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ATIVIDADE 6 ANTONIO E MARIA ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO (1)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA CIVEL DA COMARCA DE ESPÍRITO SANTO.
			ANTONIO, brasileiro, solteiro, profissão, portador da carteira de identidade nº ________, expedida pelo ________, inscrito no CPF nº ________, residente e domiciliado ________________________, Vila Velha/ES e MARIA, brasileira, solteira, profissão, portador da carteira de identidade nº ________, expedida pelo ________, inscrito no CPF nº ________, residente e domiciliada ________________________, Vila Velha/ES, representados por sua procuradora legal abaixo subscrita, e-mail, com endereço profissional à Avenida Beira mar Norte, 522, Florianópolis/SC, vem a este Juízo propor a presente
AÇÃO DE ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO
Pelo rito comum, em face de JAIR XXX, brasileiro, solteiro, inscrito no CPF sob o nº __________, portador da carteira de identidade _________, residente e domiciliado à Rua XXXX, nº XX, Bairro __________, XXXX/XX, pelas razões de fato e de direito que passa e expor:
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
A conciliação no curso de um processo judicial, é medida salutar para a solução dos conflitos, e contribuir de forma eficaz para abreviação do tempo do processo. A audiência de conciliação é um facilitador do acordo entre os envolvidos, propício ao entendimento mútuo com a aproximação dos interesses para que ambos sejam beneficiados.
Sendo assim o autor, no intuito de contribuir para um entendimento e acordo entre as partes, requer a designação da audiência de conciliação e mediação. 
FATOS
Antônio, autor da ação, tem dois irmãos, Maria e Joaquim. Maria já esta estabilizada financeiramente, tem sua casa e não depende mais dos pais. Joaquim, único filho que ainda não tinha casa própria, dependia dos pais. 
Como forma de ajudar o filho mais novo, Jair e Flavia, pais dos três, resolvem vender ao filho Joaquim um imóvel para ajudá-lo a começar a vida. A atitude impensada tomada pelos pais, com intuito de beneficiar seu filho mais novo, prejudicou Antônio e Maria, deixando - os muito magoados com tamanha falta de consideração.
O Joaquim, feliz com o "presente", passa a residir na casa que comprará em Vitória, ajustando para celebração do negocio jurídico de R$200,000,00(duzentos mil reais), lavrada a escritura no dia 20 de dezembro de 2014, devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
O autor e sua irmã, Maria, não concordam com a negociação, pois além de os pais venderem o imóvel para ajudar o irmão mais novo, vendeu abaixo do preço desvalorizando totalmente o imóvel, sendo o valor correto, na época da realização do negócio jurídico era de R$450.000,00(quatrocentos e cinquenta mil reais).
DIREITO
Tendo em vista os fatos expostos acima, não resta duvidas em que o autor tem o direito de pleitear ação. Trata-se de anulação do negócio jurídico, tendo em vista que o autor e sua irmã saíram prejudicados.
Ora, não há o que se questionar de que os irmão deveriam ser consultados para negociação onde não houve consentimento de ambas as partes, tendo em vista que o valor ajustado foi inferior ao valor do mercado de imóvel, causando-lhes prejuízos futuros.
Vejamos o que o Código Civil de 2002, contempla:
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
(...)
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Conforme dispositivo a cima, esta claro que há anulação do negócio jurídico, tendo em vista que não houve consentimento das partes para a negociação da venda do imóvel.
Em relação anulação do negócio jurídico, ensina Carlos Roberto Gonçalves:
"Nulidade é a sensação imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem observância dos requisitos essenciais, impedindo-os de produzir os efeitos que lhe são próprios".(Direito Civil - Parte Geral, vol. I. São Paulo: Saraiva, 2013, fls.474).
Para Jurisprudência do Tribunal de São Paulo:
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO ANULATÓRIA. DOAÇÃO INOFICIOSA. DEMANDA AJUIZADA ANTES DA ABERTURA DO INVENTÁRIO. TEMA QUE, ADEMAIS, É DOTADO DE NATUREZA OBRIGACIONAL (ART. 496, CC) E, PORTANTO, CÍVEL.1. Não se desconhece entendimento sedimentado nesta c. Câmara Especial no sentido de que o conflito negativo de competência não é palco adequado para rediscutir questão analisada em sede de exceção ritual.2. Ocorre que referida vedação não se aplica à hipótese, uma vez que a matéria agitada em sede de exceção de incompetência é dotada de natureza absoluta e, portanto, ao reverso da competência relativa, não se submete a preclusão.3. Logo, considerando que a ação cível foi distribuída antes da abertura do inventário, ocorrendo perpetuatio jurisdictiones, bem assim levando em consideração a natureza cível da pretensão anulatória do instrumento de doação, a hipótese é de procedência do presente conflito para o fim de fixá-la junto ao d. Juízo suscitado.4. Conflito de competência julgado procedente para o fim de fixá-la junto ao d. juízo suscitado.( TJ-SP - Conflito de competência : CC 00595734720158260000 SP 0059573-47.2015.8.26.0000, Relator:Artur Marques).
Diante do exposto, não há obscuridades que no momento da negociação já estava nulo, pela falta de consentimento dos outros irmãos.
PEDIDOS
Diante os fatos e fundamentos expostos, requer:
1-Que seja designada audiência de conciliação ou mediação;
2- A citação do Réu para oferecer resposta no prazo legal sob pena de preclusão, revelia e confissão;
3- Que seja julgado expedido ofício ao Registro Geral do Imóveis de Vitória/ES, onde encontra-se matriculado o imóvel para que se realize a prestação, informando que há litígio.;
4- A condenação da ré em custas e honorários sob o máximo legal, de acordo com o artigo 85, parágrafo único do CPC.
PROVAS
Requer a produção de todas as provas e direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do NCPC, em especial a prova documental e testemunhal e o depoimento pessoal do réu.
VALOR DA CAUSA
Dar-se-á, o valor da causa de R$450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais)
PEDE DEFERIMENTO.
 Florianópolis/SC, 11 de abril de 2016.
IZABEL CRISTINA MORI RODRIGUES
OAB/SC XXX.XXXX

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