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Livro de Análise e controle de qualidade de Alimentos para animais em ELABORAÇÃO

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MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES: 
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR 
 
ANÁLISE E CONTROLE DE QUALIDADE DOS 
ALIMENTOS PARA ANIMAIS: 
TEORIA E PRÁTICA 
 
 
Autor 
 
Luiz Carlos Machado 
 
 
 
 
 
Colaboradores 
Sandra 
Daviane 
Elizângela 
Marcelo 
Mariana 
Mariele 
Matheus 
Tiago 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES: 
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
A determinação dos constituintes alimentares é de extrema importância para 
determinação do valor nutritivo dos alimentos, possibilitando assim o equilíbrio 
eficiente das dietas oferecidas aos animais. Para controle de qualidade dos ingredientes 
e produtos acabados (rações), essas análises constituem importante ferramenta. 
Uma grande evolução foi realizada no ano de 1864, na estação experimental de 
Wende, quando foram desenvolvidas as análises proximais. Grande parte dessa 
metodologia proposta é ainda hoje utilizada, com exceção do método para determinação 
da proteína bruta. As análises comumente realizadas são matéria seca (MS), proteína 
bruta (PB), gordura ou extrato etéreo (EE), fibra bruta (FB), cinzas ou matéria mineral 
(MM) e extrato não nitrogenado (ENN) sendo esta determinada pela diferença entre o 
conteúdo total e os demais constituintes alimentares pré-determinados. Algumas críticas 
são feitas a esse método tradicional. Primeiramente, este método analisa grupos de 
compostos, muitas vezes de diferentes características químicas. O termo proteína bruta 
inclui uma série de compostos nitrogenados que não formam aminoácidos. A análise de 
fibra quantifica substâncias com diferentes propriedades nutricionais, sendo o conteúdo 
real de fibra subestimado. Além disso, pode ser constatado que a análise de extrato 
etéreo não quantifica somente triglicerídeos e sim substâncias solúveis em éter, 
contabilizando pigmentos, ceras, dentre outros compostos. Assim, do ponto de vista 
nutricional, a metodologia proposta na estação experimental de Wende, em 1864, 
apresenta limitações. Para calculo dos nutrientes digestíveis totais (NDT), bem como 
para controle de qualidade das indústrias de rações, as análises proximais continuam 
sendo utilizadas. Para melhor quantificação do conteúdo real de fibra e do parcelamento 
desse grupo em substancias melhor definidas quimicamente, o químico Van Soest 
propôs o uso de detergentes. Esse método permite a quantificação de substâncias 
presentes na fibra como lignina, celulose, hemicelulose, dentre outras. 
 
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES: 
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR 
 
 
Figura 01 - Proposta da divisão bromatológica do alimento conforme a metodologia de Wende 
Outras técnicas instrumentais também são comumente utilizadas na avaliação 
desses alimentos, merecendo destaque a cromatografia líquida ou gasosa, absorção 
atômica, espectrofotometria no infravermelho próximo (NIRS) e calorimetria. Esses 
métodos instrumentais possibilitaram grande evolução no estudo da nutrição animal, 
dentre outras áreas do conhecimento. 
Hoje na moderna indústria da alimentação animal existem inúmeros testes que 
auxiliam os nutricionistas na avaliação dos alimentos. Podemos destacar a atividade 
ureática, a solubilidade em KOH, a digestibilidade em pepsina, dentre outros. 
Principalmente na pesquisa, os métodos de digestibilidade in vitro vem ganhando 
destaque por serem rápidos, práticos, apresentarem baixo custo para execução e não 
necessitarem da manutenção de grande número de animais vivos. Os testes físicos 
aplicados à matéria prima e produtos acabados também são de extrema importância se 
destacando a determinação da granulometria e análises microscópicas, técnica esta que 
vem ganhando espaço nas fábricas de rações, haja vistas a facilidade de implantação e 
aplicabilidade. Para recepção de matérias primas, os testes físicos e organolépticos são 
também utilizados. É necessário verificar o conteúdo de grãos fora da normalidade 
(avariados) de toda a carga de grãos que chega a granel. 
Merece destaque também os armazenamentos, das matérias primas e produtos 
acabados, pois podem sofrer alterações de ordem química alterando o valor nutricional. 
Grande parcela da sociedade atual se mostra extremamente preocupada com a 
segurança dos alimentos consumidos. Em passado recente, houve vários acontecimentos 
que despertaram maior nível de cobrança para com os estabelecimentos fabricantes de 
rações. Assim, hoje há obrigatoriedade da implantação de sistemas que garantam a 
qualidade final do produto acabado. Destacamos as Boas Práticas de Fabricação (BPF), 
sendo exigência do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) para 
todos os estabelecimentos que comercializam rações no Brasil. Além disso, existe 
grande quantidade de documentos legais que ditam como proceder para registro de 
fábricas, produtos, dentre outros. 
 
 
 
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES: 
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR 
 
 
 
 
Aula prática 01 - Vidrarias, equipamentos e preparo de soluções 
 
Objetivo: Dotar o aluno de condições para reconhecimento e utilização das principais 
vidrarias e equipamentos utilizados no laboratório de nutrição animal, bem como dotar 
o aluno de senso crítico para preparo de soluções. 
 
Parte 01 - Principais vidrarias e equipamentos 
Procure identificar as vidrarias listadas abaixo. Escreva a frente do desenho a 
principal função da vidraria/equipamento. Se possível, faça o desenho da vidraria. 
 Béquer 
 Erlenmeyer 
 Balão volumétrico 
 Proveta 
 Pipeta volumétrica e graduada 
 Pêra 
 Funil de vidro 
 Bico de bulsen, tripé de ferro e tela de amianto 
 Cadinho de porcelana 
 Cadinho filtrante 
 Vidro de relógio 
 Dessecador 
 Bureta 
 Kitasato 
 Bastão de vidro 
 Pinça metálica 
 Condensador 
 Espátula 
 Estufa 
 Mufla 
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LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR 
 
 Capela de exaustão de gases 
 Balança analítica 
 Bomba a vácuo 
 
Parte 02 - Preparo de soluções 
 Para o preparo da solução indicada, tente não utilizar fórmulas. Primeiramente 
calcule a quantidade de massa a ser pesada. Verifique quanto pesa um mol daquela 
substância. A partir de uma regra de três, verifique qual a massa necessária para a 
molaridade desejada. A partir de outra regra de três, verifique qual a massa necessária 
para a quantidade de solução que irão preparar. Qualquer dúvida recorra ao professor. 
 Após a pesagem em balança analítica, dissolva o material e transfira para o balão 
volumétrico adequado, completando o volume conforme a marcação do balão. Após 
transfira para o frasco de vidro adequado e identifique, colocando na etiqueta o nome da 
solução, concentração, data do preparo e o nome do responsável pelo preparo. 
 
Prepare a quantidade de solução indicada pelo professor conforme seu grupo: 
Grupo 01 - 250 ml de solução NaCl (Cloreto de sódio) 0,5 mol/l 
Grupo 02 - 500 ml de solução de NaCl (Cloreto de sódio) 0,1 mol/l 
Grupo 03 - 250 ml de solução de C8H5KO4 (Biftalato de potássio) 0,25 mol/l 
Grupo 04 - 500 ml de solução de C8H5KO4 (Biftalato de potássio) 0,1 mol/l 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR 
 
 
 
 
 
 
Exercícios propostos 
1) Conforme relatado, as análises proximais propostas na estação de Wende foram 
extremamente importantes para o desenvolvimento inicial do processo nutritivo. 
Como a composição dos alimentos poderá ser determinada a partir dessas 
análises? Faça um esquema. 
2) Quais as finalidades de realizarmos análises nos alimentos?Explique. 
3) Descreva a função de todas as vidrarias/equipamentos utilizados durante o 
preparo da solução, realizado por seu grupo. 
4) Você pretende preparar 2 litros de solução de NaOH (hidróxido de sódio) 0,25 
mol/l. Quanto da base será pesado na balança analítica? Tente resolver sem 
utilizar fórmulas. 
Dado: PM sódio: 23; PM oxigênio: 16; PM hidrogênio: 1. 
5) Você pretende preparar 1 litro de solução HCl, 0,1 mol/l. Qual o volume 
necessário de HCl concentrado para preparo dessa solução? 
Dado: PM cloro: 35,5; densidade do HCl concentrado: 1,18g/ml; puresa do HCl 
concentrado: 37%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2) AMOSTRAGEM E PREPARO DO MATERIAL 
Em todo processo analítico, a amostragem têm papel fundamental. A 
amostragem representa o conjunto de técnicas necessárias para garantia da 
representatividade da amostra. Nas fábricas de ração é comum a recepção de grandes 
quantidades de milho, farelo de soja etc. Somente uma pequena quantidade será enviada 
ao laboratório e assim, temos que garantir que essa amostra seja representativa de todo o 
lote recebido. Caso haja erro no processo de amostragem, os resultados analíticos 
estarão comprometidos e assim a qualidade do produto acabado poderá ser inferior. É 
importante salientar que o colaborador responsável pela amostragem deve ser dotado de 
bom senso para se obter a representatividade desejada. 
Para amostragem em sacarias de farelo de soja, farelo de trigo, etc, pode-se usar 
calador em 3 diferentes pontos (superior, médio e inferior), no sentido diagonal. O 
número de embalagens amostradas é variável e poderá ser considerado a proposta 
abaixo: 
Tabela 01 - Proposta para amostragem de sacarias 
Tamanho da amostra Procedimento 
Lotes de 1-4 embalagens Amostrar 5 ou mais pontos 
Lotes de 5-10 embalagens Amostrar todas as unidades 
Lotes > 11 embalagens Amostrar 10 unidades 
Embalagens < 5,0 kg 1 unidade é suficiente 
Fonte: Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal (2005) 
Para amostragem em produtos a granel como milho e sorgo, que normalmente 
chegam em carretas, pode-se usar sonda de profundidade em pelo menos 10 pontos de 
coleta distintos ao longo do veículo conforme mostrado a figura 02 e 03. Esse 
procedimento é necessário, pois pode haver separação do milho de diferentes 
densidades durante o transporte além de que fornecedores não idôneos podem 
“esconder” material de baixa qualidade embaixo do material de melhor qualidade. 
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A figura seguinte apresenta os principais pontos a serem coletados para aqueles 
que contenham carga com mais de 1,20m de profundidade, ou mais de 8 aberturas do 
calador preenchidos. 
 
 FIGURA 02 – caminhões ou caçambas de fundo chato 
 
A figura seguinte apresenta os principais pontos a serem coletados para aqueles 
que contenham carga com menos de 1,20m de profundidade, ou menos de 8 aberturas 
do calador preenchidos. 
 
 
FIGURA 03 – caminhões ou carretas parcialmente carregadas 
 
Após a coleta da amostra, poderá haver grande quantidade de material que 
deverá ser reduzida para ser enviada ao laboratório. Assim, uma segunda amostragem é 
necessária. Deve-se lembrar que neste processo o principal critério é o bom sendo. 
Pode-se ser utilizado um quarteador do tipo “Johnes” para divisão dessa amostra de 
forma a garantir a representatividade. Pode ser utilizada também uma cartolina onde, 
após dobras que garantirão a mistura do material, uma parcela poderá ser utilizada. 
 
FIGURAS QUARTEADOR E CARTOLINA 
 
Após todo o processo de amostragem, uma quantidade suficiente de amostra 
deve ser enviado para análise (500 g). Outra quantidade poderá ser armazenada como 
contra-prova, por um período mínimo de três meses. Este procedimento é necessário, 
pois possibilita a rastreabilidade do produto em caso de não conformidade. Após, deve-
se identificar, rotular, levar rapidamente ao laboratório e proceder conforme as normas. 
Para essa identificação, informações gerais sobre a coleta devem ser colocadas, tais 
como data, local, fabricante, nome do responsável, observações, etc. Caso não seja 
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possível a análise imediata, pode-se acondicionar em congelador a temperatura de -5 a -
10°C. 
Para a análise, toda amostra deve ter sido moída, em partículas menores que 1 
mm. Para isso usa-se peneira de 1 mm ou 16 mesh. Este procedimento é necessário para 
garantir maior homogeneidade da amostra. Assim, todo o material deve passar 
primeiramente por um moinho. Para essa operação pode ser utilizado moinho de facas, 
moinho de bolas, etc. Pode acontecer do material não ser completamente moído para 
passar na peneira de 1 mm. Isso é muito comum de acontecer quando se trabalha com 
forragens ou fezes de animais hervívoros. Neste caso o material não moído deverá ser 
incorporado ao material moído e uma homogeneização da amostra deverá ser realizada 
toda vez que for necessária pesagem da amostra para análise. Caso o material que não 
passou na peneira seja descartado, o conteúdo de nutrientes será diferente do real, pois a 
fração não moída apresenta constituição diferente da facilmente moída, sendo a primeira 
normalmente extremamente lignificada. 
Deve-se chamar atenção ao fato de que para moagem a amostra não deve ter alta 
umidade (>20%), pois caso haja, o moinho irá “embuxar”. Assim, amostras que contêm 
alta umidade deverão sempre sofrer processo de pré-secagem. Em laboratórios de 
nutrição animal, esse procedimento é normalmente realizado quando se faz análise de 
plantas forrageiras, carcaças e excretas de animais. 
A pré-secagem consiste em se deixar o material numa estufa com circulação de 
ar forçada, durante 72 horas, a 60°C. Como a umidade deverá ser quantificada, deverá 
se pesar (precisão de 0,1g) a amostra antes e após o procedimento. Pode-se usar 
bandejas descartáveis ou sacos de papel perfurados (forragem). Após 72 h retira-se o 
material e deixa-se resfriar por pelo menos 30 minutos. Um amplo cuidado deve ser 
aplicado ao controle da temperatura, pois altas temperaturas (acima de 65°C, por tempo 
prolongado) favorecem a ocorrência da reação de Mainard (complexação carboidrato-
proteína). Assim, após este tempo a forragem deve apresentar-se quebradiça ao se 
dobrar o que indica que poderá ser facilmente moída. Após esse processo, o material 
não estará completamente seco e ainda apresentará umidade, podendo ser chamado de 
matéria pré-seca ou ainda amostra seca ao ar (ASA), como denominado por outros 
autores. 
Caso o material contenha muito lipídeo, como carcaças animais, ou sementes de 
oleaginosas, é comum se fazer uma extração prévia a partir de um extrato de lipídeos. 
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES: 
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR 
 
Para isso, extrator de lipídios especifico deve ser utilizado, devendo a perda ser 
quantificada. 
Após o preparo, a amostra deverá ser acondicionada em embalagens adequadas 
de vidro ou plástico reforçado com tampa. Este frasco deve ser identificado e 
acondicionado em local adequado. Não identificar a tampa, pois esta poderá ser traçada 
entre os frascos. 
As análises não poderão ser feitas uma só vez por amostra (unicata). Devem ser 
feitas em no mínimo duplicata, preferencialmente em triplicata. Muitas vezes os 
recursos são limitados, bem como o tempo e as análises são realizadas em duplicata, se 
considerando uma variação máxima de 5,0% entre as amostras. Caso haja variação 
superior, a análise deverá ser repetida. Emborapareça alto o valor de 5,0%, as amostras 
normalmente utilizadas em nutrição animal normalmente proporcionam variação entre 
réplicas de uma análise. Quanto maior for à quantidade de amostra pesada para análise, 
menor tende a ser essa variação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula prática 02 - Amostragem e preparo de material 
 
Objetivos: Dotar o aluno de senso critico para a execução do procedimento de 
amostragem em sacarias e em campos agrostológicos para a coleta de forragem. 
Preparar material para utilização em outras aulas práticas. 
 
Parte 01 - Amostragem em campo agrostológico e pré-secagem 
 Para amostrar um campo agrostológico será necessário um quadrado ou círculo 
de dimensões definidas. Lançar o quadrado em diversos pontos do campo. Coletar o 
material que estiver dentro do quadrado, ver figura 1. Amostrar diversos pontos do 
campo, sempre buscando pontos que sejam representativos. A definição do número de 
pontos a coletar depende do tamanho e uniformidade da área. O coletor deve utilizar 
principalmente bom senso para determinar o número e locais de coleta. 
 Após coletar em diversos pontos, juntar toda a massa se forragem procedendo-se 
uma nova amostragem, pois haverá grande quantidade de material. Para a pré-secagem 
utilizar sacos de papel, que deverão ser previamente pesados. Pesar o material e colocar 
no saco de papel tomando o cuidado de perfurar o mesmo com auxílio de um lápis ou 
caneta, em diversos pontos. Esse procedimento é necessário para facilitar a circulação 
do ar dentro do saco e assim favorecer a retirada da umidade. Colocar em estufa a 60°C, 
com circulação de ar forçado, durante 72 h. Após esse tempo, retirar e deixar resfriar 
sob a bancada, procedendo à nova pesagem. 
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES: 
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR 
 
 Para cálculo do teor de umidade perdida, considere o que foi perdido de massa 
durante a secagem. Lembre-se de descontar o peso do saco após a secagem. 
Obs: Esse material pode ser chamado de matéria pré-seca e ainda contém umidade, não 
sendo o resíduo composto apenas de matéria seca. Alguns autores denominam este 
material de amostra seca ao ar (ASA). A pré-secagem é realizada para retirar o excesso 
de umidade do material e assim possibilitar a moagem. 
 
Figura 4: Coleta de forragem 
Parte dois - Amostragem em sacarias e ingredientes a granel 
 Para essa amostragem utilizar calador e coletar material em três pontos distintos 
(superior, médio e inferior) do saco, introduzindo o calador sempre na diagonal. Coletar 
em pelo menos três sacos. Os alunos que fizerem coleta de milho deverão coletar em 
diferentes pontos do local de armazenagem. 
Grupo 01 - coleta de milho 
Grupo 02 - coleta de farelo de soja 
Grupo 03 - coleta de farelo de trigo 
Grupo 04 - coleta de farinha de carne e ossos 
 
 Após a coleta, traga o material para o laboratório, procedendo à moagem em 
moinho analítico. Após, colocar em recipiente de vidro ou plástico reforçado e 
identificar com auxílio de uma etiqueta, colocando o nome do ingrediente, responsáveis 
e a data da coleta. 
 
Obs: Para relatório dessa aula prática, vide anexo I. 
 
 
 
 
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES: 
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios propostos 
1) Como discutido, a amostragem é de extrema importância para a realização das 
análises. Qual a finalidade de ser realizar esse procedimento? Explique. 
2) Que instrumentos são utilizados para realização da amostragem e como deve ser 
feita a amostragem em sacarias ou a granel? 
3) Após realização de todo o processo de amostragem, numa fábrica de ração, 
como proceder com o material coletado? 
4) Qual o procedimento para preparo de amostras que tenham alto índice de 
umidade? Descreva com detalhes. 
5) Suponha que está realizando pré-secagem de alfafa. Após amostragem, você 
pesou o saco vazio obtendo o valor de 14,6 g. Após, foi pesado 89,7 g da 
amostra de alfafa que foi levada para estufa a 60°C, permanecendo durante 72 h. 
Após, foi retirado, resfriado e pesado novamente, obtendo 45,1 g. Calcule o teor 
de umidade perdida na amostra, bem como a quantidade de matéria pré-seca. 
6) Você está moendo uma amostra de capim tifton 85 e percebe que o moinho de 
facas não consegue moer parte do material a ponto de passar pela peneira de 1 
mm. Como proceder? 
 
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES: 
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR 
 
Sugestão para leitura 
 Recomendamos a leitura das “Normas de Amostragem”, apresentadas no 
Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal (2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) Análises de matéria seca e matéria mineral 
Matéria seca 
Denomina-se matéria seca o conjunto de substâncias não voláteis a 105°C, 
ausente de água. Para controle de qualidade, essa análise é de extrema importância, pois 
os rótulos de ração, por exigência legal, devem conter o nível máximo de umidade que é 
determinada a partir da análise de matéria seca. Para efeito de comparação entre 
diferentes alimentos, ou do mesmo alimento em diferentes circunstâncias, deve-se 
colocar os nutrientes com base na matéria seca, pois o conteúdo de água é variável, e 
quanto maior esse conteúdo, mais diluídos estarão os nutrientes. 
Na metodologia direta (secagem definitiva) essa fração alimentar é obtida após 
volatilização da água, em estufa a 105ºC, durante 4 horas. A matéria seca será o resíduo 
após este processo. Outras substâncias são volatilizadas nessa temperatura, o que pode 
gerar erro na determinação. Caso o alimento tenha mais que 20% de umidade, a pré-
secagem deverá ser realizada para possibilitar a moagem da amostra. 
Assim, a análise pode ser resumida no seguinte esquema: 
 
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES: 
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR 
 
Amostra 105°C, 4h matéria seca + H2O 
 
Para cálculo pode-se verificar a porcentagem de matéria seca através da dedução 
de cálculos simples ou por fórmulas, não sendo essa última forma o objetivo deste livro, 
pois a mesma poderá ser facilmente deduzida, desde que o processo seja bem 
compreendido. 
Como exemplo, consideremos uma análise de matéria seca onde foi pesado 
3,3214 g de milho, e o cadinho vazio pesou 23,4352 g. Após 4 h na estufa a 105°C, o 
material foi retirado e resfriado em dessecador. Após, foi pesado em balança analítica, 
fornecendo o valor de 26,3948 g. Calcule os teores de matéria seca e umidade. 
Primeiramente deve-se descontar o peso do cadinho vazio para se chegar ao peso do 
resíduo seco. Então: 26,3948 - 23,4352 = 2,9596 g. 
Para verificar o quanto esse resíduo representa em porcentagem basta dividir esse valor, 
pelo todo (peso da amostra) e multiplicar por 100. 
Então: (2,9596/3,3214) x 100 = 89,11% de matéria seca. 
Uma regra de três simples também pode ser utilizada para o mesmo cálculo acima. 
Como há na amostra somente matéria seca e umidade, o teor de umidade será dado por: 
Umidade = 100 - 89,11 
Umidade = 10,89% 
As frações alimentares citadas no capítulo 01 podem então ser expressa em base 
de matéria natural (como oferecido) e base em matéria seca. Consideramos matéria 
natural ou “como oferecido” o alimento na forma que é fornecido ao animal. O milho 
em grão, o farelo de soja, o feno de tifton 85, etc, quando analisados, fornecem valor em 
base de matéria natural. Já a base em matéria seca é utilizada para comparações entre 
alimentos, ou mesmo, paracálculo de dietas para animais que recebem alimentos com 
alta quantidade de umidade, como os ruminantes. Quando colocamos o alimento na 
base de MS, desconsideramos a umidade, havendo a concentração dos nutrientes, ou 
seja, o nível dos mesmos se elevará. A figura 05 a apresenta esquematicamente o 
conteúdo de PB dentro da amostra de uma forrageira úmida. Inicialmente, note que a 
fração de PB representa uma fração do conteúdo total de amostra. Quando se coloca o 
alimento na base seca, ou seja, se desconsidera a umidade, a parcela de PB, em relação 
ao conteúdo total, é maior. 
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES: 
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR 
 
 
Figura 05– Representação do conteúdo de proteína bruta (PB) na matéria natural (a) e na matéria seca (b). 
 
Para transformar o teor do nutriente de base em matéria natural para base em 
matéria seca, basta realizar uma regra de três simples. Num exemplo, consideramos uma 
forragem que apresenta 3,5% de proteína bruta na matéria natural, e que apresente 73% 
de umidade, tendo, portanto 27% de matéria seca. 
 3,5% de PB ---------------------- 27% de MS 
 X ---------------------- 100% de MS 
Onde o valor de X será de 3,50 x 100 / 27 = 12,96% de PB em base de MS. 
 Para análise de matéria seca, a marcha analítica simplificada, descrita na aula 
prática 03, poderá ser utilizada. 
 
Matéria mineral 
Chamamos de cinzas ou matéria mineral ao conteúdo total de minerais obtido 
após a oxidação completa da matéria orgânica. Esse processo acontece quando por 
exemplo queimamos lenha em uma fogueira, ficando apenas as cinzas. Este teor de 
cinzas não fornece detalhes quantitativos fornecendo quantitativamente a soma dos 
minerais contidos na amostra. 
O princípio dessa análise consiste na oxidação completa da matéria orgânica a 
600°C, restando apenas o resíduo de matéria mineral. Para se alcançar essa temperatura 
no laboratório, utiliza o forno mufla. Para se verificar o teor de matéria mineral basta 
dividir o peso desse resíduo pelo peso da amostra e multiplicar por 100. 
 
PB 
Umidade 
PB 
Demais 
nutrientes Demais 
nutrientes 
(a) (b) 
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES: 
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 Amostra 600°C, 4h cinzas + H2O + CO2 
 
A análise de cinzas é de extrema importância para controle de qualidade do 
produto acabado, pois todo rótulo de ração deve conter o conteúdo máximo desta fração 
alimentar. 
Outra importância desse procedimento se refere ao fato de que para a confecção 
de uma solução estoque, que será utilizada para análise de minerais, é necessário a 
oxidação completa da matéria orgânica. 
Para análise de matéria mineral, a marcha analítica simplificada, descrita na aula 
prática 03, poderá ser utilizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula prática 03 - Análises de matéria seca e matéria mineral 
 
Objetivo: Determinar os teores de matéria seca e matéria mineral das amostras de 
ingredientes e rações. 
- Para determinação da matéria seca, cada grupo terá uma determinada amostra. - 
- Utilizar a seguinte marcha analítica simplificada: 
1) Pesar, em cadinho de porcelana previamente preparado, 3 a 5 gramas da amostra. 
2) Colocar na estufa a 105°C e o material por 4 a 6 horas. 
3) Retirar e deixar resfriar em dessecador. 
4) Após 40 minutos, proceder a pesagem. 
 
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Cálculo: Pode-se verificar o teor de matéria seca pela comparação do peso do resíduo 
com o peso da amostra pesada, ou seja, dividir o peso do resíduo (após descontar o peso 
do cadinho) pelo peso da amostra e multiplicar por 100. 
 
Para determinação da matéria mineral, cada grupo usará o mesmo ingrediente 
utilizado para a análise de matéria seca. 
Utilizar a seguinte marcha analítica simplificada: 
1) Pesar, em cadinho de porcelana, previamente preparado, 3 a 5 gramas de amostra. 
2) Queimar ao bico de bulsen até que não haja emissão visível de gases 
3) Colocar em forno mufla, a 550-600°C e deixar durante 4 a 6 horas 
4) Retirar, deixar esfriar em local adequado e depois em dessecador durante 40 minutos. 
5) Proceder a pesagem. 
Cálculo: Pode-se verificar a perda de matéria orgânica pela diferença na pesagem antes 
e depois ao procedimento, como foi proposto para a análise de matéria seca. 
 
Observações: 
A análise de cinzas pode ser realizada com a mesma amostra utilizada na análise 
de matéria seca, devendo a amostra seca receber pré-queima. 
Após a retirada da mufla o material estará muito quente para sair da mufla e ir ao 
dessecador. Recomenda-se deixar a mufla desligada e retirar os cadinhos deixando-os 
sobre uma placa de cerâmica e após direciona-los ao dessecador. 
Exercícios propostos 
1) Para a determinação da matéria seca, foi pesado 3,8750 g de farelo de soja. O 
cadinho vazio pesou 32,5429g. Após 4 h na estufa a 105°C, o conjunto cadinho+resíduo 
seco pesou 35,9689g. Calcule o teor de umidade e matéria seca da amostra. 
2) Um cadinho, de tara 10, 4352 g, foi usado para análise de matéria seca e matéria 
mineral. Pesou-se 3,5643g de amostra e após secagem a 105°C, o peso do cadinho + 
amostra era de 13,5987 g. Após queima na mufla a 600°C, durante 4 h, o cadinho mais 
as cinzas pesava 10,7342 g. Calcule a % de matéria seca e matéria mineral. Coloque o 
valor de cinzas também na base de matéria seca. 
3) Suponha que vamos fazer análise de uma forragem. Após amostragem no campo, 
pesamos 76,98 g de amostra e o saquinho de papel pesou 12,65 g. Após 72 h na estufa a 
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60°C (pré-secagem) o conjunto (saquinho + papel) pesou 36,98g. Após o material foi 
moído e identificado para a realização das análises. 
a) Foi pesado 3,2456g da amostra pré-seca e o cadinho pesava 34,3235g. Após 4 h 
na estufa a 105°C, o conjunto (cadinho + amostra) pesou 37,1897g. Calcule o 
teor de MS na amostra pré-seca e na matéria natural (como oferecido). 
b) A mesma amostra acima foi após pesada, queimada sob o bico de bulsen e após 
permaneceu no forno mufla a 600°C durante 4 h. Após, o conjunto pesou 
34,6532g. Qual é o teor de MM na amostra pré-seca, na matéria seca e na 
matéria natural? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Análise de extrato etéreo 
A análise de extrato etéreo quantifica o conteúdo total de lipídeos de uma 
amostra. A quantificação deste conteúdo é de extrema importância para a determinação 
do valor nutricional dos alimentos. A quantidade de extrato etéreo numa ração pode 
estar diretamente relacionada com a energia, pois os lipídeos são excelentes fontes de 
energia, fornecendo cerca de 9,0 kcal/g. Altos níveis de extrato etéreo proporcionam 
menor tempo de conservação da ração, pois estão diretamente relacionados com a 
rancificação. 
A análise de extrato etéreo quantifica substâncias apolares, solúveis no solvente 
apolar, a partir da extração com o éter de petróleo. Esta análise é importante para o 
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controle de qualidade e cálculo dos nutrientes digestíveis totais (NDT). Todo rótulo de 
ração deve indicar o conteúdo mínimo de extrato etéreo. 
Em nutrição animal, o grupo de lipídeos mais importante é o dos triglicerídeos, 
que são os principais fornecedores de energia desse grupo. Substâncias como esteróis, 
resina, pigmentos como clorofila e xantofila, etc, são solubilizadas pelo solvente, o que 
pode a vir mascarar o conteúdo total de lipídeos. Quando se faz análisede plantas 
forrageiras, se observa que o conteúdo extraído tem a coloração verde, pois a clorofila é 
extraída juntamente com os lipídeos. 
O processo analítico consiste em se utilizar um extrator de lipídeos tipo Soxhlet 
ou Goldfish, deixando a extração acontecer por seis horas, ver figura 6. Após esse 
procedimento, a diferença entre o peso do balão (ou copo) entre antes e após o 
procedimento determinará o conteúdo de extrato etéreo e para se verificar o teor, deve-
se dividir o peso encontrado pelo peso da amostra, multiplicando por 100, ou através de 
uma regra de três simples. 
 
Figura 6 – Aparelho extrator 
 
Para análise de extrato etéreo, a marcha analítica simplificada, descrita na aula 
prática 04, poderá ser utilizada. 
Aula prática 04 - Análise de extrato etéreo 
 
Objetivo: Determinar o teor de extrato etéreo das amostras de ingredientes e rações. 
 
 Cada grupo de alunos realizará a análise de extrato etéreo a partir da amostra 
utilizada nas aulas prática para determinação da matéria seca e matéria mineral. 
Utilizar a seguinte marcha analítica simplificada: 
1) Pesar 2 a 5 g de amostra transferindo para o cartucho feito a partir de papel de filtro. 
2) Após preparo do balão ou copo (secagem em estufa), pesar-lo em balança analítica. 
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3) Introduzir o cartucho no extrator de lipídeos tipo Soxhlet ou Goldfisch. 
4) Adicionar o solvente (éter de petróleo p.a. ou hexana p.a.) e deixar extraindo durante 
6 horas, numa velocidade de 2 a 4 gotas por segundo. 
5) Após este período, recuperar o éter em frasco separado, procedendo a retirada do 
balão/copo. 
6) Secar o balão/copo a 105°C por 30 minutos. 
7) Resfriar e proceder a pesagem. 
Cálculo: Pode-se verificar o teor de extrato etéreo dividindo-se o peso do óleo extraído 
pelo peso da amostra, multiplicando-se por 100. Para determinar o peso do óleo, o peso 
do balão vazio deve ser descontado. Uma regra de três simples também poderá ser 
utilizada para essa determinação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios propostos 
1) Suponha que vamos fazer análise de uma forragem. Após amostragem no campo, 
pesamos 76,98 g de amostra e o saquinho de papel pesou 12,65 g. Após 72 h na estufa a 
60°C (pré-secagem) o conjunto (saquinho + papel) pesou 36,98g. Após o material foi 
moído e identificado para a realização das análises. 
a) Para a determinação do extrato etéreo, foi pesada amostra de 3,2353g e colocada num 
cartucho para extração. O balão vazio pesou 43,4532g. Após 6 horas de extração o 
balão foi retirado e deixado por 30 minutos em estufa a 105°C. Após resfriar o conjunto 
balão+resíduo pesou 43,6599g. Calcule o teor de extrato etéreo expressando os valores 
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em base na matéria natural (como oferecida), base em matéria pré-seca (material após a 
pré-secagem) e em base de matéria seca. 
2) Você está determinando o teor de extrato etéreo de uma amostra X. O balão utilizado 
pesou 45,9810g e a amostra utilizada pesou 4,2363g. Após o processo, o conjunto 
balão+resíduo pesou 46,1339 g. Calcule o teor de extrato etéreo da amostra X. 
3) Consulte a tabela de Rostagno et al. (2005) e verifique qual pode ser o ingrediente 
utilizado para a confecção da amostra X, do exercício anterior. Essa tabela chama o teor 
de extrato etéreo de gordura. 
4) A partir do exercício anterior, qual deveria ser a coloração do resíduo oleoso após a 
extração? Por que isso acontece? Explique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5) Análise de proteína bruta (método Kjeldahl) 
O fornecimento de aminoácidos em quantidade e qualidade é essencial para a 
expressão otimizada do potencial genético dos animais. O conhecimento do teor 
protéico dos alimentos para animais é de extrema importância na quantificação do valor 
nutricional. Para controle da qualidade em fábricas de ração, essa análise é 
importantíssima, pois todos os rótulos de ração devem apresentar nível mínimo de 
proteína bruta (PB). 
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O termo proteína bruta se refere a todo o nitrogênio contido na amostra, que 
pode ter alta correlação com o conteúdo de aminoácidos da dieta. Nessa análise, os 
compostos nitrogenados são decompostos na presença de H2SO4 concentrado, a quente 
(fase de digestão), ver figura 7. Neste momento, para acelerar o processo de digestão e 
elevar o ponto de ebulição do ácido, utiliza-se mistura catalítica composta de Na2SO4 + 
CuSO4, na proporção de 10:1. Para confecção da mistura catalítica, outras substâncias 
como selênio e mercúrio podem ser utilizadas. Neste momento, as seguintes reações 
estão acontecendo: 
Matéria orgânica H2SO4  SO2 + CO2 +R-OH + NH3 
 
NH3 + H2SO4  (NH4)2SO4 
 
Após digestão, o tubo de ensaio é aclopado no aparelho de Kjeldahl para 
destilação, ver figura 8. O (NH4)2SO4 formado em reação com solução concentrada de 
NaOH, libera NH3, que é colhida em solução de H3BO3 saturada, formando um sal de 
caráter básico (fase de destilação). Neste momento, as seguintes reações estão 
acontecendo: 
 
(NH4)2SO4 + NaOH  Na2SO4 + NH4OH 
 
NH4OH  NH3 + H2O 
 
NH3 + H3BO3 NH4H2BO3 
 
A solução formada, de coloração esverdeada, é então titulada com HCl de 
concentração conhecida, quantificando o teor de N (titulação). Neste momento, a 
seguinte reação está acontecendo: 
NH4H2BO3 + HCl H3BO3 + NH4Cl 
 
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Figura 7 - Bloco digestor Figura 8 – Destilação (aparelho de Kjeldahl) 
 
Para a determinação da concentração exata do HCl, deve-se realizar previamente 
a padronização a partir de uma substância padrão primário, como o Na2CO3. Uma prova 
em branco deve ser realizada para a quantificação do erro analítico. 
Para calcular o teor de proteína bruta, a partir do teor de nitrogênio, se considera 
que em média as proteínas contém 16% de nitrogênio. Assim se determina o conteúdo 
total deste alimento, multiplicando-se após por 6,25 (100/16 = 6,25, ou seja, o teor de 
nitrogênio será sempre 6,25 vezes menor que o de proteína). 
Deve-se chamar atenção ao fato de que outros compostos nitrogenados, 
diferentes dos aminoácidos, podem estar presentes na amostra, tais como aminas, 
amidas, lecitinas, nitrilas, ácidos nucléicos e outros compostos inorgânicos como 
amônio, uréia, dentre outros. Esses compostos serão quantificados como proteína bruta, 
o que pode “mascarar” a qualidade nutricional da ração. Empresas não idôneas, podem 
colocar uréia para elevar o conteúdo de proteína bruta, pois esse ingrediente apresenta 
44,8% de nitrogênio, o que gera o valor de 280% de proteína bruta. Sabemos que a uréia 
não apresenta aminoácido algum e assim, a ração estará fraudada. Métodos eficientes de 
avaliação da qualidade protéica devem ser utilizados para avaliação eficiente das rações. 
Outro ponto a ser discutido é que cerca de 52 a 83% do nitrogênio de plantas 
forrageiras vem de aminoácidos, sendo a proporção variando conforme a idade, 
fertilização, dentre outros. Outra crítica a ser feita é que nem toda proteína apresenta 
16% de nitrogênio. Fator de correção específico pode ser utilizado. Para determinação 
da proteína verdadeira, deve-se precipitar a mesma para separação, procedendo-se a 
análise posteriormente. 
Para análise de proteína bruta, a marcha analíticasimplificada, descrita na aula 
prática 05, poderá ser utilizada. 
 
 
Aula prática 05 - Análise de proteína bruta 
 
Objetivo: Determinar o teor de proteína bruta em amostras de ingredientes e rações. 
 
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Cada grupo de alunos realizará a análise de proteína bruta a partir da amostra 
utilizada nas aulas práticas anteriores. 
Utilizar a seguinte marcha analítica simplificada: 
1) Pesar 0,1-0,2 g de amostra e transferir para tubo de digestão. Quantidades maiores de 
amostras poderão ser utilizadas mas necessitarão de mais tempo e H2SO4 para digestão. 
2) Adicionar cerca de 8 ml de H2SO4 concentrado e quantidade suficiente de mistura 
catalítica (cerca de 2 gramas, uma ponta de espátula). 
3) Colocar em bloco digestor, elevando a temperatura gradualmente até que se atinja 
400°C. Pode-se colocar um funil de vidro pequeno acima do tubo digestor para facilitar 
a condensação do ácido e evitar a perda do mesmo. Em tubos finos, o funil de vidro não 
é necessário. 
4) Deixar em digestão até que o conteúdo esteja azul esverdeado e transparente. 
5) Esfriar por pelo menos 30 minutos e adicionar água pelas paredes do tubo até 
duplicar o volume. 
6) Colocar 25 ml de solução de H3BO3 com indicador misto em um erlenmeyer para 
recepção do nitrogênio. Este erlenmeyer será adaptado ao destilador Kjeidhal. 
7) Encaixar o tubo digestor no destilador e adicionar suficiente quantidade de solução 
de NaOH 50% até mudança de coloração para marron. Caso tenha utilizado 8-10 ml de 
H2SO4 para digestão, se gastará cerca de 20 ml para neutralização. 
8) Deixar destilando até a obtenção de quantidade suficiente de líquido no erlenmeyer 
(150 ml). Normalmente essa quantidade de líquido recolhida varia entre laboratórios. A 
coloração da solução de H3BO3 mudará de rosa para verde. 
9) Proceder a titulação com HCl 0,1N, previamente padronizado, até viragem de verde 
para rosa. 
Obs: 
 A cada bateria de tubos, deve-se colocar uma prova em branco, devendo 
essa receber todos os reagentes e procedimentos e não ter amostra. 
 Pode-se utilizar concentrações variadas do ácido. Para maior 
confiabilidade e redução do erro experimental, se indica o gasto de pelo 
menos 5 ml de ácido, o que pode ser conseguido realizando previamente 
a diluição do ácido. 
 A quantidade pesada inicialmente pode variar de acordo com a 
quantidade de PB esperada. 
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 Deve-se adicionar à solução saturada de H3BO3, solução de indicador 
misto composta de verde de bromocresol e vermelho de metila. 
 
Cálculo: 
%Nitrogênio = (Va - Vb) x 0,014 x 100 x Fc x N HCl x 100 
 Pa 
% Proteína bruta = 6,25 x %Nitrogênio 
Onde: 
Va = Volume de HCl 0,1N gasto na titulação, em ml 
Vb = Volume de HCl 0,1N gasto na titulação do branco, em ml 
Fc = Fator de correção do HCl 
N = Normalidade do HCl 
P = Peso da amostra, em gramas 
0,014 = Miliequivalente grama do nitrogênio 
6,25 = Fator de transformação do nitrogênio em proteína (16% de nitrogênio) 
Algumas observações devem ser feitas: 
 
 Para a padronização do HCl pode-se utilizar solução padrão primário de Na2CO3 
0,1 N e realizar conforme a seguinte marcha analítica simplificada. 
1) Recolha uma alíquota de 20,0 ml da solução de Na2CO3 e transfira para um 
erlenmeyer 
2) Adicione 3 a 4 gotas de indicador vermelho de metila 
3) Titular com a solução de HCl até viragem de amarelo para levemente rosa 
Para cálculo do fator de correção, metodologias diferentes podem ser utilizadas. 
 
 
 
 
 
 
Exercícios propostos 
1) Fábricas de ração não idôneas podem facilmente elevar o conteúdo protéico de suas 
rações para monogástricos adicionando quantidades mínimas de uréia. Imagine que uma 
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fábrica adicione 1% de uréia numa ração para suínos. Essa inclusão será responsável por 
qual fração da proteína bruta, numa ração de 16% deste nutriente? 
Para pesquisar: Descreva um método eficiente para identificação desta adulteração. 
2) Toda proteína têm 16% de nitrogênio? Explique. Como corrigir esse erro? 
3) Todo nitrogênio analisado é advindo de aminoácidos? Explique. 
4) Suponha que vamos fazer análise de uma forragem. Após amostragem no campo, 
pesamos 76,98 g de amostra e o saquinho de papel pesou 12,65 g. Após 72 h na estufa a 
60°C (pré-secagem) o conjunto (saquinho + papel) pesou 36,98g. Após o material foi 
moído e identificado para a realização das análises. 
 a) Para a determinação da proteína bruta foi pesado 0,3245g da amostra. Após 
análise, foi gasto 11,4 mL de solução HCl 0,05 N. Para a padronização, foi utilizado 10 
mL Na2CO3 0,1N, gastando-se 22,3 mL do HCl para neutralização. Calcule o teor de 
PB na amostra pré-seca, na matéria seca e na matéria natural. 
5) Você está fazendo análise de proteína bruta da farinha de carne e ossos. Foi pesado 
0,2321g da amostra. Ao final, foram gastos 22,5 ml de solução HCl 0,05N de Fc 1,01. 
Calcule o teor de proteína bruta em base de matéria natural e em base de matéria seca, 
sabendo que a mesma continha 12,5% de umidade. Considere que a prova em branco 
não gastou volume do ácido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6) Análise de fibra 
6.1) O que é fibra? 
Do ponto de vista nutricional, a fibra se refere às substâncias contidas na parede 
celular vegetal que não são digeridas pelas enzimas produzidas pelos animais 
mamíferos, sendo a soma de polissacarídeos não amiláceos e a lignina. Esses 
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componetes são hidrolizáveis apenas por enzimas de bactérias e têm em comum certas 
propriedades frente ao sistema digestivo. 
Essa fração é composta por uma matriz complexa sendo constituída por celulose, 
hemiceluloses, pectinas e lignina, além de outras substâncias minoritárias, como a 
cutina, tanino, sílica dentre outros. A célula vegetal em crescimento é gradualmente 
envolvida por uma parede primária que contém poucas microfibrilas de celulose e 
alguns componentes não celulosídicos como as substancias pécticas. Durante o 
crescimento as células desenvolvem uma parede celular secundária compacta 
consistindo de celulose embebida em uma matriz de lignina, hemicelulose, pectina, 
proteína (extesina) e outras substâncias em menor proporção. Ligando as duas paredes 
há uma substancia cimentante numa área denominada como lamela média. 
 A celulose é um polímero linear composto por moléculas de glicose, unidas por 
ligações β1-4, sendo altamente polimerizado. Já as hemiceluloses são formadas por 
diferentes polissacarídeos sendo os xilanos e glucomananos os principais polímeros 
presentes. As pectinas são um grupo de substâncias formadas pelo ácido 1,4 β-D-
galacturônico, arabinose e resíduos de galactose. Já as ligninas não são carboidratos sendo 
substâncias altamente resistentes e consistem de variados polímeros condensados de diferentes 
álcoois fenilpropanóides, sendo o p-cumárico, corifenílico e sinapílico os precursores, além de 
ácidos fenílicos e p-cumárico (Figura 04). A rigidez da parede celular está relacionada 
principalmente ao conteúdo de lignina da planta. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 09 - a) Esquematização de uma microfibrila de celulose (polímero de Glicose unido por ligações β-1,4). 
b) Estrutura da molécula de lignina (Onde R1 = R2 = H: álcool p-cumárico; onde R1 = H e R2 = OCH3: álcool conifenílico; onde R1 
= R2 = OCH3: álcool sinapílico). 
Fonte – McDougall et al. (1996) 
 
 A determinação do conteúdo de fibrados alimentos é de extrema importância 
para equilíbrio eficiente das rações para animais herbívoros. A fibra é também 
importante para garantir o correto funcionamento do trato gastrintestinal, estimulando o 
peristaltísmo. A lignina, juntamente com a celulose, fornece rigidez à parede celular, 
sendo a primeira altamente indigestível para os animais. As pécticas apresentam alta 
(a) (b) 
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digestibilidade para os animais, tendo ação cimentante entre as células. Para diversos 
animais, o conteúdo de fibra na dieta deve estar equilibrado, pois influencia diretamente 
a taxa de passagem. 
 
6.2) Fibra bruta (Wende) 
Este método tradicional foi desenvolvido na estação experimental de Wende 
sendo o método oficial para controle de qualidade das rações. Os rótulos devem 
apresentar níveis máximos de matéria fibrosa. Nesta metodologia, a amostra é digerida 
em solução ácida (H2SO4 1,25%) e após uma solução básica (NaOH 1,25%), havendo a 
solubilização do conteúdo celular. A fração de fibra bruta será determinada a partir da 
diferença entre o resíduo obtido após o processo e o resíduo obtido após a incineração. 
Esta análise pode ser realizada conforme a seguinte marcha analítica 
simplificada: 
1) Pesar 1 a 3 gramas de amostra. 
2) Transferir a amostra para um erlenmeyer ou béquer. 
3) Adicionar 200 ml de H2SO4 1,25% previamente aquecido. 
4) Digerir por 30 minutos com refluxo a partir da ebulição, ver figura 09. 
5) Filtrar sob vácuo em cadinho de borossilicato, ver figura 10. 
6) Retornar o resíduo ao béquer ou erlenmeyer. 
7) Adicionar 200 ml de NaOH 1,25% previamente aquecido. 
8) Digerir com refluxo por 30 minutos a partir da ebulição. 
9) Filtrar o resíduo e lavar com água quente, álcool e acetona. 
10) Secar na estufa, esfriar em dessecador e pesar 
11) Incinerar a 500 °C, esfriar pesar e proceder aos cálculos. 
 
 Figura 10- Digestão da fibra Figura 11- Extração a vácuo 
 
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 Para cálculo, considerar a perda de peso a partir da incineração do resíduo de 
fibra bruta. A diferença entre o cadinho antes da incineração e após a incineração 
determinará o peso da fibra bruta. Assim, esse valor deverá ser dividido pelo peso da 
amostra e então multiplicado por 100, para que o valor final seja dado em porcentagem. 
Algumas críticas devem ser feitas a esse método. O tempo de fervura e 
concentração dos reagentes são impíricos, além de que poderá haver erros inerentes ao 
tamanho da particular, intensidade da ebulição, alto teor de gordura na amostra, demora 
na filtração, tempo de digestão de difícil controle, elevado índice de erro humano. Além 
disso, haverá solubilização parcial de alguns constituintes da fibra, proporcionando 
subestimação do conteúdo real dessa fração alimentar, podendo superestimar o 
conteúdo real de extrativo não nitrogenado, pois os erros advindos dessa análise são 
repassados ao conteúdo daquela fração alimentar, que é determinada a partir da 
diferença. Nutricionalmente, o conteúdo de fibra bruta não é adequado, pois quantifica 
um grupo de substâncias com características nutricionais diferenciadas, proporcionando 
amostras de mesmo conteúdo de fibra bruta, mas com características nutricionais 
bastante diferenciadas. 
Assim, Van Soest (1964) desenvolveu, para análise de forrageiras, o sistema de 
detergentes, que serão descritos a seguir. 
 
6.2) Fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido (FDN e FDA) 
Van Soest sugeriu a utilização dos detergentes para solubilização do conteúdo 
celular e solubilização de parte da parede celular, conforme o detergente empregado. 
Chamamos de conteúdo celular a fração de nutrientes localizada internamente na célula 
vegetal, composta em grande parte por proteína, carboidratos não estruturais, lipídeos, 
etc. Algumas substâncias da parede celular, como as pectinas, podem também ser 
solubilizada nos detergentes. Os métodos propostos por Van Soest nos dão maiores 
informações sobre a qualidade da fibra, sendo nutricionalmente mais adequados. 
Chamamos de fibra em detergente neutro (FDN) ao resíduo obtido após a 
submissão da amostra ao detergente neutro. Essa solução é uma mistura de diversas 
substâncias necessárias para solubilização da pectina e conteúdo celular. Para sua 
confecção, utilizamos borato de sódio, E.D.T.A dissódico, fosfato dissódico, lauril 
sulfato de sódio e trietilenoglicou. O resíduo será composto principalmente de parede 
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celular vegetal, composta basicamente de celulose, hemicelulose e pectina, havendo a 
solubilização de principalmente conteúdo celular e pectina. 
A parede celular contem alguma proteína incrustada, de difícil acesso pelo 
animal. Recentemente, a determinação dessa fração foi possível a partir da análise de 
NIDN (nitrogênio insolúvel em detergente neutro). A determinação do NIDN consiste 
na análise do teor de nitrogênio no resíduo obtido após a extração pelo detergente 
neutro. 
 A fibra em detergente ácido, muitas vezes denominada de lignocelulose, se 
refere ao resíduo obtido após a extração com o detergente ácido proposto por Van Soest 
(1964). Este resíduo é composto basicamente de celulose e lignina, sendo essa fração 
considerada como indigestível para algumas espécies. 
 O detergente neutro é composto por H2SO4 e Brometo de Cetil Trimetil Amônio, 
sendo este chamado também de CTAB ou Cetrimida. Assim como na análise de FDN, 
este método consiste em deixar a amostra imersa em solução detergente, em ebulição, 
durante 60 minutos. 
Como a solução de detergente ácido apresenta eficiência limitada na 
solubilização da pectina, é indicada a realização da análise de FDA sobre o resíduo de 
FDN. Esta análise é também o ponto de partida para quantificação dos conteúdos de 
lignina e celulose. O conteúdo de hemicelulose da amostra poderá ser quantificado pela 
diferença entre os valores de FDN e FDA. 
Assim como a análise de NIDN, o nitrogênio remanescente após a extração 
poderá ser quantificado (NIDA). Machado (2010) percebeu relação inversa entre a 
digestibilidade da proteína bruta e o conteúdo de NIDA. Os animais apresentam baixa 
eficiência no aproveitamento desta fração alimentar. 
Para análise de FDN ou FDA, consultar a metodologia analítica simplificada 
descrita na aula prática 06. 
 
Aula prática 06 - Análise de fibra pelo método de Van Soest 
 
Objetivo: Determinar o teor de fibra em detergente ácido de amostras de ingredientes 
vegetais e rações. 
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Cada grupo de alunos realizará a análise de fibra em detergente ácido a partir da 
amostra utilizada nas aulas práticas anteriores, salvo o grupo que utilizou a farinha de 
carne e ossos, que deverá substituída por algum ingrediente de origem vegeta. 
Utilizar a seguinte marcha analítica simplificada: 
1) Pesar 1,0 grama de amostra. 
2. Adicionar 100 ml de solução detergente ácido. 
3. Digerir com refluxo por 60 minutos a partir da ebulição. 
 4. Filtrar com uso de cadinho de borossilicato (previamente pesado) sob vácuo. 
 5. Lavar o resíduo de fibra com água quente e acetona. 
 6. Levar a estufa a 105°C por 4 horas, esfriar e proceder a pesagem. 
 
 Para calcular o teor de FDA, considerar o peso do resíduo seco de fibra, 
dividindo-o pelo peso da amostra e multiplicando por 100, para que o resultado seja 
expresso em porcentagem. Para se chegar ao peso do resíduo seco, deve ser descontado 
o peso do cadinhovazio sobre o peso final do cadinho. 
Obs: 
 Na análise de FDN, amostras com alto teor de amido deve receber 0,25 a 0,50 
ml de alfa-amilase estável ao calor. Nesta mesma análise, pode-se adicionar 
também algumas gotas de solução antiespumante. 
 Se recomenda a execução da análise de FDA sobre o resíduo de FDN. Para 
cálculo final, nesta situação, o valor de FDA deverá ser multiplicado pelo 
conteúdo de FDN. 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios propostos 
1) Atualmente nos laboratórios de pesquisa em nutrição animal, a análise de fibra 
bruta foi abandonada, sendo substituída pelas análises de FDA e FDN, embora a 
indústria de alimentação animal ainda utilize a primeira. Quais as vantagens que 
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as análises propostas por Van Soest possuem sobre a tradicional análise de fibra 
bruta. 
2) Explique por que o conteúdo de extrativo não nitrogenado é super estimado, 
associando esse fato à análise de fibra bruta. 
3) O que é fibra? Caracterize a fibra quimicamente. 
4) Você está no laboratório realizando análise de FDN do farelo de trigo. Foi 
pesado 1,0023 g de amostra e o cadinho filtrante vazio pesou 23,7037g. Após 
digestão com o detergente neutro e posterior secagem, o cadinho+resíduo seco 
pesou 24,1231g. Calcule o teor de FDN. 
5) Sabendo que o farelo de trigo do exercício acima contém 89,65% de matéria 
seca, expresse o teor de FDN na base de matéria seca. 
6) Recorra à tabela de Rostagno et al. (2005) e tente calcular o teor de hemicelulose 
do milho, farelo de soja e farelo de trigo, a partir dos dados de FDN e FDA. 
 
Sugestão de leitura 
Sugerimos o artigo: Ferreira W. M. Os componentes da parede celular vegetal na 
nutrição de não ruminantes. Simpósio Internacional de Produção de Não Ruminantes. 
Anais da XXXI Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. p. 85-113, 1994. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7) Análises de cálcio e fósforo 
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 O cálcio e o fósforo desempenham papel fundamental no organismo animal. O 
primeiro é necessário para a contração muscular, constituinte do leite e da casca de ovos 
além de ser fundamental para a formação da matriz óssea. Já o segundo participa do 
metabolismo energético do corpo, equilíbrio ácido-básico dos fluidos corporais, além de 
participar também da formação da matriz óssea. 
 A análise destes minerais é essencial para a garantia da qualidade das rações 
fornecidas aos animais. Todos os rótulos de ração devem conter níveis mínimos de 
fósforo e máximos de cálcio. Quando se formulam rações, pais quaisquer espécies, esse 
minerais devem ser equilibrados. 
 O inicio das análises de cálcio e fósforo consiste na abertura da amostra, ou seja, 
na solubilização da matéria mineral a partir de um ácido forte, como o HCl concentrado. 
A solução formada deverá ser filtrada e acondicionada. Chamamos esta solução de 
“solução estoque” e poderá ser guardada para análise de outros minerais. 
 
Análise de cálcio 
 Para análise do cálcio, podem ser utilizadas diferentes metodologias, como, 
absorção atômica, gravimetria ou oxidimetria (permanganometria). Quando se utiliza 
esta última, se quantifica o teor de cálcio a partir de uma série de reações, onde um forte 
agente oxidante (KMnO4) é utilizado. Por adição de oxalato de amônio, o cálcio é 
precipitado ocorrendo a seguinte reação: 
 
Ca 
+2
 + (NH4)2C2O4 2 NH4
+
 + CaC2O4 
 
 Por adição de H2SO4, há formação de CaSO4, conforme a seguinte reação: 
 
CaC2O4 + H2SO4 CaSO4 + H2C2O4 
 
 O ácido oxálico é então titulado com um agente oxidante forte (KMnO4) 
 
5 C2O4
-2
 + 2 MnO4
-
 + 16 H
+
 2 Mn
+2
 + 10 CO2 + 8H2O 
 
 
 
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 Para análise e cálculo do conteúdo de cálcio, consultar a metodologia analítica descrita 
na aula prática 08. 
 
Análise de fósforo 
 Para análise do fósforo, diferentes metodologias podem ser utilizadas, tais como 
absorção atômica e métodos que ser baseiam na intensidade de coloração da amostra, tais 
como fotocolorímetro ou espectofotômetro. 
 Para melhor compreensão da análise de fósforo, alguns princípios básicos de 
ótica devem ser discutidos. Chamamos de transmitância a quantidade de energia que 
atravessa a amostra. Quanto mais intensa for a coloração de um meio, menos luz poderá 
atravessar e assim, menor será a transmitância. Já a absorbância se refere à quantidade de 
energia absorvida pela amostra e quanto mais intensa for a coloração do meio, maior será o 
valor de absorbância (proporcional à concentração do soluto). A lei de Lambert diz que a 
quantidade de luz absorvida é diretamente proporcional ao logaritmo da seção transversal 
do solvente. Já a lei de Beer coloca que a quantidade de luz absorvida é diretamente 
proporcional ao logaritmo da concentração do soluto. Para essa análise, o equipamento 
deverá trabalhar no comprimento de onda de 420 nm. 
 O procedimento analítico se baseia na ação do molibidênio sobre o íon fosfórico, 
resultando em ácido fosfomolíbdico. Após redução, utilizando-se o ANZA ou FOTORREX 
(fortes agentes redutores), haverá formação de um complexo de cor azul, onde a intensidade 
de coloração será proporcional à concentração do fósforo. Para leitura, faz-se o uso de uma 
escala logarítmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula prática 07 - Preparo da solução estoque 
 
Objetivo: Preparar a solução estoque que será utilizada para análise de minerais 
 Cada grupo de alunos realizará a abertura da amostra comumente utilizada para 
as práticas anteriores. Uma queima da amostra deverá ser previamente realizada, 
conforme visto na aula prática 03 (determinação das cinzas ou matéria mineral) tendo o 
cuidado de anotar o peso da amostra inicial. Após, poderá se utilizar a seguinte marcha 
analítica simplificada: 
1) Transferir as cinzas para um béquer de 250 ml 
2) Lavar o cadinho com solução de HCl 1:1 totalizando 40 ml 
3) Tapar com vidro de relógio e deixar até haver redução de cerca de 1/3 do 
volume 
4) Filtrar com papel de filtro para balão volumétrico adequado 
5) Transferir o conteúdo do balão volumétrico para um frasco adequado, que possa 
ser armazenado para futuras análises de minerais. 
 
Obs: 
 Devido à baixa concentração de alguns minerais no milho, se recomenda 
utilizar balão volumétrico de pequeno volume (50 ou 100 ml) para 
preparo desta solução estoque. 
 Deve-se dar atenção à anotação do volume do balão volumétrico 
utilizado, pois este valor será utilizado posteriormente. 
 Amostras de ingredientes minerais como fosfatos e calcáreo não 
necessitam de queima, podendo-se proceder diretamente a abertura. 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula prática 08 – Análise de Cálcio por Permanganometria 
 
Objetivo: Determinar o teor de cálcio de amostras de ingredientes e rações. 
 Cada grupo de alunos utilizará a solução estoque obtida na aula prática 07. Essa 
solução estoque foi obtida a partir da abertura das cinzas obtidas a partir da queima da 
amostra (aula prática 03). Os alunos devem ter o cuidado de anotar o peso da amostra 
inicial, previamente à queima, bem como o volume da solução estoque preparada. Esses 
dados serão essenciais. 
 Para determinação do teor de cálcio, a seguinte marcha analítica simplificadapoderá ser utilizada: 
1) Pipetar volumetricamente uma alíquota adequada para béquer de 250 ml. 
Recomenda-se que esse volume varie entre 10 e 25 ml, sendo o primeiro valor 
para amostras de maior conteúdo de cálcio e o segundo para amostras de menor 
conteúdo. 
2) Adicionar 3 gotas de vermelho de metila e água suficiente para que se atinja um 
volume de 50 ml. 
3) Aquecer até próximo à fervura, utilizando-se chapa elétrica ou placa aquecedora. 
4) Adicionar 25 ml de solução saturada de oxalato de amônio quente. Adicionar 
solução de NH4OH 1+1, gota a gota, até que o meio mude de vermelho para 
rosa. Deixar em repouso por um tempo de 1 a 3 horas. 
5) Com auxílio de um funil com papel de filtro, filtrar a solução onde o precipitado 
deverá ficar retido. Transferir o precipitado para béquer de 250, tendo-se o 
cuidado de lavar bastante o papel de filtro com solução de NH4OH 1:50, para 
garantir que todo precipitado foi retirado. 
6) Adicionar 10 ml de solução H2SO4 1:1 para dissolução do precipitado e aquecer 
até próximo a fervura. 
7) Titular com solução de KMnO4 0,05 (a concentração pode variar) até que a 
coloração rósea persista por mais de 30 segundos. 
 
Para cálculo, do teor de cálcio, a seguinte fórmula poderá ser utilizada. 
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% cálcio = (V x N x F x 0,02004 x S) x 100 
 P x A 
Onde: V = volume de KMnO4 0, 05N gastos na titulação 
 N = Normalidade da solução de KMnO4 
 F = Fator de correção da solução KMnO4 0,05N (ver observação) 
 S = volume da solução estoque 
 P = peso da amostra em grama 
 A = volume da alíquota utilizada 
 0,02004 = miliequivalente grama do cálcio 
 
Obs: 
 A concentração rósea que persiste ao final da análise é devido ao excesso 
de KMnO4 que sobra após o término da reação, indicando o ponto final 
da titulação. 
 No passo 04, a partir de 3 horas de descanso, a precipitação de oxalato de 
magnésio têm início, o que contribuirá para erro analítico. 
 Para padronização do KMnO4, solução padrão de oxalato de sódio 
poderá ser utilizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula prática 09 – Análise de Fósforo pelo método Fotocorimétrico 
 
Objetivo: Determinar o teor de fósforo de amostras de ingredientes e rações. 
 Cada grupo de alunos utilizará a solução estoque obtida na aula prática 07. Essa 
solução estoque foi obtida a partir da abertura das cinzas obtidas a partir da queima da 
amostra (aula prática 03). Os alunos devem ter o cuidado de anotar o peso da amostra 
inicial, previamente à queima, bem como o volume da solução estoque preparada. Esses 
dados serão essenciais. 
 Para determinação do teor de fósforo pelo método fotocolorimétrico, a seguinte 
marcha analítica simplificada poderá ser utilizada: 
1) Pipetar volumetricamente, para balão volumétrico de 50 ml, uma alíquota de 
volume adequado. È comum utilizarmos 1,0 ml para rações e 2,0 ml para 
ingredientes. Caso seja analisada uma fonte mineral de fósforo, será necessária 
diluição. 
2) Adicionar 25 ml de água destilada e 5 ml de solução de molibidato de amônio 
2,5% e misturar, agitando o balão. 
3) Adicionar 2,0 ml de ANZA ou FOTORREX e marcar o tempo. Completar o 
volume do balão, tampar e agitar. Preparar também uma prova em branco, com 
todos os reagentes acima, sem a alíquota. 
4) Ligar o espectofotômetro e ajustar o comprimento de onda para 720 nm. 
5) Decorridos exatos 20 minutos, fazer a leitura da transmitância, após zerar o 
aparelho utilizando o branco preparado previamente. 
6) Plotar a transmitância a partir da curva padrão. Esse valor será necessário na 
fórmula. 
 
Para cálculo, do teor de cálcio, a seguinte fórmula poderá ser utilizada. 
% fósforo = (L x S x D) x 100 
 P x A 
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Onde: L = mg de fósforo na alíquota (obtido a partir do gráfico) 
 S = Volume da solução estoque 
 D = Fator de diluição (caso haja diluição) 
 P = Peso da amostra em miligrama 
 A = Volume da alíquota utilizado 
Obs: 
 Deve-se construir uma curva padrão de fósforo para plotagem inicial do 
gráfico semi-log. Para isso, pode ser utilizada solução de KH2PO4, 
pesando exatamente 0,4394g deste reagente e completando-se para 1 lt. 
Cada ml dessa solução contêm 0,1 mg de fósforo. Fazer então a análise, 
utilizando 0,05; 0,1; 0,15; 0,20 e 0,25 mg de fósforo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exercícios propostos 
1) Suponha que vamos fazer análise de uma forragem. Após amostragem no 
campo, pesamos 76,98 g de amostra e o saquinho de papel pesou 12,65 g. Após 
72 h na estufa a 60°C (pré-secagem) o conjunto (saquinho + papel) pesou 
36,98g. Após o material foi moído e identificado para a realização das 
análises.Foi pesado 3,2456g da amostra pré-seca. Após, foi feita queima da 
amostra no forno mufla para obtenção da matéria mineral. Esse resíduo de 
cinzas foi então aberto em HCl e o volume foi completado para 200 mL. 
a) Para a determinação do Cálcio, foi retirada alíquota de 25 mL e 
procedeu-se a análise. Após, foram gastos 10 mL de solução KMNO4 
0,025N de FC = 0,99. Calcule o teor de cálcio na amostra pré-seca, na 
base de matéria seca e na matéria natural. 
b) Para a determinação do fósforo, uma alíquota de 1 ml foi utilizada. Após 
análise foi lida transmitância de 69. Qual o teor de fósforo na amostra 
pré-seca, matéria seca e matéria natural? Utilize o gráfico abaixo. 
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8) Noções elementares sobre métodos instrumentais 
 Os métodos instrumentais são aqueles onde dosamos a quantidade da substância 
através da utilização de instrumentos complexos. Alguns destes métodos começaram a 
ser usados em meados do século XX e contribuíram muito para o desenvolvimento da 
moderna nutrição animal. Passaremos a descrever, de maneira simplificada, os 
principais métodos utilizados. Para maior detalhamento, livros específicos devem ser 
consultados. 
 
8.1) Cromatografia 
 A técnica da cromatografia apresenta altíssima sensibilidade, podendo ser 
analisadas concentrações de 10
-6
g. Além da alta sensibilidade, é possível analisar por essa 
técnica um grande número de substâncias na mesma amostra. 
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 A cromatografia é importante na análise de ácidos graxos, açucares, 
aminoácidos, vitaminas, etc. A maioria dos compostos orgânicos podem ser analisados por 
esta técnica, sendo aplicada a compostos que são encontrados em baixíssimas concentrações 
nos alimentos. Consegue-se detalhar também a composição em aminoácidos de uma fonte 
protéica ou o teor de cada ácido graxo, de uma fonte lipídica. 
 O princípio desse método consiste no arraste de substâncias por um solvente de 
polaridade parecida, onde atravessam uma barreira de diferente afinidade com as distintas 
substâncias presentes na amostra, ou seja, compostos diferentes atravessam a fase 
estacionária em diferentes intervalos. 
 Existem duas fases neste sistema, sendo uma móvel e outra estacionária. 
Chamamos de fase móvel a substância que atravessaa coluna cromatográfica, podendo ser 
um líquido ou um gás, que flui através da fase estacionaria carreando a amostra. A fase 
estacionária está na coluna cromatográfica e consiste de partículas sólidas de alta 
porosidade ou partículas encobertas por um líquido, devendo o material ter alta área 
superficial a fim de ter maior contato com a substância que irá atravessá-la além de ter 
também polaridade parecida com a amostra. 
A fase estacionária tem por objetivo fornecer uma barreira física para que a fase 
móvel flua juntamente com a amostra. Cada diferente substância, contida na amostra, terá 
diferente afinidade pela fase estacionária, havendo separação. Assim, as diferentes 
substâncias, com diferentes afinidades pelas fases móvel e estacionária, irão atravessar a 
coluna cromatográfica em diferentes tempos. Uma substância que tiver menos afinidade por 
ambas as fases, terá maior dificuldade em atravessar a coluna e assim necessitará de maior 
tempo para atravessar a coluna cromatográfica. Já uma substância com alta afinidade, terá 
maior facilidade em atravessar a coluna e assim chegar de forma mais rápida a um detector 
que determinará a concentração da substância, bem como qual substância está sendo 
analisada. Cada substância terá um tempo de passagem específico para uma determinada 
coluna cromatográfica e substância carreadora. O processo de passagem é denominado de 
eluição. 
 A cromatografia pode ser em papel (coluna cromatográfica de papel de papel), 
líquida ou gasosa. Em nutrição animal, merecem destaque as duas últimas, onde o nome se 
refere ao estado físico da fase móvel. 
 A cromatografia líquida de coluna é rápida, eficiente e altamente sensível, 
analisando uma grande variedade de compostos em uma mesma amostra. A cromatografia 
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de coluna de alta eficiência (CLAE) é uma evolução na técnica de cromatografia líquida, 
muito utilizada atualmente nos laboratórios. Nesta técnica, a fase móvel deve ter uma 
polaridade adequada para permitir a separação, devendo-se escolher criteriosamente a 
mesma. A maior eficiência é atingida pela utilização de bombas que introduzem o líquido 
no cromatógrafo sob alta pressão. 
 
Figura 12 - Esquema da CLAE (cromatografia líquida de alta eficiencia). 
 
 Na figura acima, os itens 1 e 2 se referem ao ponto de entrada e saída do líquido 
que comporá a fase líquida do sistema, ou seja das substancia que tem a função de recolher 
os componentes da amostra e arrastá-los até a fase estacionaria. O item 3 é a tubulação que 
conduz o líquido. Os itens 4 e 5 se referem à bomba que impulsiona o líquido, para que haja 
maior pressão de saída na coluna cromatográfica. Os itens 6 e 7 se referem ao ponto de 
injeção da amostra e a seringa utilizada para a injeção, ou seja, onde será introduzida no 
sistema a amostra a ser analisada. O 8 é o forno que aquece o sistema. A tubulação 9 
transporta a mistura amostra+carreador até a coluna cromatográfica 10, que fará a separação 
dos compostos conforme a afinidade de cada um. Um detector é representado em 11, que é 
responsável por distinguir a ordem de chegada dos componentes bem como a intensidade, 
enviando as informações a equipamentos de saída que podem ser um vídeo (15) ou 
impressoras (14). Após a leitura, um recipiente (12) poderá receber a mistura. 
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 Os métodos de cromatografia gasosa são mais rápidos e altamente sensíveis 
quando comparados à cromatografia líquida. Além disso, apresenta aparelhagem de mais 
fácil aquisição quando comparada a cromatografia líquida. Esta técnica possibilita a 
detecção de até 10
-12
g da substância analisada. A amostra deverá ser vaporizada no aparelho 
e para garantir que isso aconteça, algumas substâncias necessitam de uma preparação 
(tornar-se volátil e termicamente estável) sendo essa preparação denominada de 
derivatização. Existem derivatizações propostas para cada substância específica. As 
condições devem ser padronizadas (fluxo, temperatura, pressão e fases líquida e móvel) 
para que em condições definidas, cada substância tenha um tempo de passagem pela fase 
estacionária separando-os qualitativamente. Na cromatografia gasosa, a pressão de vapor 
também influencia a passagem da substância pela coluna cromatográfica. Substancias com 
alta pressão de vapor, atravessam a coluna com maior rapidez e facilidade. 
 
 
Figura 13 - Representação da cromatografia gasosa 
 Na figura acima é apresentada esquematização diferente da figura 12. Deve 
haver cilindros conectados ao aparelho para que armazenem os gases utilizados na análise. 
Estes podem estar equipados com ar, hidrogênio e um gás carreador. O gás carreador pode 
ser nitrogênio, hidrogênio ou ainda hélio. Uma amostra será injetada e vaporizada para que 
atravesse a coluna cromatográfica, que está contida em um forno, sob altas temperaturas. 
Após atravessar a coluna, a amostra chegará a um detector que mandará informações a um 
amplificador para que a leitura final possa ser realizada. 
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 Durante a análise cromatográfica, o aparelho vai realizando a leitura das 
substâncias analisadas e assim emitindo respostas na formas de picos em um gráfico, 
conforme mostrado na figura 14. Para a determinação quantitativa da substancia, o tempo 
gasto para essa leitura, após a injeção da amostra no aparelho, será importante. Já para a 
determinação da concentração da substância, a quantificação da área interna do pico será 
importante, ou seja a área de cada pico de resposta está diretamente relacionada à 
concentração da substancia no ingrediente. 
 
Figura 14 - Gráfico de saída da separação cromatográfica de aminoácidos. 
 
 Na figura acima, o eixo das abscissas (x) representa o tempo gasto após a injeção 
da amostra. Cada aminoácido é lido, em tempos diferentes, devido à afinidade dos 
mesmos pela fase estacionária, pois cada aminoácido têm uma cadeia carbônica 
diferente dos demais. Os aminoácidos lidos são os seguintes; 1: lisina, 2: histidina, 3: 
amônia, 4: arginina, 5: acido aspártico, 6: treonina, 7: serina, 8: ácido glutâmico, 9: 
prolina, 10: glicina, 11: alanina, 12: cisteína, 13: valina, 14: metionina, 15: isoleucina, 
16: leucina, 17: norleucina, 18: tirosina e 19: fenilalanina. Para determinação da 
concentração desse aminoácido podem ser utilizadas equações matemáticas onde se 
converte a área do pico em concentração por uma unidade de massa (mg/kg). 
 
 8.2) Absorção atômica 
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 A utilização deste método instrumental cresceu muito nas últimas décadas, 
sendo aplicado para análise de minerais. Para análise em absorção atômica, os átomos 
devem estar em seu estado fundamental (não iônico) e isolados, pois não se pode 
quantificar a concentração de dois minerais ao mesmo tempo. 
O aparelho de absorção atômica tem a capacidade de emitir luz no comprimento 
de onda específico, regulado pelo operador. O processo é simples, embora os princípios 
sejam complexos. Propõe-se que cada elemento mineral tenha diferente capacidade de 
absorver uma determinada quantidade de energia, em comprimento de onda específico. A 
fração de luz absorvida é denominada de absorbância e a fração de luz que o elemento não 
consegue reter ou a que tem capacidade de atravessar a amostra é a transmitância. É 
importante se conhecer a diferença entre esses dois conceitos que serão essenciais para 
quantificação do teor do elemento na amostra. Cada elemento tem a capacidade de reter 
uma quantidade distinta de luz, em determinado comprimento

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