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Raciocinio logico UN04

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Prévia do material em texto

Raciocínio 
U4
lógicológico
Raciocínio 
lógico
Raciocínio 
lógico
A EFICÁCIA NA 
COMUNICAÇÃO 
E A FALÁCIA NA 
COMUNICAÇÃO
Objetivo do estudo
Esperamos que ao final dos estudos desse 
tópico, você seja capaz de dominar o conceito 
de processo comunicacional, compreender a 
importância da efi cácia para a realização de 
um bom processo comunicacional e melhorar 
seu próprio desempenho, a partir do domínio 
de tais conceitos; compreender o conceito de 
declaração válida, distinguir fato de opinião, 
elaborar inferências a partir de indícios e elaborar 
declarações válidas.
http://fernandoprado.com/wp-content/
u p l o a d s / 2 0 1 5 / 0 5 / M a r a t o n a - d e -
Comunica%C3%A7%C3%A3o-para-
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2
A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM 
4 T1 ANALISAR A EFICÁCIA NA COMUNICAÇÃO E VERIFICAR A VALIDADE DAS DECLARAÇÕES
A efi cácia na comunicação 
Já parou para pensar como a comunicação é importante em nossas vidas?
É possível passar um único dia sem trocarmos informações com alguém?
Mas como se dá esse processo comunicacional? 
O que é preciso saber para realizá-lo bem?
Estas e outras questões é o que vamos tentar responder aqui. 
Mãos à obra!
Por eficácia entende-se a capacidade de realizar o ato 
comunicacional de modo claro, conciso, lógico e, sobretudo, 
efi ciente. Saber passar de modo efi ciente a mensagem que 
se deseja é fundamental para ser bem-sucedido, tanto na vida 
acadêmica quanto na profi ssional.
E quanto ao ato comunicacional, que bicho é esse? Calma, 
nada mais fácil. 
Ato comunicacional é, como o nome indica, a ação de 
estabelecer comunicação, transferência de informações 
entre dois ou mais interlocutores.
Ao conversar com um colega, assistir a uma aula, acenar para 
um amigo que passa de carro, falar ao telefone, ler esta apostila, 
por exemplo, você está realizando atos comunicacionais.
Mas como garantir que essa comunicação, esse ato 
comunicacional se dê de maneira realmente efi ciente? 
Para realizarmos atos comunicacionais com eficácia, 
precisamos, antes de tudo, pensar também de forma efi caz, 
com clareza e coerência, em torno das informações que 
podemos obter através dos mais variados meios: jornais, 
livros, revistas, televisão, internet.
Nunca, em toda a sua história, a humanidade 
dispôs de tantos meios informativos de fácil 
acesso. Então, que tal aproveitar isso e 
procurar nos informar cada vez mais acerca 
do mundo que nos cerca? Fique antenado 
nas notícias do mundo, afi nal, quanto mais 
soubermos mais teremos a dizer.
Saiba mAIS
3
A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM
Que tal agora exercitarmos nossa capacidade de raciocínio, de 
apreensão e síntese de conteúdos, a fi m de tornar nossa capacidade 
comunicacional mais efi ciente? 
Um dos caminhos é ler e discutir textos, como faremos a seguir.
A partir da leitura efi ciente do texto que se segue e da compreensão também efi ciente 
das informações nele contidas, pratique sua capacidade comunicacional respondendo às 
perguntas abaixo:
Será mais um basta? 
André Petry
O Brasil talvez seja o único país em que quase toda família tem para contar um caso de 
assalto, um acidente de trânsito e uma campanha de basta. Somos cheios de bastas. Não 
adianta nada, porque basta de brasileiro é como promessa de político: só vale no calor da 
hora. Qualquer cidadão já ouviu falar em campanha de basta de violência no trânsito. Não 
deve haver capital no país que não tenha feito a sua. Agora, com a matança nas estradas 
brasileiras no Natal, quando se deu a trágica confl uência de aumento da frota, estradas 
esburacadas e motoristas amalucados, devem acontecer mais bastas.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, já anunciou o seu. Até o fi m do mês vai lançar o remédio 
ao qual toda autoridade recorre na emergência: pacote. O tal pacote deve prever penas 
mais duras, talvez até com o polêmico confi sco do carro do reincidente. Seria ótimo se 
funcionasse, mas o problema brasileiro no trânsito, como em tudo que se refere ao crime, 
está onde sempre esteve: na impunidade. No país onde é preciso repetir o óbvio, é óbvio 
que pena mais dura nunca resolveu nada. Fosse assim, pena de morte seria barbárie, mas 
efi caz, e não é. O que combate a impunidade é uma coisa singela: punição. Pode até ser 
pequena, mas tem de existir.
Nos Estados Unidos, Paris Hilton passou 23 dias em cana por dirigir embriagada. Mel Gibson 
tomou pena de três anos sob liberdade assistida. Em 2005, quase 1,5 milhão de americanos 
foram autuados por dirigir bêbados. Para ser punido, não precisa ter causado um acidente. 
Basta ter bebido. E aqui?
Em dezembro de 1995, Edmundo, o jogador de futebol, causou um acidente que matou três 
pessoas. Foi condenado a quatro anos e meio de prisão. Entrou com recurso para reduzir a 
pena. Não deu. Tentou de novo. Não deu. Tentou outra vez. Também não deu. Tentou sete 
vezes. Perdeu todas. Mas, passados doze anos, até hoje não foi para a cadeia. Em 2004, 
numa cena inesquecível da antologia da impunidade nacional, Edmundo foi visto no desfi le 
da Mocidade Independente. O enredo, patrocinado pelo Detran, era Não Corra, Não Mate, 
Não Morra. Como deboche, uma pérola.
Num caso recente, alguém apostaria um vintém na prisão do promotor Wagner Juarez 
Grossi? Em outubro passado, o promotor atropelou e matou um casal e uma criança de 
7 anos em Araçatuba, no interior paulista. Estava com "embriaguez moderada". Se pegar 
menos de quatro anos de prisão, Gross não irá para a cadeia. Será triplo homicídio punido 
com serviços à comunidade.
O festival de impunidade resulta de uma sociedade mal-educada e permissiva, que aceita 
tudo depois do último basta. Campanhas educativas, portanto, são fundamentais, mas as 
autoridades torram dinheiro público com panfl etos repetitivos, apelos insípidos, mensagens 
anódinas. Em Brasília, o jornal Correio Braziliense fez uma campanha agressiva, criativa e 
certeira há alguns anos. Resultado: os motoristas da capital até hoje respeitam a faixa de 
4
A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM 
pedestre. Agora, a RBS, o maior grupo de comunicação do Sul, lançou uma campanha 
inovadora. Voltadas para jovens e homens, as peças publicitárias trazem belas atrizes globais 
ao lado da frase: "Se o cara é rapidinho no trânsito, deve ser rapidinho em tudo". O país todo 
ganhará se a campanha não virar apenas mais um basta.
Publicado originalmente em: revista VEJA / Edição 2042 / 9 de janeiro de 2008 
Retirado do site http://veja.abril.uol.com.br/090108/andre_petry.shtml
Vamos treinar?
1) Qual o tema central desse texto?
2) Assinale a alternativa INCORRETA em relação ao que é afi rmado no texto:
(A) No Brasil, os protestos duram apenas o tempo de o fato que os gerou ser esquecido.
(B) O que surtiria efeito, segundo o autor, seria a punição efetiva dos infratores, 
mesmo que pequena.
(C) A impunidade não é exclusiva do Brasil, se repetindo em outros países, como é 
o caso dos Estados Unidos.
(D) Campanhas educativas são essenciais, mas precisam ser bem planejadas e 
bem lançadas.
(E) O respeito dos motoristas à faixa de pedestres em Brasília é um exemplo de 
campanha bem-sucedida.
Veja se acertou as respostas:
1) Impunidade
2) C
Elementos que podem comprometer a efi cácia na comunicação
Infelizmente, nem sempre conseguimos nos comunicar de forma efi ciente, isto é, a 
mensagem que tentamos passar, por uma série de fatores, pode resultar confusa, 
incoerente ou, o que é pior, ambígua. Vamos estudar cada um desses fatores e ver 
como evitá-los:
a) Quando o texto resulta confuso:
A qualidade fundamental de um texto para que sua mensagem seja passada com efi ciência 
é a clareza.Um texto claro, mesmo que contenha erros gramaticais, por exemplo, 
consegue passar sua mensagem. Frequentemente a falta de clareza do texto resulta do 
não-domínio dos elementos a que ele se refere. 
Por exemplo na frase “Eu disse a ele para não ir lá naquele dia, pois a garota estava 
zangada com o que tinha acontecido e com certeza revidaria. Não deu outra. Foi por 
isso que aquilo aconteceu.” A menos que você conheça a história toda, todos os fatos e 
personagens envolvidos, não entenderá nada do que está sendo dito...
b) Quando o texto resulta incoerente:
A coerência tem a ver com lógica interna do texto. Um texto incoerente resulta do choque 
entre as informações nele contidas. 
Se no começo do texto, por exemplo, eu digo que um cientista está fazendo pesquisas 
no Pólo Norte, fi caria incoerente afi rmar mais adiante que ele está estudando a vida dos 
camelos...
5
A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM
c) Quando o texto resulta ambíguo:
A ambiguidade é outro tipo de problema que pode comprometer a efi cácia comunicacional 
e também tem a ver com a lógica interna do texto. Dá-se o nome de ambiguidade ao duplo 
sentido, intencional ou não, que um texto pode apresentar. 
Por exemplo, uma frase como “Joana viu Maria com seu marido numa boate” se torna 
ambígua devido à imprecisão do pronome “seu”. Afi nal, de quem era o marido? Foi Joana 
quem viu a amiga Maria com o próprio marido dançando na boate e fi cou feliz ao ver como o 
casamento da amiga era bem-sucedido ou Joana fl agrou o próprio marido com outra mulher, 
e aí foi caso de divórcio? A quem se refere esse “seu”?
Mas a ambiguidade também pode ser usada de modo intencional, muitas vezes visando criar 
humor, como nos textos publicitários a seguir, cuja dupla leitura é possível por se tratar de 
anúncios de uma conhecida agência funerária: 
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A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM 
A melhor forma de melhorar a eficácia na 
comunicação é exercitando. Então comece hoje 
mesmo a praticar.
Leia o texto “A vaguidão específi ca”, escrito por 
Millôr Fernandes, onde o autor faz uma brincadeira 
com a imprecisão da linguagem, ou seja, tira 
partido da falta de efi cácia comunicacional com fi ns 
humorísticos. Reescreva-o, defi nindo o contexto no 
qual a situação ocorre e especifi cando os aspectos 
envolvidos. Em outras palavras, torne o texto claro 
e efi ciente na transmissão de sua mensagem.
ht tp : / /www2.uo l .com.br /mi l lor /aber to /
textos/005/011.htm
aprofundando
Validade das declarações
Fazemos e ouvimos declarações ou afi rmações a todo 
momento. Mas como saber se são válidas? É o que vamos 
discutir, a seguir.
Uma declaração, assim como apreciações, julgamentos, 
pronunciamentos, expressam opinião pessoal; é subjetiva, 
indicando aprovação ou desaprovação. Mas, para ser 
plenamente aceita, sua validade deve ser demonstrada ou 
provada. Ora, só os fatos provam; sem eles, que constituem 
a essência dos argumentos convincentes, toda declaração é 
gratuita, porque infundada, e, por isso, facilmente contestável. 
Por exemplo: sem uma prova concreta, o pronunciamento 
“Fulano é ladrão” vale tanto quanto a sua contestação: 
“Não, Fulano não é ladrão”. E nenhum dos dois convence. 
Limitando-se apenas a afi rmar ou negar sem fundamentação, 
isto é, sem a prova dos fatos, os interlocutores acabam 
travando um bate-boca estéril. Nenhum dos dois convence, 
porque ambos expressam opinião pessoal, certamente não 
isenta de prevenções ou preconceitos. Respeitável ou não, 
essa opinião ou julgamento terá de ser posta de quarentena... 
Até que seja provado o que se nega ou se afi rma.
Agora, se a declaração for seguida por uma citação de 
prova, por exemplo: “Fulano é ladrão porque foi preso em 
fl agrante e está respondendo a processo por furto”, a 
coisa muda de fi gura e a declaração ganha plena validade.
Em suma: toda declaração (ou juízo) que expresse 
opinião pessoal ou pretenda estabelecer a verdade só terá 
validade se devidamente demonstrada, isto é, se apoiada 
ou fundamentada na evidência dos fatos, quer dizer, se 
acompanhada de prova. A declaração sem a devida prova 
é chamada, popularmente, de “opinião”. Uma vez provada, 
a declaração passa a ser considerada plenamente válida.
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A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM
http://imagens.kboing.com.br/papeldeparede/12476terra.jpg
exemplo I
Há, porém, certas ordens de declarações que prescindem de prova:
I - Quando a declaração expressa uma verdade universalmente aceita;
Se eu digo, por exemplo, que a Terra gira em torno do Sol, não é necessário provar para a 
afi rmativa ser aceita.
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A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM 
http://i178.photobucket.com/albums/w268/lamenza/fotos-especiais/lions/
lions-mauling-a-zebra.jpg
exemplo II
II - Quando é evidente por si mesma (axiomas, postulados);
Quando se diz, por exemplo, que todos os seres vivos são mortais.
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A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM
http://hcaiorock.zip.net/images/fumar.jpg
exemplo III
III - Quando tem o apoio de autoridade (testemunho autorizado);
Exemplo: O Ministério da Saúde adverte: fumar faz mal à saúde.
Neste caso, o Ministério da Saúde é a autoridade que valida a declaração.
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A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM 
http://obviousmag.org/mudando_algumas_certezas_de_lugar/2015/03/
ter-fe-e-alem-de-ter-uma-religiao.html.jpg?v=20150627154901
exemplo IV
IV - Quando escapa ao domínio puramente intelectual, ou seja, abrange outras 
áreas do conhecimento ou da vivência humana, como:
a) É de natureza puramente emocional (“o amor desconhece outras razões 
que não as do próprio coração”);
b) Implica a apreciação de ordem estética, em que o que se discute ou afi rma 
diz respeito à beleza e não à verdade (“gosto não se discute”, “gosto porque 
gosto”);
c) Diz respeito à fé religiosa (não se provam dogmas; apresentam-se apenas 
“motivos de credibilidade”).
Viu como é fácil distinguir declaração válida de opinião? 
Que tal seguirmos adiante?
11
A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM
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A eficácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM 
Fatos, indícios e inferências
Fatos não se discutem; opiniões, sim. 
Mas o que é fato? É a coisa feita, verifi cada e observada. 
Dizer que precisamos consumir água e alimentos para sobreviver, por exemplo, é um fato 
amplamente comprovado e impossível de ser negado.
Mas convém não confundir fato com indício. 
Os fatos devida e acuradamente observados levam ou podem levar à certeza absoluta; os 
indícios permitem apenas inferências, isto é, deduções de certeza relativa, pois expressam 
somente probabilidade ou possibilidade. 
Se uma pessoa começa a espirrar e tossir, por exemplo, é um indício de que pode estar gripada. 
Mas isso não constitui um fato, uma vez que pode se tratar de uma simples crise alérgica.
Inferir é concluir, é deduzir pelo raciocínio apoiado apenas em indícios. Dizer, por exemplo, 
que “Fulana está grávida porque começou a comprar roupinhas de bebê, fi car 
sonolenta e a comer muito”, é inferir, é deduzir pelo raciocínio a partir de certos indícios. 
O que assim se declara a respeito dessa fulana é possível, é mesmo provável, mas não 
é certo porque não provado.
Os fatos devida e acuradamente observados levam ou podem levar à certeza absoluta; os Os fatos devida e acuradamente observados levam ou podem levar à certeza absoluta; os 
indícios permitem apenas inferências, isto é, deduções de certeza relativa, pois expressam indícios permitem apenas inferências, isto é, deduçõesde certeza relativa, pois expressam 
somente probabilidade ou possibilidade. somente probabilidade ou possibilidade. 
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A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM
É evidente que o grau de probabilidade das inferências varia com as circunstâncias: há 
inferências extremamente prováveis e inferências extremamente improváveis. É extremamente 
provável que no verão chova com mais frequência do que no inverno; mas é improvável que 
a precipitação pluvial no mês de janeiro deste ano seja maior do que a do mês de janeiro 
do ano próximo.
Viu como é fácil? 
Basta ler as frases com um pouco de atenção que acabamos percebendo o quanto se pode 
depreender de cada uma delas. 
No próximo tópico, vamos ver outros tipos de declarações. 
T2 IDENTIFICAR O AXIOMA: INTERPRETAR AS INFERÊNCIAS E OS AXIOMAS NA RESOLUÇÃO DE 
PROBLEMAS
O axioma
O objetivo deste tópico é familiarizar você com novos tipos de declarações, os axiomas e 
os teoremas. 
Pode não parecer à primeira vista, mas eles fazem parte de nosso dia a dia. A todo o momento, 
formulamos teoremas e nos apoiamos em axiomas. 
Duvida? Então, leia o conteúdo que se segue.
Os axiomas podem chamar-se também noções comuns e, muitas vezes, podem ser 
confundidos com teoremas. A Matemática, porém, faz distinção entre axiomas e teoremas. 
Os primeiros são enunciados primitivos (por vezes chamam-se também postulados) aceites 
como verdadeiros sem provar a sua validade; os segundos são enunciados cuja validade 
se submete à prova. Axiomas e teoremas são, portanto, elementos integrantes de qualquer 
sistema dedutivo. Usualmente, a defi nição do conceito de teorema requer o uso do conceito 
de axioma (bem como o uso dos conceitos de regra de inferência e de prova), enquanto o 
conceito de axioma se defi ne por enumeração.
Dá-se o nome de axioma a uma verdade irrefutável. Esse tipo de afi rmativa é frequentemente 
verifi cada no pensamento lógico matemático. É uma verdade aceita sem demonstração.
Originariamente, o termo “axioma” signifi ca “dignidade”. Por derivação, chamou-se “axioma” a 
“aquilo que é digno de ser estimado, acreditado ou valorizado”; assim, na sua acepção mais 
clássica, o axioma equivale ao princípio que, pela sua própria dignidade, isto é, por ocupar 
certo lugar num sistema de proposições, deve ser considerado verdadeiro. 
Para Aristóteles, os axiomas são princípios evidentes que constituem o fundamento de 
qualquer ciência. Nesse caso, os axiomas são proposições irredutíveis, princípios gerais aos 
quais se reduzem todas as outras proposições e nos quais estas se apoiam necessariamente. 
O axioma tem, por assim dizer, um imperativo que obriga ao assentimento uma vez enunciado 
e entendido.
14
A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM 
Aristóteles
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/politica/
aristoteles_politica.htm
saiba mais
Em suma, Aristóteles defi ne o axioma como uma proposição 
que se impõe imediatamente ao espírito e que é indispensável, 
ao contrário da tese, que não pode ser demonstrada e que 
não é indispensável. 
Vamos agora ver alguns exemplos de axioma.
Exemplos de axiomas:
Por um único ponto passam infi nitas retas.
Por dois pontos distintos A e B passa uma única reta.
Para determinarmos um plano necessitamos de pelo menos três pontos.
Se dois pontos distintos de uma reta pertencem a um plano, então todos os pontos dessa 
reta pertencem ao plano. 
A
A
P
B
Q
a
15
A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM
exemplo 1
exemplo 2
E mais:
Se adicionarmos parcelas iguais a quantidades iguais, as somas continuarão iguais.
2+1=3 2+1=3
Se as mesmas quantidades forem subtraídas de quantidades iguais, os restos Continuarão 
a ser iguais.
2-1=1 2-1=1
O todo é maior que as partes.
(Disponível em http://www.brasilescola.com/matematica/axiomas.htm acessado em 14/05/2015)
Vamos treinar um pouco? Veja os exemplos abaixo e tente responder.
Nas afi rmativas abaixo, coloque (A) se tratar de axiomas ou (T) se tratar de teoremas. 
Lembre-se de que o axioma prescinde de provas, enquanto o teorema necessita ser provado.
A) ( ) Paulo está apaixonado pela Mariângela.
B) ( ) A Terra gira em torno do Sol.
C) ( ) Precisamos de oxigênio para sobreviver.
D) ( ) Fiz um boa prova, devo ter acertado todas as questões.
E) ( ) A Lua é o satélite natural da Terra.
F) ( ) Deve chover neste fi m de semana.
G) ( ) Um metro é dividido em cem centímetros.
H) ( ) Aquele político é corrupto.
I ) ( ) A distância mais curta entre dois pontos é uma reta.
J) ( ) Pelos ingredientes que leva, esta receita deve ser muito boa.
Respostas:
A) ( T ) Paulo está apaixonado pela Mariângela.
B) ( A ) A Terra gira em torno do Sol.
C) ( A ) Precisamos de oxigênio para sobreviver.
D) ( T ) Fiz um boa prova, devo ter acertado todas as questões.
E) ( A ) A Lua é o satélite natural da Terra.
F) ( T ) Deve chover neste fi m de semana.
G) ( A ) Um metro é dividido em cem centímetros.
H) ( T ) Aquele político é corrupto.
I) ( A ) A distância mais curta entre dois pontos é uma reta.
J) ( T ) Pelos ingredientes que leva, esta receita deve ser muito boa.
Dá-se o nome de axioma a uma verdade irrefutável, que prescinde de provas para ser 
aceita. Classifi que os axiomas abaixo em falso (F) ou verdadeiro (V), conforme o caso:
( ) A água ferve a 100º C.
( ) Um dia, a verdade sempre vem à tona.
( ) Os baianos são muito preguiçosos.
( ) Sem oxigênio, o ser humano não sobrevive.
( ) Quem espera, sempre alcança.
( ) A Lua é o satélite natural do planeta Terra.
Resposta: V / F / F / V / F / V
Tudo entendido até aqui?
Vamos em frente!
16
A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM 
exemplo
As inferências e os axiomas na resolução de problemas
Existe um tipo de problema que recebe o nome técnico de “inferências corretas”; esse 
tipo recebe também outros nomes, como “A César o que é de César” ou “Encontrando o 
culpado”, que só pode ser resolvido a partir da leitura correta de uma série de afi rmativas 
que tanto podem assumir a forma de inferências como de axiomas. 
Em geral, o desafi o consiste em completar um quadro com informações a partir de pistas 
que são fornecidas ao leitor. Veja no próximo exemplo como isso se dá.
Para que você possa resolver esse enigma, é necessário que compreenda bem as 
informações contidas nas “dicas” que são dadas. Algumas são dadas de modo direto, sob 
forma de axiomas. Outras são dadas nas entrelinhas, o que exige que você faça inferências 
a partir do que foi colocado. Só a partir de uma leitura efi ciente é que se torna possível 
apreender os dados que permitirão a resolução do problema.
O desafi o está lançado!
A vila complicada
Em uma determinada vila, existem cinco casas, todas do mesmo lado. Elas são numeradas, 
da esquerda para a direita, na seguinte ordem: 101, 103, 105, 107, 109. Cada casa apresenta 
características próprias, tais como cor, nacionalidade do proprietário, marca do carro que 
está na garagem, tipo de bebida e animal doméstico preferidos. Com base nas informações 
que se seguem, a tarefa consiste em determinar as características próprias de cada uma 
das casas, preenchendo, de modo correto e coerente, o quadro abaixo.
• As cinco casas estão localizadas na mesma vila, do mesmo lado.
• O mexicano mora na casa vermelha.
• O peruano tem um carro Mercedes Benz.
• O argentino possui um cachorro.
• O chileno só bebe Coca-Cola.
• Os coelhos estão equidistantes do Cadillac e da cerveja.
• O gato não bebe café nem mora na casa azul.
• Na casa verde, só se bebe uísque.
• A tartaruga é vizinha da casa onde se bebe Coca-Cola.
• A casa verde só tem vizinho do lado direito, a casa cinza. 
• O peruanoe o argentino são vizinhos.
• O Chevrolet pertence à casa rosa.
• O dono do Volkswagen cria coelhos.
• Na terceira casa, bebe-se Pepsi.
• O brasileiro é vizinho da casa azul.
• O dono do carro Ford só bebe cerveja.
• O dono da tartaruga é vizinho do dono do Cadillac.
• O dono do Chevrolet é vizinho do dono do canário.
17
A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM
Dicas para solução do problema:
Comece selecionando as informações que surgem sob forma de axioma, isto é, aquelas que 
são afi rmativas incontestáveis, tipo “A casa verde só tem vizinho do lado direito, a casa cinza.”
Depois, parta para aquelas que prescindem de comprovação, tipo “O brasileiro é vizinho 
da casa azul”. E como se dá esta comprovação? Ora, à medida que o quadro vai sendo 
preenchido, testam-se as hipóteses e verifi ca-se sua validade em relação ao lugar que os 
dados vão ocupando no quadro. Se o brasileiro, por exemplo, não estiver colocado ao lado 
da casa azul, algum teorema foi mal formulado. Será necessário, portanto, voltar às pistas, 
para tentar novas hipóteses.
Para ajudar, segue, o quadro a ser preenchido com as informações fornecidas. 
Agora é com você! Só olhe a resposta quando você terminar.
Característica / casa 101 103 105 107 109
Proprietário
Cor da casa
Animal
Bebida
Marca do carro
Característica / casa 101 103 105 107 109
Proprietário peruano argentino mexicano chileno brasileiro
Cor da casa verde cinza verm azul rosa
Animal gato cachorro coelho canário tartaruga
Bebida Uisque cerveja pepsi Coca-cola café
Marca do carro Mercedez Ford Volks Cadilac Chevrolet
Não é divertido resolver este tipo de desafi o? 
Mais adiante, faremos outro, está bem?
Respostas
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T3
h t t p : / / 3 . b p . b l o g s p o t . c o m / -
V z F l h T z v a q 0 / U p C r _ X _ _
m 7 I / A A A A A A A A M C o / _
n 5 J 0 X D i z H M / s 1 6 0 0 /
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A FALÁCIA NA COMUNICAÇÃO 
Neste tópico trabalhemos um novo conceito: o sofi sma. O nome pode parecer estranho, 
mas você vai perceber que ele não está tão distante de sua realidade assim.
Lembra daqueles anúncios veiculados há anos atrás que vinculavam o ato de fumar 
determinada marca de cigarro a ser bem-sucedido?
Pois é, a base desse tipo de comercial é um sofi sma. Saiba por quê.
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exemplos
Sofi smas
Um sofi sma é um falso raciocínio elaborado com a intenção de enganar.
Os estudiosos dividem os sofi smas em várias categorias, sejam eles sofi smas formais (isto 
é, aqueles cujo erro reside em sua formulação) ou materiais (quando o erro reside em seu 
conteúdo). Um silogismo mal formulado é um exemplo de sofi sma formal, já que seu erro 
resulta normalmente numa proposição inadequada.
Veja o exemplo a seguir!
Disseram que eu sou ninguém.
Ninguém é perfeito.
Logo, eu sou perfeito.
Como se pode facilmente perceber, o que torna este silogismo um sofi sma é o fato de que 
a premissa maior não tem caráter generalizante como deveria. Portanto, seu erro consiste 
na forma como foi elaborado.
No caso do anúncio de cigarro, por exemplo, o raciocínio que estava por trás dele e que 
visava seduzir o leitor, era o seguinte:
Todos querem ser bem-sucedidos.
Neste comercial, todos fumam o cigarro da marca X e são bem-sucedidos.
Portanto, vou fumar este cigarro para ser bem-sucedido também.
É fácil perceber a falha desse raciocínio que o torna um sofi sma. Não há, em termos lógicos, 
nenhuma relação direta entre o fato de fumar (qualquer que seja a marca do cigarro) e ser 
bem-sucedido. Aliás, muito pelo contrário...
http://poster.us.com/wp-content/uploads/2012/09/Portrait-
of-Jean-Jacques-Rousseau-by-Lacretelle.jpg
Falsos axiomas
Como já vimos, axiomas são verdades universalmente 
aceitas que não necessitam de comprovação, como uma 
frase do tipo “todos os homens são mortais”.
No caso dos falsos axiomas, não há como comprovar a 
verdade de caráter universal do que está sendo afi rmado. Um 
dos falsos axiomas mais conhecidos foi formulado por J. J. 
Rousseau, que afi rma: “É um axioma geralmente admitido 
que, cedo ou tarde, se descobre a verdade.” Ora, não 
é preciso ir muito longe para pôr em dúvida tal afi rmação.
Falsos axiomas são empregados com frequência, por 
exemplo, em discursos políticos, nos quais encontramos 
frases do tipo “Nunca houve um líder político mais preparado 
do que Fulano” ou “Sem dúvida, é o representante político 
mais capaz e honesto de sua geração”.
Entre os sofi smas formais, também se enquadram aqueles 
que encerram generalização excessiva, consequentemente 
difícil de ser provada, uma vez que produz uma conclusão 
a partir de uma evidência insufi ciente. É o que ocorre em 
frases do tipo: “Guilherme lê muito e, por isso, deve ser 
considerado um bom aluno”. Ora, o fato de ler muito não faz 
dele, necessariamente, um bom aluno. Outras comprovações 
seriam necessárias para tornar essa afi rmativa verdadeira.
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Ignorância da questão ou da causa
Neste caso, elabora-se um raciocínio deliberadamente enganoso para distrair o leitor/ouvinte 
do foco da questão. Isso é feito, em geral, apelando para aspectos como a emotividade. 
É muito comum, por exemplo, na prática do Direito. Suponha o seguinte caso: um advogado 
de defesa não tem mais como argumentar em defesa de seu cliente, culpado de homicídio. 
Passa então a apelar para a sensibilidade dos jurados, apresentando o réu como bom cidadão, 
cumpridor de seus deveres, pai e marido exemplar... 
Nada disso tem, de fato, a ver com o crime em questão, visa apenas a desviar, maliciosamente, 
a atenção dos jurados do fato em si, isto é, do crime cometido.
É o mesmo recurso de que lançam mão alguns alunos quando chegam para a aula sem os 
trabalhos solicitados. Visando a desviar a atenção do professor para o fato de que a tarefa 
não foi cumprida, apelam para sua emotividade, contando casos tristes, falando de suas 
difi culdades, doenças na família... 
Mas nada disso muda o fato de que a tarefa não foi realmente cumprida.
http://kylelawfi rm.com/assets/Criminal-Trial-Proceedings-Kyle-Law-Firm.jpg
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Petição de princípios ou círculo vicioso
Ainda dentro do âmbito dos sofi smas, encontramos alguns outros tipos, como a petição de 
princípios, na qual a própria declaração se torna sua prova, ou seja, é uma afi rmação 
vazia, que não leva a nada, do tipo “Fulano morreu de velho porque viveu muito”, ou “Sicrano 
morreu pobre porque não tinha dinheiro”. 
Também chamada de círculo vicioso, a petição de princípios mais famosa é a de um 
conhecido comercial: 
http://2.bp.blogspot.com/-gKtg1b9qPkw/Uw0Ekoj3QcI/AAAAAAAAL00/_
pR7IO4nc9E/s1600/Tostines.jpg
“Tostines
é fresquinho
porque vende mais
ou vende mais
porque é fresquinho?”
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Veja, abaixo, o que algumas pessoas falam sobre esse comercial. Observe que todos acabam 
dizendo a mesma coisa:
"As duas afi rmações são corretíssimas. A tecnologia de conservação mantém 
as características dos alimentos e a reposição de estoques minimiza o tempo 
do produto na prateleira. Assim, o consumidor acha produtos sempre frescos, 
o que aumenta a venda."
Tania Nakajima, diretora fi nanceira da Associação Brasileira de Engenheiros 
de Alimentos.
"Se, ao nos movermos em frente, terminamos no ponto de onde partimos, 
não há dúvida: rodamos em círculo. Aqui, a fi gura é uma espiral, cujo eixo é: 
o primeiro que chegou à loja estavafresquinho e tornou-se a referência de 
toda uma espiral de vendas."
Olímpio Pimenta, professor de fi losofi a da Universidade F. de Ouro Preto.
"Podemos dizer que vende mais porque é fresquinho. Para garantir que o 
cliente leve um produto fresco, é preciso acompanhar o histórico de vendas e 
repor os itens conforme a demanda. Com isso, garantimos o frescor sempre."
Silvana Balbo, gerente de marketing do Pão de Açúcar.
Falsa analogia ou indução imperfeita
Outro tipo de sofi sma material que merece destaque é o da falsa analogia e probabilidade. 
Neste caso, partimos da observação de casos semelhantes e tentamos elaborar um 
raciocínio indutivo visando a descobrir a causa de um fato, porém sem comprovação 
científi ca. Embora seja também chamado de “indução imperfeita”, este tipo de raciocínio é 
muito usado em nosso dia a dia. 
Veja o exemplo!
O cachorro de meu vizinho se coçava sem parar, mas os remédios para sarna não surtiram 
efeito. Ao levá-lo ao veterinário, meu vizinho descobriu que o que ele tinha não era sarna, mas 
ácido úrico, decorrente de alimentação inadequada. Bastou mudar a alimentação para que o 
animal fi casse bem. De repente, meu cão passou a apresentar os mesmos sintomas. Logo, 
deduzo tratar-se do mesmo problema e dou a ele a mesma alimentação do cachorro do vizinho. 
Como se pode perceber, é um raciocínio sem comprovação, 
baseado apenas na analogia, na semelhança entre os casos. 
Pode até ser que funcione, se os dois cães tiverem realmente 
o mesmo problema. Mas quem garante que, no caso de meu 
cão, não seja de fato sarna?
A falácia, no caso desse tipo de raciocínio, consiste na 
possibilidade de erro em decorrência da não-comprovação 
da validade da indução feita. Isso não impede, porém, que 
seja empregado pelo senso comum. 
Quem nunca recebeu uma “dica” de tratamento, por 
exemplo, ao se queixar de “uma dorzinha do lado”? Sempre 
vai aparecer aquele amigo que vai dizer: “Rapaz, tive a 
mesma coisa. Era fígado! Tome Hepatolina que você fi ca 
bom rapidinho!”
Tudo entendido até aqui?
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Para pensar
Ai, palavras, ai, palavras, 
que estranha potência a vossa! (...) 
 
A liberdade das almas, 
ai! com letras se elabora... 
E dos venenos humanos 
sois a mais fina retorta: 
frágil, frágil como o vidro 
e mais que o aço poderosa! 
Reis, impérios, povos, tempos, 
pelo vosso impulso rodam... 
Cecília Meireles - 
Romanceiro da Incofidência
Então, atenção! Tenha cuidado com aquilo que ouve ou lê. Saber distinguir a verdade 
da mentira é importante, é necessário ter habilidade para lidar com os discursos que nos 
chegam a todo o momento. Pense em critérios para aceitar ou rejeitar as declarações feitas 
que nem sempre têm fundamentação.
 
 
Como você reagiria, por exemplo, aos enunciados abaixo? Quais você aceitaria? Como você 
argumentaria para rejeitar os que devem ser rejeitados? Tente. Pense.
1. Os empregados são como pregos: temos que bater para que cumpram suas funções. 
2. Deve-se coibir usos como estes: “Me dá um cigarro”, “eu vi ele”, “tu foi”, etc., porque, 
com essa permissividade, vamos reduzir a língua de Camões a uma falação de brutos, 
a uma língua pobre, de poucas palavras e alguns grunhidos. 
3. Sabia que o casal X está se separando? Mas cuidado: em briga de marido e mulher 
ninguém põe a colher. 
4. Aqui se faz, aqui se paga. 
5. É perigoso viajar em carro dirigido por mulher. 
6. Crentes, muçulmanos, são todos uns fanáticos. 
7. Os padres são pedófilos, os padres são mulherengos, os padres só pensam em 
dinheiro, os advogados são uns enroladores, os políticos são corruptos, os médicos 
uns açougueiros, os alunos são uns deitados, etc. 
8. O elo perdido entre o homem e o macaco não foi encontrado: por isso a teoria da 
evolução está errada. 
9. O vinho é uma bebida saudável, que faz bem ao coração. É estimulante. Assim foi 
reconhecido por todos os povos antigos. Inclusive o Apóstolo São Paulo recomendava 
vinho em suas epístolas. 
10. A egiptóloga Fulana de Tal é uma principiante, obteve o doutorado há pouco tempo, 
tem limitada experiência: não pode julgar um descobrimento tão importante. 
11. Não vou votar nele para presidente: ele bebe. 
12. Todo nordestino é hábil, L. é nordestino, L. é hábil. - Toda pessoa hábil é bom político. 
Ele é hábil. Ele é bom político. - Todo bom político é bom administrador. Ele é bom 
político. Ele é bom administrador. - Todo bom administrador merece ser eleito. Ele é 
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bom administrador. Ele merece ser eleito. 
13. Essas práticas remontam aos primeiros séculos de nossa igreja. Como você pode 
questioná-las? 
14. Milhares de pessoas acreditam no poder das pirâmides. Sem dúvida, elas devem 
ter algo especial. 
15. A grande maioria das pessoas deste país são favoráveis à pena de morte como 
meio de reduzir a violência. Ser contra a pena de morte é, pois, ridículo. 
16. Não acredite nos linguistas: eles estão a serviço de uma ideologia de esquerda; 
são liberais, revolucionários e populistas. 
17. Não é preciso conhecer matemática para vencer na vida. Meus conhecimentos 
dessa matéria não vão além das quatro operações e das frações ordinárias; no 
entanto tenho um salário maior do que o de muitos engenheiros. 
18. O senhor não tem autoridade para criticar nossa política educacional, pois nunca 
concluiu uma faculdade. 
19. Eu não votei em Lula: afi nal ele nem sabe falar direito. 
20. Por que deveria eu ouvir uma ignorante como você?
Vamos praticar o que aprendemos?
Como você viu, um sofisma é um falso raciocínio elaborado com a intenção de 
enganar. Sua falha de raciocino pode ocorrer por vários motivos. Correlacione as duas 
colunas, de acordo com a causa da falha de cada um dos sofi smas que se seguem:
(1) Generalização falsa porque baseada em enumeração imperfeita.
(2) Ignorância da questão.
(3) Petição de princípio.
( ) Ela é a melhor aluna da turma, porque tira sempre as melhores notas.
( ) Ao descobrir que sua loja havia sido arrombada, o Sr. Macedo ouviu do vigia que tinha 
contratado a seguinte explicação: "O senhor sabia que eu gostava de umas cachacinhas. 
Quem mandou me contratar?"
( ) Não é verdade que as mulheres sejam discriminadas na política. Nas próximas eleições, 
por exemplo, teremos pelo menos duas candidatas à Presidência do país.
( ) Em caso de separação, os fi lhos devem sempre fi car sob a guarda da mãe. Homens 
não servem para cuidar de crianças, principalmente muito pequenas, pois não têm instinto 
maternal.
Resposta: 3; 2; 1; 1
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Agora vamos a mais um desafi o:
Presentes especiais
Daniel e outros quatro homens estiveram na Joalheria Pepita e cada um deles comprou uma 
joia para sua respectiva mulher para comemorar uma data especial. As cinco joias vendidas 
foram um anel, um bracelete, um par de brincos, um broche e um colar. Cada uma das joias 
escolhidas era adornada com uma pedra preciosa diferente: diamante, esmeralda, opala, 
rubi e safi ra.
Usando as dicas anteriores e as listadas a seguir, determine que joia cada um dos homens 
comprou, a pedra preciosa que a adornava e a data especial que estava sendo comemorada.
• Álvaro comprou brincos para presentear sua mulher pelo seu aniversário. As pedras 
preciosas que adornavam os brincos não eram safi ras nem esmeraldas.
• Leonardo comprou um bracelete para sua mulher que não era adornado por 
diamantes nem safi ras.
• A joia adornada por diamantes foi dada à mulher de um dos homens para comemorar 
uma promoção.
• Humberto comprou uma joia para sua mulher para comemorar o seu novo emprego.
• O anel é adornado por rubis, mas não foi dadocomo presente de formatura.
• Jerônimo não comprou o broche que foi adquirido para presentear uma das mulheres 
pelas bodas de prata.
Para ajudar, segue, o quadro a ser preenchido com as informações fornecidas. 
Agora é com você! Só olhe a resposta quando você terminar.
Nome do homem Joia Pedra preciosa Comemoração
Álvaro
Daniel
Humberto
Jerônimo
Leonardo 
Nome do homem Joia Pedra preciosa Comemoração
Álvaro brincos opala Aniversário
Daniel broche safi ra boda de prata
Humberto anel rubi Emprego
Jerônimo colar diamante promoção
Leonardo bracelete esmeralda formatura
Respostas
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T4 A ARGUMENTAÇÃO
Defi nição de argumentação
Um argumento é, em geral, um raciocínio mediante o qual se pretende provar ou refutar uma 
tese, convencendo alguém da verdade ou falsidade da mesma.
Os argumentos são, em síntese, recursos linguísticos que visam à persuasão, ao 
convencimento. O argumento não é uma prova inequívoca da verdade. Argumentar não 
signifi ca impor uma forma de demonstração, como nas ciências exatas. 
O argumento implica um juízo do quanto é provável ou razoável. Argumentar, portanto, é o 
processo de chegar a conclusões, persuadir, con vencer os demais a aceitar essas conclusões. 
Veja o exemplo!
Vamos supor que você e seus amigos estão decidindo que passeio farão no fi m de semana. 
Você adora praia e, fazendo bom tempo, esta é a sua proposta para o grupo. Outro colega, 
porém, prefere ir ao shopping. Que tipo de argumento você poderia usar para convencer os 
demais? Eis algumas sugestões:
- Ir à praia é um excelente meio de relaxar do estresse do dia a dia: toma-se sol, nada-se, 
paquera-se etc.
- Vocês já passam boa parte da semana em ambientes fechados, no trabalho ou na própria 
faculdade. Não seria o caso de buscar ambientes abertos nos fi ns de semana?
- A praia costuma ser um programa mais barato: um sanduíche natural, uma cervejinha, uns 
tira-gostos, e a questão está resolvida. No shopping, todos acabam gastando mais, com 
lanches, ingressos de cinema, estacionamento e assim por diante.
E então, quem venceu no fi nal? Quem tem os argumentos mais convincentes, é lógico! Saber 
argumentar acaba ajudando a ter um bom desempenho em seu dia a dia.
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Como elaborar argumentos?
Os argumentos podem apoiar-se em dois métodos: o método indutivo, que parte do particular 
para o geral, e o método dedutivo, que parte do geral para o particular. 
Vamos conhecê-los?
Método indutivo 
O método indutivo vai do efeito à causa.
http://www.4freephotos.com/images/batch/
Refl ection-in-wet-asphalt1750.jpg
Se vemos o chão molhado, deduzi mos que choveu. 
Partimos sempre de dados apreendidos por nossos sentidos ou tomamos conhecimento dos 
dados por meio de um testemunho autorizado. 
O método indutivo apresenta falhas que impedem que cheguemos a conclu sões defi nitivas – 
o chão molhado que vimos pode estar assim em razão não da chuva, mas de um carro-pipa 
que tenha molhado a rua ou de um vazamento de um cano. 
Assim, uma das primeiras providências que devemos tomar é tentar reunir o maior número 
possível de fatos para que a conclusão seja mais segura, mas sem garantia absoluta. 
A indução pode ser dividida em três subtipos: a generalização, a relação causal e a analogia. 
Veja cada uma delas: 
A generalização é uma conclusão sobre um conjunto a partir do estudo de alguns indivíduos; 
apesar de bastante útil, corre o risco de se tornar falsa quando apoiada em poucos exemplos. 
É o que ocorre, por exemplo, quando dizemos que todos os japoneses são inteligentes. Com 
quantos japoneses tivemos, de fato, contato? 
A relação causal estabelece a ligação entre dois fatos e conclui que um é a causa do outro. 
Essas causas podem ser necessárias (quando estão presentes, o efeito ocorre, como quando 
vemos nuvens escuras e afi rmamos que vai chover), sufi cientes, quando podem produzir 
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A efi cácia na comunicação e a falácia na comunicação Raciocínio Lógico | UNISUAM 
um efeito involuntário, (como uma inundação, por exemplo, que decorresse daquela chuva) 
e contributivas, se ajudam o efeito a ocorrer, mas não podem sozinhas produzi-lo (como o 
vento que teria precedido a chuva em questão). 
A analogia combina generalização e relação causal, estabelecendo uma relação entre um 
efeito e uma causa hipotética. Por exemplo: o carro de meu vizinho começou a dar problemas 
na partida. Ele o levou ao mecânico e descobriu que a causa do problema havia sido 
combustível adulterado, que danifi cara vários sistemas do automóvel. Ora, meu carro começou 
a dar o mesmo problema e descobri, conversando com ele, que ambos abastecemos no 
mesmo posto. Por generalização (mais de um carro que abasteceu naquele posto apresentou 
problemas) e relação causal (o mesmo problema deve ter origem na mesma causa), chego 
à conclusão de que meu carro também foi afetado pelo bendito combustível adulterado.
Método dedutivo 
O método dedutivo parte do geral para o particular, do abstrato para o concreto, da causa 
para o efeito. 
Por exemplo: observou-se, ao longo dos tempos, que todos os metais conduziam eletricidade. 
Logo, a conclusão lógica possível seria que todo metal é bom condutor de eletricidade.
http://3.bp.blogspot.com/-GMAcvaQENjY/TVli50c844I/AAAAAAAAAZ0/mBBctZeagww/s1600/5.JPG
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exemplo
Consistência e evidência dos argumentos
Percebeu o quanto caminhamos até aqui? Viu o quanto aprendemos neste processo? 
Agora, vamos para a parte fi nal de nosso desafi o: trabalhar a consistência dos argumentos 
que elaboramos e, principalmente, perceber o quanto é importante saber argumentar. Afi nal, 
como dizem os juristas, ganha a contenda quem apresentar os argumentos mais convincentes.
A argumentação sustenta-se em dois elementos principais: a consistência do raciocínio que 
o origina e a evidência das provas que lhe dão base.
No primeiro caso, a argumentação deve basear-se nos princípios da lógica. Caso contrário, 
torna-se uma discussão estéril, um simples bate-boca, em que não é possível distinguir se 
alguém está com a razão.
Quanto ao segundo caso, considera-se a evidência como o critério da verdade, a certeza a 
que se chega pelo raciocínio ou pela apresentação de fatos ou testemunhos.
Veja um exemplo!
Se eu quiser argumentar em torno da ideia de que os professores no Brasil não são valorizados 
adequadamente, basta apresentar argumentos apoiados em fatos como os baixos salários 
pagos à categoria, as más condições de trabalho em muitas escolas, a necessidade de ter 
mais de um emprego para manter um rendimento mínimo e assim por diante.
Argumentação formal: a proposição
A proposição, também chamada de declaração ou tese, é a ideia que você está defendendo 
com seu argumento. Em outras palavras, é o ponto de partida da argumentação que você 
vai formular. 
No exemplo anterior, sobre os professores, o ponto de partida foi a não-valorização desse 
profi ssional. A partir dessa proposição, selecionamos os argumentos que a apoiassem, ou 
seja, os baixos salários, as más condições de trabalho etc.
Vamos praticar?
Vamos trabalhar a elaboração de bons argumentos? É só ler com calma e atenção as 
proposições dadas. 
Abaixo há uma série de argumentos. Vamos ver que teses (ou proposições) podemos concluir 
em cada conjunto?
Conjunto 1
a) Os restaurantes a quilo são mais baratos que os restaurantes a la carte. 
b) Os restaurantes a quilo oferecem maior variedade de comida que os a la carte. 
c) Os restaurantes a quilo oferecem maior rapidezno atendimento que os a la carte. 
 Tese: Os restaurantes a quilo são melhores que os a la carte.
Conjunto 2 
a) A correção de provas dá muito trabalho aos professores. 
b) As provas causam nervosismo aos alunos. 
c) As provas não avaliam adequadamente os alunos. 
 Tese: As provas deveriam ser abolidas.
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exemplo
Conjunto 3 
a) Carros importados não possuem assistência técnica. 
b) Carros importados têm impostos mais caros. 
c) Carros importados sofrem maior desvalorização. 
 Tese: Carros nacionais são melhores que carros importados (ou Não vale a pena 
ter um carro importado.)
Sempre que passamos de uma premissa diretamente a uma conclusão, assumimos como 
verdadeira alguma ideia intermediária, mesmo que ela não seja, de fato, verdadeira. Agora é a 
sus vez de analisar quais são as ideias assumidas como verdadeiras nos seguintes raciocínios:
1. O motorista do carro da frente é uma mulher; é melhor ultrapassá-lo. 
2. Cheguei, em meu exercício, à mesma resposta dada pelo livro; acertei mais um!
3. O sinal do colégio está tocando; estou atrasado! 
4. Minha mãe a viu com outro no cinema; vou terminar o noivado. 
5. O Ibope mostrou que o Flamengo é o time de maior torcida; vou ser fl amenguista! 
6. O outdoor diz que este sabão é melhor. Minha roupa vai fi car mais branca. 
7. São cinco horas no meu relógio. Vou chegar atrasado à consulta. 
8. Ela me cumprimentou. Acho que não está mais zangada comigo. 
9. A médica recomendou este xarope. Ele vai fi car bom logo.
Tipos de a rgumentos e es t ra tég ias 
argumentativas
A) Argumento pró-tese
Caracteriza-se por ser extraído de fatos reais de conhecimento 
geral. A estrutura adequada para desenvolvê-lo seria:
Tese + porque + e também + além disso.https://mariatherezasuahistoria.files.wordpress.com/2014/08/
cidade-maravilhosa.jpg
Percebeu que argumentos fazem parte de nosso dia a dia? Dominar a percepção e elaboração 
de argumentos nos torna, com certeza, usuários mais efi cientes de nosso idioma.
Respostas:
1. Mulheres dirigem mal
2. Estou entendendo a matéria.
3. O sinal toca para o início da aula
4. Minha noiva me traiu
5. Escolhi torcer por um time que tenha uma grande torcida.
6. Os melhores sabões deixam a roupa mais branca
7. A consulta está marcada para as cinco
8. Se ela ainda estivesse zangada, não me cumprimentaria. (ou Ela deve ter me perdoado)
9. Este xarope deve ser efi caz
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exemplo
Precisamos buscar de todas as formas resolver os principais problemas que o Rio apresenta, 
como transporte e segurança, porque receberemos milhares de turistas em ambas as ocasiões, 
e também o mundo todo estará de olho em nossa cidade por ocasião dos eventos esportivos; 
além disso, será uma ótima oportunidade para melhorar inclusive a vida dos próprios cariocas.
B) De autoridade (ex auctoritate ou ab auctoritate)
Argumento constituído com base nas fontes autorizadas, em pesquisas científicas 
comprovadas.
Precisamos buscar de todas as formas resolver os principais problemas que o Rio apresenta, Precisamos buscar de todas as formas resolver os principais problemas que o Rio apresenta, 
como transporte e segurança, porque receberemos milhares de turistas em ambas as ocasiões, como transporte e segurança, porque receberemos milhares de turistas em ambas as ocasiões, 
e também o mundo todo estará de olho em nossa cidade por ocasião dos eventos esportivos; e também o mundo todo estará de olho em nossa cidade por ocasião dos eventos esportivos; 
além disso, será uma ótima oportunidade para melhorar inclusive a vida dos próprios cariocas.além disso, será uma ótima oportunidade para melhorar inclusive a vida dos próprios cariocas.
O Ministério da Saúde adverte: fumar faz mal à saúde. 
(Mensagem veiculada em maços de cigarro; neste caso, a autoridade que dá credibilidade 
ao argumento é o próprio Ministério da Saúde.)
C) Argumento de senso comum
Consiste no aproveitamento de uma afi rmação que goza de consenso geral, que está 
amplamente difundido na sociedade.
Exemplo: Quando ocorre um crime no qual uma mãe mata um fi lho, por exemplo, fi ca fácil 
argumentar em torno da condenação da acusada, uma vez que, perante o senso comum, 
trata-se de um crime sem perdão, pois uma mãe morre pelos fi lhos, mas não os mata.
D) Argumento de causa e consequência
Estabelece a relação de causalidade. São apresentadas as causas e as consequências 
de um ato praticado.
Exemplo: quando se defende a adoção de leis mais rígidas para motoristas que dirigem 
alcoolizados, em geral os argumentos utilizados associam o alcoolismo (causa) ao aumento 
de acidentes de trânsito (consequência).
Cada um desses elos coesivos introduzem fatos distintos.
Por exemplo, a necessidade de melhorar a cidade do Rio de Janeiro visando à realização da 
Olimpíada de 2016. Poderíamos, a partir desse fato, elaborar o seguinte argumento:
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E) Argumento de prova
É construído a partir de um indício extraído de um fato real.
Exemplo: quando se comprova que o motorista responsável por um acidente estava de fato 
alcoolizado, fi ca fácil argumentar em torno de sua condenação, uma vez que há um fato real 
(o nível de álcool em seu sangue) que serve como prova para embasar a argumentação.
Não foi fácil lidar com argumentos válidos e sua tipologia? Agora, vai fi car muito mais fácil 
defender suas opiniões com argumentos bem estruturados e variados, não é mesmo? 
No próximo tópico, apresentaremos um conceito novo: a contra-argumentação. Com 
isso, além de defender nossos próprios pontos de vista, aprenderemos a enfraquecer os 
argumentos contrários. 
Mãos à obra!
T5 ARGUMENTAÇÃO E CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
Neste tópico, você estudará como contra-argumentar, ou seja, a dialogar com argumentos 
contrários à sua tese, visando enfraquecê-los ou até mesmo neutralizá-los. 
Vamos lá!
Quando lidamos com a elaboração de argumentos, escrevendo um texto argumentativo ou 
participando de um debate, por exemplo, não podemos fi ngir que somos donos da verdade 
e que não há posições antagônicas às que estamos defendendo. Ao contrário, um bom 
argumentador antecipa os argumentos contrários que podem ser levantados contra a tese 
que está defendendo e busca neutralizá-los.
Veja o exemplo abaixo: 
Vamos supor que você esteja participando de um debate cujo tema central é “Vestibular, 
um mal necessário”, e um de seus colegas, que defende o fi m do vestibular, argumenta:
http://fsg.br/blog/wp-content/
uploads/2015/05/prova-de-
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Argumento:
O vestibular é injusto porque privilegia os candidatos pertencentes às classes mais favorecidas 
economicamente, uma vez que os candidatos que estudaram em escolas com infraestrutura 
defi ciente, como as escolas públicas do Brasil, por mais que se esforcem, não têm condições 
de concorrer com aqueles que frequentaram bons colégios.
Num primeiro momento, esse argumento parece imbatível, já que faz referência a uma 
realidade de nosso país, ou seja, a discrepância existente entre o ensino público e o privado, 
principalmente o das escolas tidas como de primeira linha. Mas é possível contra-argumentar, 
com base em outros fatos concretos. 
Observe a seguir!
Contra-argumento:
Mesmo que o acesso à universidade fosse facilitado para candidatos de condição econômica 
inferior, com a adoção de outras formas de seleção que não o vestibular, o problema não 
seria resolvido, pois a falta de um aprendizado sólido, no Ensino Fundamental e Médio, 
comprometeria o ritmo de aproveitamento desse aluno no curso superior. A questão,portanto, não seria eliminar o vestibular em si, mas as diferenças entre as escolas públicas 
e privadas; essas diferenças são as verdadeiras responsáveis pela seleção dos candidatos 
mais favorecidos economicamente. 
Percebeu como é importante saber contra-argumentar? 
Além de marcar sua posição, a contra-argumentação propicia um bom andamento para o 
debate, pois permite focalizar vários ângulos de uma mesma questão.
Veja agora um uso criativo para a contra-argumentação, a partir de um caso real:
Além de marcar sua posição, a contra-argumentação propicia um bom andamento para o Além de marcar sua posição, a contra-argumentação propicia um bom andamento para o 
debate, pois permite focalizar vários ângulos de uma mesma questão.debate, pois permite focalizar vários ângulos de uma mesma questão.
Em 2005, em entrevista no Programa do Jô, a modelo 
Daniela Cicarelli admitiu roubar em jogos de cartas com 
amigos. Tentando fazer piada, ela completou: “Roubo 
profi ssionalmente. Parece que nasci em Brasília”. Embora 
Jô Soares, imediatamente, tentasse amenizar o clima, 
afi rmando que a imensa maioria dos brasilienses não se 
enquadrava nessa categoria, o estrago estava feito.
Houve, é claro, as reações inusitadas e inefi cazes, como a de 
alguns deputados, que cogitaram declarar Daniela persona 
non grata em Brasília. 
Mas a resposta mais inteligente veio da agência de 
publicidade Mr. Brain. Alguns dias depois, em letras garrafais, 
a agência veiculou um anúncio que dizia: “Toda modelo é 
burra”. E embaixo, em letras menores: "Daniela Cicarelli, viu 
como é injusto quando alguém generaliza uma opinião?". Ao 
lado da assinatura da agência, segue a mensagem: "Protesto 
de uma agência genuinamente brasiliense à declaração da 
modelo em entrevista no programa do Jô Soares afi rmando 
que sabe roubar tão bem (no jogo) que parece ter nascido 
em Brasília."
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A resposta da agência, na verdade uma contra-argumentação 
à afi rmativa de que quem rouba bem nasceu em Brasília, 
foi fantástica por dois motivos: primeiro, derrubou 
inteligentemente a afi rmativa da modelo; segundo, por fazer 
uso do mesmo recurso que ela empregou, a generalização. 
Em resumo, Daniela acabou provando do próprio remédio.
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uso do mesmo recurso que ela empregou, a generalização. uso do mesmo recurso que ela empregou, a generalização. 
Em resumo, Daniela acabou provando do próprio remédio.Em resumo, Daniela acabou provando do próprio remédio.
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Se quiser ler na íntegra a matéria sobre a resposta 
da Mr. Brain à afi rmativa de Daniela Cicarelli, é só 
clicar nos links abaixo:
http://www.b9.com.br/321/diversos/toda-
modelo-e-b/
h t t p : / / p r o p m a r k . u o l . c o m . b r /
agencias/13689:declaracao-de-daniela-cicarelli-
motivou-anuncio-da-mrbrain
saiba mais
Agora, vamos pôr em prática nossa capacidade de contra-argumentação!
Os argumentos abaixo não estão bem estruturados. Alguns apresentam problemas de 
generalização excessiva, outros de erro de causa, outros ainda de falta ou impossibilidade 
de comprovação do que é declarado. Quando isso ocorre, fi ca mais fácil ainda contra-
argumentar para derrubar tais afi rmações. Elabore contra-argumentos contra as declarações 
que se seguem:
A) Se eu abrir uma exceção para você, deveria abrir também para João. Se 
abrir para João, devo abrir para André. E para Marcos também. Depois para 
Maria, Madalena etc.
B) Os brasileiros gostam de praia, café, carnaval e futebol. 
C) A lei que reduz o porte de armas de fogo deve ser abolida, pois, desde que 
entrou em vigor, a criminalidade aumentou. 
D) Você confi a num dentista que foi aprovado com média cinco no vestibular? 
E) A ingestão de vinho faz bem. 
F) Dez milhões de pessoas não podem estar erradas. Junte-se à nossa igreja 
você também. 
G) A astrologia é uma arte adivinhatória praticada há milhares de anos no Oriente. 
Conta-se que os antigos reis da Babilônia teriam feito uso dela para saber os dias 
mais propícios para as batalhas. Até os antigos imperadores chineses recorriam 
aos astros para guiar seus passos no governo. É inadmissível que ainda hoje não 
a considerem uma ciência. 
H) Os índices de analfabetismo têm aumentado muito depois do advento da 
televisão. Obviamente ela compromete a aprendizagem. 
I) Espero que o senhor aceite meu trabalho, mesmo incompleto, e dê uma ótima 
nota, pois passei cinco noites sem dormir e ainda por cima cuidando de minha 
avó, que está muito doente. 
J) Professor, eu preciso tirar boa nota. Se eu aparecer em casa com nota tão 
baixa, minha mãe pode sofrer um ataque cardíaco.
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Respostas:
A) Depende do caso. Você pode abrir uma exceção para mim se achar válido. Os outros casos podem 
ser diferentes e/ou menos importantes que o meu. Para tanto, necessitariam de avaliação particular.
B) Nem todos, há quem não vá à praia ou evite tomar café, por exemplo. Não podemos generalizar.
C) A relação de causa e efeito é incorreta. A criminalidade pode ter aumentado por outros motivos 
que não a redução do porte de armas.
D) O vestibular é a porta de entrada para a carreira e não indica se ele será um bom profi ssional; a 
sua vida acadêmica, sim.
E) Afi rmativa excessivamente vaga. Não se diz, por exemplo, até que quantidade diária a ingestão 
de vinho é considerada benéfi ca e a partir de qual quantidade é considerava alcoolismo.
F) De novo, generalização excessiva. Se número implicasse correção de atitude, os nazistas estariam 
corretos.
G) Sabemos que a Astrologia fornece dados imprecisos e não é considerada uma Ciência, já que nada 
pode ser comprovada através de experiências. Os critérios para se considerar algo como científi co 
têm a ver com exatidão, comprovação e confi abilidade e não com antiguidade.
H) Depende de como as pessoas a utilizam. A TV pode ser um importante meio para a Educação 
a distância.
I) Nenhum dos argumentos citados pelo aluno têm a ver ou justifi cam o fato do trabalho estar 
incompleto.
Ainda que sua avó esteja doente, o trabalho está incompleto e deverá ser avaliado como tal.
J) Então você deve estudar para preservar a saúde da sua mãe. A responsabilidade pela saúde da 
mãe do aluno não é do professor, assim como é responsabilidade do aluno seu bom desempenho.
Viu com é interessante elaborar contra argumentações? Elas podem ser muito úteis em nosso 
dia a dia, pois às vezes uma contra argumentação adequada na hora certa pode nos livrar 
de problemas ou até mesmo contribuir para resolvê-los.
Veja que artigo interessante sobre argumentação: 
Aprenda a discordar usando a lógica do papel-
higiênico. Disponível em:
http://www.updateordie.com/2013/11/14/
aprenda-a-discordar-usando-papel-higienico/
saiba mais
Para terminar, que tal ler uma história envolvendo 
argumentação e contra-argumentação? 
Ela circula pela internet sem autoria, pode mesmo ser 
encontrada em vários sites, mas é muito bem bolada e 
bastante conhecida pelos estudantes de Direito. 
Divirta-se! 
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Não adianta ser um bom advogado
Um réu estava sendo julgado por assassinato... Havia evidências indiscutíveis sobre sua 
culpa, mas o cadáver não aparecera.
Quase ao final da sua sustentação oral, o advogado de defesa, temeroso de que seu cliente 
fosse condenado, recorreu a um truque:
– Senhoras e senhores do júri, senhor Juiz, eu tenho uma surpresa para todos! – disse o 
advogado, olhando para o seu relógio... – Dentrode dois minutos, a pessoa que aqui se 
presume assassinada entrará na sala deste Tribunal.
E olhou para a porta.
Os jurados, surpresos, também ansiosos, ficaram olhando para a porta. Decorreram-se dois 
longos minutos e nada aconteceu. O advogado, então, completou:
– Realmente eu falei e todos vocês olharam para a porta com a expectativa de ver a suposta 
vítima. Portanto, ficou claro que todos têm dúvida, neste caso, se alguém realmente foi 
morto. Por isso insisto para que vocês considerem o meu cliente inocente. (De acordo com 
o preceito “In dubio pro reo”, ou seja, em caso de dúvida, beneficia-se o réu).
Os jurados, visivelmente surpresos, retiraram-se para a decisão final. Alguns minutos depois, 
o júri voltou e pronunciou o veredicto:
– Culpado!
– Mas como? - perguntou o advogado... – Eu vi todos vocês olharem fixamente para a porta; 
é de se concluir que estavam em dúvida! Como condenar na dúvida?
E o juiz esclareceu:
– Sim, todos nós olhamos para a porta, menos o seu cliente...
Moral da história: não adianta ser um bom advogado se o cliente for burro!
Bem, aqui acaba nosso trabalho conjunto. Espero ter ajudado você a perceber e utilizar, com 
mais clareza, seus recursos linguísticos e de raciocínio.
Aproveite bem suas novas habilidades. 
Boa sorte!
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