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TEMA: ASPECTOS GERAIS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
PROFESSORA: CHRISTIANE SCHNEISKI
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1. ORDENAMENTO JURÍDICO
	Disposição: 		sistêmica
	Pressupostos:		ordem e 							unidade
	Finalidade: 		estabilidade 						social e jurídica
	Regra:			harmonia
	Exceção: 			desarmonia
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2. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
CONCEITO:
	É o exercício de 	verificação de 	compatibilidade da 	norma 	infraconstitucional com a 	Constituição para a proteção dos 	direitos fundamentais e inteireza 	da Constituição.
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3. JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL
CONCEITO:
	É o conjunto de instrumentos hábeis a 	garantir a manutenção das normas 	constitucionais, tanto em um aspecto formal 	como material.
QUAIS INSTRUMENTOS:
	As ações constitucionais do controle difuso 	e do controle concentrado de 	constitucionalidade.
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4. PREMISSAS CONSTITUCIONAIS
-SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO:
	A Constituição oferta condição de validade para todo o restante do ordenamento jurídico
	Alexander Hamilton: 	O Federalista 
	John Marshall: 		Marbury v. 					Madison – 					E.U.A. - 1803
	
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	-RIGIDEZ CONSTITUCIONAL:
		Garante a manutenção da supremacia da 	Constituição
		Artigo 60 CF/88 – Poder Constituinte 					Derivado Reformador 
		Artigo 3º ADCT – Poder Constituinte 					Derivado Revisor
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5. PONDERAÇÕES SOBRE A CONSTITUIÇÃO
-KONRAD HESSE:	para resolver os 						problemas da Constituição, é 				preciso primeiro entendê-la
-HOJE:		a Constituição é dirigente e 				compromissória (plural)
-ANTES:		garantia e ortodoxa (liberal)
-PROBLEMA:	necessidade de um conceito 				multifacetado sobre o conceito 			clássico liberal e ortodoxo
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Conceito de Constituição dirigente: a partir do critério da finalidade é aquela que protege todas as gerações de direitos fundamentais e para cumprir seus conteúdos fixa metas e objetivos que deverão ser cumpridos pelo Estado e pala sociedade.
Conceito de Constituição compromissória: a partir do critério da ideologia é aquela que contempla duas ou mais ideologias que, em tese, são contraditórias, mas que sua proteção concomitante é imprescindível para que se tenha a estabilidade da sociedade e da própria ordem constitucional.
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-SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO:
Necessidade de perspectivas diversas
-SENTIDO SOCIOLÓGICO:
	Ferdinand Lassalle – A Essência da Constituição: a Constituição como fator real de poder social, sob pena de se tornar uma mera folha de papel
 
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-SENTIDO POLÍTICO:
Carl Schmitt – A Teoria da Constituição: A Constituição é a decisão política fundamental que funda e justifica o Estado
-SENTIDO JURÍDICO:
Hans Kelsen – Teoria Pura do Direito:
A Constituição é plano jurídico-positivo que funda um Estado.
	Plano lógico-jurídico (hipotético – grund norm)
	Plano jurídico-positivo (normativo positivo)
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	-SENTIDO ABERTO:
	Peter Häberle – Hermenêutica Constitucional: A Sociedade Aberta dos Intérpretes: interpretação plural para manutenção de força normativa no decorrer do tempo
	-Olhar plural para a concretização dos Direitos Fundamentais
	
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6. LÓGICA ATUAL DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
SER HUMANO
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
AUTODETERMINAÇÃO
DIREITOS FUNDAMENTAIS
CONSTITUIÇÃO
SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO
RIGIDEZ CONSTITUCIONAL
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL
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7. ORIGEM DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO MUNDO
	- E.U.A. – 1803 – Marbury v. Madison
	-Escorço histórico e político: 
		- 1620: Colonos ingleses		
		- 1776: Declaração de Direitos do Bom 		Povo de Virgínia e Independência 			americana 
		- 1781: Artigos da Confederação
		- 1787: Constituição americana - 			Federação
		- 1791: 1ª emenda
		
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			-1800 Eleições para Presidente da 			República: Presidente atual John Adams e 		Secretário de Estado atual John Marshall
			-John Adams X Thomas Jefferson
				-13.02.1801 – lei de reforma do Judiciário
				-27.02.1801 – lei de reforma do Judiciário
				-03.03.1801 – Senado confirma os nomes 
				-04.03.1801 – posse Thomas Jefferson
			-Presidente vitorioso Thomas Jefferson e 		novo Secretário de Estado James Madison
			
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	-Presidente da Suprema Corte 	Americana: John Marshall
	-1801: William Marbury v. James 	Madison – Mandado de Segurança 	para pleitear a posse no cargo de juiz
	-1803: decisão de John Marshall cria a 	judicial review – Controle Difuso de 	Constitucionalidade
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	-Conteúdo da decisão:
		-Marbury tinha razão, seu direito era bom;
		-MS instrumento inadequado, pois lei 	estadual 	não pode atribuir competência à 	Suprema 	Corte – Supremacia da Constituição;
		-determinar a posse é ato político;
		-Judiciário é o intérprete final da Constituição, 	pois decorre de lógica sistêmica de freios e 	contrapesos, é quem diz o Direito e evita a 	ditadura do legislativo.
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	-Críticas à decisão de Marshall:
		-impedimento;
		-sequência ilógica;
		-ilegitimidade democrática do 	Judiciário (caráter 	contramajoritário)
	-Finalidade da decisão: proteção da estabilidade das instituições democráticas e da Federação
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8. ORIGEM DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL
-1889: Proclamação da República
-1891: Constituição – modelo E.U.A. - RE
-1934: Representação Interventiva 
-1965: Modelo – Representação de Inconstitucionalidade – atenção ao PGR
-1988: Modelo extremamente sincrético e novos instrumentos para atender aos propósitos na nova ordem constitucional
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9. MATRIZES DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
-Americana:		controle judicial 					difuso (Marshall)
-Francesa:		controle político 					preventivo (aversão 				ao judiciário)
-Austríaco:		controle judicial					concentrado (Kelsen)
					
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10. MODALIDADES DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
-Quanto à natureza do órgão: lembrar sobre a separação clássica entre os órgão do poder (legislativo e executivo) e o órgão do direito (judiciário).			
			-Político: é o controle realizado pelos 			órgãos da política
			-Judicial: é o controle realizado pelo 			Poder Judiciário
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-Quanto ao momento do exercício (promulgação):
			-Preventivo (prévio)
				-CCJ: análise dos projetos pelo 				legislativo – artigo 58 CF/88					-Veto: análise do chefe do executivo 				artigo 66, §1º da CF/88
				-STF: MS direito-função do congressista 			(esta postura não é aceita na totalidade 			pelo STF)
			-Repressivo (posterior)
				-judiciário: difuso e concentrado
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-Quanto ao órgão judicial que o exerce:
				-Difuso:		qualquer juízo ou 						tribunal
				-Concentrado:	somente 							determinado 						tribunal
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-Quanto ao modo de controle judicial:
	-Incidental (indireto, concreto, por via de exceção)
		A análise de inconstitucionalidade é questão prévia ao pedido, portanto é enfrentada em sede de 	razões de pedir e razões de decidir. Portanto, em regra, produz efeitos subjetivos inter partes.
	-Principal (direto, abstrato, por via de ação)
		A análise de inconstitucionalidade compõe o objetivo principal da ação, portanto é enfrentada em sede de pedido e dispositivo. Portanto, em, regra produz efeitos subjetivos erga omnes.
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-Lembrete importante:
	-Todo controle difuso é incidental.
	-Nem todo controle concentrado é principal.
			-Exemplo:	-ADI Interventiva 						(intervenção federal) e 					-DPF (Arguição de 					Descumprimento de 					Preceito Fundamental
					
					
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11. FENÔMENO DA INCONSTITUCIONALIDADE
-Norma inconstitucional é aquela incompatível com a Constituição
-A incompatibilidade poderá ser formal ou material
-Norma inconstitucional é norma que contém vício
-Porém, a norma inconstitucional é inexistente, inválida ou ineficaz?
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ANÁLISE DOS PLANOS DA NORMA
EXISTÊNCIA: 		-Agente (público)
				-Forma (processo legislativo)
				-Objeto (norma)
				-Análise de elementos 					constitutivos
VALIDADE:		-Agente (público) competente
-Forma (processo legislativo) 				adequada
				-Objeto (norma) conforme o 				direito
				-Análise de atributos
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EFICÁCIA:		-Aptidão para produzir efeitos
				-Finalidade alcançada
REGRA:		-Norma inconstitucional é 				norma nula, para homenagear 				a supremacia da Constituição. 				-Sua análise se dá no plano da 				validade. 
				-Não existe expressão, disposição 			normativa na CF/88, mas a 				nulidade é norma 	constitucional. 			Esta conclusão decorre da lógica 			sistêmica
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	-Norma inconstitucional é nula, portanto inválida, reconhece um vício congênito que sempre existiu, assim, sua decisão é de natureza declaratória e seus efeitos temporais são retroativos, ex tunc, para proteger a supremacia da Constituição.
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12. TEORIA DA NULIDADE X TEORIA DA ANULABILIDADE
-Nulidade				-Anulabilidade
-Marshall				-Kelsen
-E.U.A.				-Áustria
-Difuso				-Concentrado
-Nula					-Anulável
-Validade				-Existência
-Declaratória				-Constitutivo-negativa
-Ex tunc (retroativos)		-Ex nunc (prospectivos)
-Supremacia da 			-Supremacia do
Constituição				Parlamento
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12. TEORIA DA NULIDADE X TEORIA DA ANULABILIDADE
-OBS: não esquecer que estas são teorias originárias sobre o controle de constitucionalidade de sobre os efeitos temporais das decisão de inconstitucionalidade, hoje há um grande sincretismo, uma influência de ambas as teorias não somente entre EUA e Áustria, mas em todo o mundo, pois o rumo da jurisdição é que ela seja um sistema mais sincrético possível para atender os direitos fundamentais.
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-Conclusões importantes:
		-Mesmo em realidades distintas nas duas experiências o que se pretendia era uma separação entre DIREITO e POLÍTICA;
		-Kelsen não disse que a Constituição é suprema, pois se fosse assim, ele não teria criado a teoria da anulabilidade, e sim da nulidade;
		-Quem atribui à Constituição caráter supremo é Alexander Hamilton e John Marshall;
		-Esses são modelos puros, mas atualmente em razão de necessidade de proteção dos direitos fundamentais, ambas permitem relativização;
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13. MODULAÇÃO DOS EFEITOS TEMPORAIS DA DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
-Artigo 27 da Lei nº. 9.868/99:
Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. 
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-Questões importantes sobre o dispositivo legal da modulação temporal:
		-requisitos legais são cláusulas abertas;
		-necessidade de realização da técnica de ponderação de princípios, pois é preciso contextualizar no caso concreto e há um conflito entre interesses constitucionais (nulidade/segurança jurídica/excepcional interesse social/supremacia da Constituição);
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		-verdadeira cláusula de abertura legislativa para judicialização da política e ativismo judicial, problema sobre os limites de atuação do STF e análise consequencialista;
		-análise do correto uso da técnica de ponderação de princípios pelo STF;
		-inconstitucionalidade do dispositivo (ADI 2154 e ADI 2258);
		-permissivo legal para o controle abstrato e não para o controle concreto;
		-análise de poder implícito ou concessão legislativa do STF?
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-Exemplos de casos concretos com modulação temporal dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade:
-RE 197.917/SP - Mira Estrela
-HC 82959/SP – Progressão de Crimes Hediondos
-ADI 2240 – Município de Luís Eduardo Magalhães
-RCl – 4734 – benefício de prestação assistida
-ADI – 3660 – art. 98, parágrafo 2º da CF/88 pela EC 45/04 para ajustar a questão das custas processuais depositadas em juízo e destinadas para a Associação dos Magistrados do Mato Grasso do Sul		
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14. ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADES
-Quanto ao objeto:
		 -Formal: violação às normas de processo legislativo e 	normas sobre sistema constitucional de repartição de 	competências 
		-Material:	violação de conduta imposta (conteúdo)	pela 	Constituição
		-Vício de decoro parlamentar: realidade do “mensalão”
-Quanto à conduta:
		-Por ação: transgressão da Constituição por atuação
		-Por omissão: silêncio (problemática da atual jurisdição 	constitucional 	declaração de inconstitucionalidade sem 	decreto de nulidade nova técnica de decisão). 	Problemática 	das normas 	constitucionais de eficácia 	limitada. 
	
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VÍCIOS DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL 
	-No que se refere à inconstitucionalidade formal, a doutrina ainda classifica em:
	-Inconstitucionalidade formal orgânica
	-Inconstitucionalidade propriamente dita
		-Inconstitucionalidade formal subjetiva
		-Inconstitucionalidade formal objetiva 
	-Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos objetivos do ato 
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VÍCIOS DE INCONSTITUCIONALIDA FORMAL 
-Inconstitucionalidade formal orgânica: referente à distribuição de competências – é do ente federativo. Arts. 22 e 24 CF/88.
-Inconstitucionalidade propriamente dita: fases do processo legislativo	
	-Inconstitucionalidade formal subjetiva: referente a vícios de iniciativa (fase da iniciativa), portanto à pessoa que possui atribuição constitucional para deflagrar o processo legislativo – 61, §1º, I, CF/88.
	-Inconstitucionalidade formal objetiva: referente a vícios ocorridos nas fases do processo legislativo (constitutiva: (legislativa discussão e votação – executiva: sanção e veto) e complementar: promulgação e publicação).
-Inconstitucionalidade por violação dos pressupostos objetivos do ato: requisitos objetivos exigidos pela CF que não são cumpridos. Art. 18, parágrafo 4º e Art. 62 ambos da CF/88.
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VÍCIOS DE INCONSTITUCIONALIDA MATERIAL 
	-A discussão não se concentra em nenhuma questão sobre regras do processo legislativo, ou seja, sobre nenhuma de suas fases, mas sim sobre o conteúdo que está sendo veiculado pela proposta de EC ou por projeto de lei, por exemplo.
	-Exemplo: PEC 171/1993 
	Proposta de Emenda à Constituição. Ementa Altera a redação do art. 228 da Constituição Federal (imputabilidade penal do maior de dezesseis anos).
	
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VÍCIOS DE INCONSTITUCIONALIDA MATERIAL 
	
	
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VÍCIOS DE DECORO PARLAMENTAR
	
	-Este tipo de vício de inconstitucionalidade tem sido levantado pela doutrina em razão dos projetos de leis e propostas de emendas à Constituição que foram aprovadas no contexto da dinâmica corruptiva do “Mensalão”. Ação Penal 470 que tramitou junto ao STF e condenou vários parlamentares envolvidos no referido escândalo.
	-OBS: não tem ganhado força perante o STF. 
	
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VÍCIO POR AÇÃO
-Por ação: transgressão da Constituição por atuação
Exemplo: ADI para combater vícios materiais e formais.
Exemplo real sobre inconstitucionalidade material: ADI do PROUNI: O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria de votos, julgou improcedente o pedido feito na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3330, ajuizada pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen). A entidade questionava a Medida Provisória nº 213/04, convertida na Lei nº 11.096/2005, que instituiu o Programa Universidade para Todos (ProUni) e passou a regular a atuação de entidades de assistência social no ensino superior.
			
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VÍCIO POR OMISSÃO
	
	-Por omissão: silêncio (problemática da atual jurisdição constitucional – declaração de inconstitucionalidade sem decreto de	nulidade). Problemática das normas constitucionais de eficácia limitada. 
	Exemplo: ADI por omissão para combater vícios gerados a partir de omissões legislativas.
	
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VÍCIO POR OMISSÃO
	ADI (3682) por Omissão: Criação de Município e Lei Complementar Federal - 1 O Tribunal, por unanimidade, julgou procedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade por omissão ajuizada pela Assembléia
Legislativa do Estado de Mato Grosso, para reconhecer a mora do Congresso Nacional em elaborar a lei complementar federal a que se refere o § 4º do art. 18 da CF, na redação dada pela EC 15/96, e, por maioria, estabeleceu o prazo de 18 meses para que este adote todas as providências legislativas ao cumprimento da referida norma constitucional. ADI 3682/MT, rel. Min. Gilmar Mendes, 9.5.2007. (ADI-3682) 
	
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15. CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO
	CAPÍTULO III DO PODER JUDICIÁRIO Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS
-Realidade da cláusula da reserva de plenário:
-Artigo 97 da CF/88 consigna a cisão funcional de competência para apreciação de inconstitucionalidade:
“Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.”
 
	
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15. CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO
	-Realidade do órgão especial:
	-CAPÍTULO III DO PODER JUDICIÁRIO Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
(...)
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 
 
	
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-Finalidade da cláusula da reserva de plenário:
Em razão da lei gozar de presunção de constitucionalidade, e de ser a lei e os atos do Executivo ato dos órgãos da POLÍTICA, os tribunais ao 	declararem a inconstitucionalidade de uma lei precisam fazê-la de 	forma a contar com uma maioria	menos escassa
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-É obrigatória? Sim, súmula vinculante nº. 10
	“Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.”
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-Porque cisão funcional de competência?
		-O órgão fracionário não pode decidir sozinho acerca de inconstitucionalidade, ou seja, a turma, câmara ou seção não decidem isoladamente sobre declaração de inconstitucionalidade.
		-Não poderão decidir nem em sede de controle difuso e nem de controle concentrado.
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-PORÉM, por economia processual, celeridade e racionalização das atividades dos tribunais, ela poderá ser dispensada se:
-Inicialmente por jurisprudência do STF, e posteriormente por alteração do CPC, se a matéria já tiver sido conhecida pelo STF ou pelo próprio tribunal onde se aprecia a inconstitucionalidade, poderá ser reconhecida a inconstitucionalidade da questão sem observar a cisão.
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DO INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO CPC 
Art. 948.  Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo.
Art. 949.  Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver.
Parágrafo único.  Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.
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16. PAPEL DO SENADO FEDERAL NO CONTROLE DIFUSO
-O artigo 52, X, da CF/88 nos traz a seguinte redação:
“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
(...)
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;”
-STF relativizava essa competência do Senado por achar que se tratava de mero ato de publicidade informar ao Senado o teor da decisão de inconstitucionalidade cuja a lei deveria ser suspensa. Mas como veremos, isso foi modificado também por jurisprudência.
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-Esse dispositivo aproxima-se do efeito erga omnes da decisão de inconstitucionalidade no controle direto.
-RE 197.917/SP – Caso de “Mira Estrela”
-HC 82959/SP – Caso da progressão de regime dos crimes hediondos
-Rcl 4335/AC – cumprimento da questão do conteúdo do HC sobre a progressão de regime dos crimes hediondos. SFT reconheceu o teor da decisão para o caso concreto mas não reconheceu mais a possibilidade de relativização do art. 52, X da CF/88, ou seja, não reconheceu mais o efeito erga omnes.
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-Estes casos são emblemáticos para jurisdição constitucional em razão de que dentro de instrumentos do controle concreto, onde os efeitos temporais são ex tunc e os efeitos subjetivos são inter partes, o STF relativizou o temperamento de ambos os efeitos e em ambos os casos.
-Os argumentos utilizados foram a segurança jurídica, excepcional interesse social, mas também um argumento conseqüencialistas, pois para que não se permitisse investidas de modificações de decisões proferidas sob o império da decisão anterior, e com vistas a pedidos de indenização em face do Estado.
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17. EFEITOS TEMPORAIS DA DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
REGRA: 		ex tunc
EXCEÇÃO:		ex nunc - modulação dos 			efeitos temporais 
LEMBRAR: 	a regra geral é ex tunc, a exceção a rigor somente aplica-se para as ações do controle direto, porém, caberá por entendimento do STF também no controle indireto.
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-Problemática da aplicação desta operação em razão da tensão gerada entre os poderes constituídos (DIREITO e POLÍTICA), atingindo a clássica separação dos poderes, e portanto judicialização da política e ativismo judicial.
-Questão deve ser inserida no contexto de tendência de supremacia judicial – Supremacia Judicial X Diálogos Constitucionais.
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18. EFEITOS SUBJETIVOS DA DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
REGRAS:
-Controle direto: 		erga omnes
				Artigo 102, §2º CF/88
-Controle indireto:	inter partes
				A inconstitucionalidade 					compõe as razões de decidir 				e o pedido principal não é a 				declaração de 						inconstitucionalidade na 				norma
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18. EFEITOS SUBJETIVOS DA DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
-EXCEÇÃO:	-Teoria da Abstrativização ou da objetivização 		do 		controle concreto
		-Opera-se a transcendência dos motivos 		determinantes da decisão para o dispositivo
		-Tendência motivada pela justificativa de
		 cada vez mais tornar a atuação do STF 		mais direcionada ao controle abstrato, como 		maneira de tornar nosso controle de 			constitucionalidade cada vez mais 			sincrético para a proteção dos direitos 			fundamentais. Já derrubada pelo próprio STF.
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19. Súmula Vinculante
-A realidade da sumula vinculante foi criada a partir da EC 45/04, chamada Emenda do Poder Judiciário.
-Sua argumentação básica era a morosidade da justiça a quantidade de teses repetidas , bem como a necessidade de se passar a imprimir efetividade o novo direito fundamental, também trazido pela mesma emenda sobre o tempo razoável de duração do processo (art. 5º, LXXVIII) como desdobramento de um direito individual relacionado a necessidade de uma justiça mais humanizada dada a realidade de uma sociedade mais solidária.
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19. Súmula Vinculante
Seção II DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua
revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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19. Súmula Vinculante
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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19. Súmula Vinculante
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
-Ato exclusivo do STF;
-Regulamentado pela lei nº. 11.417/06;
-Possui efeitos erga omnes para os órgãos da Administração Pública ;
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19. Súmula Vinculante
-Compete ao STF a sua dição, revisão, cancelamento;
-Objeto: o enunciado tem objetivo a validade, a interpretação e eficácia de normas determinadas;
-Requisitos para edição: reiteradas decisões sobre a matéria que há entre órgãos judiciários e administrativos, controvérsia atual que traga insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão;
-STF de ofício ou por provocação dos legitimados do art. 103, da CF/88 e sem a necessidade de ter processo em andamento, pode receber o pedido sobre súmula vinculante. 
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19. Súmula Vinculante
-A lei 11. 417/06 também traz outros legitimados para a solicitação de súmula junto ao STF:
Art. 3o  São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador-Geral da República;
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - o Defensor Público-Geral da União;
VII – partido político com representação no Congresso Nacional;
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19. Súmula Vinculante
-A lei 11. 417/06 também traz outros legitimados para a solicitação de súmula junto ao STF:
-Que de igual modo também não precisarão de ter processo em andamento para solicitar a súmula vinculante ao STF.
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
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19. Súmula Vinculante
-Questão importante sobre os Municípios: 
Art. 3º. § 1o  O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo.
-Esse artigo determina que o Município somente poderá solicitar súmula vinculante se houver processo concreto que o envolva junto ao STF.
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19. Súmula Vinculante
-Questão importante sobre as súmulas:
-Não cabe contra súmula vinculante RE, ADI, ADC, ADPF;
-Cabe participação de amicus curiae, desde que permitida habilitação pelo STF;
-Efeitos temporais da súmula vinculante: ex nunc
-Efeitos subjetivos da súmula vinculante: erga omnes
-Quórum para aprovação pela STF de súmula vinculante: 2/3.
-Publicação na imprensa oficial vincula todos os órgão do executivo e do judiciário, não vincula o legislador.
 
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