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Psicologia Jurídica

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PSICOLOGIA JURÍDICA
Aula 16: Violência
AULA 16: VIOLÊNCIA
Psicologia jurídica
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Violência
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Agressividade X Violência
AGRESSIVIDADE – Trata-se de uma característica de personalidade, quando se manifesta no comportamento habitual do indivíduo, sem transgredir regras legais ou sociais, e mantendo o respeito à integridade física e psíquica dos demais.
A agressividade é inerente a todo ser humano; garante a sobrevivência e a disposição para vencer obstáculos.
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Agressividade X Violência
VIOLÊNCIA – Mangini (2008, p. 916) afirma que "quando ela não está relacionada à proteção de interesses vitais, está mais próxima do conceito de violência, que traz em si a ideia de destruição, do investimento destrutivo entre seres da mesma espécie quando outras vias de solução poderiam ser empregadas". 
A violência contém a marca da agressão física e ou psíquica e ultrapassa o aceitável, legal ou socialmente.
“A violência apresenta-se quando a pessoa não conseguiu canalizar a agressividade para atividades produtivas e denota desestabilização dos mecanismos contensores, impulsividade e baixa tolerância a frustrações" (Mangini, 2008 p. 916).
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Agressividade X Violência
Violência é um comportamento que causa dano a outra pessoa, a um ser vivo ou objeto. 
Não há como tratar de agressividade e violência sem levar em consideração o contexto social e cultural em que o ato se insere. O comportamento apenas "agressivo" em um contexto pode ser considerado "ato de violência" em outro e vice-versa. 
EXEMPLO: Em uma família onde tapas e gritos acompanham os argumentos, somente atos extremamente violentos serão percebidos como tais; em outra, em que palavras de carinho representam a tônica e gestos de afeto pontuam as interações, elevar a voz pode soar como despropositado e amedrontador.
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Violência Intrafamiliar x Violência Doméstica
Quando se fala de violência intrafamiliar, deve-se considerar qualquer tipo de relação de abuso praticado no contexto privado da família contra qualquer um de seus membros. 
A violência intrafamiliar toma a forma de maus-tratos físicos, psicológicos, sexuais, econômicos ou patrimoniais.
A violência intrafamiliar é toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da família.
Pode ser cometida dentro ou fora de casa por algum membro da família, incluindo pessoas que passam a assumir a função parental, ainda que sem laços de consanguinidade, e em relação de poder a outra.
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Violência Intrafamiliar x Violência Doméstica
A violência doméstica distingue-se da anterior por incluir outros membros do grupo, sem função parental, que convivam no espaço doméstico. Incluem aí empregados(as), pessoas que convivem esporadicamente (enfermeiros, cuidadores), agregados.
Tipos de Violência 
Violência Física: ocorre quando uma pessoa, que está em relação de poder em relação a outra, causa ou tenta causar dano não acidental, por meio do uso da força física ou de algum tipo de arma que pode provocar ou não lesões externas, internas ou ambas. 
Segundo concepções mais recentes, o castigo, repetido, não severo, também se considera violência física. 
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Algumas pesquisas definiram violência na família como:
Agressão verbal
Xingar ou insultar; ficar emburrado; chorar; dizer ou fazer coisas para irritar; destruir, bater, jogar e/ou chutar objetos.
Violência
Jogar coisas no outro; empurrar ou agarrar; dar tapas ou bofetadas; bater com objetos.
Violência severa
Chutar, morder e dar murros; espancar; ameaçar com armas ou facas; usar facas ou armas.
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Violência Sexual: É toda ação na qual uma pessoa, em relação de poder e por meio de força física, obriga outra ao ato sexual contra a sua vontade, ou que a exponha em interações sexuais que propiciem sua vitimização, da qual o agressor tenta obter gratificação.
A violência sexual ocorre em uma variedade de situações como estupro, sexo forçado no casamento, abuso sexual infantil, abuso incestuoso e assédio sexual.
Estupro: É todo ato de penetração oral, anal, vaginal, utilizando o pênis ou objetos e cometido à força ou sob ameaça, submetendo a vítima ao uso de drogas ou ainda quando esta for incapaz de ter julgamento adequado. 
Sexo forçado no casamento: É a imposição de manter relações sexuais no casamento. Devido a normas e costumes predominantes, a mulher é constrangida a manter relações sexuais como parte de suas obrigações de esposa. A vergonha e o medo de ter sua intimidade devassada, a crença de que é seu dever de esposa satisfazer o parceiro, além do medo de não ser compreendida e ser traída (trocada) reforçam essa situação.
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Abuso sexual na infância ou na adolescência: Define-se como a participação de uma criança ou e um adolescente em atividades sexuais que são inapropriadas à sua idade e seu desenvolvimento psicossexual.
A vítima é forçada fisicamente, coagida ou seduzida a participar da relação sem ter necessariamente a capacidade emocional ou cognitiva para consentir ou julgar o que está acontecendo (Gauderer e Morgado, 1992).
Estupro de vulnerável
Abuso incestuoso: Consiste no abuso sexual envolvendo pais ou outro parente próximo, que se encontram em uma posição de maior poder em relação à vítima. 
Código Penal Art. 2116-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos.
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Assédio sexual: Pode ser definido por atitudes de conotação sexual em que haja constrangimento de uma das partes, através do uso do poder de um (a) superior na hierarquia, reduzindo a capacidade de resistência do outro. 
Código Penal Art. 2116-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
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Violência psicológica: É toda ação ou omissão que causa ou visa causar dano à autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa. 
Inclui:
- Insultos constantes;
- Humilhação;
- Desvalorização;
- Chantagem;
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O bullying e o assédio moral são agressões muito parecidas, mas possuem uma diferença.
Bullying:
É uma situação de agressão física e/ou psicológica, com características próprias, que acontece entre pares.  
Portanto, o bullying pode ocorrer entre alunos, entre professores, entre funcionários, não importa a idade em que ocorre. Não existe uma relação hierárquica nesta relação, pois os envolvidos são do mesmo grupo. O que existe é uma relação de força maior, por isso que um agride e o outro não reage.
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Assédio Moral
Este caso – quase sempre verbal, psicológica, moral – acontece entre pessoas de hierarquias diferentes. Ou seja, do professor para o aluno, do chefe para com seus subordinados. 
É nesta relação entre desiguais que um agride e o outro não reage, justamente por causa da sua posição hierárquica inferior. Caso reaja, por exemplo, pode ser demitido, recebe nota baixa ou lhe é solicitado que se retire da sala de aula.
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Violência econômica ou financeira: São todos os atos destrutivos ou omissões do(a) agressor(a) que afetam a saúde emocional e a sobrevivência dos membros da família. Inclui:
Roubo;
Destruição de bens pessoais (roupas, objetos, documentos, animais de estimação e outros) ou de bens da sociedade conjugal (residência, móveis e utensílios domésticos, terras e outros);
Recusa
de pagar a pensão alimentícia ou de participar nos gastos para sobrevivência do núcleo familiar;
Uso dos recursos econômicos de pessoa idosa, tutelada ou incapaz, destituindo-a de gerir seus próprios recursos e deixando-a sem provimentos e cuidados.
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Abandono material
Código Penal Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo.
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Violência institucional: É aquela exercida nos/pelos próprios serviços públicos, por ação ou omissão. 
Pode incluir desde a dimensão mais ampla da falta de acesso à má qualidade dos serviços. 
Abrange abusos cometidos em virtude das relações de poder desiguais entre usuários e profissionais dentro das instituições, até por uma noção mais restrita de dano físico intencional. 
ECA – Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.
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Violência Estrutural
 Nega a cidadania para alguns indivíduos ou determinados grupos – acontece por meio da discriminação social contra os “diferentes”.
Violência Urbana
Tipificada como violação da lei penal, como: assassinatos, sequestros, roubos...
Violação dos direitos humanos – violação dos direitos: civis (liberdade, privacidade, proteção igualitária); sociais (saúde, educação, segurança, habitação); econômicos (emprego, salários); culturais (manifestação da própria cultura) e políticos (participação política, voto).
Violência Simbólica 
O conceito de «violência simbólica» foi cunhado por Pierre Bourdieu, sociólogo francês, e permite compreender melhor as motivações profundas que se encontram na origem da aceitação de atitudes e comportamentos de submissão.
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Violência Simbólica 
Nas relações sociais em que o vínculo é de domínio/submissão, os dominados, inconsciente e involuntariamente, assimilam os valores e a visão do mundo dos dominantes e, desse modo, tornam-se cúmplices da ordem estabelecida sem perceberem que são as primeiras e principais vítimas dessa mesma ordem. 
É por isso que:
Homem não chora; 
Que um menino que gosta de brincadeiras menos agressivas é um “mariquinhas”;
Que certas profissões são impróprias para homens etc. 
É preciso garantir a reprodução das estruturas de domínio. É exercida por meio de um conjunto de mecanismos sutis de conservação e reprodução das estruturas de domínio.
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Violência contra crianças e adolescentes
Na entrevista com a família é dever dos profissionais investigar, documentar e avaliar a ocorrência de violência sempre que encontrar um ou mais dos seguintes achados durante o exame físico:
Transtornos na pela, mucosas e tegumento (contusões e abrasões, lesões que reproduzam a forma do objeto agressor – cintos, fivelas, dedos, mordedura –, equimoses e hematomas, alopecia resultante de arrancamento brutal e repetido dos cabelos, queimaduras com marcas dos objetos – cigarros, por exemplo – etc.).
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Transtornos músculo-esqueléticos (fraturas múltiplas, fraturas de costelas em menores de dois anos, traumatismo craniano por choque direto ou sacudidas vigorosas etc.).
Transtornos viscerais (ruptura subcapsular de rim e baço, trauma hepático ou mesentérico que necessite de intervenção cirúrgica de emergência).
Transtornos genito-urinários (lesões na área genital e períneo: observar presença de hemorragias, infecções, corrimento, dor, cicatrizes, irritação, erosões, assaduras, fissuras anais, hemorroidas etc.
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Transtornos psicológicos (aversão ao contato físico, apatia, transtorno do sono ou da alimentação, episódios de medo e pânico, isolamento e depressão, conduta agressiva e irritabilidade, interesse precoce em brincadeiras sexuais ou conduta sedutora, choro fácil sem motivo aparente, comportamento regressivo, autodestrutivo ou submisso, desenho ou brincadeiras que sugerem violência, baixo nível de desempenho escolar, fugas, mentiras, furtos, tentativa de suicídio, fadiga, baixa auto-estima, aversão a qualquer atividade de conotação sexual etc.)
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O diagnóstico de violência contra a criança ou o adolescente, muitas vezes, pode ser confundido com outras patologias orgânicas. É extremamente importante que todos os profissionais reúnam dados e evidências observadas, de acordo com suas competências, para a construção de uma história precisa sobre o evento. Quando possível, são úteis informações colhidas na comunidade, com os professores da escola ou creche, amigos e vizinhos, que podem, muitas vezes, trazer observações importantes sobre o funcionamento do núcleo familiar.
A criança ou o adolescente maltratado não apresenta sinais de ter sido espancado(a), mas traz consigo múltiplas evidências menores, que podem estar relacionadas à privação emocional, nutricional, negligência e abuso.
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É indispensável um trabalho conjunto, em consonância com as Coordenadorias da Infância e da Juventude, Conselhos Tutelares e outros órgãos de proteção para que se possa determinar, com maior profundidade, a dinâmica do caso, seu diagnóstico e prognóstico.
Existem algumas medidas gerais que podem ser tomadas. São elas:
Avaliação do risco da criança ou adolescente (grau de risco de repetição do abusador e capacidade da família proteger a criança de novos episódios);
Atendimento multidisciplinar;
Denúncia à autoridade judicial pode ter função terapêutica e interromper o ciclo de violência intrafamiliar;
Tratamento médico das lesões físicas, carências nutricionais e outras patologias associadas (DST/AIDS);
Acompanhamento com equipe de saúde mental;
Atendimento da família e avaliação.
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O laudo deve ser enviado ao Conselho Tutelar, Coordenadorias da Infância e da Juventude ou Fórum da Comarca, para que sejam tomadas as devidas providências legais de proteção. Este encaminhamento deve ser feito pelo profissional que acompanhou o caso, outro membro da equipe ou, preferencialmente, pela direção da instituição. Os profissionais devem acompanhar o caso, mesmo durante os procedimentos legais.
As dinâmicas do processo de violência contra crianças e adolescentes são retroalimentativas e podem ser assim representadas:
Os filhos não conseguem atender às expectativas;
Frustração dos pais;
Castigo dos filhos;
Renovação das expectativas;
Expectativas dos pais em relação às condutas, atitudes e conquistas dos filhos.
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Ciclo da violência contra crianças e adolescentes
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Violência contra mulheres
Mulheres em situação de violência são usuárias assíduas dos serviços de saúde. Em geral, são tidas como “poliqueixosas”, por suas queixas vagas e crônicas, com resultados normais em investigações e exames realizados.
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Violência contra mulheres
As manifestações clínicas da violência podem ser agudas ou crônicas, físicas, mentais ou sociais. Lesões físicas agudas (inflamações, contusões, hematomas em várias partes do corpo) são consequência de agressões causadas por uso de armas, socos, pontapés, tentativas de estrangulamento, queimaduras, sacudidelas. Em alguns casos, podem provocar fraturas.
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Nas agressões sexuais, podem ser observadas lesões das mucosas oral, vaginal e anal e a gravidade das lesões depende do grau de penetração e do objeto utilizado na agressão. As lesões das mucosas envolvem inflamação, irritação, arranhões e edema, podendo ocorrer inclusive perfuração ou ruptura. DST, infecções urinárias, vaginais e gravidez são consequências que podem se manifestar posteriormente.
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Entre os sintomas psicossomáticos estão a insônia, os pesadelos, a falta de concentração e irritabilidade, caracterizando-se, nestes casos, a ocorrência de estresse pós-traumático. Os efeitos sobre a saúde podem ser prolongados e crônicos, podendo ser evitados mediante tratamento e apoio apropriado, tanto pelo profissional como pela família e amigos.
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Alterações psicológicas podem ser decorrentes do trauma, entre eles o estado de choque que ocorre imediatamente à agressão, podendo durar várias horas ou dias.
 Outro sintoma frequente é a crise de pânico, que pode repetir-se por longos períodos. 
Podem ainda surgir ansiedade, medo e confusão, fobias, insônia, pesadelos, autorreprovação, sentimentos de inferioridade, fracasso, insegurança ou culpa, baixa autoestima, comportamento autodestrutivo (uso de álcool e drogas), depressão, tentativas de suicídio e sua consumação.
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As manifestações sociais podem incluir isolamento por medo que outros descubram o acontecido, medo de que se repita, mudanças frequentes de emprego ou moradia.
O acompanhamento psicológico, realizado por profissional da equipe de atenção primária ou de saúde mental, é útil para uma mudança nos padrões de relacionamento, em intervenções de longo prazo.
Nas situações em que houve estupro faz-se necessária a adoção de medidas específicas nas primeiras 72 horas, como a profilaxia de DST, HIV-Aids e prevenção de gravidez indesejada com o uso da anticoncepção de emergência – a pílula do dia seguinte ou pós-coital.
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Nessa condição, se a mulher não deseja manter a gestação, a interrupção pode ser realizada por médico (se for o caso, inclusive pelo SUS, de acordo com o documento “prevenção e tratamento dos agravos resultantes de violência sexual contra mulheres e adolescentes – normas técnicas”, publicado pelo MS em 1999 e Portaria MS/GM nº 1.508, do Ministério da Saúde, de 1º de setembro de 2005, estabelece os Procedimentos de Justificação e Autorização da Interrupção da Gravidez nos casos previstos no âmbito do Sistema Único de Saúde. 
Esses procedimentos devem ser adotados pelos serviços de saúde para a realização do abortamento em situações de violência sexual), sem que haja punição pela prática do aborto, pois é uma situação prevista no art. 128, inciso II do Código Penal Brasileiro:
Não se pune o aborto praticado por médico:
I- Se não há outro meio de salvar a vida da gestante.
II- Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
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Violência contra mulheres
O ciclo de violência descrito por L. Walker (1979), expressa como os diferentes fatores interagem em um mesmo relacionamento de violência, através de sucessivas fases. Segundo Walker, nem todos os momentos são marcados pela agressão, e entendê-lo é muito importante na sua prevenção e interrupção.
Assim, o ciclo da violência no casal tem três fases distintas, as quais variam, tanto em intensidade como no tempo, para o mesmo casal e entre diferentes casais e não aparecem, necessariamente, em todos os relacionamentos: 
Aumento da tensão;
Episódio agudo de violência;
Apaziguamento/ lua de mel.
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Ciclo da violência no casal
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Essas fases resumem o que se chama de dinâmica da violência. Sua compreensão é muito importante para uma abordagem adequada, permitindo ao profissional não atuar vitimizando a mulher e culpabilizando o homem, mas compreendendo sua interação e interdependência na relação violenta.
Quando a equipe de saúde se depara com um caso que demanda atendimento ao casal, homem e mulher devem ser escutados separadamente, em um primeiro momento. Considerando que a violência é um problema de interação do casal, não haverá a mesma abertura para fornecer as informações, caso o agressor esteja presente. 
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Lei 11.340/06
Lei Maria da Penha: A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 20016, conhecida como Lei Maria da Penha, cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
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Medidas protetivas – afastamento do agressor, suspensão de porte de armas, entre outras.
Medidas educativas – obrigar o agressor a frequentar programas de reabilitação.
Determina, ainda, que a violência doméstica contra a mulher independe de sua orientação sexual.
Caso seja condenado, o juiz irá determinar uma pena, que pode variar de 3 meses a 3 anos de prisão, e que será aumentada em um terço se o crime for cometido contra portadora de deficiência. 
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A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano. 
(João Paulo II)
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