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DIREITOS AUTORIAIS (Lei 9.610/98)
Aula 1: Conceito, evolução e características dos direitos fundamentais
	
		Objetivos 1. Reconhecer a questão terminológica envolvendo os conceitos de direitos do homem, direitos humanos e direitos fundamentais. 2. Identificar as principais características dos direitos fundamentais na atualidade. 3. Identificar as três fases de evolução dos direitos humanos: fase de pré-história, fase de afirmação dos direitos naturais e fase de constitucionalização dos direitos fundamentais.
Assistindo ao vídeo acima, vemos parte das pinturas realizadas por Michelangelo di Ludovico Buonarroti Simoni (1475-1654) que estão expostas na Capela Sistina. Que tal um pouquinho de História? Michelangelo recebera uma encomenda da Igreja Católica para pintar os 12 Apóstolos, mas sugeriu aos membros da Igreja que sua obra representasse a Criação, a Queda do Homem e a Promessa da Salvação. Em suma, grande parte da doutrina Católica.
Mas não é sobre isso propriamente que estamos falando... Pare para refletir: Quem é o dono da obra? Michelangelo, a Igreja Católica, os familiares do autor ou essa obra pode ser considerada Domínio Público?
A necessidade da regulamentação dos direitos intelectuais é relativamente recente na nossa historia e no ordenamento jurídico mundial. Não podemos confundir os direitos incorpóreos do Direito Romano, que envolviam o conceito de propriedade imaterial no sentido de direito subjetivo. E isto se deve à dificuldade de separar dois elementos que caracterizam o direito de autor:
Corpus Mysticum- corresponde à ideia
Corpus Mechanicum- corresponde à expressão em um suporte físico tangível.
Na época esses elementos eram confundidos com o direito de propriedade sobre a obra ou sobre uma cópia.
Você deve perceber que a idéia por si só não é objeto de proteção, mas somente quando é externalizada e adquire uma estrutura individualizada, deixando de ser somente uma idéia. O motivo pelo qual se confundia os elementos se deve a ausência de recursos técnicos de fixação de som, imagem, ou seja, as criações de um modo geral.  As obras literárias conhecidas circulavam em exemplares manuscritos, em pequenas quantidades.  Lembre-se que a grande maioria da população não sabia ler e apenas alguns intelectuais, nobreza local, monarcas e membros da igreja encarregavam-se da divulgação dos textos. O artista não era valorizado, e suas obras eram o resultado de encomendas feitas pela elite econômica e política da época.
Dando um salto na História
No momento atual, o direito passa a se ocupar das questões vinculadas à criatividade do autor e seus respectivos direitos, pois a manufatura não é somente o produto material e perceptível aos nossos olhos.  O produto é o desenho industrial, é a patente ou a tecnologia sob o segredo industrial na fabricação deste produto.
Assista a trechos do comercial de uma famosa marca de tênis e artigos esportivos. Repare que não podemos mais considerar somente o artigo (o tênis, a chuteira, a bola etc.) como sendo tal manufatura o único objeto “protegido”. Neste caso, a música vinculada à imagem, os jogadores, a concepção do comercial também fazem parte da propriedade intelectual.
Achou interessante? Pois então, convido você a entrar num novo mundo, num novo paradigma do direito, e irá perceber sua importância, aplicabilidade e relação com os demais ramos do direito material.
Voltando ao passado...
O direito de autor surge para proteger a criatividade do espírito materializada na obra, e ela está diretamente vinculada às inovações tecnológicas, que possibilitam novas formas de fixação da expressão intelectual e artística. A invenção da imprensa foi o primeiro veículo de propagação de massa, surgindo então a necessidade de proteção da obra literária. Logo, o direito de autor agigantou-se para proteger sucessivamente a obra musical, o fonograma, o programa de computador, dentre outros.
No século XV, Gutemberg inventou a imprensa, tornando possível a multiplicação das obras literárias e popularizando o acesso à informação. 
Com a popularização do acesso ao texto, também surgem problemas jurídicos para garantir o direito de reprodução e de criação da obra.
Entretanto o Direito não forneceu uma resposta pronta ao problema e, somente em 1710, surge na Inglaterra a primeira norma sobre a matéria. 
Garantia-se aos autores, por 21 anos, os direitos sobre as obras literárias; e de 14 anos para os demais tipos de obras. Ou seja, o “copyright”. Deste modo os autores recebiam “royalties” toda vez que sua obra era encenada, tocada ou editada.
O conceito serviu de exemplo e foi adotado na Europa, e em 1790 surgia na França a primeira legislação do “droit d’auteur”. 
Os países que adotam os sistema jurídico do “commom-law” até hoje optam pela proteção jurídica do “copyright”, enquanto que os países seguidores do sistema jurídico romano incorporaram o conceito do “droit d’auteur”.
Copyright x Droit d’Auteur
Ambos os institutos (“copyright” e “droit d’auteur”) reconheceram a existência da propriedade imaterial e o direito do autor receber, durante o período determinado em lei, rendimentos pela utilização de sua obra. Na essência de ambos os modelos, o que se busca é a proteção da propriedade intelectual do autor em virtude da sua criação. 
A principal diferença entre os dois sistemas é que o “copyright” desvincula a obra da personalidade do autor, fixando apenas o período de proteção, enquanto que no “droit d’auteur” o prazo de proteção persiste durante a vida do autor e prolonga-se por um período após sua morte, beneficiando assim os herdeiros. Em outras palavras, além de dar ao autor um certo controle sobre a forma de utilização de sua obra através dos direitos morais, sendo que alguns desses direitos também são transmissíveis aos herdeiros.
O problema se agrava com o avanço tecnológico e com a possibilidade de reprodução além dos limites territoriais. Os Estados necessitam celebrar tratados de proteção para garantir os direitos autorais, sendo a Convenção de Berna, em 1886, o primeiro Tratado sobre o assunto, depois de sucessivas alterações.
Esta questão se agrava com a internet e a possibilidade, em grande escala, da comunicação entre as mais diversas regiões do planeta, o que acaba deixando vulnerável o direito do autor. Ou seja, com o surgimento da internet é possível baixar um arquivo ou reproduzir uma música com baixo controle governamental. Principalmente quando estamos diante de países com legislações mais flexíveis ou ainda inadequadas à nova realidade.
Direito do autor no Brasil
O Brasil aderiu à Convenção de Berna, garantindo aos autores estrangeiros a mesma proteção dada aos nacionais, obedecidos os princípios da reciprocidade - além da utilização da legislação do Império, de 1827, que previa mecanismos de proteção a autor. O constituinte recepcionou a proteção aos direitos do autor e garantiu ao mesmo como preceito fundamental, art. 5º, XXVIII, Constituição Federal de 1988:
“Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a Lei fixar”.
A Lei 9.610/98 trouxe novos conceitos sobre os direitos do autor, além de normas de natureza substantiva e adjetiva, ou seja, preceito e sanção de natureza cível, pois as sanções de natureza penal foram incorporadas no código penal. 
Autor- é toda pessoa física criadora de um bem artístico, cultural e intelectual. Possui direitos de autor.
Intérpretes- são todos os que atuam sobre a obra, possuem direitos autorais ou conexos.
O direito do autor está assegurado no art. 11, Lei 9.610/98, permitindo que o mesmo elabore obra com ajuda de outra pessoa, co-autor.
Atividade:
Pedro é poeta, e fez a letra que Carlos musicou (construiu a linha melódica). Os dois cantam mal, por isso chamaram Sandra para gravar a música. Nessa relação: Pedro é autor, Carlos é co-autor e Sandra intérprete.
Direitos Autorais
Como podemos perceber, diante da evolução da proteção dos direitos autorais, o que se buscava protegerera a criação, seja esta de natureza autoral ou artística. Com o aprimoramento do instituto jurídico, foi se ampliando este conceito de proteção para outras áreas que também exigem a criatividade e que, devido ao avanço tecnológico, são de fácil reprodução e exigem do direito uma intervenção para regular a matéria. 
CF/88 contempla sua proteção no art. 5º, XXVIII. 
“São assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;”
Posteriormente o legislador contemplou algumas regras na Lei 9.610/98, art. 89, in verbis:
Dos Direitos Conexos- Capítulo I- Disposições Preliminares
Art. 89. As normas relativas aos direitos de autor aplicam-se, no que couber, aos direitos dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores fonográficos e das empresas de radiodifusão.
Parágrafo único. A proteção desta Lei aos direitos previstos neste artigo deixa intactas e não afeta as garantias asseguradas aos autores das obras literárias, artísticas ou científicas.
Logo, podemos perceber que temos dois direitos distintos: um do autor, que é o criador; e outro que completa a proteção autoral, na área de direitos conexos, que pressupõe sempre a utilização de uma obra literária ou artística. Estes direitos, chamados no regime de Copyright de “neighbouring rights”, estão presentes no nosso cotidiano.
Programas de rádio, televisão, filmes, gravações musicais, espetáculos de teatro etc. são exemplos de direitos conexos.
Leia o artigo 7 da lei 9610, no qual estão elencadas as obras protegidas pelo direito autoral. Você poderá facilmente identificar algumas dessas obras como sendo objetos de direitos do autor. Na mesma lei, temos o artigo 8º, que versa sobre objetos que não se enquadram na proteção de direitos autorais, bem como o artigo 48, que fala das obras em logradouro público. Recomendamos também a leitura dos artigos 24, 28 e 29.
Algumas obras, entretanto, são de maior complexidade, como é o caso dos programas de computador, regulados por lei específica, como é o caso da lei 9609/98 
Das Obras Intelectuais- Capítulo I- Das Obras Protegidas
Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:
I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas;
II - as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza;
III - as obras dramáticas e dramático-musicais;
IV - as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito ou por outra qualquer forma;
V - as composições musicais, tenham ou não letra;
VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas;
VII - as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia;
VIII - as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética;
IX - as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza;
X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência;
XI - as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como criação intelectual nova;
XII - os programas de computador;
XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual.
§ 1º Os programas de computador são objeto de legislação específica, observadas as disposições desta Lei que lhes sejam aplicáveis.
§ 2º A proteção concedida no inciso XIII não abarca os dados ou materiais em si mesmos e se entende sem prejuízo de quaisquer direitos autorais que subsistam a respeito dos dados ou materiais contidos nas obras.
§ 3º No domínio das ciências, a proteção recairá sobre a forma literária ou artística, não abrangendo o seu conteúdo científico ou técnico, sem prejuízo dos direitos que protegem os demais campos da propriedade imaterial.
Art. 8º Não são objeto de proteção como direitos autorais de que trata esta Lei:
I - as idéias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos matemáticos como tais;
II - os esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios;
III - os formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de informação, científica ou não, e suas instruções;
IV - os textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e demais atos oficiais;
V - as informações de uso comum tais como calendários, agendas, cadastros ou legendas;
VI - os nomes e títulos isolados;
VII - o aproveitamento industrial ou comercial das idéias contidas nas obras.
Dos Direitos Morais do Autor
Art. 24. São direitos morais do autor:
I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;
II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o do autor, na utilização de sua obra;
III - o de conservar a obra inédita;
IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra;
V - o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada;
VI - o de retirar de circulação a obra ou de suspender qualquer forma de utilização já autorizada, quando a circulação ou utilização implicarem afronta à sua reputação e imagem;
VII - o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre legitimamente em poder de outrem, para o fim de, por meio de processo fotográfico ou assemelhado, ou audiovisual, preservar sua memória, de forma que cause o menor inconveniente possível a seu detentor, que, em todo caso, será indenizado de qualquer dano ou prejuízo que lhe seja causado.
§ 1º Por morte do autor, transmitem-se a seus sucessores os direitos a que se referem os incisos I a IV.
§ 2º Compete ao Estado a defesa da integridade e autoria da obra caída em domínio público.
§ 3º Nos casos dos incisos V e VI, ressalvam-se as prévias indenizações a terceiros, quando couberem.
Dos Direitos Patrimoniais do Autor e de sua Duração
Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica.
Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades, tais como:
I - a reprodução parcial ou integral;
II - a edição;
III - a adaptação, o arranjo musical e quaisquer outras transformações;
IV - a tradução para qualquer idioma;
V - a inclusão em fonograma ou produção audiovisual;
VI - a distribuição, quando não intrínseca ao contrato firmado pelo autor com terceiros para uso ou exploração da obra;
VII - a distribuição para oferta de obras ou produções mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para percebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, e nos casos em que o acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário;
VIII - a utilização, direta ou indireta, da obra literária, artística ou científica, mediante:
representação, recitação ou declamação;
execução musical;
emprego de alto-falante ou de sistemas análogos;
radiodifusão sonora ou televisiva;
captação de transmissão de radiodifusão em locais de freqüência coletiva;
sonorização ambiental;
a exibição audiovisual, cinematográfica ou por processo assemelhado;
emprego de satélites artificiais;
emprego de sistemas óticos, fios telefônicos ou não, cabos de qualquer tipo e meios de comunicação similares que venham a seradotados;
exposição de obras de artes plásticas e figurativas;
IX - a inclusão em base de dados, o armazenamento em computador, a microfilmagem e as demais formas de arquivamento do gênero;
X - quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
Art. 48. As obras situadas permanentemente em logradouros públicos podem ser representadas livremente, por meio de pinturas, desenhos, fotografias e procedimentos audiovisuais.
PLÁGIO- um terceiro reproduz uma obra, inteira ou parcialmente, buscando subterfúgios para que as demais pessoas pensem que se trata de uma obra de sua autoria. Neste caso, se utiliza paráfrase, modifica-se o texto em algumas partes, mas na essência se trata da mesma obra. 
	O direito reflete um momento histórico, por isso não devemos memorizar os dispositivos legais como se absolutos fossem, nem nos posicionarmos de forma estática diante de determinados institutos jurídicos, pois ambas as posições levam ao radicalismo e à discriminação. Devemos perceber que o direito é um interesse juridicamente protegido, como dizia Jhering, que denota e reflete um valor de uma elite que detém poder, assim cabe ao aplicador da norma ter sensibilidade para responder às demandas da sociedade, mantendo a ordem e a evolução nas relações juridicas.
	Segundo Rudolf Jhering, “O direito não é uma pura teoria, mas uma força viva. Todos os direitos da humanidade foram conseguidos na luta. O direito é um trabalho incessante, não somente dos poderes públicos, mas da nação inteira."
No campo intelectual apenas mudamos o meio, com o advento de novas tecnologias; e o objeto, por tratar-se de uma propriedade imaterial.  Mas na essência estamos diante de velhos problemas e ideologias que já foram objeto de estudo e que já exigiram rios de tinta para a solução das divergências. Infelizmente, também exigiram rios de sangue, pois quando o direito fracassa as armas são usadas com muita rapidez.
Aula 1: Lei 9610/98 - Direito do autor, direitos autorais
Nos casos pertinentes, as obras deverão ser utilizadas pelos titulares dos direitos do autor, que poderão licenciá-las ou mesmo cedê-las para terceiros. No direito europeu, os doutrinadores costumam comparar uma licença com o aluguel dos bens materiais; enquanto a cessão seria uma espécie de venda. Porém você dever ter um cuidado especial, pois neste caso estamos diante de um bem jurídico que possui direitos patrimoniais e direitos morais.
Que tal um caso para começarmos a refletir?
Paulo resolveu reproduzir, fotocopiar parte do livro do colega, pois Paulo tem sérias dificuldades financeiras e não tem acesso aos livros comercializados na livraria de seu bairro, bem como a sua Universidade não atualizou as obrar oferecidas na biblioteca. Pode Paulo fotocopiar a obra? Quais as condições para que Paulo reproduza a obra? Fundamente a sua posição e venha participar do nosso Fórum.
Procure basear-se nos direitos fundamentais previsto na constituição brasileira para fundamentar sua colocação.
Comentário do Professor:
A reflexão importante neste caso é aplicar o princípio da proporcionalidade entre dois direitos fundamentais: o direito a informação e o direito a propriedade intelectual.  lembrando, que a propriedade deve atender a sua função social.  procure ler artigos sobre o tema e trazer sempre para os debates de aula, questões que ajudem aos demais colegas a pensar juridicamente as questões relevantes para a disciplina.
Conforme estudamos em direito constitucional e direito civil, alguns bens no mundo jurídico são inalienáveis e irrenunciáveis, diferentemente dos direitos patrimoniais. Quando você compra um quadro de um artista plástico, por exemplo, você está adquirindo os direitos patrimoniais, e não os direitos morais da obra.
Aula 3: ASPECTOS PATRIMONIAIS E MORAIS DO AUTOR
Objetivos: 1. Definir os direitos patrimoniais e morais do autor; 2. Identificar as características básicas relacionadas aos contratos de cessão e de licença; 3. Reconhecer o conceito domínio público.
Os direitos do autor serão morais e patrimoniais, e é de extrema importância saber identificá-los e defini-los. Isto porque os direitos morais são inalienáveis e irrenunciáveis, enquanto os direitos patrimoniais são alienáveis e renunciáveis, desde que em conformidade com a lei.
Art. 27, lei 9610/98, Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis.
Dos Direitos Morais- A lei 9.610/98 elenca os direitos morais do autor no seu art. 24. Na nossa primeira aula verificamos que uma obra autoral é o resultado da criação do homem, e que no Brasil seguimos a proteção francesa, privilegiando a criação cujo espírito está no “espírito” humano, ou seja, toda criação seria o resultado de algo que surge dentro de cada um de nós através de um processo criativo.
Lei 9610/98, art 24, I e III
Art. 24. São direitos morais do autor:
I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;
III - o de conservar a obra inédita;
Caso de Picasso- Este exemplo ilustra bem o art. 24, inciso V, que garante a integridade da obra, impossibilitando a mesma de ser modificada. Somente o autor pode alterar sua obra. 
O caso de Picasso ilustra bem, pois a pessoa que adquire uma obra intelectual não pode modificá-la, mas tão somente possui a propriedade e os direitos patrimoniais da obra.
Incisos IV e V do artigo 24- Não podemos confundir o direito patrimonial do titular que adquiriu a obra, com o direito moral do autor que criou a obra. Se observarmos o que dispõem os incisos IV e V, você irá perceber que, até o inciso IV, os direitos morais serão transmitidos aos sucessores. No inciso V, os direitos morais não serão transmitidos aos sucessores.
Tome nota- Repare que no inciso IV, art. 24, é garantido como direito moral do autor o de assegurar a integridade da obra e de se opor a qualquer modificação que possa atingir a reputação ou honra do autor. Este dispositivo difere do inciso V, pois no primeiro caso não há nenhuma condição, ou seja, somente o autor pode modificar sua obra, enquanto neste dispositivo presume-se que a modificação irá atingir a honra e a integridade da obra.
Artigo 24, §1, da lei 9610/98- Por morte do autor, transmitem-se a seus sucessores os direitos a que se referem os incisos I a IV. Logo, os sucessores não podem autorizar a modificação da obra, mas tão somente garantir sua integridade, evitando que terceiros a modifiquem.
Mesmo que a obra esteja em domínio público, ou seja, já tenha passado mais de 70 anos após o dia primeiro de janeiro do ano subseqüente ao falecimento do autor, caberá aos sucessores garantirem a integridade da obra. Isto ocorre porque o domínio público permite a livre exploração patrimonial da obra, mas não significa a extinção dos direitos morais do autor. Os direitos morais são personalíssimos e irão acompanhar sempre os seus respectivos autores, mesmo após a morte.
Direitos Morais que não são transmitidos aos sucessores (art 24, V, VI e VII):
Direitos Patrimoniais- são aqueles relacionados à utilização econômica da obra, diferentemente do que ocorre com os direitos morais, que possuem uma vinculação com a pessoa do autor. Como você já viu, quando adquirimos um quadro, estamos adquirindo somente os direitos patrimoniais, e não podemos alterar a obra, já que o quadro como arte é o resultado da criação de um determinado autor, e está protegido pelos direitos morais (arts 28, 29 e 41, Lei 9610/98).
Transferência dos direitos do autor
Trata-se em regra dos direitos patrimoniais do autor, já que os direitos morais só são transmitidos na sucessão. E, mesmo assim, somente os direitos morais previstos no art. 24, incisos I ao IV, pois os incisos V, VI e VII, não são transmitidos.
Vamos interpretar o artigo 49, que trata especificamente da transferência dos direitos do autor.
Limitações- Art. 49, inciso I a VI
Da Transferência dos Direitos de Autor
Art. 49. Os direitos de autor poderão ser total ou parcialmente transferidos a terceiros, por ele ou por seus sucessores, a título universal ou singular, pessoalmenteou por meio de representantes com poderes especiais, por meio de licenciamento, concessão, cessão ou por outros meios admitidos em Direito, obedecidas as seguintes limitações:
I - a transmissão total compreende todos os direitos de autor, salvo os de natureza moral e os expressamente excluídos por lei;
II - somente se admitirá transmissão total e definitiva dos direitos mediante estipulação contratual escrita;
III - na hipótese de não haver estipulação contratual escrita, o prazo máximo será de cinco anos;
IV - a cessão será válida unicamente para o país em que se firmou o contrato, salvo estipulação em contrário;
V - a cessão só se operará para modalidades de utilização já existentes à data do contrato;
VI - não havendo especificações quanto à modalidade de utilização, o contrato será interpretado restritivamente, entendendo-se como limitada apenas a uma que seja aquela indispensável ao cumprimento da finalidade do contrato.
Instrumentos- o instrumento jurídico utilizado na realização das transferências é o contrato, semelhantes aos contratos em espécie e contratos de empreitada (Cód. Civil)
Obras futuras (art. 51)- quando o objeto é obra futura, trata-se de contrato de empreitada intelectual, cuja cessão dos direitos do autor sobre as obra futuras abrangerá somente o período de 5 anos.
Considerações finais da aula- A modalidade mais utilizada na transmissão dos direitos do autor é a cessão, que transfere para terceiro os direitos patrimoniais da obra, em caráter definitivo. No direito europeu, costuma-se comparar com um contrato de compra e venda. Outra modalidade existente é a autorização de reprodução ou uso da obra. Caracteriza-se como licença, e no direito europeu costuma-se compará-la com o contrato de locação, pois o autor permite, através da licença, em caráter temporário e oneroso, a utilização da sua obra.
Acredito que você tenha percebido a importância desta aula, pois agora sabemos que um quadro, como arte plástica, não significa somente a tela, a tinta e a moldura. Existem elementos imateriais que vinculam para sempre a obra ao autor, e mesmo que adquiramos este quadro iremos estar o obtendo por cessão dos direitos patrimoniais, que estão incluídos no contrato de compra do quadro. Mas lembre-se: os direitos morais permanecerão vinculados ao autor.
AULA 3: CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Objetivos: 1. Relacionar o direito autoral com os direitos fundamentais; 2. Identificar os direitos constitucionais da propriedade intelectual; 3. Usar as regras de interpretação aos direitos fundamentais.
Pensar na propriedade intelectual somente sob a perspectiva da propriedade e do direito civil é um erro, pois a natureza jurídica dos direitos do autor é constitucional, ou seja, devemos necessariamente buscar fundamentos constitucionais para entender o direito do autor. Para iniciar esta aula, já que iremos tratar deste tema, reveja o momento em que Ulisses Guimarães declara promulgada a Constituição de 1988.
Direito do autor limita o acesso à informação? Paulo deseja comprar um livro, porém não tem condições financeiras, e resolve reproduzir, fotocopiar parte do livro. Ele pode fotocopiar o livro? Quais as condições para que se reproduza a obra?
Costuma-se dizer na doutrina que devemos fazer uma leitura constitucional dos institutos jurídicos de direito civil e comercial, que eram classicamente vistos apenas numa perspectiva privada, e não pública. Essa questão teórica ganha espaço quando pensamos na proteção jurídica da propriedade intelectual, protegida no direito constitucional, art. 5 XXVII e XXVIII, CRFB; bem como o direito a informação, garantido no art. 5, XIV, CRFB.
Aparentemente temos um conflito, mas quando interpretamos a Constituição Federal de forma unificada, percebemos que no art. 5, XXIII, CRFB, o constituinte garante a propriedade, mas esta deverá atender a função social. Logo, não há um direito absoluto, e devemos sempre pensar o caso concreto (como você fez para responder a questão proposta no fórum da aula 2). Nesta aula iremos abordar alguns dos postulados e dispositivos constitucionais que ajudarão você em casos semelhantes, que envolvam princípios constitucionais.
A Constituição elenca como um direito fundamental, assegurado por lei, a proteção à propriedade intelectual dos autores e intérpretes (cf. Lei 9610/98). Por outro lado, a Constituição também elenca que o Estado brasileiro tem como objetivo fundamental erradicar a pobreza, reduzir a desigualdade social e promover o bem de todos, conforme Artigo 3º abaixo reproduzido:
Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Os objetivos fundamentais do estado brasileiro subsistem de forma harmoniosa, como os demais princípios do direito constitucional. Mas precisamos atentar para alguns casos excepcionais e que exigiriam uma interpretação da norma utilizando da hermenêutica e dos postulados da proporcionalidade e razoabilidade.
Inicialmente devemos buscar um olhar crítico da função da propriedade intelectual, nos direitos do autor, sua função social e conexos; mas não somente sob o prisma da propriedade intelectual, cujos titulares detém poder econômico e sempre souberam defender sua propriedade. A nossa proposta é inversa, ou seja, olhar o direito do autor sob o prisma de quem consome a obra ou de quem jamais poderá consumir, porque está excluído do mercado consumidor.
Contexto sócio-histórico: diante de uma globalização e da construção de uma sociedade em rede, como destaca Castellis, o ser humano se vê diante de limitações econômicas e há um processo de pobreza sendo acentuado: “as novas tecnologias da informação são os instrumentos desse remoinho global de acumulação de riqueza e difusão de pobreza”.
Relatividade dos Direitos Fundamentais- entendemos que, diante da complexidade das relações humanas, a proteção da propriedade e a sua função social ganham importância no atual contexto. Os direitos fundamentais não são absolutos, nem ilimitados e admitem restrições: “Deve-se ter presente que os direitos fundamentais não são ilimitados. Admitem restrições, algumas das quais resultantes da necessidade de se harmonizarem direitos fundamentais do individuo com direitos característicos da coletividade organizada” (Gilmar Mendes).
Interpretação constitucional e o princípio da razoabilidade
O que parecia ser um modismo hermenêutico passa a ser uma importante passagem do positivismo para o neoconstitucionalismo.  Como nos ensina um dos maiores constitucionalistas brasileiros, o professor Luís Roberto Barroso:
“Nos últimos anos, há no Brasil uma novidade de hermenêutica jurídica, sobretudo na interpretação constitucional: o desenvolvimento e a difusão do princípio da razoabilidade. Cogitou-se, num primeiro momento, que fosse apenas o sucesso de uma temporada, a mera sedução de um conceito novo entre nós. Todavia, sua permanência e crescente utilização, por juízes e tribunais, documentam que não se trata de um modismo, e sim de um valioso fundamento para realizar a justiça do caso concreto. É a superação da rigidez de nosso tradicional normativismo por um princípio que não refoge à dogmática convencional, mas que a esta oferece o temperamento da busca da melhor solução para a lide” (2003, p.153-4).
Voltando ao caso de Paulo e a fotocópia do livro... O postulado da proporcionalidade surge na doutrina germânica após a Segunda Guerra Mundial, tentando estabelecer parâmetros com relação aos direitos fundamentais, pois uma regra deve ser aplicada de forma a submeter todas ao seu cumprimento, enquanto os princípios constitucionais de direitos fundamentais necessitam de uma ponderação, quando em situações excepcionais apresentam aparente conflito.
Os princípios seriam comandos que determinama direção e os fundamentos de todo o ordenamento jurídico.
Necessidade é o elemento onde se verifica que a aplicação do princípio é a opção onde há o menor sacrifício de um direito fundamental, ou seja, diante de um conflito de princípios, a relativização de um dos princípios é a forma menos lesiva no caso concreto.
Caso concreto: direito à informação ou propriedade intelectual?
A infração- Paulo violou a propriedade intelectual ao fotocopiar o livro
A alegação- ele precisa ter a posse do conteúdo do livro para estudar. Precisava ter acesso á informação.
A proporcionalidade- permitir, neste caso concreto, é adequar e aplicar a necessidade, utilizando o postulado da proporcionalidade. Proporcionalidade em sentido estrito é a ponderação em si. 
A lógica da proporção- adequação ou pertinência exige uma conexão logica entre o meio e o fim. Vale perguntar: ao se utilizar determinado princípio iremos atingir o fim almejado? A resposta deve ser afirmativa. Temos aí a fundamentação que legitima o postulado da proporcionalidade.
Comentário do professor: devemos pensar todos os institutos jurídicos de forma a utilizarmos sempre uma perspectiva de adequação, necessidade e proporcionalidade, já que o direito reflete sempre um momento histórico e está em constante transformação.
Visite o site do Supremo Tribunal Federal e faça uma pesquisa sobre princípios em aparente conflito, como: liberdade de informação e intimidade; informação e propriedade; propriedade e função social etc.
AULA 4: DIREITOS AUTORAIS E PROPRIEDADE INDUSTRIAL
Objetivos: 1. Descrever os direitos dos programadores de computador; 2. Identificar Programa, titularidade, autoria; 3. Definir Cessão e licença; 4. Reconhecer a reprodução indevida.
Esta aula tem aspectos muito interessantes, pois irá nos permitir descrever os direitos dos programadores de computador, distinguindo o titular do programa com relação aos autores do programa. Falar de programas de computador e de direitos na Era da informática dispensa maiores comentários sobre a importância desta aula.
Lei 9609/98- é uma lei específica de proteção aos programas de computador. Porém, devemos ter atenção, pois na lei 9610/98, art. 7, XII, lei de direitos autorais, inclui-se os programas de computador.
Tome nota- Logo, aplica-se subsidiariamente e no que não for contrário, a lei 9610/98, sendo a lei 9609/98 a lei específica, que deve ser aplicada diretamente aos titulares de direitos de programas de computador. Aproveitem para rever a lei 9610/98, pois já nos aproximamos na nossa primeira avaliação.
A lei de proteção aos programas de computador define programa como sendo uma linguagem, codificada ou não que faz com que o computador funcione para determinado fim.
Apesar da proteção autoral, (art. 7º, XII, Lei 9.610/98) a Lei 9609/98, trouxe consigo , em seu art 2º, aspectos específicos da aplicação dos direitos morais aos programadores. Logo, apesar de constar a referencia aos programas de computadores na lei de direitos autorais, alguns daqueles direitos são relativizados na lei especifica dos programas de computador, como podemos verificar no art 2º da lei 9609/98.
Art 2º- O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta Lei.
§ 1º- Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor de opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas impliquem deformação, mutilação ou outra modificação do programa de computador, que prejudiquem a sua honra ou a sua reputação
§ 2º- Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de computador pelo prazo de cinqüenta anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subseqüente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação.
Outro aspecto importante é saber definir e diferenciar autoria de titularidade. A autoria está vinculada à criação da obra, que neste caso é um programa de computador, enquanto que a titularidade é o direito patrimonial da obra. O art. 4º da lei 9609/98 disciplina nas relações de trabalho a titularidade da obra.
Art. 4º- Salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente ao empregador, contratante de serviços ou órgão público, os direitos relativos ao programa de computador, desenvolvido e elaborado durante a vigência de contrato ou de vínculo estatutário, expressamente destinado à pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividade do empregado, contratado de serviço ou servidor seja prevista, ou ainda, que decorra da própria natureza dos encargos concernentes a esses vínculos
§1º- Ressalvado ajuste em contrário, a compensação do trabalho ou serviço prestado limitar-se-á à remuneração ou ao salário convencionado.
§2º- Pertencerão, com exclusividade, ao empregado, contratado de serviço ou servidor os direitos concernentes a programa de computador gerado sem relação com o contrato de trabalho, prestação de serviços ou vínculo estatutário, e sem a utilização de recursos, informações tecnológicas, segredos industriais e de negócios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador, da empresa ou entidade com a qual o empregador mantenha contrato de prestação de serviços ou assemelhados, do contratante de serviços ou órgão público.
§3º- O tratamento previsto neste artigo será aplicado nos casos em que o programa de computador for desenvolvido por bolsistas, estagiários e assemelhados.
Entendendo o artigo 4º- O legislador manifestou vontade de proteger o empregador que contrata um funcionário para desenvolver um programa. Logo, todos os programas de computador que forem desenvolvidos por funcionários contratados para tal fim, acarretam na titularidade pela empresa destes programas, e na autoria dos mesmos com relação aos programadores.
Evidentemente que as partes são livres para estabelecer contratualmente ajustes sobre a titularidade de programa desenvolvido no regime de trabalho celetista. Entretanto, pertencerá, com exclusividade, ao empregado contratado para outras atividades que não a de desenvolver programas de computador e que não tenha relação com sua atividade de trabalho; bem como também não tenha utilizado equipamentos ou conhecimento confidencial para desenvolver o programa em questão.
Ainda no artigo 4º: a intercessão com a lei 9279/96
Caso o funcionário utilize de conhecimentos ou equipamentos da empresa e comercialize sem autorização dela, poderá caracterizar concorrência desleal, que figura no art. 195 da lei 9279/96. Por este motivo os produtores de software reforçam suas garantias, estabelecendo de forma expressa cláusulas de sigilo e de confidencialidade nos contratos de trabalho que firmam com programadores e analistas de sistemas. Estas cláusulas também são frequentemente inseridas nos contratos de licença de uso formados entre os produtores de software e suas revendas ou usuários finais.
A lei 9276/96 contempla as hipóteses de violação do chamado “trade secret” em seu art 195, IV e V, XII e XII
Sobre a menção em contrato- por isso, as cláusulas de sigilo e confidencialidade, para sua eficácia, devem constar dos contratos de trabalho de todos os empregados que, ainda que exerçam funções não ligadas diretamente às informações sigilosas, manuseiem, por qualquer motivo, os documentos que as contém.
Art. 6º - Não constituem ofensa aos direitos do titular de programa de computador:
I - a reprodução, em um só exemplar, de cópia legitimamente adquirida, desde que se destine à cópia de salvaguarda ou armazenamento eletrônico, hipótese em que o exemplar original servirá de salvaguarda; 
 II - a citação parcial do programa, para fins didáticos, desde que identificados o programa e o titular dos direitos respectivos; 
III - a ocorrência de semelhança de programa a outro, preexistente, quando se der por força das características funcionais de sua aplicação, daobservância de preceitos normativos e técnicos, ou de limitação de forma alternativa para a sua expressão; 
IV - a integração de um programa, mantendo-se suas características essenciais, a um sistema aplicativo ou operacional, tecnicamente indispensável às necessidades do usuário, desde que para o uso exclusivo de quem a promoveu.
Outras situações:
Além do plágio, da concorrência desleal e do segredo de negócio, a jurisprudência vem apreciando ações propostas alegando violações pela utilização do conceito do look and feel, screen e utilização de engenharia reversa no desenvolvimento de tecnologia.
Look and feel- é um plágio de programa de computador em seu aspecto visual externo.
O Screen se comporta do mesmo modo, os comandos são os mesmos, trazendo uma sensação de conforto e familiaridade ao usuário, já habituado com os programas mais vendidos.
Já o conceito de engenharia reversa, embora se aplique mais aos equipamentos, cabe também no caso de programas. Ocorre esta hipótese quando o técnico abre o programa, chega ao conceito básico inicial e reformula o desenvolvimento, sem copiar exatamente, uma vez que realiza esforço criativo próprio.
*Logo, todas as formas acima serão consideradas formas de reprodução indevida, se atingir os direitos de outro titular, seja a titularidade seja a autoria.
Últimas considerações- Outra hipótese seria se um funcionário contratado para função diversa da de programador, mas devido ao acesso às máquinas da empresa (ou mesmo às informações) poderá desenvolver um programa de computador. Neste caso, serão ambos os co-autores deste programa, já que houve a contribuição de ambos.
	Devemos atentar que a licença e a cessão analisadas nas aulas anteriores, quando falávamos sobre direitos do autor, poderão ser aplicadas para os programas de computador, pois estaremos diante do mesmo instrumento contratual:
seja na licença, quando se deseja permitir que o licenciado possa exercer o direito de uso;
seja na cessão, quando o cedente transfere para o cedido todos os direitos patrimoniais, como ocorre quando um funcionário é contratado para ser programador da empresa.
 Aula 5: Lei 9279/96
Imagine todos os produtos sem uma marca, e o consumidor sem qualquer referência para identificar o produto ou serviço... Mas o que é marca? Ou melhor, será que qualquer nome pode se tornar uma marca? A necessidade da regulamentação dos direitos marcários é fundamental para sabermos separar as marcas que são possíveis de serem registradas e aquelas onde há impedimento no registro. 
Objetivos: 1. Reconhecer as informações que servem para identificar as possibilidades de registro de marca. 2. Diferenciar as vedações do uso de marcas. 3. Identificar as espécies e as modalidades de marcas.
O que é marca? É todo sinal distintivo visualmente perceptível e capaz de identificar um produto ou serviço. Faz parte de seu estudo reconhecer as espécies e as modalidades de marca. A partir da globalização, ela assumiu uma grande importância, especialmente no que se refere ao registro e à comercialização de produtos.
Art. 122, lei 9279/96
“São suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais.”
Espécies de marca: 
Marca Tridimensional- associa a forma ao próprio produto. Ao assumir uma forma peculiar, identifica o produto. Ex: perfume Chanel e garrafa de Coca-cola.
Marca Figurativa- utiliza-se de alguma figura estilizada para personalizar a marca. Ex: o jaguar na capô dos carros Jaguar.
Marca Nominativa- é identificada pelo nome ou expressão, que pode ser em nosso idioma ou em língua estrangeira. Busca criar um nome que se perpetue, fixando-o ao produto. Ex: quando falamos em comprar um aparelho de barbear, logo nos vêm à cabeça o nome Gillette.
Marca Mista- é quando o titular utiliza uma figura e o nome juntos. No caso do palito, associa-se a imagem da mulher à marca, e o nome “Gina” também, pois determinados produtos (palitos de dentes) passam a ser a única marca conhecida pelo consumidor, devido a sua especificidade. Se pedirmos para alguém descrever esse produto, provavelmente ouviremos, “aquela caixa da mulher loira de franja”.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, assegurou aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
Logo a marca tem natureza jurídica de propriedade, prevista na Constituição federal e na Lei de Propriedade Industrial, em seu artigo 129:
“A propriedade da marca adquire-se com o registro validamente expedido, conforme as disposições desta lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o território nacional”.
Função da Marca- serve para identificar a origem do produto ou serviço, mas também pode ser utilizada para certificar um produto ou serviço, de tal forma que ateste sua conformidade em relação a determinadas normas técnicas quanto à qualidade, natureza, material e metodologia empregada.
Função Econômica- além da função distintiva, a marca pode identificar a origem, pode garantir a qualidade, além de ser referência para a propaganda e, consequentemente assumir uma função econômica. A título de exemplo podemos citar o Matte Leão, cuja empresa fabricante foi adquirida pela Coca-Cola. A empresa que comprou sequer cogitaria a hipótese de mudar o nome do produto, ou sua embalagem, já consagrados entre os consumidores do chá-mate, e estes tampouco precisam saber que o fabricante vendeu sua marca.
Função de Identificação de Origem- tem a finalidade de sinalizar a procedência dos produtos, permitindo ao titular destes distinguir suas mercadorias ou seus produtos ou serviços dos demais, que sejam idênticos ou semelhantes, embora de procedência diversa (conforme art. 123, I, da Lei 9279/96). Imagine um pacote de salsicha para cachorro-quente...independente da marca todos possuem a mesma forma de embalagem, mesmo tamanho, mesma cor, mesma forma de embalagem, etc. logo, o nome sinaliza ao consumidor a origem do produto (se é Sadia, Perdigão, etc.). 
Função de Garantia de Qualidade- os consumidores, através da identificação da marca, podem concluir que determinada marca é de melhor qualidade. Associada aos meios de propaganda atinge valores econômicos que podem ultrapassar os valores de todos os bens materiais da empresa.
Art. 123, Lei 9279/96- Para os efeitos desta lei considera-se:
Ex: danoninho
Ex: Inmetro
Ex: vinho Galioto
Vedações de registro- Um dos assuntos mais importantes tratados no direito marcário são as vedações de registro. Muitas empresas buscam a propriedade de marcas sobre nomes e símbolos que são vedados pela lei. O artigo 124 da lei 9279/96 elenca uma série de situações em que o sinal marcário não poderá ser registrado. 
Considerações finais- Esta aula encerra este primeiro ciclo e aproveitamos para alertá-los de que, diferentemente dos direitos de propriedade intelectual vistos até o momento (direito do autor e direito de programas de computador), o direito de marca precisa ser registrado para ser protegido, sendo exceção o caso da marca notoriamente reconhecida, art. 126.
Neste caso a marca dentro de um mesmo ramo de atividade goza de proteção, mesmo que não haja registro. Isto ocorre porque a marca já possui notoriedade, mesmo antes de seu registro efetivo. Um exemplo disso é a Microsoft, que tecnicamente poderia ser considerada vedada por lei, já que usa dois nomes Micro e Soft que designam a natureza do produto, e poderiam ser considerados nomes genéricos a esse ramo de mercado.
Não vamos confundir com a marca de alto renome, art. 125, pois neste caso a marca tem proteção em todos os ramos de atividade. São tão conhecidas que, independentemente de onde for colocada, o consumidor irá associar o produto à marca.  Como exemplo, temos a Coca-Cola, Nike, Audi etc.
AULA 6- PATENTE
Objetivo: Identificaros requisitos de uma patente; 2. Distinguir Invento e descoberta; 3. Explicar o uso da patente de invenção e do modelo de utilidade; 4. Descrever as vedações de patentes.
Da mesma forma como nas marcas, as patentes precisam ser aprovadas pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), que concede uma carta patente e outorga o direito de propriedade sobre a patente por um período de 15 anos (no caso de modelo de utilidades) e de 20 anos (no caso das patentes). www.inpi.gov.br 
Durante o prazo legal, o titular poderá explorar a sua patente, da mesma forma como nos casos anteriores, utilizando da licença ou mesmo da cessão. Na prática, os titulares utilizam a licença, pois assim recebem royalties e ainda continuam como os titulares da patente. 
A patente tem por finalidade proteger todo aquele que buscou na pesquisa, a criação de algum bem, que tenha os 3 elementos exigidos por lei:
Novidade- o produto ou processo deve ser inovador. O governo outorga um título de propriedade temporária (20 anos) para exploração da patente. 
Atividade Inventiva- é tudo aquilo que um técnico, não um leigo, no assunto não chegaria a uma conclusão óbvia. 
Aplicabilidade Industrial- caso não tenha esse perfil (aplicabilidade industrial), poderemos estar diante de uma obra de arte ou de um objeto protegido pela lei de direitos do autor.
Patente e Modelo de Utilidade- Voltando aos aparelhos de barbear, se você observar mais atentamente irá perceber que os aparelhos têm borrachas próximas às lâminas, e que as lâminas têm molas independentes. Estas pequenas modificações são consideradas como pequenas patentes, pois o objeto não é uma novidade, mas apenas com nova forma. Logo, estamos diante de um modelo de utilidade. Já reparou que os cilindros dos desodorantes têm uma forma côncava na parte inferior? Por quê? O modelo tem uma utilidade, que é ampliar a segurança do objeto, evitando que exploda com o gás que possui. Tudo isso está no nosso dia a dia e está protegido pelo modelo de utilidade.
Legislação regulatória- A Lei 9279/96 assim define a patente de invenção e a patente de modelo de utilidade:
Art. 8º - É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.
Art. 9º - É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação.
Assim como no caso das marcas, algumas patentes são vedadas por lei, ou seja, o legislador impediu a patente de objetos e processos que atentassem contra a moral, aos costumes ou à segurança e saúde públicas. Por isso não se pode também patentear invenções que envolvam pesquisas atômicas ou físico-químicas.
	Invenção x Descoberta- Tenha atenção no inciso III, do art. 18, pois neste caso se trata de uma das questões mais importantes da patente. Não se pode patentear os seres vivos ou parte dos mesmos, porque eles já existem e seria mera descoberta. A diferença é que a descoberta é encontrar algo que já existe na natureza, enquanto na invenção já aprendemos que deve haver novidade criativa. Para não esquecer, basta lembrar que Pedro Álvares Cabral DESCOBRIU o Brasil.
	Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade:
I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;
II - concepções puramente abstratas;
III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização;
IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética;
V - programas de computador em si;
VI - apresentação de informações;
VII - regras de jogo;
VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais.
Art. 18. Não são patenteáveis:
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas;
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais.
Patente e Ética- a patente possui grande importância atualmente, pois serve de fomento para todos aqueles pesquisadores que buscam soluções para os problemas do nosso mundo. Com a patente, o inventor lucra e as empresas também, pois podem financiar novas pesquisas. Respeitar a patente é respeitar o esforço de outro indivíduo e incentivar que novas invenções sejam elaboradas.
Expiração da Patente (direito subjetivo)- direito sob o ponto de vista subjetivo é o conjunto de relações jurídicas. Sendo a norma tomada em relação ao sujeito, é a própria conduta deste, regulada e disciplinada. Portanto, o Direito subjetivamente apreciado é caracterizado pela atitude pessoal de cada individuo de acordo com o que ficara estabelecido pela norma de agir, pela norma conduta. 
“Quebra de patentes”
As patentes devem ter um papel na função social. A Constituição Federal garante a propriedade intelectual, mas exige que se atenda a função social e o desenvolvimento tecnológico do país, in verbis:
Art. 5, XXIX
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
Logo, todas as patentes deverão atentar para o seu papel social e de desenvolvimento econômico do país, por isso a lei prevê a licença compulsória, que vulgarmente é chamada de “quebra de patentes”. Não há violação do direito de propriedade, mas tão somente a flexibilização do direito de propriedade diante do direito à vida, à saúde pública ou ao meio-ambiente.
Lembram do postulado da proporcionalidade? Estamos diante de direitos fundamentais e, em casos excepcionais, devemos considerar o caso concreto para aplicar o direito. È exatamente isso que ocorre na licença compulsória, prevista no art. 68 da lei 9279/96.
Licença Compulsória- ler anexo
AULA 7- SEGREDO INDUSTRIAL E SEGREDO COMERCIAL
Objetivos: 1. Conceituar segredo industrial, segredo comercial, conhecimento, dados, e suas respectivas aplicações nas relações trabalhistas; 2. Utilizar lógica jurídica para aplicar o segredo ou a patente como forma de proteção ao conhecimento;
3. Identificar cessão e licença.
Nesta aula iremos estudar as diversas formas de proteção pelo segredo. Na aula passada estudamos que algumas invenções podem ser protegidas pela propriedade temporária, que o Estado outorga ao indivíduo por um invento, onde se encontre os requisitos da patenteabilidade. Agora iremos estudar alguns casos em que se busca a proteção através do segredo ou confidencialidade. No vídeo acima, você vê uma reprodução em 3D do segredo da turbina de uma usina hidrelétrica chinesa (tecnologia X-Blade).
Entendendo o cenário- a definição de segredo irá variar de país para país, conforme variam os interesses e a aplicabilidade de tal contrato. Diferentemente da patente,cuja natureza é de propriedade, a natureza jurídica do segredo é possessória. 
A comercialização do segredo ocorre por contrato, que muitas vezes é chamado de contrato de know-how (saber fazer), geralmente utiliza-se esse termo para os segredos industriais. Nesse caso, a parte que “sabe fazer” participa do negócio administrando o conhecimento.
Classificação de segredos empresariais:
Segredos Industriais- é vinculado ao setor técnico industrial de uma empresa.
Segredos Comerciais- é qualquer informação vinculada á atividade comercial, organizativa, estratégica ou negocial. 
Desta forma podemos ter segredo comercial, segredo industrial e know-how, sendo este ultimo o objeto do contrato, que tanto poderá ter informações negociais ou negociais, ou ambas. Não seria a melhor terminologia utilizar o termo know-how para contratos que envolvam exclusivamente segredo comercial.
Contrato de assistência técnica- Na realidade mundial, em que cada vez mais aumenta a distância tecnológica entre as partes, fica mais evidente a necessidade dos contratos de assistência técnica. Na verdade, não se trata apenas de um instrumento jurídico, posto que há uma necessidade quase que obrigatória para a parte que contrata o serviço, sob pena do adquirente não conseguir utilizar a tecnologia apropriadamente.
Por isso não devemos confundir o contrato de assistência técnica, no qual um indivíduo elabora o serviço técnico contratado, com o contrato de know-how, onde o indivíduo transfere o conhecimento (know-how) para que o interessado elabore o serviço.
Segredo e o intelecto humano- deferentemente da patente, no segredo industrial transfere-se o conhecimento não protegido pela propriedade, pois a proteção é uma obrigação de não fazer, ou seja, de não revelar o conhecimento que se está obtendo através do contrato. Nas relações trabalhistas é comum um empregado obter informações consideradas confidenciais, mas em regra são segredos comerciais. 
Art. 88- A invenção e o modelo de utilidade pertencem exclusivamente ao empregador quando decorrerem de contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva, ou resulte esta da natureza dos serviços para os quais foi o empregado contratado. § 1º Salvo expressa disposição contratual em contrário, a retribuição pelo trabalho a que se refere este artigo limita-se ao salário ajustado. § 2º Salvo prova em contrário, consideram-se desenvolvidos na vigência do contrato a invenção ou o modelo de utilidade, cuja patente seja requerida pelo empregado até 1 (um) ano após a extinção do vínculo empregatício.
Art. 89- O empregador, titular da patente, poderá conceder ao empregado, autor de invento ou aperfeiçoamento, participação nos ganhos econômicos resultantes da exploração da patente, mediante negociação com o interessado ou conforme disposto em norma da empresa.  Parágrafo único. A participação referida neste artigo não se incorpora, a qualquer título, ao salário do empregado.
Art. 90- Pertencerá exclusivamente ao empregado a invenção ou o modelo de utilidade por ele desenvolvido, desde que desvinculado do contrato de trabalho e não decorrente da utilização de recursos, meios, dados, materiais, instalações ou equipamentos do empregador.      
Segredos no Serviço Público- aqui as regras são as mesas, ou seja, o servidor deve manter sigilo sobre as informações obtidas na relação estatutária de trabalho, mas devemos atentar para o fato de que a natureza do serviço publico exige a confidencialidade, em alguns casos, para atender ao interesse público. Logo, não se trata de segredo de natureza econômica.
Patente de invenção ou segredo industrial: qual das duas opções é a melhor? Na verdade não se tem uma resposta, vai depender do caso. Porém, é importante entender que só se utiliza o segredo industrial quando a lei veda a patente de invenção. Ou quando, por uma opção estratégica da empresa, esta não desejou a proteção da patente, optando pelo segredo.
Deve-se levar em consideração os custos para manter o segredo e a capacidade dos concorrentes de o desenvolverem, pela engenharia reversa (processo industrial inverso na tentativa de saber como se faz o produto). As indústrias têm, de modo geral, utilizado patentes de invenção e, complementarmente, de segredo industrial, de forma a ampliarem sua proteção no que não foi objeto da patente. Assim como nos demais casos, podemos estar diante de contratos de licença ou cessão de segredo industrial. O instrumento contratual é o mesmo. Apenas alteramos o objeto, que agora é uma obrigação de fazer.
Contrato de Franquia- envolve o uso da marca, patentes, segredo industrial e assistência técnica.
AULA 8- DESENHO INDUSTRIAL E MARCA TRIDIMENSIONAL
Objetivos: 1. Fazer a distinção entre desenho industrial e marca tridimensional; 2. Identificar casos concretos de marca tridimensional; 3. Definir marca de alto renome e notoriamente conhecida.
Nesta aula iremos estudar o desenho industrial e entender a diferença para a marca tridimensional e para o modelo de utilidade.  Já estudamos nas aulas anteriores a patente do modelo de utilidade e as marcas. Entretanto, quando falamos em desenho industrial, pode parecer que se trata do mesmo instituto jurídico, mas não é. O desenho industrial é a forma plástica aplicada ao produto, tornando-o com visual novo e original.
Já falamos sobre as marcas mistas, figurativas, nominativas e tridimensionais. Também destacamos que a principal função da marca é a de identificação da origem do produto ou serviço, permitindo ao titular destes distinguir suas mercadorias ou seus serviços dos demais, que sejam idênticos ou semelhantes, de procedência diversa, conforme artigo 123, I da Lei 9279/96.
O desenho industrial não tem por finalidade identificar a origem, mas admitimos que algumas vezes acaba por cumprir este papel. A finalidade do desenho industrial e trazer um visual novo à forma do produto, mas sem uma aplicabilidade industrial. Por isso se distingue da patente de modelo de utilidade. 
O desenho industrial ganha importância, por exemplo, na indústria da moda, que valoriza novos modelos e tendências de estilo. Assim como ocorre na produção que envolva inovação no design sem necessariamente haver aplicabilidade em termos de inovação para gerar uma patente de modelo de utilidade.
Lei 9279/96, art. 95- Considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.
Desenho industrial não é um resultado puramente artístico, ou seja, um desenho (protegido pelo direito autoral) com aplicação somente no campo da arte, pois faltaria o requisito da aplicabilidade industrial. Art. 98- “não se considera desenho industrial qualquer obra de caráter puramente artístico”. 
 Ex: uma torneira pode ter variados modelos, porém, se houver uma alteração quanto ao fluxo de água, este será considerado um modelo de utilidade.
Marcas tridimensionais- Outro aspecto que foi abordado na aula 5 e merece uma consideração são as marcas tridimensionais. O desenho industrial, em alguns casos, assume a própria forma do produto, que acaba se confundindo com a marca.
Os empresários, percebendo isso, buscam na forma do produto outra tipo de proteção marcária, ou seja, a marca tridimensional. Na foto, você vê um sofá cujo desenho pode ser considerado uma forma única, original, exclusiva.
Neste caso a forma plástica tem por finalidade identificar o produto, além de ser uma forma visual nova. Logo, um desenho industrial poderá ser utilizado como marca tridimensional, caso este desenho possa identificar um determinado produto.
Qual a importância de distinguir desenho industrial de marca tridimensional? Tecnicamente isso é importante porque as marcas são divididas em classes, seguindo a convenção de Nice. Por isso, em alguns casos, verificamos a mesma marca utilizada em diversos setores.Ex: Colombo (loja de eletrodomésticos, padaria e confecção masculina).
Ocorre que se você tem uma marca tridimensional e não deseja que outra empresa se utilize, poderá proteger com um desenho industrial, pois este não tem classe, e protege a forma do produto, impossibilitando que outro segmento registre a marca tridimensional. Ex: Chanel Nº5, BIC, etc.
Marca notoriamente reconhecida- Já havíamos falado sobre a divisão das marcas e classes, quando falamos sobre as marcas notoriamente conhecidas e as marcas de alto renome. No caso da marca notoriamente conhecida, dentro de um mesmo ramo de atividade, goza de proteção, mesmo que não haja registro.
A marca US Divers, fundada por Jacques Cousteau, é uma referência em equipamentos para mergulho, pois praticamente foi a primeira a fabricá-los em escala. Todos os praticantes (e fabricantes) dessa atividade notoriamente a conhecem.
Art. 126. A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos do art. 6º bis (I), da Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial, goza de proteção especial, independentemente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil.
§ 1º A proteção de que trata este artigo aplica-se também às marcas de serviço.
§ 2º O INPI poderá indeferir de ofício pedido de registro de marca que reproduza ou imite, no todo ou em parte, marca notoriamente conhecida.
Marca de alto renome- Não vamos confundir com a marca de alto renome, art. 125, pois neste caso a marca tem proteção em todos os ramos de atividade, pois são tão conhecidas que, independentemente de onde forem veiculadas, o consumidor irá associar a marca ao produto. Ex: Coca-Cola, Windows, Nokia, Petrobras, etc.
Artigo 125 - A marca registrada no Brasil considerada de alto renome será assegurada proteção especial, em todos os ramos de atividade.
Neste caso a marca precisa estar registrada e ser admitida como sendo de alto renome. O que se pretende com esta modalidade de registro é proteger o consumidor e evitar a concorrência desleal, já que outra sociedade empresária poderia se utilizar da marca mais conhecida com a finalidade de aumentar as suas vendas, confundindo o consumidor, que pensaria se tratar da mesma marca.
Diversos aspectos relacionados a um tênis Nike:
A marca é notoriamente conhecida, assegurando identidade única ao produto.
Na patente de um modelo de utilidade, e associação do conjunto de molas ao tênis permitiu um novo modelo de sola que diminui o impacto pela absorção da mola.
Na patente de invenção essa marca inovou ao propor um sistema de propulsão a partir de um conjunto de molas.
AULA 9- INDICAÇÃO GEOGRAFICA E CONCORRENCIA DESLEAL
Objetivos: 1. Conceituar indicação geográfica e denominação de origem; 2. Identificar a concorrência desleal na propriedade intelectual, sob a jurisprudência de casos concretos.
Pensar na propriedade intelectual apenas como uma forma de propriedade é um equívoco, pois a imaterialidade dessa propriedade possibilita a sua utilização como um importante instrumento da concorrência econômica. Por isso a lei trata, no art. 195, dos crimes de concorrência desleal. Também iremos estudar a Indicação geográfica, cuja proteção industrial permite que se crie áreas indicando a procedência ou denominação de origem de determinado produto. O mau uso deste instituto também leva a uma concorrência desleal, e é comum visualizarmos produtos que nos levam a pensar que se trata de um produto originário de uma região, quando na verdade foi produzido em outra.
Nas relações econômicas, internacionais e internas, a concorrência tem merecida atenção como fundamento da propriedade intelectual, pois a liberdade concedida à livre concorrência é limitada, muitas vezes, pelas regras referentes a esse campo de aplicação. 
Através da propriedade intelectual, o Estado concede privilégios para que inventores ou quaisquer outras pessoas (físicas ou jurídicas) divulguem seus trabalhos, inventos e novas tecnologias. Esta divulgação torna-se benéfica para a economia, pois aumenta a competitividade entre as empresas, estimulando o desenvolvimento tecnológico.
A lei 9276/96 (lei de propriedade industrial) estabelece preceito de proteção aos bens e investimentos da propriedade intelectual que se contrapõe essencialmente á tutela da concorrência livre.
Art. 195. Comete crime de concorrência desleal quem:
I - publica, por qualquer meio, falsa afirmação, em detrimento de concorrente, com o fim de obter vantagem;
II - presta ou divulga, acerca de concorrente, falsa informação, com o fim de obter vantagem;
III - emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem;
IV - usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão entre os produtos ou estabelecimentos;
V - usa, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências;
VI - substitui, pelo seu próprio nome ou razão social, em produto de outrem, o nome ou razão social deste, sem o seu consentimento;
VII - atribui-se, como meio de propaganda, recompensa ou distinção que não obteve;
VIII - vende ou expõe ou oferece à venda, em recipiente ou invólucro de outrem, produto adulterado ou falsificado, ou dele se utiliza para negociar com produto da mesma espécie, embora não adulterado ou falsificado, se o fato não constitui crime mais grave;
IX - dá ou promete dinheiro ou outra utilidade a empregado de concorrente, para que o empregado, faltando ao dever do emprego, lhe proporcione vantagem;
X - recebe dinheiro ou outra utilidade, ou aceita promessa de paga ou recompensa, para, faltando ao dever de empregado, proporcionar vantagem a concorrente do empregador;
XI - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos, informações ou dados confidenciais, utilizáveis na indústria, comércio ou prestação de serviços, excluídos aqueles que sejam de conhecimento público ou que sejam evidentes para um técnico no assunto, a que teve acesso mediante relação contratual ou empregatícia, mesmo após o término do contrato;
XII - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de conhecimentos ou informações a que se refere o inciso anterior, obtidos por meios ilícitos ou a que teve acesso mediante fraude; ou
XIII - vende, expõe ou oferece à venda produto, declarando ser objeto de patente depositada, ou concedida, ou de desenho industrial registrado, que não o seja, ou menciona-o, em anúncio ou papel comercial, como depositado ou patenteado, ou registrado, sem o ser;
XIV - divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização, de resultados de testes ou outros dados não divulgados, cuja elaboração envolva esforço considerável e que tenham sido apresentados a entidades governamentais como condição para aprovar a comercialização de produtos.
Além do dispositivo acima, a Constituição Federal estabelece no art. 5 XXIX, e no art. 219, que o mercado interno será incentivado de forma a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do país. Este dispositivo se compatibiliza com as regras relativas à propriedade industrial, em especialmente, com as patentes, uma vez que os instrumentos de proteção da propriedade industrial são mecanismos de controle do mercado interno. Por exemplo, a patente restringe a concorrência em favor do seu titular, impedindo que os demais competidores usem da mesma tecnologia.
Concorrência Parasitária- é uma espécie da concorrência desleal (esta é gênero). Na concorrência parasitária, o concorrente procura inspiração nas realizações de outro empresário, ou objetiva tirar proveito do seu fundo de comércio e de suas inovações no plano tecnológico, sem agir de forma explícita na violação dos direitos do titular da propriedade industrial. Nesta modalidade de concorrência desleal, os atos desse parasita não constituiriam atos ilícitos, mas sua repetição é a nítida intenção de copiar a linha de produção e criação alheia. Diz-seque na concorrência parasitária não se agride de modo ostensivo ou frontal, mas de forma indireta e sutil. Nessa modalidade, o parasita se aproveita de um elemento atrativo de clientela de terceiro (que não é seu concorrente), sem necessariamente prejudicar e desviar consumidores deste, se enriquecendo ilicitamente graças ao esforço, trabalho, investimento e criação alheia.
Concorrência Parasitária: existe desvio de clientela/ envolvidos são concorrentes.
Aproveitamento paradisíaco- tentativa de benefício indireto/ não atua no mesmo ramo.
É por esta razão que muitos doutrinadores afirmam que a concorrência parasitária é espécie do gênero concorrência desleal, sendo o aproveitamento parasitário uma espécie do gênero enriquecimento ilícito.
Indicação Geográfica de Procedência e de Denominação de Origem- A diferença está no fato de que, na indicação de procedência, o nome geográfico é a referência que se tornou conhecida. Dessa forma, todos os demais concorrentes podem desejar vincular seu nome a esta região, cidade, ou localidade. Vamos observar agora três artigos da lei 9279/96 que tratam deste tema:
Art. 176. Constitui indicação geográfica a indicação de procedência ou a denominação de origem. 
Art. 177. Considera-se indicação de procedência o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço. 
Art. 178. Considera-se denominação de origem o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos.
Denominação de Origem- Com relação à indicação geográfica, em especial a denominação de origem, há a necessidade de vinculação a uma determinada região ou localidade cujos fatores naturais tenham influência direta no produto. A nossa jurisprudência vem garantindo a proteção as denominações de origem, evitando que o consumidor adquira um produto pensando se tratar de determinada região, quando na verdade é originário de outra.
No vídeo de introdução desta aula, você viu o exemplo do Vale dos Vinhedos, na Região da Serra Gaúcha. O plantio de uva na região com determinadas características faz com que somente as uvas plantadas nesta região possam ter a denominação de origem. A mesma uva plantada na região Nordeste dará outro resultado, pois não se trata do mesmo clima, umidade, terra, dentre outros fatores da natureza.
AULA 10- PROPRIEDADE INTELECTUAL E O COMÉRCIO MUNDIAL
Objetivos: 1. Elaborar contratos de transferência de tecnologia e compreender a aplicação destes instrumentos no comércio internacional; 2. Aplicar o conhecimento da disciplina e incorporar no comércio internacional; 3. Compreender o papel da OMPI e da OMC na Arbitragem internacional.
Nesta aula iremos finalizar com a apresentação de alguns instrumentos jurídicos contratuais e sua importância no comércio internacional. Nesse contexto, iremos descobrir o papel das duas principais organizações internacionais ligadas à propriedade intelectual: OMPI (Organização Mundial de Propriedade Intelectual) e OMC (Organização Mundial do Comércio). Finalizando esta aula e o curso, faremos uma abordagem do uso da arbitragem no comércio internacional.
Contratos- Os contratos de transferência de tecnologia serão os instrumentos jurídicos utilizados para viabilizar a licença e/ou cessão da propriedade intelectual. Por agora, você irá ver as características de um contrato. Ao final da aula, vários modelos estarão disponíveis para que você aprofunde o conteúdo.
Em linhas gerais um contrato deve qualificar as partes, ou seja, individualizar cada uma das partes que celebra o contrato (nome, identidade, CPF, profissão, estado civil, endereço) e delimitar o objeto do contrato. Esta parte inicial do contrato se chama preâmbulo, que é uma espécie de introdução.
A parte contratual mais importante é a dispositiva (são as cláusulas), que estabelece os direitos e deveres das partes. Tipos de cláusulas:
Preço: geralmente os contratos são onerosos, e se internacionais utiliza-se o dólar.
Aplicação no espaço: limites territoriais de aplicação para evitar a concorrência desleal.
Penal: Caso uma das partes não cumpra o contrato, estabelece-se uma pena, multa.
Direitos e deveres no uso da propriedade intelectual: estabelece limites no uso da propriedade intelectual, para evitar concorrência desleal.
Sigilo: estabelece os termos de confidencialidade do contrato, seja segredo industrial ou comercial.
Tempo: por quanto tempo perdurará o contrato.
Alguns contratos possuem anexos para complementar informações inerentes ao contrato. É mais comum em contratos de transferência de tecnologia, devido a alta complexidade.
Como a propriedade intelectual é imaterial (e a cada dia tem mais importância no comércio internacional), os contratos são muito utilizados. Podemos nos basear nos contratos internacionais de transferência de tecnologia, já que não incidirá necessariamente a legislação de um único país. Assim, podemos ter a aplicação de lei estrangeira regulando o contrato. Com a internet, todos nós podemos celebrar contratos de licença de propriedade intelectual. Quando adquirimos um programa de computador ou um DVD a partir de um site estrangeiro, por exemplo, estamos contratando. Por isso é tão importante podermos visualizar juridicamente o que está ocorrendo. Não vamos aprofundar este assunto, que será objeto de estudo em Direito Internacional Privado. Caso você queira saber mais, leia o art. 9, da lei de Introdução ao Código Civil. Porém, não basta somente que as partes celebrem contratos de transferência de tecnologia, se não há uma estrutura macro econômica regulando esse comércio internacional. 
Organizações Internacionais e a Arbitragem- Existem duas organizações importantes no tema da propriedade intelectual, que são a OMC (Organização Mundial do Comércio) e a OMPI (Organização Mundial de Propriedade Intelectual). Agora você verá um pouco mais sobre a atuação dessas organizações (clique nos nomes se quiser visitar as páginas). A OMC estabelece regras comerciais para que os Estados não violem os princípios da não-discriminação e da concorrência desleal. Na área de propriedade intelectual, o principal acordo sobre o assunto é o TRIPS (saiba mais sobre esse acordo no site do INPI). Quer um exemplo? Com base neste acordo é que muitas vezes escutamos, nos meios de comunicação, que os Estados Unidos irão representar o Brasil na OMC, tendo em vista que o país não respeita as normas de propriedade intelectual. O caso concreto poderá levar a uma lide, conflito. Quando ocorre, na maioria das vezes utiliza-se a arbitragem como solução de conflito. No âmbito do direito interno, temos a lei 9307/96 que regula a arbitragem, cuja sentença é um título executivo judicial. A arbitragem é cada vez mais utilizada por 3 fatores básicos:
Custo- dada a simplicidade, é mais econômico que o processo judicial.
Especialidade- os árbitros são especialista em uma única matéria, por isso conhecem profundamente o assunto.
Tempo- procedimento célere, pois há uma relação adequada entre árbitros e processos.
Na esfera internacional, quase a totalidade dos contratos de grande porte utilizam a arbitragem, seja da Câmara de Comércio Internacional (CCI-Paris), seja de outro Tribunal Internacional idôneo. Sediada em Genebra (assim como a OMC), a OMPI visa aprofundar o estudo da propriedade intelectual no mundo e desenvolver uma doutrina uniforme sobre a matéria. Além disso, a OMPI também desenvolve trabalhos na área de arbitragem e de cursos de formação de profissionais. Com essas atividades, espera-se que haja uma redução no número de conflitos e um maior respeito à propriedade intelectual.

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