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“Viscosidade” Disciplina: Físico-Química Experimental Introdução: A matéria existe em dois estados, o sólido e o fluido, o estado fluido sendo comumente dividido nos estados líquido e gasoso. Um fluido é uma substancia que se deforma continuamente quando submetida a uma tensão de cisalhamento, não importando quão diminuto seja esse esforço. A tensão de cisalhamento é a componente tangencial da força que age sobre a superfície.O sólido deforma-se quando se lhe aplica um esforço tangencial, mas não continuamente. Todos os fluidos reais apresentam a particularidade de oferecer resistência à sua mudança de forma, o que resulta da sua propriedade conhecida como viscosidade. A viscosidade é a resistência apresentada ao escoamento entre duas placas planas, paralelas e infinitas, de um fluido. Define-se a viscosidade [pic] do fluido como o fator de proporcionalidade entre a força tangencial por unidade de área e a taxa de deformação angular. A viscosidade resulta fundamentalmente da coesão e da transferência da quantidade de movimento entre as laminas do fluido, e em decorrência do escoamento, estes efeitos aparecem como forças tangenciais ou em cisalhamento entre as camadas em movimento. (VENNARD,1978). A viscosidade é chamada de newtoniana quando a tensão de cisalhamento, τ, ou seja a força F por unidade de área, aplicada paralelamente à direção do fluxo, necessária para iniciar o fluxo de uma camada molecular, for proporcional ao gradiente de velocidade dv/dx entre as camadas, [pic] (Equação de fluxo de Newton) Onde [pic] é o coeficiente de viscosidade. É freqüente expressar a viscosidade em termos da chamadaviscosidade cinemática, V , que resulta do quociente da viscosidade pela densidade, ρ, isto é, [pic] O coeficiente de viscosidade de um líquido pode ser determinado através da velocidade de vazão do fluído por um tubo capilar. Neste caso, o coeficiente de viscosidade é dado pela equação de Hagen-Poiseuile, [pic] Onde p é a pressão hidrostática sobre o líquido (P=ρ.g.h) em N/m2, V é o volume em m3, do líquido que flui em t segundos através do capilar de raio r e de comprimento L, em metros. O efeito da temperatura sobre o coeficiente de viscosidade de um fluído difere notadamente segundo o estado físico (líquido ou gás). Nos gases, a viscosidade aumenta com a temperatura, mas nos líquidos diminui marcadamente com a elevação da temperatura enquanto que a fluidez aumenta. A relação dos coeficientes de viscosidade dos líquidos com a temperatura é dada pela equação de Carrancio, [pic] Onde T é a temperatura absoluta, A é uma constante dependente da massa molar e do volume molar do líquido; Ea é a energia de ativação requerida para inicar o fluxo entre camadas moleculares (energia necessária para fazer o líquido fluir). Tomando-se o logaritmo natural da equação de Carrancio, obtém-se [pic] A partir dessa equação pode-se obter uma reta, lançando ln [pic]em função de 1/T. Parte experimental Procedimentos: Preparou-se 100 mL de solução a 1% em massa do polímero polivinilico, e a partir desta solução, preparou-se soluções 0,2% , 0,4%, 0,6% e 0,8% em massa. Então introduz-se 10 mL do solvente puro, e depois de cada solução no viscosímetro em banho de água, e assim, mede-se o tempo de escoamento em triplicata, cronometrando ostempos. Resultados e discussões: A tabela abaixo mostra as concentrações do polímero, e o tempo de escoamento para cada uma delas. |Concentração |Tempo 1 (s) |Tempo 2 (s) |Tempo 3 (s) |Tempo médio (s) | |H2O |126 |126 |126 |126 | |0,2% |147 |147 |146 |147 | |0,4% |172 |171 |171 |171 | |0,6% |199 |200 |199 |199 | |0,8% |234 |234 |234 |234 | Tabela 01: Concentração e tempo de escoamento. Para obtermos a viscosidade intrínseca, temos que calcular: Viscosidade relativa η rel = t/t0 (adimensional). Viscosidade específica η esp = η rel – 1 = (t-t0)/t0. Viscosidade específica reduzida η red = η esp/C. Viscosidade inerente η iner = ln (η rel)/C. Viscosidade intrínseca [η] = lim c→0 (η iner) = lim c→0 (η esp. red). Onde: t = tempo de escoamento da solução no viscosímetro. t0 = tempo de escoamento do solvente puro (água destilada quente). C = concentração em gramas de polímero em 100 mL de solução. |Concentração |t(s) |ηrel |ηesp |ηred |ηiner | |0 |126 |1,000 |0,00 |- |- | |0,2 |147 |1,166 |0,166|0,830 |0,7678 | |0,4 |172 |1,357 |0,357 |0,893 |0,7631 | |0,6 |199 |1,579 |0,579 |0,965 |0,7613 | |0,8 |234 |1,857 |0,857 |1,071 |0,7737 | Tabela 02: Valores de concentração, tempo e viscosidades [pic] A massa molar M pode ser determinada a partir da viscosidade. Assim, Mark e Houwink propuseram: [pic] onde K e α são constantes que dependem do polímero e da temperatura. As retas correspondentes aos dois tipos de viscosidade interceptam o eixo y em dois pontos diferentes. Sendo assim, calcula-se a média desses valores para que se encontre a viscosidade intrínseca. [η] = (0,741 +0,7625)/2 [η] = 0,7518 Este valor é usado para encontrar a massa molecular do polímero. Do Hand-book of Polymers, tem-se que à 25ºC, K = 6,0x10-5 L/g = 6,0x10-4 dL/g α = 0,63 Então, 0,7518/6,0x10-4 = M0,63 M = 82,68 kg/mol Conclusão A prática permitiu estudar o uso da viscosidade de um polímero em diversas concentrações para a determinação de sua massa molar. O resultado obtido foi de 82,68 kg/mol. Referencias bibliograficas Apostila de Físico-Química experimental. MOORE, W. J. Físico-Química. Vol 2. 4 ed São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1976, pág 536-539 Trabalho de conclusão de curso, Evelyn Colón de Mello, “Caracterização de petróleo do Espírito Santo através de medidas de viscosidade e densidade”, Vitória, 2005
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