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AO JUÍZO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE FLORIANOPOLIS, SANTA CATARINA (Art. 319, I do CPC, C/C Art. 46, parágrafo 4º do CPC)
PAULO ..., brasileiro, viúvo, militar da reserva, portador da carteira de identidade n ..., expedida pelo..., inscrito no CPF/MF sob o n ..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua Bauru, n 371, bairro..., Brusque, Santa Catarina, CEP ...; vem por seu advogado infra assinado, com escritório na Rua ..., n ..., bairro ..., cidade ..., Estado ..., com endereço eletrônico ..., nos termos da procuração anexa, para os fins do artigo 77, V do Código de Processo Civil, propor:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO,
pelo rito comum (artigo 318 do Código de Processo Civil), em face de JUDITE ..., brasileira, solteira, advogada, portador da carteira de identidade n ..., expedida pelo..., inscrito no CPF/MF sob o n ..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua dos Diamantes, n 123, bairro..., Brusque, Santa Catarina, CEP ...; JONATAS ..., espanhol, casado, comerciante, portador da carteira de identidade n ..., expedida pelo..., inscrito no CPF/MF sob o n ..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua Jirau, n 366, bairro..., Florianópolis, Santa Catarina, CEP ...; e, JULIANA ..., brasileira, casada, profissão, portador da carteira de identidade n ..., expedida pelo..., inscrito no CPF/MF sob o n ..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua Jirau, n 366, bairro..., Florianópolis, Santa Catarina, CEP ... pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
I – DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO:
O Autor é pessoa idosa na forma da lei, possuindo 65 (sessenta e cinco) anos de idade, fazendo jus à tramitação prioritária na prestação jurisdicional que se faz necessária, devendo sua causa ter prioridade de análise e celeridade em toda a tramitação dos atos, diligências e procedimentos deste feito, nos termos do artigo 71 da Lei nº 10.741/03 (Estatuto do idoso) e o artigo 1.048 do CPC.
II – DA AUDIÊNCIA DO ARTIGO 334 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Cumpre informar que o autor possui interesse na realização da audiência de conciliação prevista no artigo 334 do Código de Processo Civil, devendo ocorrer a citação /intimação dos réus para comparecer à citada audiência, estando assim cumprido o requisito do inciso VII do artigo 319 do Código de Processo Civil.
III – DOS FATOS:
O autor, acima qualificado, na qualidade de coproprietário do imóvel de veraneio, situado na Rua Rubi, nº 350, Balneário Camboriú/SC, objeto da matrícula n..., fls. ..., do Livro 2..., do Ofício de Registro de Imóveis de Camboriú/SC, outorgou para sua irmã, em novembro de 2011, procuração que continha poderes especiais e expressos para alienação deste bem.
Ocorre que em 16/11/2016 o autor revogou a referida procuração, tendo em data de 05/12/2016 notificado tanto o titular do Cartório do 1º Ofício de Notas, onde foi lavrada a procuração, como sua irmã, primeira ré.
Em 15/12/2016, a primeira ré, utilizando-se da procuração revogada pelo autor, alienou para os segundo e terceiro réus o referido imóvel pelo valor de R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), conforme Escritura Pública de Compra e Venda, lavrada pelo Cartório ..., no Livro ..., às fls. ..., sob o ato número ..., cuja cópia segue anexa. 
Observa-se que a data da lavratura do referido ato que concretizou o negócio jurídico ocorreu exatamente dez dias após a referida notificação da revogação da procuração.
Para espanto do autor, este só veio tomar conhecimento da alienação no dia 1º de fevereiro de 2017, quando chegou no imóvel e viu o mesmo ocupado pelos segundo e terceiro réus.
Desta forma, a escritura deve ser declarada nula com consequente cancelamento do registro imobiliário efetuado na respectiva matrícula do imóvel. 
IV – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:
Conforme demonstram os fatos narrados, e demais conteúdo probatório anexo, a referida Escritura de Compra e Venda foi realizada com violação ao Art. 104 do Código Civil.
O ato não poderia ter sido lavrado, já que a procuração que outorgava poderes para venda foi revogada e devidamente notificada. Desta forma, não obedeceu a forma prescrita em lei. A procuração deixou de produzir seus efeitos a partir do momento de sua revogação. Nos termos do artigo 682, I do Código Civil, o mandato cessa pela revogação.
Está claro que, quando a venda do imóvel foi efetivada, a procuradora, primeira ré, não mais possuía poderes para atuar no referido negócio jurídico e a mesma já tinha plena consciência e ciência desse fato, agindo de má-fé.
A legislação civil ainda estabelece que o negócio jurídico é nulo quando for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade. Desta forma, a escritura lavrada com procuração revogada macula o negócio jurídico, que deve ser declarado nulo, nos termos do artigo 166, V do Código Civil.
Como leciona como leciona Maria Helena Diniz, a nulidade é a sanção imposta pela lei que determina a privação de efeitos jurídicos do ato negocial, praticado em desobediência ao que a norma jurídica prescreve.178 A nulidade é a consequência prevista em lei, nas hipóteses em que não estão preenchidos os requisitos básicos para a existência válida do ato negocial. (DINIZ, Maria Helena. Código Civil anotado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, p. 194.)
Reforça este entendimento o posicionamento do Tribunal de Justiça do Estado do Minas Gerais, conforme adiante demonstrado:
	 
	
	
	
TJ-MG - Apelação Cível AC 10433092850711001 MG (TJ-MG)
Data de publicação: 12/07/2013
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO E NULIDADE DE ESCRITURA  –  VENDA REALIZADA APÓS A REVOGAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PROCURAÇÃOOUTORGADA PARA A VENDA DO IMÓVEL - CONLUIO COMPROVADO ENTRE O EX-PROCURADOR E O COMPRADOR -NULIDADE DA ESCRITURA DE COMPRAE VENDA E NULIDADE DO REGISTRO IMOBILIÁRIO RECONHECIDOS. - Ressoando da prova documental, que o ex-procurador realizou a venda do imóvel com a utilização de uma procuração já revogada, com ciência e conluio do vendedor, impõe-se a nulidade da escritura de compra e venda e nulidade do registro imobiliário levado a efeito sobre o imóvel.
	
	
	
	
	
	
 
V- DO PEDIDO:
Diante do exposto requer a este juízo:
I) A tramitação prioritária da presente demanda, em razão de ser pessoa idosa na forma da lei, devendo, pois ter a prioridade de análise e celeridade em toda a tramitação dos atos, diligências e procedimentos do feito;
II) Designação da audiência de conciliação/mediação e intimação/citação dos réus para seu comparecimento a audiência;
III) Citação dos réus para integrar a relação processual, para em querendo, apresentar defesa no prazo legal;
IV) Que seja julgado procedente o pedido para que seja declarado nulo o negócio jurídico consistente na compra e venda lavrada sob o ato n. ..., fls. ..., do Livro ... do Ofício de .... e o consequente cancelamento o registro sob o R ... da Matr. ... do Livro 2 do ... Registro de Imóveis de .../SC, com o retorno das partes ao “status quo ante”;
V) Que seja julgado procedente o pedido para condenar os réus aos ônus da sucumbência, incluídos os 20% de honorários advocatícios.
VI – DAS PROVAS:
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do Código de Processo Civil, em especial a prova documental, suplementar e superveniente, testemunhas e depoimento pessoal dos réus.
VII – DO VALOR DA CAUSA:
Dá-se a Causa o valor de R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).
Nestes termos.
Espera deferimento
Local, 04/09/2017
Nome do Advogado
OAB/UF

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