Buscar

História da Mídia Aula 01 até 06

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

História da Mídia – AV1
Aula 1:
O que é Linguagem?
A linguagem é a capacidade que todo ser humano tem de se comunicar. É constituída por um sistema de sinais ou signos convencionais que nos permite a comunicação. Inicialmente podemos diferenciá-la entre linguagem verbal e não verbal. A linguagem verbal necessita da escrita ou da fala para acontecer, ao passo que a linguagem não verbal está contida em expressões, na postura, no tom de voz que utilizamos, nos sinais que fazemos, em figuras, desenhos, pintura, música, mímica e gestos.
A Origem da Linguagem
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) supôs que a linguagem humana teria evoluído gradualmente, a partir da necessidade de exprimir os sentimentos, até formas mais complexas e abstratas. Para Rousseau, a primeira linguagem do homem foi o “grito da natureza”, que era usado pelos primeiros homens para implorar socorro no perigo ou como alívio de dores violentas, mas não era de uso comum.
A Comunicação Humana
A comunicação é inerente ao ser humano e a língua define a cultura de um povo. Não se pode viver sem comunicação, nem sem essa experiência de interação entre indivíduos que promove a vida social e cultura. A comunicação e a linguagem estão intimamente ligadas à vida social e ao convívio com outros indivíduos. A privação dessa vida em sociedade aniquila o desenvolvimento da linguagem verbal à qual estamos acostumados. O homem pode desenvolver uma linguagem gestual ou aprender alguns sons, mas a língua só se desenvolve com as relações e com a vida em sociedade.
Preti (2000, p. 12) diz que, nas grandes civilizações, a língua é o suporte de uma dinâmica social, que compreende não só as relações diárias entre os membros da comunidade, como também uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativo dos meios de comunicação de massa até a vida cultural, científica ou literária.
Dias (1999) expõe que os avanços na comunicação da informação ocorrem a partir da revolução da escrita, quando o homem passa da comunicação oral e interativa direta das culturas tribais para o registro escrito, baseado em textos lineares e no uso de alfabetos.
Comunicar é compartilhar elementos, modo de vida e comportamentos, em virtude da vivência sob um conjunto de normas. É a resposta a um estímulo, ou melhor, é a relação estabelecida pela transmissão de estímulos e pela provocação de respostas, diz Pignatari (2002). O cerne da comunicação se forma, portanto, com os signos, as regras que os regem e suas relações com os intérpretes. A modernidade amarra a comunicação, a informação e as mídias.
As Técnicas de Comunicação
Nas sociedades orais, anteriores aos registros escritos, todo o histórico de fatos e acontecimentos sociais era feito oralmente. Antes de se desenvolverem os sistemas de comunicação escrita, toda informação era transmitida e preservada por meio de transmissão oral, o que caracterizava a sociedade da oralidade.
A tarefa da transmissão ficava sob a responsabilidade dos anciãos, que eram os mais sábios e acumulavam mais conhecimentos. A memória auditiva e a memória visual eram os recursos de que dispunham para armazenar e transmitir o conhecimento às futuras gerações. A história era condensada e repassada com base no que o ser humano pudesse memorizar. 
Esses sábios eram liberados das tarefas triviais das tribos e tinham poder social e político. Era uma posição de prestígio e exigia uma precisão da memória. 
A oralidade é a base de todo o processo de comunicação. Até aqui, a única forma da palavra era a oral, pois não havia os sistemas de escrita, que, no futuro, perpetuariam a palavra. Um dos maiores benefícios da escrita é a perpetuação da memória, que na cultura oral dependia da memória dos anciãos.
Walter Jackson Ong (1982) defende a ideia de que a escrita é uma tecnologia e representa a mudança mais drástica de todas, promovendo o afastamento da palavra daquele que a fala. As demais tecnologias que vieram na sequência apenas deram continuidade a esse afastamento. Ong, dividia a oralidade em primária e secundária, sendo a primeira aquela cultura totalmente desprovida de conhecimento da escrita ou da impressão, ao passo que a oralidade secundária é aquela tecnologizada.
 Atualmente, a cultura oral primária praticamente não existe, destaca Botelho (2012, p. 64), pois as culturas têm conhecimento da escrita. A oralidade da atual cultura de alta tecnologia “é alimentada pelo telefone, pelo rádio, pela televisão ou por outros dispositivos eletrônicos cuja existência e funcionamento dependem da escrita e da impressão”. A oralidade, portanto, antecede o sistema da escrita. Na Pré-História, o homem comunicava-se por meio de desenhos e pinturas nas paredes das cavernas. Eram as pinturas rupestres, capazes de registrar os acontecimentos, as ideias ou transmitir mensagens.
Comunicação e Poder
A comunicação escrita acompanha a história da civilização. Clair e Busic-Snyder (2009, p. 12) relatam que a linguagem escrita se desenvolveu primeiramente na Mesopotâmia, com as tábuas escritas cuneiformes, datadas de 3200 a.C. Novas evidências, entretanto, encontradas na China levantam dúvida sobre o surgimento da escrita.
Segundo Clair e Busic-Snyder (2009, p. 13): A escrita cuneiforme data de cerca de 3200 a.C.; Os hieróglifos datam de cerca de 3000 a.C.; Precursores do sistema de escrita chinesa datam de 1800 a.C.; O sânscrito data de cerca de 1500 a.C.
A introdução da escrita permitiu que essas culturas rapidamente desenvolvessem organizações sociopolíticas mais complexas, porque proporcionaram o registro de códigos de leis, história, literatura, filosofia, medicina, matemática, descobertas científicas e práticas religiosas (CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009, p. 13). A essência de um sistema de escrita é a repetição e nem todos os registros pictográficos têm sentido como um sistema codificado de símbolos. Para que possam comunicar, os desenhos precisam ser reconhecíveis e interpretados por um maior número de pessoas. 
Os desenhos, chamados de pictogramas, representavam pessoas, lugares, mas não eram suficientes para representar ideias complexas e abstratas, ações, emoções e conceitos. A expansão da comunicação exigiu da linguagem uma maior expressividade de conceitos. Portanto, os pictogramas evoluíram para os ideogramas, que eram representação de pensamentos abstratos, em vez da simples representação de objetos ou pessoas. O ideograma combina dois ou mais pictogramas para representar um conceito (CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009, p. 15-16). 
Foi por volta de 4000 a.C. que os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme. Eram usadas placas de argila onde registravam a escrita. Enquanto as placas de argila ainda estavam úmidas, era possível escrever e depois deixá-las ao sol para secar. A escrita era feita com um objeto pontiagudo de ponta triangular, que caracterizava a escrita cuneiforme. Utilizava ideogramas e, posteriormente, fonogramas, signos que representavam sons. As placas pesadas dificultavam o transporte e a divulgação das informações.
Muitos pesquisadores concordam que por volta de 1500 a.C. a antiga Fenícia tinha estabelecido um alfabeto de 22 caracteres baseado na fonética. Acredita-se que esse antigo alfabeto fenício foi a base dos alfabetos grego e romano e, por esse motivo, do alfabeto hoje utilizado em grande parte do mundo ocidental (CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009, p.21).
Os suportes também ajudaram na evolução da escrita. Com a sua expansão foi necessária a criação de outras técnicas, como papiro. Originário de uma planta muito comum nas margens do rio Nilo, com folhas longas e fibrosas, era usado pelos egípcios, produzido com folhas molhadas e sobrepostas e depois se desfiavam as fibras internas. As peças de papiro eram grandes, formando faixas de 9 metros de cumprimento. Era mais comum em terras de clima mais quente e os locais onde era mais frio também precisavam de suporte para a escrita. Usadas pelos egípcios para registrarem textos, foram encontrados nas pirâmides contando a vida dos faraós. Para escrever, era utilizado um pincel feito comtalos de junco. Era o primeiro suporte portátil e mais leve.
Depois vieram os pergaminhos: peças feitas de couro curtido (originário de cabra, carneiro, cordeiro, ovelha), que apresentavam durabilidade e maior resistência que o papiro, feito de fibras de planta. Possibilitavam a escrita frente e verso sem que a tinta vazasse pelo outro lado. O pergaminho era feito de peles e eram guardados em rolos, como os papiros. Era um processo dispendioso e somente os nobres podiam ter livros desse material. 
No primeiro século depois de Cristo, descobriu-se que era possível dobrar as folhas para guardar. As folhas retangulares podiam ser dobradas e formavam os fólios. Eram encadernados em capas de madeira e este volumen foi o que deu origem aos livros. 
Em 105 anos d.C., os chineses fizeram uma mistura a partir da casca da amoreira e outros produtos com fonte de fibras vegetais. A massa batida e peneirada foi seca ao sol e o resultado foram folhas de papel. 
Somente no século XIII é que o papel começou a ser fabricado em países da Europa e passou a substituir o pergaminho.
Aula 2: O nascimento da mídia
A comunicação de Massa
Comunicação vem do latim communicare, que significa tornar comum. É um sistema que possibilita relações entre pessoas e serve de mecanismo de organização social. Para entender a comunicação, é preciso vê-la e compreendê-la como processo, pois não se pode pensar nas mídias de forma isolada.
Os meios de comunicação ganham sentido à medida que se inscrevem e, portanto, são vistos dentro de um processo de comunicação. A comunicação é um processo natural do ser humano e torna possível a convivência social.
Rothberg (1995) conta que cada gênero de comunicação de massa que se insere no cotidiano visa atingir públicos de setores socioeconômicos distintos, com gostos específicos, com um modo de vida próprio e com expectativas diferentes.
Os Gêneros na Comunicação
Os hábitos de consumo da comunicação de massa determinam as opções e critérios de discernimento dos indivíduos. A primeira sistematização dos gêneros ocorreu na Grécia Antiga, com Platão e Aristóteles. Ferreira (2012) declara que Aristóteles classifica os gêneros da retórica em: 
Gênero Deliberativo (voltado para o futuro, em que a assembleia aconselha ou desaconselha com base em valores como útil ou prejudicial);
Gênero Judiciário (em que os juízes mantêm a intenção de defender ou de acusar fatos pretéritos, baseados em valores como justo ou injusto); e
Gênero Demonstrativo (em que o espectador elogia ou censura, com base em valores como nobreza ou vileza dos fatos do presente).
Os Gêneros no Jornalismo
De acordo com Ferreira (2012), os gêneros jornalísticos começaram a ganhar espaço na academia e na imprensa graças aos esforços intelectuais de Jacques Kayser (França, 1953). Kayser foi um jornalista com vasta experiência, antes e depois da Segunda Guerra Mundial: promoveu estudos rigorosos sobre a morfologia do jornalismo por meio de análises de jornais.
Gênero também é um conjunto das circunstâncias que determinam o relato que a instituição jornalística difunde para o público. Um relato que, pela dinâmica própria do jornalismo, se vincula às especificidades regionais, mas incorpora contribuições dos intercâmbios transnacionais e interculturais. É a articulação que existe do ponto de vista processual entre os acontecimentos (real), sua expressão jornalística (relato) e a apreensão pela coletividade (leitura) (MARQUES DE MELO, 2003, p.64).
Na Europa, no campo do jornalismo, os estudos sobre gêneros textuais ganharam corpo nos anos 50 do século XX, com a sistematização decorrente da criação de disciplinas específicas na Universidade de Navarro, na Espanha, aos cuidados do professor José Luiz Martínez Albertos, explica Seixas (2009, p.2).
Os gêneros se alteram de acordo com cada país e cultura e estão em constante transformação. Classificar gêneros jornalísticos é um grande desafio, e essa divisão serve para aumentar a compreensão da grande quantidade de textos veiculada pela mídia.
José Marques Melo propõe uma organização dos gêneros jornalísticos da seguinte forma:
Jornalismo Informativo (nota, notícia, reportagem e entrevista);
Jornalismo Interpretativo (dossiê, perfil, enquete e cronologia);
Jornalismo Opinativo (editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura e carta);
Jornalismo Diversional (história de interesse humano; história colorida);
Jornalismo Utilitário (indicador, cotação, roteiro, serviço).
Publicidade:
Comercial, institucional e legal.
Entretenimento:
Passatempos, jogos, história em quadrinhos, folhetins, palavras cruzadas, contos, poesia, charadas, horóscopo, dama, xadrez e novelas.
Jorge Lellis Bomfim Medina (2001) expõe que a questão dos gêneros jornalísticos assume um papel importante para a compreensão dos diferentes discursos produzidos pelos meios de comunicação de massa. 
A definição de gêneros jornalísticos tem sido uma inquietação constante entre os estudiosos norte-americanos, europeus e latino-americanos. Além da variedade de gêneros, os jornais são fragmentados em partes denominadas cadernos e cada um deles é destinado à abordagem de um assunto: esporte, economia, ciência, tecnologia, cultura, turismo, classificados etc. O jornal impresso tem também os elementos característicos: primeira página, cabeçalho, manchete, chamada, legenda e recursos infográficos.
Primeira página: Chamada de vitrine, onde estão destacados os acontecimentos principais. É uma página visualmente organizada para prender a atenção do leitor e fazer com que ele leia a matéria completa no interior do jornal.
Cabeçalho: Localizado no início da página, onde se encontram logomarca, título/nome do jornal, edição, editorial, preço, ano, editor-chefe, numeração e data.
Manchete: Título do fato jornalístico de maior importância para o jornal, vem escrito em letras grandes, no alto da primeira página. É a notícia que ganha destaque na primeira página, recebendo o nome de manchete de edição.
Chamada: É a parte onde as principais notícias vêm resumidas na primeira página, sendo o texto curto e sintético.
Legenda: É uma frase curta que objetiva explicar a foto, relacionando-a com a notícia e complementando a informação da matéria.
Recursos infográficos: São gráficos, tabelas, desenhos que ajudam na explicação de um acontecimento noticiado.
Os gêneros da comunicação de massa são determinados pelo modo de produção dos meios de comunicação e por manifestações culturais de cada sociedade. Não há uma classificação universal, pois cada país tem suas peculiaridades no que diz respeito à comunicação. O que acontece é uma adaptação dos gêneros para suprir as necessidades dos leitores e dos profissionais de imprensa para fazer fluir a informação. O importante é que o jornalismo possa cumprir a função social com transparência ao informar o público.
Aula 3: A imprensa Gutenberguiana
As Funções Sociais da Comunicação
Michèle e Armand Matterlart (2005, p. 9) argumentam que a noção de comunicação recobre uma multiplicidade de sentidos. Para eles, a proliferação das tecnologias e a profissionalização das práticas comunicacionais acrescentam novas vozes a essa polifonia, em uma época em que a comunicação é uma figura emblemática. Os autores Michèle e Armand Matterlart (2005, p. 41) destacam, ainda, que: “[...] o processo de comunicação cumpre três funções principais na sociedade:
A vigilância do meio, revelando tudo o que poderia ameaçar ou afetar o sistema de valores de uma comunidade ou das partes que a compõem; 
O estabelecimento de relações entre os componentes da sociedade para produzir uma resposta ao meio; 
A transmissão da herança social.
A Prensa de Gutenberg
A comunicação facilitada, distribuída e democrática, disponível no século XXI, teve um passado de restrição. Isso mudou quando uma importante invenção foi criada: a prensa! Até essa chegada, toda a reprodução de arquivos era feita manualmente, por cópias, e não havia um processo que desse conta de copiar em grande escala. O alemãoJohannes Gutenberg deu sua contribuição à comunicação e à perpetuação das informações usando a impressão por tipos móveis, em 1455. Até então, o processo de copiar era bem demorado e trabalhoso. Os livros eram escritos à mão, geralmente por monges, e eram muito caros.
O que faziam os monges copistas?
Os monges copistas da Idade Média se dedicavam a copiar livros e documentos, antes da invenção da prensa. O cotidiano dos copistas medievais está retratado no romance de Umberto Eco intitulado O Nome da Rosa, que se transformou em filme de sucesso. A história se passa num mosteiro no qual há uma biblioteca com obras profanas e sagradas e conta sobre uma série de crimes que estão ligados a esses livros.
Gutenberg é considerado o inventor da prensa móvel, equipamento que revolucionou a comunicação, pois tinha a finalidade de reproduzir os livros com mais facilidade. A proposta era esculpir as letras em alto relevo, uma a uma, separadamente, e organizá-las em pequenas caixas, formando palavras e frases. Nos blocos de frases, aplicava-se a tinta e fazia-se a pressão com o papel. Assim, a página estava pronta e podia-se copiá-la quantas vezes fossem necessárias, sem envolvimento do dispendioso processo manual de copiar.
Cinco anos após a concretização da invenção, foi impresso o primeiro livro, conhecido como a Bíblia de Gutenberg, que tinha 42 linhas e duas colunas por página. A tecnologia da prensa espalhou-se pela Europa e pelo mundo. Esse invento foi dispensando o trabalho dos copistas e introduzindo a reprodução industrial. As imagens mostram a prensa mecânica em uso, em que se pode ver a montagem dos tipos ao fundo e a impressão dos fólios à frente. A Europa passava por transformações políticas, econômicas e sociais no final da Idade Média. 
O crescimento das cidades, a instabilidade financeira e a transição do feudalismo para o capitalismo montaram o cenário para a Renascença, período em que se deu a ruptura com as estruturas medievais e uma profunda (re)descoberta do mundo e do próprio homem com a revalorização cultural. A partir do século XVII, a prensa começou a ser usada para a impressão de jornais, que eram a única forma de veiculação jornalística na época. Até então, as formas de divulgação de notícias eram em folhas escritas manualmente e afixadas em praças públicas ou por meio de mensageiros, nomeados como arautos.
O Nascimento da Imprensa
Em relação à mídia impressa Câmara (2009) afirma: “Principal veículo para a difusão das ideias durante os últimos 500 anos, a mídia impressa interpenetra todas as esferas de atividade humana. Nenhum evento político, constitucional, eclesiástico e econômico, nem os movimentos sociais, filosóficos e literários podem ser compreendidos sem levar em conta a influência da imprensa sobre eles. O comércio de obras impressas teve importante participação no desenvolvimento econômico de todos os ramos da indústria e do comércio”.
De acordo com Sodré, a imprensa nasceu com o capitalismo: “Aquele que mais se destaca, ao nível dos fatos, é o que assinala a diferença, de qualidade e de função, entre a pequena e meia empresa, que definiu o início da imprensa industrial, no Brasil, e a dimensão de grande empresa que define, hoje, um jornal ou mesmo, em menor escala, uma revista de grande circulação. Na proporção e no ritmo em que se desenvolvem as relações capitalistas aqui, desenvolveu-se a empresa jornalística” (SODRÉ, p. 10).
Sodré conta que foi a empresa jornalística a iniciadora e impulsionadora dos meios de massa.
Começou com o conglomerado das empresas de rádio e posteriormente incluiu as emissoras de televisão. O caráter concentrador das mídias trazia a concentração do poder, e o reflexo desse monopólio pode ser visto até hoje. O autor lembra ainda que há muito tempo não aparece um grande jornal entre nós. Pelo contrário, o número de jornais tem sido reduzido.
Pignatari (2002, p. 18) exemplifica que: “Assim como a industrialização cria o mercado de consumo e a necessidade de alfabetização universal, cria também a necessidade de informações sintéticas para o grande número: o jornalismo e o livro, no século passado; o cinema, o rádio e a televisão, em nosso século. Cada um desses meios e todos eles em atrito determinam modificações globais de comportamento da comunidade para as quais é necessário encontrar a linguagem adequada”.
O Fim da Era de Gutenberg
Pignatari (2002, p. 17) relembra a ideia de Marshall McLuhan de que estamos no fim da Era de Gutenberg, assistindo ao final da era iniciada com a criação do código fonético e sistematizada pela invenção dos tipos móveis de imprensa. Para McLuhan, a criação da imprensa seria “a principal responsável pela destribalização da cultura, pelo individualismo, pelo nacionalismo, pelo militarismo e pela tecnologia ocidental”.
Aula 4: Os meios de Massa
O Desenvolvimento da Imprensa
A imprensa foi de grande importância para o desenvolvimento dos meios de comunicação e da mídia em geral. Se, por um lado, os jornais passam a ser objeto de uma transformação social, por outro ele também é sujeito, despertando a vontade ou a “fome” de conhecimento das pessoas, o que leva a um maior poder de reflexão e questionamento. A impressão em larga escala, seja de jornais ou de livros, propiciou difusão de conteúdos em larga escala, mesmo que, em um primeiro momento, o número de analfabetos ou “não letrados” ainda fosse grande. Com essas informações entrando em circulação, eram esperadas também mudanças na esfera pública da modernidade e, consequentemente, transformação na cultura da população. Livros e jornais passaram a fazer parte do cotidiano dessas pessoas e ajudaram a preparar o mundo para grandes mudanças político-sociais, germinadas especialmente a partir do século XVI. O enriquecimento das populações com o crescimento econômico na França e o maior índice de alfabetização e escolarização foram fundamentais para a criação das ideias de “Liberdade”, “Igualdade” e “Fraternidade”, que culminaram com a Revolução Francesa.
O Jornal
A propagação de ideias e valores fez com que os jornais conquistassem cada vez mais espaço e com que outras formas de comunicação fossem surgindo. O desenvolvimento dessa mídia se deu a partir das Efemérides e das Atas. Até que, no século XV, surgiram as primeiras folhas volantes, também conhecidas como folhas ocasionais e, no século XVI, as gazetas. 
Em uma sociedade pouco escolarizada, as gazetas e as folhas ocasionais eram, muitas vezes, lidas em público por pessoas que cobravam uma certa quantia de dinheiro a quem queria ouvir as notícias. A denominação “gazeta” deve-se, inclusive, a uma moeda italiana que correspondia ao preço exigido para se poder ouvir aquilo que as gazetas diziam (SOUSA, 2006, p. 146). O jornal impresso continuou a ser um dos principais difusores de informação até o surgimento do rádio, inventado por Guglielmo Marconi no ano de 1896.
O Rádio
O rádio, enquanto veículo de mídia, só conseguiu estabelecer-se graças às válvulas de Lee Forest, que garantiram a amplificação das ondas eletromagnéticas e a transmissão de voz e informações por distâncias mais longas. As primeiras estações de rádio amadoras surgiram nos Estados Unidos, no início do século XX. A primeira emissora comercial foi catalogada em 1920, com o nome de K.D.K.A. A partir daí, multiplicou-se a criação de estações para transmitir voz e música para as pessoas que estavam em casa, bastando, para isso, que comprassem o equipamento receptor. 
No Brasil, o rádio chegou já em 1922, durante as comemorações do centenário da Independência. A primeira transmissão oficial do país foi o discurso do presidente Epitácio Pessoa. Após essa transmissão, Edgard Roquette-Pinto conseguiu autorização para instalação da primeira emissora no país: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (atualmente, chamada de Rádio MEC). Para Roquette-Pinto, o rádio era um grande instrumento educativo, o “livro de quem não sabe ler”. A Rádio Sociedade foi a primeira em solo nacional. Após ela, surgiram, no Rio de janeiro: A Rádio Clubedo Brasil (depois Rádio Mundial); A Mayrink Veiga; A Sociedade Rádio Philips do Brasil; A Rádio Educadora do Brasil; A Rádio Transmissora (depois Rádio Globo). Surgiram também dezenas de outras espalhadas nos demais estados.
As transmissões de rádio tiveram grande importância na história do mundo em diversas ocasiões, mas, sobretudo, nos regimes totalitários. Na Alemanha governada por Hitler, o rádio era o principal instrumento para levar as mensagens do Reich à população e aos soldados nas frentes de batalha, além de incitar a população a participar da Guerra por meio da propaganda.
O rádio cresceu em importância ao longo das décadas, especialmente nas décadas de 1940, 1950 e 1960, quando as agências de publicidade norte-americanas desembarcaram no Brasil e passaram a patrocinar a programação das emissoras. Com isso, surgiram programas de auditório e também de jornalismo que se imortalizaram na memória dos brasileiros, como o Repórter Esso.
Nessas décadas, também surgiram as radionovelas, com grande destaque para Direito de Nascer, que literalmente parou o Brasil no último capítulo.
A Televisão
A força do rádio só foi ameaçada após 1950, quando Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo importou dos Estados Unidos os primeiros equipamentos para transmissão de imagens, inaugurando a era da TV no Brasil. Chateaubriand já era dono de um pequeno “império” midiático, sendo proprietário de vários jornais, entre eles o Diário de São Paulo, as revistas O Cruzeiro e A Cigarra, e emissoras de rádio, como a Tupi.
Em 18 de setembro de 1950, pela primeira vez, os brasileiros puderam ver uma transmissão de TV.
Inicialmente, as transmissões estavam limitadas a São Paulo e a 200 locais específicos de grande movimento, onde Chateaubriand mandara instalar aparelhos receptores. Cerca de 120 dias depois, as operações se expandiram para o Rio de Janeiro e, aos poucos, a TV foi tomando conta do país. 
Com o passar do tempo, o preço dos televisores tornou-se acessível e a massificação da televisão foi cada vez maior. A TV era tida como uma forma mágica para venda de produtos. Tanto que patrocinavam não só a transmissão, mas também o nome dos programas, como “Grande Gincana Kibon”, “Mappin Movietone” ou “Concertos Matinais Mercedes-Benz”. O primeiro uso das gravações no videoteipe se deu em 21 de abril de 1960. Isso ocorreu na inauguração de Brasília, quando as imagens foram retransmitidas em várias cidades. Com o VT, revolucionou-se a forma de fazer televisão, permitindo que mais pessoas tivessem acesso aos conteúdos e que programas pudessem ser previamente gravados, acabando com a necessidade de que tudo – de novelas ao noticiário – fosse feito ao vivo.
A Internet
Dentre o desenvolvimento dos meios e canais de comunicação, possivelmente podemos situar a internet entre as mais importantes invenções do século XX e que se consolidou como grande palco de difusão de informações a partir dos anos 2000. Criada na década de 1970, nos EUA, para interligar computadores militares e garantir sobrevivência das informações, mesmo diante de um ataque nuclear. 
Já nos anos 1980 a rede de computadores foi disponibilizada para universidades norte-americanas. A rede mundial de computadores passou a ser acessível a outros países e povos, até que, na década de 1990, passou a ser comercializada para acesso residencial. 
Os avanços tecnológicos nos computadores e na conexão com a rede foram fundamentais para garantir o desenvolvimento e a solidificação da internet enquanto grande rede difusora de informação, comunicação e de dados.
Aula 5: Mídia, modernidade e mudanças – Parte 1
O público e o privado
A grande propagação dos meios de comunicação, desde a prensa de Gutenberg e a consequente evolução para a plataforma eletrônica e digital, trouxe-nos outra grande preocupação: o que podemos (e devemos) publicar e o que não devemos (e não podemos)? Em síntese: como separar aquilo que é público e passível de ser publicado daquilo que é privado? A discussão é ampla e se alarga para uma grande seara de pontos de vistas diferentes, especialmente quando lidamos com “figuras públicas”, como políticos e celebridades midiáticas. Até que ponto a vida particular das figuras públicas é e pode ser notícia? Até que ponto não?
A mídia, particularmente a jornalística, colocou-se a missão de dar conta de vários assuntos ao mesmo tempo, em uma tentativa de se manter onipresente em todo e qualquer acontecimento do mundo. Na ânsia por informação, muitas vezes aquilo que é da esfera privada acaba sendo alçado ao público, provocando discussões e batalhas no Poder Judiciário. Segundo Jürgen Habermas, filósofo e sociólogo alemão, descendente da Teoria Crítica elaborada pela Escola de Frankfurt, essa discussão teve início no século XVIII, quando se deu início ao conceito de público (aquilo que pode ser publicado) e privado. 
Ao transferir para a imprensa os debates de ideias, criou-se a noção moderna de espaço público como aquilo que está à margem do domínio das relações familiares e da intimidade das pessoas dos interesses particulares. A inserção de mais pessoas nesses debates, e não apenas os letrados ou os versados em política, acabou por trazer problemas para a coerência dos discursos políticos, já que a discussão deixou de ser para um círculo fechado e passou a ser aberta a quem quer que se interessasse pelo assunto.
Apesar da evolução das formas de se comunicar e propagar ideias e informações, ainda hoje o espaço público midiático é excludente, o que nos obriga a refletir sobre o verdadeiro papel da mídia enquanto “representante” das ideias e discussões do espaço público.
A propaganda como estratégia
A mídia impressa tem lugar cativo em grande parte da história do mundo, especialmente no que diz respeito à propagação de ideias e ideologias. Jornais, panfletos, cartazes, livros, entre outras formas de transmissão de mensagens por meio da palavra escrita, valeram-se dessa tecnologia para atingir, transformar e persuadir milhões de pessoas ao longo dos séculos. Como toda tecnologia que produz transformações nas relações sociais, a imprensa também foi largamente utilizada de forma estratégica para difundir princípios religiosos, partidários, mercadológicos e ideológicos, sobretudo no período de guerra. Nesse sentido, a propaganda diferencia-se da publicidade, apesar de estratégias publicitárias fazerem parte da propaganda, bem como relações públicas, marketing e jornalismo. Essa diferenciação evidenciou-se, sobretudo, após o período da Primeira Guerra Mundial, em que a batalha não foi apenas com armas, mas também com palavras, sendo considerada como uma “guerra psicológica”.
As primeiras teorias da Comunicação de Massa surgiram especialmente nos períodos de guerra, na tentativa de compreender o papel da mídia na disseminação de ideias e quais os reflexos que essas mensagens teriam na população. Políticos e militares se valeram das propagandas de guerra para disseminar ideologias políticas, atrelando um sentido “negativo” à ideia de propaganda. Segundo Sousa (2006), há três consequências dos usos da propaganda como estratégia de guerra: A propaganda política e militar foi intensificada em detrimento da propaganda no domínio da “vida social”; O impacto causado pela propaganda intensificou o interesse de políticos, militares e pesquisadores por essa atividade; 
O termo propaganda passou a ser visto como algo negativo, já que se associaram a ele palavras como “manipulação” ou “mentira”. 
Nos EUA, as forças armadas utilizaram diversos cartazes para assegurar o apoio da população ao confronto armado com a Alemanha. A ideia, principalmente, era convencer os cidadãos a economizarem nos recursos disponíveis e não se revoltarem com o recrutamento dos homens para guerrearem nas frentes de batalha. Vemos no cartaz dos EUA a frase “Nós podemos fazer isso”, apoiando as mulheres a assumirem as atividades masculinas em casa e no campo.
A propaganda passou a ser insinuante e dirigiu-se, principalmente, ao nosso imaginário. Tem a intenção de trazero “conforto” em detrimento dos “problemas” do cotidiano. É fundamentada em conteúdos racionais, mas vale-se de estratégias emocionais para fazer a mensagem atingir determinado objetivo. Esse tipo de situação foi facilmente identificável, especialmente no período do Regime Militar no Brasil.
O controle dos meios e a censura prévia imposta pelo Ato Institucional Nº5 (AI-5) permitiam aos militares o controle dos conteúdos a serem divulgados e a inserção, a bel-prazer, de propagandas positivas sobre o país na tentativa de evitar as revoltas da população. Slogans, como “Brasil, Ame-o ou Deixe-o”, seguidos de informações e dados privilegiando o estado de exceção, exerceram forte influência e controle psicológico dos brasileiros durante os Anos de Chumbo.
As formas de propaganda
Podemos classificar algumas formas de propaganda encontradas até hoje, mas que tiveram seu início com a Mídia Impressa: Propaganda ideológica: intenção de disseminar uma ideologia corrente; Propaganda política: defende regimes político-partidários; Propaganda de guerra (ou militar): desenvolvida pelos governos em períodos de conflito para promover uma causa entre os soldados e a população.
A evolução da propaganda
Fazer propaganda ou anunciar um produto ou serviço faz parte dos processos de negociação desde o princípio, como uma forma de convidar os outros a conhecerem a oferta. O advento da escrita aumentou ainda mais as possibilidades da publicidade e da propaganda: já não era preciso gritar e apresentar o produto apenas com a fala, também era possível “descrevê-lo” textualmente.
Sousa (2006, p.188-189) afirma que: “vestígios arqueológicos demonstram que na Roma antiga já se fazia publicidade. Em Pompeia, por exemplo, descobriram-se tabuletas onde se anunciavam combates de gladiadores e onde se publicavam, ao mesmo tempo, espaços de banhos públicos”.
Na Idade Média, era comum os comerciantes identificarem os estabelecimentos comerciais com símbolos que representavam pousadas (escudo de armas) ou leiterias (uma cabra), o que era considerado o precursor dos logotipos. Avançando um pouco mais nos anos, Gutenberg inventou a prensa móvel e permitiu maior difusão da publicidade escrita. 
O primeiro cartaz publicitário teria sido impresso em 1482 e anunciava uma procissão que seria realizada na cidade francesa de Reims. Nessa fase “rudimentar” ou “inicial” da propaganda, o conteúdo era informativo, e não sugestivo ou apelativo. Utilizava-se o espaço para descrever o produto ou o serviço a ser prestado, transpondo as descrições da fala para a linguagem escrita. Não era objetivo dessas publicações a sugestão de compra para os leitores ou a criação de necessidades para a venda dos produtos.
Em uma segunda fase da publicidade, começou-se a utilizar a sondagem de consumidores para revelar as preferências e, dessa forma, orientar as campanhas publicitárias. Acredita-se que esses artifícios começaram a ser utilizados em 1729, por Benjamin Franklin.Em 1841, a primeira agência de publicidade foi criada por Volney B. Palmer, no estado da Filadélfia. Ele instituiu a cobrança de 25% do custo dos anúncios publicados nos jornais. 
A primeira campanha publicitária registrada foi para anunciar a abertura de uma loja de roupas para homens, também na Filadélfia, que contou com painéis, desfiles de carros alegóricos e distribuição de bandeirinhas com o nome e a marca da loja. 
A terceira etapa da evolução da publicidade e da propaganda começou a ter lugar após a Primeira Guerra Mundial. 
Foram produzidas peças com forte apelo persuasivo e apelativo, com a intenção de mexer com as emoções dos consumidores. Além disso, a publicidade se associou à arte e a pintores, como Toulouse-Lautrec, que contribuíram para que as peças ficassem mais agradáveis ao olhar. As técnicas de persuasão aprendidas com a guerra passaram a migrar para a publicidade e, consequentemente, houve mudanças no discurso e no fazer publicitário. 
A marca principal desse modelo é a função conativa da linguagem, ou seja, aquela com o intuito de convencer alguém a tomar uma decisão ou atitude, como bem observa Adilson Citeli (2002). Essa fase contemporânea da Publicidade ainda tem perdurado e, mesmo no suporte da internet, tem-se valido do apelo emocional e psicológico para infiltrar marcas e slogans nas mentes dos consumidores.
É importante observar que, mais do que haver uma “divisão” de períodos, a história da publicidade é acumulativa: ainda hoje há inserções que se valem de textos informativos e descritivos para apresentar produtos, demonstrando não ser correto excluir nenhuma dessas etapas no fazer publicitário.
Aula 6:
O público e o privado
A imprensa no Brasil começou a se desenvolver apenas no ano de 1808, com a chegada da Família Real aqui. Temendo a invasão de Napoleão Bonaparte a Portugal, o rei D. João VI transferiu a sede do reino de Portugal para o Rio de Janeiro e, com a família, embarcou em caravelas rumo ao Brasil.
Dentre os equipamentos pertencentes à Coroa estavam os primeiros maquinários da Impressão Régia, nossa primeira tipografia oficialmente instalada no país. Até aquela época, o país ainda não contava com publicações impressas. A palavra “impressa” era proibida na Colônia brasileira. Some-se a isso o poder das palavras em transmitir e difundir ideias, o que poderia resultar em uma revolução ou luta pela independência, ou seja, motivos não faltaram à Coroa para manter, por séculos, a proibição da palavra escrita. 
A Impressão Régia foi montada com o intuito de dar publicidade aos decretos e às decisões reais. Dessa forma, tivemos o primeiro jornal impresso no território brasileiro, que entrou em circulação no dia 10 de setembro de 1808, três meses depois que a nau Meduza, responsável por trazer a tipografia ao Brasil, desembarcara no porto.
A Gazeta do Rio de Janeiro foi considerado o primeiro jornal do Brasil. O editor da Gazeta do Rio de Janeiro era o Frei Tibúrcio José da Rocha e, com ele, atuava como redator o primeiro jornalista profissional do país, Manuel Ferreira de Araújo Guimarães. Em pouco tempo, a Impressão Régia passaria também a publicar outros tipos de publicações no país, de livros a “toda sorte de escritos, inclusive, obras poéticas e ficcionais”
A partir da liberação das tipografias, em pouco tempo outras publicações não oficiais surgiram pelo país, como a revista Idade D’Ouro do Brasil, em 1812, impressa na Bahia. Vários outros jornais começaram a circular e, com eles, as ideias de independência do país se fortaleceram, até que, em 7 de setembro de 1822, D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil. Da Independência à Proclamação da República, centenas de jornais circularam no país defendendo assuntos de grande relevância social.
É interessante notar que, mesmo ainda sob o domínio dos imperadores D. Pedro I e D. Pedro II, o governo não agiu de forma tão despótica ou absolutista com a imprensa brasileira.
A iconografia nos jornais e na publicidade
A chegada da mídia no Brasil promoveu mudanças na formação do povo e na política nacional. A inserção de uma nova tecnologia no cotidiano de escravos e de pessoas da Corte fez com que, aos poucos, escravos e senhores passassem a se interessar por essa nova modalidade de se comunicar, que trocava a fala por palavras. Com a chegada do jornal impresso, alguns escravos aprenderam a ler. Todos os dias, enquanto buscavam água, os não letrados ouviam as notícias publicadas que eram lidas em voz alta por aqueles que já dominavam a leitura. Soma-se a esse quadro a chegada de mais europeus ao país, atraídos pela mudança da Família Real para o Brasil. Povos de nações como França, Espanha e Inglaterra passaram a desembarcar nos portos e, com eles, mais leitores para os jornais. Essa nova configuração social foi reforçada com o fim da censura prévia, decretada em 1821 por D. João VI, permitindo o surgimento de publicações de norte a sul do país.
A capital Rio de Janeiro passou também a receber o material impresso em outras partes da província, formando uma rede de comunicação, propagandoinformações e ideias para todos os cantos do Brasil. As imagens das palavras, ilustrações e, futuramente, a inserção da fotografia permitiram ampliar o imaginário cultural e visual da população, bem como ampliar o conhecimento de todos. Revistas ilustradas com imagens feitas a bico de pena também ofereciam a esse público outra forma de acesso aos conteúdos que não só a da palavra escrita. Acrescenta-se a esse fato a chegada do daguerreótipo – primeira “câmera fotográfica” de que se tem notícia – ao Brasil, possibilitando um aumento do regime de visibilidade na nação.
Com a possibilidade de reproduzir imagens, os impressos passaram a trazer também os conflitos armados em forma de imagens, que, com os textos, traçavam narrativas cada vez mais interessantes para os leitores. A imagem, reproduzida em larga escala, passa a ser industrializada, permitindo edição de publicações a pessoas que, até então, não se pensavam como consumidores dessas informações ou notícias. As imagens começaram a fazer parte do repertório cultural das pessoas.
A fotografia influenciou não só o fazer jornalístico, mas também a apresentação de produtos em propagandas, promovendo um salto no que diz respeito à publicidade nos jornais impressos. Os classificados deixaram de ser apenas textuais e passaram também a representar os produtos ofertados. O planejamento gráfico das edições também passou a fixar espaços para os anúncios, e a crescente importância da publicidade levou os jornais também a avançarem na tecnologia. Em 1914, devido à venda de um anúncio publicitário, o Jornal do Brasil começou a circular com uma página impressa em cores, mesmo que ainda de forma rudimentar. Em 1915, foi a vez de O Estado de S. Paulo. Com a inserção de imagens e cores, a mídia impressa se reinventou.
A busca da liberdade de expressão
Desde a liberação da palavra impressa no Brasil e a consequente abertura de novos jornais por toda a província, surgiram os primeiros impressos alternativos, panfletários e de resistência. Valendo-se principalmente do humor, da mordacidade, e com muita militância política, dezenas de jornais se destacaram ao longo da história, como publicações contrárias ao oficialismo, tocando diretamente nas “feridas” dos poderes. O autor Bahia (2004) atribui à imprensa o papel de testemunha das mudanças políticas, sociais e econômicas do país. Para ele, “em tão pouco tempo de existência, [a imprensa] é o intérprete do sentimento da emancipação que se projeta desde a tradição revolucionária dos séculos XVII e XVIII” (BAHIA, 2004, p.52). Nasceram da imprensa alguns estadistas e construtores do sentimento de nacionalismo, reforçado pelo “Dia do Fico”, e que começou a levar o país à independência. Surgiram nomes importantes da imprensa, como Cipriano Barata, Evaristo da Veiga, Borges da Fonseca, Hipólito da Costa, José Clemente Pereira, Gonçalves Ledo, José da Silva Lisboa, Januário Barbosa e José Bonifácio.
O Pasquim e as iniciativas contrárias ao status quo 
Diante do contexto de profundas mudanças políticas atravessadas pelo país, podemos destacar alguns jornais, classificados como “pasquins”, que se destacaram sobremaneira pelo uso do humor e da crítica ácida. Outros mais nessa linha vão surgindo, como o Doutor Tirateimas, O Repúblico, O Narciso (que dizia que “É mania do tempo dizer asneiras”) e, ainda, Compilador Mineiro (Ouro Preto, 1823); Patriota Mineiro (Ouro Preto, 1825); Diário Constitucional (Salvador, 1822); Diário da Bahia (1834), entre tantos outros. Todos traziam críticas e ideais revolucionários de independência, abolição dos escravos, proclamação da República, além de atacar à Corte. No século XX, um dos principais expoentes no Brasil foi o jornal O Pasquim, sendo que o próprio nome já se tratava de uma piada em relação ao conteúdo, já que esse termo se tornou pejorativo quando se fala em mídia impressa.
O Pasquim lançou a primeira edição em 22 de junho de 1969 e durou por 22 anos. Sua última edição saiu em 11 de novembro de 1991. Atravessou o período da ditadura militar e sua a liberdade de imprensa foi duramente perseguida pelo governo brasileiro. Uma das principais marcas foi o uso extensivo de imagens, caricaturas e charges de conteúdo crítico-informativo. Teve à frente figuras como os cartunistas Jaguar e Ziraldo, além dos jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral. O jornal ainda contava com a colaboração de Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, Carlos Leonam, Sérgio Augusto, Ruy Castro e Fausto Wolff. Para driblar a censura prévia instituída pelo AI-5, os jornalistas encaminhavam um volume de material muito superior ao que seria publicado. Isso demonstra a dificuldade de se manter um jornal como O Pasquim, mas, mesmo assim, ele sobreviveu durante mais de duas décadas, apesar da rígida censura que aplacava principalmente a imprensa alternativa.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes