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Resumo direito do consumidor

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Direito do Consumidor:
CONSUMIDOR:
O consumidor e sua definição legal (“...toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.”)
·	Consumidor por contrato de compra e venda;
·	Consumidor por contrato de prestação de serviços.
Consumidor por Equiparação:
O consumidor por equiparação ou “bystandarder” tem a necessidade de maior avaliação. Suas fundamentações são os art. 2º em seu parágrafo único, o art. 17 e o 29, todos do CDC, como se lê:
Art. 2° [...]
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
FORNECEDOR
A concepção de fornecedor (“...é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.”).
Em setembro de 1990 foi publicada a Lei 8.078 – Código de Defesa do Consumidor, cujo objetivo é implantar uma Política Nacional de Consumo, conforme determina o art. 4° do CDC e os instrumentos para colocar essa Política Nacional em prática estão mencionados no art. 5° do mesmo diploma legal.
CRFB/88: 
Segundo a Constituição, os direitos do consumidor são:
·	Direitos e garantias fundamentais; 
·	Princípios inerentes a ordem econômica; 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
(...)
V - defesa do consumidor;
Princípios no Código de Defesa do Consumidor:
1. Princípio da Vulnerabilidade:
Caracterizamos o princípio da vulnerabilidade como aquele em que o consumidor está em desvantagem jurídica, independentemente de sua situação social, pelo simples fato de ser consumidor, já o faz ser classificado como vulnerável.
Também não se pode esquecer que todo consumidor é vulnerável, mas nem todo consumidor é hipossuficiente. Este princípio é o resultado da “qualidade” especial do consumidor. Pois, além de lhe ser inerente, é a identificação permanente da subordinação, do desequilíbrio entre o consumidor e o fornecedor.
Essa vulnerabilidade pode ser:
Técnica: Desconhecimento técnico do bem jurídico adquirido, mesmo que seja adquirido por pessoa especializada.
Fática (econômica): É a disparidade de forças entre o consumidor hipossuficiente e o fornecedor hiperssuficiente (regra). 
Jurídica (científica): É a desproporção entre o fornecedor (litigante profissional) e o consumidor (litigante eventual).
OBS: Hipervulnerabilidade:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
A hipervulnerabilidade decorre da evolução da vulnerabilidade. O hipervulnerável é a criança, o enfermo, o paupérrimo. Que, na condição de consumidor juridicamente vulnerável, temos a hipervulnerabilidade como um um “algo mais”.
2. Princípio Da Harmonia Das Relações De Consumo
3. Princípio Da Repressão Eficiente De Todos Os Abusos
4. Princípio da Boa-fé:
É o regramento de conduta social de agir com lealdade e honestidade. Fazer o que é certo e na medida do prometido.
OBS: A boa fé que trata o CDC é a boa-fé objetiva. A Teoria do Risco do Empreendimento (ou do negócio).
Significa atuação refletida, uma atuação observando, pensando no outro, no parceiro contratual, respeitando-o, respeitando seus interesses legítimos, suas expectativas razoáveis, seus direitos, agindo com lealdade, sem abuso, sem obstrução, sem causar lesão ou desvantagem excessiva.
Cooperando para atingir o bom fim das obrigações: o cumprimento do objetivo contratual e a realização dos interesses das partes.
5. Princípio da Transparência:
Não basta que o fornecedor informe ao consumidor sobre seu produto ou serviço, é necessário que tal informação seja prestada de maneira clara, possibilitando ao consumidor que adquira o bem de consumo de forma consciente.
6. Princípio da Segurança:
Incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;
7. Princípio da dignidade da pessoa humana
 A defesa dos consumidores e a tutela de seus interesses é uma das formas de defesa da dignidade da pessoa humana.
8. Princípio da proteção. 
Conforme o preceito Constitucional (art. 5º, XXXII), cabe ao Estado o dever de proteger o consumidor, considerada a condição de desigualdade existente nas relações de consumo, razão pela qual as normas do consumidor devem ser aplicadas para equilibrar tais relações.
9. Princípio da informação
O consumidor tem o dever de receber informação adequada, clara, eficiente e precisa sobre o produto ou serviço, bem como de suas especificações de forma correta (características, composição, qualidade e preço) e dos riscos que podem apresentar.
10. Princípio da facilitação da Defesa
Garante ao consumidor a facilitação dos meios de defesa de seus direitos, ante a sua presumida dificuldade para exercitá-los, seja por deficiência técnica, material, processual, fática ou mesmo intelectual.
11. Princípio da revisão das cláusulas contratuais
 Possibilita ao consumidor o direito de manter a proporcionalidade do ônus econômico que implica ambas as partes, consumidor e fornecedor, na relação jurídico-material. Assim, toda vez que um contrato de consumo acarretar prestações desproporcionais, o consumidor tem o direito à modificação das cláusulas contratuais para estabelecer ou restabelecer a proporcionalidade.
12. Princípio da conservação dos contratos
 O objetivo do CDC é de conservar os contratos e havendo desproporcionalidade ou onerosidade excessiva, devem ser feitas modificações ou revisões com o intuito de sua manutenção, somente ocorrendo a sua extinção em ultima hipótese.
Teorias sobre Consumidor: 
Teoria Maximalista:
Para se enquadrar como consumidor, bastava adquirir o bem de consumo no mercado fornecedor para caracterizar tal relação. Independentemente da motivação, objetivo e interesse. “Comprou é consumidor!”
Basta a singela retirada do mercado de consumo para se enquadrar como consumidor.
Por este raciocínio, uma grande empresa de metalurgia, quando adquire minério para beneficiamento e posterior fabricação de metal seria considerada consumidor.
Essa ideia não perdurou por longo tempo, pois o objetivo das normas de consumo é o de proteger, art. 4, I do CDC, o “consumidor vulnerável”. E, no exemplo anterior, cremos que uma empresa de metalurgia, considerando o bem de consumo em questão (minério) não possa ser enquadrada como vulnerável, em razão, principalmente, de sua expertize em relação conhecimento técnico sobre o bem adquirido.
Desse modo, essa teoria está em descompasso com o espírito das normas de consumo.
Teoria Finalista:
Além de adquirir o bem de consumo, é necessário saber qual a destinação fática, efetiva, econômica, subjetiva do bem em questão. Isto é, a finalidade do consumidor ao adquirir o bem. 
A justificativa para adquirir o bem deve ser desprovida de intentos profissionais, como o seu beneficiamento da matéria prima com posterior venda. A satisfação da aquisição deve ser subjetiva.
A teoria finalista é a adotada pelo CDC, que o consumidor além de destinatário fático, deve ser também o destinatário econômico dos bens e serviços.
Teoria Finalista Atenuada (mista ou mitigada):
A aquisição para uso, ainda que profissional, caracterizará a relação deconsumo desde que o adquirente não tenha condições de negociação com o fornecedor.
Direitos do Consumidor (exemplificativos):
Vida, saúde e segurança
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
O primeiro direito básico prevê “a proteção à saúde e segurança”. São hipóteses de proteção do consumidor no fornecimento de produtos e serviços que, por sua natureza, podem representar uma ameaça na singela usabilidade.
Quando o bem de consumo (produto ou serviço) tem potencial de nocividade ou periculosidade, por exemplo: nos produtos domiciliantes (limpeza, inseticidas, sabão, álcool etc.), o fornecedor deve apresentar ao consumidor através de rótulo (encarte, folder, folheto explicativo, manual de instrução ou correlacionado) informações sobre seu uso, toxidade, composição, os possíveis prejuízos à saúde. Deve destacar seus riscos inerentes e potenciais.
Existem produtos ou serviços que apresentam risco inerente, por isso, a lei trata de forma mais minuciosa da vida, saúde e segurança do consumidor nos artigos 8°, 9° e 10. Com fins de evitar a venda de tais produtos/serviços. Mas, se os mesmos estão disponibilizados ao consumidor deve haver mecanismos que possam evitar danos maiores aos já existentes pela simples exposição. Com base nessas fundamentações, as empresas realizam recall de produtos.
O recall, significa “rechamar”, é a consequência do descobrimento pelo fornecedor de um bem de consumo que já causa dano ao consumidor em decorrência de eventos efetivamente existentes. A empresa fornecedora “chama” a pessoa do consumidor para que realize um determinado procedimento (ajuste, substituição, entrega) com fins de evitar a “propagação deste dano”.
O produto/serviço não é proibido, desde que seja devidamente informado de maneira absolutamente clara, concisa e precisa. Sendo assim, sua periculosidade não é tida como defeituosa, uma vez que é inerente o grau de perigo a ser tomado por quem o adquire. EX: cigarro, bebida alcoolica, fogos de artifício, serviço de demolição, serviço de dedetização. 
Educação para o consumo
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
Eeducação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, que consiste em expor ao consumidor que seu uso pode causar algum tipo de dependência (física ou psicológica). O mesmo não é proibido para o consumo, mas deve sê-lo de forma “consciente”. Um exemplo interessante é o de bebidas alcoólicas. Afinal: “se beber não dirija e se dirigir não beba”.		
A “liberdade de escolha” faz com que o consumidor possa adquirir a qualidade e quantidade que deseja. Evitando, assim, entre outros, a chamada “venda casada” (prevista no art. 39, I).
Já a igualdade nas contratações implica que a forma de pagamento correlacionada ao preço informado garante ao consumidor a inexistência de qualquer acréscimo. Muito comum em vendas à vista em dinheiro, com valores diferentes caso a mesma compra seja feita através de cartão de crédito.
Informação
Art. 6º (...):
(...)
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
O direito à informação, trazido no inciso III faz abrir para o fornecedor o dever de informar e permite ao consumidor escolher seu produto ou serviço de forma consciente, é o que se chama de consentimento informado (ou esclarecido). Essa informação integrará o contrato, convergindo em um verdadeiro “pré-contrato”.
Publicidade
Art. 6º (...):
(...)
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
Temos nessa previsão legal a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva. 
Podemos entender a enganosidade como ardil, falsidade, intuito de desviar da informação verdadeira, mas, com uma conotação que se limita à “informação”. Temos, como exemplo, a publicidade de um produto ou serviço com determinado preço. No entanto, na aquisição efetiva pelo consumidor, revela adicionais excluídos da prévia comunicação. A consequência da informação publicada e não cumprida é o cumprimento forçado do que foi publicitado, nos termos do já apresentado art. 35 do CDC.
Já a publicidade abusiva é mais grave que a enganosa, pois induz o consumidor a ter, entre outros, um comportamento que pode gerar dano físico/psíquico. Tal qual como o uso desmesurado de medicamentos que prometem emagrecimento rápido e sem esforço. Outra conotação são anúncios publicitários que incitam a violência.
Práticas abusivas
Art. 6º (...):
(...)
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
Destacamos que o art. 6, IV prevê a proteção contra “práticas abusivas”. Entendemos como prática a conduta reiterada, ou não, que leva o consumidor a ter, no seu relacionamento com o fornecedor, uma desvantagem.
Convergindo ao art. 39, lemos que tal conduta é vedada (proibida). E que o rol é meramente exemplificativo. Daí a expressão “dentre outras”.
Cláusulas Abusivas:
Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vontade que:
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
Súmula STJ nº 302 - É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado.
Prevenção e Reparação do Dano:
É um direito básico do consumidor não apenas à efetiva prevenção (arts. 8, 9 e 10 do CDC), mas quando houve o dano, a reparação seja realizada à título individual ou coletivo. Tal situação permite que determinadas situações sejam judicializadas em uma única demanda e resolvida da mesma forma. Gerando economia processual e realizando o ideal Constitucional da “duração do processo”.
Demanda Coletiva por:
Direitos ou interesses difusos:
Lei 8.078 de 1990:
Art. 81 (...)
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
- Diversos lesados – indetermináveis.
- Pessoas ligadas por um fato – não há aquisição.
- V.g. comercial abusivo / enganoso.
Direitos ou interesses coletivos:
Lei 8.078 de 1990:
Art. 81 (...)
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
- Diversos lesados – determináveis.
- Pessoas ligadas por uma relação jurídica base.
- V.g. aumento abusivo de plano de saúde em detrimento de idade.
Direitos ou interesses individuais homogêneos:
Lei 8.078 de 1990:
Art. 81 (...)
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
- Diversos lesados – determináveis.
- Pessoas ligadas por origem comum.
- V.g.acidente em aviação comercial.
Facilitação do acesso à Justiça:
A principal norma consumerista prevê que qualquer integrante da sociedade possa demandar judicialmente no mais legítimo acesso ao devido processo legal.
Art. 5º Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;
Ex: Defensoria Pública.
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público; (Ministério Público)
Ex: Ministério Público ligado aos direitos do consumidor.
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
Ex: Decon – Delegacia do Consumidor.
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;
Ex: Juizados Especiais do Consumidor. Destacando o âmbito estadual e federal.
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor.
Ex: IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
Prestação Adequada e Eficaz e dos Serviços Públicos:
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
É direito do consumidor receber serviço público adequado, devendo a empresa pública ou concessionária ou permissionária de serviço público reparar os danos causados pelo seu não cumprimento. 
Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
Equilíbrio nas relações de consumo:
No caso de cláusula abusiva, pode ser pleiteada a modificação da cláusula, porque são concomitantes à formação do contrato. Já a revisão do contrato será possível em razão de fato superveniente, porque o contrato nasceu equilibrado.
Inversão do ônus da prova (ope judicis)
A inversão do ônus da prova é o instrumento de proteção processual ao consumidor desde que, minimamente, cumpra os requisitos da verossimilhança e hipossuficiência.
Verossimilhança – O vocábulo verossímil significa o que é semelhante à verdade, o que tem correlação com a verdade, passivo de prova. É importante que o Patrono leve ao Estado Juiz um mínimo de demonstração no sentido de que sua alegação é verossímil. Que ofereça indícios que, em confronto com a narração das circunstâncias de que dá conta a inicial, e que, em correlação com a descrição dos fatos que consubstanciam o direito controvertido, possam indiciar, direcionar à verdade real.
Hipossuficiência – Tem correlação direta com a incapacidade de o consumidor demonstrar a verdade real dos fatos. Pois lhe falta dados, informações, materialização das provas. Seja por condições financeiras, seja por condições sociais de intelectualidade e capacidade de discernimento.
Art. 12 (...)
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Art. 14 (...)
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Essa modalidade processual indica que o fornecedor deverá provar, ônus seu, que não fez ou que outra pessoa, inclusive o próprio consumidor, é o responsável pelo evento dano. Caso contrário, como determina o texto legal, o fornecedor responderá pelo dano.
Súmula TJRJ nº 91 - “A inversão do ônus da prova, prevista na legislação consumerista, não pode ser determinada na sentença”.
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo:
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373.
Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço: 
Vício do produto por quantidade e qualidade:
O vício do produto pode se dar por quantidade, qualidade ou inadequação. 
A quantidade vê-se claramente que ocorrerá quando houve disparidade entre a informação discriminada no invólucro/recipiente/embalagem e a informação localizada no mesmo. Pois o consumidor, na mais legítima boa-fé, jamais desconfiaria nesta discrepância. Logo, se temos o rótulo informando sobre seu peso, v.g., um quilo, nada mais resta a pensar que o produto tem seu peso líquido de um quilo. 
A qualidade diz respeito ao material ao qual o mesmo é fabricado, construído e correlacionados. Decerto que, apesar do binômio preço/qualidade andarem juntos, (quanto mais caro, teoricamente, de melhor qualidade) isto não implica com relação a sua funcionalidade, que deve ser a mesma esperada pelo consumidor.
Inadequado é quando o produto é impróprio para o consumo que se destina, podendo ocorrer quando:
- produto fora do prazo de validade;
- produtos deteriorados, adulterados, falsificados, nocivos a vida, saúde ou perigosos ou ainda aqueles em desacordo com as normas regulamentares de falsificação, distribuição ou apresentação.
- produtos que se revelem inadequados ao fim que se destinam.
O vício do produto deve ser sanado em até 30 dias. Além disso, as partes poderão convencionar esse prazo, não podendo ser inferior a 7 nem superior a 180 dias.
Caso o prazo de 30 dias seja ultrapassado, o consumidor poderá usar uma das alternativas dispostas nos incisos do seu parágrafo 1º:
·	Substituição do produto por outro de mesma espécie;
·	Restituição da quantia paga atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
·	Abatimento proporcional do preço.
·	Complementação do pedo ou medida (no caso de vício de quantidade).
Vício do serviço:
O vício do serviço é tipificado quando incorre nas hipóteses em que o mesmo seja inadequado ou não atenda às normas regulamentares de sua prestação. Entendendo-se o primeiro quando não atinge os objetivos propostos ou esperados e o segundo quando não segue aquilo ao qual a entidade reguladora lhe determina.
Hipóteses de sanção ante o descumprimento de sua servibilidade e obrigação:
·	Reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível (podendo ser feita por terceiros por conta e risco do fornecedor);
·	Restituição imediata de quantia paga, moneratiamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. 
·	Abatimento proporcional do preço. 
Da Responsabilidade por fato do produto ou do serviço:
O vício por fato do produto baseia-se no produto defeituoso. 
A responsabilidade civil nas relações de consumo encontra no artigo 12 do CDC a responsabilidade pelo fato do produto. Os legitimados para integrar o polo passivo são diversos. Nos termos da própria fundamentação temos o “fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador”.
A expressão “independentemente da existência de culpa” nos remete à ideia da responsabilidade objetiva. Em que não discute a “culpa”.
Destacamos que há dano efetivo. Tanto que o fornecedor responde pela sua reparação.
E responde o fornecedor de produtos pelos “defeitos”, que é o núcleo do tipo do fato do produto. E a responsabilidade é gerada pelo já citado defeito por “projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos”. Logo, identificamos uma gama gigantesca de possibilidades.
Convém ressaltar que o defeito pela “apresentação” é gerado por “informações insuficientes ou inadequadassobre sua utilização e riscos”. A ausência ou erro na informação essencial ao produto para a sua correta utilização é o suficiente para gerar o dano. Ex: Em alimentos, a ausência de informação de que este produto contém glúten pode levar o consumidor que não tolera esta substancia a um dano enorme. Com potencialidade de sua morte.
O defeito do produto
Lei .8078/1990:
Art. 12 (...)
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação: informação inadequada, falha insuficiente. 
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação: Diz respeito ao risco do desenvolvimento. Produto que foi colocado no mercado sem que fosse esgotado os testes de nocividade/periculosidade ao consumidor. Ex: remédio que promete a cura de uma determinada doença, cura a mesma, mas produz efeitos diversos, causando um mal maior do que a própria cura.
Fato do serviço
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Resguardadas as devidas proporções, a única distinção que se faz entre o fato do produto e do serviço é que neste tratamos, exclusivamente, de serviços. Nos termos do art. 3º §2º do CDC. Fora isso, temos iguais ponderações. Seja pela responsabilidade objetiva, pelo defeito ou nas informações.
Como não poderia ser diferente, temos iguais ponderações acerca da caracterização do serviço defeituoso.
Art. 14. (...)
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
A responsabilidade civil dos profissionais liberais
Lei .8078/1990:
Art. 14. (...)
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
É a única exceção ao regramento da responsabilidade consumerista na modalidade objetiva. O profissional liberal terá a seu “favor” que o autor da ação (consumidor) deva provar a responsabilidade do fornecedor (nos termos do art. 186 da Lei 10.406 de 2002) pois será analisada a sua ação/omissão/imprudência/negligência. Ex: dentistas, médicos, contadores etc.
OBS: advogado como profissional liberal terá a sua responsabilidade apurada, exclusivamente, pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB.
Excludentes de responsabilidade – inversão ope legis
Art. 12 (...)
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Art. 14 (...)
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Na exclusão de responsabilidade temos a “quebra” do nexo de causalidade.
Prescrição:
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
Capítulo IV - Da qualidade de produtos e serviços, da prevenção e da reparação dos danos.
Seção II - Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço.
Decadência:
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis..
Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
OBS: O prazo de 30 dias pode ser flexibilizado de acordo com a complexidade do produto.Por necessidade, exemplo, de importação de componente.
Decadência – vício oculto
Art. 26. (...)
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
O vício oculto ficará caracterizado quando:
- Não for possível identificar pela simples visualização
- Não provocar a impropriedade ou inadequação do bem de consumo (produto/serviço).
O prazo decadencial para o vício oculto terá sua contagem iniciado a partir do momento em que o mesmo passa a ser evidente e facilmente constatável. Em seguida, teremos a ingerência dos prazos dos incisos do art. 26, que nos remetem a 30 e 90 dias.
Processualística Consumerística: 
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.
Uma das maiores preocupações do legislador consumerista foi possibilitar a instrumentalidade processual às demandas envolvendo relação de consumo. Tanto que no art. 6, VII prevê o “direito de acesso aos órgãos judiciais e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos (...)”.
OBS: A ação deve ser proposta no foro do domicílio do consumidor (autor).
Tutelas Provisórias: 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte.
Infrações Penais:
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
Publicidade Prejudicial a saúde:
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
Cobrança de Dívida de forma vexatória:
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Concurso de pessoas:
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas

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