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ESTUDO PARA AV1 – SAÚDE COLETIVA (26-10-17) AULA DO DIA 25-09, CONCEPÇÃO DE SAÚDE E PROCESSO SAÚDE- DOENÇA A saúde é um conceito tido como subjetivo, o completo bem-estar, tendo assim, um caráter utópico e inalcançável. O modelo biomédico compreende a saúde como ausência de doenças físicas e mentais, os serviços de saúde, a partir desse modelo, focam na atenção médica curativa. A OMS define que saúde é o completo bem-estar físico, mental e social, levando a ser considerado a necessidade de ações intersetoriais e interdisciplinares no sentido de criar condições de vida saudáveis. CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE, a saúde é resultante de diversos fatores e torna- se assim um direito de todos e um dever do estado (Constituição de 1988). Saúde e doença são conceitos imprecisos, abrangentes e dinâmicos. - POLITICA NACIONAL INTEGRATIVA E COMPLEMENTAR. Essa política tem o objetivo de normatizar e institucionalizar algumas dessas práticas no SUS. Essa política também visa a integração de sistemas médicos complexos com as PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES, que são as técnicas que visam assistência e a saúde do indivíduo, seja na prevenção, tratamento ou cura, considerando-o como mente / corpo / espírito e não um conjunto de partes isoladas. Seu objetivo, portanto, é diferente daqueles da assistência alopática, também conhecida como medicina ocidental, ou em que a cura da doença deve ocorrer através da intervenção direta no órgão ou parte doente. MODELOS UTILIZADOS PARA A REPRESENTAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA - MEDICINA MÍSTICA, a doença era resultado de transgressões de natureza individual ou coletiva e eram derivadas tanto de elementos naturais como de espíritos sobrenaturais. A cura seria através de rituais religiosos (feiticeiros, xamãs, sacerdotes) para reatar as relações com as entidades religiosas. Esse é um tipo de pensamento ainda existente em sociedades tribais e nas superstições ainda presentes em nossa sociedade. PARA A OMS, saúde é o completo bem-estar. MODELO BIOMÉDICO, saúde é ausência de doença. - MEDICINA HIPÓCRATICA, Hipócrates estabeleceu a relação homem/meio com o desenvolvimento de sua Teoria dos Humores, onde a doença ou saúde dependeria dessa relação homem/meio, se estava em equilíbrio ou não. Doença era decorrente das alterações ambientais do meio físico. -TEORIA DO MIASMA (do grego, mancha), influenciou o pensamento médico até o início do séc. XX, quando se descobre os agentes causais. Acreditava-se que as doenças eram causadas por odores venenosos, gases ou resíduos nocivos que se originavam na atmosfera ou a partir do solo que posteriormente seriam arrastadas pelo vento até um possível individuo que acabaria por adoecer. O termo malária, por exemplo, significa maus ares pois se acreditava que essa doença era causada pela presença de mau ar, já que se acreditava que as áreas pantanosas produziam gases e que as populações q moravam nesses lugares adoeciam com malária, não se preocupava com insetos, mosquitos, ratos e outros animais... - TEORIA DA UNICAUSALIDADE, com o desenvolvimento da microbiologia e o descobrimento das bactérias, a doença passa a ser causada por um agente etiológico e com isso o saber dos profissionais da saúde foi se restringindo ao corpo humano e à biologia humana, tornando irrelevante o conhecimento a respeito do ambiente no processo de cura. A prática médica resultante desse modelo é a predominantemente curativa e biológica. Nesse período há um grande número de doença de caráter infecto-parasitárias. -TEORIA DA MULTICAUSALIDADE, após a segunda guerra mundial os países industrializados começam a vivenciar uma transição epidemiológica, em que ocorreu uma diminuição da importância das doenças infecto-parasitárias como causa de adoecimento e morte dando espaço ao desenvolvimento das doenças crônico- degenerativas que o modelo unicausal não era suficiente para explica-las favorecendo assim o surgimento do modelo multicausal. Este modelo incorpora os fatores socioeconômicos, culturais, físicos, químicos, estabelecendo nexos entre os modos de adoecer (tipos de doença, frequência, gravidade...) e as condições de trabalho e condições materiais de vida (moradia, salário, educação, saneamento, ...) *HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Proposto por Leavell e Clark, esse modelo considera a interação, relacionamento e o condicionamento de três elemos fundamentais na chamada tríade ecológica: o ambiente, o agente e o hospedeiro. A doença seria resultante de um desequilíbrio nas auto-regulações existentes no sistema. Baseando-se na dinâmica do equilíbrio ou desequilíbrio dos três fatores considerados (hospedeiro, agente e meio) propõe três níveis de intervenção: AMBIENTE HOSPEDEIROAGENTE 1. Prevenção primária: através da promoção à saúde e da proteção específica em relação a um agravo determinado, a ser aplicado ainda na fase pré-patogênica da doença (na qual as condições do indivíduo podem favorecer o desenvolvimento da doença). 2. Prevenção secundária: caracaterizado pelo diagnóstico precoce e tratamento, ocorre na fase patogênica (na qual a partir da situação anterior o quadro se evolui para a doença em si). 3. Prevenção terciária: que supõe ações destinadas à recuperação do dano e à reabilitação, ocorre entre a fase patogênica e a de sequelas ( ambas após o aparecimento da doença). - MODELO DE DETERMINANTES SOCIAIS (PRODUÇÃO SOCIAL DA SAÚDE E DA DOENÇA), supera-se a concepção biologicista de causa-efeito para explicar o adoecimento e a morte, ao contrário, aponta-se para o modo de adoecer, como um processo que tem como elemento modelador a estrutura social. Aqui surge a Epidemiologia Social, baseada na determinação, em contraposição à Epidemiologia Clínica Tradicional, adotada nos modelos baseados em causalidade. O modelo da determinação social da saúde/doença procura articular as diferentes dimensões da vida envolvidas nesse processo. Assim, são considerados os aspectos históricos, econômicos, sociais, culturais, biológicos, ambientais e psicológicos que configuram uma determinada realidade sanitária. É importante saber que não se está com saúde ou doença por acaso, há uma determinação permanente, um processo causal, que se identifica com o modo de organização da sociedade. Daí se dizer que há uma “produção social da saúde e/ou da doença”. Se passa a considerar saúde e doença como estados de um mesmo processo, composto por fatores biológicos, econômicos, culturais e sociais. - LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE, regulamentam o Sistema Único de Saúde, são elas: 1. 8.080/90, foi votada em 19 de setembro de 1990 e aborda as condições para promover, proteger e recuperar a saúde, além da organização e o funcionamento dos serviços também relacionados à saúde. Esta lei regula em todo o território nacional as ações e serviços de saúde executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente, eventual por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado. Instituiu o SUS, constituído pelo conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público. Já a iniciativa privada participa do SUS em caráter complementar. 2. 8.142/90 *LEI ORGÂNICA DA SAÚDE *OPERACIONALIZAÇÃO AULA DO DIA 28-09, SAÚDE COLETIVA, DEFINIÇÕES, SABERES, PRÁTICAS E DESAFIOS Igualdade X Equidade Justiça Social - Conceitos de saúde Conceito ampliado de saúde, em que a saúde é resultante de diversos fatores e torna-se assim um direito de todos e um dever do estado segundo a Constituição de 1988. Levandoem consideração os determinantes sociais, que são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham ou as características sociais dentro dos quais a vida transcorre. SAÚDE COLETIVA CAMPO DA SAÚDE - Para a Saúde Coletiva, antes de prevenir a doença é preciso promover a saúde. - A saúde coletiva é o campo da saúde e de produção de conhecimento voltados para a compreensão da saúde e a explicação de seus determinantes sociais. Suas bases foram lançadas ao longo das três últimas décadas no movimento denominado reforma sanitarária. Enfatiza a busca por intervenções articuladas (promoção, proteção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde), baseado em uma abordagem multidisciplinar (ciências sociais, epidemiologia crítica, planejamento e gestão estratégica). Leva-se também em consideração o processo saúde-doença. - Integralidade é identificar o ser como completo atendendo todas as suas necessidades de saúde através da Redes de Atenção à Saúde (RAS) que propõem a promoção à saúde. DESAFIOS: - Cobertura duplicada: relação público-privado Nos anos 90, o Brasil deu um importante passo para a reorganização da demanda por serviço de saúde ao eleger a atenção primária, ou seja, as unidades de saúde como porta de entrada e primeiro contato do usuário com a rede de assistência à saúde. A atenção primária com seus componentes das equipes básicas de saúde (médicos, enfermeiros e odontólogos) teriam condições de resolver mais 70% da demanda da população brasileira e os outros 30% seriam encaminhamentos para níveis de maior complexidade do sistema de saúde, no nível secundário (especialistas como cardiologistas, endocrinologistas, dermatologistas, pneumologista, etc) e nível terciário (hospitais e clínicas de internação). Entretanto uma parte importante dos brasileiros possuem dupla entrada no sistema, ou seja, utilizam o serviço público para recebimento de remédios gratuitos para doenças crônicas e tratamento de câncer, vacinação, dentre outros. E ainda utilizam a rede privada para consultas, intervenções cirúrgicas ou internações. Por isso, mesmo tendo cobertura por plano privado, todos os brasileiros utilizam de alguma forma a rede pública. *Judicialização e consequente Lei 12.401/2011 direito coletivo X direito individual. A judicialização da saúde é a tentativa de obter medicamentos, exames, cirurgias ou tratamentos aos quais os pacientes não conseguem ter acesso pelo SUS ou pelos planos privados por meio de ações judiciais. Os pedidos normalmente são feitos com base no direito fundamental de todo brasileiro à saúde. Esse recurso em geral é utilizado por pessoas com maiores condições financeiras para custear os gastos advindas de tal ação, além de terem um maior conhecimento de seus direitos. Isso acaba por colocar em risco a própria manutenção do sistema público de saúde e o direito de igual acesso às políticas públicas já que o cumprimento das decisões judiciais se dá em detrimento de outros serviços de saúde ou de outros pacientes, principalmente dos mais marginalizados e se, acesso ao judiciário. Como reação a isso o Poder Legislativo apresenta a Lei 12.401, que foi promulgada em 28 de abril de 2011 e traz alterações importantes da lei 8.080/1990. A partir de então a inclusão de medicamentos e a incorporação de novos produtos e tecnologias no SUS atenderão a critérios regulamentados por esta lei. A população terá maior acesso a medicamentos e procedimentos em saúde, com a garantia de qualidade comprovada por rigorosa avaliação técnica e científica destes produtos e serviços, incluindo os casos em que a oferta é determinada por decisão judicial. Com essa nova legislação o judiciário tem parâmetros precisos para melhor subsidiar as ações judiciais relacionadas à saúde. - Ruptura do princípio do universalismo: focalização nos pobres. Universalismo (se há oferta em instituição privada, não é necessário ser oferecido pelo SUS) é diferente de Universalidade - Lei de responsabilização fiscal É uma lei complementar brasileira que tenta impor o controle dos gastos da União, estados, Distrito Federal e municípios, condicionado à capacidade de arrecadação de arrecadação de tributos desses entes políticos Não há limite para despesas para com serviços de terceiros. Rever isenções fiscais e incentivos à saúde privada. - Nova PNAB, que traz uma baixa resolutividade da rede básica de saúde com gestão do cuidado desqualificada, clínica degradada, baixa capacidade de construção de vínculo e produção de autonomia dos usuários (devido a falta de obrigatoriedade da presença dos Agentes Comunitários de Saúde nas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). - Características do subfinanciamento da saúde que se deve ao pouco investimento em saúde que o Brasil oferece. Atualmente o financiamento público da saúde funciona da seguinte forma: União, Estados e Municípios devem destinar à saúde um percentual do que arrecadam. Em que estados e municípios devem destinar 12% e 15, respectivamente, enquanto que a União deve investir o que foi gasto com saúde no ano anterior, mais a variação do PIB. Mas por causa do modelo de gestão descentralizado, os investimentos se tornaram responsabilidade dos entes federativos, em vez de exclusivos da União. Produzindo um contexto desfavorável para os entes federativos, que tem mais responsabilidades financeiras e menos condições de arcar com elas, ocasionando na insuficiência de recursos. Pelo fato de também não haver fonte de origem dos recursos bem especificado ocorre a instabilidade dos recursos, já que dessa forma o orçamento da saúde acaba suscetível aos chamados desvios de finalidade e cumpre, muitas vezes, o papel de válvula de escape em períodos de recessão econômica. O Projeto de Lei de Iniciativa Popular 321 (PLP 321), de 2013, determina que 10% das receitas correntes brutas da União devem ir para a saúde, uma conquista que ameniza as consequências do grave subfinanciamento vivido nessa área. Mas por outro lado a Proposta de Emenda à Constituição 241 (PEC 241), de 2016, aponta para um caminho oposto ao limitar os gastos públicos da União ao valor do ano anterior corrigidos pela variação da inflação. É preciso aprimorar a capacidade de gestão administrativa, alavancando a produtividade no que se refere à gestão do SUS. Com as novas mudanças os desafios no financiamento público se tornaram enormes, mas o uso das ferramentas certas e uma boa dose de persistência são as melhores alternativas para enfrentar a situação. É importante também que os gestores estejam qualificados não apenas na área médica, como também em gestão. Em vez de se designar gestores baseando-se em critérios políticos. É comum encontrar profissionais da área de saúde despreparados para atuar na rede pública, a remuneração inferior à da rede privada e a ausência de uma política de gestão de pessoas focada na motivação e valorização profissional acaba por formar um exército de servidores públicos desinteressados e profissionalmente frustrados. Há algumas formas de combater esse desafio, como o redesenho da política de salários de médicos e enfermeiros ao fortalecer as fontes de financiamento da saúde pública através da renegociação da dívida dos estados e municípios com a União. Uma outra forma seria o direcionamento de recursos para capacitação profissional, não apenas dos médicos e enfermeiros, mas também para os servidores da área administrativa. RESULTADOS ALCANÇADOS/ALMEJADOS: Introduzir a questão social como pertinente ao campo da medicina e da saúde. Superar as intervenções sanitárias sob a forma de programas temáticos, voltados a problemas ou grupos populacionais específicos e baseados em uma epidemiologia meramente descritivae em uma abordagem normativa de planejamento e administração. OBJETO DE INVESTIGAÇÃO DA SAÚDE COLETIVA: - O estado de saúde da população: condições de saúde de grupos populacionais específicos e tendências gerais do ponto de vista epidemiológico, demográfico, socioeconômico e cultural; - Os serviços de saúde: estudo do processo de trabalho em saúde, investigações sobre a organização dos serviços e a formulação e implementação de políticas de saúde, bem como a avaliação de planos, programas e tecnologia utilizada na atenção à saúde; - O saber sobre a saúde: investigações históricas, sociológicas, antropológicas e epistemológicas sobre a produção de conhecimento e sobre as relações entre o saber científico e as concepções e práticas populares de saúde. SABERES: A saúde coletiva busca intervenções articuladas e baseadas em uma abordagem multidisciplinar, onde seus saberes são: 1. Tripé interdisciplinar Ciências sociais; epidemiologia crítica; planejamento e gestão /estratégicos. 2. Saber popular 3. Ênfase transdisciplinar Envolve disciplinas auxiliares, como demografia, estatística, ecologia, geografia, antropologia, economia, sociologia, história, ciências políticas, entre outras. SAÚDE COLETIVA NO CAMPO DA SAÚDE: A inserção dar-se-ia segundo sua proposta em dois planos: 1. Plano Horizontal: os saberes e práticas oriundos da Saúde Coletiva comporiam parte dos saberes de outras categorias e atores sociais. Assim, todas as profissões de saúde deveriam incorporar em sua formação e em sua prática elementos da saúde coletiva. A missão então da Saúde coletiva seria a de influenciar a transformação de saberes e práticas de outros agentes, contribuindo para mudanças do modelo de atenção e da lógica com que funcionam os serviços de saúde em geral. 2. Plano Vertical: a saúde coletiva consistiria em uma área especifica da intervenção, além de especializada e com valor de uso próprio, diferente da clínica ou de outras áreas de intervenção. PRÁTICAS: - Novo modo de organização do processo de trabalho em saúde, em que ocorreu a reforma no modelo de atenção à saúde agora pautado no conceito ampliado de saúde Clínica Ampliada (ABS) - Ênfase na promoção de saúde, prevenção de riscos e agravos, a reorientação da assistência a doentes, melhoria na qualidade de vida privilegiando mudanças nos modos de vida e nas relações entre os sujeitos sociais envolvidos no cuidado à saúde da população. DIFERENÇAS ENTRE SAÚDE: PÚBLICA COLETIVA • É pautada numa gestão normativa e hierarquizada. • A saúde é tida como ausência de doença. • Concepção biologiscista, (modelo biomédico). • Predomina a Epidemiologia descritiva, que só descreve a doença. • Pautado na prevenção da doença e foca em problemas de saúde. • Método positivista para estudar o risco de adoecer e morrer. • Ações isoladas de Vigilância Epidemiológica. • Administração taylorista. • Concepção: Ações e serviços de caráter sanitário que tenham como objetivo prevenir ou combater patologias. • • É pautada numa gestão compartilhada e estratégica. • É utilizado o conceito ampliado de saúde. • Contribuição de todos os saberes (científicos e populares). • Utiliza a Epidemiologia Social ou Crítica, que procura identificar os fatores dos determinantes. • Pauta-se na promoção à saúde e se preocupa com as necessidades de saúde. • Método funcionalista para analisar a realidade social. • Intervenções intersetoriais • Gestão democrática • Concepção: É um campo de conhecimento e práticas. • AULA DO DIA 02-10, REFORMA PSIQUIATRICA NO BRASIL A reforma psiquiátrica foi resultado de um árduo processo científico-político-social, iniciado na década de 1950 nos países europeus e no final da década de 1970 em contexto brasileiro. Por muito tempo a base do tratamento psiquiátrico nos países ocidentais foi baseada na internação por tempo indeterminado em manicômios. Esse modelo se baseava na filosofia do alienismo, defendido pela Revolução Francesa, para quem a internação nos manicômios ofereceria às pessoas sem condições civis um espaço em que não seriam excluídas por não seguir a forma normativa de pensamento e ali poderia exercer sua liberdade. A necessidade de mão de obra para as indústrias foi uma importante contribuição para essa rápida adoção a esse modelo asilar, já que os cuidadores das pessoas com transtornos mentais estariam liberados de sua função com este internado. Contudo, o modelo manicomial mostrou-se ineficiente e desumano e as críticas a respeito disso tornaram-se fortes, principalmente na Europa, culminando na década de 1950 em um movimento político-social chamado DESINSTITUCIONALIZAÇÃO PSIQUIÁTRICA, que visava a humanização do atendimento e defendia os direitos civis e humanos das pessoas com transtornos psiquiátricos. Seus integrantes denunciavam que a internação prolongada não ajudava na melhoria dos transtornos, mas os tornava crônicos. • ÍNICIO Contemporâneo da eclosão do Movimento de Reforma Sanitária Brasileira (que visava a mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, , defesa da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços e protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias de cuidado – objetivava a luta pela garantia do direito universal à saúde e a construção de um sistema único e estatal de serviços), o Movimento de Reforma Psiquiátrica no Brasil (tinha o objetivo de extinguir os manicômios) iniciou na década de 1970 e teve forte influência dos modelos internacionais na luta pela superação da violência asilar e se baseou na crise do modelo de assistência centrado no hospital psiquiátrico e na eclosão dos esforços dos movimentos sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos. Foi a partir daí que se trocou o modelo hospitalocêntrico pelo modelo de atendimento psiquiátrico comunitário, baseado em serviços de saúde mental descentralizados, multiprofissionais e diversificados. Ambas nascem não apenas no campo especifico da saúde, mas também da luta contra a ditadura e da luta por direitos e se apresentam como um processo político de transformação social. A Reforma Psiquiátrica é um processo político e social complexo que é compreendido como um conjunto de práticas e saberes, valores culturais e sociais e é no cotidiano da vida das instituições que o processo de Reforma Psiquiátrica avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios. • ATORES É o DE MOVIMENTO DOS TRABALHADORES EM SAÚDE MENTAL (MTSM), um movimento plural composto por trabalhadores integrantes do movimento sanitário, associações de familiares, sindicalistas, membros de associações de profissionais e pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas. É este movimento que passa a protagonizar e a construir a partir deste período a crítica a respeito desse modelo asilar existente, inspirado no contexto internacional de mudança nesse modelo. • A IDEIA 1. Centralidade nas estratégias de desconstrução da ideia do sujeito louco como perigoso para o convívio social. 2. Fortalecimento dos serviços substitutivos para oferecer uma assistência integral e tratamento diferenciado a população que necessita de atendimento em saúde mental. • ETAPAS 1978, costuma ser identificado como o ano de início efetivo do movimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em nosso país.Com o surgimento do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) que constrói a denúncia a respeito da violência nos manicômios, da mercantilização da loucura, da hegemonia deuma rede privada de assistência e a construir coletivamente uma crítica ao chamado saber psiquiátrico e ao modelo hospitalocêntrico na assistência às pessoas com transtornos mentais. 1987, é quando passam a surgir as primeiras propostas e ações para a reorientação da assistência. O II Congresso Nacional do MTSM em Bauro, SP e que adota o lema “Por uma sociedade sem manicômio”. Nesse mesmo ano também ocorre, no Rio de Janeiro, a I Conferência Nacional de Saúde Mental. Surge também o primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no Brasil, na cidade de São Paulo. 1988, a Constituição de 1988 traz a saúde como um dever do Estado e direito de todos e a consequente criação do SUS. 1989, início de um processo de intervenção, da Secretaria Municipal de Saúde de Santos (SP) em um hospital psiquiátrico em que ocorria maus tratos e mortes de pacientes. É com esta intervenção, que tem repercussão nacional, que fica mais do que evidente a possibilidade de construção de uma rede de cuidados efetivamente substitutiva ao hospital psiquiátrico. Também é nesse ano que são implantados, no município de Santos, Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) que funcionam 24h, além de cooperativas, residências para os egressos do hospital e associações. Neste ano o deputado Paulo Delgado (PT/MG) também dá entrada no Congresso Nacional o Projeto de Lei que propõe a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país, dando início às lutas do movimento de Reforma Psiquiátrica nos campos legislativo e normativo. Década de 90, passam a entrar em vigor no país as primeiras normas federais regulamentando a implantação de serviços de atenção diária, fundadas nas experiências dos primeiros CAPS, NAPS e Hospitais-dia e as primeiras normas para fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos. 1992, os movimentos sociais inspirados pelo Projeto de Lei de Paulo Delgado, conseguem aprovar em vários estados brasileiros as primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental. Foi implantado o Programa de Apoio à Desospitalização (PAD), com isso a quantidade de leitos ´siquiátricos passou de 84 mil em 1991 para 34.426 em 2009. 2001, após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, que a Lei Paulo Delgado (Lei 10.216/2001) é sancionada no país e redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, e dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios. Isso impõe um novo impulso e novo ritmo para o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil. Ainda nesse foi convocada a III Conferência Nacional de Saúde Mental, em Brasília, logo após a promulgação da lei 10.216, a etapa nacional conta com 1.480 delegados, entre representantes de usuários, familiares, movimentos sociais e profissionais de saúde. As etapas municipal e estadual envolvem cerca de 23.000 pessoas, com a presença ativa de usuários dos serviços de saúde e de seus familiares. • DESAFIOS Com todo esse contexto de luta por um cuidado da saúde mental mais humanitário aconteceu uma mudança na lógica dos investimentos em que entre 2002 e 2012 houve uma queda no quantitativo de leitos psiquiátricos de 51.393 para 29.958. em compensação a quantidade de CAPS subiu de 424 para 1.981. A respeito dos recursos destinados à saúde mental, houve uma redução no percentual de gastos com a rede hospitalar de 75,24% para 28,91% e foi registrado um aumento nos gastos extra-hospitalares de 24,76% para 71,09%. Em 2012 ainda houve importante investimento financeiro nos CAPS, que passou de 440 milhões, em 2011, para 776 milhões, em 2012, isso representa um aumento de 68%. Mas ainda existe a necessidade de a sociedade conviver de forma mais harmônica com os diferentes e o reconhecimento das potencialidades dessas pessoas que não estão à margem do projeto de Nação e que tem capacidade de trabalhar e de produzir. • REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL A rede de atenção à saúde mental brasileira é parte integrante SUS, rede organizada de ações e serviços públicos de saúde, instituída no Brasil por Lei Federal na década de 90. O SUS regula e organiza em todo o território nacional as ações e serviços de saúde de forma regionalizada e hierarquizada, em níveis de complexidade crescente, tendo direção única em cada esfera de governo: federal, municipal e estadual. São PRINCÍPIOS DO SUS: 1. o acesso universal público e gratuito às ações e serviços de saúde; a integralidade das ações, num conjunto articulado e contínuo em todos os níveis de complexidade do sistema; 2. a equidade da oferta de serviços, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; 3. a descentralização político-administrativa, com direção única do sistema em cada esfera de governo; 4. e o controle social das ações, exercido por Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde, com representação dos usuários, trabalhadores, prestadores de serviços, organizações da sociedade civil e instituições formadoras. Sendo que este merece destaque já que impulsiona e o protagonismo e a autonomia dos serviços na gestão dos processos de trabalho no campo da saúde coletiva. Compartilhando destes princípios, a rede de atenção à saúde mental, composta por Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), Centros de Convivência, Ambulatórios de Saúde Mental e Hospitais Gerais, caracteriza-se por ser essencialmente pública, de base municipal e com um controle social fiscalizador e gestor no processo de consolidação da Reforma Psiquiátrica. AULA DO DIA 05-10, POLITICA NACIONAL DE SAUDE MENTAL O SISTEMA DEVE FUNCIONAR COMO REDE – HIERARQUIZAÇÃO O SUS, instituído pelas Leis Federais 8.080/1990 e 8.142/1990, tem o horizonte do Estado democrático e de cidadania plena como determinantes de uma “saúde como direito de todos e dever de Estado”, previsto na Constituição Federal de 1988. PRÍNCIPIOS DO SUS: ACESSO UNIVERSAL, público e gratuito às ações e serviços de saúde; INTEGRALIDADE das ações, cuidando do indivíduo como um todo e não como um amontoado de partes; EQUIDADE, como o dever de atender igualmente o direito de cada um, respeitando suas diferenças; DESCENTRALIZAÇÃO dos recursos de saúde, garantindo cuidado de boa qualidade o mais próximo dos usuários que dele necessitam; CONTROLE SOCIAL exercido pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde com representação dos usuários, trabalhadores, prestadores, organizações da sociedade civil e instituições formadoras. A atenção em saúde mental é oferecida no SUS, através do financiamento tripartite e de ações municipalizadas e organizadas por níveis de complexidade. Assim, a Política Nacional de Saúde Mental se apoia, além de nos princípios do Sus, na Lei 10.216/01 (que trata sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental) e busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. Ou seja, tem como objetivo modificar o modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a família e a comunidade. Esse novo modelo proposto, conta com uma rede de serviços e equipamentos variados tais como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), Centros de Convivência e Cultura, as Unidades de Acolhimento e os leitos de atenção integral em Hospitais Gerais. Há também o ProgramaDe Volta Pra Casa que oferece bolsas para egressos de longas internações em hospitais psiquiátricos, que está incluso nessa política. AULA DO DIA 16-10, FINANCIAMENTO DO SUS E RELAÇAO PÚBLICO-PRIVADA SEGURO SOCIAL ≠ SEGURIDADE SOCIAL • A respeito do SEGURO SOCIAL assistência médica, pensão e aposentadoria: A primeiras iniciativas de proteção social no Brasil, surge no século XIX, restrita a alguns segmentos, aqueles que eram associados às cooperativas. Em 1923 surge as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), marcando o início da Previdência Social no Brasil que vai se institucionalizando e ao longo da década de 1930 ganha força e surge os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) que absorveram a maioria das antigas CAPs). Esses institutos buscavam prover cobertura aos trabalhadores dos mais diversos segmentos contra alguns riscos sociais. Em 1966, o governo cria o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) que agrega o IAPs e herda seu modelo de seguro social com proteção limitada aos trabalhadores do mercado formal, portanto, aos contribuintes. Esse modelo de seguro social promovia a exclusão da cobertura médico-hospitalar, assistencial e previdenciária daqueles que não estavam empregados de maneira formal, restando a estes disputar com os mais pobres e indigentes a rede de assistência ofertada pelas Santas Casas de Misericórdia. • A respeito da SEGURIDADE SOCIAL saúde, previdência e assistência social UNIVERSALIDADE: Esse modelo predominou até 1988, quando a Constituição Federal rompeu com o padrão e institucionalizou o conceito de seguridade social com a garantia de direitos básicos e universais de cidadania, independente de contribuição ou condição social. TODOS, SEM QUALQUER DISTINÇÃO, TEM DIREITO À SAÚDE PÚBLICA, À ASSISTENCIA SOCIAL, AO SEGURO-DESEMPREGO E À COBERTURA PREVIDENCIÁRIA. Devido a exigência de um maior aporte de recursos para suportar o aumento de gastos, a Constituição dotou a seguridade social de um orçamento próprio, o Orçamento da Seguridade Social (OSS) • CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, ART. 196: “A saúde é um direito de todos e dever do Estado, devendo o governo garantir a redução do risco de doenças e de outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações e serviços da saúde.” • MODELO DE ATENDIMENTO À SAÚDE NO BRASIL 1. Promover saúde, com qualidade e sem custo, para o maior número de brasileiros possível; 2. Vender saúde como mercadoria, agora em promoção com a oferta de planos acessíveis. • FORMAS DE ADMINSTRAÇÃO DO GOVERNO 1. Direto: prestação de serviços públicos diretamente pelo próprio Estado e seus órgãos públicos. Ex.: HGCA 2. Indireto: é autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios para executar atividades típicas da Adm pública que requeiram para seu melhor funcionamento gestão financeira e administrativa descentralizada. Ex.: autarquias – UEFS. 3. Mista: é dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União. Ex.: Banco do Brasil. 4. Fundação: é dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgão ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos rescpectivos órgãos de direção e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. Ex.: Hospital da Mulher, IBGE. • PLANO PLURIANUAL – PPA. PLANEJAR É o instrumento legal de planejamento de médio e longo prazo do governo. Estabelece diretrizes, objetivos, metas, as obras que serão realizadas. Tem vigência de quatro anos, sendo que sua elaboração se dá no primeiro mandato presencial (deve ser encaminhado 4meses antes do fim do mesmo) e só começa a valer no segundo ano. Expressa a visão estratégica da gestão pública. Inclui uma série de programas temáticos, em que são colocados as metas (expressas em números) para os próximos anos em diversos temas. É o elemento norteador da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), da Lei Orçamentária Anual (LOA) e de todas as ações governamentais em geral. • LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO. ORIENTAR Deve, anualmente, apontar as prioridades para o exercício do ano seguinte. Orienta a elaboração da LOA, baseando-se no que foi estabelecido pelo PPA. Serve como um ajuste anual das metas colocadas pelo PPA. Enquanto a PPA é um documento de estratégia, pode-se dizer que a LDO delimita o que é ou não possível realizar no ano seguinte. • LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA. EXECUTAR É o orçamento anual propriamente dito. Prevê os orçamentos fiscais, da seguridade social e de investimentos das estatais. Todos os gastos do governo para o próximo ano são previstos em detalhes na LOA e são divididos por temas, como saúde, educação e transporte. Também prevê quanto o governo deve arrecadar para que os gastos programados possam ser executados. Essa arrecadação se dá por meio dos tributos (impostos, taxas e contribuições). • FINANCIAMENTO DA SAÚDE: União, estados e municípios dividem a responsabilidade de financiar e concretizar esse direito fundamental de todo brasileiro. Há uma enorme dificuldade nas três esferas de governos em garantir os recursos suficientes e gerencia-los adequadamente. OS PERCENTUAIS DE INVESTIMENTO FINANCEIRO DAS ESFERAS DE GOVERNO, DEFINIDOS PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 141, DE 13 DE JANEIRO DE 2012, SÃO: 1. UNIÃO: deve investir o que foi gasto com saúde no ano anterior, mais a variação do PIB 2. ESTADOS: deve investir pelo menos 12% da receita. 3. MUNICÍPIOS: deve investir pelo menos 15% da receita. Diversas instituições organizadas reivindicam, porém, que a União destine pelo menos 10% das receitas correntes brutas para a saúde pública brasileira, organizou-se O MOVIMENTO NACIONAL EM DEFESA DA SAÚDE PÚBLICA, SAÚDE +10 com o objetivo de coletar assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular que assegure o repasse deste percentual. • BLOCOS DE FINANCIAMENTO Foi a portaria de n° 204, de 29/01/2007 que regulamentou tanto o financiamento quanto a transferência dos recursos federais para as ações e serviços de saúde, como o respectivo monitoramento e controle. Então, os recursos federais destinados a esse fim, passaram a ser organizados e transferidos na forma de BLOCOS DE FINANCIAMENTO, que são seis ao todo, e são constituídos por componentes, de acordo com as especificidades de suas ações e os serviços de saúde pactuados. Os recursos federais que compõem cada bloco, são transferidos aos estados, Distrito Federal e municípios, fundo a fundo, em conta única e específica para cada bloco de financiamento, observando os atos normativos. São estes os blocos de financiamento e seus respectivos componentes: 1. ATENÇÃO BÁSICA (ações de baixa complexidade, como a Saúde da Família) É constituído por dois componentes, ou seja, recebe recursos em duas modalidades: PISO DA ATENÇÃO BÁSICA (PAB) FIXO VARIÁVEL • Parcela de recursos praticamente fixa que é calculado e pode oscilar de acordo com a população do município em questão. • Destinada a todos os municípios • Refere-se ao financiamento de ações de atenção básica à saúde. • Os recursos são transferidos mensalmente, de forma regular e automática do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde do Distrito Federal e dos Municípios. • Parcela variável do recurso federal que é repassada à medida que os municípios realizam açõese políticas de saúde especificas em suas cidades. • Dependem do desempenho da Gestão do Município e do cumprimento de metas específicas. • É constituído por recursos financeiros destinados a estimular a implantação das seguintes estratégias nacionais de reorganização do modelo de atenção à saúde: Saúde da Família (SF), Agente Comunitário de Saúde (ACS), Saúde Bucal (SB), Núcleos de Atenção à Saúde da Família (NASF), entre outros. • Os recursos são transferidos, mediante adesão e implementação das ações a que se destinam e desde que constantes no respectivo Plano de Saúde, do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde do Distrito Federal e dos Municípios. 2. ATENÇÃO DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE AMBULATORIAL E HISPITALAR COMPONENTES Limite Financeiro da Média a Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (MAC) Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC) • É destinado ao financiamento de procedimentos e de incentivos permanentes, transferidos mensalmente para custeio de ações de média e alta complexidade em saúde. • Alguns incentivos permanentes do MAC: Hospitais de pequeno porte, SAMU, Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, entre outros. • É destinado ao financiamento de procedimentos de alta complexidade e ações estratégicas. Por exemplo: transplantes, programa de combate ao câncer de colo uterino, prostatectomias, cirurgias de varizes. OS RECURSOS FEDERAIS SÃO TRANSFERIDOS DO FNS AOS FUNDOS DE SAÚDE DOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS, CONFORME A PROGRAMAÇÃO PACTUADA E INTREGADA, PUBLICADA EM ATO NORMATIVO. 3. VIGILÂNCIA EM SÁUDE Os recursos que compõem esse bloco representam o agrupamento das ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e de vigilância sanitária. É constituído por dois componentes. A vigilância em saúde tem por objetivo a observação e análise permanente da situação de saúde da população, articulando-se em um conjunto de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, garantindo a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde. Os componentes são: I. Componente da Vigilância e Promoção da Saúde; II. Componente da Vigilância Sanitária. 4. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Esse bloco possui três componentes, os quais são: I. Componente Básico da Assistência Farmacêutica, que se destina à aquisição de medicamentos do elenco de Referência Nacional de Medicamentos e Insumos Complementares para a Assistência Farmacêutica na Atenção Básica. II. Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica, destina-se ao financiamento de ações de assistência farmacêutica e programas de saúde estratégicos. III. Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, é uma estratégia de acesso a medicamentos no âmbito do Sistema Único de Saúde caracterizada pela busca da garantia da integralidade do tratamento medicamentoso, em nível ambulatorial, cujas linhas de cuidado estão definidas em Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas publicados pelo Ministério da Saúde. 5. GESTÃO DO SUS Esse bloco possui três componentes, os quais são: I. Componente para a Qualificação da Gestão do SUS, em que a transferência dos recursos do Componente para a Qualificação da Gestão do SUS dar-se-á mediante a adesão ao Pacto pela Saúde, por meio da assinatura do Termo de Compromisso de Gestão e respeitados os critérios estabelecidos em ato normativo específico. II. Componente para a Implantação de Ações e Serviços de Saúde, em que a transferência dos recursos do Componente de Implantação de Ações e Serviços de Saúde será efetivada em parcela única, respeitados os critérios estabelecidos em cada política específica. 6. INVESTIMENTOS NA REDE DE SERVIÇOS DE SAÚDE É composto por recursos financeiros que são transferidos mediante repasse regular e automático do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, exclusivamente para a realização de despesas de capital, mediante apresentação de projeto, encaminhado pelo ente federativo interessado ao Ministério da Saúde. • LEI COMPLEMENTAR Nº 141, DE 13/01/2012 • EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 95 SUS No parágrafo único do artigo 194 da Constituição está estabelecido que “Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social com base nos seguintes objetivos: I – universalidade da cobertura e do atendimento; II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV – irredutibilidade do valor dos benefícios; V – equidade na forma de participação no custeio; VI – diversidade da base de financiamento; VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados”. Ao criar o conceito de seguridade social (saúde, assistência e previdência) com o objetivo de garantir os princípios fundamentais, sobretudo os relativos à cidadania e à dignidade da pessoa humana, a Assembleia Nacional Constituinte instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do art. 198 com base em três principais alicerces: • Descentralização com direção única em cada esfera de governo (federal, estadual e municipal); • Atendimento integral com prioridade para as ações preventivas (vacinação, medicamento e saneamento básico), sem prejuízo dos serviços assistenciais (postos de saúde, hospitais e ambulatórios); • Participação da comunidade na definição de prioridades e no controle do uso do dinheiro público. Assim, além do princípio de universalidade na cobertura, a saúde também se organiza pelo princípio da integralidade. Universalidade e integralidade são princípios organizativos fundamentais para compreender o gasto e a necessidade de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Para garantir os recursos financeiros necessários à seguridade social, incluindo o SUS, a Assembleia Nacional Constituinte criou contribuições com destinação exclusiva à saúde, previdência e assistência social, e ainda previu a possibilidade de aporte extra de recursos oriundos de impostos. A Constituição estabeleceu ainda que os recursos Financiamento Público de Saúde 23 das contribuições para a seguridade social só podem ser usados em ações do sistema de proteção social; já os impostos são destinados às diversas ações do governo, inclusive para completar o financiamento da seguridade social. Estabelece ainda a obrigatoriedade de estados e municípios participarem do financiamento do SUS.
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