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SINTESE PRONTA MONITORIA

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Interpretação analógica e analogia 
A interpretação analógica é aquela que possui uma norma com uma fórmula 
casuística (vários exemplos), seguida de uma fórmula geral. Vejamos: 
Lei 7.716/89 - Crimes de Preconceito (arts 7º, 8º, 10 e 12º) 
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem 
(fórmula casuística), ou qualquer estabelecimento similar (fórmula geral). 
Pena: reclusão de três a cinco anos. 
Assim, nesse tipo de interpretação, pelos exemplos dados no próprio tipo penal, 
deduz-se quais os outros possíveis estabelecimentos a serem considerados. Não 
necessitamos assim buscar o entendimento ou solução em outro tipo penal. Já a 
analogia consiste no método de integração do ordenamento, em que se aplica uma 
regra já existente para solucionar caso concreto semelhante que ainda não tenha 
havido expressa regulamentação legal. Sua existência depende assim de dois 
pressupostos básicos: existência de uma lacuna na lei e o encontro no ordenamento 
jurídico de uma solução legal semelhante. 
Nos deparamos assim com uma lacuna, a qual procuramos uma solução em 
outro dispositivo que tenha passado por semelhante situação. A título de exemplo 
temos o Código Penal, que em algumas circunstâncias do homicídio culposo, prevê 
o perdão judicial. Já no Código de Trânsito Brasileiro, para o mesmo homicídio 
culposo não há essa previsão do perdão. Aplica-se, portanto, o perdão judicial do 
homicídio culposo constante no CP também ao CTB. 
 
Lei penal em branco, tipo penal aberto e lei penal incompleta 
Lei penal em branco é a lei cujo preceito primário está incompleto. No que se 
refere à descrição da sua conduta, algum elemento para sua devida aplicação 
necessita ser completado. Divide-se em lei penal em branco homogênea e 
heterogênea, dependendo da origem formal de que advier seu complemento; se de 
fontes iguais, homogêneas, como o exemplo do art. 237, impondo uma sanção a 
quem contrai casamento, sabendo de condição que o impeça, mas não exemplifica 
ou esclarece quais seriam essas condições. Essas últimas são encontradas no art. 
1521 do Código Civil. Sendo assim, completada por uma lei originária, votada e 
discutida pelo Congresso Nacional, de âmbito Legislativo, tal como é igualmente a 
fonte forma do Código Penal. 
Já a heterogênea encontra seu complemento em norma com fonte formal 
diversa, a exemplo da lei 11.343/06 no art. 28. Por não explicitar quais seriam essas 
drogas a serem consideradas, temos que nos remeter a uma portaria da Anvisa, 
editada pelo Ministério da Saúde e de competência do Executivo. 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, 
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas. 
O tipo penal aberto acontece quando a descrição da conduta é muito ampla, 
dando margem a variadas interpretações. Isso acontece por exemplo no art. 233 do 
CP (ato obsceno). O que durante a criação do Código Penal em 1940 era considerado 
como obsceno, hoje já não o é mais, em virtude da constante mutabilidade a que 
estamos expostos. Já a norma penal incompleta, ao contrário da lei penal em branco, 
possui incompletude no seu preceito secundário, ou seja, na cominação da sanção, 
como nos crimes de genocídio: 
Lei n. 2.889/56 - Crime de Genocídio 
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, 
racial ou religioso, como tal: a) matar membros do grupo; b) causar lesão grave à 
integridade física ou mental de membros do grupo; c) submeter intencionalmente o 
grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou 
parcial; d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; e) 
efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo; 
Será punido: Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a; 
Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b; Com as penas do art. 270, no 
caso da letra c; Com as penas do art. 125, no caso da letra d; Com as penas do art. 
148, no caso da letra e; 
 
Princípio da Legalidade e o Tribunal de Nuremberg: 
A maior crítica feita ao Tribunal de Nuremberg diz respeito ao aspecto da 
legalidade daquele instituto já que não havia disposição no código penal que punisse 
aqueles crimes, desse modo a sede de vingança das potências que instituíram aquele 
Tribunal feriu o princípio da legalidade, o artigo 1º do código penal nos traz a seguinte 
informação: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal”. De acordo com este artigo, a grande eficácia da lei, é quando por 
algum motivo a lei possa retroagir para beneficiar o réu. No caso de Nuremberg, além 
de não ter adquirido este direito, se fez um pouco pior, criando uma lei que punia os 
crimes de guerra, e essa lei retroagiu no sentido oposto, ou seja, prejudicou com 
veemência todos os 22 réus. Acabara assim, no intuito de se fazer justiça, agindo em 
desacordo com a legislação, o que do ponto de vista de muitos juristas deveria ser 
inconcebível. 
Apesar das críticas, como aspecto positivo deu ensejo a criação do Tribunal 
Penal Internacional, criado no ano de 1998, no Estatuto de Roma, sendo hoje um 
tribunal permanente, de caráter subsidiário, responsável pelo julgamento de crimes 
contra a humanidade, guerra, genocídio e paz; criado em substituição à prática 
criticável dos tribunais ex post facto. O Brasil na Constituição Federal de 1988 proíbe 
o instituto dos Tribunais de exceção por violarem o princípio da Legalidade (Reserva 
Legal e anterioridade), previsto além do Código Penal, também no seu próprio texto 
constitucional.

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