Buscar

RESUMO AVALIAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESTUDO PARA AV1 – SAÚDE COLETIVA (26-10-17) 
AULA DO DIA 25-09, CONCEPÇÃO DE SAÚDE E PROCESSO SAÚDE-
DOENÇA 
A saúde é um conceito tido como subjetivo, o completo bem-estar, tendo assim, um 
caráter utópico e inalcançável. 
O modelo biomédico compreende a saúde como ausência de doenças físicas e 
mentais, os serviços de saúde, a partir desse modelo, focam na atenção médica 
curativa. A OMS define que saúde é o completo bem-estar físico, mental e social, 
levando a ser considerado a necessidade de ações intersetoriais e interdisciplinares 
no sentido de criar condições de vida saudáveis. 
 
CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE, a saúde é resultante de diversos fatores e torna-
se assim um direito de todos e um dever do estado (Constituição de 1988). 
Saúde e doença são conceitos imprecisos, abrangentes e dinâmicos. 
- POLITICA NACIONAL INTEGRATIVA E COMPLEMENTAR. 
Essa política tem o objetivo de normatizar e institucionalizar algumas dessas práticas 
no SUS. 
Essa política também visa a integração de sistemas médicos complexos com as 
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES, que são as técnicas que visam 
assistência e a saúde do indivíduo, seja na prevenção, tratamento ou cura, 
considerando-o como mente / corpo / espírito e não um conjunto de partes isoladas. 
Seu objetivo, portanto, é diferente daqueles da assistência alopática, também 
conhecida como medicina ocidental, ou em que a cura da doença deve ocorrer através 
da intervenção direta no órgão ou parte doente. 
 
MODELOS UTILIZADOS PARA A REPRESENTAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE-
DOENÇA 
- MEDICINA MÍSTICA, a doença era resultado de transgressões de natureza 
individual ou coletiva e eram derivadas tanto de elementos naturais como de espíritos 
sobrenaturais. A cura seria através de rituais religiosos (feiticeiros, xamãs, sacerdotes) 
para reatar as relações com as entidades religiosas. Esse é um tipo de pensamento 
ainda existente em sociedades tribais e nas superstições ainda presentes em nossa 
sociedade. 
PARA A OMS, saúde é o completo 
bem-estar.
MODELO BIOMÉDICO, saúde é 
ausência de doença.
- MEDICINA HIPÓCRATICA, Hipócrates estabeleceu a relação homem/meio com o 
desenvolvimento de sua Teoria dos Humores, onde a doença ou saúde dependeria 
dessa relação homem/meio, se estava em equilíbrio ou não. 
Doença era decorrente das alterações ambientais do meio físico. 
-TEORIA DO MIASMA (do grego, mancha), influenciou o pensamento médico até o 
início do séc. XX, quando se descobre os agentes causais. Acreditava-se que as 
doenças eram causadas por odores venenosos, gases ou resíduos nocivos que se 
originavam na atmosfera ou a partir do solo que posteriormente seriam arrastadas 
pelo vento até um possível individuo que acabaria por adoecer. O termo malária, por 
exemplo, significa maus ares pois se acreditava que essa doença era causada pela 
presença de mau ar, já que se acreditava que as áreas pantanosas produziam gases 
e que as populações q moravam nesses lugares adoeciam com malária, não se 
preocupava com insetos, mosquitos, ratos e outros animais... 
- TEORIA DA UNICAUSALIDADE, com o desenvolvimento da microbiologia e o 
descobrimento das bactérias, a doença passa a ser causada por um agente etiológico 
e com isso o saber dos profissionais da saúde foi se restringindo ao corpo humano e 
à biologia humana, tornando irrelevante o conhecimento a respeito do ambiente no 
processo de cura. A prática médica resultante desse modelo é a predominantemente 
curativa e biológica. Nesse período há um grande número de doença de caráter 
infecto-parasitárias. 
-TEORIA DA MULTICAUSALIDADE, após a segunda guerra mundial os países 
industrializados começam a vivenciar uma transição epidemiológica, em que ocorreu 
uma diminuição da importância das doenças infecto-parasitárias como causa de 
adoecimento e morte dando espaço ao desenvolvimento das doenças crônico-
degenerativas que o modelo unicausal não era suficiente para explica-las favorecendo 
assim o surgimento do modelo multicausal. Este modelo incorpora os fatores 
socioeconômicos, culturais, físicos, químicos, estabelecendo nexos entre os modos 
de adoecer (tipos de doença, frequência, gravidade...) e as condições de trabalho e 
condições materiais de vida (moradia, salário, educação, saneamento, ...) 
*HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 
Proposto por Leavell e Clark, esse modelo considera a interação, relacionamento e o 
condicionamento de três elemos fundamentais na chamada tríade ecológica: o 
ambiente, o agente e o hospedeiro. A doença seria resultante de um desequilíbrio nas 
auto-regulações existentes no sistema. 
 
Baseando-se na dinâmica do equilíbrio ou desequilíbrio dos três fatores considerados 
(hospedeiro, agente e meio) propõe três níveis de intervenção: 
AMBIENTE
HOSPEDEIROAGENTE
1. Prevenção primária: através da promoção à saúde e da proteção específica em 
relação a um agravo determinado, a ser aplicado ainda na fase pré-patogênica 
da doença (na qual as condições do indivíduo podem favorecer o 
desenvolvimento da doença). 
2. Prevenção secundária: caracaterizado pelo diagnóstico precoce e tratamento, 
ocorre na fase patogênica (na qual a partir da situação anterior o quadro se 
evolui para a doença em si). 
3. Prevenção terciária: que supõe ações destinadas à recuperação do dano e à 
reabilitação, ocorre entre a fase patogênica e a de sequelas ( ambas após o 
aparecimento da doença). 
 
- MODELO DE DETERMINANTES SOCIAIS (PRODUÇÃO SOCIAL DA SAÚDE E DA 
DOENÇA), supera-se a concepção biologicista de causa-efeito para explicar o 
adoecimento e a morte, ao contrário, aponta-se para o modo de adoecer, como um 
processo que tem como elemento modelador a estrutura social. Aqui surge a 
Epidemiologia Social, baseada na determinação, em contraposição à Epidemiologia 
Clínica Tradicional, adotada nos modelos baseados em causalidade. O modelo da 
determinação social da saúde/doença procura articular as diferentes dimensões da 
vida envolvidas nesse processo. Assim, são considerados os aspectos históricos, 
econômicos, sociais, culturais, biológicos, ambientais e psicológicos que configuram 
uma determinada realidade sanitária. 
É importante saber que não se está com saúde ou doença por acaso, há uma 
determinação permanente, um processo causal, que se identifica com o modo de 
organização da sociedade. Daí se dizer que há uma “produção social da saúde e/ou 
da doença”. 
Se passa a considerar saúde e doença como estados de um mesmo processo, 
composto por fatores biológicos, econômicos, culturais e sociais. 
- LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE, regulamentam o Sistema Único de Saúde, são elas: 
1. 8.080/90, foi votada em 19 de setembro de 1990 e aborda as condições para 
promover, proteger e recuperar a saúde, além da organização e o funcionamento dos 
serviços também relacionados à saúde. Esta lei regula em todo o território nacional as 
ações e serviços de saúde executados isolada ou conjuntamente, em caráter 
permanente, eventual por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado. 
Instituiu o SUS, constituído pelo conjunto de ações e serviços de saúde, prestados 
por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração 
direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público. Já a iniciativa privada 
participa do SUS em caráter complementar. 
2. 8.142/90 
*LEI ORGÂNICA DA SAÚDE 
*OPERACIONALIZAÇÃO 
AULA DO DIA 28-09, SAÚDE COLETIVA, DEFINIÇÕES, SABERES, 
PRÁTICAS E DESAFIOS 
Igualdade X Equidade  Justiça Social 
- Conceitos de saúde  Conceito ampliado de saúde, em que a saúde é resultante 
de diversos fatores e torna-se assim um direito de todos e um dever do estado 
segundo a Constituição de 1988. Levandoem consideração os determinantes sociais, 
que são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham ou as 
características sociais dentro dos quais a vida transcorre. 
SAÚDE COLETIVA  CAMPO DA SAÚDE 
- Para a Saúde Coletiva, antes de prevenir a doença é preciso promover a saúde. 
- A saúde coletiva é o campo da saúde e de produção de conhecimento voltados para 
a compreensão da saúde e a explicação de seus determinantes sociais. Suas bases 
foram lançadas ao longo das três últimas décadas no movimento denominado reforma 
sanitarária. Enfatiza a busca por intervenções articuladas (promoção, proteção, 
prevenção, recuperação e reabilitação da saúde), baseado em uma abordagem 
multidisciplinar (ciências sociais, epidemiologia crítica, planejamento e gestão 
estratégica). Leva-se também em consideração o processo saúde-doença. 
- Integralidade é identificar o ser como completo atendendo todas as suas 
necessidades de saúde através da Redes de Atenção à Saúde (RAS) que propõem a 
promoção à saúde. 
DESAFIOS: 
- Cobertura duplicada: relação público-privado 
Nos anos 90, o Brasil deu um importante passo para a reorganização da demanda por 
serviço de saúde ao eleger a atenção primária, ou seja, as unidades de saúde como 
porta de entrada e primeiro contato do usuário com a rede de assistência à saúde. A 
atenção primária com seus componentes das equipes básicas de saúde (médicos, 
enfermeiros e odontólogos) teriam condições de resolver mais 70% da demanda da 
população brasileira e os outros 30% seriam encaminhamentos para níveis de maior 
complexidade do sistema de saúde, no nível secundário (especialistas como 
cardiologistas, endocrinologistas, dermatologistas, pneumologista, etc) e nível 
terciário (hospitais e clínicas de internação). Entretanto uma parte importante dos 
brasileiros possuem dupla entrada no sistema, ou seja, utilizam o serviço público para 
recebimento de remédios gratuitos para doenças crônicas e tratamento de câncer, 
vacinação, dentre outros. E ainda utilizam a rede privada para consultas, intervenções 
cirúrgicas ou internações. Por isso, mesmo tendo cobertura por plano privado, todos 
os brasileiros utilizam de alguma forma a rede pública. 
*Judicialização e consequente Lei 12.401/2011 
direito coletivo X direito individual. 
A judicialização da saúde é a tentativa de obter medicamentos, exames, cirurgias ou 
tratamentos aos quais os pacientes não conseguem ter acesso pelo SUS ou pelos 
planos privados por meio de ações judiciais. Os pedidos normalmente são feitos com 
base no direito fundamental de todo brasileiro à saúde. Esse recurso em geral é 
utilizado por pessoas com maiores condições financeiras para custear os gastos 
advindas de tal ação, além de terem um maior conhecimento de seus direitos. Isso 
acaba por colocar em risco a própria manutenção do sistema público de saúde e o 
direito de igual acesso às políticas públicas já que o cumprimento das decisões 
judiciais se dá em detrimento de outros serviços de saúde ou de outros pacientes, 
principalmente dos mais marginalizados e se, acesso ao judiciário. Como reação a 
isso o Poder Legislativo apresenta a Lei 12.401, que foi promulgada em 28 de abril de 
2011 e traz alterações importantes da lei 8.080/1990. A partir de então a inclusão de 
medicamentos e a incorporação de novos produtos e tecnologias no SUS atenderão 
a critérios regulamentados por esta lei. A população terá maior acesso a 
medicamentos e procedimentos em saúde, com a garantia de qualidade comprovada 
por rigorosa avaliação técnica e científica destes produtos e serviços, incluindo os 
casos em que a oferta é determinada por decisão judicial. Com essa nova legislação 
o judiciário tem parâmetros precisos para melhor subsidiar as ações judiciais 
relacionadas à saúde. 
- Ruptura do princípio do universalismo: focalização nos pobres. 
Universalismo (se há oferta em instituição privada, não é necessário ser oferecido pelo 
SUS) é diferente de Universalidade 
- Lei de responsabilização fiscal 
É uma lei complementar brasileira que tenta impor o controle dos gastos da União, 
estados, Distrito Federal e municípios, condicionado à capacidade de arrecadação de 
arrecadação de tributos desses entes políticos 
Não há limite para despesas para com serviços de terceiros. 
Rever isenções fiscais e incentivos à saúde privada. 
- Nova PNAB, que traz uma baixa resolutividade da rede básica de saúde com gestão 
do cuidado desqualificada, clínica degradada, baixa capacidade de construção de 
vínculo e produção de autonomia dos usuários (devido a falta de obrigatoriedade da 
presença dos Agentes Comunitários de Saúde nas equipes da Estratégia Saúde da 
Família (ESF). 
- Características do subfinanciamento da saúde que se deve ao pouco 
investimento em saúde que o Brasil oferece. Atualmente o financiamento público da 
saúde funciona da seguinte forma: União, Estados e Municípios devem destinar à 
saúde um percentual do que arrecadam. Em que estados e municípios devem destinar 
12% e 15, respectivamente, enquanto que a União deve investir o que foi gasto com 
saúde no ano anterior, mais a variação do PIB. Mas por causa do modelo de gestão 
descentralizado, os investimentos se tornaram responsabilidade dos entes 
federativos, em vez de exclusivos da União. Produzindo um contexto desfavorável 
para os entes federativos, que tem mais responsabilidades financeiras e menos 
condições de arcar com elas, ocasionando na insuficiência de recursos. Pelo fato de 
também não haver fonte de origem dos recursos bem especificado ocorre a 
instabilidade dos recursos, já que dessa forma o orçamento da saúde acaba suscetível 
aos chamados desvios de finalidade e cumpre, muitas vezes, o papel de válvula de 
escape em períodos de recessão econômica. 
O Projeto de Lei de Iniciativa Popular 321 (PLP 321), de 2013, determina que 10% 
das receitas correntes brutas da União devem ir para a saúde, uma conquista que 
ameniza as consequências do grave subfinanciamento vivido nessa área. Mas por 
outro lado a Proposta de Emenda à Constituição 241 (PEC 241), de 2016, aponta para 
um caminho oposto ao limitar os gastos públicos da União ao valor do ano anterior 
corrigidos pela variação da inflação. 
É preciso aprimorar a capacidade de gestão administrativa, alavancando a 
produtividade no que se refere à gestão do SUS. Com as novas mudanças os desafios 
no financiamento público se tornaram enormes, mas o uso das ferramentas certas e 
uma boa dose de persistência são as melhores alternativas para enfrentar a situação. 
É importante também que os gestores estejam qualificados não apenas na área 
médica, como também em gestão. Em vez de se designar gestores baseando-se em 
critérios políticos. 
É comum encontrar profissionais da área de saúde despreparados para atuar na rede 
pública, a remuneração inferior à da rede privada e a ausência de uma política de 
gestão de pessoas focada na motivação e valorização profissional acaba por formar 
um exército de servidores públicos desinteressados e profissionalmente frustrados. 
Há algumas formas de combater esse desafio, como o redesenho da política de 
salários de médicos e enfermeiros ao fortalecer as fontes de financiamento da saúde 
pública através da renegociação da dívida dos estados e municípios com a União. 
Uma outra forma seria o direcionamento de recursos para capacitação profissional, 
não apenas dos médicos e enfermeiros, mas também para os servidores da área 
administrativa. 
 
RESULTADOS ALCANÇADOS/ALMEJADOS: 
Introduzir a questão social como pertinente ao campo da medicina e da saúde. 
Superar as intervenções sanitárias sob a forma de programas temáticos, voltados a 
problemas ou grupos populacionais específicos e baseados em uma epidemiologia 
meramente descritivae em uma abordagem normativa de planejamento e 
administração. 
OBJETO DE INVESTIGAÇÃO DA SAÚDE COLETIVA: 
- O estado de saúde da população: condições de saúde de grupos populacionais 
específicos e tendências gerais do ponto de vista epidemiológico, demográfico, 
socioeconômico e cultural; 
- Os serviços de saúde: estudo do processo de trabalho em saúde, investigações 
sobre a organização dos serviços e a formulação e implementação de políticas de 
saúde, bem como a avaliação de planos, programas e tecnologia utilizada na atenção 
à saúde; 
- O saber sobre a saúde: investigações históricas, sociológicas, antropológicas e 
epistemológicas sobre a produção de conhecimento e sobre as relações entre o saber 
científico e as concepções e práticas populares de saúde. 
SABERES: 
A saúde coletiva busca intervenções articuladas e baseadas em uma abordagem 
multidisciplinar, onde seus saberes são: 
1. Tripé interdisciplinar 
Ciências sociais; epidemiologia crítica; planejamento e gestão /estratégicos. 
2. Saber popular 
3. Ênfase transdisciplinar 
Envolve disciplinas auxiliares, como demografia, estatística, ecologia, geografia, 
antropologia, economia, sociologia, história, ciências políticas, entre outras. 
SAÚDE COLETIVA NO CAMPO DA SAÚDE: 
A inserção dar-se-ia segundo sua proposta em dois planos: 
1. Plano Horizontal: os saberes e práticas oriundos da Saúde Coletiva 
comporiam parte dos saberes de outras categorias e atores sociais. Assim, 
todas as profissões de saúde deveriam incorporar em sua formação e em sua 
prática elementos da saúde coletiva. A missão então da Saúde coletiva seria a 
de influenciar a transformação de saberes e práticas de outros agentes, 
contribuindo para mudanças do modelo de atenção e da lógica com que 
funcionam os serviços de saúde em geral. 
2. Plano Vertical: a saúde coletiva consistiria em uma área especifica da 
intervenção, além de especializada e com valor de uso próprio, diferente da 
clínica ou de outras áreas de intervenção. 
PRÁTICAS: 
- Novo modo de organização do processo de trabalho em saúde, em que ocorreu a 
reforma no modelo de atenção à saúde agora pautado no conceito ampliado de saúde 
 Clínica Ampliada (ABS) 
- Ênfase na promoção de saúde, prevenção de riscos e agravos, a reorientação da 
assistência a doentes, melhoria na qualidade de vida privilegiando mudanças nos 
modos de vida e nas relações entre os sujeitos sociais envolvidos no cuidado à saúde 
da população. 
DIFERENÇAS ENTRE SAÚDE: 
PÚBLICA COLETIVA 
• É pautada numa gestão 
normativa e hierarquizada. 
• A saúde é tida como ausência 
de doença. 
• Concepção biologiscista, 
(modelo biomédico). 
• Predomina a Epidemiologia 
descritiva, que só descreve a 
doença. 
• Pautado na prevenção da 
doença e foca em problemas de 
saúde. 
• Método positivista para estudar 
o risco de adoecer e morrer. 
• Ações isoladas de Vigilância 
Epidemiológica. 
• Administração taylorista. 
• Concepção: Ações e serviços 
de caráter sanitário que tenham 
como objetivo prevenir ou 
combater patologias. 
• 
 
• É pautada numa gestão 
compartilhada e estratégica. 
• É utilizado o conceito ampliado 
de saúde. 
• Contribuição de todos os 
saberes (científicos e 
populares). 
• Utiliza a Epidemiologia Social 
ou Crítica, que procura 
identificar os fatores dos 
determinantes. 
• Pauta-se na promoção à saúde e 
se preocupa com as 
necessidades de saúde. 
• Método funcionalista para 
analisar a realidade social. 
• Intervenções intersetoriais 
• Gestão democrática 
• Concepção: É um campo de 
conhecimento e práticas. 
• 
AULA DO DIA 02-10, REFORMA PSIQUIATRICA NO BRASIL 
A reforma psiquiátrica foi resultado de um árduo processo científico-político-social, 
iniciado na década de 1950 nos países europeus e no final da década de 1970 em 
contexto brasileiro. Por muito tempo a base do tratamento psiquiátrico nos países 
ocidentais foi baseada na internação por tempo indeterminado em manicômios. Esse 
modelo se baseava na filosofia do alienismo, defendido pela Revolução Francesa, 
para quem a internação nos manicômios ofereceria às pessoas sem condições civis 
um espaço em que não seriam excluídas por não seguir a forma normativa de 
pensamento e ali poderia exercer sua liberdade. A necessidade de mão de obra para 
as indústrias foi uma importante contribuição para essa rápida adoção a esse modelo 
asilar, já que os cuidadores das pessoas com transtornos mentais estariam liberados 
de sua função com este internado. 
Contudo, o modelo manicomial mostrou-se ineficiente e desumano e as críticas a 
respeito disso tornaram-se fortes, principalmente na Europa, culminando na década 
de 1950 em um movimento político-social chamado DESINSTITUCIONALIZAÇÃO 
PSIQUIÁTRICA, que visava a humanização do atendimento e defendia os direitos 
civis e humanos das pessoas com transtornos psiquiátricos. Seus integrantes 
denunciavam que a internação prolongada não ajudava na melhoria dos transtornos, 
mas os tornava crônicos. 
• ÍNICIO 
Contemporâneo da eclosão do Movimento de Reforma Sanitária Brasileira (que 
visava a mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, , defesa 
da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços e protagonismo dos trabalhadores 
e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias 
de cuidado – objetivava a luta pela garantia do direito universal à saúde e a construção 
de um sistema único e estatal de serviços), o Movimento de Reforma Psiquiátrica 
no Brasil (tinha o objetivo de extinguir os manicômios) iniciou na década de 1970 e 
teve forte influência dos modelos internacionais na luta pela superação da violência 
asilar e se baseou na crise do modelo de assistência centrado no hospital psiquiátrico 
e na eclosão dos esforços dos movimentos sociais pelos direitos dos pacientes 
psiquiátricos. Foi a partir daí que se trocou o modelo hospitalocêntrico pelo modelo 
de atendimento psiquiátrico comunitário, baseado em serviços de saúde mental 
descentralizados, multiprofissionais e diversificados. 
Ambas nascem não apenas no campo especifico da saúde, mas também da luta 
contra a ditadura e da luta por direitos e se apresentam como um processo político de 
transformação social. 
A Reforma Psiquiátrica é um processo político e social complexo que é compreendido 
como um conjunto de práticas e saberes, valores culturais e sociais e é no cotidiano 
da vida das instituições que o processo de Reforma Psiquiátrica avança, marcado por 
impasses, tensões, conflitos e desafios. 
• ATORES 
É o DE MOVIMENTO DOS TRABALHADORES EM SAÚDE MENTAL (MTSM), um 
movimento plural composto por trabalhadores integrantes do movimento sanitário, 
associações de familiares, sindicalistas, membros de associações de profissionais e 
pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas. É este movimento que 
passa a protagonizar e a construir a partir deste período a crítica a respeito desse 
modelo asilar existente, inspirado no contexto internacional de mudança nesse 
modelo. 
• A IDEIA 
1. Centralidade nas estratégias de desconstrução da ideia do sujeito louco como 
perigoso para o convívio social. 
2. Fortalecimento dos serviços substitutivos para oferecer uma assistência integral e 
tratamento diferenciado a população que necessita de atendimento em saúde 
mental. 
• ETAPAS 
 1978, costuma ser identificado como o ano de início efetivo do movimento social 
pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em nosso país.Com o surgimento do 
Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) que constrói a denúncia 
a respeito da violência nos manicômios, da mercantilização da loucura, da 
hegemonia deuma rede privada de assistência e a construir coletivamente uma 
crítica ao chamado saber psiquiátrico e ao modelo hospitalocêntrico na assistência 
às pessoas com transtornos mentais. 
 1987, é quando passam a surgir as primeiras propostas e ações para a 
reorientação da assistência. O II Congresso Nacional do MTSM em Bauro, SP e 
que adota o lema “Por uma sociedade sem manicômio”. Nesse mesmo ano 
também ocorre, no Rio de Janeiro, a I Conferência Nacional de Saúde Mental. 
Surge também o primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no Brasil, na 
cidade de São Paulo. 
 1988, a Constituição de 1988 traz a saúde como um dever do Estado e direito de 
todos e a consequente criação do SUS. 
 1989, início de um processo de intervenção, da Secretaria Municipal de Saúde de 
Santos (SP) em um hospital psiquiátrico em que ocorria maus tratos e mortes de 
pacientes. É com esta intervenção, que tem repercussão nacional, que fica mais 
do que evidente a possibilidade de construção de uma rede de cuidados 
efetivamente substitutiva ao hospital psiquiátrico. Também é nesse ano que são 
implantados, no município de Santos, Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) 
que funcionam 24h, além de cooperativas, residências para os egressos do 
hospital e associações. Neste ano o deputado Paulo Delgado (PT/MG) também dá 
entrada no Congresso Nacional o Projeto de Lei que propõe a regulamentação dos 
direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos 
manicômios no país, dando início às lutas do movimento de Reforma Psiquiátrica 
nos campos legislativo e normativo. 
 Década de 90, passam a entrar em vigor no país as primeiras normas federais 
regulamentando a implantação de serviços de atenção diária, fundadas nas 
experiências dos primeiros CAPS, NAPS e Hospitais-dia e as primeiras normas 
para fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos. 
 1992, os movimentos sociais inspirados pelo Projeto de Lei de Paulo Delgado, 
conseguem aprovar em vários estados brasileiros as primeiras leis que 
determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede 
integrada de atenção à saúde mental. Foi implantado o Programa de Apoio à 
Desospitalização (PAD), com isso a quantidade de leitos ´siquiátricos passou de 
84 mil em 1991 para 34.426 em 2009. 
 2001, após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, que a Lei Paulo 
Delgado (Lei 10.216/2001) é sancionada no país e redireciona a assistência em 
saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base 
comunitária, e dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos 
mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos 
manicômios. Isso impõe um novo impulso e novo ritmo para o processo de 
Reforma Psiquiátrica no Brasil. Ainda nesse foi convocada a III Conferência 
Nacional de Saúde Mental, em Brasília, logo após a promulgação da lei 10.216, a 
etapa nacional conta com 1.480 delegados, entre representantes de usuários, 
familiares, movimentos sociais e profissionais de saúde. As etapas municipal e 
estadual envolvem cerca de 23.000 pessoas, com a presença ativa de usuários 
dos serviços de saúde e de seus familiares. 
• DESAFIOS 
Com todo esse contexto de luta por um cuidado da saúde mental mais humanitário 
aconteceu uma mudança na lógica dos investimentos em que entre 2002 e 2012 
houve uma queda no quantitativo de leitos psiquiátricos de 51.393 para 29.958. em 
compensação a quantidade de CAPS subiu de 424 para 1.981. A respeito dos 
recursos destinados à saúde mental, houve uma redução no percentual de gastos 
com a rede hospitalar de 75,24% para 28,91% e foi registrado um aumento nos gastos 
extra-hospitalares de 24,76% para 71,09%. Em 2012 ainda houve importante 
investimento financeiro nos CAPS, que passou de 440 milhões, em 2011, para 776 
milhões, em 2012, isso representa um aumento de 68%. 
Mas ainda existe a necessidade de a sociedade conviver de forma mais harmônica 
com os diferentes e o reconhecimento das potencialidades dessas pessoas que não 
estão à margem do projeto de Nação e que tem capacidade de trabalhar e de produzir. 
• REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL 
A rede de atenção à saúde mental brasileira é parte integrante SUS, rede organizada 
de ações e serviços públicos de saúde, instituída no Brasil por Lei Federal na década 
de 90. O SUS regula e organiza em todo o território nacional as ações e serviços de 
saúde de forma regionalizada e hierarquizada, em níveis de complexidade crescente, 
tendo direção única em cada esfera de governo: federal, municipal e estadual. São 
PRINCÍPIOS DO SUS: 
1. o acesso universal público e gratuito às ações e serviços de saúde; a 
integralidade das ações, num conjunto articulado e contínuo em todos os níveis 
de complexidade do sistema; 
2. a equidade da oferta de serviços, sem preconceitos ou privilégios de qualquer 
espécie; 
3. a descentralização político-administrativa, com direção única do sistema em 
cada esfera de governo; 
4. e o controle social das ações, exercido por Conselhos Municipais, Estaduais e 
Nacional de Saúde, com representação dos usuários, trabalhadores, 
prestadores de serviços, organizações da sociedade civil e instituições 
formadoras. Sendo que este merece destaque já que impulsiona e o 
protagonismo e a autonomia dos serviços na gestão dos processos de trabalho 
no campo da saúde coletiva. 
Compartilhando destes princípios, a rede de atenção à saúde mental, composta por 
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), 
Centros de Convivência, Ambulatórios de Saúde Mental e Hospitais Gerais, 
caracteriza-se por ser essencialmente pública, de base municipal e com um controle 
social fiscalizador e gestor no processo de consolidação da Reforma Psiquiátrica. 
 
AULA DO DIA 05-10, POLITICA NACIONAL DE SAUDE MENTAL 
O SISTEMA DEVE FUNCIONAR COMO REDE – HIERARQUIZAÇÃO 
O SUS, instituído pelas Leis Federais 8.080/1990 e 8.142/1990, tem o horizonte do 
Estado democrático e de cidadania plena como determinantes de uma “saúde como 
direito de todos e dever de Estado”, previsto na Constituição Federal de 1988. 
PRÍNCIPIOS DO SUS: 
 ACESSO UNIVERSAL, público e gratuito às ações e serviços de saúde; 
 INTEGRALIDADE das ações, cuidando do indivíduo como um todo e não como 
um amontoado de partes; 
 EQUIDADE, como o dever de atender igualmente o direito de cada um, 
respeitando suas diferenças; 
 DESCENTRALIZAÇÃO dos recursos de saúde, garantindo cuidado de boa 
qualidade o mais próximo dos usuários que dele necessitam; 
 CONTROLE SOCIAL exercido pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional 
de Saúde com representação dos usuários, trabalhadores, prestadores, 
organizações da sociedade civil e instituições formadoras. 
A atenção em saúde mental é oferecida no SUS, através do financiamento tripartite e 
de ações municipalizadas e organizadas por níveis de complexidade. Assim, a Política 
Nacional de Saúde Mental se apoia, além de nos princípios do Sus, na Lei 10.216/01 
(que trata sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos 
mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental) e busca consolidar um 
modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. Ou seja, tem como 
objetivo modificar o modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a 
família e a comunidade. Esse novo modelo proposto, conta com uma rede de serviços 
e equipamentos variados tais como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os 
Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), Centros de Convivência e Cultura, as 
Unidades de Acolhimento e os leitos de atenção integral em Hospitais Gerais. Há 
também o ProgramaDe Volta Pra Casa que oferece bolsas para egressos de longas 
internações em hospitais psiquiátricos, que está incluso nessa política. 
 
AULA DO DIA 16-10, FINANCIAMENTO DO SUS E RELAÇAO 
PÚBLICO-PRIVADA 
SEGURO SOCIAL ≠ SEGURIDADE SOCIAL 
• A respeito do SEGURO SOCIAL  assistência médica, pensão e 
aposentadoria: 
A primeiras iniciativas de proteção social no Brasil, surge no século XIX, restrita a 
alguns segmentos, aqueles que eram associados às cooperativas. Em 1923 surge as 
Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), marcando o início da Previdência Social 
no Brasil que vai se institucionalizando e ao longo da década de 1930 ganha força e 
surge os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) que absorveram a maioria 
das antigas CAPs). Esses institutos buscavam prover cobertura aos trabalhadores dos 
mais diversos segmentos contra alguns riscos sociais. Em 1966, o governo cria o 
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) que agrega o IAPs e herda seu modelo 
de seguro social com proteção limitada aos trabalhadores do mercado formal, 
portanto, aos contribuintes. Esse modelo de seguro social promovia a exclusão da 
cobertura médico-hospitalar, assistencial e previdenciária daqueles que não estavam 
empregados de maneira formal, restando a estes disputar com os mais pobres e 
indigentes a rede de assistência ofertada pelas Santas Casas de Misericórdia. 
• A respeito da SEGURIDADE SOCIAL  saúde, previdência e assistência 
social  UNIVERSALIDADE: 
Esse modelo predominou até 1988, quando a Constituição Federal rompeu com o 
padrão e institucionalizou o conceito de seguridade social com a garantia de direitos 
básicos e universais de cidadania, independente de contribuição ou condição social. 
TODOS, SEM QUALQUER DISTINÇÃO, TEM DIREITO À SAÚDE PÚBLICA, À 
ASSISTENCIA SOCIAL, AO SEGURO-DESEMPREGO E À COBERTURA 
PREVIDENCIÁRIA. Devido a exigência de um maior aporte de recursos para suportar 
o aumento de gastos, a Constituição dotou a seguridade social de um orçamento 
próprio, o Orçamento da Seguridade Social (OSS) 
• CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, ART. 196: 
“A saúde é um direito de todos e dever do Estado, devendo o governo garantir a 
redução do risco de doenças e de outros agravos e o acesso universal e igualitário às 
ações e serviços da saúde.” 
• MODELO DE ATENDIMENTO À SAÚDE NO BRASIL 
1. Promover saúde, com qualidade e sem custo, para o maior número de 
brasileiros possível; 
2. Vender saúde como mercadoria, agora em promoção com a oferta de planos 
acessíveis. 
• FORMAS DE ADMINSTRAÇÃO DO GOVERNO 
1. Direto: prestação de serviços públicos diretamente pelo próprio Estado e seus 
órgãos públicos. Ex.: HGCA 
2. Indireto: é autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e 
receita próprios para executar atividades típicas da Adm pública que requeiram 
para seu melhor funcionamento gestão financeira e administrativa 
descentralizada. Ex.: autarquias – UEFS. 
3. Mista: é dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para 
a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima cujas 
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União. Ex.: Banco do 
Brasil. 
4. Fundação: é dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins 
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento 
de atividades que não exijam execução por órgão ou entidades de direito 
público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos 
rescpectivos órgãos de direção e funcionamento custeado por recursos da 
União e de outras fontes. Ex.: Hospital da Mulher, IBGE. 
• PLANO PLURIANUAL – PPA.  PLANEJAR 
É o instrumento legal de planejamento de médio e longo prazo do governo. Estabelece 
diretrizes, objetivos, metas, as obras que serão realizadas. Tem vigência de quatro 
anos, sendo que sua elaboração se dá no primeiro mandato presencial (deve ser 
encaminhado 4meses antes do fim do mesmo) e só começa a valer no segundo ano. 
Expressa a visão estratégica da gestão pública. 
 
Inclui uma série de programas temáticos, em que são colocados as metas (expressas 
em números) para os próximos anos em diversos temas. 
É o elemento norteador da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), da Lei 
Orçamentária Anual (LOA) e de todas as ações governamentais em geral. 
• LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO.  ORIENTAR 
Deve, anualmente, apontar as prioridades para o exercício do ano seguinte. Orienta a 
elaboração da LOA, baseando-se no que foi estabelecido pelo PPA. Serve como um 
ajuste anual das metas colocadas pelo PPA. Enquanto a PPA é um documento de 
estratégia, pode-se dizer que a LDO delimita o que é ou não possível realizar no ano 
seguinte. 
• LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA.  EXECUTAR 
É o orçamento anual propriamente dito. Prevê os orçamentos fiscais, da seguridade 
social e de investimentos das estatais. Todos os gastos do governo para o próximo 
ano são previstos em detalhes na LOA e são divididos por temas, como saúde, 
educação e transporte. Também prevê quanto o governo deve arrecadar para que os 
gastos programados possam ser executados. Essa arrecadação se dá por meio dos 
tributos (impostos, taxas e contribuições). 
• FINANCIAMENTO DA SAÚDE: 
União, estados e municípios dividem a responsabilidade de financiar e concretizar 
esse direito fundamental de todo brasileiro. 
Há uma enorme dificuldade nas três esferas de governos em garantir os 
recursos suficientes e gerencia-los adequadamente. 
OS PERCENTUAIS DE INVESTIMENTO FINANCEIRO DAS ESFERAS DE 
GOVERNO, DEFINIDOS PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 141, DE 13 DE JANEIRO 
DE 2012, SÃO: 
1. UNIÃO: deve investir o que foi gasto com saúde no ano anterior, mais a 
variação do PIB 
2. ESTADOS: deve investir pelo menos 12% da receita. 
3. MUNICÍPIOS: deve investir pelo menos 15% da receita. 
Diversas instituições organizadas reivindicam, porém, que a União destine pelo 
menos 10% das receitas correntes brutas para a saúde pública brasileira, 
organizou-se O MOVIMENTO NACIONAL EM DEFESA DA SAÚDE PÚBLICA, 
SAÚDE +10 com o objetivo de coletar assinaturas para um projeto de lei de 
iniciativa popular que assegure o repasse deste percentual. 
 
• BLOCOS DE FINANCIAMENTO 
Foi a portaria de n° 204, de 29/01/2007 que regulamentou tanto o financiamento 
quanto a transferência dos recursos federais para as ações e serviços de saúde, como 
o respectivo monitoramento e controle. Então, os recursos federais destinados a esse 
fim, passaram a ser organizados e transferidos na forma de BLOCOS DE 
FINANCIAMENTO, que são seis ao todo, e são constituídos por componentes, de 
acordo com as especificidades de suas ações e os serviços de saúde pactuados. Os 
recursos federais que compõem cada bloco, são transferidos aos estados, Distrito 
Federal e municípios, fundo a fundo, em conta única e específica para cada bloco de 
financiamento, observando os atos normativos. São estes os blocos de financiamento 
e seus respectivos componentes: 
1. ATENÇÃO BÁSICA (ações de baixa complexidade, como a Saúde da 
Família) 
É constituído por dois componentes, ou seja, recebe recursos em duas modalidades: 
PISO DA ATENÇÃO BÁSICA (PAB) 
FIXO VARIÁVEL 
• Parcela de recursos praticamente 
fixa que é calculado e pode oscilar 
de acordo com a população do 
município em questão. 
• Destinada a todos os municípios 
• Refere-se ao financiamento de 
ações de atenção básica à saúde. 
• Os recursos são transferidos 
mensalmente, de forma regular e 
automática do Fundo Nacional de 
Saúde aos Fundos de Saúde do 
Distrito Federal e dos Municípios. 
• Parcela variável do recurso federal 
que é repassada à medida que os 
municípios realizam açõese 
políticas de saúde especificas em 
suas cidades. 
• Dependem do desempenho da 
Gestão do Município e do 
cumprimento de metas 
específicas. 
• É constituído por recursos 
financeiros destinados a estimular 
a implantação das seguintes 
 estratégias nacionais de 
reorganização do modelo de 
atenção à saúde: Saúde da 
Família (SF), Agente Comunitário 
de Saúde (ACS), Saúde Bucal 
(SB), Núcleos de Atenção à Saúde 
da Família (NASF), entre outros. 
• Os recursos são transferidos, 
mediante adesão e 
implementação das ações a que 
se destinam e desde que 
constantes no respectivo Plano de 
Saúde, do Fundo Nacional de 
Saúde aos Fundos de Saúde do 
Distrito Federal e dos Municípios. 
 
 
2. ATENÇÃO DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE AMBULATORIAL E 
HISPITALAR 
COMPONENTES 
Limite Financeiro da Média a Alta 
Complexidade Ambulatorial e 
Hospitalar (MAC) 
Fundo de Ações Estratégicas e 
Compensação (FAEC) 
• É destinado ao financiamento de 
procedimentos e de incentivos 
permanentes, transferidos 
mensalmente para custeio de 
ações de média e alta 
complexidade em saúde. 
• Alguns incentivos permanentes do 
MAC: Hospitais de pequeno porte, 
SAMU, Centro de Especialidades 
Odontológicas (CEO), Centro de 
Referência em Saúde do 
Trabalhador, entre outros. 
• É destinado ao financiamento de 
procedimentos de alta 
complexidade e ações 
estratégicas. Por exemplo: 
transplantes, programa de 
combate ao câncer de colo uterino, 
prostatectomias, cirurgias de 
varizes. 
OS RECURSOS FEDERAIS SÃO TRANSFERIDOS DO FNS AOS 
FUNDOS DE SAÚDE DOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E 
MUNICÍPIOS, CONFORME A PROGRAMAÇÃO PACTUADA E 
INTREGADA, PUBLICADA EM ATO NORMATIVO. 
 
3. VIGILÂNCIA EM SÁUDE 
Os recursos que compõem esse bloco representam o agrupamento das ações de 
vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e de vigilância sanitária. É 
constituído por dois componentes. 
A vigilância em saúde tem por objetivo a observação e análise permanente da situação 
de saúde da população, articulando-se em um conjunto de ações destinadas a 
controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em 
determinados territórios, garantindo a integralidade da atenção, o que inclui tanto a 
abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde. Os componentes são: 
I. Componente da Vigilância e Promoção da Saúde; 
II. Componente da Vigilância Sanitária. 
4. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 
Esse bloco possui três componentes, os quais são: 
I. Componente Básico da Assistência Farmacêutica, que se destina à 
aquisição de medicamentos do elenco de Referência Nacional de 
Medicamentos e Insumos Complementares para a Assistência Farmacêutica 
na Atenção Básica. 
II. Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica, destina-se ao 
financiamento de ações de assistência farmacêutica e programas de saúde 
estratégicos. 
III. Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, é uma estratégia 
de acesso a medicamentos no âmbito do Sistema Único de Saúde 
caracterizada pela busca da garantia da integralidade do tratamento 
medicamentoso, em nível ambulatorial, cujas linhas de cuidado estão definidas 
em Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas publicados pelo Ministério da 
Saúde. 
 
5. GESTÃO DO SUS 
Esse bloco possui três componentes, os quais são: 
I. Componente para a Qualificação da Gestão do SUS, em que a transferência 
dos recursos do Componente para a Qualificação da Gestão do SUS dar-se-á 
mediante a adesão ao Pacto pela Saúde, por meio da assinatura do Termo de 
Compromisso de Gestão e respeitados os critérios estabelecidos em ato 
normativo específico. 
II. Componente para a Implantação de Ações e Serviços de Saúde, em que a 
transferência dos recursos do Componente de Implantação de Ações e 
Serviços de Saúde será efetivada em parcela única, respeitados os critérios 
estabelecidos em cada política específica. 
6. INVESTIMENTOS NA REDE DE SERVIÇOS DE SAÚDE 
É composto por recursos financeiros que são transferidos mediante repasse regular e 
automático do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos de Saúde Estaduais, 
Municipais e do Distrito Federal, exclusivamente para a realização de despesas de 
capital, mediante apresentação de projeto, encaminhado pelo ente federativo 
interessado ao Ministério da Saúde. 
• LEI COMPLEMENTAR Nº 141, DE 13/01/2012 
• EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 95 
 
 
SUS 
No parágrafo único do artigo 194 da Constituição está estabelecido que “Compete ao Poder Público, 
nos termos da lei, organizar a seguridade social com base nos seguintes objetivos: I  – universalidade 
da cobertura e do atendimento; II  – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais; III  – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços; IV  – irredutibilidade do valor dos benefícios; V – equidade na forma de participação no 
custeio; VI  – diversidade da base de financiamento; VII  – caráter democrático e descentralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos 
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados”. Ao criar o conceito de 
seguridade social (saúde, assistência e previdência) com o objetivo de garantir os princípios 
fundamentais, sobretudo os relativos à cidadania e à dignidade da pessoa humana, a Assembleia 
Nacional Constituinte instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do art. 198 com base em três 
principais alicerces: • Descentralização com direção única em cada esfera de governo (federal, estadual 
e municipal); • Atendimento integral com prioridade para as ações preventivas (vacinação, 
medicamento e saneamento básico), sem prejuízo dos serviços assistenciais (postos de saúde, 
hospitais e ambulatórios); • Participação da comunidade na definição de prioridades e no controle do 
uso do dinheiro público. Assim, além do princípio de universalidade na cobertura, a saúde também se 
organiza pelo princípio da integralidade. Universalidade e integralidade são princípios organizativos 
fundamentais para compreender o gasto e a necessidade de financiamento do Sistema Único de Saúde 
(SUS). Para garantir os recursos financeiros necessários à seguridade social, incluindo o SUS, a 
Assembleia Nacional Constituinte criou contribuições com destinação exclusiva à saúde, previdência e 
assistência social, e ainda previu a possibilidade de aporte extra de recursos oriundos de impostos. A 
Constituição estabeleceu ainda que os recursos Financiamento Público de Saúde 23 das contribuições 
para a seguridade social só podem ser usados em ações do sistema de proteção social; já os impostos 
são destinados às diversas ações do governo, inclusive para completar o financiamento da seguridade 
social. Estabelece ainda a obrigatoriedade de estados e municípios participarem do financiamento do 
SUS.

Outros materiais