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* * TEMA: ASPECTOS GERAIS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PROFESSORA: CHRISTIANE SCHNEISKI * * 1. ORDENAMENTO JURÍDICO Disposição: sistêmica Pressupostos: ordem e unidade Finalidade: estabilidade social e jurídica Regra: harmonia Exceção: desarmonia * * 2. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE CONCEITO: É o exercício de verificação de compatibilidade da norma infraconstitucional com a Constituição para a proteção dos direitos fundamentais e inteireza da Constituição. * * 3. JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL CONCEITO: É o conjunto de instrumentos hábeis a garantir a manutenção das normas constitucionais, tanto em um aspecto formal como material. QUAIS INSTRUMENTOS: As ações constitucionais do controle difuso e do controle concentrado de constitucionalidade. * * 4. PREMISSAS CONSTITUCIONAIS -SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: A Constituição oferta condição de validade para todo o restante do ordenamento jurídico Alexander Hamilton: O Federalista John Marshall: Marbury v. Madison – E.U.A. - 1803 * * -RIGIDEZ CONSTITUCIONAL: Garante a manutenção da supremacia da Constituição Artigo 60 CF/88 – Poder Constituinte Derivado Reformador Artigo 3º ADCT – Poder Constituinte Derivado Revisor * * 5. PONDERAÇÕES SOBRE A CONSTITUIÇÃO -KONRAD HESSE: para resolver os problemas da Constituição, é preciso primeiro entendê-la -HOJE: a Constituição é dirigente e compromissória (plural) -ANTES: garantia e ortodoxa (liberal) -PROBLEMA: necessidade de um conceito multifacetado sobre o conceito clássico liberal e ortodoxo * * Conceito de Constituição dirigente: a partir do critério da finalidade é aquela que protege todas as gerações de direitos fundamentais e para cumprir seus conteúdos fixa metas e objetivos que deverão ser cumpridos pelo Estado e pala sociedade. Conceito de Constituição compromissória: a partir do critério da ideologia é aquela que contempla duas ou mais ideologias que, em tese, são contraditórias, mas que sua proteção concomitante é imprescindível para que se tenha a estabilidade da sociedade e da própria ordem constitucional. * * -SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO: Necessidade de perspectivas diversas -SENTIDO SOCIOLÓGICO: Ferdinand Lassalle – A Essência da Constituição: a Constituição como fator real de poder social, sob pena de se tornar uma mera folha de papel * * -SENTIDO POLÍTICO: Carl Schmitt – A Teoria da Constituição: A Constituição é a decisão política fundamental que funda e justifica o Estado -SENTIDO JURÍDICO: Hans Kelsen – Teoria Pura do Direito: A Constituição é plano jurídico-positivo que funda um Estado. Plano lógico-jurídico (hipotético – grund norm) Plano jurídico-positivo (normativo positivo) * * -SENTIDO ABERTO: Peter Häberle – Hermenêutica Constitucional: A Sociedade Aberta dos Intérpretes: interpretação plural para manutenção de força normativa no decorrer do tempo -Olhar plural para a concretização dos Direitos Fundamentais * * 6. LÓGICA ATUAL DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE SER HUMANO DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA AUTODETERMINAÇÃO DIREITOS FUNDAMENTAIS CONSTITUIÇÃO SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO RIGIDEZ CONSTITUCIONAL CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL * * 7. ORIGEM DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO MUNDO - E.U.A. – 1803 – Marbury v. Madison -Escorço histórico e político: - 1620: Colonos ingleses - 1776: Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia e Independência americana - 1781: Artigos da Confederação - 1787: Constituição americana - Federação - 1791: 1ª emenda * * -1800 Eleições para Presidente da República: Presidente atual John Adams e Secretário de Estado atual John Marshall -John Adams X Thomas Jefferson -13.02.1801 – lei de reforma do Judiciário -27.02.1801 – lei de reforma do Judiciário -03.03.1801 – Senado confirma os nomes -04.03.1801 – posse Thomas Jefferson -Presidente vitorioso Thomas Jefferson e novo Secretário de Estado James Madison * * -Presidente da Suprema Corte Americana: John Marshall -1801: William Marbury v. James Madison – Mandado de Segurança para pleitear a posse no cargo de juiz -1803: decisão de John Marshall cria a judicial review – Controle Difuso de Constitucionalidade * * -Conteúdo da decisão: -Marbury tinha razão, seu direito era bom; -MS instrumento inadequado, pois lei estadual não pode atribuir competência à Suprema Corte – Supremacia da Constituição; -determinar a posse é ato político; -Judiciário é o intérprete final da Constituição, pois decorre de lógica sistêmica de freios e contrapesos, é quem diz o Direito e evita a ditadura do legislativo. * * -Críticas à decisão de Marshall: -impedimento; -sequência ilógica; -ilegitimidade democrática do Judiciário (caráter contramajoritário) -Finalidade da decisão: proteção da estabilidade das instituições democráticas e da Federação * * 8. ORIGEM DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL -1889: Proclamação da República -1891: Constituição – modelo E.U.A. - RE -1934: Representação Interventiva -1965: Modelo – Representação de Inconstitucionalidade – atenção ao PGR -1988: Modelo extremamente sincrético e novos instrumentos para atender aos propósitos na nova ordem constitucional * * 9. MATRIZES DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE -Americana: controle judicial difuso (Marshall) -Francesa: controle político preventivo (aversão ao judiciário) -Austríaco: controle judicial concentrado (Kelsen) * * 10. MODALIDADES DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE -Quanto à natureza do órgão: lembrar sobre a separação clássica entre os órgão do poder (legislativo e executivo) e o órgão do direito (judiciário). -Político: é o controle realizado pelos órgãos da política -Judicial: é o controle realizado pelo Poder Judiciário * * -Quanto ao momento do exercício (promulgação): -Preventivo (prévio) -CCJ: análise dos projetos pelo legislativo – artigo 58 CF/88 -Veto: análise do chefe do executivo artigo 66, §1º da CF/88 -STF: MS direito-função do congressista (esta postura não é aceita na totalidade pelo STF) -Repressivo (posterior) -judiciário: difuso e concentrado * * -Quanto ao órgão judicial que o exerce: -Difuso: qualquer juízo ou tribunal -Concentrado: somente determinado tribunal * * -Quanto ao modo de controle judicial: -Incidental (indireto, concreto, por via de exceção) A análise de inconstitucionalidade é questão prévia ao pedido, portanto é enfrentada em sede de razões de pedir e razões de decidir. Portanto, em regra, produz efeitos subjetivos inter partes. -Principal (direto, abstrato, por via de ação) A análise de inconstitucionalidade compõe o objetivo principal da ação, portanto é enfrentada em sede de pedido e dispositivo. Portanto, em, regra produz efeitos subjetivos erga omnes. * * -Lembrete importante: -Todo controle difuso é incidental. -Nem todo controle concentrado é principal. -Exemplo: -ADI Interventiva (intervenção federal) e -DPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental * * 11. FENÔMENO DA INCONSTITUCIONALIDADE -Norma inconstitucional é aquela incompatível com a Constituição -A incompatibilidade poderá ser formal ou material -Norma inconstitucional é norma que contém vício -Porém, a norma inconstitucional é inexistente, inválida ou ineficaz? * * ANÁLISE DOS PLANOS DA NORMA EXISTÊNCIA: -Agente (público) -Forma (processo legislativo) -Objeto (norma) -Análise de elementos constitutivos VALIDADE: -Agente (público) competente -Forma (processo legislativo) adequada -Objeto (norma) conforme o direito -Análise de atributos * * EFICÁCIA: -Aptidão para produzir efeitos -Finalidade alcançada REGRA: -Norma inconstitucional é norma nula, para homenagear a supremacia da Constituição. -Sua análise se dá no plano da validade. -Não existe expressão, disposição normativa na CF/88, mas a nulidade é norma constitucional. Esta conclusão decorre da lógica sistêmica * * -Norma inconstitucional é nula, portanto inválida, reconhece um vício congênito que sempre existiu, assim, sua decisão é de natureza declaratória e seus efeitos temporais são retroativos, ex tunc, para proteger a supremacia da Constituição. * * 12. TEORIA DA NULIDADE X TEORIA DA ANULABILIDADE -Nulidade -Anulabilidade -Marshall -Kelsen -E.U.A. -Áustria -Difuso -Concentrado -Nula -Anulável -Validade -Existência -Declaratória -Constitutivo-negativa -Ex tunc (retroativos) -Ex nunc (prospectivos) -Supremacia da -Supremacia do Constituição Parlamento * * 12. TEORIA DA NULIDADE X TEORIA DA ANULABILIDADE -OBS: não esquecer que estas são teorias originárias sobre o controle de constitucionalidade de sobre os efeitos temporais das decisão de inconstitucionalidade, hoje há um grande sincretismo, uma influência de ambas as teorias não somente entre EUA e Áustria, mas em todo o mundo, pois o rumo da jurisdição é que ela seja um sistema mais sincrético possível para atender os direitos fundamentais. * * -Conclusões importantes: -Mesmo em realidades distintas nas duas experiências o que se pretendia era uma separação entre DIREITO e POLÍTICA; -Kelsen não disse que a Constituição é suprema, pois se fosse assim, ele não teria criado a teoria da anulabilidade, e sim da nulidade; -Quem atribui à Constituição caráter supremo é Alexander Hamilton e John Marshall; -Esses são modelos puros, mas atualmente em razão de necessidade de proteção dos direitos fundamentais, ambas permitem relativização; * * 13. MODULAÇÃO DOS EFEITOS TEMPORAIS DA DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE -Artigo 27 da Lei nº. 9.868/99: Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. * * -Questões importantes sobre o dispositivo legal da modulação temporal: -requisitos legais são cláusulas abertas; -necessidade de realização da técnica de ponderação de princípios, pois é preciso contextualizar no caso concreto e há um conflito entre interesses constitucionais (nulidade/segurança jurídica/excepcional interesse social/supremacia da Constituição); * * -verdadeira cláusula de abertura legislativa para judicialização da política e ativismo judicial, problema sobre os limites de atuação do STF e análise consequencialista; -análise do correto uso da técnica de ponderação de princípios pelo STF; -inconstitucionalidade do dispositivo (ADI 2154 e ADI 2258); -permissivo legal para o controle abstrato e não para o controle concreto; -análise de poder implícito ou concessão legislativa do STF? * * -Exemplos de casos concretos com modulação temporal dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade: -RE 197.917/SP - Mira Estrela -HC 82959/SP – Progressão de Crimes Hediondos -ADI 2240 – Município de Luís Eduardo Magalhães -RCl – 4734 – benefício de prestação assistida -ADI – 3660 – art. 98, parágrafo 2º da CF/88 pela EC 45/04 para ajustar a questão das custas processuais depositadas em juízo e destinadas para a Associação dos Magistrados do Mato Grasso do Sul * * 14. ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADES -Quanto ao objeto: -Formal: violação às normas de processo legislativo e normas sobre sistema constitucional de repartição de competências -Material: violação de conduta imposta (conteúdo) pela Constituição -Vício de decoro parlamentar: realidade do “mensalão” -Quanto à conduta: -Por ação: transgressão da Constituição por atuação -Por omissão: silêncio (problemática da atual jurisdição constitucional declaração de inconstitucionalidade sem decreto de nulidade nova técnica de decisão). Problemática das normas constitucionais de eficácia limitada. * * VÍCIOS DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL -No que se refere à inconstitucionalidade formal, a doutrina ainda classifica em: -Inconstitucionalidade formal orgânica -Inconstitucionalidade propriamente dita -Inconstitucionalidade formal subjetiva -Inconstitucionalidade formal objetiva -Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos objetivos do ato * * VÍCIOS DE INCONSTITUCIONALIDA FORMAL -Inconstitucionalidade formal orgânica: referente à distribuição de competências – é do ente federativo. Arts. 22 e 24 CF/88. -Inconstitucionalidade propriamente dita: fases do processo legislativo -Inconstitucionalidade formal subjetiva: referente a vícios de iniciativa (fase da iniciativa), portanto à pessoa que possui atribuição constitucional para deflagrar o processo legislativo – 61, §1º, I, CF/88. -Inconstitucionalidade formal objetiva: referente a vícios ocorridos nas fases do processo legislativo (constitutiva: (legislativa discussão e votação – executiva: sanção e veto) e complementar: promulgação e publicação). -Inconstitucionalidade por violação dos pressupostos objetivos do ato: requisitos objetivos exigidos pela CF que não são cumpridos. Art. 18, parágrafo 4º e Art. 62 ambos da CF/88. * * VÍCIOS DE INCONSTITUCIONALIDA MATERIAL -A discussão não se concentra em nenhuma questão sobre regras do processo legislativo, ou seja, sobre nenhuma de suas fases, mas sim sobre o conteúdo que está sendo veiculado pela proposta de EC ou por projeto de lei, por exemplo. -Exemplo: PEC 171/1993 Proposta de Emenda à Constituição. Ementa Altera a redação do art. 228 da Constituição Federal (imputabilidade penal do maior de dezesseis anos). * * VÍCIOS DE INCONSTITUCIONALIDA MATERIAL * * VÍCIOS DE DECORO PARLAMENTAR -Este tipo de vício de inconstitucionalidade tem sido levantado pela doutrina em razão dos projetos de leis e propostas de emendas à Constituição que foram aprovadas no contexto da dinâmica corruptiva do “Mensalão”. Ação Penal 470 que tramitou junto ao STF e condenou vários parlamentares envolvidos no referido escândalo. -OBS: não tem ganhado força perante o STF. * * VÍCIO POR AÇÃO -Por ação: transgressão da Constituição por atuação Exemplo: ADI para combater vícios materiais e formais. Exemplo real sobre inconstitucionalidade material: ADI do PROUNI: O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria de votos, julgou improcedente o pedido feito na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3330, ajuizada pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen). A entidade questionava a Medida Provisória nº 213/04, convertida na Lei nº 11.096/2005, que instituiu o Programa Universidade para Todos (ProUni) e passou a regular a atuação de entidades de assistência social no ensino superior. * * VÍCIO POR OMISSÃO -Por omissão: silêncio (problemática da atual jurisdição constitucional – declaração de inconstitucionalidade sem decreto de nulidade). Problemática das normas constitucionais de eficácia limitada. Exemplo: ADI por omissão para combater vícios gerados a partir de omissões legislativas. * * VÍCIO POR OMISSÃO ADI (3682) por Omissão: Criação de Município e Lei Complementar Federal - 1 O Tribunal, por unanimidade, julgou procedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade por omissão ajuizada pela Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso, para reconhecer a mora do Congresso Nacional em elaborar a lei complementar federal a que se refere o § 4º do art. 18 da CF, na redação dada pela EC 15/96, e, por maioria, estabeleceu o prazo de 18 meses para que este adote todas as providências legislativas ao cumprimento da referida norma constitucional. ADI 3682/MT, rel. Min. Gilmar Mendes, 9.5.2007. (ADI-3682) * * 15. CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO CAPÍTULO III DO PODER JUDICIÁRIO Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS -Realidade da cláusula da reserva de plenário: -Artigo 97 da CF/88 consigna a cisão funcional de competência para apreciação de inconstitucionalidade: “Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.” * * 15. CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO -Realidade do órgão especial: -CAPÍTULO III DO PODER JUDICIÁRIO Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: (...) XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) * * -Finalidade da cláusula da reserva de plenário: Em razão da lei gozar de presunção de constitucionalidade, e de ser a lei e os atos do Executivo ato dos órgãos da POLÍTICA, os tribunais ao declararem a inconstitucionalidade de uma lei precisam fazê-la de forma a contar com uma maioria menos escassa * * -É obrigatória? Sim, súmula vinculante nº. 10 “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.” * * -Porque cisão funcional de competência? -O órgão fracionário não pode decidir sozinho acerca de inconstitucionalidade, ou seja, a turma, câmara ou seção não decidem isoladamente sobre declaração de inconstitucionalidade. -Não poderão decidir nem em sede de controle difuso e nem de controle concentrado. * * -PORÉM, por economia processual, celeridade e racionalização das atividades dos tribunais, ela poderá ser dispensada se: -Inicialmente por jurisprudência do STF, e posteriormente por alteração do CPC, se a matéria já tiver sido conhecida pelo STF ou pelo próprio tribunal onde se aprecia a inconstitucionalidade, poderá ser reconhecida a inconstitucionalidade da questão sem observar a cisão. * * DO INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO CPC Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo. Art. 949. Se a arguição for: I - rejeitada, prosseguirá o julgamento; II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver. Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. * * 16. PAPEL DO SENADO FEDERAL NO CONTROLE DIFUSO -O artigo 52, X, da CF/88 nos traz a seguinte redação: “Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...) X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;” -STF relativizava essa competência do Senado por achar que se tratava de mero ato de publicidade informar ao Senado o teor da decisão de inconstitucionalidade cuja a lei deveria ser suspensa. Mas como veremos, isso foi modificado também por jurisprudência. * * -Esse dispositivo aproxima-se do efeito erga omnes da decisão de inconstitucionalidade no controle direto. -RE 197.917/SP – Caso de “Mira Estrela” -HC 82959/SP – Caso da progressão de regime dos crimes hediondos -Rcl 4335/AC – cumprimento da questão do conteúdo do HC sobre a progressão de regime dos crimes hediondos. SFT reconheceu o teor da decisão para o caso concreto mas não reconheceu mais a possibilidade de relativização do art. 52, X da CF/88, ou seja, não reconheceu mais o efeito erga omnes. * * -Estes casos são emblemáticos para jurisdição constitucional em razão de que dentro de instrumentos do controle concreto, onde os efeitos temporais são ex tunc e os efeitos subjetivos são inter partes, o STF relativizou o temperamento de ambos os efeitos e em ambos os casos. -Os argumentos utilizados foram a segurança jurídica, excepcional interesse social, mas também um argumento conseqüencialistas, pois para que não se permitisse investidas de modificações de decisões proferidas sob o império da decisão anterior, e com vistas a pedidos de indenização em face do Estado. * * 17. EFEITOS TEMPORAIS DA DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE REGRA: ex tunc EXCEÇÃO: ex nunc - modulação dos efeitos temporais LEMBRAR: a regra geral é ex tunc, a exceção a rigor somente aplica-se para as ações do controle direto, porém, caberá por entendimento do STF também no controle indireto. * * -Problemática da aplicação desta operação em razão da tensão gerada entre os poderes constituídos (DIREITO e POLÍTICA), atingindo a clássica separação dos poderes, e portanto judicialização da política e ativismo judicial. -Questão deve ser inserida no contexto de tendência de supremacia judicial – Supremacia Judicial X Diálogos Constitucionais. * * 18. EFEITOS SUBJETIVOS DA DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE REGRAS: -Controle direto: erga omnes Artigo 102, §2º CF/88 -Controle indireto: inter partes A inconstitucionalidade compõe as razões de decidir e o pedido principal não é a declaração de inconstitucionalidade na norma * * 18. EFEITOS SUBJETIVOS DA DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE -EXCEÇÃO: -Teoria da Abstrativização ou da objetivização do controle concreto -Opera-se a transcendência dos motivos determinantes da decisão para o dispositivo -Tendência motivada pela justificativa de cada vez mais tornar a atuação do STF mais direcionada ao controle abstrato, como maneira de tornar nosso controle de constitucionalidade cada vez mais sincrético para a proteção dos direitos fundamentais. Já derrubada pelo próprio STF. * * 19. Súmula Vinculante -A realidade da sumula vinculante foi criada a partir da EC 45/04, chamada Emenda do Poder Judiciário. -Sua argumentação básica era a morosidade da justiça a quantidade de teses repetidas , bem como a necessidade de se passar a imprimir efetividade o novo direito fundamental, também trazido pela mesma emenda sobre o tempo razoável de duração do processo (art. 5º, LXXVIII) como desdobramento de um direito individual relacionado a necessidade de uma justiça mais humanizada dada a realidade de uma sociedade mais solidária. * * 19. Súmula Vinculante Seção II DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) * * 19. Súmula Vinculante § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) * * 19. Súmula Vinculante § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) -Ato exclusivo do STF; -Regulamentado pela lei nº. 11.417/06; -Possui efeitos erga omnes para os órgãos da Administração Pública ; * * 19. Súmula Vinculante -Compete ao STF a sua dição, revisão, cancelamento; -Objeto: o enunciado tem objetivo a validade, a interpretação e eficácia de normas determinadas; -Requisitos para edição: reiteradas decisões sobre a matéria que há entre órgãos judiciários e administrativos, controvérsia atual que traga insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão; -STF de ofício ou por provocação dos legitimados do art. 103, da CF/88 e sem a necessidade de ter processo em andamento, pode receber o pedido sobre súmula vinculante. * * 19. Súmula Vinculante -A lei 11. 417/06 também traz outros legitimados para a solicitação de súmula junto ao STF: Art. 3o São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República; V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI - o Defensor Público-Geral da União; VII – partido político com representação no Congresso Nacional; * * 19. Súmula Vinculante -A lei 11. 417/06 também traz outros legitimados para a solicitação de súmula junto ao STF: -Que de igual modo também não precisarão de ter processo em andamento para solicitar a súmula vinculante ao STF. VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. * * 19. Súmula Vinculante -Questão importante sobre os Municípios: Art. 3º. § 1o O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo. -Esse artigo determina que o Município somente poderá solicitar súmula vinculante se houver processo concreto que o envolva junto ao STF. * * 19. Súmula Vinculante -Questão importante sobre as súmulas: -Não cabe contra súmula vinculante RE, ADI, ADC, ADPF; -Cabe participação de amicus curiae, desde que permitida habilitação pelo STF; -Efeitos temporais da súmula vinculante: ex nunc -Efeitos subjetivos da súmula vinculante: erga omnes -Quórum para aprovação pela STF de súmula vinculante: 2/3. -Publicação na imprensa oficial vincula todos os órgão do executivo e do judiciário, não vincula o legislador. *
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