Buscar

Trabalho: Análise de interação de crianças

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Análise de interação de crianças
São Paulo
Junho / 2017
INTEGRANTES
	MATRÍCULA
	NOME DA ALUNA
	00461-16
	Gabriela Santana de Oliveira
	00388-17
	Luciene de Jesus dos Santos
	
	
	 
Análise de interação de crianças
Trabalho apresentado como exigência para a avaliação final, da disciplina Análise de interação de crianças, módulo Infância, do curso de Pedagogia do Instituto Vera Cruz, sob a orientação da Profa. Marisa Vasconcelos Ferreira.
São Paulo
Junho / 2017
RESUMO
Neste trabalho, mostramos algumas características dos processos interativos de bebês de 21 e 25 meses, através do estudo de alguns episódios de interação, recortados através do registro em vídeo, durante pesquisa em uma creche, que tem como objetivo o estudo e a análise sobre interações de bebês e através dessa análise relacionar aos conteúdos, textos e discussões realizadas durante a disciplina.
Palavras-Chaves: análise, interação de bebês.
INTRODUÇÃO
O bebê humano é um ser que nasce bastante imaturo do ponto de vista motor, porém suas características perceptuais já estão bastante desenvolvidas. Seu equipamento sensorial e expressivo facilita a comunicação, a interação e a aprendizagem com o outro desde o nascimento. Com o desenvolvimento de suas habilidades exploratórias e motoras, as crianças se movem e alcançam outras crianças, entrando em contato físico com elas. Por isso, desde cedo, são bastante habilidosas em estabelecer contatos sociais, tanto com seus pais e outros adultos, como com as outras crianças. Juntamente com isso, o outro, recorta esses comportamentos do bebê, interpretando-os conforme suas concepções construídas naquela cultura.
O ambiente em que vivemos é impregnado por significados sociais que variam conforme a cultura do indivíduo e do agrupamento social a que ele pertence. Esse ambiente sugere condutas para o indivíduo e pode ser modificado por ele, conforme as próprias concepções, que ele tenha desse ambiente. Com isso, o conceito de interação social e a verificação da existência desse tipo de contato social entre crianças bem pequenas também estão impregnados pelos valores socioculturais e científicos da sociedade em que vivemos.
Carvalho e Beraldo (1989) apontam a relevância desses estudos já que, em qualquer sociedade, ao longo dos primeiros anos de vida, o mundo social da criança passa a incluir contato com outras crianças. Ademais, esse contato tem ocorrido de forma cada vez mais precoce, as quais têm promovido o compartilhamento da educação de crianças cada vez mais novas em ambientes coletivos do tipo creche (Amorim, Rossetti-Ferreira, & Vitória, 2000).
O tema da interação de bebês apresenta importância, tendo implicações não só relativas à identificação de potencialidades do bebê, como à construção de práticas diferenciadas em contextos de educação coletiva. No entanto, apesar do crescente ingresso de bebês em creche, o estudo da interação de bebês, ao longo das últimas décadas, mostrou-se limitado.
Definiu-se assim pela realização de estudo de caso, para conduzir a investigação de processos interativos de bebês, entre o primeiro e o segundo ano de vida, de modo a examinar qualitativamente os processos interativos, selecionando-se alguns de seus aspectos, considerando suas habilidades, as formas de regulação do / pelo outro e o modo como se estabelecem as formas de “diálogo” entre eles.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A imitação
Para Wallon, a imitação é uma forma de atividade que revela de maneira incontestável as origens motoras do ato mental. A criança imita as pessoas que lhe atraem, incorporando suas atitudes e também o seu papel social, num movimento de reaproximação ao outro que tinha sido negado. É um processo necessário ao enriquecimento do eu e ao alargamento de suas possibilidades. Sendo por meio da impregnação perceptiva que a criança torna-se capaz de reproduzir determinada cena após tê-la presenciado. Para a criança constitui um ato e representa-la é necessário antes conhecer e estabelecer relações com os objetos ou/e situação que serão representados. Nesse estágio sensório – motor ou projetivo o interesse se volta para a exploração do mundo físico (orientação centrifuga) aquisição da marcha, da preensão, exploração dos espaços (o ato mental projetado em atos motores) O pensamento precisa dos gestos para se exteriorizar.
2.2 Os gestos / Movimentos na brincadeira
Wallon ressalta que é na idade de 2 a 3 anos que a criança conquista a dimensão simbólica do pensamento, a capacidade de simbolização se inicia quando a criança começa a imitar o que vê ao redor e a expressar o seu pensamento apoiado em gestos. Na primeira infância segundo vigotsk, a ação é estruturalmente determinada e o sentido é um momento secundário, suplementar, subordinado, é uma incompreensão dessa ação. A criança sabe fazer mais do que entender. Na idade pré-escolar, pela primeira vez, surge uma estrutura de ação em que o sentido constitui-se em determinante; porém, a própria ação não é secundária, um momento submisso, mas um momento estrutural. Ele ainda afirma que a principal linha de desenvolvimento da criança é a brincadeira e não deve ser considerada uma forma predominante de atividade. A brincadeira não pode ser definida apenas pelo critério da satisfação. A brincadeira é um tipo específico de atividade como atualização da cultura no comportamento individual; com a brincadeira as crianças ganham autonomia.
2.3 A disputa pelo objeto
Conforme Piaget, o eu, no início, está no centro da realidade, porque é inconsciente de si mesmo, e á medida que se constrói como uma realidade interna ou subjetiva o mundo exterior vai se objetivando. Em outras palavras, a consciência começa por um egocentrismo inconsciente e integral, até que os progressos da inteligência senso-motora levem á construção de um universo objetivo, onde o próprio corpo aparece como um elemento entre os outros, e ao qual se opõe a vida interior, localizada neste corpo. Nessa fase a criança não sabe diferenciar o que é dela, o que é do outro, não gostam de compartilhar atenção e pertences. Na situação de disputa, o desejo de propriedade conta mais do que o objeto em si.
CONTEXTUALIZAÇÃO
O vídeo foi feito em um Centro de Educação Infantil (CEI), localizado na Vila Ipojuca, na cidade de São Paulo, zona oeste. No momento da gravação havia duas turmas tomando o café da manhã no refeitório e estavam presentes as professoras de ambas as turmas, seus respectivos alunos (as), a Gabriela (Bolsista do PIBID) e a Luciene (integrante do trabalho), os mediadores da interação do episódio foram duas crianças chamadas por nós de Maria e José. No local os objetos mais presentes são, a mesa, a cadeira no qual estavam sentados e a bolacha como objeto principal. A interação entre as crianças aconteceu espontaneamente entre eles, sem que houvesse a proposta de uma atividade. Maria tem 25 meses e José tem 21 meses. A duração total do vídeo é de 03:23” e a do episódio recortado é de 01:00”.
TRANSCRIÇÃO DO VÍDEO
Episódio da bolacha
No refeitório encontram-se 8 crianças da turma MG1 da professora Salete tomando café da manhã. Sentados à mesa, Maria (25m) do lado esquerdo e José (21m) do lado direito, Maria quebra a bolacha com a mão e coloca sobre a mesa. José avança rapidamente sobre a bolacha de Maria, que ligeiramente se debruça em cima da mesa para pegar a bolacha de volta. Maria pede a bolacha de volta para José:
 - bolacha, qué bolacha!
Porém sem sucesso, pois José passa a bolacha para a outra mão, Maria tenta novamente pegar a bolacha, mas José vira-se evitando que ela pegue. Com a sua mão direita, ele segura evitando mais uma vez que ela a pegue, empurrando-a ele põe a bolacha na boca, retorna para a mesa e pega o outro pedaço da bolacha de Maria (esta que também consegue pegar o último pedaço) e em seguida come. A professora Salete percebe o conflito e imediatamente traz outras bolachas e entrega uma para Maria e outra para José.José vira-se para Maria, mostra a bolacha para ela, movimentando-se para um lado e para o outro, segurando a bolacha com a mão em direção à testa. Em seguida Maria coloca a bolacha sobre a mesa, deitando-se em cima. José coloca a bolacha no rosto, se balançando para um lado e para o outro e Maria repete a mesma ação de José. Ele repete o movimento e ela continua imitando. José faz um novo movimento de dar um pulinho na cadeira e fala para Maria:
- pula!
E Maria imita José dando um pulinho na cadeira. José volta a fazer o movimento de colocar a bolacha no rosto, balançando a cabeça para um lado e para o outro. Maria leva a bolacha até a boca, mas não morde e imita José levando a bolacha ao rosto, balançando a cabeça para um lado e para o outro. O choro de uma criança da mesa ao lado chama a atenção dos dois que logo se viram para olhar.
ANÁLISE DO VÍDEO
De acordo com o vídeo gravado, duas crianças iniciam uma interação a partir da disputa pela propriedade do mesmo objeto que, conforme Wallon é comum que o desejo de propriedade conte mais do que o próprio objeto.
José tenta se apoderar da bolacha de Maria sem que ela autorize, inicialmente há um conflito entre as crianças, pelo fato deles estarem no início do processo de construção de significados, qualquer mudança ditada pelo “acaso” encontra um espaço maior para ser instalada, já que os significados não são ainda tão persistentes, somente após cada um receber uma bolacha que o conflito resulta em uma brincadeira de esconde – esconde que, segundo Wallon, a criança tenta imitar para tomar o lugar do outro, para proporcionar-se o espetáculo de seu eu enriquecido pelo outro. No momento que Maria começa imitar José, a imitação predomina na atividade.
Para Vigotski a brincadeira na idade da pré-escola é a principal linha de desenvolvimento da criança. Identificamos uma dinâmica de interação com movimentos que são iniciados por José, nesses movimentos os gestos feitos por José e Maria são mediadores do jogo. Neste terceiro estágio conforme diz Piaget a inteligência aparece, com efeito, bem antes da linguagem, mas é uma inteligência totalmente prática, que se refere á manipulação dos objetos organizada em “esquema de ação”.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Qual a importância do trabalho de análise de interação de crianças, para a formação do professor?
Partindo de uma perspectiva sócio interacionista elaborada a partir do trabalho de Vigotsky e Wallon, autores que afirmam que o conhecimento, a linguagem e o Eu do indivíduo são construídos através das interações que a criança estabelece, desde o nascimento, com outros indivíduos em ambientes sociais, especialmente daqueles organizados pelos professores de acordo com suas concepções sobre o desenvolvimento da criança e de como promovê-lo.
Diante disso, podemos concluir que os processos de interação se dão de maneira fluida e breve e que são intensamente mediados pelo professor e pela organização do ambiente. Então, depende em sua grande parte do professor para que essa interação seja feita de forma bem-sucedida.
No processo interativo propriamente dito, o elemento que se mostrou chave foi a força e o papel do olhar do professor, que tem papel significativo como recurso comunicativo, dada a sua riqueza de expressão. Isso coloca a necessidade de uma nova visão do professor ao olhar a essa faixa etária.
Verificou-se que, apesar da idade das crianças (em que ainda não fazem uso de fala verbais), elas agem para além do contexto social imediato. Ainda, tais eventos resultavam na co construção de significados através das ações e reações das crianças.
Os significados co construídos na dinâmica dos acontecimentos emergem nas situações, graças à participação do professor, mas também por parte das crianças que se colocam como participantes ativos na relação com o outro. Essas atribuições de significados são co construídas e comunicadas através dos gestos, do olhar, da postura corporal, do choro, dos sorrisos, das vocalizações e das emoções. Nos entrelaçados processos, um e outro se envolve e transforma as (re) ações do outro.

Outros materiais

Outros materiais