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APOSTILA FUNDAMENTOS GEOLOGIA

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____________________________________________________________________________________________ 
 
Prof. Mest.: Valéria Marinho do Nascimento 
1 
SUMÁRIO 
1. ORIGEM DO UNIVERSO................................................................................................................................................... 4 
2. TEMPO GEOLÓGICO........................................................................................................................................................ 4 
 2.1. ESCALA DO TEMPO GEOLÓGICO....................................................................................................................... 4 
 2.2. CONCEITOS DE FÓSSIL E FOSSILIZAÇÃO.......................................................................................................... 5 
3. ESTRUTURA DA TERRA.................................................................................................................................................. 5 
3.1. FORMA, DENSIDADE, GRAVIDADE E ISOSTASIA..............................................................................................
3.2. CONSTITUIÇÃO INTERNA DA TERRA..................................................................................................................
3.3. PROPORÇÃO APROXIMADA DAS ROCHAS.........................................................................................................
3.4. CONSTITUIÇÃO LITOLÓGICA DA CROSTA SEGUNDO VOLUME E ÁREA...................................................
3.5. CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DA CROSTA 
4. TECTÔNICA DE PLACAS................................................................................................................................................. 6 
5.ROCHAS.............................................................................................................................................................................. 6 
 5.1. CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS ROCHAS............................................................................................... ............. 6 
6.PROCESSOS ENDÓGENOS...............................................................................................................................................
 6.1.ROCHAS ÍGNEAS (GÊNESE E CLASSIFICAÇÃO).................................................................................................
7.PROCESSOS EXÓGENOS 
 7.1.ROCHAS SEDIMENTARES (GÊNESE E CLASSIFICAÇÃO).................................................................................
 7.2.ROCHAS METAMÓRFICAS (GÊNESE E CLASSIFICAÇÃO)................................................................................
8.CICLO DAS ROCHAS....................................................................................................................................................... 7 
9.MINERAIS.......................................................................................................................................................................... 7 
 9.1. CONCEITOS BÁSICOS DE MINERALOGIA.......................................................................................................... 7 
10. INTEMPERISMO........................................................................................................................................................... 8 
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................................... 9 
 
 
1. ORIGEM DO UNIVERSO 
A terra tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos e 
durante todo esse tempo sofreu diversas transformações de 
amplitude global que deixaram marcas bastante definidas 
nas rochas (Rocha é um agregado natural composto por 
alguns minerais ou por um único mineral. Para ser 
considerada como uma rocha esse agregado tem que ter 
representatividade em escala cartográfica – mapa) que a 
compõem. 
Identificando tais marcas, é possível dividir a História 
da Terra em fases geológicas distintas, montando, assim, 
uma Escala Geológica de Tempo (Escala geológica de 
tempo representa a linha do tempo desde o presente até a 
formação da Terra, dividida em éons, eras, períodos, 
épocas e idades, que se baseiam nos grandes eventos 
geológicos da história do planeta). Nessa Escala, figura-01, 
que não é linear, representamos a passagem do tempo no 
sentido de baixo para cima, ficando na parte de baixo o 
representante mais velho. Esta, aliás, é a forma como as 
rochas normalmente se apresentam na natureza: a mais 
nova acima da mais velha. 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 01- Escala Geológica do tempo. 
 
 
 
 
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Prof. Mest.: Valéria Marinho do Nascimento 
2 
2. TEMPO GEOLÓGICO
Quando a Terra (A terra é o terceiro planeta do Sistema 
Solar e o quinto em diâmetro. É o maior dos quatro planetas 
rochosos e tem condições únicas: mantém grandes 
quantidades de água em estado líquido, tem placas 
tectônicas e um campo magnético) foi formada, a 
aproximadamente 4,6 bilhões de anos, o Universo (O 
universo subdividi-se em aglomerado de galáxias, que se 
subdivide em galáxias, que se subdivide em sistemas 
solares, que contém corpos celestes como: estrelas, 
planetas, asteróides, etc...) já tinha 9,1 bilhões de anos 
(figura-02). Nosso planeta (Planeta, como definido pela 
União Astronômica Internacional, é um corpo celeste 
orbitando uma estrela ou restos estelares que tem massa 
suficiente para haver rotação em torno de si e não tem 
massa suficiente para causar fusão termonuclear) foi 
formado a partir de poeira e gás resultando em uma massa 
disforme em ebulição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 02- O universo 
 
Logo depois que a terra se formou houve uma 
catastrófica colisão com outro planeta, chamado de Téia, 
que resultará na total destruição deste último (Figura 03). 
Partes dos destroços de Téia ficarão em órbita da Terra e 
acabarão por juntar-se, formando a nossa Lua (A Lua-do 
latim Luna- é o único satélite natural da Terra, situando-se a 
uma distância de cerca de 384.405 Km do nosso planeta. 
Segundo a última contagem, mais de 150 luas povoam o 
sistema solar), enquanto seu núcleo será absorvido pelo 
nosso planeta sobrevivente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 03- Colisão entre os planetas Terra (a esquerda 
da figura) e Téia (a direita da figura). 
Após esta colisão no Hadeano (De acordo com a 
International Stratigraphic Chart da International 
Commission on Stratigraphy (ICS), o Hadeano durou de 
4.600 até 4.000 milhões de anos atrás) a Terra foi 
bombardeada por uma incessante chuva de meteoros e 
cometas ocasionando temperaturas elevadíssimas (Figura 
04). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 04- Aparência do planeta terra no éon Hadeano 
(4.600 – 4.000 milhões de anos). 
 
Devido esse calor extremo no planeta Terra a mesma 
sofreu fusão no seu interior que permitindo que o ferro, 
mais denso existente nesse planeta, afunda-se para o centro, 
formando um núcleo (O núcleo é uma das camadas em que 
a Geologia divide o planeta, sendo a mais interna. É 
constituída por uma parte sólida – núcleo interno- 
envolvida por uma líquida – núcleo externo. Esta camada 
líquida dá origem ao campo magnético terrestre) pesado. O 
material menos denso, rico em silicatos (Os silicatos são o 
grupo de minerais de maior abundância, constituindo mais 
de 75% da crosta terrestre. Todos os silicatos são 
compostos por silício e oxigênio, podendo estar 
acompanhado de alumínio, ferro, magnésio e cálcio, entre 
outros), flutuará para a superfície, formando um oceano de 
magma (Magma é o nome dado à rocha fundida debaixo da 
superfície da Terra que, quando expelida por um vulcão, dá 
origem à lava. É composta por uma massade silicatos a alta 
temperatura e pressão, entre 650 e 1200ºC, podendo chegar 
a 1560ºC. 
A atmosfera da Terra hadeana foi provavelmente rica 
em CO2 (O dióxido de carbônico, é um composto químico 
constituído por dois átomos de oxigênio e um átomo de 
carbono), talvez tanto quanto as atmosferas de Vênus e de 
Marte. 
Gradativamente o planeta se recomporá do intenso 
bombardeio e perderá calor (Figura 05), permitindo que o 
vapor de água exalado dos vulcões (Vulcão é uma estrutura 
geológica criada quando o magma, gases e partículas 
quentes –como cinza- escapam para a superfície terrestre. 
Eles ejetam altas quantidades de poeira, gases e 
aerosóis(um conjunto de partículas suspensas num gás) na 
atmosfera) e oriundos dos cometas (Cometa é um corpo 
 
 
 
 
 
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menor do sistema solar que orbita o Sol. Quando se 
aproxima do Sol passa a exibir uma atmosfera difusa, a 
coma, e uma cauda, ambas causadas pelos efeitos da 
radiação solar. São compostos de gelo, poeira e pequenos 
fragmentos rochosos) forme as primeiras chuvas. No fim do 
Hadeano choveu milhões e milhões de anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 05- Foto mostrando a diminuição gradativa do 
intenso bombardeio que a o planeta Terra sofreu, de 
cometas e meteoros, fazendo com que o planeta começasse 
a perde calor. 
 
Após o Hadeano entra o éon Arqueano ( O Arqueano 
durou de 4.000 à 2.500 milhões de anos atrás) no qual já 
veremos um imenso oceano cobrindo toda a Terra, ainda 
bastante quente (Figura 06). A água do mar absorvia a 
maior parte do dióxido de carbono (CO2) emitido pelos 
vulcões, mas mesmo assim a atmosfera estava saturada pelo 
gás e com praticamente nenhum oxigênio (O) (0,0001%). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 06 – A água no planeta Terra que se formou no 
fim do Hadeano esfriou mais o planeta no Arqueano. 
 
A vida era incipiente no Arqueano, limitada a simples 
organismos unicelulares não nucleados, chamados 
procariontes, e cianobactérias (conhecidas como algas 
azuis). Sucessivas gerações dessas algas formarão os 
estromatólitos (Um estromatólito é uma rocha formada por 
tapete de limo produzido por micróbios no fundo de mares 
rasos, que se acumula até formar uma espécie de recife. Os 
estromatólitos foram os primeiros organismos a realizar a 
fotossintese) encontrados até hoje (Figura 07). Serão estes 
os primeiros organismos capazes de realizar a fotossíntese 
(É o processo através do qual as plantas, seres autotróficos 
e alguns outros organismos transformam energia luminosa 
em energia química processando o dióxido de carbono e 
outros compostos em compostos orgânicos e produzindo 
oxigênio gasoso), com a conseqüente liberação de oxigênio. 
Esse oxigênio inicialmente reagirá com o abundante ferro 
(Fe) presente nas águas do oceano, formando óxidos de 
ferro, que se depositarão no fundo das águas. Muitas 
formações ferríferas bandadas (Formações ferríferas 
bandadas são um tipo de depósitos encontradas em rochas 
em rochas sedimentares do Pré- Cambriano. Consistem em 
camadas de minerais de óxidos de ferro(magnetita ou 
hematita), alternadas com bandas de xisto e sílex)deste tipo 
são explorados até hoje para obtenção de metal (Figura 08). 
Quando a maior parte de ferro for oxidada, o oxigênio 
poderá escapar e passará a “contaminar” a atmosfera 
terrestre, afetando a vida anaeróbica até então 
predominante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 07 - Estromatólitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 08 – Foto de uma Formação ferrífera bandada. 
 
No éon Proterozóico (o Proterozóico durou de 2.500 
até 542 milhões de anos atrás) devido à crescentes 
 
 
 
 
 
 
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concentrações de oxigênio na atmosfera, uma extinção em 
massa (Uma extinção em massa é um acontecimento 
relativamente comum no registro geológico que se 
caracteriza pelo decréscimo abrupto da biodiversidade 
através da extinção de vários grupos. Na História da Terra, 
alguns deles foram particularmente violentos) ocorrerá na 
Terra, que ficará conhecida como a Catástrofe do Oxigênio. 
Uma nova forma de vida, dependente do oxigênio, passará 
a dominar o planeta: as bactérias aeróbicas (Refere-se a um 
processo bioquímico que representa a forma mais eficaz de 
obter energia a partir de nutrientes, como a glicose, na 
presença obrigatória de oxigênio. Os seres vivos que assim 
procedem – a maioria atual – são classificados como 
aeróbicos). Elas dominarão sozinhas, o planeta por quase 
1,5 bilhões de anos. No fim do éon Proterozóico, e devido 
às orogêneses (A orogênese é o conjunto de processos que 
levam à formação ou rejuvenescimento de montanhas ou 
cadeias de montanhas, produzido principalmente por 
dobramentos e/ou falhas, ou seja, pela deformação 
compressiva da litosfera continental) que ocorrerão no 
futuro, haverá pouco registro fóssil (Os fósseis são restos 
ou vestígios preservados de animais, plantas ou outros seres 
vivos em rochas, sedimentos, gelo ou âmbar. Preservam-se 
como moldes do corpo ou partes deste, rastros e pegadas. A 
ciência que estuda os fósseis é a Paleontologia) nas rochas. 
A atmosfera (A atmosfera terrestre é uma fina camada de 
gases sem cheiro, sem cor e sem gosto, presa a Terra pela 
força da gravidade. Visto do espaço, o planeta Terra 
aparece como uma esfera de coloração azul brilhante) terá 
mudado, gradativamente, de vermelho para azul. Até agora 
estivemos visitando o chamado Pré- Cambriano (O Pré-
Cambriano é o nome tradicional que se dá ao conjunto dos 
éons anteriores ao Fanerozóico: o Proterozóico, o Arqueano 
e o Hadeano. Apesar de obsoleto, ainda consta do Quadro 
Estratigráfico Internacional da Comissão Internacional 
sobre Estratigrafia), que perdurou por mais de 88% da 
História da Terra. 
Após o Pré-Cambriano entraremos no éon Fanerozóico 
(o Fanerozóico durou de 542 milhões de anos atrás até o 
presente) e a primeira era desse éon é o Paleozóico (a era 
Paleozóica durou de 542 até 251 milhões de anos atrás) o 
qual será tão rico em eventos que será dividido em seis 
períodos (Um período geológico é a divisão de uma era na 
escala de tempo geológico) bem distintos. A atividade 
vulcânica no Paleozóico estará bem mais amena, 
alternando-se períodos de calmaria com grandes explosões 
em todo o planeta. 
O primeiro período do Paleozóico corresponde ao 
Cambriano (o período Cambriano durou de 542 até 488,3 
milhões de anos atrás) no qual emergirão quatro 
continentes: Laurentia (parte central da América do Norte), 
Báltica (parte da Europa) e Sibéria (mesma região no oeste 
russo) e um supercontinente no hemisfério sul, que será 
chamado de Gondwana. Nesse período ainda não existiam 
plantas terrestres e os continentes não passavam de rochas 
nuas. Os primeiros peixes, esponjas, corais e moluscos 
surgirão ainda no Cambriano e o evento foi de tal monta 
que passará a ser conhecido como Explosão Cambriana 
(A Explosão Cambriana foi um evento na história da vida, 
registrado por fósseis, quando subitamente houver uma 
explosão na biodiversidade do planeta. A maioria destes 
animais não deixaram descendentes, tendo muitos deles 
formas diversas dos animais moderno) (Figura 09). Em 
relativamente pouco tempo surgiram praticamente todos os 
filos (Os filos animais mais conhecidos são os Moluscos, 
Poríferos, Cnidários, Platelmintos, Nemátodos, Anelídeos, 
Artrópodes, Equinodermos e Cordados, este sendo o filo ao 
qual os humanos pertencem. Hoje admite-se a existência de 
35 filos.) animais conhecidos, inclusive os precursores dos 
vertebrados (Os vertebrados constituemum subfilo de 
animais cordados, compreendendo os ágnatos, peixes, 
anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Caracterizam-se pela 
presença de coluna vertebral segmentada e de crânio que 
lhes protege o cérebro), além de outros que a ciência não 
consegue classificar, todos eles organismos marinhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 09 – Ilustração mostrando a presença de vida nos 
mares no inicio do período Cambriano. 
 
Boa parte dessa diversidade biológica (Pode ser 
definida como a variedade e a variabilidade existente entre 
os organismos vivos e as complexidades ecológicas nais 
quais elas ocorrem. É a associação de vários componentes: 
ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes em 
uma área) será extinta no final do Cambriano, devido 
provavelmente a uma extensa glaciação (As glaciações são 
fenômenos climáticos que ocorrem ao longo da história do 
planeta Terra. Como o próprio nome sugere, são períodos 
de frio intenso, dentro de uma era do gelo, quando a 
temperatura média da Terra baixa, provocando o aumento 
 
 
 
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das geleiras). Estima-se que 85% de toda a vida no planeta 
será extinta ao final do período Cambriano (Figura 10). 
 
Figura 10 – Ilustração mostrando a vida nos mares no 
final do período Cambriano. 
 
No período Ordoviciano (o ordoviciano durou de 488,3 
até 443,7 millhões de anos atrás), os continentes ainda estão 
desérticos (Figura 11), rebaixados por epirogêneses (é um 
movimento vertical da crosta terrestre em escala 
continental. Afeta grandes áreas interiores das placas 
continentais: plataformas e cratons) e invalidados por 
extensos mares rasos. Nesse período o norte do planeta foi 
quase inteiramente oceano e a sua maior parte terrestre 
esteve confinada ao sul. Agora os organismos passarão a 
apresentar partes duras (conchas, dentes, etc.), algumas 
delas poderão ser representadas como fósseis, que poderão 
vir a ser descobertos e estudados por uma outra espécie 
ainda muito distante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Paisagem da superfície do planeta Terra no 
período Ordoviciano. 
 
O Ordoviciano durará aproximadamente 44,6 milhões 
de anos e seu final será marcado por uma nova extinção em 
massa (A extinção Ordoviciana foi a terceira maior das 
cinco extinções em massa que ocorreram na história da 
Terra. A teoria mais aceita fala de uma longa era do gelo, 
talvez a mais severa glaciação do Fanerozóico). 
No Siluriano (o Siluriano durou de 443,7 até 416,0 
milhões de anos atrás) a fauna (Fauna é o termo coletivo 
para a vida animal de uma determinada região ou período 
de tempo. O termo correspondente para plantas é flora. 
Flora, fauna e outras formas de vida como os fungos são 
coletivamente chamados de biota.) terá que se recuperar da 
recente extinção em massa. Será mantida a predominância 
de invertebrados, principalmente trilobitas, crinóides, 
euriptéridos e cefalópodes. Foi nesse período que surgirão 
as primeiras plantas terrestres (Figura 12). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12 – O surgimento das primeiras plantas 
terrestres. 
 
No Devoniano (durou de 416,0 até 359,2 milhões de 
anos atrás) ocorrerá a proliferação dos peixes, motivo pelo 
qual o período foi conhecido como “a idade dos peixes”. O 
clima era quente e o nível dos oceanos alto o que fez com 
que muitas terras fossem cobertas por mares, onde 
proliferavam grandes recifes de cora (Os corais são 
organismos coloniais que em sua maioria constroem 
esqueletos calcários. Os recifes de coral crescem na região 
fótica de mares tropicais, de forte ação de ondas para 
manter disponível na coluna d’água alimento e oxigênio 
dissolvido). Foi nesse período que surgiram os primeiros 
tubarões e anfíbios. 
Foi no Carbonífero (durou de 359,2 até 299,0 milhões 
de anos atrás) que grandes florestas e pântanos cobrirão a 
maior parte da superfície terrestre (Figura 14). 
Nas florestas deste período ainda predominarão 
licopódios e samambaias (embora com uma diversidade 
incomparavelmente maior do que nos períodos anteriores), 
merecendo destaque as Pteridospermatófitas (samambaias 
com sementes), hoje extintas. Tais florestas gerarão os 
grandes depósitos de carvão mineral (O carvão é um 
 
 
 
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combustível fóssil natural, de cor preta ou marrom. Se 
origina da decomposição de vegetais terrestres que se 
acumularam em zonas pantanosas de pouca profundidade, 
ficando assim protegido da ação destruidora do ar), 
explorados até hoje. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 – Surgimento dos primeiros anfíbios na 
superfície da terra no período Devoniano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 – Paisagem das grandes florestas e pântanos 
que cobrirão a maior parte da superfície terrestre no período 
Carbonífero. 
 
No final do Carbonífero e inicio do Permiano houve 
uma invasão de milhões e milhões de diferentes espécies de 
insetos. 
Entraremos no período Permiano (durou de 299,0 até 
251,0 milhões de anos atrás), quando o clima na Terra 
começará a esquentar cada vez mais. Algumas espécies de 
insetos desse período sobreviverão até hoje. 
Durante o Permiano notaremos um maior 
desenvolvimento e diversificação dos répteis, que passarão 
a dominar definitivamente o planeta (Figura 15). Foram de 
grande porte e atingiram o topo da cadeia alimentar (A 
cadeia alimentar ou trófica é uma sequência de seres 
vivos/populações que se alimentam uns dos outros. É a 
maneira de expressar as relações de alimentação entre os 
organismos de uma comunidade/ecossistema) e, ao mesmo 
tempo, ocorreu à decadência dos artrópodes gigantes, que 
se extinguirão neste período. 
Na fauna terrestre do período se destacarão animais que 
não eram nem répteis nem mamíferos e pertenciam ao 
grupo dos synapsida (Synapsida é uma classe extinta de 
cordados e são considerados como o grupo ancestral dos 
mamíferos. Apareceram no Carbonífero Superior e os mais 
primitivos foram abundantes principalmente no Permiano 
Inferior). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15 – Répteis do período Permiano. 
 
Marcando o fim do período Permiano, uma nova 
extinção em massa assolará o planeta e será de tal porte que 
ficará conhecida como a “mãe de todas as extinções”. 
Ocorreu a extinção de mais de 96% das espécies marinhas, 
cerca de 70% dos vertebrados terrestres e 83% dos insetos. 
A teoria mais aceita diz que gigantescas erupções 
vulcânicas (A erupção vulcânica é um fenômeno da 
natureza, geralmente associado ao extravasamento do 
magma de regiões profundas da Terra na superfície do 
planeta) liberaram tamanha quantidade de dióxido de 
carbono (O dióxido de carbono é um composto químico 
constituído por dois átomos de oxigênio e um átomo de 
carbono. Eletricamente, as atrações intermoleculares são 
muito fracas, tornando-o, nas condições ambientais, um 
gás:o gás carbônico) na atmosfera que provocou o súbito 
aumento da temperatura do planeta. 
Chegando ao Triássico (durou de 251,0 até 199,6 
milhões de anos atrás), primeiro período da era Mesozóica 
(essa era durou de 251,0 até 65,5 milhões de anos atrás), 
quando a temperatura média do planeta era quase o dobro 
da atual. Nas florestas prosperarão samambaias, ginkgos e 
coníferas. Os répteis voltarão a dominar a Terra (todos os 
fósseis terrestres do Triássico são répteis). Surgirão os 
primeiros dinossouros (Os dinossauros – deinos: terrível + 
saurus: réptil – fazem parte do grupo dos arcossauros. Os 
dinossauros foram divididos em seis grupos: Terópodes,____________________________________________________________________________________________ 
 
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Saurópodes, Ceratopsídeos, Estegossauros, Anquilossauros 
e os Ornitópodes), mais baixos que os que surgirão a seguir, 
no Jurássico, e a maioria serão quadrúpedes (Figuras 16 e 
17). 
Após o Triássico entra o período Jurássico (durou de 
1999,6 até 145,5 milhões de anos atrás), quando terras 
baixas foram encobertas pelo mar, o que dividiu o 
supercontinente Pangéia (Pangéia foi o nome dado ao 
supercontinente que, segundo a teoria da deriva continental, 
existiu até 200 milhões de anos atrás. O nome origina-se do 
fato de todos os continentes) em dois continentes: Laurásia 
(O supercontinente do norte, Laurásia, incluía os 
continentes que hoje constituem o Hemisfério Norte, 
incluindo a América do Norte, Europa e Asia), ao norte, e 
Gondwana (O supercontinente do sul, Gondwana, incluía a 
maior parte das zonas de terra firme que hoje constituem os 
continentes do Hemisfério Sul, incluindo a Antártida, 
América do Sul, África, Madagascar, Índia, Austrália e 
Nova Zelândia), ao sul. As plantas predominantes foram 
cicadáceas, ginkgos e coníferas gigantescas (sequóias). 
Também foi nesse período que surgirão as primeiras 
plantas com flores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16 – Dinossauros quadrúpedes do Jurássico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17 – Dinossauros quadrúpedes do Jurássico. 
A fauna do Jurássico será marcada pela hegemonia dos 
répteis em todos os ambientes: dinossauros (fazem parte 
do grupo dos arcossauros e significa: deinos- terrível + 
saurus- réptil. Os dinossauros foram divididos em seis 
grupos: Terópodes, Saurópodes, Ceratopsídeos, 
Estegossauros, Anquilossauros e os Ornitópodes) na terra, 
pterossauros (contituem uma ordem extinta da classe 
Reptilia, que corresponde aos répteis voadores da era 
Mesozóico. Embora sejam seus contemporâneos, estes 
animais não eram dinossauros) no ar e plesiossauros ( 
constituem uma ordem de répteis marinhos extintos. Apesar 
de serem répteis gigantes e carnívoros do Mesozóico, os 
plesiossauros não estavam relacionados com os 
dinossauros) no mar (Figura 18). O período também será 
marcado pelo surgimento das primeiras aves e dos 
primeiros mamíferos verdadeiros. Começarão a surgir 
dinossauros mais evoluídos e inteligentes, que eram 
superiores aos primitivos répteis do Triássico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 18 – Dinossauros mais evoluídos dominando 
todos os ambientes Jurássico 
 
Saindo do Jurássico e entrando no período Cretáceo 
(durou de 145,5 até 65,5 milhões de anos atrás), os 
dinossauros alcançarão seu ápice (mais da metade das 
espécies conhecidas viveram neste período). Foi no mesmo 
período que surgirão os mamíferos placentários (Os 
placentários constituem uma infra-classe de animais 
mamíferos. As fêmeas possuem mamilos para amamentar 
as crias e todo o desenvolvimento das crias se processa no 
interior do útero, onde o feto é alimentado pela placenta) 
primitivos e as plantas com flores proliferarão. Neste 
período os continentes começarão a migrar as posições que 
ocupam hoje. 
Uma nova extinção em massa ocorrerá no fim do 
Cretáceo. O registro estratigráfico (A estratigrafia é o 
ramo da geologia que estuda as sequências das rochas, 
buscando determinar os processos e eventos que as 
formaram e, através da descrição dos corpos rochosos que 
 
 
 
 
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formam a crosta da Terra, agrupá-las em unidades 
mapeáveis) mostra que o desaparecimento abrupto das 
espécies no fim do Cretáceo coincide com um nível rico em 
irídio (O irídio – do latim “Iris”, íris ou arco-íris – é um 
elemento químico, símbolo Ir, de número atômico 77 com 
massa atômica 192,2 u. É um elemento pouco abundante, 
encontrado na natureza associado ao ósmio e à platina), um 
elemento químico pouco abundante na Terra e geralmente a 
corpos extraterrestres ou a fenômenos vulcânicos. A teoria 
mais aceita é a de que a queda de um meteorito (Um 
meteorito é a denominação dada quando um meteoróide, 
formado por fragmentos de asteróides, de cometas ou por 
restos de planetas, alcançam a superfície da Terra. Podem 
variar desde simples poeira a corpos celestes com 
quilômetros de diâmetro) na península de Yucatán (A 
península de Yucatán é uma grande península que adentra o 
oceano Atlântico na América Central, constituindo-se no 
extremo sudeste do território do atual México), no México, 
criou uma nuvem de poeira que cobriu a Terra, impedindo a 
passagem da luz do Sol e causando o resfriamento do 
planeta (Figura 19). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 19 – Impacto de um meteorito com o planeta 
Terra ocasionando o desaparecimento abrupto das espécies 
no fim do Cretáceo. 
 
Após a extinção dos dinossauros entraremos no 
primeiro período da era Cenozóica (durou de 65,5 milhões 
de anos atrás até o presente): o Paleogeno (durou de 65,5 
até 23,03 milhões de anos atrás) o qual é dividido em três 
épocas (Uma época geológica é a divisão de um período na 
escala de tempo geológica. Somente os períodos das eras 
do éon Proterozóico não se dividem em épocas. As épocas 
dos períodos das eras do éon Fanerozóico subdividem-se 
em idades.): Paleoceno, Eoceno e Oligoceno. 
Na época Paleoceno (durou de 65,5 até 55,8 milhões de 
anos atrás), houve a proliferação dos pequenos mamíferos e 
as aves assumirão o topo da cadeia alimentar. O clima ainda 
estava bem quente e o planeta, de uma forma geral, se 
assemelhará ao do final do Cretáceo. 
No início do Eoceno (durou de 55,8 até 33,9 milhões de 
anos atrás) as aves ainda serão os predadores dominantes 
porém, com o tempo, mamíferos carnívoros se 
desenvolverão e as substituirão. Nesse período o clima 
começa a esfriar, a vegetação próxima aos pólos começa a 
se tornar semelhante às de tundra (A tundra é uma 
vegetação proveniente do material orgânico que aparece no 
curto período de desgelo durante a estação “quente” das 
regiões de clima polar, apresentando apenas espécies de que 
se reproduzem rapidamente e que suportam baixas 
temperaturas) e taiga (A taiga, também conhecida por 
floresta de coníferas, ou ainda floresta boreal, é um bioma 
comumente encontrado no norte do Alasca, Canadá, sul da 
Groelãndia, parte da Noruega, Suécia, Finlândia, Sibéria e 
Japão) e teve início o processo de congelamento dos pólos. 
Estas alterações causarão uma considerável extinção nos 
animais da época. 
No Oligoceno (durou de 33,9 até 23,03 milhões de anos 
atrás) a Austrália se separará da Antártida, a Índia se unirá à 
Ásia e as Américas do Norte e do Sul começarão a se 
aproximar. 
Processos orogênicos (A orogenia pode ser 
convergente, quando há colisão de placas, ou divergente, 
quando ocorre separação das mesmas. A primeira resulta na 
formação de dobramentos, cordilheiras ou fossas) iniciados 
no Cretáceo serão ampliados, resultando na formação dos 
Alpes (Os Alpes são um dos grandes sistemas de 
cordilheiras da Europa e estendem-se da Áustria e 
Eslovênia, a leste, através da Itália, Suíça, Alemanha até a 
oeste da França) e dos Cárpatos (Os Cárpatos formam a 
ala oriental do grande sistema de montanhas da Europa, 
percorrendo 1500 km ao longo das fronteiras da República 
Tcheca, Eslováquia, Polônia, Romênia e Ucrânia), na 
Europa, e do Atlas (As montanhas Átlas ficam no norte da 
África, percorrendo 2400 km ao longo do Marrocos, 
Argélia e Tunísia), no norte da África. 
O Neogeno (durou de 23,03 até 2,58 milhões de anos 
atrás) foi o penúltimo período geológico e sua primeira 
época foi o Mioceno (durou de 23,03 até 5,33 milhões de 
anos atrás). Nesta época elevação das cordilheirascontinuarão como os Pirineus ( Os Pieineus são 
cordilheiras no sudoeste da Europa cujos montes formam 
uma fronteira natural entre a França e a Espanha, 
estendendo-se por aproximadamente 430 km), os Alpes (Os 
Alpes são um dos grandes sistemas de cordilheiras da 
Europa e estendem-se da Áustria e Eslovênia, a leste, 
através da Itália, Suíça, Alemanha até a oeste da França) e o 
Himalaia (O Himalaia é a mais alta cadeia montanhosa do 
mundo, localizada entre a planície indo-gangética, ao sul, e 
o planalto tibetano, ao norte. Os Himalaias espalham-se, de 
 
 
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oeste para leste, formando um arco de cerca de 2.500 km de 
extensão). A temperatura ficou mais baixa que a atual e se 
originaram as massas de gelo na Antártida. Houve a 
proliferação das espécies de mamíferos, entre eles o 
rinoceronte, o gato, o Camelo, o cavalo e os grandes 
sísmios (Simiiformes é uma das duas infra-ordens que 
compõe a subordem de primatas haplorrinos. Esta infra-
ordem é maior que a dos tarsiiformes, sendo composta de 9 
famílias, 44 gêneros e 281 espécies) (Figura20). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 20 - Proliferação de espécies de mamíferos no 
Mioceno. 
 
Foi na época do Plioceno (durou de 5,33 até 2,58 
milhões de anos atrás) que as duas Américas se unirão 
através do Istmo do Panamá (O Istmo do Panamá está 
situado no Panamá, entre os oceanos Pacífico e Atlântico, 
unindo as Américas do Sul Central. Seu comprimento é de 
700 km e sua largura varia entre cinqüenta e duzentos 
quilômetros, sendo cortado pela Cordilheira de Talamanca) 
e o clima ficou mais frio e seco, semelhante ao clima atual. 
Surgirá o primeiro hominídeo (Os hominídeos são os 
maiores primatas, com pesos variando entre 48 e 270 kg – 
em geral, os machos são maiores que as fêmeas -, com 
corpos robustos e braços bem desenvolvidos. Têm o 
polegar oponível aos outros dedos e todos os dedos têm 
unhas achatadas) reconhecível: o australopiteco (Os 
Australopitecos – australis: do sul + pithekos: macaco – 
constituem um gênero de diversos hominídeos extintos, 
bastante próximos aos do gênero Homo. Aparentemente 
ambos se desenvolveram a partir de outro ancestral comum, 
ainda desconhecido) (Figura 21). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 21 – Hominídeo da época do Plioceno. 
 
Na primeira época do período do Quaternário (Esse 
período dura desde 2,58 milhões de anos atrás até o 
presente), no Pleistoceno (durou de 2,58 até 11,7 mil anos 
atrás), surgiu o Homo sapiens (Os membros dessa espécie 
têm um cérebro altamente desenvolvido, com inúmeras 
capacidades como o raciocínio abstrato, a linguagem, a 
introspecção e a resolução de problemas. Tem um corpo 
ereto o que possibilita o uso dos braços para manipular 
objetos), recente, conviveu com uma espécie mais antiga 
que foi o Homo neanderthalensis (O Homo 
neanderthalensis é uma espécie extinta, que habitou a 
Europa e parte do oeste da Ásia há cerca de 300.000 anos 
atrás, tendo coexistindo com os Homo sapiens e sendo mais 
robusto que este. Há evidências de que os neandertais 
usavam ferramentas). O Homo sapiens sobreviveu à última 
glaciação (A última glaciação conhecida na Terra, 
considera marco do fim do período Pleistoceno e das 
“glaciações antropológicas”, começou por volta de 70.000 
a.C, alcançou seu auge em torno de 18.000 a.C, e terminou 
por volta de dez mil anos a.C) e iniciou sua fabulosa 
jornada como espécie dominante do planeta. 
No Holoceno (A época Holoceno dura desde 11,700 
anos atrás até o presente) o Homo sapiens controlou o fogo, 
domesticou animais e plantas, trabalhou os metais, 
construiu armas e fez guerras muitas guerras. Construiu 
maravilhas arquitetônicas e desenvolveu tecnologia com 
potencial para provocar nova extinção em massa. Ocupou 
praticamente todos os ambientes, moldando-os às suas 
necessidades, afetando os ecossistemas (Ecossistema 
designa o conjunto formado por todas as comunidades que 
vivem e interagem em determinada região e pelos fatores 
não biológicos que atuam sobre essas comunidades) que 
levaram tanto tempo para se equilibrar. Dominou as terras, 
os mares e o ar e voou como nenhum pássaro jamais ousou 
voar. 
 
 
 
 
 
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3. ESTRUTURA DA TERRA
No fim do Hadeano quando a Terra começou a esfriar 
houve uma segregação natural dos elementos químicos que 
constituía a Terra e devido à força da gravidade, os 
elementos químicos mais pesados como o ferro e o níquel, 
concentraram-se no seu centro, enquanto que os gases 
foram, em seguida, varridos da superfície do planeta por 
ventos solares. Assim, foram separando-se camadas com 
propriedades químicas e físicas distintas no interior do 
Globo Terrestre. Há cerca de 4 bilhões de anos, formou-se 
o NÚCLEO, em torno do núcleo, formou-se uma camada o 
MANTO. 
Em torno de 4 bilhões de anos atrás, gases do manto 
separaram-se, formando uma camada de ar ao redor da 
Terra - a ATMOSFERA - já naquela época muito 
semelhante à atual. Finalmente, há aproximadamente 3,7 
bilhões de anos, solidificou-se uma fina camada de rochas – 
a CROSTA (Figura 22). A Crosta apresenta valores de 
densidade que variam de 2,7 a 3,2 e temperaturas que vão 
de 1000° à 1200°C em sua base.As temperaturas no manto 
variam entre 1200oC a 4000oC e densidade de 3,3 a 4,8. O 
Núcleo é constituído basicamente de Ni e Fe, com 
densidade variando de 9 a 12 e temperatura em torno de 
5000 a 6000°C. 
A Crosta é a parte rígida mais superior do Manto é 
pode ser denominada de Litosfera. Considera-se que a 
Litosfera constitui os 100 a 150 Km superiores da Terra. A 
Litosfera está dividida em placas rochosas chamadas de 
placas tectônicas, que deslizam sobre uma região abaixo da 
litosfera que apresenta um comportamento plástico, embora 
no estado sólido, que recebe a denominação de 
Astenosfera. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 22 – Estrutura da Terra. 
 
 
 
3.1CROSSTA TERRESTRE OU LITOSFERA 
àCROSTA 
É a camada mais externa e delgada da Terra, sendo 
constituída de rochas e sedimentos, possui espessura 
relativamente fina e é mais espessa sob os continentes e 
mais delgada sob os oceanos. É sede dos fenômenos 
geológicos relacionados à dinâmica interna, como 
movimentos tectônicos, sísmicos, magmáticos, 
metamórficos, etc 
Crosta Continental: Menos densa e geologicamente 
mais antiga e complexa. Normalmente apresenta uma 
camada superior formada por rochas graníticas e uma 
inferior de rochas basálticas. 
Crosta Oceânica: Comparativamente mais densa e mais 
jovem que a continental. Normalmente é formada por uma 
camada homogênea de rochas basálticas (Figura 23). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 23 – Crosta continental e oceânica. 
 
 
Existem três grandes grupos de rochas que constituem a 
Crosta, que de acordo com suas origens classificam-se em: 
- Rochas Ígneas ou Magmáticas – formadas pelo 
resfriamento e consolidação do magma. 
- Rochas Sedimentares – formadas como produto final 
dos processos geológicos que constituem o Ciclo 
Sedimentar. 
- Rochas Metamórficas – formadas pelo metamorfismo 
de rochas preexistentes. 
 
 
à CONSTITUIÇÃO QUÍMICA: 
Cerca de 98,5% da massa da Crosta terrestre (Figura 24) 
é constituída por apenas oito elementos químicos, que em 
ordem crescente de abundância são os seguintes: 
- Oxigênio, Silício, Alumínio, Ferro, Cálcio, Sódio, 
Potássio e Magnésio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 24 - Constituição química do planeta Terra como 
um todo (à esquerda) e constituição química somente na 
crosta da Terra (à direita). 
 
à DINAMICA INTERNA DA TERRA: 
Teoria da DERIVA CONTINENTAL – Os 
movimentos horizontais das porções exteriores da Terra são 
responsáveis pelas principais características topográficas 
como montanhas e bacias oceânicas. Esta teoria foi 
proposta por Alfred Wegner em 1912. Ele defendia a 
teoria do Pangéia que significava que a muito tempo todos 
os continentes estavam unidos formando um único 
supercontinente (Figura 25). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 25 – Pangéia. 
 
Para defender a teoria do Pangéia Alfred Wegner se 
baseou em evidências paleontológicas (Figura 26) e 
posicionamento geográfico dos continentes, porém isso não 
foi o suficiente. Essa teoria só se concretizou quando foi 
feito o mapeamento do solo oceânico, por meio das forças 
armadas, onde foi descoberto enormes cadeias de 
montanhas (cadeias meso-oceânicas) nos fundos dos 
oceânos que dividiam os continentes (Figura 27 e 28). Com 
isso a teoria do Pangéia desencadeou outros estudos como: 
a Deriva Continental e como conseqüência a Tectônica de 
Placas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 26 - Evidências Paleontológicas (por meio de 
fósseis) contribuíram para confirmar o Pangéia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 27 - Evidência geológica do Pangéia através do 
solo oceânico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 28 – Topografia do fundo dos oceanos. 
 
Ao estudar o fundo do Oceano Atlântico, descobriu-se 
uma enorme cadeia de montanhas submarinas, formada 
pela saída de magma do manto. Este material entra em 
contato com a água, solidifica-se e dá origem a um novo 
fundo submarino, à medida que os continentes: africano e 
 
 
 
 
 
 
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sul americano, se afastam. Este fenômeno é conhecido 
como EXPANSÃO DO FUNDO OCEÂNICO (Figura29). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 29 - Os estágios sucessivos da formação de um 
oceano. 
 
Devido a esses movimentos das crostas ocasionados 
pela saída de magma, decorrente das correntes de 
convecção (Figura 30), que ocorrem no manto superior ou 
astenosfera foi possível o entendimento da Deriva 
Continental. 
A Deriva Continental é o Processo de deslocamento da 
crosta terrestre que provoca mudanças na posição dos 
continentes e modifica o relevo da Terra. A movimentação, 
na ordem de 2-3 cm em um ano, é devido às correntes de 
convecção do manto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 30 - Correntes convectivas no manto superior 
4. TECTONICA DE PLACAS 
Com a continuidade dos estudos, as teorias da Deriva 
Continental e da Expansão do Fundo Oceânico foram 
agrupadas em uma nova teoria, chamada TECTÔNICA 
DE PLACAS: 
TECTÔNIA (do grego tekton), significa 
“construtor” 
 
A crosta terrestre não é contínua, mas dividida em 
vários blocos chamados de Placas Tectônicas. Acredita-se 
que as placas tectônicas se movimentam em função das 
correntes de convecção do manto. 
Imagine os continentes sendo carregados sobre a crosta 
oceânica, como se fossem objetos em uma esteira rolante. É 
como se a superfície da Terra fosse dividida em placas que 
se movimentam em diversas direções, podendo chocar-se 
umas com as outras. Quando as placas se chocam, as rochas 
de suas bordas enrugam-se e rompem-se originando 
terremotos, dobramentos e falhamentos (Figura 31). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 31 – As dozes principais placas tectônicas. 
 
àLIMITES ENTRE AS PLACAS 
As linhas de encontro entre as placas podem ser 
(Figura32): 
• Divergentes: onde as placas se afastam, com 
formação de nova crosta; 
• Convergentes: onde as placas colidem; 
• Conservativas ou transformantes: onde as placas 
deslizam lateralmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 32 – Os três Tipos de Limites de Placas. 
 
 
 
 
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LIMITES CONVERGENTES 
• Placas tectônicas colidem; 
• A mais densa “entra” por baixo da menos densa 
(subducção); 
• A placa mais densa entra em contato com o manto e é 
“reabsorvida” 
• Zonas de intensa atividade vulcânica e sísmica. 
 
Os limites Convergentes podem ocorrer entre placas: 
oceânica-oceânica (ex: Japão); B) oceânica-continental (ex: 
Andes) e continental-continental (ex: Himalaia) (Figuras 33 
e 34). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 33 – Convergência entre placas oceânica-
oceânica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 34 – Convergência entre placas oceânico-
continental. 
 
 
LIMITES DIVERGENTES 
• Normalmente inicia-se dentro de continentes — 
crescem e se tornam bacias oceânicas (Figura 35 e 36). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 35 – Limite divergente no continente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 36 – Limites 
 
àCconseqüências da instabilidade das placas tectônicos 
As placas ao se deslocarem provocam instabilidades 
tectônicas, representadas, principalmente, pelo: 
A)Vulcanismo 
B)Tterremotos 
 
 
5. ROCHAS 
Ocorrem naturalmente como agregados sólidos de 
minerais. 
Por exemplo: mármore, granito, arenito, calcário, etc.. 
As rochas que ocorrem tanto na superfície da Terra 
como no seu subsolo são divididas em três tipos distintos 
(Figura 37): 
è Rochas Ígneas ou Magmáticas – São aquelas 
formadas a partir do resfriamento e da consolidação do 
magma, um material em estado de fusão no interior da 
Terra. Por esse motivo, as rochas magmáticas são também 
chamadas ENDÓGENAS; 
è Rochas Sedimentares – São aquelas formadas por 
materiais derivados da decomposição e desintegração de 
qualquer rocha. Esses materiais são transportados, 
depositados e acumulados nas regiões de topografia mais 
baixa, como bacias, vales e depressões. Posteriormente, 
 
 
 
 
 
 
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pelo peso das camadas superiores ou pela ação cimentante 
da água subterrânea, consolidam-se, formando uma rocha 
sedimentar. As rochas sedimentares são também chamadas 
EXÓGENAS, por se formarem na superfície da Terra; e 
estratificadas, por normalmente apresentarem camadas; 
è Rochas Metamórficas – São aquelas originadas 
pela ação da pressão da temperatura e de soluções químicas 
em outra rocha qualquer. Por meio desses fatores, as rochas 
podem sofrer dois tipos de alterações básicas: 1) na sua 
estrutura, principalmente pela ação da pressão que irá 
orientar os minerais, ou pela ação da temperatura que irá 
recristalizá-los; 2) na sua composição mineralógica, pela 
ação conjunta dos dois fatores citados, bem como de 
soluções químicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 37 – Os três grupos de rochas. 
 
6. PROCESSOS ENDÓGENOS 
6.1. ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS 
As rochas ígneas se formam pelo resfriamento e 
consolidação do MAGMA (Figura 38). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 38 – Rocha pertencente ao grupo das ígneas ou 
magmáticas. 
 
6.1.1. Conceito de Magma 
É considerado o material em fusão existente no interior 
da Terra e constituído por uma mistura complexa de 
silicatos, óxidos, fosfatos e titanatos líquidos, que, por 
solidificação, formam as rochas. Água pode ocorrer na 
proporção de 5% a 6%. 
O magma seria, assim, a rocha no estado de fusão.A 
lava, que é o material vertido nos vulcões em muitas 
regiões da Terra, constitui um ótimo exemplo de magma. 
Lava é o nome que se dá ao magma que atinge a superfície 
terrestre, vindo de certas profundidades (regiões 
superaquecidas), e que se esparrama pelas encostas dos 
vulcões ou nas depressões próximas. O magma contém, via 
de regra, cristais em suspensão e bolhas de gás. 
Os gases encontrados nos magmas nas regiões 
vulcânicas são, predominantemente, água, CO2, CO, HF, 
HCl, SO2, H2BO3, S, H2S, NH3, CH4, Cl, F, H e N. 
 
6.1.2. Principais tipos de Magmas: 
• Magmas Graníticos 
• Magmas Basálticos 
 
6.1.3. Minerais comuns nos granitos: (Figura 39) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 39 – Minerais mais comuns no granito. 
 
6.1.4. Classificação genética das Rochas Ígneas. 
• Extrusivas: cristalização rápida de magma ao 
chegar na superfície da terra ou estourando como 
material piroclástico. 
Exemplo: Obsedianas (vidro vulcânico), derrames 
de basalto so sul do Brasil, pedra pumice, cinza 
vulcânica. 
• Intrusivas: cristalização lenta de magma 
introduzido na crosta terrestre. 
Exemplo: Granito e gabro (Figura 40). 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 40 - Classificação genética das Rochas Ígneas. 
 
6.1.5. Tipos de estruturas ígneas intrusivas e extrusivas 
Os tipos de estruturas ígneas intrusivas e extrusivas são 
(Figura 41): 
• Batólito: Corpo intrusivo volumoso, discordante 
que cobre pelo menos 100 km2; 
• Stock: Corpo intrusivo volumoso, discordante que 
cobre menos de 100 km2; 
• Dique: Corpo intrusivo tabular, discordante; 
• Sill: Corpo intrusivo tabular, concordante; 
• Plutons: Grandes corpos ígneos que se formaram 
à profundidades na crosta da Terra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 41 - Tipos de estruturas ígneas intrusivas e 
extrusivas. 
 
7. PROCESSOS EXÓGENOS 
7.1. ROCHAS SEDIMENTARES 
As rochas incluídas nesse grupo são as que se formam 
tanto pela atividade mecânica como pela atividade química 
dos agentes intempéricos, sobre rochas preexistentes. Elas 
são o acúmulo do produto da decomposição e desintegração 
de todas as rochas presentes na crosta terrestre. Muitas 
vezes, esses produtos da decomposição ou desintegração 
são deixados no próprio local em que se deram as 
transformações; porém, normalmente são transportados 
pelo vento ou pela água e depositados em regiões mais 
baixas, nos continentes ou no fundo dos mares. Quando a 
água é o agente de transporte, o material carregado em 
suspensão é depositado quando velocidade de transporte do 
meio diminui. Os materiais dissolvidos são precipitados ou 
diretamente, por efeito de mudança nas condições físico-
químicas do meio, ou indiretamente, pela atividade vital de 
animais e plantas. Tendo se formado sob condições 
diversas, as rochas sedimentares, também denominadas 
secundárias ou exógenas, podem mostrar grandes variações 
em sua composição mineralógica e química, bem como em 
sua textura (Figura 42). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 42 – Esquema mostrando as etapas para geração de 
uma rocha sedimentar. 
 
Existem vários tipos de rochas sedimentares como, por 
exemplo: argilitos, conglomerados, arenitos, folhelhos, 
calcários, etc (Figura 43). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 43 – Exemplos de rochas sedimentares: Argilito, 
Conglomerado e Arenito. 
 
 
 
 
 
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7.2. ROCHAS METAMÓRFICAS 
Metamorfismo diz respeito às transformações sofridas 
pelas rochas sem que sofram fusão devido ao aumento de 
pressão e temperatura. Quando as transformações são 
puramente mecânicas, o resultado se traduz pela 
deformação dos minerais constituintes das rochas e a 
conseqüente mudança da sua estrutura e textura (Figura 44). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 44 – Rochas metamórficas. 
 
7.2.1. Tipos de Metamorfismo 
O metamorfismo desenvolve-se em diversos ambientes 
na crosta, com extensões variáveis: desde restrito a 
pequenas áreas, de dimensões da ordem de poucos 
centímetros, até abrangendo grandes faixas, com centenas a 
milhares de quilômetros de extensão, em profundidade que 
vão de níveis crustais mais rasos até os mais profundos. 
Esta grande diversidade pode ser sistematizada em alguns 
poucos cenários conforme a Figura 45 mostra. 
 
7.2.1.1. Metamorfismo regional ou dinamotermal 
Desenvolve-se em extensas regiões e alcança níveis 
profundos da crosta, relacionado geralmente a cinturões 
orogênicos nos limites de placas convergentes. 
 
7.2.1.2. Metamorfismo de contato ou termal 
Desenvolve-se nas rochas encaixantes ao redor de 
intrusões magmáticas, formando as auréolas de 
metamorfismo de contato. 
 
7.2.1.3. Metamorfismo cataclástico ou dinâmico 
Desenvolve-se em faixas longas e estreitas nas 
adjacências de falhas ou zonas de cisalhamento, onde 
pressões dirigidas de grande intensidade causam 
movimentação e rupturas na crosta. 
 
7.2.1.4. Metamorfismo de soterramento 
Ocorre em bacias sedimentares em subsidência. Resulta 
do soterramento de espessas seqüências de rochas 
sedimentares e vulcânicas a profundidades onde a 
temperatura pode chegar a 300°C ou mais, devido ao fluxo 
de calor na crosta. 
 
7.2.1.5. Metamorfismo hidrotermal 
Resulta da percolação de águas quentes ao longo de 
fraturas e espaços intergranulares das rochas. 
 
7.2.1.6. Metamorfismo de fundo oceânico 
Ocorre nas vizinhanças dos rifts das cadeias meso-
oceânicas, onde a crosta recém-formada e quente interage 
com a água fria do mar através de processos 
metassomáticos e metamórficos termais. 
 
7.2.1.7. Metamorfismo de impacto 
De extensão reduzida na crosta terrestre, desenvolve-se 
em locais submetidos ao impacto de grandes meteoritos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 45 - Os tipos de metamorfismo. 
 
8. CICLO DAS ROCHAS 
Nas ciências geológicas estudamos toda a Terra: 
seu solo, suas águas, sua atmosfera e seu interior. 
Todas as rochas são compostas de minerais. A 
terra está continuamente reciclando suas rochas. O ciclo 
das rochas é um processo contínuo pelo qual as rochas 
antigas são transformadas em rochas novas (Figura 46). O 
material que chega à superfície é erodido, transportado e 
acaba retornando ao seu interior, onde o ciclo reinicia. Este 
processo é conhecido como ciclo das rochas ou ciclo 
geológico. 
A maioria das feições da superfície terrestre são 
produzidas por interações de processos dirigidos por duas 
fontes de energia: o calor do interior da terra é um 
exemplo de fonte de energia interna da terra; e a radiação 
solar (que alimenta os processos de erosão), é o exemplo de 
energia externa. 
As fontes de energia interna provêm das rochas 
ígneas, rochas metamórficas e atividades tectônicas. 
As fontes de energia externa provêm da 
dominação da circulação da atmosfera e hidrosfera, dos 
 
 
 
 
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processos de intemperismo e erosão, e da formação de 
rochas sedimentares. 
Alguns autores consideram que o ciclo das rochas 
tem seu início na erupção de lavas derivadas do manto que 
formam os vulcões. O magma – que chega à superfície 
através dos vulcões – possui uma mistura de óxidos 
(compostos com oxigênio) e silicatos (compostos com 
silício e oxigênio). Ao se resfriar e se solidificar, os óxidos 
e silicatos dão origem a uma misturacomplexa de minerais. 
A natureza e as propriedades dos minerais dependem da 
composição do magma e das condições físicas sob as quais 
se cristalizou. Como ambas variam muito, existem milhares 
de tipos diferentes de rochas ígneas. 
Os processos ígneos têm origem no manto ou na 
crosta e dão origem as rochas ígneas plutônicas e 
vulcânicas, dependendo da profundidade de cristalização 
do magma. 
As rochas ígneas que se formam sobre a superfície 
são conhecidas como rochas ígneas vulcânicas ou 
extrusivas – são as rochas que constituem o produto de 
consolidação das lavas vulcânicas. 
As rochas ígneas que se formam dentro da crosta 
ou manto superior, ou seja, em regiões abaixo da 
superfície, a partir do magma que não chega a atingir a 
superfície, são chamadas de rochas ígneas plutônicas ou 
intrusivas. Estas resfriam-se mais lentamente porque, 
estando entre outras rochas e não tendo contato direto com 
o ar, seu calor demora a se dissipar, como resultado seus 
minerais têm mais tempo para crescer e seus grãos minerais 
são maiores (mais grosseiros) e são visíveis a olho nu. 
Apesar da grande variedade, apenas seis delas são 
responsáveis pela parte dos componentes ígneos da crosta: 
granito, diorito e gabro (plutônicas ou intrusivas de grãos 
grosseiros) e riolito,andesito e basalto (vulcânicas ou 
extrusivas de granulação mais fina). 
 
Grande parte da lava produzida nas bordas das placas 
construtivas é formada de basalto. O granito é comum na 
crosta continental superior, enquanto o gabro predomina 
na crosta continental inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 46 – Ciclo das rochas. 
9. MINERAIS 
9.1.CONCEITOS 
É uma substância química homogênea natural e 
cristalina, com composição química definida e formada 
através de processos geológicos normalmente inorgânicos. 
A compreensão adequada do termo mineral requer uma 
análise ponto por ponto de sua definição. 
• Sólido 
• Homogêneo 
• De ocorrência Natural 
• Origem Inorgânica 
• Composição química definida: um ou mais 
elementos químicos; pode variar dentro de certos limites e 
ser representados por uma fórmula química 
• Cristalino – Apresenta estrutura atômica ordenada 
e repetitiva 
 
1-SUBSTÂNCIA QUÍMICA HOMOGÊNEA: substância 
que não pode ser fisicamente subdividida em componentes 
quimicamente mais simples. A homogeneidade de uma 
substância é, no entanto, relativa porque depende da escala 
de observação. Por exemplo, uma substância caracterizada 
macroscopicamente como um mineral, pode na verdade, ao 
ser observada em mais detalhe (ao microscópio por 
exemplo), ser constituída por mais de um mineral. 
2-SUBSTÂNCIA NATURAL: Restringe o conceito de 
mineral às substâncias formadas através de processos 
naturais. Estão fora do reino mineral, portanto, as 
substâncias sintetizadas em laboratório ou formadas 
diretamente através de alguma atividade humana, mesmo 
que idênticas às substâncias naturais, tais como as gemas 
artificiais (esmeraldas, rubis e diamantes). Do mesmo 
modo, o gelo das geladeiras e frigoríficos, por ser artificial, 
não pode ser considerado mineral, já o gelo das calotas 
polares sim. 
3-SUBSTÂNCIA CRISTALINA: O que caracteriza as 
substâncias cristalinas é a estrutura interna ordenada, na 
qual as suas partículas constituintes (átomos ou íons) 
encontram-se distribuídas geometricamente no espaço de 
maneira ordenada, situação que só ocorre em substâncias no 
estado sólido (Figura 47 a e b). 
 
 
 
 
 
 
Figura 47 – a)Figura representada por tijolos para 
simular uma substâncias cristalinas interna ordenada de um 
mineral e b) Figura representada por ligações atômicas para 
simular uma substâncias cristalinas interna ordenada de um 
mineral. 
 
 
 
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Por definição, para uma substância química ser 
considerada mineral sua estrutura interna tem que ser 
ordenada, ou seja, ela precisa ser um sólido cristalino. Não 
podem ser considerados minerais, portanto, as substâncias 
líquidas e gasosas (como a água e o mercúrio) e os sólidos 
amorfos (como o vidro), que apresentam estrutura interna 
desordenada, com suas partículas componentes (átomos ou 
íons) distribuídas caoticamente no espaço, sem posições 
fixas (Figura 48c e d). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 48 – a) Arranjos ordenados de tijolos e b) 
ligações atômicas ordenadas, típicas de substâncias 
cristalinas. c) Arranjos desordenados de tijolos e d) átomos 
não ligados simulando uma desordem dos átomos, típicas 
de substâncias amorfas. 
 
Algumas substâncias amorfas são naturais e mesmo 
quando satisfazem todas as outras condições previstas na 
definição de mineral não podem ser consideradas como tal, 
pois não possuem estrutura interna ordenada. 
Entretanto, estas substâncias ocorrem como minerais e, 
para não excluí-las totalmente do reino mineral, são tratadas 
no domínio da mineralogia com a denominação de 
mineralóide, como por exemplo a opala (sílica amorfa) e 
o vidro vulcânico. A água e o mercúrio, apesar de serem 
líquidos, podem ser considerados mineralóides. 
4-COMPOSIÇÃO QUÍMICA DEFINIDA: Alguns 
minerais apresentam composição química fixa, como por 
exemplo o mineral quartzo (SiO2), onde um átomo de 
silício combina-se com dois átomos de oxigênio, mantendo 
sempre esta composição fixa em qualquer ambiente de 
formação deste mineral. A grande maioria dos minerais, 
entretanto, apresenta algum grau de variação em suas 
composições químicas. 
5-ORIGEM NORMALMENTE INORGÂNICA: A 
definição clássica de mineral exclui as substâncias de 
origem orgânica. Entretanto, recentemente, alguns autores 
(Klein & Hurlbut Jr, 1993) introduziram o conceito de 
mineral biogênico para as substâncias orgânicas que 
satisfazem todos os outros pontos da definição de mineral 
(ocorrência natural, estrutura cristalina e composição 
química definida), como por exemplo a pérola, carapaças 
de organismos marinhos e cálculos renais. 
O carvão e o petróleo não podem ser considerados 
minerais, uma vez que satisfazem apenas um ponto da 
definição de mineral (ocorrência natural). A natureza 
orgânica e a ausência de estrutura cristalina permitiriam, a 
princípio, enquadrar estas substâncias como mineralóides 
biogênicos, mas a falta de definição em suas composições 
químicas não permite considerá-las como tal. 
 
10. INTEMPERISMO 
10.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Sabemos que a maioria das rochas se formam em 
profundidade, em ambientes bastante diferentes dos que 
existem na superfície. Na crosta terrestre os parâmetros 
temperatura e pressão aumentam na medida em que nos 
aproximamos do núcleo, ou seja, aumentam com a 
profundidade. 
Quando as rochas, que se formam em profundidade, em 
condições de pressões (P) e temperaturas (T) elevadas, 
encontram-se em superfície, e expostas à atmosfera e 
hidrosfera, necessitam adaptar-se ao novo ambiente onde P 
e T possuem valores mais baixos. As adaptações que 
ocorrem em virtude do novo ambiente gerado na superfície 
são chamadas de INTEMPERISMO. 
 
10.2. CONCEITO DE INTEMPERISMO 
É o conjunto de processos que operam e interagem na 
superfície da Terra, e que causam a decomposição ou a 
desintegração dos minerais e rochas, graças à ação dos 
agentes atmosféricos e biológicos. 
 
AGENTES INTEMPÉRICOS: 
Água -vento - gelo - animais e vegetais - ar 
 
OCORRÊNCIA DO PROCESSO INTEMPERICO: 
Na superfície da Terra e em profundidades até onde 
penetre a água e o ar, ou seja, em subsuperfície rasa. 
 
O PROCESSO INTEMPERICO DEPENDE DE 2 
FATORES: 
1) CONDIÇÕES CLIMÁTICAS LOCAIS: 
O clima exerce um papel importante, determinando os 
tipos e intensidade de processos intempéricos em cada 
região e controla o intemperismo de 2 (duas)formas.DIRETA: Através da temperatura e precipitação de cada 
região. 
INDIRETA: Através dos tipos de vegetação que poderão 
cobrir a superfície. 
 
2) RESISTÊNCIA DA ROCHA: 
As rochas são compostas de minerais, os quais geram 
uma composição química própria. Por sua vez, cada 
mineral possui um coeficiente de dilatação, que faz com 
 
 
 
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que cada grupo de rochas possua uma resistência ao 
ataque dos agentes intempéricos. 
 
10.3. PRINCIPAIS TIPOS DE PROCESSOS 
INTEMPÉRICOS: 
-Físico ou Mecânico 
-Químico 
-Biológico 
 
10.3.1. INTEMPERISMO FÍSICO OU MECÂNICO 
É o conjunto de processos que age sobre a rocha, 
fragmentando-a sem lhes alterar a sua composição química 
original, ou seja, há uma desintegração mecânica das 
mesmas, implicando que partes das rochas são separadas 
sem alteração. 
 
FATORES QUE CAUSAM O INTEMPERISMO FÍSICO 
1. Expansão diferencial por alivio de pressão. 
2. Variação da Temperatura. 
3. Cristalização de sais. 
4. Congelação. 
5. Agentes físicos e biológicos. 
 
1-EXPANSÃO DIFERENCIAL POR ALÍVIO DE 
PRESSÃO QUANDO A ROCHA É EXPOSTA À 
SUPERFÍCIE: (Figura 49) 
àA pressão atmosférica na superfície da Terra é muito 
menor, que a encontrada mesmo em pequenas 
profundidades. 
àDurante a formação de uma rocha, as pressões são muito 
mais elevadas, que quando expostas à atmosfera. 
àA expansão das rochas, na superfície, se dá por alívio de 
pressão. Em conseqüência do alívio de pressão as rochas na 
superfície se fraturam dando origem as feições 
características deste evento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 49 – Intemperismo Físico. 
 
2-VARIAÇÃO DE TEMPERATURA 
àOs corpos sofrem uma variação de volume causado pela 
temperatura. As rochas são formadas de minerais com 
diferentes coeficientes de dilatação 
térmica. 
àVariação de temperatura: a insolação durante o dia e o 
resfriamento durante à noite, faz com que, os minerais 
sofram fadiga, se desagreguem e são reduzidos a pequenos 
fragmentos que irão formar os solos. 
 
3-CRISTALIZAÇÃO DE SAIS: 
àCaracterístico de climas áridos e semi-áridos. 
àOs sais solúveis não são removidos pelas águas, pois a 
precipitação pluviométrica é insuficiente. 
àDá-se o inverso: em vez de os sais serem lixiviados e 
conduzidos para o mar, eles são trazidos do fundo à 
superfície pelas águas por capilaridade e são precipitados 
quando a água se evapora. 
àQuando a cristalização se dá em fendas, estas tendem a 
aumentar, graças ao esforço do crescimento dos cristais. 
Esta repetição secular faz com que as rochas se 
desagreguem lentamente (Figura 50). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 50 - Material carbonático, calcítico muitas vezes, ou 
de nitrato de sódio entre outros sais derivado de 
intemperismo químico em climas áridos que se acumula 
localmente em camadas, permeando e cimentando 
fragmentos residuais e solos dessas regiões. A combinação 
de movimentos dos sais em solução na época de raras 
chuvas e movimentada por capilaridade com evapo-
transpiração, nos solos e depósitos de regiões áridas leva a 
concentração do caliche em camadas que se tornam 
endurecidas (calcrête ou hard pan) com a precipitação 
concentrada dos sais. 
 
4-CONGELAÇÃO: 
àA água ao congelar-se, sob condições atmosféricas, suas 
moléculas se organizam em uma rede cristalina hexagonal, 
aumentando 9 % do volume específico. 
 
 
 
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àSe a água contida em fraturas na rocha congelar, a 
expansão decorrente do congelamento irá gerar grandes 
forças dentro da rocha. 
àA atividade de congelar e descongelar contínuo alarga as 
fendas, a rocha afrouxa-se e desagrega-se formando lascas 
ou blocos de tamanhos variados que irão formar os solos. 
 
5-AGENTES FÍSICOS E BIOLÓGICOS: 
àO crescimento das raízes vegetais pode provocar a 
desagregação de uma rocha, desde que a rocha possua 
fendas por onde penetrem as raízes, e onde a resistência da 
rocha não seja grande. 
àAtividades de animais como minhocas, formigas e cupins 
fazem com que o solo seja afofado, tornando-o mais 
removível, facilitando também a penetração de outros 
agentes ativos na decomposição das rochas. 
 
10.3.2. INTEMPERISMO QUÍMICO 
É o conjunto de processos, onde os agentes que atuam 
no mesmo trabalham vagarosamente, mas continuamente, 
decompondo as rochas pelas alterações químicas dos 
minerais que as constituem, ou seja, neste caso há a 
decomposição, o que significa a destruição da estrutura 
cristalina dos minerais. 
O processo químico é mais rápido se a rocha sofreu 
previamente o intemperismo físico. 
Em regiões glaciais, áridas ou semi-áridas o 
intemperismo químico têm pouca importância, já no clima 
úmido o ambiente mais propício especialmente em 
condições de umidade e calor como no Brasil, onde a 
velocidade de reação é acelerada pela temperatura. 
 
PROCESSOS DE INTEMPERISMO QUÍMICO 
1. OXIDAÇÃO 
2. HIDRÓLISE E HIDRATAÇÃO 
3. DISSOLUÇÃO 
 
1-OXIDAÇÃO 
Pode ser feito tanto por agentes orgânicos como 
inorgânicos. Elementos mais susceptíveis de oxidação: 
carbono, nitrogênio, fósforo, ferro, manganês. Estes 
provocam modificações na estrutura cristalina interna dos 
minerais. 
Exemplos: 
A água sozinha já é um poderoso solvente mas, a adição de 
outros agentes químicos naturais, como o oxigênio, 
hidrogênio e carbono fazem-na um agente intempérico 
ainda mais eficiente: 
O oxigênio do ar dissolve facilmente as partículas da 
rocha. 
O produto mais comum da combinação do oxigênio 
com outros elementos químicos durante o intemperismo é o 
óxido de ferro ou ferrugem. 
Você sabe Que o gás carbônico pode ser dissolvido na 
água pelo fato dele estar presente em toda bebida 
gaseificada. 
O ferro bivalente contido nas rochas passa a forma 
trivalente, provocando assim modificações na estrutura 
cristalina dos minerais ricos em Fe. Com a oxidação 
aparece normalmente uma mudança de cor, para vermelho 
ou amarelo, que é o 1º indicio de decomposição. 
 
2. DECOMPOSIÇÃO POR HIDRÓLISE E 
HIDRATAÇÃO 
Estes dois processos estão intimamente relacionados, 
pela hidratação: a água é incorporada na estrutura cristalina 
do mineral, pela hidrólise dá-se a decomposição do mineral 
pela água. 
A Hidrólise é responsável pela quebra da estrutura 
química do mineral. 
Dissociação da água em H+ e OH-, que atacam os 
minerais. 
Ocorre a transformação para argilo-minerais. 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos: 
 
Os minerais mais comuns das rochas, os silicatos, são 
atacados quimicamente pela água em dois passos 
sucessivos. 
Primeiramente a água penetra nos capilares dos 
minerais deixando-os fracos. 
No segundo Passo se realiza a hidrólise, dá-se a quebra 
completa da estrutura. 
Feldspato (ortoclásio) 
KAlSi3O8+ H2O --> HAlSiO8+ KOH 
 
3 -DISSOLUÇÃO 
Os ácidos agem também na dissolução de certos 
minerais. Os carbonatos são mais facilmente dissolvidos. 
Um calcário é lentamente dissolvido 
O carbonato de cálcio é solúvel em água, 
principalmente quando contém gás carbono dissolvido, 
 
 
 
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originado da recuperação das raízes das plantas e da 
composição dos resíduos orgânicos do solo. 
Os efeitos maiores da dissolução são a formação de 
cavernas nas regiões de rochas calcárias. 
 
 
10.3.3. INTEMPERISMO BIOLÓGICO (QUÍMICO-
BIOLÓGICO) 
Neste caso, os animais e vegetais, junto com os 
processos químicos e físicos, interagem nas rochas, 
causando sua fragmentaçãoe ou decomposição (Figura 51). 
Os organismos vivos também participam do intemperismo 
físico e da decomposição química. As raízes das plantas 
penetram nas fraturas das rochas e durante o seu 
crescimento desenvolvem uma força tal que ultrapassa a 
resistência da própria rocha, rompendo-as. 
Além da ação dos restos vegetais, decompostos, que 
fornecem substâncias húmicas, outros seres vivos, em sua 
maioria de pequenas dimensões, constituem agentes que 
desenvolvem atividades químicas destrutivas para as 
rochas, que são as algas, bactérias, musgos, fungos e etc. 
As rochas submetidas a estes fenômenos desenvolvem 
uma área de intemperismo cuja manifestação mais 
conspícua é sua descoloração, destruição de certos 
minerais, perda de coesão estrutural e conseqüentemente 
desagregação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 51 – Intemperismo físico-biológico. 
 
10.4. CLIMAS E INTEMPERISMO 
Já vimos, ao examinar o congelamento, oxidação e 
outros processos específicos de intemperismo, que o clima 
exerce papel importante, determinando os tipos e 
intensidade de processos intempéricos. 
O clima controla o intemperismo diretamente, através 
da temperatura e precipitação de uma região, e também 
indiretamente, através dos tipos de vegetação que poderão 
cobrir a paisagem. Iremos considerar tipos de climas, 
notando os processos intempéricos característicos e a 
natureza dos materiais intemperizados resultantes. 
 
1- TRÓPICOS ÚMIDOS 
Os melhores exemplos de intemperismo químico 
extremo são certos solos tropicais, tão concentrados em 
óxidos de ferro ou alumínio, que são amplamente 
trabalhados como minérios. 
O solo duro como rocha, rico em óxido de ferro, é 
denominado laterita, e o solo rico em óxido de alumínio é 
chamado bauxita. 
O intemperismo extremo que estes solos representam 
poderá ser ilustrado pela seguinte reação, que começa com 
a caulinita, o mineral de argila que foi mostrado como um 
dos produtos finais do intemperismo menos extremado do 
ortoclásio, no exemplo anterior de hidrólise: 
 
 
As condições mais favoráveis para tal decomposição 
completa de minerais são encontradas em climas tropicais 
com pluviosidade anual elevada, e pelo menos, uma breve 
estação seca. 
O óxido de alumínio hidratado, eventualmente 
cristaliza-se como um componente da bauxita, o material 
terroso, cristalinamente impuro, que é o principal minério 
de alumínio. 
Minerais ricos em ferro são sujeitos ao intemperismo 
tropical extremo semelhante e os solos lateríticos residuais, 
algumas vezes, endurecem quando expostos ao ar e podem 
mesmo ser usados como materiais para construção. 
O calcário, nos trópicos, é intensamente carbonatado e 
dissolvido, ou por soluções de ácido carbônico, ou por 
compostos ácidos nitrogenados e orgânicos, a partir da 
vegetação em decomposição. 
O intemperismo tropical em calcários poderá reduzir 
uma região a uma série de colinas esponjosas e terras 
baixas com cavernas. Poucos rios correm através de 
paisagens Kársticas tropicais, pois a maior parte da 
drenagem é subterrânea. 
 
2- REGIÕES QUENTES E ÁRIDAS 
Desertos frios ou quentes são caracterizados por 
deficiência de água. Toda sorte de processos químicos é, 
portanto inibida. O intemperismo poderá causar o 
esfacelamento de rochas granulares, mas as paisagens 
desérticas são caracterizadas por superfícies agressivas e 
 
 
 
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angulares, de rochas fragmentadas mecanicamente ou 
blocos maciços, paisagens estas ligeiramente suavizadas, 
por coberturas de fragmentos alterados. 
Durante a maior parte do tempo o percurso da água é no 
sentido ascendente, por fluxo capilar e evaporação 
superficial. A água subterrânea em regiões áridas penetra 
no solo em algum lugar, muitas vezes em encostas mais 
frias e úmidas, movendo-se depois lateralmente. À medida 
que a água vem à superfície e se evapora acumulando-se os 
sais. Em condições de aridez menos extremas, apenas 
compostos menos solúveis, tais como carbonato de cálcio, 
pode-se acumular no solo, em camadas de concreções, em 
profundidades de vários decímetros. Apenas os sais mais 
solúveis, permanecem em solução. 
Em climas áridos, rochas poliminerálicas, tais como 
granito, são menos resistentes ao ataque intempérico que 
rochas monominerálicas maciças, tais, como quartzito e 
calcário. Enquanto em climas úmidos, calcários, são 
facilmente dissolvidos e usualmente formam as partes mais 
baixas rodeadas por montanhas ou colinas de outras rochas, 
em desertos, calcário tomam-se algumas das rochas mais 
resistentes. O calcário “Red Wall”, por exemplo, forma no 
Grand Canyon as escarpas mais abruptas. 
 
 
 
3- REGIÕES FRIAS 
Regiões frias também estão entre as partes mais secas 
da Terra não apenas porque a precipitação é pequena, mas 
porque a água presente normalmente está na forma sólida. 
Plantas e microrganismos do solo são raros. Pequeno 
degelo de verão e frio intenso fazem com que cunhas de 
congelamento sejam o processo dominante. 
A paisagem, quando não coberta de gelo, é um grande 
lençol de fragmentos rochosos quebrados das encostas 
expostas. Exíguo intemperismo químico poderá ser 
percebido, e assim mesmo, sob exame microscópico. 
As superfícies rochosas mantém sua coloração 
verdadeira, em lugar de serem oxidadas para castanho ou 
vermelho. Da mesma forma que em regiões desérticas, os 
calcários espessos formam penhascos abruptos. 
 
10.5. SOLO 
Processos físicos, químicos e biológicos que produzem 
desagregação e alteração da composição química e 
mineralógica das rochas. 
O solo é o resultado dessa alteração das rochas próximo 
a superfície (alteração supergênica). O intemperismo 
transforma a rocha de estado maciço para estado clástico. 
O grau de alteração da rocha diminui sua resistência. 
Dependendo do clima, o intemperismo químico ou físico 
pode predominar. Os principais produtos do intemperismo 
são os argilo argilo-minerais. 
 
FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO 
Na paisagem, os solos diferenciam devido à ação de 
seus fatores de formação, cuja atuação é de caráter 
independente. 
Os fatores de formação do solo são cinco: 
- Material de origem 
- Clima 
- Relevo 
- Organismos vivos 
- Tempo 
É o material intemperizado, de natureza mineral ou 
orgânica que deu origem aos solos por processos 
pedogenéticos. Esse material pode já ter sofrido transporte e 
deposição, o que é muito comum nas condições de clima 
tropical. 
O material de origem é constituído por minerais com 
diferentes graus suscetibilidade ao processo de 
intemperismo o qual pode ser físico, químico e biológico. 
Ele pode estar relacionado com vários atributos do solo: 
químico, granulométrico, morfológico e mineralógico. 
Rochas basálticas dão origem a solos de textura argilosa ou 
muito argilosa enquanto que solos derivados de arenito são 
arenosos. Materiais de origem ricos em quartzo, conferem 
ao solo de cor clara (Figura 52). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 52 – Etapas da formação de solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Prof. Mest.: Valéria Marinho do Nascimento 
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11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BETEJTIN, A. (1970) - Curso de Mineralogia. Editora. MIR 734 p. 
BLOOM, A.L. (1970) - Superfície da Terra. Série de textos básicos em geociências. Editora E. Blucher ltda. 150 p 
CHIOSSI, N. (2013) – Geologia de engenharia. Oficina de Textos.424 p 
CLARK, S.P. (1973) - Estrutura da Terra. Série de textos básicos em geociências. Editora E. Blucher ltda. 170 p. 
EICHER, E.G. (1980) - Tempo Geológico. Série de textos básicos em geociências. Editora E. Blucher ltda. 135 p.

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