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Novas configurações sociais 
Tempos pós e mundo pós, nos quais surgem novas configurações sociais, novas 
formas de interação e relação, no qual as diversidades, sejam elas étnicas, 
raciais, de classe social, de gênero, de sexualidade, de nacionalidade, de 
idade, de religião ou de qualquer natureza, começam a assumir novas 
nuances. Tempos em que a diversidade e a homogeneidade travam uma luta 
permeada pelo poder, nestes ambíguos processos culturais pós-modernos. 
Nestes “tempos pós”, nos quais há uma exploração em enormes proporções da 
maioria dos países do mundo por pequeno grupo de países que detêm a 
riqueza mundial, nos quais o mundo se desloca em torno da economia e do 
poder, grupos sociais também se deslocam geograficamente, migram, 
misturam-se, convivem e enfrentam novos conflitos e tensões. 
Neste contexto, nestes tempos pós-modernos, é que se originam as teorias 
pós-críticas do currículo e as conexões entre currículo e cultura se impõem 
com mais intensidade. 
Tendo como principais eixos conceituais o pós-modernismo, o pós-
estruturalismo e as diferentes abordagens sobre a cultura, dentre as quais o 
multiculturalismo, as teorias pós-críticas fazem uma crítica às teorias críticas, 
questionando os pilares destas formulações, como os conceitos de “verdade”, 
“ciência”, “disciplina” ou “área”, e direcionaram o debate para novas 
reflexões, questões e tensões, como: homogeneização X particularização; 
universalismo X relativismo. Nestas bases epistemológicas e pautadas nestas 
reflexões, as teorias pós-críticas ampliam o olhar sobre o currículo no sentido 
de mudar o foco, que antes estava centrado nos processos de dominação 
exercidos pelo Estado. 
Sem desconsiderar o caráter “capitalista” do currículo, já que ele tem um 
papel decisivo na reprodução das estruturas de classe, a principal 
contribuição das teorias pós-críticas é estender nossa compreensão sobre os 
processos de dominação, incluindo em sua análise múltiplas formas de poder e 
 
 
de dominação, que vão muito além do poder econômico. Como destaca Silva 
(2004, p.148-149), 
“Nas teorias pós-críticas, entretanto, o poder torna-se 
descentrado. O poder não tem mais um único centro, o Estado, 
por exemplo. O poder está espalhado por toda a rede social. 
[...]. Para as teorias pós-críticas o poder transforma-se, mas não 
desaparece. Nas teorias pós-críticas, o conhecimento não é 
exterior ao poder, o conhecimento não se opõe ao poder. O 
conhecimento não é aquilo que põe em xeque o poder: o 
conhecimento é parte inerente do poder.” 
Portanto poder e saber passam a ser vistos como interdependentes, inter-
influentes, como processos que atuam juntos, se imbricam, se amalgamam. 
Vamos analisar, sinteticamente, como o conceito de poder e outros eixos 
conceituais do pensamento pós-crítico foram se configurando nos diferentes 
campos do conhecimento para entender seus aportes e suas contribuições 
para esta nova abordagem do currículo.

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