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Resumo_Cap_40_Guyton_-_Bruno_Hollanda

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Bruno Hollanda 2009.2	RESUMO FISIOLOGIA (GUYTON)	Cap. 40
 
Transporte de O2 e CO2 no Sangue e Líquidos Corporais
I- Transporte de O2 para os Tecidos Corporais:
 O oxigênio move-se dos alvéolos para o sangue dos capilares pulmonares porque a pressão parcial de O2 nos alvéolos é maior que no sangue capilar pulmonar. Nos outros tecidos do corpo, uma maior Po2 no sangue, promove a difusão do O2 para células adjacentes.
1) Difusão do O2 dos Alvéolos para o Sangue:
 O mecanismo de difusão é o mesmo apresentado acima. O oxigênio apresenta uma pressão parcial de 104 mmHg nos alvéolos e uma de 40 mmHg no sangue. Por esta razão ocorre a difusão.
 Durante um exercício intenso , o maior débito cardíaco promove um tempo reduzido de permanência do sangue nos alvéolos. Contudo, devido ao fator de segurança alveolar da difusão de O2 através da membrana pulmonar, o sangue torna-se quase saturado de oxigênio quando deixa os capilares pulmonares, o que pode ser explicado da seguinte forma:
A capacidade de difusão do oxigênio praticamente triplica, devido ao aumento da área superficial dos capilares e também da razão ventilação-perfusão tornar-se mais próxima do ideal nas partes apicais dos pulmões;
Em condições de não-exercício, percebe-se que o sangue torna-se quase saturado de oxigênio quando percorrer cerca de 1/3 da capilaridade pulmonar, recebendo pouco oxigênio adicional nos terços restantes. Ou seja, o sangue normalmente permanece nos capilares pulmonares cerca de três vezes mais tempo que o necessário. Portanto, durante o exercício, mesmo com um tempo de exposição diminuído, o sangue ainda assim torna-se totalmente oxigenado.
 98% do sangue que entra no átrio esquerdo acabou de passar pelos pulmões e tornar-se oxigenado, com uma Po2 em torno de 104 mmHg. Os outros 2% que chegam ao átrio esquerdo vêm da aorta, através da circulação brônquica, que supre os tecidos pulmonares e não é exposta ao ar. Este fluxo de sangue é denominado “fluxo do desvio”, significando que o sangue é desviado além das trocas gasosas. Ao deixar os pulmões, a Po2 do sangue do desvio fica em torno de 40 mmHg, igual à pressão parcial de O2 do sangue venoso. Quando esse sangue se combina nas veias pulmonares com o sangue oxigenado dos capilares alveolares, essa chamada mistura venosa de sangue faz com que a Po2 do sangue que entra e é bombeado pelo coração esquerdo diminua para cerca de 95 mmHg.
2) O Papel da Hemoglobina:
 A hemoglobina transporta cerca de 97% do oxigênio na circulação; os outros 3% são transportados em estado dissolvido na água do plasma e das células sanguíneas.
 Quando a Po2 é alta, como nos capilares pulmonares, o oxigênio liga-se à hemoglobina, mas quando a Po2 é baixa, como nos capilares teciduais, o oxigênio é liberado da hemoglobina. Esta é a base de quase todo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos.
 O percentual de saturação da hemoglobina é representada na curva de dissociação oxigênio-hemoglobina, que demonstra um aumento progressivo na porcentagem de hemoglobina ligada ao oxigênio à medida que a Po2 do sangue aumenta.
 A hemoglobina apresenta, ainda, um efeito “tampão”, não de pH, e sim de oxigênio tecidual, sendo responsável por estabilizar a pressão do oxigênio nos tecidos. Isso é explicado, pois a hemoglobina estabelece um limite superior na pressão de oxigênio nos tecidos em torno de 40 mmHg. Qualquer queda nessa pressão estimula a liberação de oxigênio pela hemoglobina. Isto pode ser atingido por causa da inclinação abrupta da curva de dissociação e do aumento no fluxo de sangue tecidual causado pela queda da Po2; ou seja, uma ligeira queda na pressão parcial de oxigênio faz com que grandes quantidades extras sejam liberadas da hemoglobina. Além desse mecanismo “tampão”, há outro tipo de regulação. Quando a concentração atmosférica de O2 muda acentuadamente, o efeito tampão ainda mantém a Po2 tecidual constante. Isto é explicado claramente através da curva de dissociação da oxiemoglobina, onde uma Po2 de 60 mmHg ainda mantém a saturação de hemoglobina em 89%, 8% apenas abaixo do normal; e uma pressão de mais de 500 mmHg manteria a saturação em 100%, nunca acima disso. Portanto, variações brucas na pressão de oxigênio no sangue não afetam em grande escala a Po2 nos tecidos periféricos, graças a hemoglobina.
3) Fatores que Desviam a Curva de Dissociação de Oxiemoglobina:
 Uma série de fatores podem deslocar a curva de dissociação em uma direção ou outra. Quando o sangue torna-se ligeiramente ácido, com uma queda do pH do valor normal de 7,4 para 7,2, a curva desloca-se em média 15% para a direita. Por outro lado, um aumento no pH de 7,4 para 7,6, desloca a curva de maneira semelhante para a esquerda.
 Além das mudanças no pH, vários outros fatores deslocam a curva. Três deles, todos os quais deslocam a curva para a direita, são:
Maior concentração de CO2 e H+;
Aumento da temperatura corporal;
Aumento do BPG, um composto de fosfato metabolicamente importante, presente no sangue em diferentes concentrações e sob diferentes condições metabólicas.
 O desvio da curva para a direita em resposta a aumentos nas concentrações de CO2 e H+ no sangue tem um efeito significativo de intensificar a liberação de oxigênio do sangue para os tecidos e intensificar a oxigenação do sangue nos pulmões. Trata-se do efeito Bohr, que pode ser assim explicado: quando o sangue atravessa os tecidos, CO2 difunde-se das células para o sangue, o que aumenta a Pco2 sanguínea, que, por sua vez, aumenta a concentração de H2CO3 e H+ no sangue. Tais efeitos deslocam a curva de dissociação de oxigênio-hemoglobina para baixo e para a direita, forçando o oxgiênio para fora da hemoglobina e, portanto, liberando quantidades maiores deste gás aos tecidos.
 Em condições hipóxicas que durem mais do que poucas horas, a quantidade de BPG no sangue aumenta consideravelmente, deslocando, assim, a curva ainda mais para a direita, fazendo com que o oxigênio seja liberado para os tecidos a uma Po2 tecidual de 10 mmHg maior do que seria sem tal aumento do BPG.
 Durante o exercício físico, vários fatores desviam a curva consideravelmente para a direita, liberando, assim, quantidades extras de oxigênio para as fibras musculares. Tais fibras, liberam quantidades maiores de CO2 durante o exercício, aumentando, assim, a concentração de H+ no sangue. Além disso, a temperatura muscular geralmente sobe de 2º a 3ºC, o que aumenta ainda mais a liberação de O2.
4) Combinação da Hemoglobina com o Monóxido de Carbono:
 O monóxido de carbono combina-se com a hemoglobina no mesmo ponto que esta combina-se com o oxigênio, podendo, portanto, deslocar o oxigênio da hemoglobina, diminuindo a capacidade de transporte deste gás. Ademais, o monóxido de carbono possui uma afinidade muito maior com a hemoglobina, cerca de 250 vezes maior. Portanto, uma pressão parcial de monóxido de carbono 250 vezes menor do que a do oxigênio – cerca de 0,4 mmHg – permite ao CO competir igualmente com o oxigênio na combinação com a hemoglobina, fazendo com que metade destas estejam saturadas de CO.
 Um paciente gravemente intoxicado com CO pode ser tratado com administração de oxigênio puro, pois este em alta pressão alveolar pode deslocar o monóxido de carbono rapidamente da sua combinação com a hemoglobina.
III- Transporte de CO2 no Sangue:
1) Formas Químicas no qual é Transportado:
 Uma pequena porção do CO2 é transportado na forma dissolvida até os pulmões, correspondendo a 7% de todo o dióxido de carbono do sangue.
 Dentro das hemácias, o CO2 reage com a água, por intermédio da anidrase carbônica , formando H2CO3, que em frações de segundos se dissocia em H+ e HCO3-. Grande parte desses íons hidrogênio combina-se com a hemoglobina, pois esta é um poderoso tampão ácido-base. Por sua vez,muitos íons bicarbonato difundem-se das hemácias para o plasma, através da proteína carreadora de bicarbonato-cloreto que realiza o contratransporte do íon bicarbonato com o cloreto. Assim, o conteúdo de cloreto é maior nas hemácias venosas que nas arteriais, um fenômeno denominado desvio do cloreto. Essa combinação do dióxido de carbono com as hemácias corresponde a cerca de 70% do CO2 transportado dos tecidos para os pulmões.
 Além de reagir com a água, o CO2 reage diretamente com o radical amino da molécula de hemoglobina, formando a carbaminoemoglobina (CO2Hgb). Esta é uma reação reversível que ocorre com um elo fraco, de maneira que o CO2 é facilmente liberado para os alvéolos, onde a Pco2 é menor. O CO2 também reage da mesma maneira com as proteínas plasmáticas nos capilares teciduais. Assim, a quantidade de CO2 transportado na forma de carbamino, combinado com hemoglobina e proteína plasmáticas, representa cerca de 30%. Entretanto, como essa reação é bem mais lenta do que a reação com a água no interior das hemácias, é duvidoso, sob condições normais, que esse mecanismo carbamino transporte mais de 20% do CO2 total.
2) O Efeito Haldane:
 É o efeito contrário ao efeito Bohr, ou seja, a ligação do oxigênio com a hemoglobina tende a deslocar o dióxido de carbono do sangue.
 Resulta do simples fato de que a combinação do oxigênio com a hemoglobina nos pulmões, faz com que a hemoglobina se torne um ácido mais forte, o que desloca CO2 do sangue para os alvéolos de duas maneiras:
Quanto mais ácida a hemoglobina, menos ela tende a se combinar com o CO2 para formar carbaminoemoglobina, deslocando, assim, grande parte do dióxido de carbono presente na forma carbamino do sangue;
A maior acidez da hemoglobina também faz com que ela libere muitos íons hidrogênio, e estes se ligam aos íons bicarbonato do sangue para formar ácido carbônico, que se dissocia em água e dióxido de carbono; este, por sua vez, é liberado do sangue para os alvéolos.
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