando as mães de crianças 
asmáticas são educadas para o controle da 
doença dos filhos, elas usam adequadamente 
a terapêutica medicamentosa prescrita, são 
capazes de identificar o momento adequado 
de procurar o serviço de urgência e executam 
apropriadamente as medidas de controle 
ambiental.3,4,13
A educação do paciente asmático e seus 
cuidadores, portanto, é um dos pilares do 
tratamento da asma, conforme preconizado 
pelo Global Initiative for Asthma (GINA). 
Os programas de educação são baseados nas 
orientações recomendadas nos consensos e 
devem ser aplicados associados ao atendimento 
médico, sendo adaptados às características 
socioeconômico-culturais da população-alvo.9,12
Os principais níveis de educação englobam 
os profissionais ligados à saúde, que devem 
realizar um diagnóstico correto e precoce, 
aumentar a adesão à terapêutica e atualizar 
a aplicação dos consensos. Em relação aos 
asmáticos, faz-se necessário a informação oral 
ou escrita, voltada a melhorar a percepção dos 
20 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 2
sintomas, reduzir o número de hospitalizações, 
visitas ao pronto-socorro e o absenteísmo.14
As metas do programa de educação em asma 
devem explicar a cronicidade da doença e 
o reconhecimento dos sintomas, auxiliar na 
identificação dos fatores agravantes e orientar 
como evitá-los, além de receitar medicamentos 
apropriados e com técnica adequada.21,23,24
Os programas podem ser aplicados a indivíduos 
ou grupos. Quando estruturados a longo prazo, 
no mínimo seis meses, mais frequentemente 
12 meses ou mais, demonstram melhores 
resultados. Geralmente, apresentam bons 
resultados, se especificamente criados para a 
classe a que se destinam. Pacientes asmáticos 
requerem acompanhamento regular após o 
início da terapia a intervalos programados, 
dependendo da gravidade da patologia.20,22,25 
Em Belo Horizonte, no Programa de Atenção 
à Criança Asmática, todas as crianças com 
diagnóstico de asma e seus cuidadores 
participam de quatro encontros organizados 
pela fisioterapia e pela enfermagem. Durante 
esses encontros, as mães recebem orientações 
sobre a doença e os procedimentos a serem 
adotados durante e fora da crise. São 
discutidos, com os participantes, temas como 
manobras de higiene brônquica e das vias 
aéreas superiores, posturas de drenagem, 
manuseio e limpeza do nebulizador, consumo 
de medicamentos e condutas a serem 
adotadas por mães e crianças para manter a 
tranquilidade e facilitar a tomada de decisões 
duranteas crises.2 
Em Curitiba, existe o Programa Crescendo 
Com Saúde9, responsável pela Atenção à 
Saúde da Criança com Infecções e Alergias 
Respiratórias. O programa preconiza, para o 
sucesso do tratamento da asma, o enfoque em 
três pontos igualmente importantes: eliminação 
dos fatores desencadeantes e agravantes 
(controle ambiental); realização de exercícios 
físicos e respiratórios (conforme protocolo); 
farmacoterapia.9 
São necessários estudos que a abordem a asma 
brônquica em função de ela ser a doença de 
maior incidência na infância, considerando que 
sua prevalência está aumentando juntamente 
à morbidade, e que a atuação fisioterapêutica, 
tanto na promoção como na prevenção, reduz 
o número de crises, diminui o número de 
internações de crianças portadoras e, ainda, 
orienta cuidadores e crianças sobre assuntos 
pertinentes a essa doença. 3,4,7
A asma é a quarta principal causa de 
hospitalização (1996) pelo Sistema Único de 
Saúde, correspondendo a cerca de 350.000 
internações em todo o país, a custo aproximado 
de 76 milhões de reais. O tratamento a curto 
prazo (já que na literatura encontram-se apenas 
tratamentos com duração superior a seis 
meses) e sem custos elevados para o Governo 
traduz a grande importância dese estudo no 
cenário da saúde coletiva.7,11,15
Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar 
o efeito de exercícios físicos e respiratórios e 
da educação dos pais ou cuidadores sobre a 
frequência cardíaca e respiratória, o pico de fluxo 
expiratório e a mobilidade torácica, e orientar 
responsáveis e pacientes sobre as medidas mais 
adequadas a serem tomadas durante as crises 
e, principalmente, como evitá-las por meio do 
controle ambiental e de outros cuidados.
Material e métodos
O estudo foi desenvolvido na Unidade 
Municipal de Saúde Nossa Senhora Aparecida, 
pertencente ao Distrito Sanitário Bairro Novo, 
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Artigo 2
Curitiba, Paraná, e na Faculdade Evangélica 
do Paraná, após aprovação do projeto pelos 
Comitês de Ética em Pesquisa da Secretaria 
Municipal de Saúde de Curitiba, e pela citada 
faculdade.
Foram selecionadas para o estudo crianças de 
ambos os gêneros, com idade entre 5 a 12 anos 
e diagnóstico clínico de asma, cadastradas, 
que realizassem acompanhamento clínico com 
o médico da US, não estivessem em período 
de crise, apresentassem disponibilidade de 
horário para frequentar o grupo de atividades 
e função cognitiva preservada. Além disso, as 
crianças deveriam ter um responsável/cuidador 
alfabetizado, maior de 18 anos, com o qual 
convivessem diariamente, que pudesse realizar 
as modificações necessárias na residência da 
criança, de acordo com as recomendações em 
relação às orientações de controle ambiental, e 
que assinasse o termo de Consentimento Livre 
e Esclarecido.
Foram excluídas do estudo crianças com 
outra doença que interferisse em sua 
função cognitiva ou que não estivessem 
acompanhadas de um responsável.
As crianças foram submetidas a uma avaliação 
fisioterapêutica que consistia em anamnese 
(incluindo avaliação da gravidade, sinais 
e sintomas, bem como número de crises e 
internamento, segundo o Consenso Brasileiro 
de Asma22 e exame físico). Em seguida, foram 
realizados os seguintes procedimentos:
•	 Frequência cardíaca e respiratória – 
aferidas diretamente na criança.
•	 Pico de fluxo expiratório – aferido 
por meio do aparelho Assess® da 
RESPIRONICS®. 
•	 Mobilidade torácica – avaliada por meio 
da cirtometria torácica, colocando-se 
uma fita métrica sobre a caixa torácica do 
paciente em decúbito dorsal nas regiões 
axilar, xifoide e basal (cada medida foi 
obtida após ser solicitado ao paciente 
que realizasse uma expiração máxima 
seguida de uma inspiração máxima e 
outra expiração máxima; essa medida foi 
realizada três vezes e foi considerada a 
média dos dois valores).18
As crianças foram submetidas a um programa 
de exercícios físicos, com frequência de duas 
vezes por semana, com duração de 1 hora e 30 
minutos, durante um período de três meses. O 
programa de exercícios físicos foi dividido em 
quatro fases:17,19,20,21
•	 Aquecimento: 5 minutos de duração, em 
solo plano, composto por alongamento 
estático da musculatura componente 
dos segmentos corporais pescoço, 
tronco e membros inferiores, seguido 
de exercícios que trabalhassem a 
musculatura componente dos segmentos 
corporais mencionados;
•	 Exercícios lúdicos e respiratórios2,9: 
20 minutos de duração, composto por 
exercícios respiratórios desenvolvidos 
por meio de brincadeiras, baseando-se 
 nos padrões ventilatórios pré- 
-estabelecidos por Cuello8 e Azeredo1, 
no intuito de restabelecer a capacidade 
pulmonar satisfatória. As atividades 
compreendiam, basicamente, uma 
inspiração nasal até a capacidade 
pulmonar média, seguida de uma 
expiração prolongada oral (freno labial) 
até o volume de reserva residual. Os 
padrões ventilatórios foram trabalhados 
com variações e alternadamente entre 
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cada estilo de brincadeira, utilizando-se 
dos seguintes objetos: balão, barquinho 
de papel, cata-vento, língua de sogra, 
canudinho de plástico, passarinho 
musical, bolinha de sabão e apito; 
•	 Exercícios físicos: 20 minutos de 
duração, composto por exercícios de 
resistência aeróbica realizados num 
circuito composto por quatro estações 
(pular corda, pular amarelinha, correr 
em zigue-zague e realizar cambalhotas), 
com duração de 5 minutos cada;
•	 Alongamento: 10 a 15 minutos de 
duração, compostos por alongamento 
estático da musculatura componente 
dos segmentos corporais pescoço, tronco 
e membros inferiores.
A intervenção educativa consistia de 
uma conversa de 5 a 10 minutos sobre 
acontecimentos relacionados à patologia na 
semana. Os participantes receberam várias 
informações e materiais de apoio (reprodução 
gráfica do material do Programa Crescendo 
Com Saúde9, da Secretaria Municipal de Saúde 
de Curitiba, e folhetos/livretos desenvolvidos 
pelos fisioterapeutas da rede), para melhor 
fixar o tema abordado. O trabalho com os 
pais/responsáveis incluiu aulas expositivas e 
interativas de caráter multiprofissional e com 
material de apoio, uma vez por semana (10 
aulas), por cerca de 30 minutos, abordando os 
seguintes temas: o que é asma (fisioterapeuta); 
medicação (médico); crise (fisioterapeuta); 
controle ambiental (enfermeira); limpeza da casa 
(enfermeira); atividade física (fisioterapeuta); 
alimentação (nutricionista); cuidados com 
a criança (psicóloga); terapias alternativas 
(fisioterapeuta); complicações (fisioterapeuta). 
As crianças foram reavaliadas ao término 
do programa para obtenção de dados 
comparativos e tabulação dos mesmos. 
Análise estatística 
A análise dos dados foi realizada por meio do 
programa estatístico Statistical Package for the 
Social Sciences (SPSS) software, versão 16.0 para 
Windows. 
Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk para verificar 
a distribuição dos dados para as variáveis 
contínuas. A análise descritiva das variáveis 
avaliadas foi realizada por meio da média e do 
desvio-padrão. Analisaram-se as diferenças entre 
grupos por meio do teste t pareado e do teste de 
Wilcoxon, a depender do tipo de variável e da 
distribuição dos dados. O nível de significância 
estatística adotado foi de p < 0,05.
Resultados
Participaram do estudo 10 pacientes, sendo 7 (70%) 
do sexo masculino e 3 (30%) do sexo feminino. As 
características demográficas,antropométricas e 
clínicas estão demonstradas na Tabela 1. 
Tabela 1: Características demográficas, 
antropométricas e clínicas da amostra.
Variáveis (n = 10)
Idade, anos (média ± DP) 8,2 ± 2,44
Peso, kg (média ± DP) 31,09 ± 11,13
Altura, cm (média ± DP) 133,9 ± 15,48
IMC, kg/m2 (média ± DP) 18,33 ± 6,70
Gravidade da doença, n (%)
 Intermitente 5 (50) 
 Persistente leve 1 (10)
 Persistente moderada 2 (20)
 Persistente grave 2 (20) 
Uso de broncodilatador n (%) 4 (40) 
Uso de corticoide sistêmico n (%) 6 (60) 
Uso de corticoide inalatório n(%) 3 (30) 
Presença de sintomas, n (%) 
 Dispneia 10 (100)
 Tosse 10 (100)
 Sibilância 10 (100)
IMC – índice de massa corporal. 
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Artigo 2
Após três meses de intervenção, as crianças 
apresentaram redução significante da 
frequência cardíaca (87,0 ± 9,94 vs 76,8 ± 9,0, 
p < 0,01) e frequência respiratória (19,6 ± 4,40 
vs 15,6 ± 3,50, p=0,03), Figura 1 e Figura 2, 
respectivamente.
Figura 1: Frequência cardíaca nos momentos pré e pós- 
-tratamento.
Figura 2: Frequência respiratória nos 
momentos pré e pós-tratamento.
Com relação ao pico de fluxo expiratório, 
observou-se melhora significante após o 
tratamento (219,5 ± 74,10 vs 255,6 ± 68,42, 
p < 0,01), Figura 3.
Figura 3: Pico de fluxo expiratório (PFE) nos momentos 
pré e pós-tratamento.
Houve ganho de mobilidade torácica axilar 
(4,8 ± 1,55 vs 8,0 ± 4,22, p = 0,01), xifoidiana (4,0 
± 2,21 vs 7,0 ± 2,2, p < 0,01) e abdominal (1,0 ± 
3,80 e 9,0 ± 3,43, p < 0,01), Figura 4. 
Figura 4: Mobilidade torácica (axilar, xifoidiana e 
abdominal) nos momentos pré e pós-tratamento.
Discussão
A asma brônquica é considerada a principal 
doença crônica da infância, apresentando-se 
com alta prevalência. Muitos fatores estão 
sendo apontados como responsáveis por 
essa tendência, entre eles, maior capacitação 
para realização dos diagnósticos, detecção de 
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Média
± Desvio-padrão
Média
± Desvio-padrão
Média
± Desvio-padrão
Média
± Desvio-padrão
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Artigo 2
novos gens para asma, exposições frequentes a 
grandes níveis de alérgenos, desmame precoce, 
contato com poluentes do ar, infecções virais e 
parasitoses intestinais.14,19,23
É de suma importância que os fisioterapeutas, 
assim como outros profissionais da saúde, 
estejam preparados para suprir a demanda de 
pacientes por meio de um serviço especializado 
no cuidado à criança portadora de asma, 
considerando suas maiores carências. 2,18,23
Segundo Paulin16, a asma é uma doença 
inflamatória primária das vias aéreas, 
caracterizada pelo aumento da hiper-
-reatividade brônquica e pela obstrução 
do fluxo aéreo secundário à inflamação. 
O asmático possui certa dificuldade na 
realização de atividades físicas devido ao 
comprometimento das vias aéreas e da redução 
do pico de fluxo expiratório, o que ocasiona 
dispneia, tosse, sibilância e “aperto no peito” 
ao realizar exercícios de maior intensidade.17
Pela dificuldade de realizar um ciclo 
respiratório completo, o tórax sofre, 
progressivamente, alterações em sua 
arquitetura normal, enquanto o abdome 
diminui a função e a sustentação das vísceras e 
do próprio tórax.17 A postura então se modifica 
e outras funções exercidas pelos músculos 
respiratórios perdem qualidade. Diante de uma 
situação de esforço respiratório, o diafragma 
não consegue desempenhar suas funções 
com eficácia e o sistema nervoso central 
recruta a ajuda dos acessórios, modificando 
assim o padrão respiratório do paciente.1 
Em portadores de asma a respiração torna-se 
do tipo apical, e não toracoabdominal, com 
redução do trabalho diafragmático.25
No presente estudo foi observado, ao final 
das intervenções, aumento significativo na 
mobilidade torácica, sendo que a região inferior 
da caixa torácica apresentou maior variação. 
Entretanto, não é possível uma explanação 
mais detalhada sobre os resultados obtidos 
na análise da mobilidade torácica, além do 
trabalho respiratório desenvolvido por meio 
dos padrões respiratórios e do alongamento 
ativo da musculatura respiratória.1,8,9
Neste estudo também foi observada 
transferência do padrão apical para o 
diafragmático, em concordância com Irwin33, 
que considera que o paciente cuja musculatura 
respiratória tem características mecânicas 
normais relaxa a musculatura acessória da 
respiração, restaurando a eficiência da mesma.
Segundo Paulin17, pode ser observado aumento 
da mobilidade torácica mais acentuada em 
região torácica inferior, sugerindo melhora da 
excursão diafragmática. Outra explicação para 
essa alteração do padrão ventilatório consiste 
nas diferenças existentes entre cada tipo de 
exercício realizado. É possível conseguir tal 
resultado usufruindo da prática de padrões 
respiratórios que favoreçam a dinâmica 
diafragmática.1,8
O uso do peak flow para avaliar o pico de fluxo 
expiratório (PFE) torna-se imprescindível 
para mensurar o quanto os procedimentos 
desenvolvidos foram eficazes no intuito de 
aproximar os valores reduzidos das crianças 
ao predito para cada uma, em que 50% dos 
pacientes submetidos à intervenção alcançaram 
o valor predito do PFE ao término do período, e 
os outros 50% aumentaram, significativamente, 
os valores de PFE, atingindo números 
próximos aos preditos. Os resultados do 
presente estudo apontam melhora significativa 
nos valores de PFE após as intervenções, 
resultados que corraboram com outros estudos 
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Artigo 2
que utilizaram esse parâmetro de avaliação. 
Outro ponto de observação foi o alcance de 
valores estatisticamente significantes nas 
mudanças ocorridas na variação da frequência 
cardíaca (FC) e da frequência respiratória 
(FR), apontando uma possível melhora do 
condicionamento cardiorrespiratório das 
crianças asmáticas.1,19
A referência à sintomatologia específica da 
asma1, inicialmente apresentada por 10 (100%) 
dos pacientes, sofreu redução de 7 (70%) após 
o término da intervenção. Esse resultado se 
contrapõe ao indicado por Yamamuda apud 
Tenroller21, justificando que de 80% a 90% das 
crianças portadoras de asma são acometidas 
por broncoespasmo induzido pelo exercício 
durante as atividades físicas. 
Conclusão
Os resultados deste estudo demonstraram 
que a prática de exercícios físicos melhorou a 
frequência cardíaca, frequência respiratória, 
o Pico de Fluxo Expiratório e a mobilidade 
torácica, assim como um plano educativo 
simultâneo ao tratamento fisioterapêutico 
parece contribuir para agregar informações 
pertinentes à prevenção de agravos e à 
promoção de saúde das crianças asmáticas, 
tendo em vista o aprendizado e a satisfação dos 
cuidadores ao se defrontarem com informações 
extremamente pertinentes ao acompanhamento 
domiciliar dessas crianças.
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ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência 27
Artigo 3
Efeitos do isostretching na força 
dos músculos do assoalho pélvico
RESUMO
Introdução: o presente estudo tem 
caráter controlado, randomizado, do tipo 
experimental, realizado na Faculdade Dom 
Bosco – Sede Mercês, situada em Curitiba/PR. 
Objetivo: verificar se a realização de exercícios 
baseados no método isostretching associada à 
contração perineal influencia no aumento da 
força dos músculos do assoalho pélvico. 
Métodos: foram avaliadas 25 mulheres, com 
média de idade de 23,4 anos, divididas em dois 
grupos: experimental n = (15), que realizou 
exercícios de isostretching com contração 
perineal; e controle n = (10), que não realizou os 
exercícios. As participantes foram submetidas 
à avaliação ginecológica funcional do assoalho 
pélvico, com a utilização do toque bidigital e 
perineometria, que avaliam contração rápida, 
prolongada e de resistência, e responderam 
à anamnese ginecológica. Após a avaliação, 
as integrantes do grupo experimental foram 
submetidas a um programa de exercícios 
utilizando posturas do método isostretching. 
As pacientes realizaram cada exercício três 
vezes, mantendo a contração perineal durante 
o tempo de expiração, durante 10 dias não 
consecutivos, três vezes por semana, com 
duração de trinta minutos. Por fim, foram 
reavaliados os dois grupos. As mulheres que 
não atingiram os valores de referência 2,1 a 
2,9 mmHg para a contração prolongada – 
quesito em que o maior número de mulheres 
não conseguiru atingir o valor normal – foram 
encaminhadas para um subgrupo de mulheres 
que apresentavam fraqueza muscular. 
Resultados: os exercícios realizados influenciam 
a musculatura do assoalho pélvico, visto que na 
avaliação da perineometria, no item contração 
prolongada, houve diferença significativa 
indicando melhora para as pacientes que 
apresentavam fraqueza muscular. 
Conclusão: os resultados demonstraram 
aumento significativo da força muscular 
intragrupo para o grupo intervenção, e 
diminuição para o grupo controle. Sugere-se 
que os exercícios realizados utilizando-se o 
método isostretching associados à contração 
perineal podem promover um aumento da 
força da musculatura do assoalho pélvico.
Palavras-chave: assoalho pélvico, avaliação 
perineal, fortalecimento do assoalho pélvico, 
isostretching.
Ana Paula Watanabe¹
Gabriel Leon Cassilha de Souza²
Juliana Becker Labbé³
Ariani Cavazzani Szkudlarek4
1Fisioterapeuta, Faculdade Dom Bosco. 
Contato: paulawatanabecwb@hotmail.com
2Fisioterapeuta, Faculdade Dom Bosco. 
Contato: gabriel_cassilha@hotmail.com
3Fisioterapeuta, Faculdade Dom Bosco. 
Contato: becker_ju@hotmail.com
4Fisioterapeuta, docente da Faculdade Dom Bosco. 
The effects of isostretching in the strength 
of the pelvic floor muscles
28 ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 4, n. 2, julho/dezembro 2013 | Revista Fisioterapia em Evidência
ABSTRACT
Introduction: the fortification of musculature 
of floor pelvic provides the reinforcement 
of resistance urethral and improvement 
of elements of lift of agencies pelvic, very 
important for avoid dysfunctions as the 
incontinence urinary and the prolapse of 
agencies pelvic. The method isostretching 
it is form of exercise that promotes the 
fortification through of stretching, together 
with the awareness corporal and control 
respiratory, associate to contraction perineal 
that can contribute for the fortification of 
musculature of pelvic floor. 
Aim: to determine if the perineal

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