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Relacionamento Interpessoal e Ética Profissional

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Prévia do material em texto

1 
 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 
RELACIONAMENTO 
INTERPESSOAL E ÉTICA 
PROFISSIONAL 
 
 
 
 
 
 
ESPÍRITO SANTO 
 
2 
 
INTRODUÇÃO 
 
http://www.unione.art.br/dnfile/io1h91o7numoql76hjms_def/jpg/cursos/0/arquivo-
io1h91o7numoql76hjms_def.jpg 
 
 
Prezados alunos, é com imenso prazer que lhes apresento a apostila de 
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E ÉTICA PROFISSIONAL, esta é uma 
apostila pertencente ao núcleo comum da FAVENI. 
 Aproveite esse material, o mesmo foi elaborado com muito carinho e 
dedicação. 
Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois os mesmos serão 
necessários na sua formação profissional. 
Desejamos sucesso nesta caminhada e esperamos, mais uma vez, 
alcançar o equilíbrio e contribuição no processo de conhecimento de todos! 
 Em caso de dúvidas, não hesitem em perguntar, estamos aqui para 
melhor servi-los. 
 
 
 
 
Equipe Pedagógica da FAVENI. 
 
 
3 
 
RELAÇÕES INTRAPESSOAL E INTERPESSOAL 
 
 
http://3.bp.blogspot.com/-Tqw8DZVbdws/UR44yDy8aaI/AAAAAAAAABM/fROiNhH7GJE/s1600/equipe.jpg 
 
Apostila elaborada com base no texto de Elisângela Santana de Jesus Castro. 
 
As relações interpessoais tiveram como um de seus primeiros 
pesquisadores o psicólogo Kurt Lewin. MAILHIOT (1976: 66), ao se referir a uma 
das pesquisas realizadas por esse psicólogo, afirma que ele chegou à 
constatação de que “A produtividade de um grupo e sua eficiência estão 
estreitamente relacionadas não somente com a competência de seus membros, 
mas, sobretudo com a solidariedade de suas relações interpessoais”. 
Schutz, um outro psicólogo, trata de uma teoria das necessidades 
interpessoais: necessidade de ser aceito pelo grupo, necessidade de 
responsabilizar-se pela existência e manutenção do grupo, necessidade de ser 
valorizado pelo grupo. Tais necessidades formam a tríade de que fala MAILHIOT 
(1976: 67), quando este faz referência aos estudos de Schutz: necessidades de 
inclusão, controle e afeição, respectivamente. 
 
4 
 
Ao discorrer acerca da humanização no ambiente de trabalho, COSTA 
(2002: 21) aponta as relações interpessoais como um dos elementos que 
contribuem para a formação do relacionamento real na organização: 
É necessário observar a operação real da organização, aqui incluídas, as 
relações interpessoais, que constituem a sua seiva vital. Os elementos formais 
(estrutura administrativa) e informais (relacionamento humano, que emerge das 
experiências do dia-a-dia) integram-se para produzir o padrão real de 
relacionamento humano na organização: como o trabalho é verdadeiramente 
executado e quais as regras comportamentais implícitas que governam os 
contatos entre as pessoas – esta é a estrutura de contatos e comunicações 
humanas a partir da qual os problemas de política de pessoal e de tomada de 
decisões podem ser compreendidos e tratados pelos administradores Os autores 
são unânimes em reconhecer a grande importância do tema “relações 
interpessoais” tanto para os indivíduos quanto para as organizações, 
relativamente à produtividade, qualidade de vida no trabalho e efeito sistêmico. 
 Falar sobre Relacionamento não é fácil, entendê-lo também não. 
Principalmente quando levamos em consideração os níveis de relacionamento e 
os prováveis personagens do mesmo. 
Sendo interpessoal, intrapessoal, com o cliente interno ou externo, o 
relacionamento é fator fundamental e, muitas vezes definitivo na vida dos 
indivíduos. É necessário possuir habilidades para manter um bom convívio 
consigo, com os clientes, colegas de trabalho, amigos ou com alguém que, 
simplesmente, só precisa de um minuto de sua atenção para esclarecer uma 
dúvida. 
Todos somos capazes e estamos aptos a desenvolver tais habilidades, 
em muitos casos, uns personagens conseguem superar ou unir a habilidade à 
personalidade, tornando-se parceiros / companheiros desejáveis ao convívio. 
Outros nem sempre conseguem atingir níveis de satisfação tão relevantes e 
perceptíveis, o que não quer dizer que eles sejam incapazes de manter um 
relacionamento com alguém. Na verdade não é nada fácil, mesmo. Porém, como 
tudo na vida, é preciso treino e perseverança. Pessoalmente e 
 
5 
 
profissionalmente, as pessoas que não conseguem ou não estão preparadas 
para conviver com os semelhantes e administrar conflitos estão fadadas à 
solidão e ao fracasso. O que também não quer dizer que isso seja o fim. 
 Quando nos aproximamos de alguém é porque temos uma necessidade 
para ser satisfeita. O mercado quando dispõe e uma vaga exige como 
competência o relacionamento. Gostamos de falar e ser ouvidos, queremos 
atenção, ficamos felizes com bons resultados em equipe, sorrimos quando 
somos compreendidos, ficamos polivalentes quando o grupo está entrosado. 
 
https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS4_CN5mbWabZ-
OuRglOVDmCMw0r1J4PbRVUjW1KrO8k5dV5SR8 
 
As habilidades e os "macetes" dos relacionamentos inter e intrapessoais 
perpassam por estas atitudes, que posteriormente geram sentimentos como o 
da fidelidade. A percepção é a primeira destas. Ao estarmos atentos ao que 
acontece em nossa casa, trabalho, reuniões fraternas e detectamos que algo 
está diferente, os indivíduos que mantém relações conosco respondem com a 
"verdade" ao que foi percebido. 
E também acontece quando tratamos da relação EU – COMIGO. 
Trabalhar a percepção pode ser fácil e divertido. 
 
6 
 
Inicialmente esteja atento a sua realidade e interrogue-se, respondendo 
sinceramente. A verdade vem como a segunda habilidade. Todo e qualquer 
relacionamento é baseado essencialmente na confiança. A criança confia nos 
pais, logo a ama; o amigo confia na amiga, logo se confidenciam; o cliente confia 
no produto e no vendedor, logo compra e defende. 
Apresentar e oferecer o que somos realmente capazes de realizar para 
nos aproximar, e fidelizar é um dever. Além disso, a flexibilidade e ser um 
negociador não fazem mal algum. Nada está totalmente correto ou equivocado. 
Tudo depende do ponto de vista de cada um. Visão esta, que está diretamente 
ligada as pré-experiências e a bagagem cultural de cada indivíduo. Visto que, 
as relações interpessoais são o resultado de tudo que cada pessoa já 
estabeleceu durante a vida. 
 
http://www.acomsistemas.com.br/wp-content/uploads/2015/02/acom-trabalho-de-equipe.jpg 
 
 
Para completar o ciclo do relacionamento, a responsabilidade com que 
devem ser tratadas as expectativas do outro é considerável e irrestrita. Como já 
foi mencionado, todos querem se realizar durante o relacionamento. Ora 
recebendo a atenção desejada, ora obtendo bons resultados nos negócios. Para 
isso, a empatia vem como auxiliador. Respeitar o outro e assumir por um instante 
a posição dele faz do convívio uma interação. 
Tornamos a repetir, estar em contato com o semelhante é uma atividade 
que precisa ser mantida, aprimorada e reciclada, sempre. A cada dia novos 
 
7 
 
conceitos sobre o bem – estar, mercado e comportamento surgem. Não existem 
seres iguais e é por esta razão que somos chamados de indivíduos. Cada qual 
recebe a informação e a compreende de maneira diferente. Não devemos nos 
apegar apenas as praxes e protocolos, o bem do relacionamento é a conexão 
entre as pessoas e a possibilidade de ficarmos diferentes com isso. 
 
COMUNICAÇÃO HUMANA 
 
http://www.ruadireita.com/info/img/contar-a-historia-com-habilidade.jpg 
 
 Quem nunca ouviu falar sobre as aventuras de Robson Crusoé, um 
navegante que ficou a ermo numa ilha deserta, cercada de água por todos oslados e sem ter para onde ir? Ao se deparar com a solidão naquele lugar, Crusoé 
logo sentiu uma grande dificuldade que, talvez, muitos de nós ainda não 
dedicamos um tempo para reflexão: a necessidade de comunicar-se com 
alguém. 
 A comunicação, sem dúvida, é o centro de todo relacionamento, seja ele 
pessoal, profissional, etc. Ela é a chave para o desenvolvimento de uma relação 
saudável com o outro, uma vez que pode ser considerada a arte do entender e 
do fazer-se entender. 
 
8 
 
 Em poucas palavras, a comunicação é o processo verbal ou não verbal 
de transmitir uma informação a uma outra pessoa de maneira que ela entenda o 
que está sendo expresso. A comunicação, portanto, não está limitada à fala, à 
linguagem oral, mas também é possível por meio de gestos, símbolos, 
expressões, bem como qualquer outra forma que contenha em si um significado 
inteligível, compreensível. 
A comunicação, portanto, ocorre quando, ao emitirmos uma mensagem, 
nos fazemos entender por uma pessoa e modificamos seu comportamento. Isso 
é possível através da linguagem, que é a representação do pensamento por meio 
de sinais que permitam a comunicação e a interação entre as pessoas. 
 Podemos encontrar pelo menos quatro níveis de comunicação: 
 
 Nível quatro – é uma comunicação altamente superficial, em que os 
indivíduos apenas se olham ou falam estritamente o necessário, 
limitando-se, no máximo, a um bom dia ou a uma pequena informação. 
 Nível três – é uma comunicação ainda superficial, mas aqui as pessoas 
tratam-se com um mínimo de cordialidade e sorrisos. Neste nível os 
indivíduos ainda não saíram das suas “cascas” para tornar conhecido aos 
outros o que pensam e sentem, ou seja, a comunicação ainda está 
limitada. 
 Nível dois – aqui os indivíduos começam a relatar suas ideias e 
pensamentos, o que marca o início de uma comunicação real. As pessoas 
estão dispostas a correr o risco de expor suas ideias e soluções próprias, 
mas ainda impõem barreiras para a comunicação plena, talvez como 
mecanismo de defesa e forma de conhecer os outros passo a passo. É o 
tão conhecido “pé atrás”, mas a comunicação neste nível abre 
possibilidades para o aprofundamento das relações interpessoais e dos 
laços de confiança, imprescindíveis na comunicação de nível um. 
 Nível um – é uma comunicação total. As pessoas estão dispostas a 
compartilhar seus sentimentos, ideias e pensamentos. Esta comunicação 
está baseada na honestidade e na abertura completa, ou seja, 
 
9 
 
subentende-se que neste nível de comunicação as pessoas possuem um 
alto grau de conhecimento e confiança umas nas outras, estabelecendo 
um relacionamento interpessoal pleno e baseado no diálogo como forma 
de solução de problemas e conflitos. 
 
A forma de comunicação humana mais utilizada é, sem dúvida, a 
comunicação verbal. E todo ato de comunicação envolve sempre seis 
componentes essenciais. São eles: 
 O emissor (ou locutor) – é aquele que diz algo a alguém 
 O receptor (ou interlocutor) – aquele com quem o emissor se comunica 
 A mensagem – tudo o que foi transmitido do emissor ao receptor 
 O código – é o conjunto de sinais convencionados socialmente que 
permite ao receptor compreender a mensagem (ex: a língua portuguesa 
e os sinais de trânsito) 
 O canal (ou contato) – é o meio físico que conduz a mensagem ao 
receptor (e: o som e o ar) 
 O referente (ou contexto) – é o assunto da mensagem 
Todos esses elementos são indispensáveis à comunicação verbal, e podem 
ser assim esquematizados: 
 
 
Mensagem 
Referente 
Emissor ----------------------------------------------------- Receptor 
Canal 
Código 
 
 O mais importante da atividade comunicativa, como já foi dito, é a 
compreensão do que se está querendo expressar e, através deste ato, podemos 
tornar conhecida a nossa maneira de ser, pensar e agir. Isto quer dizer que a 
forma como nos comunicamos denuncia quem somos na realidade. Através da 
 
10 
 
maneira peculiar como cada um se comunica e pelo fato de cada indivíduo 
possuir um jeito próprio de ser, a comunicação tende a enfrentar algumas 
barreiras, as quais surgem da heterogeneidade de pensamentos, sentimentos e 
ideias. Mas, é preciso saber como lidar com essas barreiras, de forma que a 
comunicação não fique comprometida e os possíveis conflitos possam ser 
resolvidos da maneira mais adequada. 
 
 
 
 
BARREIRAS À COMUNICAÇÃO 
 
http://blog.beruby.com/pt/files/2012/03/comunidade-beruby.jpg 
 
 A comunicação se realiza adequadamente e o seu objetivo é atingido, 
quando a mensagem for interpretada da mesma maneira pelo comunicador e 
pelo recebedor da comunicação. Quando se fazem interpretações semelhantes, 
cada um dos participantes transmite ao outro o seu pensamento e o seu 
sentimento sobre o objeto da comunicação. Isto não significa que os 
participantes precisem concordar totalmente com o pensamento sobre o objeto 
 
11 
 
da comunicação. Podem discordar, mas, se um apreende precisamente os 
pensamentos do outro, a comunicação foi satisfatória. 
 Quando a comunicação se estabelece mal ou não se estabelece entre 
pessoas ou entre grupos, resultam alguns fenômenos psíquicos chamados 
BLOQUEIOS, FILTRAGEM E RUÍDOS. 
 Ruído é a interrupção da comunicação através de mecanismos externos, 
sons estranhos à comunicação, visualizações que comprometem a 
comunicação, ou mecanismos utilizados pelo locutor, que seja incompreendido 
pelo interlocutor. A partir do momento em que se elimina o ruído a comunicação 
tende a se estabelecer. 
 Bloqueio é a interrupção total ou provisória da comunicação e 
paradoxalmente parecem comprometer menos a evolução da comunicação do 
que a filtragem. 
 Filtragem é o mecanismo de seleção, danosa, dos aspectos da 
comunicação que erroneamente interessam aos interlocutores. 
 Desde que surge um bloqueio, ele obriga os interlocutores a questionar 
suas comunicações e geralmente lhes permite reatá-las e restabelecê-las em 
clima mais aberto e em uma base mais autêntica. Desde que cada interlocutor, 
tenha tomado consciência de que neles, e entre eles, existem obstáculos às suas 
trocas. 
 Em caso de filtragem, a comunicação tende a acompanhar-se de 
reticências e de restrições mentais, degradando-se pouco a pouco em 
mensagens cada vez mais ambíguas e equivocadas. 
 Alguns aspectos podem ser refletidos com a finalidade de minimizar as 
barreiras na comunicação: 
 Comunicação é sempre uma via de mão dupla. Uma das melhores 
maneiras de fortalecer a comunicação é desenvolver a habilidade não 
apenas de falar, mas de ouvir também. Dar a atenção completa, inclusive 
com os olhos e as expressões faciais. Quando concentramos nossa 
atenção, mostrando que não estamos apenas escutando com os ouvidos, 
poderemos nos identificar com o que a outra pessoa está sentindo ou 
 
12 
 
experimentando. Consequentemente, a pessoa que nos fala também nos 
dará a atenção que desejamos quando formos nós os locutores. 
 É preciso o momento certo para se comunicar. Às vezes passamos 
por cima dos sentimentos das pessoas, sem observarmos se estão 
preparadas para ouvirem determinadas coisas ou se aquele momento é 
adequado para uma conversa mais séria. É preciso boa vontade e 
discernimento para saber qual a melhor ocasião para que o diálogo seja 
eficaz. 
 A precipitação ao responder pode ser prejudicial. Esperar o outro 
terminar de dizer o que pensa, para que então se possa emitir o próprio 
pensamento, pode ser uma grande arma para resolver uma barreira de 
comunicação. Às vezes pensamos que sabemos o que o outro vai dizer 
e, sem vacilar, cortamos o seu momento na conversa. Somentedepois 
descobrimos que não era nada daquilo que iria falar, correndo o risco de 
criarmos uma barreira ainda maior. 
 É preciso estar aberto à cordialidade. Nunca será demais estarmos 
dispostos a desejar um bom dia, pedir desculpas, dizer obrigado, pedir 
por favor... e a sorrir. Às vezes, gestos como estes desarmam 
mecanismos de defesa e formas de ser não muito dadas ao contato 
pessoal, ao diálogo e à interação. 
 Colocando-se no lugar do outro, poderemos fazer da comunicação um 
importante instrumento de fortalecimento das relações interpessoais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL 
 
 
http://noticias.universia.pt/pt/images/investigacion/c/co/com/comunicacao-shutterstock.jpg 
 
Artigo escrito por Prof. Dr. João José Azevedo Curvello, 
“Comunicação, Trabalho e Aprendizagem nas Organizações” 
 
 A aprendizagem, como já vimos, pressupõe uma busca criativa da 
inovação, ao mesmo tempo em que lida com a memória organizacional e a 
reconstrói. Pressupõe, também, motivação para aprender. E motivação só é 
possível se as pessoas se identificam e consideram nobres as missões 
organizacionais e se orgulham de fazer parte e de lutar pelos objetivos. Se há 
uma sensação de que é bom trabalhar com essa empresa, pode-se vislumbrar 
um crescimento conjunto e ilimitado. Se há ética e confiança nessa relação, se 
não há medos e se há valorização à livre troca de experiências e saberes. 
 Nesse aspecto, é possível perceber que a comunicação organizacional 
pode se constituir numa instância da aprendizagem pois, se praticada com ética, 
pode provocar uma tendência favorável à participação dos trabalhadores, dar 
maior sentido ao trabalho, favorecer a credibilidade da direção (desde que seja 
transparente), fomentar a responsabilidade e aumentar as possibilidades de 
melhoria da organização ao favorecer o pensamento criativo entre os 
empregados para solucionar os problemas da empresa (Ricarte, 1996). 
 Para Ricarte, um dos grandes desafios das próximas décadas será fazer 
da criatividade o principal foco de gestão de todas as empresas, pois o único 
 
14 
 
caminho para tornar-se uma empresa competitiva é a geração de ideias criativas; 
a única forma de gerar ideias é atrair para a empresa pessoas criativas; e a 
melhor maneira de atrair e manter pessoas criativas é proporcionando-lhes um 
ambiente adequado para trabalhar. 
 Esse ambiente adequado pressupõe liberdade e competência para 
comunicar. Hoje, uma das principais exigências para o exercício da função 
gerencial é certamente a habilidade comunicacional. As outras habilidades 
seriam a predisposição para a mudança e para a inovação; a busca do equilíbrio 
entre a flexibilidade e a ética, a desordem e a incerteza; a capacidade 
permanente de aprendizagem; saber fazer e saber ser. 
 Essa habilidade comunicacional, porém, na maioria das empresas, ainda 
não faz parte da job-description de um executivo. É ainda uma reserva do 
profissional de comunicação, embora devesse ser encarada como 
responsabilidade de todos, em todos os níveis. 
 O desenvolvimento dessa habilidade pressupõe, antes de tudo, saber 
ouvir e lidar com a diferença. É preciso lembrar: sempre apenas metade da 
mensagem pertence a quem a emite, a outra metade é de quem a escuta e a 
processa. Lasswell já dizia que quem decodifica a mensagem é aquele que a 
recebe, por isso a necessidade de se ajustarem os signos e códigos ao repertório 
de quem vai processá-los. 
 Pode-se afirmar, ainda, que as bases para a construção de um ambiente 
propício à criatividade, à inovação e à aprendizagem estão na autoestima, na 
empatia e na afetividade. Sem esses elementos, não se estabelece a 
comunicação nem o entendimento. Embora durante o texto tenhamos exposto 
inúmeros obstáculos para o advento dessa nova realidade e que poderiam nos 
levar a acreditar, tal qual Luhman (1992), na improbabilidade da comunicação, 
acreditamos que essa é uma utopia pela qual vale a pena lutar. 
 Mas é preciso ter cuidado. Esse ambiente de mudanças, que traz consigo 
uma radical mudança no processo de troca de informações nas organizações e 
afeta, também, todo um sistema de comunicação baseado no paradigma da 
transmissão controlada de informações, favorece o surgimento e a atuação do 
 
15 
 
que chamo de novos Messias da comunicação, que prometem internalizarem 
nas pessoas os novos objetivos e conceitos, estimularem a motivação e o 
comprometimento à nova ordem de coisas, organizarem rituais de passagem em 
que se dá outro sentido aos valores abandonados e introduz-se o novo. 
 
http://www.ibccoaching.com.br/wp-content/uploads/2013/09/comunicacao.jpg 
 
Hoje, não é raro encontrar-se nos corredores das organizações 
profissionais da mudança cultural, agentes da nova ordem, verdadeiros profetas 
munidos de fórmulas infalíveis, de cartilhas iluministas, capazes de minar 
resistências e viabilizar uma nova cultura e que se autodenominam 
reengenheiros da cultura. 
 Esses profissionais se aproveitam da constatação de que a comunicação 
é, sim, instrumento essencial da mudança, mas se esquecem de que o que 
transforma e qualifica é o diálogo, a experiência vivida e praticada, e não a 
simples transmissão unilateral de conceitos, frases feitas e fórmulas acabadas 
tão próprias da chamada educação bancária descrita por Paulo Freire. 
 E a viabilização do diálogo e da participação tem de ser uma política de 
comunicação e de RH. A construção e a viabilização dessa política é, desde já, 
um desafio aos estrategistas de RH e de comunicação, como forma de criar o tal 
 
16 
 
ambiente criativo a que Ricarte de referiu e viabilizar, assim, a construção da 
organização qualificante, capaz de enfrentar os desafios constantes de um 
mundo em mutação, incerto e inseguro. 
 
GRUPOS 
 
O GRUPO 
 (Paulo Cavalcanti de Moura) 
 
O grupo é assim: 
Gente que é gente 
E que não sabe que os outros são gente 
Como a gente, 
Com um lado bom e outro ruim 
 
No grupo tem de tudo: 
Botucudo e tupiniquim. 
Tem falador e tem mudo, 
Mas ninguém é igual a mim. 
 
Tem doutores e tem tímidos, 
Agressivos e dominados 
Tem mãe e tem filhos, 
Tem até mascarados. 
 
E o grupo vai girando, 
Mudando a vida da gente 
O calado sai falando, 
O pessimista contente 
 
O gruo e como a vida, 
 
17 
 
Mas se entra, já vamos indo 
Quem ri acaba chorando, 
Quem chora, acaba rindo 
 
Uma coisa a gente aprende: 
Que o outro é como eu 
Chora, ri, ama e sente 
Mas quase tudo depende da gente: 
Que grupo danado! Que vivência atroz! 
O eu e o tu se atacam 
Mas depois eles se amam, 
Em benefício de nós. 
 
Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações sociais, de interações 
recorrentes entre pessoas. Também pode ser definido como uma coleção de 
várias pessoas que compartilham certas características, interajam uns com os 
outros, aceitem direitos e obrigações como sócios do grupo e compartilhem uma 
identidade comum — para haver um grupo social, é preciso que os indivíduos se 
percebam de alguma forma afiliados ao grupo. 
Segundo Costa (2002), o grupo surgiu pela necessidade de o homem 
viver em contato com os outros homens. Nesta relação homem-homem, vários 
fenômenos estão presente; comunicação, percepção, afeição liderança, 
integração, normas e outros. À medida que nós nos observamos na relação eu-
outro surge uma amplitude de caminhos para nosso conhecimento e orientação. 
Cada um passa a ser um espelho que reflete atitudes e dá retorno ao 
outro, através do feedback. 
Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilidade em aprender se 
faz necessária.Só aprendemos aquilo que queremos e quando queremos. 
Nas relações humanas, nada é mais importante do que nossa motivação 
em estar com outro, participar na coordenação de caminhos ou metas a alcançar. 
 
18 
 
Um fato merecedor de nossa atenção é que o homem necessita viver com 
outros homens, pela sua própria natureza social, mas ainda não se harmonizou 
nessa relação. 
Lewin (1965) considerou o grupo como o terreno sobre o qual o indivíduo 
se sustenta e se satisfaz. Um instrumento para satisfação das necessidades 
físicas, econômicas, políticas, sociais, etc. 
 
http://www.insightgestao.com.br/images/portfolio_images/treinamento-comunicacao.jpg 
 
FASES DO GRUPO 
 
a) INICIAL – é o momento e que o grupo está na expectativa, faz 
perguntas quanto às normas e as regras do jogo. As atitudes 
são torpes e mal coordenadas, também denominada de 
Infância Grupal. 
b) INTERMEDIÁRIA - momento de confrontação e conflitos de 
dependência e contra dependência pode ser uma fase 
dificultadora. Aborda o movimento e o momento do grupo, 
denominada de Adolescência Grupal. 
 
19 
 
c) FINAL – apoia a ideia do outro, pode ser também uma fase 
dificultadora, se os membros do grupos formarem relações 
duais, desfacelando o grupo. Aqui temos a Maturidade Grupal. 
 
 
FEEDBACK 
 
http://www.unileverhealthinstitute.com.br/assets/posts/images/03_07_Post_Manifesto(1).jpg 
 
Texto adaptado de Carla Isabel Vieira Branco, Elen Sabrina O. de Souza, 
Luiz Alexandre de Souza Costa e Marcela Ferreira Guimarães 
 
 
O que é Feedback ? 
 
Feedback é um termo muito utilizado na eletrônica que significa 
realimentação, ou seja uma parcela do sinal da saída de algum circuito 
eletrônico, sendo aplicado novamente na entrada para que seja novamente 
 
20 
 
aproveitado. Isso pode gerar uma situação desejável ou não, pois em certos 
casos essa realimentação não é desejada. É o caso do som da microfonia. 
O Feedback também é utilizado onde é necessário um controle de alguma 
situação ou objeto, quando poderá ser positivo ou negativo e em função disso, 
um circuito de controle estabilizará a saída. 
Nas relações interpessoais que dependem do comportamento humano, o 
termo Feedback apresenta grande importância por verificar que todo 
comportamento dirigido requer Feedback negativo, pois sinais do objetivo são 
necessários para a orientação do comportamento. 
Na visão de Rosenblueth, Wiener e Bigelow (1943), o comportamento 
pode ser dividido em dois tipos, os "de Feedback" e "não-Feedback". 
O comportamento de Feedback poderá ser dividido em duas partes: 
previsível e não previsível e o comportamento de não feedback ocorre quando 
não há retorno do objeto no decorrer de determinadas atitudes. 
 O processo de Feedback poderá ser útil na modificação de 
comportamentos, é comunicação de uma pessoa ou um grupo no sentido de 
fornecer informações de como essa pessoa está sendo afetada, contribuindo 
assim para direcionar seus objetivos. Para ser eficaz e contribuir para essas 
mudanças é necessário que seja: 
 Descritivo ao invés de avaliativo: Quando não há envolvimento emocional, 
o sujeito se torna menos defensivo, se sentindo à vontade para utilizar as 
informações de retorno e aplicá-las da melhor forma possível. 
 Específico ao invés de Geral: Em determinado momento que você diz a 
alguém que ele é "dominador", isso poderá ter menos importância do que 
demonstrar isso quando ele se comportar assim, em determinada 
ocasião. 
 Compatível com as necessidades: O Feedback pode ter caráter destrutivo 
quando apenas as necessidades do comunicador forem levadas em 
consideração e as do receptor esquecidas. 
 Dirigido: Poderá gerar frustração caso o receptor só reconheça suas 
falhas, naquilo em que não tem o controle para mudar. 
 
21 
 
 Solicitado ao invés de Imposto: Será mais proveitoso quando o receptor 
indagar algo que os que observam possam responder. 
 Oportuno: O Feedback será mais proveitoso logo após um determinado 
comportamento, onde o sujeito estará mais flexível, mas dependerá de 
alguns fatores como emocionais e receptividade. 
 Esclarecimento para assegurar comunicação precisa: Um modo de 
comprovar uma ideia é o receptor repetir o Feedback, para que o 
transmissor possa se assegurar de que foi bem entendido. Quando em 
um Grupo de Treinamento, o Feedback poderá ser comparado e 
compartilhado entre os participantes do grupo. 
 Na prática, é observado a dificuldade de se dar e receber Feedback, que 
poderá ser comprovado através da observação dos insucessos frequentes na 
comunicação interpessoal. 
 
 
https://planningit.files.wordpress.com/2012/10/conflito-comunicacao-ambiente-trabalh.png?w=230&h=230 
 
As dificuldades de dar e receber feedback: 
 
 O Homem sofre grande dificuldade em aceitar as suas limitações, 
principalmente ter que as admitir diante de pessoas que ele não confia ou em 
caso de ambiente de trabalho podem até afetar a sua imagem (status). O receio 
do que as pessoas podem pensar, o sentimento de invasão de privacidade e/ou 
medo de não obter o apoio que esperam para suas limitações e necessidades, 
 
22 
 
faz com que elas se fechem, dificultando assim a abertura para a interação e 
troca de Feedback, tão necessário em uma relação. 
Quando nos percebemos que estamos contribuindo para o problema e 
que precisaremos mudar algo em nós mesmos para melhorarmos a validação 
do Feedback, poderemos agravar o problema, nos fechando (negação) e 
passando ao outro toda culpa, apontando seus erros e até mesmo agredindo-o 
 A resolução de alguns problemas pode se dá através do reconhecimento 
de alguns traços da nossa personalidade que até então tentamos disfarçar. 
Procurando pensar no assunto, poderemos melhorar nossa conduta, 
contribuindo assim para uma melhor relação e troca de Feedback. 
Muitas vezes as pessoas não estão preparadas, psicologicamente para 
receber feedback, sendo assim elas os interpretam mal e se sentem magoadas 
com a intervenção, pois feedback em nossa cultura, ainda é percebido como 
uma crítica e implicará em reações emocionais imprevisíveis. Mesmo com toda 
a dificuldade é muito importante para nós darmos e recebermos feedback, seja 
ele positivo ou negativo para que possamos avaliar e corrigir os nossos erros e 
com isso melhorarmos como pessoas. 
 Para superar as dificuldades de dar e receber Feedback, é necessário 
uma relação de confiança recíproca e o reconhecimento de que Feedback é um 
processo conjunto, diminuindo assim as barreiras entre o comunicador e o 
receptor. Devemos aprender a ouvir e expressar nossas opiniões sem reações 
emocionais defensivas e/ou ofensivas intensas. 
 Todos nós gostamos de dar conselhos, pois de certa forma, isso nos faz 
sentirmos importantes, porém poderá vir daí o perigo de pensar no Feedback 
como uma forma de mostrar nossa inteligência e habilidade, não contribuindo 
assim para a verdadeira utilidade do Feedback para o receptor. 
 
Feedback de Grupo: 
 
O grupo também tem necessidade de receber informações sobre o seu 
desempenho. Ele pode precisar saber se há muita rigidez nos procedimentos, 
 
23 
 
se está havendo utilização de pessoas e de recursos, qual o grau de confiança 
no líder e outras informações sobre o seu nível de maturidade como grupo. 
 Os mesmos problemas envolvidos no feedback individual estão presentes 
no grupo em maior ou menor grau. Assim, o grupo pode receber feedback de: 
 Membros atuando como participantes-observadores. 
 Membros selecionados para desempenhar uma função específica de 
observador para o grupo. 
 Consultoresexternos ou especialistas que vêm para fazer observações, 
valendo-se de perspectivas mais objetivas. 
 Formulários, questionários, folhas de reação, entrevistas. 
 
http://www.ib7.org/_novo/wp-content/uploads/2012/06/conflito.jpg 
 
 
À medida que os membros amadurecem e desenvolvem suas habilidades 
em dar e receber feedback individual, tornam-se, também, hábeis em dar 
feedback ao grupo como um todo, sempre que necessário e oportuno. 
 Os resultados individuais também servem de feedback individual: cada 
membro do grupo recebe um quadro com auto percepção e heteropercepção de 
seu superior imediato e de três subordinados seus. 
 
24 
 
A sessão de feedback é uma das mais ricas do laboratório de treinamento, 
tanto a nível individual quanto a nível grupal, permitindo aos membros 
processarem as informações individuais e grupais, sem defensividade, num 
clima aberto, de apoio mútuo e com abordagem de resolução de problemas. 
 Alguns aspectos importantes que devem ser considerados dentro de uma 
organização para facilitar a interação interpessoal, satisfazendo o próprio 
funcionário, o chefe e a empresa. 
 Fatores que contribuem para que a organização tenha equipes 
consolidadas ou em formação em que seus participantes tenham tais 
capacidades: 
 Propor mudanças nas quais acreditam; 
 Discutir as mudanças propostas, procurando compreender suas causas e 
avaliando as consequências; 
 Encorajar uns aos outros a expressarem suas ideias e seu potencial; 
 Buscar e repassar os conhecimentos; 
 Assumir a responsabilidade pelos resultados que a equipe produz; 
 Identificar e administrar conflitos na equipe, entre equipes, com 
fornecedores e clientes; 
 Negociar e otimizar recursos; 
 Dar e solicitar feedback; 
 Dar e solicitar apoio; 
 Desenvolver nas pessoas essa difícil habilidade de dar e buscar feedback; 
 Otimizar os resultados da empresa; 
 Ajudar a evitar erros e potencializar acertos; 
 Apoiar a linha de frente a deixar no cliente um gostinho de "quero mais"; 
 
Implantar acompanhamento e feedback do desempenho: 
 
 Definição de resultados a serem atingidos; 
 Sistemática de mensuração de resultados; 
 Definição de planos de autodesenvolvimento; 
 
25 
 
 Sistemática de feedback; 
 
Acompanhar evolução das pessoas: 
 
 Definir resultados a serem atingidos; 
 Pesquisar periodicamente a satisfação do cliente; 
 Acompanhar planos de autodesenvolvimento; 
 Dar periodicamente feedback aos fornecedores; 
 Rever continuamente os procedimentos para garantir resultados; 
 
 
COMPREENSÃO EMPÁTICA 
 
http://sucesso.powerminas.com/wp-content/uploads/2010/01/Empatia.jpg 
 
A compreensão dos outros, um dos aspectos mais importantes nas 
relações humanas, é a aptidão de se colocar no lugar do outro, ou seja, ver e 
perceber com os olhos do outro. A essa aptidão denominamos sensibilidade 
social ou empatia. 
 Entende-se que empatia é diferente de simpatia, de antipatia ou d apatia. 
Simpatia você sente em relação ao outro, quando esse outro lhe remonta 
 
26 
 
lembranças, atitudes, ideias que lhe são agradáveis, que lhe atraem. Tem-se 
simpatia por Maria, sinto-me alegre se ela está alegre, triste se está triste e vibro 
com seus sucessos. 
 Na atitude empática compreendo como Maria se sente (alegre ou triste) e 
sua maneira de agir em função desses sentimentos, mas não me envolvo neles. 
Sou capaz de compreendê-la, mas não de sentir o que ela sente (simpatia). A 
atitude empática independe da simpatia, não precisamos gostar nem simpatizar 
com a pessoa, precisamos ter sensibilidade para compreender como a pessoa 
se sente frente a uma determinada situação ou sentimento. 
 Se você for lidar com pessoas, você deverá: 
a) Compreender as pessoas (sensibilidade social, empatia); 
b) Ter flexibilidade de ação (comportamento) em função das 
atitudes e sentimentos que você conseguiu empatizar. 
 
 Flexibilidade de comportamento significa que você deve conduzir-se 
apropriadamente numa situação dada, com determinada pessoa. Veja os casos 
que seguem: 
 Se Maria – criança de 05 anos me agride; 
 Se Paulo – um adolescente de 13 anos me agride; 
 Se meu pai – um adulto me agride; 
 Se meu chefe – também adulto me agride; 
 Se minha namorada – a quem amo, me agride... 
 ...não posso ter uma reação uniforme para com todos os casos. Se assim 
agir, não terei flexibilidade de comportamento, me faltou empatia (compreender 
o comportamento de cada um, com as suas peculiaridades). 
 Isso significa que devo ter um repertório de condutas que varia conforme 
a situação e a pessoa. 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Este tipo de comportamento você poderá desenvolver submetendo-se a 
um treinamento em sensibilidade social e flexibilidade de comportamento. 
 Você poderá começar a desenvolver sensibilidade social e flexibilidade de 
comportamento através- de: 
a) Melhor conhecimento de si próprio; 
b) Melhor compreensão dos outros; 
c) Melhor convivência em grupo; 
d) Desenvolvimento de aptidões para um relacionamento mais 
eficiente com os outros. 
 
MOTIVAÇÃO 
 
http://carreiras.empregos.com.br/imagens/221210/motivacao.jpg 
 
 
RELAÇÕES 
HUMANAS 
EMPATIA 
FLEXIBILIDADE 
 DE 
COMPORTAMENTO 
 
REPERTÓRIO 
 DE 
 CONDUTA 
 
 
28 
 
Conceito de Motivação 
 
Conjunto de forças internas que mobilizarão o indivíduo para atingir um 
dado objetivo como resposta a um estado de necessidade, carência ou 
desequilíbrio. 
A palavra motivação vem do latim movere, que significa "mover". A 
motivação é, então, aquilo que é susceptível de mover o indivíduo, de levá-lo a 
agir para atingir algo (o objetivo), e de lhe produzir um comportamento orientado. 
 
Ciclo motivacional: 
 
1. Necessidade. É o motivo, a razão de ser da ação. É provocada por um estado 
de desequilíbrio devido a uma carência ou privação (ex.falta de alimento no 
organismo). 
2. Impulso ou pulsão. É a atividade desenvolvida pela necessidade ou motivo, 
isto é, a energia interna que impele o indivíduo a agir num dado sentido. (Ex.força 
que move o indivíduo para obter comida). 
3. Resposta. É a atividade desenvolvida e desencadeada pela pulsão para 
atingir algo. (ex.procurar comida). 
4. Incentivo. É o objetivo para o qual se orienta a ação. (Ex. ingerir o alimento). 
5. Saciedade. É a satisfação decorrente de se ter atingido o objetivo pretendido 
(depois de se ter ingerido o alimento, a fome desaparece). 
 
Este comportamento sequencial volta a repetir-se sempre que se repete 
a necessidade que o provoca. 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Tipos de Motivação 
 
 
http://noticias.universia.com.br/br/images/imagenes%20especiales/m/mo/mot/motivacao-trabalho-
shutterstock.jpg 
 
Não existe uma classificação para as motivações, mas várias. As 
motivações podem classificar-se em dois grandes grupos: 
 
1. Motivações fisiológicas (primárias, básicas, biológicas, orgânicas): as 
que estão ligadas à sobrevivência do organismo e não resultam de uma 
aprendizagem. Elas provocam no organismo certos impulsos para o 
restabelecimento do seu equilíbrio. Estas motivações encontram-se 
estreitamente ligadas com determinado estado interno do organismo. Exemplos: 
respiração, fome, sede, sexo, evitar o frio e o calor, sono, etc. A homeostasia 
designa o mecanismo que regulação o equilíbrio interno do organismo. 
2. Motivações sociais (secundárias, culturais): as que dependem 
essencialmente de aprendizagens, isto é, foram adquiridasno processo de 
socialização. Exemplos: Necessidade de convivência (afiliação), de 
reconhecimento, de êxito social, de segurança, etc. Este grupo pode ser 
subdividido, por exemplo, entre motivações sociais centradas no indivíduo e ou 
centradas na sociedade. 
a) Centradas no indivíduo (autoafirmação): desejo de segurança, de ser aceito, 
de pertencer a um grupo, de alcançar um estatuto social elevado, de enriquecer, 
etc. 
 
30 
 
b) Centradas na sociedade (independentes dos nossos interesses particulares): 
respeito pelo próximo, de solidariedade, de amizade, de amor, etc. 
Há que questione esta divisão das motivações, afirmando que todas elas 
têm um fundo comum: a busca do prazer, o único e verdadeiro motivo de todas 
as ações humanas. 
 
FRUSTRAÇÃO 
 
http://www.pucminas.br/imagedb/pucinforma/PIM_ARQ_IMAGE_GRAND20131101142940.jpg 
 
Quando o indivíduo está motivado para atingir um dado objetivo, e por um 
obstáculo qualquer não o consegue atingir, vive um estado de frustração. Este 
sentimento depende de muitos fatores: personalidade do sujeito, idade, natureza 
da motivação, tipo de obstáculo, etc. 
Reações à frustração. Não existe uma reação tipo para determinada 
frustração, as respostas às frustrações dependem de muitos fatores como acima 
aludimos. 
Comportamentos resultantes da frustração: 
 
31 
 
1. Agressão (direta ou deslocada). Esta agressão denomina-se direta quando é 
dirigida contra a fonte que provocou a frustração, e deslocada se dirige para 
outras pessoas ou objetos. Ex. A criança agride o pai que a impede de brincar 
(agressão direta); A criança proibida de brincar, destrói os brinquedos com que 
o pai a impede de brincar (agressão deslocada); 
Ao longo do processo de socialização, o indivíduo aprende a lidar com as 
frustrações, inibindo, deslocando, dissimulando, ou compensando as suas 
manifestações de agressividade. Em situações extremas, o indivíduo pode dirigir 
as suas manifestações de agressividade deslocada para ele próprio 
(autoagressão). 
2. Apatia (indiferença ou inatividade). Face a contínuas frustrações o indivíduo 
pode cair na reação apática (indiferença perante a fonte da frustração). A pulsão 
motivadora do comportamento é reduzida ou eliminada. 
 
 
CONFLITO 
 
Estado de tensão que resulta de uma tensão interior vivida pelo sujeito 
quando se debate com motivações inconciliáveis. 
Kurt Lewin classificou os conflitos em três grupos: 
1. Conflito aproximação/ aproximação. Decisão sobre duas coisas desejáveis, 
mas incompatíveis. Ex.: Escolher entre uma festa e uma viagem; 
2. Conflito afastamento/ aproximação. Decisão sobre algo que comporta 
aspectos positivos, mas também negativos. Ex. Fazer uma viagem, mas ficar 
sem dinheiro. 
3. Conflito afastamento/ afastamento. Decisão sobre duas coisas igualmente 
desagradáveis, mas inevitáveis. Ex.: Para uma criança - comer a sopa ou ir para 
a cama. 
 
 
 
32 
 
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO 
 
http://www.esoterikha.com/coaching-pnl/img/frases-de-motivacao-para-facebook.jpg 
 
Principais teorias 
 
1. Teoria de Abraham Maslow. Este psicólogo, fundador da psicologia 
humanista, descreve o processo como o indivíduo passa das necessidades 
básicas, como se alimentar, a necessidades superiores como as cognitivas ou 
estéticas. Maslow estabelece uma estrutura hierarquia das necessidades 
partindo da ideia que se não se satisfaz uma necessidade básica, torna-se 
impossível satisfazer outras de ordem superior. Se tivermos fome (necessidade 
fisiológica), por exemplo, somos incapazes de nos concentrarmos em atividades 
estéticas. Esta ideia aplica-se a todas as atividades da vida humana, afirmando 
também que todos os homens aspiram à auto realização plena das suas 
potencialidades. 
 
 
 
33 
 
Hierarquia das motivações (por ordem crescente): 
1. Necessidades fisiológicas (água, luz solar, alimento, oxigênio, sexo, 
alojamento); 
2. Necessidades de segurança (estar livre do medo e das ameaças, de não 
depender de ninguém, de autonomia, de não estar abandonado, de proteção, de 
confidencialidade, de intimidade, de viver num ambiente equilibrado); 
3. Necessidades de afeto ou de pertença (afiliação, afeto, companheirismo, 
relações interpessoais, conforto, comunicação, dar e receber amor); 
4. Necessidades de prestígio e estima social (respeito pela própria dignidade 
pessoal, elogio merecido, autoestima, individualidade, identidade sexual, 
identidade sexual, reconhecimento); 
5. Necessidades de auto realização e criatividade (auto expressão, utilidade, 
criatividade, produção, diversão e ócio); 
6. Cognitivas e de curiosidade, de conhecer o mundo (saber, inteligência, estudo, 
compreensão, estimulação, valia pessoal); 
7. Estéticas (realização de possibilidades, autonomia pessoal, ordem, beleza, 
intimidade, verdade, objetivos espirituais). 
 
 
http://zarife.com.br/blog/wp-content/uploads/2013/09/motivac%CC%A7a%CC%83o-no-trabalho_capa.jpg 
 
2. Teoria Psicanalítica. O comportamento do indivíduo é motivado por uma 
energia libidinal, que se manifesta sob a forma de pulsões. As satisfações destas 
pulsões diminuem a tensão no indivíduo, mas também produzem prazer. Nem 
sempre está satisfação se revela aceitável, o que origina frustrações e conflitos. 
A fim de evitar as frustrações e os conflitos, e tendo em vista diminuir a 
tensão interna, os mecanismos de controlo do ego (Eu), recorrem a várias 
 
34 
 
estratégias para a controlarem estas tensões e obterem alguma satisfação das 
pulsões Na maior parte tratam-se de respostas elaboradas pelo inconsciente, 
sem que o indivíduo se dê conta disso. 
 
Principais mecanismos de defesa do ego: 
 
 
- Recalcamento: Processo de esquecimento inconsciente de lembranças 
desagradáveis. Os desejos e sentimentos inaceitáveis são mantidos no 
inconsciente. 
- Repressão: Processo voluntário e consciente pelo qual o indivíduo esquece ou 
repele da consciência lembranças desagradáveis. 
- Regressão: Retorno do indivíduo a formas de comportamento próprias de uma 
idade inferior à sua, nomeadamente a aquelas em que se sentia seguro e 
confiante. 
- Projeção: Os desejos próprios são atribuídos a outras pessoas. O indivíduo 
atribui a outros desejos que são seus. 
- Identificação. Adoção de comportamentos daqueles que nos impressionam e 
se nos impõe como modelos de comportamento. 
- Sublimação: Substituição do objetivo da pulsão por outro socialmente aceite e 
estimável. Deste modo o desejo é satisfeito de modo indireto. 
- Racionalização: Justificação, a posteriori, com o intuito de evitar sentimentos 
de inferioridade que ponham em risco a autoestima. 
- Compensação: Realização de atividades inferiores para compensar outras 
tidas como superiores, mas face às mesmas o indivíduo manifesta medos ou 
assume certas incapacidades para a sua realização. 
- Transferência: Mudança de um objeto proibido das pulsões para outro, 
relacionado com aquele, mas socialmente aceitável e socialmente aceitável. 
- Fantasia. 
 
 
 
35 
 
 
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
 
http://www.peakcursos.com.br/imagens/cursos/Inteligencia_emocional_no_trabalho.jpg 
 
 O QUE É INTELIGÊNCIA EMOCIONAL? 
 
A Inteligência Emocional está relacionada a habilidades tais como motivar 
a si mesmo e persistir mediante frustrações; controlar impulsos, canalizando 
emoções para situações apropriadas; praticar gratificação prorrogada; motivar 
pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu 
engajamento a objetivos de interesses comuns. (Gilberto Vitor) 
Daniel Goleman, em seu livro, mapeia a Inteligência Emocional emcinco 
áreas de habilidades: 
1. Auto - Conhecimento Emocional - reconhecer um sentimento 
enquanto ele ocorre. 
2. Controle Emocional - habilidade de lidar com seus próprios 
sentimentos, adequando-os para a situação. 
3. Auto - Motivação - dirigir emoções a serviço de um objetivo é essencial 
para manter-se caminhando sempre em busca. 
4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas. 
5. Habilidade em relacionamentos interpessoais. 
 
36 
 
 As três primeiras acima se referem à Inteligência Intrapessoal. As duas 
últimas, a Inteligência Interpessoal. 
 
 
IMPORTÂNCIA DAS EMOÇÕES 
o Sobrevivência: Nossas emoções foram desenvolvidas 
naturalmente através de milhões de anos de evolução. Como 
resultado, nossas emoções possuem o potencial de nos servir 
como um sofisticado e delicado sistema interno de orientação. 
Nossas emoções nos alertam quando as necessidades humanas 
naturais não são encontradas. Por exemplo, quando nos sentimos 
sós, nossa necessidade é encontrar outras pessoas. Quando nos 
sentimos receosos, nossa necessidade é por segurança. Quando 
nos sentimos rejeitados, nossa necessidade é por aceitação. 
o Tomadas de Decisão: Nossas emoções são uma fonte valiosa da 
informação. Nossas emoções nos ajudam a tomar decisões. Os 
estudos mostram que quando as conexões emocionais de uma 
pessoa estão danificadas no cérebro, ela não pode tomar nem 
mesmo as decisões simples. Por quê? Porque não sentirá nada 
sobre suas escolhas. 
o Ajuste de limites: Quando nos sentimos incomodados com o 
comportamento de uma pessoa, nossas emoções nos alertam. Se 
nós aprendermos a confiar em nossas emoções e sensações isto 
nos ajudará a ajustar nossos limites que são necessários para 
proteger nossa saúde física e mental. 
o Comunicação: Nossas emoções ajudam-nos a comunicar com os 
outros. Nossas expressões faciais, por exemplo, podem 
demonstrar uma grande quantidade de emoções. Com o olhar, 
podemos sinalizar que precisamos de ajuda. Se formos também 
verbalmente hábeis, juntamente com nossas expressões teremos 
uma possibilidade maior de melhor expressar nossas emoções. 
 
37 
 
Também é necessário que nós sejamos eficazes para escutar e 
entender os problemas dos outros. 
o União: Nossas emoções são talvez a maior fonte potencial capaz 
de unir todos os membros da espécie humana. Claramente, as 
diferenças religiosas, cultural e política não permitem isto, apesar 
dar emoções serem "universais". 
 
 
 
 
ÉTICA E CIVILIZAÇÃO 
 
http://www.professoresdosucesso.com.br/wp-content/uploads/etica.jpg 
 
 
Texto elaborado com base no texto de Marcos Leite 
 
 
 
38 
 
Os seres humanos agem conscientemente, e cada um de nós é senhor 
de sua própria vida. Mas como resolvemos o que fazer? Você em algum lugar já 
pensou em como você toma as decisões sobre o que fazer em determinada 
situação? Você age impulsivamente, fazendo “o que der na telha” ou analisa 
cuidadosamente as possibilidades e as consequências, para depois resolver o 
que fazer? 
A filosofia pode nos ajudar a pensar sobre a nossa vida. Chama-se ética 
a parte da filosofia que se dedica a pensar as ações humanas e os seus 
fundamentos. Um dos primeiros filósofos a pensar a ética foi Aristóteles, que 
viveu na Grécia no século IV aC . Esse filósofo ensinava numa escola à qual deu 
o nome de Liceu, e muitas de suas obras são resultado das anotações que os 
alunos faziam de suas aulas. As explicações sobre a ética foram anotadas pelo 
filho de Aristóteles chamado Nicômaco, e por isso esse livro é conhecido por nós 
com o título de Ética a Nicômaco. 
Em suas aulas, Aristóteles fez uma análise do agir humano que marcou 
decisivamente o modo de pensar ocidental. O filósofo ensinava que todo o 
conhecimento e todo trabalho visa a algum bem. O bem é a finalidade de toda 
ação. A busca do bem é o diferente é o que difere a ação humana da de todos 
os outros animais. 
Ele perguntou: Qual é o mais alto de todos os bens que se podem alcançar 
pela ação? E como resposta encontrou: a felicidade. Essa resposta formulada 
pelo filósofo encontra eco até nossos dias. Tanto o homem do cotidiano como 
todos os grandes pensadores estão de acordo que a finalidade da vida é ser 
feliz. Identifica-se o bem viver e o bem agir com o ser feliz. 
No entanto, disse Aristóteles, a pergunta sobre o que é felicidade não é 
respondida igualmente por todos. Cada um de nós responde de uma forma 
singular. Essa singularidade na resposta é partilhada por outros indivíduos com 
os quais convivemos. Portanto, no processo de nossa educação familiar, 
religiosa e escolar aprendemos a identificar o ser feliz com os valores que 
sustentam nossas ações. 
 
39 
 
Toda a produção humana consiste em criar condições para que o homem 
seja feliz. Todas as religiões, as filosofias de todos os tempos, as conquistas 
tecnológicas, as teorias científicas e toda a arte são criações humanas que 
procuram apresentar condições para a conquista da felicidade. O processo 
civilizatório iniciou-se com a promessa da felicidade. 
 
RACIONALIDADE E LIBERDADE 
 
O mesmo Aristóteles caracterizou os humanos como seres racionais que 
falam. A dimensão anímica ou psíquica (psique=alma) dos seres humanos foi 
concebida pelo filósofo como um conjunto de duas partes: uma racional e a outra 
privada de razão. A primeira se expressa pela atividade filosófica e matemática. 
A Segunda, por seus elementos vegetativos e apetitivos. Isso permitiu a 
hierarquização dos seres humanos. 
Pela Segunda parte da alma, somos iguais a todos os outros animais. 
Movidos pelos instintos primários (fome, sede, sono, reprodução), somos 
guiados pela necessidade de sobrevivência. Todos os seres humanos tem em 
comum um problema único a resolver: como sobreviver. Necessitamos de 
alimentos para aplacar nossa fome; de água para saciar a sede: dormir para 
perpetuar a espécie. Mas o que nos diferencia dos outros animais? Segundo 
Aristóteles, é a racionalidade. Nós somos capazes de planejar nossas ações, de 
realizar escolhas e julgá-las, determinando seu valor. Agimos acreditando que 
estamos fazendo o bem e, mesmo quando julgamos mal nossas ações, é sempre 
o bem que estabelece o critério de tal julgamento. 
Assim, os seres humanos identificam-se como tais pelas distinções que 
são capazes de estabelecer com os outros animais e, por conseguinte, com todo 
o reino da natureza. Os seres humanos definem-se pela capacidade de pensar, 
falar, trabalhar e amar. Ainda com Aristóteles, podemos identificar três coisas 
que controlam a ação: sensação, razão e desejo. A primeira não é princípio para 
julgar ação, pois também os outros animais possuem sensação, mas não 
participam da ação. 
 
40 
 
 
http://overlane.files.wordpress.com/2012/04/etica_trabajo.jpg 
 
A ação é um movimento deliberativo, isto é, a origem da ação é a escolha. 
Os homens diferem dos demais animais porque são capazes de realizar 
escolhas. O desejo está na raiz dessas escolhas: a razão é o seu guia. Para 
Aristóteles, o desejo é a força motriz, o impulso gerador de todas as nossas 
ações. Mas esta força motriz deve seguir o curso traçado pela razão. A razão 
guia, conduz o desejo ao encontro de seu objetivo. 
 Realizar escolhas é eleger objetos para o desejo. O critério das escolhas 
é sempre racional. O motivo é sempre emocional, ou seja, impulsionados pelo 
desejo movemo-nos em direção aos objetos. Nesse sentido, a capacidade 
racional de realizar escolhas permite-nos afirmar nossa condição de liberdade. 
O exercício da liberdade é a capacidade de escolher. Nisso os seres humanos 
podem se desviar do determinismo pelo padrãogenético de suas espécies. 
Quando olhamos um filhote de cachorro, por exemplo, somos capazes de dizer 
seu comportamento futuro. Ao olhar para um bebê é impossível prever seu 
comportamento, suas ações e suas intenções. 
É a escolha que define o caráter de um ser humano. Suas virtudes se 
manifestam nas escolhas que realiza no curso de sua condição mortal. Aqui se 
apresentam algumas questões éticas de grande relevância. Quais os critérios 
que norteiam as escolhas que um homem faz em sua vida? Quais são os valores 
 
41 
 
que pautam suas ações? Quais objetivos pretende atingir com quais meios 
efetivará sua realização? Afirma-se que toda ação deve ser justa e boa. Mas, o 
que determina a justiça e a bondade? O que é ser justo? O que é ser bom? 
 
 
http://editoraargos.org/wp-content/uploads/2011/10/yosoy.jpg 
 
No exercício da liberdade, cada um de nos se relaciona com outros 
indivíduos e dessas relações emerge a realidade social. Chamamos sociais 
nossas relações com os outros no mundo. A sociedade é uma construção 
histórica pautada numa lei fundamental: é proibido matar o semelhante. No 
entanto, numa rápida olhada em qualquer jornal, por exemplo, descobrimos que 
o assassinato é praticado das mais diferentes formas: guerras, fome, assaltos, 
atentados, terroristas...Vez ou outra, ouvimos dizer que essas ações são 
desumanas. Mas como, se foram praticadas por seres da mesma espécie, 
animais racionais? 
 
 
CIVILIZAÇÃO E VALORES 
 
A civilização parece não respeitar a lei fundamental que criou para que 
pudesse existir. É proibido matar! Se existem práticas homicidas, os critérios de 
bondade e justiça não são cumpridos. Os assassinatos revelam o conflito 
irremediável entre a liberdade e a lei. A lei foi constituída para garantir o exercício 
 
42 
 
da liberdade. No entanto, acaso deveríamos julgar livres os indivíduos que 
praticam crimes? Seriam eles livres em suas ações ou não? O critério de justiça 
determina a prisão (perda da liberdade) para quem cometer homicídio. Mas por 
que os pobres são condenados à prisão? Por que os chamados “crimes de 
colarinho-branco” não são punidos com a prisão? Observe que essas questões 
remetem ao chamado da reflexão ética. 
Em 1930, um médico vienense chamado Sigmund Freud – o criador da 
psicanálise – publicou um livro com o sugestivo título O mal-estar na civilização. 
Nessa obra, Freud fez um diagnóstico do processo civilizatório e constatou que 
os seres humanos estão condenados a viver nesse conflito irremediável entre as 
exigências pulsionais (a liberdade) e as restrições (as leis). 
Freud Retoma a clássica questão aristotélica que atravessa toda a história 
ocidental: O que os homens pedem da vida e o que desejam nela realizar? A 
resposta é categórica: a felicidade. Os homens querem ser felizes e assim 
permanecer. Toda ação tem em vista a conquista da felicidade. 
Par analisar por que nos afastamos desse propósito, Freud apresenta 
uma reflexão decisiva para pensarmos a Ética civilizatória como processa de 
felicidade: “Grande parte das lutas humanas centraliza-se em torno da tarefa 
única de encontrar uma acomodação conveniente – isto é, uma acomodação 
que traga felicidade – entre essa reinvindicação do indivíduo (liberdade) e as 
reivindicações culturais do grupo (leis), e um dos problemas que incide sobre o 
destino da humanidade é o saber se tal acomodação pode ser alcançada por 
meio de alguma específica de civilização (religião, ciência, filosofia, arte) ou se 
esse conflito é irreconciliável” (p.116). A posição de Freud é clara: o conflito é 
irremediável. 
A tarefa da civilização é humanizar esse animal racional chamado 
homem. Acompanhando os argumentos de Freud na obra citada, podemos 
encontrar elementos para caracterizar o processo civilizatório construído pelos 
seres humanos. A civilização é concebida como tudo aquilo por meio do que a 
vida humana se elevou acima de sua condição animal. Os humanos são seres 
da cultura. A cultura é a morada do homem. O acesso aos bens culturais 
 
43 
 
produzidos em toda a história é o que define nossa condição humana. O homem 
é um animal cujo maior desejo é tornar-se humano. 
 
https://encrypted-
tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR0IPBuGim2Hl5jGT4kp_9e6RPNUGzfdugpgfxbjFOxERkqiB1e 
 
A elevação apontada por Freud é o que diferencia dos outros animais. A 
vida humana difere da vida dos animais em dois aspectos: os conhecimentos e 
as capacidades adquiridas para controlar as forças da natureza; e os 
regulamentos (leis, normas, regras) para ajustar as relações dos homens uns 
com os outros. 
Na luta pela sobrevivência em um mundo sombrio e assustador, o animal 
racional teve de enfrentar três grandes desafios: o poder superior da natureza, 
que nos ameaça com forças de destruição, a fragilidade de seu próprio corpo, 
condenado à dissolução; e as leis que regulam suas ações sociais. Os 
conhecimentos científicos e tecnológicos procuram responder a esses desafios. 
As práticas religiosas, os sistemas de crenças também. As teorias filosóficas e 
as produções artísticas inserem-se nessa tarefa de encontrar caminhos para 
esses desafios humanos. 
A conclusão derradeira de Freud é que a civilização tem que ser defendida 
contra o indivíduo e que seus regulamentos, suas instituições e suas ordens 
dirigem-se a essa tarefa (...) fica-se com a impressão de que a civilização é algo 
que foi imposto a uma maioria resistente por uma minoria que compreendeu 
como obter a posse dos meios de poder e coerção, somos submetidos ao 
processo civilizatório. Desde o nascimento até a morte, somos atravessados 
pelos critérios que sustentam a civilização: o bem e a justiça. 
 
44 
 
Finalmente, como relacionar à ética (instância individual) e civilização 
(instância coletiva)? A ética, pensada no campo da lei, leva-nos às mesmas 
conclusões que Freud. Ao obter a posse dos meios de poder e coerção, uma 
minoria impões seus valores à grande maioria que resiste. Mas a conclusão de 
Freud nos permite pensar o poder também como resistência por parte da 
maioria. Nesse caso, o Estado aparece como o grande gerenciador desse 
conflito, por meio de seu sistema de leis e práticas de coerção (prisão, por 
exemplo). 
 
http://www.fleury.com.br/Util/img/conteudo/img-codigo-conduta.jpg 
 
Há outra forma também de pensarmos a ética: como exercício estético. 
Em meio a esse conflito irreconciliável entre as exigências individuais por 
liberdade e as restrições impostas pelo regulamento social, podemos criar 
condições para instaurar uma ética da beleza: fazer da vida uma obra de arte, 
criar condições para que cada um produza sua própria vida como quem esculpe 
o mármore ou pinta uma tela. O mármore ou a tela seriam as 
imposições/restrições impostas pela civilização e das quais podemos escapar, 
mas, como sujeitos de nossa vida, podemos esculpir/pintar com o formão e o 
pincel de nossa liberdade. 
 
 
45 
 
ÉTICA E VALORES 
 
http://gti.projetointegrador.com.br/~131M154200064/images/charge-conselho-ou-etica.jpg 
 
 
Ser Humano  Influenciado pelo ambiente 
(A família à qual pertence; a classe econômica da qual faz parte aquela família; 
a raça da qual faz parte; a religião; o país onde nasceu ...). 
 
Conjunto de informações a respeito da vida – entre tantas informações questões 
ligadas a “Justiça Social”. Ocorrência: Valores diferenciados para fatos e coisas. 
 
Exemplo: 
 
Na escala de valores de uma família de baixa renda, o valor atribuído às 
necessidades básicas, certamente, encontra-se em patamar superior ao do valor 
atribuído às necessidades menos imediatas, como o lazer. Esse quadro é 
diferentequando a escala de valores é de uma família de alta renda, cujas 
necessidades básicas já estão, a priori, totalmente atendidas. 
 
 
46 
 
Portanto, quanto maior o distanciamento verificado entre as condições de 
vida das pessoas, certamente maior será a diferença no que se refere ao 
conjunto de informações recebido de forma individual, da mesma forma que 
diferentes serão as necessidades a que cada um a busca atender de maneira 
mais imediata, vale dizer, maior será o distanciamento entre seus valores. 
 
Objetivos diferentes  Conflitos  Escala de valores 
 
 
ÉTICA E LEI 
 
https://encrypted-
tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRUWubSXqjtpfE69uGhOP6oAgBQB_n3dUZaIaznZ7o8jSSKsGW
c 
 
O conceito ou preceito ético é uma regra aplicável à conduta humana. O 
preceito possui duas características essenciais: 
- Destina-se a adequar a ação humana ao conceito do bem e da moral. 
- Pode ser aplicado pela simples determinação do ser humano, 
independentemente de qualquer coação externa. 
 Como os preceitos éticos são regras, muitos estudiosos aplicam-lhes o 
princípio – típico das normas jurídicas – da possibilidade de não atendimento 
sem violação dos princípios. Essa corrente de pensamento aceita a ideia de que 
 
47 
 
um comportamento pode não ser exatamente de conformidade com a regra 
ética, mas mesmo assim pode não contrariar esse preceito. Para qualificar esse 
comportamento, tais pensadores utilizam a palavra aético, que é um 
comportamento que não é ético, mas que também não contraria a regra ética. 
Não concordamos com tal corrente de pensamento. Por essa razão, para nós 
os comportamentos valorados à luz das regras ética só podem ser éticos ou 
antiéticos. 
A lei é uma norma aprovada pelo povo de um país, que possui as seguintes 
características fundamentais: 
- Resulta de um processo formal de elaboração, do qual a sociedade participa 
diretamente ou através de seus representantes. 
- É dotada de sanção, ou seja, a sua desobediência gera uma penalidade. 
- É sempre atribuída, o que significa que cada direito outorgado a alguém 
impõe um dever, para a mesma ou para outra pessoa. 
 
 
CONCEITO DA ÉTICA 
 
 
http://www.grupoa.com.br/uploads/imagensTitulo/20120123015941_TAILLE_Moral_Etica.gif 
 
Pode-se, de forma simplificada, definir o termo ética como sendo um ramo 
da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou errado. 
 
48 
 
 Uso popular do termo ética: Ética diz respeito aos princípios de 
conduta que norteiam um indivíduo ou grupo de indivíduos. 
 A expressão ética pessoal é normalmente aplicada em referência 
aos princípios de conduta das pessoas em geral. 
 A expressão ética profissional serve como indicativo de conjunto de 
normas que baliza a conduta dos integrantes de determinada profissão. 
Os filósofos referem-se à ética para denotar o estudo teórico dos padrões 
de julgamentos morais, inerentes às decisões de cunho moral. 
 A reflexão ética não pode pretender converter os agentes sociais 
em indivíduos éticos, mas pode instrumentalizá-los para que decidam 
consequentemente, de acordo com o que a coletividade espera deles. 
 A ética representa, pois, uma tomada de posição ideológico-
filosófica que remete aos interesses sociais envolvidos. 
A moral, como sinônimo de ética, pode ser conceituada como o conjunto 
de normas que, em determinado meio, granjeiam a aprovação para o 
comportamento dos homens. 
 
http://images.slideplayer.com.br/1/40745/slides/slide_2.jpg 
 
 
49 
 
A ética, como expressão única do pensamento correto, conduz à ideia da 
universalidade moral, ou ainda, à forma ideal universal do comportamento 
humano, expressa em princípios válidos para todo o pensamento normal e sadio. 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITOS DA ÉTICA PROFISSIONAL 
 
 
http://www.colaboremais.com.br/blog/wp-content/uploads/2014/01/07_12_2013_%C3%A9tica.jpg 
 
Texto elaborado com base nos textos de Antônio Roberto Oliveira 
 
 
As lideranças sociais têm um poder e uma responsabilidade decisivos em 
relação à ética. Nenhuma nação, povo, ou grupo social pode realizar seu projeto 
histórico sem lideranças. A liderança social é o elemento de ligação entre os 
interesses do grupo social e as oportunidades históricas disponíveis para realizá-
 
50 
 
los. A responsabilidade ética da liderança, portanto, se pudesse ser medida, teria 
o tamanho e o peso dos direitos reunidos de todos aqueles que ela representa e 
lidera. 
A liderança social tem uma tripla responsabilidade ética: institucional, 
pessoal e educacional. Institucional, porque devem cumprir fiel e estritamente os 
deveres que lhe são atribuídos. 
Liderança pessoal porque devem ser cada uma delas, um exemplo de 
cidadania: justas e eticamente íntegras. Liderança educacional porque, além de 
ser um exemplo, deve dialogar com os que ela lidera, de modo a ampliar a sua 
consciência política e a fazê-los crescer na cidadania. 
A moral disciplina o comportamento do homem consigo mesmo. Tratam 
dos costumes, deveres e modo de proceder dos homens com os outros homens, 
segundo a justiça e a equidade natural, ou seja, os princípios éticos e morais são 
na verdade os pilares da construção de uma identidade profissional e sua moral 
mais do que sua representação social contribui com a formação da consciência 
profissional. 
Os princípios éticos e morais são, na verdade, os pilares da construção de 
um profissional que representa o Direito Justo, distinguindo-se por seu talento e 
principalmente por sua moral e não pela aparência. 
De forma sintética, João Baptista Herkenhoff (2001) exterioriza sua 
concepção de ética; o mundo ético é o mundo do “deve ser” (mundo dos juízos 
de valor), em contraposição ao mundo do “ser” (mundo dos juízos de realidade). 
Todavia, “a moral é a parte subjetiva da ética”. “O homem nem sempre pode o 
que quer, nem quer sempre o que pode. Ademais, sua vontade e seu poder não 
concordam com seu saber. Quase sempre as circunstâncias externas 
determinam a sua sorte.” (D’HONDT, 1966, p. 105). 
 
 
 
 
 
51 
 
A ÉTICA PROFISSIONAL E A FILOSOFIA DO AGIR 
HUMANO – O SER ÉTICO/AXIOLÓGICO. 
 
É a vida do bem em organizações humanas. A vida plenamente humana, 
“programa pedagógico esse que visa formar o jovem Técnico em Metalurgia, que 
participa da cidadania, assumindo com plena consciência a recíproca relação 
entre direitos e deveres”, consiste essa mesma existência da esfera profissional. 
Esse mundo humano – ser ético/axiológico não é uma dádiva da natureza. 
É uma conquista cultural. Destino das sociedades institucionalizadas, em sua 
dimensão ético-profissional, a de enveredarem pelos obscuros caminhos da 
cidade sem lei. 
A ética é aplicada no campo das atividades profissionais. Assim, a ética 
profissional do estudante de Técnico de Metalurgia e demais outras profissões. 
A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana “o 
fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à 
eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. 
O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve 
assumir no desempenho de sua profissão. 
O estudo e o conhecimento da Deontologia (do grego deontos = dever e 
logos = tratado) se voltam para a ciência dos deveres, no âmbito de cada 
profissão. 
É o estudo dos direitos, emissão de juízos de valores, compreendendo a 
ética como condição essencial para o exercício de qualquer profissão. 
A ética é indispensável ao profissional, porque na ação humana “o fazer” e 
“o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência,à eficiência que 
todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere 
à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no 
desempenho de sua profissão. 
Tanto a moral como o direito baseiam-se em regras que visam estabelecer 
certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam. 
 
52 
 
 
http://4.bp.blogspot.com/-S2Ru1H57Ooo/Tylck3gxWgI/AAAAAAAAAHQ/bmU-
XHVLB80/s320/conduta1.jpg 
 
 
A moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma 
forma de garantir o seu bem-viver. Independe das fronteiras geográficas e 
garante uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam 
este mesmo referencial moral comum. 
O direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada 
pelas fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial, que valem apenas 
para a área geográfica onde uma determinada população ou seus delegados 
vivem. 
A ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo 
ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos seus objetivos é a busca de 
justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente 
de ambos – Moral e Direito – pois não estabelece regras. 
 
 
 
 
 
53 
 
ÉTICA PROFISSIONAL: QUANDO SE INICIA 
ESTA REFLEXÃO? 
 
Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão deve 
iniciar bem antes da prática profissional. A fase da escolha profissional, ainda 
durante a adolescência muitas vezes, já deve ser permeada por esta reflexão. A 
escolha por uma profissão é optativa, mas ao escolhê-la, o conjunto de deveres 
profissionais passa a ser obrigatório. 
Geralmente, quando você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o 
conjunto de deveres que está prestes a assumir, tornando-se parte daquela 
categoria. 
Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e 
habilidades, referentes à prática específica numa determinada área, devem 
incluir a reflexão, antes do início dos estágios. Ao completar a formação em nível 
superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e 
comprometimento com a categoria profissional onde formalmente ingressa. Isso 
caracteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional, a adesão voluntária 
a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais adequadas para o 
seu exercício. 
É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não 
estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas 
as atividades que uma pessoa pode exercer. 
Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo 
quando exercidas solitariamente em uma sala, fazem parte de um conjunto maior 
de atividades que dependem do bom desempenho desta. 
Uma postura proativa, por exemplo, é não ficar restrito às tarefas 
solicitadas, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que 
temporário. 
Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer e juntar o 
lixo, mas você pode também tirar o lixo que vê que está prestes a cair na rua, 
 
54 
 
podendo futuramente entupir uma saída de escoamento e causando uma 
acumulação de água quando chover. 
 
ÉTICA PROFISSIONAL E RELAÇÕES SOCIAIS 
 
http://www.uapi.ufpi.br/conteudo/disciplinas/filosofia/imagens/02_etica_profissional.gif 
 
O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de 
água da chuva; o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no 
local destinado para colocar caixas de alimentos; o médico cirurgião que confere 
as suturas nos tecidos internos antes de completar a cirurgia; a atendente do 
asilo que se preocupa com a limpeza de uma senhora idosa após ir ao banheiro; 
o contador que impede uma fraude ou desfalque, ou que não maquia o balanço 
de uma empresa; o engenheiro que utiliza o material mais indicado para a 
construção de uma ponte, todos estão agindo de forma eticamente correta em 
suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ou aquilo que, alguém vendo, não 
saberá quem fez. 
As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os 
profissionais, as pessoas que dependem deles. Há, porém muitos aspectos não 
previstos especificamente e que fazem parte do compromisso do profissional 
com a ética, aquele que, independentemente de receber elogios, faz a coisa 
certa. 
 
 
 
55 
 
QUAIS OS LIMITES DE UM CÓDIGO DE ÉTICA? 
 
Um código de ética não tem força jurídica de lei universal, porém deveria 
ter força simbólica para tal. Embora um código de ética possa prever sanções 
para os descumprimentos de seus dispositivos, estas dependerão sempre da 
existência de uma legislação, que lhe é juridicamente superior, e por ela limitado. 
Por essa limitação, o código de ética é um instrumento frágil de regulação dos 
comportamentos de seus membros. 
Essa regulação só será ética quando o código de ética for uma convicção 
que venha do íntimo das pessoas. Isso aumenta a responsabilidade do processo 
de elaboração do código de ética, para que ele tenha a força da legitimidade. 
Quanto mais democrático e participativo esse processo, maiores as 
chances de identificação dos membros do grupo com seu código de ética e, em 
consequência, maiores as chances de sua eficácia. 
O princípio fundamental que constitui a ética é este: o outro é um sujeito de 
direitos e sua vida deve ser digna tanto quanto a minha deve ser. O fundamento 
dos direitos e da dignidade do outro é a sua própria vida e a sua liberdade 
(possibilidade) de viver plenamente. 
As obrigações éticas da convivência humana devem pautar-se não apenas 
por aquilo que já temos, realizamos, somos, mas também por tudo aquilo que 
poderemos vir a ter, a realizar, a ser. As nossas possibilidades de ser são parte 
de nossos direitos e de nossos deveres. É parte da ética da convivência. 
A atitude ética é uma atitude de amor pela humanidade. A moral tradicional 
do liberalismo econômico e político acostumaram-nos a pensar que o campo da 
ética é o campo exclusivo das vontades e do livre arbítrio de cada indivíduo. 
Nessa tradição, também, a organização do sistema econômico-político-jurídico 
seria uma coisa “neutra”, “natural”, e não uma construção consciente e 
deliberada dos homens na sociedade. 
 
 
 
 
56 
 
ÉTICA E SISTEMA ECONÔMICO 
 
http://dicaedinheironanet.com/blog1/wp-content/uploads/2014/01/o-que-vale-mais-dinheiro-ou-
etica.jpg 
 
O sistema econômico é o fator mais determinante de toda a ordem (e 
desordem) social. É o principal gerador dos problemas, assim como das 
soluções éticas. O fato de o sistema econômico parecer ter vida própria, 
independente da vontade dos homens, contribui para ofuscar a responsabilidade 
ética dos que estão em seu comando. 
O sistema econômico mundial, do ponto de vista dos que o comandam, é 
uma vasta e complexa rede de hábitos consentidos e de compromissos 
reciprocamente assumidos, o que faz parecer que sua responsabilidade ética 
individual não existe. 
A moral dominante do sistema econômico diz que pelo trabalho qualquer 
indivíduo pode ter acesso à riqueza. A crítica econômica diz que a reprodução 
da miséria econômica é estrutural. Sendo assim, dentro de uma visão ética, pode 
 
57 
 
se dizer que se exigem transformações radicais e globais na estrutura do sistema 
econômico. 
 
ÉTICA E MEIO AMBIENTE 
 
http://www.infojovem.org.br/wp-content/uploads/2009/06/meio_ambienteq1400.jpg 
 
A voracidade predatória do sistema econômico vigente o faz enxergar a 
natureza tão somente como fonte de matérias-primas para a produção de 
mercadorias. Com isso, a natureza torna-se

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