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MATERIAL DE APOIO AULAS 04 e 05 e QUADROS PROCEDIMENTOS

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AULA 04 - COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS.docx
COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
Aula 04
CITAÇÃO
É o ato processual no qual o réu toma conhecimento da existência de uma ação penal em seu desfavor e, além disso, é a forma usada para chamá-lo ao processo para oferecer resposta à acusação, nos termos do art. 396, CPP.
	- não existe no inquérito policial;
	- é ato essencial no processo (ausência gera nulidade absoluta) art. 564, III, e, CPP;
	- comparecimento espontâneo do réu em juízo supre a falta ou defeito da citação (art. 570, CPP);
	- não existe no Processo Penal a citação por carta com AR (Correios) ou por telefone. 
A Lei 11.719/2008 alterou o CPP (art. 362) e passou a admitir a citação por hora certa na forma do CPC quando o réu se oculta para não ser citado.
ESPÉCIES DE CITAÇÃO
São espécies de citação: 
- citação real, também denominada pessoal, constitui a regra no processo Penal. 
- citação ficta ou presumida, que se realiza por meio de citação com hora certa ou por edital, configura exceção, somente sendo realizada quando não for possível efetivar pessoalmente.
EFEITOS DA CITAÇÃO
A CITAÇÃO, tem por finalidade, completar a relação jurídica processual (art. 363 com a redação estabelecida pela Lei nº 11.719/2008); e seguirá sem a presença do Acusado, que citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo (art. 367 do CPP).
FORMAS DE CITAÇÃO
- POR MANDADO (é regra - art. 351): é a citação pessoal, quando o réu reside na Comarca.
	- Exceções: citação de militar (art. 358) e em legação estrangeira (art. 369)
	1.1 – Requisitos intrínsecos (obrigatórios) da citação por mandado: O mandado deve conter os requisitos do art. 352 do CPP.
	1.2 – Requisitos extrínsecos (art. 357 - dizem respeito à função do oficial de justiça ao citar o réu).
– POR PRECATÓRIA (arts. 353 a 356 do CPP):
	- usada para réu residente fora da jurisdição do juiz processante (art. 353), que preencherá os requisitos estabelecidos no art. 354 do CPP;
	- precatória itinerante: quando o juiz deprecado inicialmente constata que o réu se encontra em outra jurisdição, quando então remeterá os autos para efetivação das diligências (art. 355, § 1º, CPP);
	
	- cabe precatória por carta telegráfica, com firma reconhecida e mencionada pela expedição (art. 356).
- CITAÇÃO DE MILITAR (art. 358, CPP): feita através do chefe do serviço (o juiz oficia com as indicações indispensáveis ao mandado).
	- por edital: somente quando o superior do acusado declarar estar o mesmo em lugar ignorado.
- CITAÇÃO DE PRESO: havia divergência nos tribunais e na doutrina quanto à dispensa da citação por mandado (o STJ entendia que bastava a requisição do preso ao chefe do estabelecimento), porém a Lei 10.792/03 alterou o art. 360 do CPP determinando a citação pessoal do réu preso.
Súmula 351 STF
- CITAÇÃO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO
FUNCIONÁRIO PÚBLICO: por mandado, porém, é notificado também o chefe da repartição pública (art. 359, CPP).
- CITAÇÃO POR HORA CERTA
Com o advento da Lei 11.719/08 que alterou o art. 362 do CPP, agora existe a citação por hora certa no processo penal quando o réu se oculta para não ser citado, devendo ser aplicado as regras dos arts. 227 e 229 do CPC. 
Se o réu não comparece o juiz deve nomear defensor dativo.
- CITAÇÃO POR CARTA ROGATÓRIA
 Se o réu estiver no estrangeiro em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo o curso da prescrição até o seu cumprimento segundo previsões contidas nos artigos art. 368.
O artigo 369 do CPP, traz a figura da citação em legações estrangeiras, que na linguagem diplomática, serve para designar a sede em que está instalada a embaixada ou a missão diplomática.
Se o réu estiver no estrangeiro em lugar não sabido, adotam-se as regras da citação por edital (art. 366, alterado pela Lei 9.271/96).
- CITAÇÃO POR EDITAL, SUSPENSÃO E REVELIA
Art. 363 § 1º CPP
Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital.
Art. 363 § 4º CPP
Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o disposto nos arts. 394 e ss deste Código.
Art. 366 CPP 
Se não comparecer e não constituir advogado ocorrerá a SUSPENSÃO.
SUSPENSÃO - é a conjugação de três pressupostos, citação por edital, não comparecimento e não constituição de defensor;
No caso de suspensão da prescrição, frente a não localização, devem ser respeitadas as regras de imprescritibilidade da Constituição Federal (art. 5º, XLII e XLIV) e o princípio constitucional da proporcionalidade.
Durante algum tempo, houve discussão sobre o tempo determinado de suspensão:
	1º - de 20 a 30 anos, com a consequente declaração da extinção da punibilidade, após o prazo; 
	2º - um tempo variável de suspensão, com fundamento na proporcionalidade, correspondente ao prazo da prescrição da pretensão punitiva calculado pela referência da faixa da pena mínima ou da pena máxima abstratamente previstas (art. 109, CP), após o que o prazo da prescrição suspenso volta a correr, mas o processo continua suspenso.
SÚMULA 415 STJ 
	O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada.
SÚMULA 455 STJ 
	A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo.
A REVELIA é a desnecessidade de intimar o réu da prática de atos processuais, salvo no caso da sentença condenatória, que tem regras especiais de intimação (art. 392, CPP). 
A não intimação do réu não se aplica a seu defensor, dativo ou constituído, pois a defesa técnica é indispensável.
CRÍTICA AO TERMO –“REVELIA” NO PROCESSO PENAL
Prática equivocada por parte de alguns juízes - que diante da opção feita pelo réu de não ir na audiência de instrução, decretam a 'revelia'.
A ‘revelia’ é um instituto típico do processo civil, carregada de sentido negativo, impondo ainda a ‘presunção de veracidade’ sobre os fatos não contestados e outras consequências inadequadas no processo penal. 
Delmanto Jr. - “sua aplicação afigura-­se, por si só, totalmente incompatível com a concepção de que não há como dissociar a inatividade do acusado, de um lado, do exercício dos direitos a ele constitucionalmente assegurados da ampla defesa e do silêncio, de outro”.
 Exceto no caso de liberdade provisória condicionada ao comparecimento a todos os atos do processo, o réu tem o direito de ‘não ir’. 
A presença dele na audiência atende ao seu interesse de defesa. Não há uma obrigação de presença, todo o oposto.
	
Com a modificação levada a cabo pela Lei n. 9.271/96, finalmente abandonou-­se a “revelia” e os absurdos processos penais sem réu presente (em caso de inatividade processual ficta).
Com a reforma de 2008, o art. 457 consagrou o direito de ausência do réu até mesmo no plenário do júri. 
Ou seja, sequer no julgamento no plenário do júri está o réu solto obrigado a comparecer, podendo perfeitamente optar por não ir.
Atualmente, não há que se falar em “revelia” no processo penal.
INTIMAÇÃO e NOTIFICAÇÃO
INTIMAÇÃO - o ato pelo qual se dá ciência à parte, no processo, da prática de algum ato, despacho, decisão ou sentença, referindo-se, pois, a um ato já praticado, um ato pretérito.
NOTIFICAÇÃO - o ato por meio do qual se comunica à parte ou a outra pessoa, o lugar, dia e hora de um ato processual a que deva estar presente. Refere-se, portanto, a um ato futuro, que ainda vai ser praticado. 
- Distinção entre intimação e notificação:
Intimação: seria a comunicação da ocorrência de ato processual do passado.
Ex.: intimação da sentença;
Notificação: seria a comunicação de ato processual do futuro, a que a pessoa deve comparecer ou praticar.
		Ex.: Audiência.
- o termo notificação é pouco usual.
		Ex.: art. 329, § único; art. 359; art. 600, § 4º, do CPP.
- aplicam-se as mesmas situações da citação para intimações, nos termos do art. 370, CPP.
- Certos sujeitos processuais somente podem ser intimados pessoalmente: Ministério Público (art. 370, § 4º), o membro da Advocacia-Geral da União (Lei 9028/95), o defensor público (Lei nº. 1060/50) e o defensor nomeado ou dativo (art. 370, § 4º).
FORMAS DA INTIMAÇÃO
Dispõe o artigo 370, caput do CPP, com a redação que lhe foi dada pelo artigo 1º. da lei 9.271, de 17-04-96, que nas “intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devem tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capito anterior”, referindo-se, assim, às regras previstas para a citação por mandado. 
Entende-se, porém, que não há nulidade:
	- na falta de requisição do militar, se o ato atingiu o fim, que é o seu comparecimento. 
	- na intimação e notificação do servidor quando o chefe da repartição não é cientificado desta.
Quanto ao advogado constituído, ao advogado do querelante e do assistente prevê a lei, na nova redação dada ao artigo 370, em seu § 1º., que devem ser eles intimados para os atos do processo pela imprensa, especificamente pelo órgão incumbido da publicação dos atos judiciais da comarca. 
Formalidade essencial dessa publicação é que ela conste o nome do acusado. 
A omissão ou erro que não permita identificá-lo claramente é causa de nulidade. 
Como intimação que é, aliás, a publicação pela imprensa deve conter o número da ação penal, o nome completo das partes e de seus procuradores, e a finalidade da intimação de modo que o destinatário tenha ciência exata do despacho do juiz.
Na ausência de órgão incumbido de publicações judiciais a intimação desses procuradores será efetuada na forma dos §§ 2º. e 3º. do mesmo artigo. 
Podem ser eles intimados diretamente pelo escrivão. Como se trata, no caso de intimação pessoal, pode também o escrivão intimar o acusado, o Ministério Público, o defensor público ou equivalente, as testemunhas, os peritos etc.
CONTAGEM DOS PRAZOS PENAL E PROCESSUAL
PRAZO PENAL - Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
	A contagem de prazos para os institutos de direito material penal (prescrição, decadência, sursis, LC) ocorre de forma diversa do modo como se contam os prazos do direito processual penal (prazo para a conclusão do IP para oferecimento da denúncia pelo MP, para a conclusão da ação penal, para interposição de recursos, etc).
PRAZO PROCESSUAL PENAL - Art. 798 § 1º CPP
Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.  
A contagem dos prazos de direito processual se inicia no primeiro dia útil seguinte ao seu marco inicial e, caso se encerrem em feriados ou finais de semana, têm o final de sua contagem prorrogado para o primeiro dia útil subsequente.
“Súmula 710 do STF: “No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de Ordem” 
PRAZO é o limite de tempo concedido a um sujeito para o cumprimento de um ato processual. 
Os prazos são regidos por dois princípios importantíssimos, o da igualdade de tratamento e o da brevidade: 
a) Princípio da igualdade de tratamento – as partes não podem ser tratadas desigualmente. Para atos idênticos, os prazos não podem ser diferentes. 
b) Princípio da brevidade – os prazos processuais não podem ser muito dilatados, pois as demandas não podem eternizar-se. 
CARACTERÍSTICAS DOS PRAZOS
Os prazos são contínuos e peremptórios: 
	- Contínuos – não serão interrompidos na sua duração (exceções - art. 798, §4º, CPP); 
	- Peremptórios – são improrrogáveis (exceções - art. 798, § 3º, CPP e a Súmula 310 STF). 
Art. 798 CPP - Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 
	
		§ 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato. 
STF – Súmula 310: “Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir”; 
PRECLUSÃO
É a perda, extinção ou consumação de uma faculdade.
Trata-se de fato processual impeditivo, que se verifica quando a parte perde determinada faculdade, podendo a preclusão ser: 
	a) temporal; 
	b) lógica; 
	c) consumativa;
a) preclusão temporal – a faculdade se perde pelo seu não-exercício no prazo legal. 
b) preclusão lógica - Às vezes a preclusão ocorre por ter sido cumprida uma faculdade incompatível com o exercício de outra. Ex: argui-se a exceção de litispendência e depois a de suspeição. 
c) preclusão consumativa - A decisão irrevogável transforma-se em fato impeditivo, gerando uma preclusão denominada consumativa, que não permite que a questão que foi objeto da sentença seja renovada em uma nova ação. 
ESPÉCIES DE PRAZO
a) COMUNS – são aqueles que correm para ambas as partes, ao mesmo tempo; 
b) PARTICULARES – Correm apenas para uma das partes. (art. 46 CPP – oferecimento da denúncia). 
c) PRÓPRIOS – São aqueles prazos dentro dos quais a parte deve realizar o ato processual e, se não observados, haverá tão só a consequência de natureza processual (art. 396-A e 406, § 2º CPP, no que se refere ao arrolamento de testemunhas). 
d) IMPRÓPRIOS – São os impostos aos juízes e seus auxiliares e que, descumpridos, trarão consequências disciplinares, e não processuais (ver art.799, 800 § 2º e 801 CPP)
e) LEGAIS – é o prazo estabelecido em lei; 
f) JUDICIAIS – o fixado pelo juiz - art. 93 § 1º CPP
CONTAGEM DOS PRAZOS
No processo penal, os prazos são fixados em minutos, horas, dias, meses e até mesmo anos. (não existem prazos semanais). 
Art. 749. Indeferida a reabilitação, o condenado não poderá renovar o pedido senão após o decurso de dois anos, salvo se o indeferimento tiver resultado de falta ou insuficiência de documentos. 
Art. 94. A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado. 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia
Art. 103. Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 1º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. 
a) Prazo fixado em ano, mês ou dias 
a.1) se houver correspondência no Código Penal, a contagem se faz de acordo com o art. 10 do CP, ou seja, computa-se o dia inicial, e exclui-se o dia do final. (Vide arts. 749 e 38 do CPP, e seus correspondentes 94 e 103 do CP).
a.2) Não havendo correspondência, o prazo é contado de acordo com o artigo 798,§ 1º, do CPP (não se computa o dia inicial e inclui-se o dia do final). 
b) Prazo for fixado
em horas ou em minutos, conta-se de minuto a minuto, aplicando-se a regra do art. 132, § 4º, do CC. 
- Art. 132 CC: “Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento” 
§ 4o - Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto 
c) Demais casos - aplicam-se as regras do art. 798,§§ 1º, 3º e 4º CPP. 
FIXAÇÃO DO “DIES A QUO” (dia do início da contagem) - Art. 798 § 5º- Salvo os casos expressos, os prazos correrão: 
a) da intimação; 
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte; 
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho. 
AULA 05 - QUADROS ESQUEMÁTICOS - PROC. ORDINÁRIO SUMÁRIO SUMARISSIMO.pptx
AULA 05 - PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO E SUMÁRIO.docx
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO E SUMÁRIO
Aula 05
DISTINÇÃO ENTRE PROCESSO E PROCEDIMENTO
PROCESSO: é o instrumento pelo qual se manifesta a jurisdição, tendo sempre a finalidade de alcançar um provimento final, que solucionará a controvérsia e cumprirá os objetivos de concretização do Direito e pacificação social.
PROCEDIMENTO: rito processual. Mera sequência de atos processuais, ordenadamente encadeados, vistos da perspectiva externa, sem qualquer preocupação com o seu destino. (PACELLI)
O processo é entendido como o conteúdo e o procedimento como sua embalagem.
Ao procedimento é reservado o papel de operacionalização. É a exteriorização do processo, que é variável em função da natureza e a gravidade da infração penal.
O processo pode ser considerado um gênero e os diversos e diferentes procedimentos as espécies.
Somente existe processo se a espécie de procedimento for realizada em contraditório. 
Ou seja, os procedimentos não podem perder a perspectiva do Devido Processo Legal, objetivando a realização da justiça penal.
EMBASAMENTO CONSTITUCIONAL: PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL.
É sabido que a Magna Carta de 1988 consagra em seu texto um expressivo rol de direitos e garantias, com a simples finalidade de servir à cidadania e à democracia. 
Faz-se mister destacar o artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal, o qual prevê que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
A locução “devido processo legal” corresponde à tradução para o português da expressão inglesa “due process of law”. Law, porém, significa Direito, e não lei.
A observação é importante: o processo há de estar em conformidade com o Direito como um todo, e não apenas em consonância com a lei.
É do referido preceito constitucional que se extrai o princípio do devido processo legal, uma garantia constitucional ampla, que confere a todo indivíduo, o direito fundamental a um processo justo, devido.
É pacífico o entendimento de que o devido processo legal representa um sobreprincípio, supraprincípio ou princípio-base, norteador de todos os demais que devem ser observados no processo.
Segundo José Afonso da Silva, o princípio do devido processo legal combinado com o direito de acesso à justiça (artigo 5º, XXXV), o contraditório e a ampla defesa (art. 5º, LV), fecha o ciclo das garantias processuais.
Assim, garante-se o processo, com as formas instrumentais adequadas, de forma que a prestação jurisdicional, quando entregue pelo Estado, dê a cada um, o que é seu.
Contudo, a materialização do devido processo legal vai mais além, isto é, se dá de forma ainda mais abrangente. Vejamos:
	o tratamento paritário conferido às partes envolvidas no processo (art. 5º, I, CPC); 
	a publicidade do processo (art. 5º, LX, CF); 
	a proibição da produção de provas ilícitas (art. 5º, LVI); 
	a imparcialidade do julgador, bem como a garantia do juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII); 
	a motivação das decisões (art. 93, IX); 
a duração razoável do processo (art. 5º, LXXVIII), etc. 
	Todos esses princípios e garantias solidificam o devido processo legal, ou seja, formam um processo legalmente estabelecido.  
TIPOS DE PROCEDIMENTOS
 
O PROCEDIMENTO COMUM, previsto no CPP, será aplicado de modo residual, ou seja, sempre que não houver nenhum procedimento especial previsto no CPP ou lei extravagante.
O PROCEDIMENTO ESPECIAL é todo aquele previsto, tanto no CPP quanto em leis extravagantes, para hipóteses legais específicas, que, pela natureza ou gravidade, merecem diversa tramitação processual. É utilizado para determinados tipos penais:
	• Crimes dolosos contra a vida;
	• Crimes contra a honra;
	• Crimes praticados pelo funcionalismo público;
	• Crimes falimentares;
	• Crimes contra a Propriedade Imaterial.
PROCEDIMENTO COMUM
A Lei 11.719/08 fez alterações relevantes no CPP. 	
Critério de determinação de ritos. Ou seja, a partir da nova lei o rito é definido pela pena máxima do crime (art. 394, § 1º, CPP).
Defesa escrita. Nos procedimentos ordinário e sumário, o réu terá o prazo de 10 dias para apresentar a defesa escrita (art. 396, CPP).	
	c) Audiência Una - 	Os atos instrutórios são concentrados em apenas uma audiência, na qual também será proferida a sentença, salvo quando houver a necessidade probatória complexa que demande exame mais cuidadoso, quando, então, será permitida a apresentação de memoriais pelas partes e se fixará novo prazo para a sentença (art. 403, § 3º, CPP).
O procedimento comum pode ser dividido em três, a depender da quantidade da pena cominada em abstrato para o delito (art. 394, § 1º, CPP):
	• Ordinário – aplicável para os crimes com pena máxima igual ou superior a 04 anos.
	• Sumário – aplicável para os crimes com pena máxima inferior a 04 anos.
	• Sumaríssimo – aplicável para os crimes de menor potencial ofensivo da Lei 9.099/95 (pena máxima não superior a 02 anos) ou contravenções penais.
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
O procedimento comum ordinário é o rito padrão utilizado no Processo Penal. Com as seguintes fases:
	1) Oferecimento da denúncia ou queixa. 
 	 Recebimento ou rejeição pelo juiz;
	2) Citação do réu;
	3) Resposta à acusação;
	4) Absolvição sumária (art. 397 CPP);
	5) Audiência de instrução e julgamento (art.399 CPP)
1 - OFERECIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA
POSSIBILIDADES DE REJEIÇÃO LIMINAR – Art. 395 CPP
a) Petição inepta
b) Pressupostos processuais
	b.1) Pressupostos de existência (requisitos para a formação da relação jurídica processual)
	b.2) Pressupostos de validade (requisitos do desenvolvimento regular do processo)
c) Condições da ação
	c.1) Interesse de agir – interesse/ utilidade
	c.2) Legitimidade (Passiva e Ativa)
	c.3) Possibilidade jurídica do pedido
	c.4) Condições de procedibilidade 
d) Falta de justa causa
	a) Petição inepta
Art. 41 CPP - A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Havendo justa causa para a ação penal – indícios de participação na prática do crime - poderá ser a inicial acusatória recebida, mesmo sem o oferecimento de rol de testemunhas.
Não apresentado, o rol quando do oferecimento da denúncia ou queixa, caracteriza-se a preclusão consumativa da oportunidade para tal fim, não podendo haver indicação em aditamento à inicial ou em outra oportunidade processual.
A não observância dos requisitos citados implica a inépcia da inicial acusatória e tem por consequência a sua rejeição, nos termos da nova redação do art. 396, do Código de Processo Penal.
b) Pressupostos processuais
Enquanto as condições da ação se referem ao exercício da ação penal(direito de exigir
o pronunciamento jurisdicional no campo penal),e que, inexistentes, levam à carência do direito da ação, existem outras condições, denominadas de pressupostos processuais, que dizem respeito à existência do processo e à validade da relação processual.
b.1) Pressupostos de existência (requisitos para a formação da relação jurídica processual)
		Subjetivos:
	• sujeitos do processo – autor, réu e juiz (capacidade de ser parte).
	• jurisdição – Juiz/ órgão investido de jurisdição.
		Objetivos:
	• pedido – diz respeito ao ato inicial de introduzir um pedido, uma demanda ao Poder Judiciário.
	
	b.2) Pressupostos de validade (requisitos do desenvolvimento regular do processo)
	Subjetivos:
	• capacidade processual – capacidade de estar em juízo.
	• capacidade postulatória - aptidão para requerer, exigir, perante os órgãos investidos da jurisdição alguma providência.
	• competência e imparcialidade do juiz:
	Competência é uma parcela da jurisdição, ditada por lei, que define a jurisdição, a autoridade de cada órgão judicante; ela determina os limites dentro dos quais pode o juiz legalmente julgar.
	Imparcialidade está ligada a impedimentos e a casos em que o juiz é suspeito, por ser amigo ou inimigo de uma das partes. (art. 564, I, CPP)
	Objetivos:
	• intrínsecos - relacionam-se ao próprio processo, ao formalismo processual, aos vários atos a serem praticados no desenvolver da relação jurídica, aos deveres e faculdades das partes, à coordenação de suas atividades.
	Ex.: a petição apta, a citação válida, o respeito ao
principio do contraditório, etc.
	• extrínsecos - são condições que estão fora do processo, mas que tem o poder de impedir o seu normal prosseguimento, subordinando sua validade e a eficácia da sua constituição, bem como sua extinção. Assim, em principio são vícios insanáveis, que extinguem o processo. 
	Ex.: a litispendência, a coisa julgada, a perempção e a convenção de arbitragem.
	c) Condições da ação
As condições da ação foram apresentadas pelo teórico processualista italiano. Distinguem o direito de petição (constitucionalmente assegurado aos cidadãos) e o direito de ação (abstratamente assegurado a todos), como uma necessária mitigação do direito à provocação da jurisdição.
	
 Para o ilustre processualista Afrânio Silva Jardim, tais limitações são fundamentais, pois, só o ajuizamento da ação penal condenatória já é suficiente para atingir o estado de dignidade do acusado.
c.1)	Interesse de agir – interesse/ utilidade
	EX.: quando no inquérito policial for verificada a impossibilidade fática de imposição, ou seja, que no final do processo a pena não atingiria o mínimo legal, é possível, desde logo, concluir pela inviabilidade da ação penal a ser proposta, assim, sendo inútil a atividade processual – portanto, não sendo atendido o elemento da condição de ação – interesse de agir.
c.2)	Legitimidade
	Legitimidade ativa - A titularidade da pretensão punitiva é reservada ao próprio Estado, via Ministério Público (exceções ação penal privada e ação penal subsidiária da pública). Assim, é imposta ao Processo Penal a exigência de legitimidade ativa para a promoção e o desenvolvimento de atividade persecutória(com exceção do HC e da revisão criminal).
		
	Legitimidade passiva - por sua vez, trata-se da pessoa a quem se imputa a prática do comportamento ilícito-típico, sujeito à imposição de uma pena.
	
	c.3) Possibilidade jurídica do pedido
Para entender a possibilidade jurídica do pedido no processo penal pela teoria desenvolvida pelo processo civil há que ser feita uma adaptação na interpretação conceitual.
Pela teoria civilista: a possibilidade jurídica do pedido ocorre quando há previsão, no ordenamento jurídico, da providência que se quer ver atendida.
	
Ausente ela, o caso seria de carência da ação, por falta de condição de ação.
		Ex.: pedido de pena de morte ao acusado (ou seja, ausência da previsibilidade da providência requerida).
		
Neste exemplo, não seria caso de extinção do processo, pois, o processo poderia se desenvolver regularmente, porque ao juiz permite-se a correta adequação do fato à norma penal correspondente, com aplicação da sanção efetivamente cominada, por força da emendatio libelli (art. 383, CPP).
Porém, outros exemplos podem ser formulados:
 a denúncia ou queixa que atribua ao denunciado a prática de um crime de furto, mas que descreva a subtração, pelo denunciado, de coisa própria, que não estava em poder legítimo de terceiro, por estar fundada em fato atípico, merece ser rejeitada por ausência de possibilidade jurídica.
de igual forma, a imputação fundada em legislação revogada – por exemplo, o crime de adultério -, ou que não se encontrava em vigor quando da prática da conduta, se afigura impossível de tutela penal.
			
	c.4) Condições de Procedibilidade
Condições específicas do processo penal (para casos de crimes específicos). 
	Ex.:
	 • a entrada do agente no território nacional no caso de crime praticado no exterior (art. 7°, § 2°, "a" do CP);
	• a requisição do Ministro da Justiça nos crimes contra a honra previstos no Código Penal contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro (art. 145, parágrafo único, do CP);
	• a representação do ofendido em determinados crimes (arts. 130, 140 c/c 141, II, 147, 151 do CP);
	• o trânsito em julgado da sentença que anula o casamento, no crime definido no artigo 235 CP.
	d) Falta de justa causa
Compreendida pelos teóricos (antes mesmo da inclusão feita pela Lei 11.719/08) como a quarta condição da ação. Ou, também, como legítimo interesse – ou seja, interesse de agir. Também a jurisprudência já vinha admitindo a justa causa como condição da ação. 
	Exemplo: habeas corpus para o trancamento de investigação ou de ação penal sob o fundamento de ausência de justa causa - art. 648, I, CPP. (STF – HC nº 81.324/SP, 2º TURMA, REL. MINISTRO NELSON JOBIM, DJ 23.08.2002).
Obs. A justa causa é representada por um lastro mínimo de prova que justifique a viabilidade da pretensão punitiva.
2 - CITAÇÃO DO RÉU – Art. 396 CPP
Art. 396 CPP - 	Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Com a citação do acusado, o processo completa a sua formação (art.363, CPP).
A citação é o ato processual por meio do qual é oferecido ao acusado conhecimento oficial acerca do teor da acusação, abrindo-se oportunidade para que ele produza sua defesa, triangularizando-se, assim, a relação jurídico processual.
A falta de citação no processo penal causa nulidade absoluta do processo (art. 564, III e IV, do CPP), pois contraria os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. 
Exceção: o art. 570 do Código de Processo Penal dispõe que se o réu comparece em juízo antes de consumado o ato, ainda que para arguir a ausência de citação, sana a sua falta ou a nulidade.
Nesse caso, o juiz ordenará a suspensão ou o adiamento do ato.
O Código de Processo Penal tratou da citação em capítulo próprio, compreendendo os arts. 351 ao 369.
3 – RESPOSTA À ACUSAÇÃO– Art. 396-A CPP
A defesa escrita constitui a primeira intervenção da chamada defesa técnica, isto é, aquela produzida por profissional do Direito. 
Início do processo realizado em contraditório.
O acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa. 
Poderá oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas. (Art. 396-A, CPP).
A defesa escrita cumpre as seguintes funções (Pacelli):
	• fixação do prazo para o oferecimento do rol de testemunhas;
	• especificação de prova pericial;
	• apresentação das exceções (art. 95, CPP).
Ultrapassado tal prazo, o acusado não poderá requerer validamente a produção de prova testemunhal, a não ser para o fim de substituir testemunhas, devidamente arroladas, que não tenham sido encontradas.
DEFESA PRELIMINAR EM OUTROS PROCEDIMENTOS E LEIS
Código de Processo Penal - crimes afiançáveis de responsabilidade do funcionário público, art. 514, CPP: 
Nos crimes afiançáveis, estando à denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
As leis nº. 8.038/90 (art. 4º) e 8.658/93 trazem a defesa preliminar nos casos de crimes de competência originária do Tribunal. 
Notifica-se o acusado, que é detentor de foro especial por prerrogativa de função, para responder à
acusação em 15 dias, e somente depois desse momento é que o Tribunal irá analisar sobre o recebimento ou rejeição da peça acusatória.
Lei n. 9.099/95 (art. 30).
Lei 11.343/06 (art. 55) também há previsões da defesa preliminar.
	
OBRIGATORIEDADE DA RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Percebe-se, em relação à obrigatoriedade da resposta da acusação, a enorme diferença entre a defesa prévia e a atual resposta escrita: enquanto aquela era facultativa se contasse o acusado com defensor constituído, acarretando, como única consequência, o prosseguimento do feito sem a possibilidade de a defesa arrolar testemunhas, esta impõe, sob pena de nulidade, que o magistrado nomeie defensor público ou defensor dativo, os quais deverão apresentá-la, tornando-a, pois uma peça obrigatória.
PRECLUSÃO DA PRODUÇÃO DAS PROVAS
À exceção da prova documental, que poderá ser produzida a qualquer tempo (art. 231, CPP), com as ressalvas temporais do Tribunal do Júri (art. 479, CPP), as demais provas (testemunhal, pericial, etc.) se submetem à preclusão, devendo o acusado requerê-las na defesa escrita.
EXCEÇÕES NA DEFESA ESCRITA
Importante lembrar que as exceções, art. 95, CPP, devem ser apresentadas no prazo para resposta do réu e devem ser autuadas em apartado, de acordo com o art. 111, CPP. 
Alguns esclarecimentos em relação às exceções e suas preclusões. Vejamos.
Exceções dilatórias. Quanto à exceção de suspeição ou de incompetência do juízo a exceção deve ser feita na mesma oportunidade da apresentação da resposta à acusação sob pena de preclusão – art. 108.
	Obs. No Processo Penal, diferente do Processo Civil (art. 112, CPC e súmula 33 do STJ – com a devida ressalva do parágrafo único do art. 112), o juiz pode, de ofício, reconhecer a sua incompetência relativa (art. 109, CPP), por este motivo a preclusão ocorre somente em relação à defesa. 
Porém, o juiz deve proferir tal decisão até antes do início da fase de instrução, a fim de se preservar o princípio da identidade física do juiz, segundo o qual o juiz que presidir a instrução deverá sentenciar a causa (Pacelli).
Questão que leve ao surgimento da parcialidade do juiz em momento posterior ao da resposta não causará preclusão.
Exceções peremptórias. E quanto às exceções que tratem de ilegitimidade de parte, litispendência e coisa julgada, também devem ser opostas no prazo da defesa escrita, porém, é necessário lembrar que não há preclusão porque são matérias de ordem pública e podem ser reconhecidas a qualquer tempo. (arts. 110 c/c art. 396-A § 1º, CPP).
Lembrando:
	• EXCEÇÕES PROCESSUAIS DILATÓRIAS
	Não extinguem o processo, acarretando apenas a dilação de seu procedimento. Exemplo: exceções de incompetência.
	• EXCEÇÕES PROCESSUAIS PEREMPTÓRIAS
	Implicam o encerramento do feito. Exemplo: coisa julgada.
4 - ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
A inserção da defesa escrita logo no início do processo abriu a possibilidade para a consagração do julgamento antecipado da lide com a absolvição sumária, porque no regime anterior mesmo que o magistrado verificasse fatores para encerrar o processo de modo prematuro somente poderia fazê-lo na sentença e não em outro momento processual.
Oferecida à resposta escrita, o juiz poderá absolver sumariamente o réu quando verificar:
Art. 397 e incisos, CPP:
	I - excludente da ilicitude - Acusado agiu de acordo com o Princípio da adequação social ou em legítima defesa (art. 25); Estado de necessidade (art. 24); Estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de um direito(art. 23).
	II - excludente da culpabilidade - Erro de proibição (art. 21); Descriminantes putativas (art. 20, §1º); Coação moral irresistível (art. 22); Obediência hierárquica (art.22).
	III - excludente da tipicidade - Erro de tipo (art. 20); Desistência voluntária (art. 15); Bagatela; Arrependimento eficaz (art. 15); Crime impossível (art. 17)
	IV - extinção da punibilidade - Artigo 107, incisos I a IX do Código Penal Brasileiro: morte do agente; anistia, graça ou indulto; abolitio criminis; prescrição, decadência e perempção e perdão judicial.
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA e INIMPUTABILIDADE
A lei processual penal veda a possibilidade de absolvição sumária para os casos de inimputabilidade do agente, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26, caput CP). 
A proibição tem sentido porque a arguição de inimputabilidade, nessa fase processual, demandaria incidente de insanidade mental, cuja prova pericial precisa ser realizada.
Além disso, seria indicada a aplicação de medida de segurança, o que configuraria absolvição imprópria.
ABSOLVIÇÃO IMPRÓPRIA - É a sentença que declara que o fato cometido é típico e ilícito, mas o autor da infração penal é inimputável. Logo, o autor não precisa de cumprir pena pela conduta ilícita cometida. Cumprirá medida de segurança, sob forma de internação ou de tratamento ambulatorial, conforme expõe o art. 97, CP e o art. 386, parágrafo único, III, CPP.
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA e INIMPUTABILIDADE
Há de se ponderar sobre a questão da inimputabilidade que ela poderia ser alegada para efeitos de absolvição sumária, na hipótese de embriaguez decorrente de caso fortuito ou força maior (art. 28, §1º), já que nessa situação não se trata de absolvição imprópria, nada obstando ao juiz o reconhecimento.
RECURSOS POSSÍVEIS PARA ACUSAÇÃO
APELAÇÃO - Art. 593, I CPP - Nos casos em que o juiz decide o mérito, portanto:
	• Excludente de ilicitude;
	• Excludente de culpabilidade;
	• Excludente de tipicidade.
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - Art. 581 CPP - 	Nos casos em que o juiz não decide o mérito-terminativa- portanto:
	• Extinção da punibilidade.
5 - AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
Não sendo caso de absolvição sumária, o juiz irá designar dia e hora para a audiência no prazo de 60 dias. 
Irá ordenar a intimação das partes, do defensor e, se for o caso, do querelante e do assistente (arts. 399 e 400 do CPP).
O ofendido também deverá ser intimado para a audiência, em conformidade com o art. 201,CPP– alterado pela Lei 11.690/08 – comunicação dos atos processuais ao ofendido.
Procedimentos da Audiência de Instrução e Julgamento:
	1. declarações da vítima;
	2. oitiva de testemunhas (máximo de 8 testemunhas para cada parte);
	3. esclarecimento de peritos, reconhecimentos ou acareações (fase facultativa);
	4. interrogatório do acusado;
	5. diligências (art. 402 a 404);
	6. alegações finais orais (20 minutos, podendo ser prorrogado por mais 10 minutos);
	7. sentença oral.
POSSIBILIDADE DE FRACIONAMENTO DOS ATOS DA AUDIÊNCIA
 1ª No caso da realização de diligências imprescindíveis requeridas e admitidas com fundamento no art. 402, CPP (Art. 404, CPP);
 2ª Quando o juiz reconhecer a complexidade da causa (questões de fato e de direito) ou o excessivo número de acusados (art. 403, § 3º, CPP).
Nas duas situações, será concedido o prazo de 5 dias às partes para a apresentação de memoriais de alegações finais escritas, sentenciando o juiz no prazo de 10 dias (art. 403,
§ 3º, art. 404, parágrafo único, CPP).
DIFERENÇAS ENTRE PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO E SUMÁRIO
		Ordinário
		Quando o crime tiver sanção máxima cominada = ou + 4 anos de pena privativa de liberdade – Art. 394, §1º, I
		AIJ em 60 dias – Art. 400
		8 testemunhas – Art. 401
		Alegações finais orais (regra) e possibilidade de alegações finais escritas (em 5 dias) nos casos de – Art. 403
v  Diligencias
v  Complexidade
v  Número de acusados
		Sumário
		Quando o crime tiver sanção máxima cominada inferior a 4 anos de pena privativa de liberdade – Art. 394, § 1º, II
		AIJ em 30 dias – Art. 531
		5 testemunhas – Art. 532
		Alegações finais orais (única possibilidade prevista em lei) – Art. 534
Contudo, vem se permitindo as alegações finais escritas – Art. 394 § 5º . 
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Enunciados Criminais – www.cnj.jus.br
ENUNCIADO 1 – A ausência injustificada do autor do fato à audiência preliminar implicará em vista dos autos ao Ministério Público para o procedimento cabível.
ENUNCIADO 2 – O Ministério Público, oferecida a representação em Juízo, poderá propor diretamente a transação penal, independentemente do comparecimento da vítima à audiência preliminar (nova redação – XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 3 – Cancelado (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 4 – Substituído pelo Enunciado 38.
ENUNCIADO 5 – Substituído pelo Enunciado 46.
ENUNCIADO 6 – Substituído pelo Enunciado 86 (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 7 – Cancelado.
ENUNCIADO 8 – A multa deve ser fixada em dias-multa, tendo em vista o art. 92 da Lei 9.099/95, que determina a aplicação subsidiária dos Códigos Penal e de Processo Penal.
ENUNCIADO 9 – A intimação do autor do fato para a audiência preliminar deve conter a advertência da necessidade de acompanhamento de advogado e de que, na sua falta, ser-lhe-á nomeado Defensor Público.
ENUNCIADO 10 – Havendo conexão entre crimes da competência do Juizado Especial e do Juízo Penal Comum, prevalece a competência deste.
ENUNCIADO 11 – Substituído pelo Enunciado 80 (XIX Encontro – Aracaju/SE).
ENUNCIADO 12 – Substituído pelo Enunciado 64 (XXIV Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 13 – É cabível o encaminhamento de proposta de transação por carta precatória (nova redação – XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 14 – Substituído pelo Enunciado 79 (XIX Encontro – Aracaju/SE).
ENUNCIADO 15 – Substituído pelo Enunciado 87 (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 16 – Nas hipóteses em que a condenação anterior não gera reincidência, é cabível a suspensão condicional do processo.
ENUNCIADO 17 – É cabível, quando necessário, interrogatório por carta precatória, por não ferir os princípios que regem a Lei 9.099/95 (nova redação – XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 18 – Na hipótese de fato complexo, as peças de informação deverão ser encaminhadas à Delegacia Policial para as diligências necessárias. Retornando ao Juizado e sendo o caso do artigo 77, parágrafo 2.º, da Lei n. 9.099/95, as peças serão encaminhadas ao Juízo Comum.
ENUNCIADO 19 – Substituído pelo Enunciado 48 (XII Encontro – Maceió/AL).
ENUNCIADO 20 – A proposta de transação de pena restritiva de direitos é cabível, mesmo quando o tipo em abstrato só comporta pena de multa.
ENUNCIADO 21 – Cancelado.
ENUNCIADO 22 – Na vigência do sursis, decorrente de condenação por contravenção penal, não perderá o autor do fato o direito à suspensão condicional do processo por prática de crime posterior.
ENUNCIADO 23 – Cancelado.
ENUNCIADO 24 – Substituído pelo Enunciado 54.
ENUNCIADO 25 – O início do prazo para o exercício da representação do ofendido começa a contar do dia do conhecimento da autoria do fato, observado o disposto no Código de Processo Penal ou legislação específica. Qualquer manifestação da vítima que denote intenção de representar vale como tal para os fins do art. 88 da Lei 9.099/95.
ENUNCIADO 26 – Cancelado.
ENUNCIADO 27 – Em regra não devem ser expedidos ofícios para órgãos públicos, objetivando a localização de partes e testemunhas nos Juizados Criminais.
ENUNCIADO 28 – Cancelado (XVII Encontro – Curitiba/PR).
ENUNCIADO 29 – Substituído pelo Enunciado 88 (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 30 – Cancelado.
ENUNCIADO 31 – O conciliador ou juiz leigo não está incompatibilizado nem impedido de exercer a advocacia, exceto perante o próprio Juizado Especial em que atue ou se pertencer aos quadros do Poder Judiciário.
ENUNCIADO 32 – O Juiz ordenará a intimação da vítima para a audiência de suspensão do processo como forma de facilitar a reparação do dano, nos termos do art. 89, parágrafo 1º, da Lei 9.099/95.
ENUNCIADO 33 – Aplica-se, por analogia, o artigo 49 do Código de Processo Penal no caso da vítima não representar contra um dos autores do fato.
ENUNCIADO 34 – Atendidas as peculiaridades locais, o termo circunstanciado poderá ser lavrado pela Polícia Civil ou Militar.
ENUNCIADO 35 – Substituído pelo Enunciado 113 (XXVIII Encontro – Salvador/BA).
ENUNCIADO 36 – Substituído pelo Enunciado 89 (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 37 – O acordo civil de que trata o art. 74 da Lei nº 9.099/1995 poderá versar sobre qualquer valor ou matéria (nova redação – XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 38 – Cancelado (XXXIII Encontro – Cuiabá/MT).
ENUNCIADO 39 – Cancelado (XXXIII Encontro – Cuiabá/MT).
ENUNCIADO 40 – Cancelado (XXXIII Encontro – Cuiabá/MT).
ENUNCIADO 41 – Cancelado.
ENUNCIADO 42 – A oitiva informal dos envolvidos e de testemunhas, colhida no âmbito do Juizado Especial Criminal, poderá ser utilizada como peça de informação para o procedimento.
ENUNCIADO 43 – O acordo em que o objeto for obrigação de fazer ou não fazer deverá conter cláusula penal em valor certo, para facilitar a execução cível.
ENUNCIADO 44 – No caso de transação penal homologada e não cumprida, o decurso do prazo prescricional provoca a declaração de extinção de punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva. (nova redação - XXXVII - Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 45 – Cancelado.
ENUNCIADO 46 – Cancelado.
ENUNCIADO 47 – Substituído pelo Enunciado 71 (XV Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 48 – O recurso em sentido estrito é incabível em sede de Juizados Especiais Criminais.
ENUNCIADO 49 – Substituído pelo Enunciado 90 (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 50 – Cancelado (XI Encontro – Brasília-DF).
ENUNCIADO 51 – A remessa dos autos ao juízo comum, na hipótese do art. 66, parágrafo único, da Lei 9.099/95 (ENUNCIADO 64), exaure a competência do Juizado Especial Criminal, que não se restabelecerá com localização do acusado (nova redação – XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 52 – A remessa dos autos ao juízo comum, na hipótese do art. 77, parágrafo 2º, da Lei 9099/95 (ENUNCIADO 18), exaure a competência do Juizado Especial Criminal, que não se restabelecerá ainda que afastada a complexidade.
ENUNCIADO 53 – No Juizado Especial Criminal, o recebimento da denúncia, na hipótese de suspensão condicional do processo, deve ser precedido da resposta prevista no art. 81 da Lei 9099/95.
ENUNCIADO 54 (Substitui o Enunciado 24) – O processamento de medidas despenalizadoras, aplicáveis ao crime previsto no art. 306 da Lei nº 9503/97, por força do parágrafo único do art. 291 da mesma Lei, não compete ao Juizado Especial Criminal.
ENUNCIADO 55 – Cancelado (XI Encontro – Brasília-DF).
ENUNCIADO 56 – Cancelado (XXXVI Encontro - Belém/PA).
ENUNCIADO 57 – Substituído pelo Enunciado 79 (XIX Encontro – Aracaju/SE).
ENUNCIADO 58 – A transação penal poderá conter cláusula de renúncia á propriedade
do objeto apreendido (XIII Encontro – Campo Grande/MS).
ENUNCIADO 59 – O juiz decidirá sobre a destinação dos objetos apreendidos e não reclamados no prazo do art. 123 do CPP (XIII Encontro – Campo Grande/MS).
ENUNCIADO 60 – Exceção da verdade e questões incidentais não afastam a competência dos Juizados Especiais, se a hipótese não for complexa (XIII Encontro – Campo Grande/MS).
ENUNCIADO 61 – Substituído pelo Enunciado 122 (XXXIII Encontro – Cuiabá/MT).
ENUNCIADO 62 – O Conselho da Comunidade poderá ser beneficiário da prestação pecuniária e deverá aplicá-la em prol da execução penal e de programas sociais, em especial daqueles que visem a prevenção da criminalidade (XIV Encontro – São Luis/MA).
ENUNCIADO 63 – As entidades beneficiárias de prestação pecuniária, em contrapartida, deverão dar suporte à execução de penas e medidas alternativas (XIV Encontro – São Luis/MA).
ENUNCIADO 64 – Verificada a impossibilidade de citação pessoal, ainda que a certidão do Oficial de Justiça seja anterior à denúncia, os autos serão remetidos ao juízo comum após o oferecimento desta (nova redação – XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 65 – Substituído pelo Enuciado 109 (XXV Encontro – São Luís).
ENUNCIADO 66 – É direito do réu assistir à inquirição das testemunhas, antes de seu interrogatório, ressalvado o disposto no artigo 217 do Código de Processo Penal. No caso excepcional de o interrogatório ser realizado por precatória, ela deverá ser instruída com cópia de todos os depoimentos, de que terá ciência o réu (XV Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 67 – A possibilidade de aplicação de suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículos automotores por até cinco anos (art. 293 da Lei nº 9.503/97), perda do cargo, inabilitação para exercício de cargo, função pública ou mandato eletivo ou outra sanção diversa da privação da liberdade, não afasta a competência do Juizado Especial Criminal (XV Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 68 – É cabível a substituição de uma modalidade de pena restritiva de direitos por outra, aplicada em sede de transação penal, pelo juízo do conhecimento, a requerimento do interessado, ouvido o Ministério Público (XV Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 69 – Substituído pelo Enunciado 74 (XVI Encontro – Rio de Janeiro/RJ).
ENUNCIADO 70 – O conciliador ou o juiz leigo podem presidir audiências preliminares nos Juizados Especiais Criminais, propondo conciliação e encaminhamento da proposta de transação (XV Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 71 (Substitui o Enunciado 47) – A expressão conciliação prevista no artigo 73 da Lei 9099/95 abrange o acordo civil e a transação penal, podendo a proposta do Ministério Público ser encaminhada pelo conciliador ou pelo juiz leigo, nos termos do artigo 76, § 3º, da mesma Lei (XV Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 72 – A proposta de transação penal e a sentença homologatória devem conter obrigatoriamente o tipo infracional imputado ao autor do fato, independentemente da capitulação ofertada no termo circunstanciado (XVI Encontro – Rio de Janeiro/RJ).
ENUNCIADO 73 – O juiz pode deixar de homologar transação penal em razão de atipicidade, ocorrência de prescrição ou falta de justa causa para a ação penal, equivalendo tal decisão à rejeição da denúncia ou queixa (XVI Encontro – Rio de Janeiro/RJ).
ENUNCIADO 74 (Substitui o enunciado 69) – A prescrição e a decadência não impedem a homologação da composição civil (XVI Encontro – Rio de Janeiro/RJ).
ENUNCIADO 75 – É possível o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do Estado pela projeção da pena a ser aplicada ao caso concreto (XVII Encontro – Curitiba/PR).
ENUNCIADO 76 – A ação penal relativa à contravenção de vias de fato dependerá de representação (XVII Encontro – Curitiba/PR).
ENUNCIADO 77 – O juiz pode alterar a destinação das medidas penais indicadas na proposta de transação penal (XVIII Encontro – Goiânia/GO).
ENUNCIADO 78 – Substituído pelo Enunciado 80 (XIX Encontro – Aracaju/SE).
ENUNCIADO 79 - Cancelado (XXXVI Encontro - Belém/PA).
ENUNCIADO 80 – Cancelado (XXIV Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 81 – O relator, nas Turmas Recursais Criminais, em decisão monocrática, poderá negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, prejudicado, ou julgar extinta a punibilidade, cabendo recurso interno para a Turma Recursal, no prazo de cinco dias (XIX Encontro – Aracaju/SE).
ENUNCIADO 82 – O autor do fato previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/06 deverá ser encaminhado à autoridade policial para as providências do art. 48, §2º da mesma Lei (XX Encontro – São Paulo/SP).
ENUNCIADO 83 – Ao ser aplicada a pena de advertência, prevista no art. 28, I, da Lei nº 11.343/06, sempre que possível deverá o juiz se fazer acompanhar de profissional habilitado na questão sobre drogas (XX Encontro – São Paulo/SP).
ENUNCIADO 84 – Cancelado (XXXVII Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 85 – Aceita a transação penal, o autor do fato previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/06 deve ser advertido expressamente para os efeitos previstos no parágrafo 6º do referido dispositivo legal (XX Encontro – São Paulo/SP).
ENUNCIADO 86 (Substitui o Enunciado 6) – Em caso de não oferecimento de proposta de transação penal ou de suspensão condicional do processo pelo Ministério Público, aplica-se, por analogia, o disposto no art. 28 do CPP (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 87 (Substitui o Enunciado 15) – O Juizado Especial Criminal é competente para a execução das penas ou medidas aplicadas em transação penal, salvo quando houver central ou vara de penas e medidas alternativas com competência específica (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 88 – Cancelado (XXXIII Encontro – Cuiabá/MT).
ENUNCIADO 89 (Substitui o Enunciado 36) – Havendo possibilidade de solução de litígio de qualquer valor ou matéria subjacente à questão penal, o acordo poderá ser reduzido a termo no Juizado Especial Criminal e encaminhado ao juízo competente (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 90 Substituído pelo Enunciado 112 (XXVII Encontro – Palmas/TO).
ENUNCIADO 91 – É possível a redução da medida proposta, autorizada no art. 76, § 1º da Lei nº 9099/1995, pelo juiz deprecado (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 92 – É possível a adequação da proposta de transação penal ou das condições da suspensão do processo no juízo deprecado ou no juízo da execução, observadas as circunstâncias pessoais do beneficiário (nova redação – XXII Encontro – Manaus/AM).
ENUNCIADO 93 – É cabível a expedição de precatória para citação, apresentação de defesa preliminar e proposta de suspensão do processo no juízo deprecado. Aceitas as condições, o juízo deprecado comunicará ao deprecante o qual, recebendo a denúncia, deferirá a suspensão, a ser cumprida no juízo deprecado (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 94 – A Lei nº 11.343/2006 não descriminalizou a conduta de posse ilegal de drogas para uso próprio (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 95 – A abordagem individualizada multidisciplinar deve orientar a escolha da pena ou medida dentre as previstas no art. 28 da Lei nº 11.343/2006, não havendo gradação no rol (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 96 – O prazo prescricional previsto no art. 30 da Lei nº 11.343/2006 aplica-se retroativamente aos crimes praticados na vigência da lei anterior (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 97 – É possível a decretação, como efeito secundário da sentença condenatória, da perda dos veículos utilizados na prática de crime ambiental da competência dos Juizados Especiais Criminais (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 98 – Os crimes previstos nos artigos 309 e 310 da Lei nº 9503/1997 são de perigo concreto (XXI Encontro – Vitória/ES).
ENUNCIADO 99 – Nas infrações penais em que haja vítima determinada, em caso de desinteresse desta ou de composição civil, deixa de existir justa
causa para ação penal (nova redação – XXIII Encontro – Boa Vista/RR).
ENUNCIADO 100 – A procuração que instrui a ação penal privada, no Juizado Especial Criminal, deve atender aos requisitos do art. 44 do CPP (XXII Encontro – Manaus/AM).
ENUNCIADO 101 – É irrecorrível a decisão que defere o arquivamento de termo circunstanciado a requerimento do Ministério Público, devendo o relator proceder na forma do ENUNCIADO 81 (XXII Encontro – Manaus/AM).
ENUNCIADO 102 – As penas restritivas de direito aplicadas em transação penal são fungíveis entre si (XXIII Encontro – Boa Vista/RR).
ENUNCIADO 103 – A execução administrativa da pena de multa aplicada na sentença condenatória poderá ser feita de ofício pela Secretaria do Juizado ou Central de Penas (XXIV Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 104 – A intimação da vítima é dispensável quando a sentença de extinção da punibilidade se embasar na declaração prévia de desinteresse na persecução penal (XXIV Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 105 – É dispensável a intimação do autor do fato ou do réu das sentenças que extinguem sua punibilidade (XXIV Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 106 – A audiência preliminar será sempre individual (XXIV Encontro – Florianópolis/SC).
ENUNCIADO 107 – A advertência de que trata o art. 28, I da Lei n.º 11.343/06, uma vez aceita em transação penal pode ser ministrada a mais de um autor do fato ao mesmo tempo, por profissional habilitado, em ato designado para data posterior à audiência preliminar (XXIV Encontro – Florianópolis/SC)ENUNCIADO 108 – O Art. 396 do CPP não se aplica no Juizado Especial Criminal regido por lei especial (Lei nº. 9.099/95) que estabelece regra própria (XXV Encontro – São Luís/MA).
ENUNCIADO 109 – Substitui o Enunciado 65 – Nas hipóteses do artigo 363, § 1º e § 4º do Código de Processo Penal, aplica-se o parágrafo único do artigo 66 da Lei nº 9.099/95 (XXV Encontro – São Luís/MA).
ENUNCIADO 110 – No Juizado Especial Criminal é cabível a citação com hora certa (XXV Encontro – São Luís/MA).
ENUNCIADO 111 – O princípio da ampla defesa deve ser assegurado também na fase da transação penal (XXVII Encontro – Palmas/TO).
ENUNCIADO 112 (Substitui o Enunciado 90) – Na ação penal de iniciativa privada, cabem transação penal e a suspensão condicional do processo, mediante proposta do Ministério Público (XXVII Encontro – Palmas/TO).
ENUNCIADO 113 (Substitui o Enunciado 35) – Até a prolação da sentença é possível declarar a extinção da punibilidade do autor do fato pela renúncia expressa da vítima ao direito de representação ou pela conciliação (XXVIII Encontro – Salvador/BA).
ENUNCIADO 114 – A Transação Penal poderá ser proposta até o final da instrução processual (XXVIII Encontro – Salvador/BA).
ENUNCIADO 115 – A restrição de nova transação do art. 76, § 4º, da Lei nº 9.099/1995, não se aplica ao crime do art. 28 da Lei nº 11.343/2006 (XXVIII Encontro – Salvador/BA).
ENUNCIADO 116 – Na Transação Penal deverão ser observados os princípios da justiça restaurativa, da proporcionalidade, da dignidade, visando a efetividade e adequação (XXVIII Encontro – Salvador/BA).
ENUNCIADO 117 – A ausência da vítima na audiência, quando intimada ou não localizada, importará renúncia tácita à representação (XXVIII Encontro – Salvador/BA).
ENUNCIADO 118 – Somente a reincidência especifica autoriza a exasperação da pena de que trata o parágrafo quarto do artigo 28 da Lei nº 11.343/2006 (XXIX Encontro – Bonito/MS).
ENUNCIADO 119 – É possível a mediação no âmbito do Juizado Especial Criminal (XXIX Encontro – Bonito/MS).
ENUNCIADO 120 – O concurso de infrações de menor potencial ofensivo não afasta a competência do Juizado Especial Criminal, ainda que o somatório das penas, em abstrato, ultrapasse dois anos (XXIX Encontro – Bonito/MS).
ENUNCIADO 121 – As medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP e suas consequências, à exceção da fiança, são aplicáveis às infrações penais de menor potencial ofensivo para as quais a lei cominar em tese pena privativa da liberdade (XXX Encontro – São Paulo/SP).
ENUNCIADO 122 (Substitui o Enunciado 61) – O processamento de medidas despenalizadoras previstas no artigo 94 da Lei 10.741/03, relativamente aos crimes cuja pena máxima não supere 02 anos, compete ao Juizado Especial Criminal (XXXIII Encontro – Cuiabá/MT).
ENUNCIADO 123 – O mero decurso do prazo da suspensão condicional do processo sem o cumprimento integral das condições impostas em juízo não redundará em extinção automática da punibilidade do agente (XXXIII Encontro – Cuiabá/MT).
ENUNCIADO 124 – A reincidência decorrente de sentença condenatória e a existência de transação penal anterior, ainda que por crime de outra natureza ou contravenção, não impedem a aplicação das medidas despenalizadoras do artigo 28 da Lei 11.343/06 em sede de transação penal (XXXIII Encontro – Cuiabá/MT).
ENUNCIADO 125 - É cabível, no Juizado Especial Criminal, a intimação por edital da sentença penal condenatória, quando não localizado o réu (XXXVI Encontro - Belém/PA)
ENUNCIADO 126 -A condenação por infração ao artigo 28 da Lei 11.343/06 não enseja registro para efeitos de antecedentes criminais e reincidência. (XXXVII ENCONTRO - FLORIANÓPOLIS/SC).
ENUNCIADO 127 - A fundamentação da sentença ou do acórdão criminal poderá ser feita oralmente, em sessão, audiência ou gabinete, com gravação por qualquer meio eletrônico ou digital, consignando-se por escrito apenas a dosimetria da pena e o dispositivo’ (XL Encontro - Brasília-DF).
AULA 06 - PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO.docx
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO - Lei 9.099/95
Aula 06
JUIZADOS ESPECIAIS
A Constituição Federal estatuiu em seu art. 98, I, que a União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau.
Lei 9099/95 regulamentou o dispositivo constitucional e definiu o conceito de infração de menor potencial ofensivo: 
	Art. 61 - “Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 01 (um) ano, excetuados os casos em que a lei preveja procedimento especial.”
Assim, todas as contravenções estavam abarcadas, bem como os crimes com pena máxima de um ano e não sujeitos a rito especial do CPP ou leis extravagantes (por exemplo: crimes contra a honra e tóxicos).
LEI 10259/01
A Lei 10259/01, derrogou o conceito imposto no art. 61 da Lei 9099/95.
	
	Art. 2º, parágrafo único - “Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, ou multa”.
Com a nova redação, o campo de incidência dos institutos despenalizadores (composição civil de danos e transação penal) – até então restritos às contravenções penais em geral e crimes submetidos a procedimento comum do CPP apenados até um ano de pena privativa de liberdade, para abranger, também, os crimes apenados até dois anos, ou multa, independentemente do rito processual previsto.
 
CONCEITO DE INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
São infrações penais de menor potencial ofensivo todas as contravenções penais (independentemente da pena máxima cominada – veja-se, por exemplo, o art. 45 do Decreto-Lei nº. 6.259/44) e todos os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, independentemente da previsão de procedimento especial.
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS – Arts. 3º e 62
Celeridade - significa que todos serão realizados na audiência de
instrução e julgamento sem adiamentos. 
Economia Processual orienta no sentido de que os atos processuais devem ser concentrados em audiência única. 
Informalidade, adotando o diploma o princípio da instrumentalidade das formas, busca-se o fim colimado pelo ato e não o meio utilizado para sua consecução, por exemplo:
	 a) intimação de testemunhas por aviso de recebimento, telefone, fax, e-mail;
	 b) intimação do advogado constituído ou dativo e do MP pode ser feita pela imprensa (art. 82, § 4º), afastando-se a pessoal prevista no CPP, art. 370, § 4º; 
	c) citação pessoal na sede do Juizado, somente quando necessário será feita por mandado. 
Oralidade - compreende a possibilidade de os atos processuais serem gravados por fita magnética (art. 65, § 3º); representação em crimes de ação pública condicionada, queixa-crime em ação penal privada e denúncia em ação pública podem ser orais, tal qual a sentença e os embargos de declaração.
COMPETÊNCIA
Teoria da ubiquidade (CP, art. 6º) - Tanto o juiz do local da ação como do resultado podem processar e julgar as infrações.
Alguns defendem que a Lei 9099/95 adotou a Teoria da Atividade na redação do art. 63, por utilizar a expressão lugar em que foi praticada.
Contudo, se o art. 6º, do Código Penal prevê como local do crime, tanto o da conduta como o do resultado, este posicionamento deve se estender aos Juizados.
ÂMBITO DE INCIDÊNCIA
O diploma tem aplicabilidade a todas as justiças (comum: estadual e federal; especial: eleitoral). 
Não atinge a Justiça Militar, consoante expressa disposição do art. 90-A da Lei 9.099/95
ATOS PROCESSUAIS
São públicos com as restrições constitucionais (CF, art. 5º, LX, e 93, IX) e do CPP (art. 792, § 1º), podendo ser implementados em qualquer horário e em qualquer dia, inclusive sábados e domingos, observada a Lei de Organização Judiciária correspondente. 
Atingindo sua finalidade, serão considerados válidos, não se decretando nulidades (art. 65, § 1º). 
Recorde-se que o princípio da instrumentalidade das formas é plenamente aplicável, ou seja, o que importa é o ato processual atingir o seu desiderato para ser válido, pouco importa sua forma.
Citação (arts. 66 e 68): Inexiste a citação por edital no Juizado Especial Criminal, só pessoal.
Sem esta, desloca-se competência para a justiça comum.
Intimações (arts. 67 e 68). As intimações ou notificações são permitidas por qualquer meio válido (princípio da informalidade). Assim, a intimação pode ser feita por correspondência com A. R., por oficial de justiça, fax, telefone, e-mail etc.
FASE POLICIAL
Termo circunstanciado (art. 69): a autoridade policial lavrará o termo e encaminhará ao Juizado o autor do fato e a vítima, requisitando os exames periciais necessários. 
Direito Público Subjetivo (art. 69, parágrafo único). É vedada a prisão em flagrante ou exigência de fiança se o autor do fato se comprometer a comparecer ao Juizado.
FASE PRELIMINAR
A Fase Preliminar é regida pelos Princípios da oportunidade ou da discricionariedade controlada, limitada ou regrada. 
Em crimes de ação pública, o MP tem a faculdade de transacionar, abolindo-se a obrigação de oferecer denúncia.
AUDIÊNCIA PRELIMINAR
Arts. 72 a 74 - Audiência concentrada, que exige o comparecimento do autor do fato, da vítima (se for o caso) e seus advogados, do órgão ministerial e do Magistrado, na qual a Lei prevê dois momentos processuais distintos.
No primeiro momento, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da também da possibilidade de aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.
Composição Civil de Danos - A composição civil de danos em crimes de ação penal privada e pública condicionada à representação gera repercussão nos campos penal e civil.
Deve ser realizada na presença e pelas partes com seus advogados e responsável civil, se necessário. 
Do ajuste entre as partes, assessoradas por advogados e mediante o acompanhamento do Ministério Público, na qualidade de fiscal da lei, lavrar-se-á termo a ser homologado, por sentença, pelo Juiz. 
A sentença homologatória é válida como título executivo judicial e é irrecorrível.
Consequências da composição civil de danos: renúncia tácita ao direito de queixa ou de representação com a extinção da punibilidade do autor do fato (art. 74, parágrafo único). 
A composição civil em crime de ação pública incondicionada traz unicamente solução total ou parcial de evitar nova demanda no âmbito civil, porque não impedirá no campo penal a sequência do procedimento.
Não composição civil - Não chegando as partes a nenhum acordo, se crime de ação privada, deve o juiz indagar ao querelante se oferece proposta de transação; em caso negativo, deve o mesmo oferece queixa oral. 
Se crime de ação pública condicionada à representação, sem acordo, imediatamente o juiz indagará o ofendido se deseja representar, o que será reduzido a escrito. 
Não o querendo naquele momento, será cientificado que poderá fazê-lo no prazo de seis meses (CPP, art. 38 e CP, art. 103) contados da data que teve ciência da autoria do fato. 
Transação penal - Direito público subjetivo do autor do fato de não sofrer pena privativa de liberdade. 
No entanto, na Ação Penal Pública Incondicionada e na Condicionada, a legitimação exclusiva do órgão ministerial impõe que se aguarde sua manifestação durante a audiência preliminar. Fá-lo-á, quando presentes requisitos objetivos e subjetivos favoráveis do art. 76. 
	
Se o MP se recusar, segundo entendimento prevalente nos Tribunais Superiores, não pode o juiz ofertar de ofício, pois não é parte, devendo o autor do fato impetrar habeas corpus ou o Magistrado aplicar o art. 28 do CPP – em analogia ao disposto na Súmula 696 do STF. 
	
E em ação penal privada, quem tem legitimidade para transacionar? 
1ª posição – STJ e alguns doutrinadores 
	A titularidade é do querelante, a ele cabe a propositura da transação, porque da mesma forma que este tem a titularidade da ação, também o tem no que diz respeito à transação penal; 
Apn 634 (2010/0084218-7 STJ); Resp 134213 (2011/0208321 STJ); 
2ª posição - Tribunal de Justiça do Distrito Federal
	 A titularidade é do Ministério Público, pois a transação penal consiste numa forma de punição, a que somente tem legitimidade o Estado, que detém o jus puniendi e o jus persequendi. 
 Se o querelante neste momento manifestasse sua opinião poderia estar usando de vingança privada, o que é inadmissível quando a intenção é, muito além dessa, a correção do infrator e sua ressocialização. 
O MP é parte legítima para ofertar a transação penal nas ações penais privadas, pois é ele quem tem, originalmente, o dominus litis, e, após a expressão de vontade da vítima em oferecer a queixa, o Parquet tem de volta a tutela da causa, podendo por ele oferecer transação, afastando a vingança privada, usando o princípio da igualdade e a analogia in bonam partem do artigo 76 da Lei n. 9.099/1995.
	- Na ação penal de Iniciativa Privada - o juiz indaga ao querelante se deseja oferecer proposta (princípios da disponibilidade e da oportunidade);
	- caso se negue, o feito prossegue com oferecimento de queixa-crime; 
	- se fizer a mesma será submetida ao querelado e seu patrono (o MP tem atividade exclusiva de custos legis, pois o Estado conferiu a legitimidade exclusiva ao particular de acionar o autor do fato em crimes de natureza privada).
- Em ambos os casos (Ação Penal Pública Incondicionada ou Condicionada e na Ação Penal Pública Privada) - se o Autor do Fato ou o Querelado aceitar a proposta da
Transação Penal, será proferida a Sentença homologatória cuja natureza é condenatória imprópria, porque embora imponha pena não privativa de liberdade ou multa, não gera qualquer efeito penal.
	
SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA DE TRANSAÇÃO PENAL
Efeitos da sentença: 
	- não gera reincidência e nem constará de registros criminais;
	- impõe limitações quanto ao cumprimento da pena imposta;
	- impedi nova transação no prazo de cinco anos. 
	- Não gera efeitos de natureza civil, impondo o ajuizamento da ação de conhecimento no juízo respectivo (Juizado Especial Cível ou Justiça Comum).
	- em caso de descumprimento da pena imposta - SÚMULA VINCULANTE – 35 (Não faz coisa julgada material)
É possível a reabilitação penal? 
O pedido de reabilitação não guarda compatibilidade com a sentença de transação penal, em que pese o caráter penal da sanção consentida, pois a sentença não é genuinamente condenatória e tampouco gera efeito civil ou penal.
A transação interrompe a prescrição? 
A sentença homologatória não suspende ou interrompe o prazo prescricional que vem sendo contado desde a data do fato. Somente o recebimento da denúncia/queixa-crime oral ou escrita é que interrompe (CP, art. 117, I).
	
RECURSO A SER INTERPOSTO DA SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA DE TRANSAÇÃO PENAL
Caberá sempre RECURSO DE APELAÇÃO, da sentença homologatória de transação penal.
Exceções: da não-homologação judicial da transação, admite-se mandado de segurança pelo MP e habeas corpus pelo autor do fato ou pelo MP em seu favor.
	
Não aceitação da Transação Penal / Procedimento Sumaríssimo
Somente se ingressará no procedimento propriamente dito se não houve acordo entre as partes ou entre o autor do fato e o MP, quando então o querelante ofertará queixa oral ou o MP denúncia oral. 
Neste momento, o autor do fato é citado pessoalmente e intimado para audiência de instrução e julgamento em data a ser marcada pelo juiz. 
A competência dos Juizados pode ser alterada, nos seguintes casos: quando for necessária a citação por edital; e quando o fato for complexo ou as circunstâncias do caso não permitirem o oferecimento de denúncia, sendo o feito encaminhado para a vara comum (art. 77, § 2º). 
	Ex.: autor do fato com provável doença mental, desenvolvimento mental ou retardado que necessita ser submetido a perícia médica. 
AUDIÊNCIA DO RITO SUMARÍSSIMO
	Na impossibilidade de composição civil de danos ou de transação penal porque o autor do fato, regularmente intimado, deixou de comparecer à audiência preliminar, tentar-se-á a aplicação dos institutos despenalizadores, a fim de se evitar a ação penal (art. 79). 
Do Procedimento 
Antes do recebimento da denúncia, o juiz dará a palavra ao defensor para sua resposta prévia à acusação. 
Em seguida, decide pelo recebimento ou rejeição, inclusive para eventual proposta de sursis processual. 
Se a inicial for rejeitada, caberá ao autor da ação penal recorrer via apelação (art. 82); 
Sendo recebida, o juiz avaliará a possibilidade de ser proposto o sursis processual pelo acusador. 
Se o MP se negar, caso o Juiz entenda estarem presentes os requisitos legais, pode se valer da aplicação analógica do art. 28 do CPP. 
Se, em ação privada, o querelante se negar, o juiz dará o devido prosseguimento, pois não pode se substituir às partes, oferecendo a suspensão condicional do processo ao acusado/querelado.
Se não for aceita a suspensão, inicia-se a instrução propriamente dita com o juiz inquirindo a vítima, testemunhas de acusação e defesa, e interrogando o réu, ao final.
Em seguida passa aos debates orais e prolata sentença. 
Qual é o número máximo de testemunhas permitido? 
O teor do enunciado 28 dos Juizados Especiais Criminais estabelece que "Em se tratando de contravenção as partes poderão arrolar até três testemunhas, e em se tratando de crime o número admitido é de cinco testemunhas, mesmo na hipótese de concurso de crimes.“
SENTENÇA NO RITO SUMARÍSSIMO
A sentença prescinde de relatório, mas deve trazer a fundamentação e o dispositivo. A fundamentação decorre de imperativo constitucional para todas as decisões judiciais (CF, art. 93, IX). 
A ausência de relatório se coaduna com a celeridade e informalidade/simplicidade dos atos processuais (art. 81, § 3º c.c. os arts. 3º e 62).
DOS RECURSO NO RITO SUMARÍSSIMO
	
Os Recursos cabíveis contra sentença são:
	- Recurso de Apelação (art. 82);
	- Embargos de declaração para aclarar o sentido de sentença ou acórdão da Turma Recursal (art. 83 § 2º);
Apelação. A apelação deve ser interposta no prazo de dez dias, em peça única com as razões e o pedido do recorrente. 
São legitimados todos os integrantes da relação processual controvertida, a saber: MP/querelante, assistente e réu. 
O recorrido também terá dez dias para contra-arrazoar. 
Em seguida, o recurso subirá para a Turma Recursal da circunscrição ou Tribunal de Justiça, na falta daquela. 
Na esfera federal, o recurso será encaminhado para a Turma Recursal Federal ou Tribunal Regional Federal, na falta daquela.
Embargos de Declaração. Admissível contra sentença ou acórdão quando houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida. 
Pode ser interposto oral (no ato da publicação da sentença) ou por escrito no prazo de cinco dias e INTERROMPE o prazo para o recurso de apelação.
Recurso em Sentido Estrito. Conquanto não previsto em lei, os Tribunais vêm admitindo este recurso na hipótese de concessão ou indeferimento do sursis processual (art. 581, XVI);
 Por desdobramento natural do recurso em sentido estrito denegado, de se admitir a carta testemunhável.
Na fase de execução da pena é cabível o agravo em execução (LEP, art. 197) no prazo de 5 dias (STF 700)
Quais são os recursos cabíveis das decisões proferidas pelas Turmas Recursais? 
	Somente são admitidos os embargos de declaração (Lei 9099/95, art. 83) e o recurso extraordinário (Súmula 640 do STF). 
	Não se admitem embargos infringentes, recurso ordinário e nem recurso especial (Súmula 203 do STJ).
Os mandados de segurança e habeas corpus impetrados contra atos de juízes singulares devem ser dirigidos às Turmas Recursais, porém se houver coação atribuída a integrante da Turma Recursal, o competente para dirimi-la é o TRIBUNAL DE JUSTIÇA OU TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 
Súmula 690 (não aplicação/superada)
 “Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas corpus contra decisão de turma recursal de juizados especiais criminais”. 
(Mudança de posicionamento do STF - Julgamento HC 86.834 – competência para julgamento de HC contra decisão de turma recursal será dos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais.)
TURMAS RECURSAIS
O art. 41, § 1º da Lei 9.099/95 determina:
O recurso será julgado por uma turma composta por 3 (três) juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
Como se vê, a 2ª instância é composta por grupos (Turmas) de 3 juízes de 1º grau. 
OBSERVAÇÕES
TRANSAÇÃO PENAL – Art. 76 da Lei 9.099/95
“As consequências jurídicas extrapenais previstas no artigo 91 do Código Penal são decorrentes de sentença condenatória. Tal não ocorre, portanto, quando há transação penal, cuja sentença tem natureza meramente homologatória, sem qualquer juízo sobre a responsabilidade criminal do aceitante. As consequências geradas pela transação penal são essencialmente aquelas estipuladas por modo consensual no respectivo instrumento de acordo”. 
(STF – 28.05.2015)

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